ALOHA
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Conheça o autor . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Física de ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1 Ondas mecânicas . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Descrição ondulatória . . . . . . . . . 12
1.2 Movimento das ondas . . . . . . . . . 14
1.3 A rapidez da onda . . . . . . . . . . . 16
1.4 Energia do movimento ondulatório . 17
1.4.1 Energia e o surfista na onda . . 17
1.4.2 Ondas e sustentabilidade . . . . 19
1.5 Ondas superfíciais em líquidos . . . . 20
1.5.1 Ondas gigantes e tsunamis . . . 21
1.5.1.1 Geologia e ondas . . . . 22
1.5.2 Swell . . . . . . . . . . . . . . . 23
Mecânica dos fluidos . . . . . . . . . . . . . . 26
2 A física dos fluidos . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1 Hidrostática . . . . . . . . . . . . . . 27
2.1.1 Conceito de pressão . . . . . . 27
2.1.2 Conceito de densidade . . . . . 29
2.1.3 Pressão em um líquido . . . . . 30
2.1.4 Empuxo . . . . . . . . . . . . . 32
2.2 A prancha na água . . . . . . . . . . . 33
2.2.1 O designer da prancha . . . . . 35
2.2.1.1 Arquitetura básica . . . 35
2.2.1.2 Tipo ideal de prancha . 37
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Capítulo 1
Ondas mecânicas
E
m um dia de domingo ensolarado frequentemente
as praias do litoral brasileiro ficam amontoadas de
pessoas. Algumas procuram somente um bom ba-
nho de Sol, um lugar espaçoso para a prática de esportes ae-
róbicos, ou até mesmo uma resenha com os amigos. No en-
tanto, outras, como os surfistas, usam o mar como um labora-
tório científico. Eles testam novas manobras, analisam a força
dos ventos, estudam a energia das ondas e a geologia da praia.
Mas, acima de tudo, procuram as ondas perfeitas.
1 1
Frequência = ⇐⇒ Período = (1.1)
Período Frequência
Comprimento de onda
Rapidez = (1.3)
Período
Por exemplo, se o comprimento de onda for 10 metros, e o
tempo entre a chegada de duas cristas sucessivas num ponto
for 0.5 segundos, as ondas estarão se movendo 10 metros a
cada 0.5 segundos, ou melhor, 20 metros a cada segundo. Essa
relação vale para todos os tipos de ondas, sejam elas se propa-
gando na superfície da água, no ar ou no vácuo, como as ondas
eletromagnéticas.
17 1.4. Energia do movimento ondulatório
m · v2remo
EMecânica = + mgh (1.4)
2
Se admitirmos que a altura da onda na base é nula, temos
que a velocidade v do surfista é:
q
vSurfista = v2remo + 2gh (1.5)
3
Princípio da Física que garante que, na ausência de forças dissipativas,
como o atrito, a quantidade total de energia de um sistema nunca se
altera.
19 1.4. Energia do movimento ondulatório
4
O Porto do Pecém é um terminal portuário da costa do Nordeste brasi-
leiro, estilo "OFF SHORE" localizado em um acidente geográfico deno-
minado "Ponta do Pecém".
Capítulo 1. Ondas mecânicas 20
r
Gravidade × Comprimento de onda
Rapidez = (1.7)
2π
E
xistem praias inapropriadas para a prática do surf.
Por exemplo, em Canoa Quebrada, no litoral cearense,
o mar é calmo como uma piscina, impossibilitando,
assim, a prática do esporte. Esse é só mais um exemplo da con-
firmação de que a onda e a geologia do local formam o quadro
da arte de surfar, já o surfista e a prancha integram a tinta e o
pincel. O objetivo desse capítulo é descrever fisicamente as in-
terações desses dois últimos componentes com a água, o prin-
cipal fluido do nosso planeta.
Para se ter uma ideia, uma grande parcela da massa dos se-
res vivos é puramente água. Nos seres humanos, tal substân-
27 2.1. Hidrostática
2.1 Hidrostática
A estática dos fluidos ou Hidrostática é a parte da física que
estuda os fluidos em equilíbrio. De um forma muito simplifi-
cada, os fluidos constituem os líquidos e gases. Por motivos de
focar nos objetivos do capítulo, daremos mais ênfase ao equi-
líbrio dos líquidos.
2.1.1 Conceito de pressão
Uma dificuldade que todo surfista passa quando vai ao mar
é de enfrentar a Zona de Rebentação. Ela é a zona do litoral
afetada pelo movimento de avanço e recuo das águas imposto
pela ondulação. Em outras palavras, zona de rebentação é a
área onde as ondas estão quebrando.
Para passar dessa zona, os surfista devem furar algumas
ondas. Eles fazem isso enterrando o "bico" da prancha na água
Capítulo 2. A física dos fluidos 28
Peso da surfista
Pressão = (2.1)
Área da prancha
De maneira geral,
29 2.1. Hidrostática
Força
Pressão = (2.2)
Área
Outro exemplo que envolve os conceitos de pressão é o do
buggy. Em várias praias do litoral brasileiro é tradicional o pas-
seio com esse veículo. Ele apresenta banda de rodagem de lar-
gura maior que o normal (pneus tala larga). Devido à maior
área de contato com o solo, a pressão exercida pelos pneus so-
bre a areia torna-se menor, dificultando o atolamento.
Massa do corpo
Densidade = (2.3)
Volume do corpo
Os conceitos de pressão e densidade fazem com que exis-
tam diferentes tamanhos e litragens1 de pranchas. Elas va-
riam de acordo com o nível de surf, do tamanho e do tipo de
onda. Os iniciantes geralmente precisam de pranchas maio-
res e mais largas, pela falta de prática, quanto mais área mais
fácil de se equilibrar e dropar a onda. Já os surfistas a partir do
nível intermediário, tendem a diminuir o tamanho das pran-
chas, dando preferência para uma prancha mais leves e ma-
nobráveis.
mg
P = Patm +
A
Massa m
Densidade = ∴ d= ∴ m = d · Ah
Volume A·h
Daí,
dh ·
A·g
P = Patm + ∴ P = Patm + dgh
A
2.1.4 Empuxo
Quando estamos mergulhados em uma piscina ou no mar,
nos sentimos mais leves, como se o líquido estivesse exercendo
uma força sobre o nosso corpo, empurrando-o para cima. Esse
fato curioso parece ter sido primeiro observado pelo sábio grego
Arquimedes de Siracusa. Ele colocou o nome dessa força de
Empuxo.
m
· g tan(θ) · ∆t =
m
· ∆v ∴ ∆v = g tan(θ) · ∆t
∆v = g tan(θ) · ∆t
∆v = g tan(θ) · fT (2.6)
Note uma coisa muito interessante, quanto mais inclinada
é a onda, ou seja, quanto maior for o ângulo θ no intervalo de
35 2.2. A prancha na água