HumanizaSUS.-CLÍNICA AMPLIADA
HumanizaSUS.-CLÍNICA AMPLIADA
HumanizaSUS.-CLÍNICA AMPLIADA
Taina Rocha
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O Ministério da Saúde tem reafirmado o HumanizaSUS como
política que atravessa as diferentes ações e instâncias do
Sistema Único de Saúde, englobando os diferentes níveis e
dimensões da atenção e da gestão.
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Operando com o princípio da transversalidade, o
HumanizaSUS lança mão de ferramentas e dispositivos para
consolidar redes, vínculos e a corresponsabilização entre
usuários, trabalhadores e gestores. Ao direcionar estratégias e
métodos de articulação de ações, saberes e sujeitos pode-se
efetivamente potencializar a garantia de atenção integral,
resolutiva e humanizada.
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Por que precisamos de Clínica Ampliada?
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Outro aspecto diz respeito à urgente necessidade de
compartilhamento com os usuários dos diagnósticos e condutas
em saúde, tanto individual quanto coletivamente.
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O que é clínica ampliada?
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Muitos profissionais tendem a considerar tudo o que não diz
respeito às doenças como uma demanda “excessiva”, algo que
violentaria o seu “verdadeiro” papel profissional. A Clínica
Ampliada, no entanto, não desvaloriza nenhuma abordagem
disciplinar. Ao contrário, busca integrar várias abordagens para
possibilitar um manejo eficaz da complexidade do trabalho em
saúde, que é necessariamente transdisciplinar e, portanto,
multiprofissional.
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A proposta da Clínica Ampliada engloba os seguintes eixos
fundamentais:
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Caso 3:
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Andréia se surpreendeu quando ela disse: “Feche os olhos e
respire fundo”. Pegou a mão fria de Andréia, apertou entre as suas
e colocou-a sob a sua mão, ambas sobre a barriga. Respirou
fundo e procurou se colocar numa postura totalmente atenta,
concentrando-se no instante. Agora eram ali duas mulheres,
reinventando o antigo compromisso de solidariedade e sabedoria
feminina para partejar a vida.
Quanto tempo se passou? Não saberia dizer. O suficiente
para que ele começasse a se mexer com movimentos fortes e
vigorosos dentro da barriga, sacudindo as mãos das mulheres e
derrubando lágrimas da mãe. O que aconteceu foi que Estela
pôde mediar uma “conexão”, possibilitar uma vivência que
estabeleceu uma conversa silenciosa entre mãe e filho e permitiu
a Andréia aprender a conhecer e utilizar a sua própria força e lidar
com o medo ao atravessar o “aniversário” de uma perda.
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Algumas sugestões práticas:
A escuta;
Vínculo e afetos;
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As Equipes de Referência e Apoio Matricial surgiram como
arranjo de organização e de gestão dos serviços de saúde como
forma de superar a racionalidade gerencial tradicionalmente
verticalizada, compartimentalizada e produtora de processo de
trabalho fragmentado e alienante para o trabalhador.
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Há muitas possibilidades de operacionalização de Apoio
Matricial. Vamos destacar duas modalidades que tendem a
carregar consigo toda a potência desse arranjo: o atendimento
conjunto e a discussão de casos/formulação de Projetos
Terapêuticos Singulares.
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Projeto Terapêutico Singular
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O Projeto Terapêutico Singular contém quatro movimentos:
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Uma história clínica mais completa, sem filtros, tem uma
função terapêutica em si mesma, na medida em que situa os
sintomas na vida do sujeito e dá a ele a possibilidade de falar, o
que implica algum grau de análise sobre a própria situação. Além
disso, esta anamnese permite que os profissionais reconheçam as
singularidades do sujeito e os limites das classificações
diagnósticas.
Outra função terapêutica da história clínica acontece quando o
usuário é estimulado a qualificar e situar cada sintoma em relação
aos seus sentimentos e outros eventos da vida (modalização).
Exemplo: no caso de um usuário que apresenta falta de ar, é
interessante saber como ele se sente naquele momento: com
medo? Conformado?
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Agitado? O que melhora e o que piora os sintomas? Que fatos
aconteceram próximo à crise?
O que chamamos de história “psi” em parte está misturado
com o que chamamos de história clínica, mas aproveitamos
recursos do campo da saúde mental para destacar aspectos que
nos parecem essenciais:
• Procurar descobrir o sentido da doença para o usuário;
respeitar e ajudar na construção de relações causais próprias,
mesmo que não sejam coincidentes com a ciência oficial. Exemplo:
por que você acha que adoeceu?
• Procurar conhecer as singularidades do sujeito, perguntando
sobre os medos, as raivas, as manias, o temperamento, seu sono
e sonhos. São perguntas que ajudam a entender a dinâmica do
sujeito e suas características.
• Procurar avaliar se há negação da doença, qual a
capacidade de autonomia e quais os possíveis ganhos
secundários com a doença.
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• Procurar perceber a chamada contratransferência, ou seja, os
sentimentos que o profissional desenvolve pelo usuário durante os
encontros; procurar descobrir os limites e as possibilidades que
esses sentimentos produzem na relação clínica.
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A reunião de equipe
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Projeto Terapêutico Singular e gestão
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Quando existe um interesse sobre determinado tema, a
capacidade de aprendizado é maior. Portanto, este é,
potencialmente, um excelente espaço de formação permanente.
Por outro lado, é um espaço de troca e de aprendizado para os
apoiadores matriciais, que também experimentarão aplicar seus
saberes em uma condição complexa, recheada de variáveis com
as quais nem sempre o recorte de uma especialidade está
acostumado a lidar.
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BONS ESTUDOS!
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