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ESA PORTUGUÊS - Figuras de Linguagem

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CURSO EU MILITAR - ESA

português
para
escola de
sargentos
das armas

FIGURAS DE LINGUAGEM

SUELEN ABRANTES

LIVRO ELETRÔNICO
Curso ESA

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parcial do conteúdo desse material
sem prévia autorização.
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EU MILITAR
Nova Iguaçu-RJ
suporte@eumilitar.com
Figuras de Linguagem

São elementos que exploram o sentido conotativo de uma palavra ou expressão, realçam
a sonoridade de uma palavra e organizam a frase fazendo-a desviar-se da norma culta.

As figuras de linguagem costumam ser classificadas em figuras de som, figuras de


construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.

❖ Figuras de som

Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.


“Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...Dança doido, dá de duro, dá de
dentro, dá direito.” (Guimarães Rosa)
Assonância: consiste na repetição ordenada de mesmos sons vocálicos.

“O que o vago e incógnito desejo/de ser eu mesmo de meu ser me deu”. (Fernando
Pessoa)

Paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de


significados distintos.

“Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs”. (Almir Sater e
Renato Teixeira)
Onomatopeia: consiste na criação de uma palavra para imitar sons e ruídos. É uma
figura que procura imitar os ruídos e não apenas sugeri-los.
Chega de blá-blá-blá-blá!

❖ Figuras de Construção

Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.

Na sala, apenas quatro ou cinco convidados. (omissão de havia)


Zeugma: ocorre quando se omite um termo que já apareceu antes. Ou seja, consiste na
elipse de um termo que antes fora mencionado.
Nem ele entende a nós, nem nós a ele. (omissão do termo entendemos)

Pleonasmo: É uma redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.

“E rir meu riso e derramar meu pranto...” (Vinicius de Moraes)

Assíndeto: é a supressão de um conectivo entre elementos coordenados


“Todo coberto de medo, juro, minto, afirmo, assino.” (Cecília Meireles)

Acordei, levantei, comi, saí, trabalhei, voltei.

Polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou


elementos do período.
“...e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre...” (Clarice Lispector)

Anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Isso ocorre, geralmente, porque
se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.

“Eu, que me chamava de amor e minha esperança de amor.”


Os termos destacados não se ligam sintaticamente à oração. Embora esclareçam a frase,
não cumprem nenhuma função sintática nos exemplos.

Sinestesia: Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes


órgãos sensoriais.

Um doce abraço ele recebeu da irmã. (sensação gustativa e sensação tátil)


Hipérbato ou Inversão: consiste no deslocamento dos termos da oração ou das orações
no período. Ou seja, é a mudança da ordem natural dos termos na frase.

São como cristais suas lágrimas.


Batia acelerado meu coração.

Na ordem direta, as frases dos exemplos expostos seriam:

Suas lágrimas são como cristais


Meu coração batia acelerado.

Anáfora: é a repetição da mesma palavra ou expressão no início de várias orações,


períodos ou versos.
“Tudo é silêncio, tudo calma, tudo mudez.” (Olavo Bilac)

Silepse: ocorre quando a concordância se faz com a ideia subentendida, com o que está
implícito e não com os termos expressos. A silepse pode ser:

• De gênero:

Vossa excelência é pouco conhecido. (concorda com a pessoa representada pelo


pronome)

• De número:

Corria gente de todos os lados, e gritavam. (gente dá ideia de plural, gritavam concorda
com “gente”)

• De pessoa:

Os brasileiros somos bastante otimistas. (brasileiros dá ideia de nós (1º p. do plural)


somos, 1º p. do plural “concorda” com “somos”)

Quiasmo: consiste no cruzamento de grupos sintáticos paralelos (dois ou quatro


vocábulos), de forma que o grupo de vocábulos do primeiro se repete no segundo em
ordem inversa (AB x BA):
Melhor é merecê-los [a] sem os ter [b]

Que possuí-los [b] sem os merecer [a]


❖ Figuras de Pensamento

Antítese: Essa figura se forma por meio de termos em oposição, criando relações de
contraste entre os pensamentos expressados.

• “Este é um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade.”


(Neil Armstrong)
• “Sorri quando o outro perde o bem estar
E, a despeito do céu, ergue um inferno.” (William Blake)

Ironia: Consiste em usar um termo com sentido oposto ao usual obtendo efeito crítico
ou humorístico.

• Dormindo até uma hora dessas? Muito bonito!


• “Moça linda bem tratada
Três séculos de família
Burra como uma porta.” (Mario de Andrade)

Eufemismo: Fazemos uso do eufemismo quando queremos evitar o impacto,


escolhendo palavras mais delicadas, menos agressivas ou apenas mais sutis.

• Não tivemos muita sorte no vestibular. (em vez de “fomos mal”)


• Acho que ela faltou com a verdade naquela entrevista. (em vez de “mentiu”)

Hipérbole: Ocorre quando usamos termos exagerados para expressar algo.

• Já são duas horas da tarde, estou morrendo de fome!


• Faz séculos que não a vejo!

Prosopopeia ou personificação: características muito comuns dos livros infantis,


usamos para atribuir características humanas a seres inanimados, objetos ou animais.

• “Mas aí o galo cantou muito aflito: um canto assim de gente que tá presa e quer
sair.” (Lygia Bojunga)
• “O gato, então, respondeu sabiamente: - Sendo assim, qualquer caminho serve.”
(Lewis Carrol)

Gradação ou clímax: quando temos a intenção de causar um efeito estilístico de


progressão ao nos expressarmos. Chamamos as ideias em progressão ascendente de
clímax e as em gradação anticlímax.

• “Em cada porta um frequentado olheiro,


que a vida do vizinho e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha
para levar à praça e ao terreiro”. (Gregório de Matos)
• “Não já lutando,
mas rendido, enfermo, prostrado, desfalecido, morrendo, morto.” (Pe. Antônio
Vieira)

Apóstrofe: em sintaxe, chamamos de vocativo. É quando queremos chamar, incovar


algo ou alguém.

• “Pra que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração” (Carlos Drummond de
Andrade)
• “Lua lua lua
por um momento
meu canto contigo compactua” (Caetano Veloso)

Litotes: Consiste em dizer uma coisa pela negação de seu contrário. O uso dessa figura
quase sempre vem associado à ironia:

Ele não é nada bobo. (= esperto)

Ela não é nada feia. (= bonita)


❖ Figuras de Palavras
Metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com
base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. Na
metáfora ocorre uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.

“Meu pensamento é um rio subterrâneo”. (Fernando Pessoa)

Metonímia: assim como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja,


uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser utilizada com outro sentido.
Ou seja, é o emprego de um nome por outro em virtude de haver entre eles algum
relacionamento. A metonímia ocorre quando se emprega:

A causa pelo efeito: vivo do meu trabalho (do produto do trabalho = alimento)
O efeito pela causa: aquele poeta bebeu a morte (= veneno)

O instrumento pelo usuário: os microfones corriam no pátio (= repórteres)


Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito,
toma-se outro por empréstimo.

Ele comprou dois dentes de alho para colocar na comida.

O pé da mesa estava quebrado.


Não sente no braço do sofá.

Antonomásia ou perífrase: é a figura que designa uma pessoa por uma característica,
feito ou fato que a tornou notória.

A rainha dos baixinhos. (no lugar de Xuxa)

O homem do baú. (No lugar de Silvio Santos)


Sinestesia: Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes
órgãos sensoriais.

Um doce abraço ele recebeu da irmã. (sensação gustativa e sensação tátil)

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