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Figuras de Linguagem

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Figuras de linguagem

Figuras de linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são


recursos estilísticos utilizados na linguagem oral e escrita que
aumentam a expressividade da mensagem. Existem várias figuras de
linguagem: umas são mais conhecidas; outras, menos conhecidas.
Umas são mais utilizadas na linguagem oral; outras, na linguagem
escrita. Umas são mais usadas na prosa; outras, na poesia.

Conforme o aspecto da linguagem a que se referem (fonológico,


semântico ou sintático), as figuras de linguagem podem ser
classificadas em: figuras de palavra, figuras de construção, figuras de
pensamento e figuras de som.

Figuras de palavras

As figuras de palavras (ou semânticas, ou tropos) dão ênfase ao


aspecto semântico da linguagem. Caracterizam-se principalmente
pela substituição, comparação e associação de palavras, enfatizando
o seu sentido figurado.

Alegoria

A alegoria é conjunto simbólico que visa transmitir uma mensagem


com um segundo sentido, além do sentido literal das palavras.

 “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. [...] Há coros


numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente…”
(Machado de Assis)
 Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas. (provérbio popular)

Leia mais sobre a alegoria.

Perífrase e antonomásia

Na perífrase e na antonomásia ocorre a identificação indireta de um


ser ou objeto através da sua caracterização, que é mais extensa e
simbólica do que a simples utilização do termo correto.
 “Cidade maravilhosa/Cheia de encantos mil/Cidade
maravilhosa/Coração do meu Brasil.” (Rio de Janeiro, por Caetano
Veloso)
 “Leia mais repercussões sobre a morte da Dama de Ferro.”
(Margaret Thatcher, por Globo)

Leia mais sobre perífrase ou antonomásia.

Catacrese

Na catacrese são utilizadas palavras no seu sentido figurado por falta


de outra palavra que corresponda ao conceito que se pretende
nomear. Frequentemente são atribuídas características de seres vivos
a seres inanimados.

 “Dobrando o cotovelo da estrada, [...]” (Graciliano Ramos)


 Você não retirou a pele do tomate?

Leia mais sobre a catacrese.

Comparação ou símile

Na comparação ou símile ocorre, como o nome indica, a comparação


entre elementos que apresentam uma característica em comum. São
utilizados conectivo comparativo (como, feito, tal qual, que nem, igual
a,…).

 “Meu coração tombou na vida/tal qual uma estrela ferida/pela


flecha de um caçador.” (Cecília Meireles)
 “A Via Láctea se desenrolava/Como um jorro de lágrimas
ardentes.” (Olavo Bilac)

Leia mais sobre a comparação ou símile.

Metáfora

Na metáfora ocorre uma comparação entre dois elementos com


características em comum. Essa característica não se encontra,
contudo, salientada, estando a comparação implícita.

 “As mãos que dizem adeus são pássaros que vão morrendo
lentamente.” (Mário Quintana)
 “Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas.” (Clarice
Lispector)
Leia mais sobre a metáfora.

Metonímia

Na metonímia ocorre a substituição de palavras com sentidos


próximos, ou seja, que partilham uma relação de contiguidade ou
proximidade de sentido. Pode haver troca do efeito pela causa, da
parte pelo todo, do autor pela obra, da marca pelo produto,...

 “E o médico veio de Chevrolé” (Oswaldo de Andrade)


 “Trabalhava ao piano, não só Chopin como ainda os estudos
deCzerny.” (Murilo Mendes)

Leia mais sobre a metonímia.

Sinédoque

Na sinédoque ocorre a substituição de um termo por outro com


sentido mais reduzido ou mais amplo, havendo uma substituição
desigual, como o singular pelo plural, a classe pelo indivíduo,...

 O aluno deverá manter o silêncio na biblioteca.


 Quanto mais o Homem constrói, mais o Homem destrói.

Leia mais sobre a sinédoque.

Sinestesia

Na sinestesia ocorre a combinação de diferentes sensações numa só


sensação, ou seja, ocorre a mistura de sensações provenientes de
diferentes sentidos (visão, tato, olfato, paladar e audição).

 “É uma sombra verde, macia e vã.” (Carlos Drummond de


Andrade)
 “Vem da sala de linotipos a doce música mecânica.” (Carlos
Drummond de Andrade)

Leia mais sobre a sinestesia.

Figuras de construção
As figuras de construção (ou de sintaxe, ou de criação) dão ênfase ao
aspecto sintático da linguagem. Caracterizam-se principalmente por
criarem uma mudança na estrutura natural da oração, como inversão,
repetição ou omissão de termos.

Anacoluto

O anacoluto é uma frase partida, ou seja, que apresenta uma quebra


na sua estrutura sintática, sendo concluída de forma alternativa.

 “Eu, porque sou mole, você fica abusando.” (Rubem Braga)


 Crianças, como ter paciência para elas?

Leia mais sobre o anacoluto.

Anáfora

Na anáfora ocorre a repetição de palavras no início de versos, orações


ou períodos.

 “É um caco de vidro, é a vida, é o sol/É a noite, é a morte, é o laço,


é o anzol.” (Tom Jobim)
 “Era uma estrela tão alta!/Era uma estrela tão fria!/Era uma
estrela sozinha/Luzindo no fim do dia.” (Manuel Bandeira)

Leia mais sobre a anáfora.

Anástrofe ou inversão

Na anástrofe ou inversão ocorre uma leve inversão na ordem normal


das palavras numa frase.

 “Passarinho, desisti de ter.” (Rubem Braga)


 “Memória em nós do instinto teu.” (Fernando Pessoa)

Leia mais sobre a anástrofe ou inversão.

Hipérbato

No hipérbato ocorre uma inversão brusca na ordem normal das


palavras numa frase.
 “Mas, como o dele, batia/Dela o coração também.” (Manuel
Bandeira)
 “Não te esqueças daquele amor ardente/que já nos olhos meus tão
puro viste.” (Camões)

Leia mais sobre o hipérbato.

Sínquise

Na sínquise ocorre uma inversão de tal forma violenta na ordem


normal das palavras na frase que leva à desconstrução dessa frase.

 “A grita se alevanta ao Céu, da gente.” (Camões).


 “Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas cabeças pôr
de rosas.” (Camões)

Leia mais sobre a sínquise.

Assíndeto

No assíndeto ocorre a ausência marcada de elementos de ligação


entre palavras e orações, como conectores e conjunções.

 “Luciana, inquieta, subia à janela da cozinha, sondava os


arredores, bradava com desespero, até ouvia duas notas
estridentes, localizava o fugitivo, saía de casa como (…)”
(Graciliano Ramos)
 “A tua raça quer partir,/guerrear, sofrer, vencer, voltar.” (Cecília
Meireles)

Leia mais sobre o assíndeto.

Polissíndeto

No polissíndeto ocorre o uso excessivo e repetitivo de conjunções


entre palavras e orações.

 “Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem
tuge, nem muge.” (Rubem Braga)
 “(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; e
dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
esmagamento das ruínas..." (Euclides da Cunha)

Leia mais sobre o polissíndeto.


Elipse

Na elipse ocorre a omissão de termos da oração. Essa omissão não


prejudica, contudo, a compreensão da mensagem. Pode haver elipse
de sujeito, elipse de verbos, elipse de preposições,...

 “No mar, tanta tormenta e tanto dano.” (Luís de Camões)


 “Tão bom se ela estivesse viva me ver assim.” (Antônio Olavo
Pereira)

Leia mais sobre a elipse.

Zeugma

No zeugma ocorre a omissão de um termo da oração anteriormente


mencionado. Assim, essa omissão não prejudica o entendimento da
oração.

 “O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano/O meu bisavô,


mineiro/Meu tataravô, baiano.” (Chico Buarque)
 “Um deles queria saber dos meus estudos; outro, se trazia coleção
de selos (...)” (José Lins do Rego).

Leia mais sobre o zeugma.

Silepse

Na silepse ocorre uma concordância com termos subentendidos ou


com a ideia que se pretende transmitir, não com as palavras que
compõem a frase. Pode haver silepse de gênero, silepse de número e
silepse de pessoa.

 “Conheci uma criança... mimos e castigos pouco podiam com ele.”


(Almeida Garret)
 “O casal de patos nada disse, (…). Mas espadanaram, ruflaram e
voaram embora.” (Guimarães Rosa)

Leia mais sobre a silepse.

Hipálage
Na hipálage ocorre a atribuição de uma característica de um ser ou
objeto a outro ser ou objeto que se encontra relacionado com ele ou
próximo dele.

 “Fumando um pensativo cigarro.” (Eça de Queirós)


 “O silêncio desaprovador dos meus colegas.” (Camilo Castelo
Branco)

Leia mais sobre a hipálage.

Pleonasmo ou redundância

No pleonasmo ocorre repetição e redundância, havendo um uso


excessivo de palavras na transmissão de uma ideia. Sendo um
pleonasmo literário, a repetição de ideias é intencional, visando
intensificar o valor expressivo das palavras.

 “Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal!”


(Fernando Pessoa)
 “E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Morais)

Leia mais sobre o pleonasmo ou redundância.

Figuras de pensamento

As figuras de pensamento dão ênfase ao aspecto semântico da


linguagem. Caracterizam-se principalmente pela exploração do
sentido das palavras, usando-os para provocar emoções no leitor
através de: suavização de termos, enfatização de termos, junção de
conceitos opostos,…

Antítese

Na antítese ocorre a aproximação de conceitos contrários, sendo


enfatizada essa relação de antagonismo.

 “Tristeza não tem fim,/Felicidade, sim.” (Vinicius de Moraes)


 “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)

Leia mais sobre a antítese.

Apóstrofe
A apóstrofe é o chamamento ou invocação de alguém ou de algo
personificado. Equivale, sintaticamente, ao vocativo.

 “Pai, afasta de mim esse cálice, Pai” (Chico Buarque de Holanda)


 “É, Senhor, o contrário que mais temo!” (Bocage)

Leia mais sobre a apóstrofe.

Eufemismo

No eufemismo ocorre a utilização de palavras agradáveis em


substituição de outras mais chocantes, de forma a suavizar o discurso
e evitar assuntos desagradáveis.

 “Quando a Indesejada das gentes chegar (…)” (Manuel Bandeira)


 “Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia
enfim... Descolorirá”. (Vinicius de Moraes)

Leia mais sobre o eufemismo.

Gradação ou clímax

Na gradação ou clímax ocorre a intensificação ou suavização


progressiva da mensagem através do encadeamento crescente ou
decrescente de ideias.

 “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de
luz, outros ensanguentados.” (Machado de Assis)
 “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro Lobato)

Leia mais sobre a gradação ou clímax.

Hipérbole

Na hipérbole ocorre a intensificação de uma sentimento ou ação, que


se traduz num grande exagero da realidade.

 “Rios te correrão dos olhos, se chorares!.” (Olavo Bilac)


 Já te disse um milhão de vezes para irmos embora.
 Estou morrendo de fome.

Leia mais sobre a hipérbole.


Ironia

Através da ironia transmite-se, de forma intencional, o oposto do que


se pretende realmente transmitir, visando satirizar uma determinada
situação.

 “Moça linda bem tratada,/três séculos de família,/burra como uma


porta: um amor!” (Mário de Andrade)
 “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças.”
(Monteiro Lobato)

Leia mais sobre a ironia.

Paradoxo ou oxímoro

No paradoxo ou oxímoro ocorre a associação de conceitos


contraditórios na representação de uma só ideia, passível de ser real,
mesmo que antagônica.

 “É ferida que dói e não se sente./É um contentamento


descontente.” (Luís de Camões)
 “Sendo a sua liberdade/Era a sua escravidão.” (Vinicius de Moraes)

Leia mais sobre o paradoxo ou oxímoro.

Prosopopeia ou personificação

Na prosopopeia ou personificação ocorre a atribuição de


características, sentimentos e ações humanas a seres inanimados
e/ou irracionais.

 “O cipreste inclina-se em fina reverência/e as margaridas


estremecem, sobressaltadas.” (Cecília Meireles)
 “A água não pára de chorar.” (Manuel Bandeira)

Leia mais sobre a prosopopeia ou personificação.

Figuras de som

As figuras de som (ou de harmonia) dão ênfase ao aspecto fonológico


da linguagem. Caracterizam-se principalmente pela repetição ou
imitação de sons.
Aliteração

Na aliteração ocorre a repetição ritmada e harmônica de sons


consonantais. Aparece, predominantemente, nos fonemas iniciais das
palavras.

 “Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos...” (Eugênio de Castro)


 “Chove chuva, chove sem parar.” (Jorge Bem Jor)
 O rato roeu a roupa do rei de Roma. (Trava-língua popular)

Leia mais sobre a aliteração.

Assonância

Na assonância ocorre a repetição harmônica e regular de sons


vocálicos. Aparece, predominantemente, na sílaba tônica da palavra.

 A pálida lágrima da Flávia.


 “Na messe, que enlourece, estremece a quermesse...” (Eugênio de
Castro)

Leia mais sobre a assonância.

Onomatopeia

Onomatopeias são palavras que reproduzem sons, indicando de


forma escrita os ruídos produzidos pelo ser humano, pelos animais,
por objetos e na natureza.

 O bum da explosão foi ouvido em toda a cidade.


 O ovo caiu da mesa e fez ploft no chão.

Leia mais sobre a onomatopeia.

Paronomásia

Na paranomásia são utilizadas palavras parônimas na realização de


jogos de palavras.

 “Exportar é o que importa.” (Delfim Netto)


 O passarinho pousou e posou, sentindo-se uma águia.

Leia mais sobre a paranomásia.


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