Práticas Psicomotoras
Práticas Psicomotoras
Práticas Psicomotoras
Psicomotoras
Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Prof. Jefferson Campos Lopes
L864p
Lopes, Jefferson Campos
Práticas psicomotoras. / Jefferson Campos Lopes – Indaial:
UNIASSELVI, 2022.
146 p.; il.
ISBN 978-85-515-0509-0
ISBN Digital 978-85-515-0505-2
1. Psicomotricidade. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da
Vinci.
CDD 612.67
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Práticas Psicomotoras! O
movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano. Desde a vida intrauterina,
realizamos movimentos com o nosso corpo, no qual vão se estruturando e sendo
exercidas enormes influências no comportamento.
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo
interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse
as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade
para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 93
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................143
UNIDADE 1 -
PSICOTRICIDADE
E INTERVENÇÕES
PSICOMOTORAS NO BEBÊ
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
PSICOTRICIDADE E INTERVENÇÕES
PSICOMOTORAS NO BEBÊ
1 INTRODUÇÃO
No tempo dos nossos pais ou avós, a vida das crianças era nas calçadas,
nas praças, nos muitos terrenos da cidade, nos sítios e nas fazendas do
interior. As brincadeiras eram simples, porém, muito divertidas. Existiam
brincadeiras de meninos e brincadeiras de meninas. Tinham, também,
as brincadeiras para ambos os sexos. As brincadeiras de meninos
estimulavam competições e atividades físicas, enquanto as brincadeiras
das meninas eram, geralmente, relacionadas à vida doméstica e às
relações afetivas. Essas mesmas brincadeiras fazem parte do patrimônio
lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, formas de pensamento e
aprendizagem. Assim, os jogos e as brincadeiras podem ser capazes de
fornecer, à criança, a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor
do próprio conhecimento, alcançando progressivos graus de autonomia
diante das estimulações do ambiente.
Hoje, vivemos, em novos tempos, a marca da industrialização, belíssimos
na forma, iguais entre si e impostos à criança pelos meios de comunicação
de massa. Tempos de globalização, quebra da singularidade do sujeito.
Assim, a subjetivação da criança se faz em outro cenário. As brincadeiras
de fundo de quintal foram substituídas e reduzidas a um quarto, a uma
tela de televisor, aos computadores, à tecnologia avançada, e, quando
não é reduzida por esses motivos, a liberdade deles é tolhida pela violência
instalada na maioria dos grandes centros urbanos. A relação da criança
não é mais com outra criança, mas com a imagem virtual. Com isso, as
emoções se perdem nesses circuitos eletrônicos, e a criança passa a
ter, como melhores companhias, a máquina e as imagens virtuais. Os
sentimentos e as relações interpessoais se tornaram frios, atualmente.
Basta observarmos, com mais carinho, os sites de relacionamentos,
nos quais os cumprimentos de parabéns, para um amigo que esteja
aniversariando, são feitos por esse veículo tecnológico. Nem um simples
telefonema é realizado. Diante disso, escola e família precisam se dar
conta de que, por meio do lúdico, as crianças têm chances de crescer e
de se adaptar ao mundo coletivo (MACHADO; NUNES, 2011, p. 1).
Podemos observar que, nos dias de hoje, vivemos com certas dificuldades de
experimentar e vivenciar o movimento. Assim, os jogos, os brinquedos, o brincar, as
cirandas, as rodas, as cantigas sempre tiveram um papel muito importante na vida
das crianças, dos adolescentes e dos adultos, e estão presentes na história e nas
construções cultural e social de um povo, desde as mais remotas civilizações.
É necessário ter em mente que o ser humano, através do próprio corpo, desenvolve
o processo educativo, pois, nele, estão armazenadas as características de vida. Clama por
ser concreta, atendendo às necessidades da própria realidade. Essa questão, por sua vez,
deve fomentar o trabalho educativo do professor de Educação Física para além da simples
tarefa da ação motora, com a elevação da prática para uma abordagem educadora.
3
FIGURA 1 – CRIANÇA VITRUVIANA
2 CONCEITOS
É uma ciência que tem, como objetivo, o estudo do homem através do corpo dele
em movimento em relação aos mundos externo e interno e às possibilidades de perceber,
atuar, agir com o outro, com objetos e consigo mesmo. Portanto, é um termo empregado
para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências
vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante da individualidade e da sociabilização.
4
Já Le Boulch (1987) afirma que a finalidade da educação psicomotora não
é a aquisição de habilidades gestuais. Entretanto, o trabalho psicomotor, como
o conhecemos, gera uma melhor aptidão para a aprendizagem, com respeito ao
desenvolvimento da criança.
Diante da evolução do termo, Falcão e Barreto (2009) relatam que ele passou
por uma nova definição, não mais voltada a um plano motor, mas a um corpo em
movimento, deixando de ser tratado como uma reeducação para ser compreendido
como uma terapia psicomotora, com um enfoque “global” do corpo do sujeito.
Autores Definições
Aprofunda-se nos processos do desenvolvimento cognitivo, conside-
rando a adaptação. Para ele, a criança age e se ordena, primeiramente,
Jean Piaget
em função dos fatores biológicos, os quais dão origem e provocam os
primeiros mecanismos que encaminham as interações constitutivas
dos processos psicológicos.
Destaca o papel da emoção no primórdio do desenvolvimento humano
Henry Wallon
e considera que, no desenvolvimento infantil, não se separa o aspecto
cognitivo do afetivo.
Menciona que todas as experiências da criança são vividas corporal-
Pierre Vayer mente. Tais experiências acrescentam valores sociais que o meio dá ao
corpo e a cada parte dele. Esse corpo é investido de significações, de
sentimentos e de valores muito particulares e pessoais.
Cita que a educação psicomotora deve ser considerada uma educação
de base desde o início da escolarização da criança, ou seja, desde
Jean Le
o período pré-escolar. Tal educação permite que a criança tome
Boulch
consciência do próprio corpo, da lateralidade; aprenda a se situar
no espaço, a dominar o próprio tempo; e a adquirir, habilmente, a
coordenação, os gestos e os movimentos.
5
Determina que favorecer um desenvolvimento harmonioso da criança é dar,
Bernard
a ela, as oportunidades de existir, de se tornar uma pessoa única; é oferecer
Aucouturier
condições propícias para se comunicar, se expressar, criar e pensar.
Demonstra que a reeducação psicomotora tem, como objetivo, seguir,
Edouard
em todas as crianças, a organização das funções do sistema nervoso
Guilmain
à medida que acontece a maturação.
Alcança um novo campo conceitual quando passa a olhar, além do
Esteban corpo orgânico e expressivo, para esse corpo receptáculo, olhado,
Levin tocado, falado, marcado e inscrito por outro corpo na linguagem, por
estar inserido em um discurso.
Júlián de Ensina que a criança evolui por meio da própria imagem corporal, fazendo
Ajuriaguerra uma correlação com esse corpo e o objeto, em busca de um equilíbrio.
Dalila M. Preocupa-se com o processo de aquisição da alfabetização e divide a
Costallat atividade psicomotora em funcional e relacional.
Argumenta que o corpo é a essência de todos os aspectos, por meio
André
da atividade motora, com dimensões fisiológica, psicológica, funcional
Lapiérre
e anatômica, sem ignorar o conteúdo psíquico.
FONTE: Adaptado de Alves (2016)
A palavra corpo provém, por um lado, do sânscrito garbhas, que significa embrião,
e, por outro lado, do grego karpós, de fruto, semente, envoltura. Por último, do latim corpus,
em relação ao tecido de membros, à envoltura da alma, ao embrião do espírito (LEVIN, 2003).
A cultura do corpo tem origem nas grandes cidades gregas. O homem grego
sabia dar, a ele, um lugar de eleição, nos estádios ou nos lugares de culto, no mármore
ou nas cores. Para Platão, o primeiro elemento da educação do espírito e do corpo
está em alimentá-lo e mexê-lo a cada momento, e já afirmava haver uma separação
distinta entre corpo e alma, colocando esse corpo, apenas, como lugar de transição da
existência, no mundo, de uma alma imortal.
6
De acordo com Lorenzon (1995), Dupré, influenciado pelos estudos da psicanálise,
formula, em 1906, o termo psicomotricidade, e começa a caminhar nas delimitações
dessa área. Em 1909, esse estudioso começou a chamar atenção dos próprios alunos
no que diz respeito ao desequilíbrio motor, observando que havia uma relação entre as
anomalias psicológicas e as motrizes.
Assim, Wallon (1941-2007) entendeu a motricidade como uma das origens da vida
intelectual. Defendeu o movimento como o caminho para a comunicação do psiquismo
com o corpo, e, assim, caracterizou-o como um dos elementos fundamentais da educação.
7
DICA
Quer saber mais um pouco a respeito da psicomotricidade? Então,
recomendamos a leitura da obra a seguir, um clássico do tema:
8
FIGURA 3 – FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
DICA
Caro acadêmico, para aprofundar os seus conhecimentos a respeito do
desenvolvimento humano, sugerimos a leitura da obra Desenvolvimento
Humano, das autoras Diane E. Papalia e Ruth D. Feldman, 12ª edição, de
2013, que apresentam os aspectos dos desenvolvimentos físico, cognitivo e
psicossocial, de forma didática e ilustrada. As principais novidades da edição
são: seção de como a tecnologia afeta a aprendizagem; nova cobertura que
envolve a neurociência; informações descobertas que abarcam as mães no
mercado de trabalho; cobertura atualizada das amizades, ao ser incluído o
efeito do Facebook; e dados atualizados das teorias do porquê as pessoas
envelhecem, até quando e por quanto tempo a vida pode ser estendida.
9
• Aspecto afetivo-emocional: é o modo particular de cada indivíduo de integrar as
próprias experiências, é o sentir. Exemplo: O medo da criança frente ao comentário
de uma professora a respeito do desempenho dela em uma atividade; a alegria de
receber um presente.
• Aspecto social: É a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem
outras pessoas. Exemplo: Na sala de aula, é fácil observar que algumas crianças
procuram outras para a realização de tarefas, enquanto muitas permanecem sozinhas.
10
assumir novos olhares sobre todos os corpos, e atuar como mediadoras do processo,
não enaltecer tanto crianças com dificuldades, mas valorizar as possibilidades que cada
corpo tem para se expressar.
NOTA
Diferenças entre crescimento, desenvolvimento e maturação.
11
FIGURA 4 – IMPORTÂNCIA DOS ESTÍMULOS MOTORES NA PRIMEIRA INFÃNCIA
Seguem as principais abordagens e as teorias para uma melhor busca para esse tema:
12
FIGURA 5 – ABORDAGENS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
IDADE INDICADOR
Postura-característica do bebê em supino: membros flexionados (hipertonia fisioló-
gica); cabeça oscilante, comumente, mais lateralizada; e mãos fechadas. Os mem-
bros inferiores ficam mais livres, os quais alternam movimentos de flexão e extensão,
porém, com as pernas, geralmente, fletidas sobre o abdômen. O tronco apresenta
uma característica mais hipotônica, com a ausência dos equilíbrios cervical e de tro-
no. Apresenta movimentos amplos, variados e estereotipados, com forte influência
1° mês
de reflexos primitivos. Abre e fecha os braços em resposta ao estímulo, movimento
que pode estar influenciado pelo Reflexo de Moro. Em prono: o peso do corpo se
encontra na cabeça e no tronco superior, em função da elevação da pelve, decorren-
te da flexão de membros inferiores. Isso dificulta a ampla mobilidade dos membros
superiores. Pode levantar a cabeça momentaneamente, e, sempre, lateralizada, sem
o alcance da linha média (ajeita a cabeça para poder respirar).
Em supino: uma postura mais assimétrica, influenciada pela resposta ao Re-
flexo Tônico Cervical Assimétrico (extensão dos membros superior e inferior
do lado para o qual a face está voltada, e flexão dos membros contralaterais).
Acompanha, visualmente, os objetos, ou a face humana, com movimentos de
2° mês
cabeça, geralmente, até a linha média. Prono: mais elevação da cabeça, apro-
ximadamente, 45°, mas não a mantém erguida. Os membros inferiores ficam,
um pouco mais, estendidos, porém, ainda, em flexão. Colocado na posição
sentada, mantém a cabeça elevada intermitentemente.
13
No fim do terceiro mês, espera-se a aquisição do equilíbrio cervical. Supino: melhor
controle cervical. Consegue manter a cabeça na linha média. Acompanha objetos
visualmente, com movimentos de rotação da cabeça para ambos os lados (mais de
180º). Os movimentos dos olhos e da cabeça já são, muitas vezes, simultâneos e co-
3° mês
ordenados. Prono: possibilidade de descarga do peso nos antebraços, com melhora
da estabilidade escapular, ao elevar a parte superior do tronco e a cabeça (em 90°) na
linha média. Puxado para se sentar: apresenta um leve atraso da cabeça. Colocado
na posição sentada: mantém a cabeça erguida, podendo, ainda, ocorrer oscilações.
Movimentos alternados, facilmente, dos membros, entre a extensão e a flexão.
Postura mais simétrica. Une as mãos na linha média, e mantém a cabeça
mais centralizada. Os olhos são mais ativos e a atenção visual contribui para
o aumento da estabilidade da cabeça e garante a correta orientação dela no
espaço. Supino: alcance dos joelhos e rolamento para decúbito lateral, com
uma forte percepção corporal. Ao ouvir ruídos, o bebê para de se mover e
4° mês
vira para a fonte sonora. Prono: apoio das mãos mantido com o cotovelo
estendido. Estende-se contra a gravidade, e deixa, apenas, o abdômen no
apoio. Tendência a cair para os lados, rolando, acidentalmente, para supino.
Inicia-se a reação de Landau. Gosta de ser colocado na posição sentada,
mantendo a cabeça ereta, mas instável quando o tronco oscila. O tronco
permanece menos tempo fletido.
Supino: elevação dos pés à boca e do quadril. Pode se arrastar em supino,
empurrando o corpo para trás (interesse no alcance do objeto). Inicia o rolar
para prono, ainda, sem muita rotação do tronco. Prono: deslocamento lateral
do peso sobre os antebraços, para o alcance dos brinquedos. Rola para
5° mês
supino, tenta “nadar” no chão, é capaz de pivotear (girar sob o próprio eixo) e
de manter os membros superiores estendidos. Puxado para se sentar: eleva a
cabeça do apoio. Colocado na posição sentada: a cabeça não oscila; começa
a se sentar com apoio e mantém o tronco ereto.
A criança, ao fim do sexto mês, já com domínio sobre os movimentos rotacionais. De-
nota-se controle sobre as transferências de decúbito, como rolar. Supino: rolamento
para prono, levantamento da cabeça espontaneamente. Prono: suporte do peso nas
mãos, com a liberação do apoio de uma delas para o alcance de objetos. Apresenta
uma reação de equilíbrio nessa posição, começando em supino. Inicia o arrastar. Pu-
6° mês
xado para se sentar: auxilia no movimento, elevando a cabeça do apoio e tracionan-
do membros superiores. Colocado na posição sentada: é capaz de se manter nessa
postura com apoio, por um longo tempo, ainda, com cifose lombar. Apoia as mãos
na frente do corpo pela reação de proteção para frente. Ainda, não tem total controle
do próprio deslocamento de peso nessa postura, e não apresenta reações laterais.
Nesse período, desenvolvimento adequado das musculaturas do tronco e da pelve,
com uma ótima estabilidade na postura sentada. Com isso, a retificação do tronco
fica mais evidente. Supino: reações de equilíbrio presentes (iniciação na posição
7° mês
sentada) e elevação da cabeça como se fosse sentar. Prono: Cabeça elevada, com
apoio no abdômen e nas mãos, com a possibilidade de giro ou de arrastamento.
Brinca em decúbito lateral. Adquire o equilíbrio do tronco. Senta-se sem apoio.
14
Com o domínio das rotações, experimentação, pelo bebê, de várias posturas
diferentes, como o sentar em anel, o sentar de lado (sidesitting), o sentar com
as pernas estendidas (longsitting) e o sentar entre os calcanhares (sentar-se
8° mês em “w”). Todas essas possibilidades permitem a transferência para a postura de
gatas, ajoelhado e vice-versa. Supino: geralmente, rolamento ou puxamento
para o sentar. Prono: posição quadrúpede (ou de gatas), com transferência de
prono para sentado e vice-versa. Sentado: tem um bom equilíbrio do tronco.
Uma vez na postura de gatas, experimentação, pela criança, das transferências
de peso, com o balance para frente, para trás e para os lados. Com isso,
vai desenvolvendo o equilíbrio e a força muscular para iniciar o engatinhar.
Inicialmente, desenvolve o engatinhar com o tronco em bloco, e, depois, de
9° mês maneira dissociada, ou seja, com movimentos laterais do tronco. Apresenta
uma reação de equilíbrio na posição sentada (inicia quadrúpede), com um
melhor controle do tronco (realiza movimentos de rotação). Engatinha e realiza
transferências de sentado para a posição de gatas e vice-versa. Começa a
assumir a posição de joelhos e fica de pé com apoio.
Transferência, ao fim do 10° mês, pela criança, de sentado para gatas, para
joelhos, semiajoelhado e tracionado para de pé. Engatinha ou se desloca
através da posição “tipo urso”, com apoio nas mãos e nos pés, mantendo
10° mês
joelhos estendidos. Sentado, apresenta uma extensão protetora para trás e
roda em círculos. Inicia a marcha lateral com apoio nos móveis, e é capaz de
caminhar quando segurado pelas mãos.
Desenvolvimento, pela criança, da postura ortostática. A criança realiza a marcha
lateral e já é capaz de liberar o apoio de uma das mãos. Posteriormente, realiza a
11° mês marcha para frente, empurrando um apoio móvel (como cadeira ou banquinho).
O caminhar para frente, ao redor dos móveis, enquanto se apoia com uma mão, é
um precursor natural da marcha para frente, com o auxílio da mão de um adulto.
Oportunidade de elevação da criança. Estende, ativamente, os membros
inferiores e se transfere da posição ortostática para sentado, ao dissociar os
movimentos dos membros inferiores. Inicia o ficar de pé sem apoio, primeiros
passos independentes. Na fase inicial da marcha independente, a criança
assume uma base alargada de apoio nos pés, com a abdução dos braços
12° mês
e a fixação do tronco superior. Apresenta passos curtos e acelerados, com
cadência aumentada, em função do déficit de equilíbrio. A literatura aponta
que a ocorrência da marcha sem apoio, antes dos 12 meses, ou até os 18
meses, pode ser considerada dentro da faixa de normalidade, no caso de uma
criança nascida a termo e sem sinais de comprometimento neurológico.
Ganho gradativo de equilíbrio. Reduz a base de suporte durante a marcha.
12 a 18 Após o 15º mês, a criança mantém o ritmo de aquisições motoras, porém, com
meses foco no refino das habilidades motoras grossas e manipulativas. Sobe e desce
escadas engatinhando, ou apoiada pelas mãos. Ajoelha-se só.
15
Melhora do equilíbrio e desempenho de marcha. Realiza o choque de calcanhar
18 a 24 no início do apoio, diminui a cadência e aumenta a velocidade. Fica sentada
meses sozinha em uma cadeira. Sobe e desce escadas, segurando-se no corrimão.
Começa a saltar sobre os dois pés.
24 a 30 Observação do correr e do bater em uma bola, sem a perda de equilíbrio. Tenta
meses se equilibrar em um só pé.
Desenvolvimento do subir escadas, com a alternação dos movimentos de
30 a 36 membros inferiores. Coloca um pé, de cada vez, no degrau, apenas, para
meses subir. Consegue se manter em pé sobre uma única perna. Salta no mesmo
local com ambos os pés. Anda de triciclo.
FONTE: O autor
16
A cognição se refere a um conjunto de habilidades cerebrais/mentais
necessárias para a obtenção de conhecimento sobre o mundo. Tais habilidades
envolvem pensamento, raciocínio, abstração, linguagem, memória, atenção, criatividade,
capacidade de resolução de problemas, dentre outras funções.
IDADE INDICADOR
Atenta-se à face humana/Reage a sons fortes com sustos e se aquieta
Um mês
ao som da voz humana.
Fixa o olhar na face humana/Mantém a atenção ao ouvir essa voz/ Segue
Dois meses
uma pessoa, ou um objeto, com os olhos, na linha média.
Fixa o olhar em objetos/Sorri a todos que se aproximam sorrindo/
Três meses
Descobre as mãos.
Demonstra excitação quando o cuidador brinca com ela/Descobre os pés/É
Quatro
muito curiosa, observa tudo com muita atenção/Explora os brinquedos,
meses
ocasionalmente, levando-os à boca/Segue, visualmente, o objeto que cai.
17
FIGURA 7 – FASES DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, SEGUNDO PIAGET
18
Relacionar-se com pares da mesma idade cronológica é um excelente
aprendizado de comportamentos pró-sociais. Adquirem-se senso de identidade e
habilidades de liderança, de comunicação, de cooperação e de papéis, além de regras.
É o início do afastamento dos pais, já que o grupo de amigos abre novas perspectivas
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
19
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
20
AUTOATIVIDADE
1 Você aprendeu várias definições do que é a psicomotricidade, assim, explique, com as
suas palavras, o que ela pode ser.
a) ( ) Sensório-motor.
b) ( ) Pré-operatório.
c) ( ) Operatório concreto.
d) ( ) Operatório formal.
21
22
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
REFLEXOS PRIMITIVOS E POSTURAIS DO BEBÊ
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico, a nossa intenção é conduzir você para conhecer
os movimentos que são executados pelos bebês. Para isso, é imprescindível que você
conheça cada ação que poderá ser executada.
23
FIGURA 8 – REFLEXO MORO
Sempre, é desencadeada após uma reação brusca, que pode ser considerada
uma reação defensiva que tende a uma melhor adequação do corpo no espaço, assim
que se altere o equilíbrio em uma posição determinada.
24
membros se estendam, dando, ao eixo do corpo, a disposição de um arco tenso
côncavo para cima. Com isso, quando se flexiona, passivamente, a cabeça, a
criança, imediatamente, flexiona o tronco e os membros (CORIAT, 2001).
25
FIGURA 12 – REFLEXO CORNEANO
26
FIGURA 14 – REFLEXO DE GALANT
27
FIGURA 16 – REFLEXO DE PREENSÃO PALMAR
• Reflexo de marcha: É testado, esse reflexo, ao se segurar o bebê pelas axilas, com
os pés em uma superfície de apoio, inclinando-a para frente. Com o estímulo, o
bebê “anda”, realizando uma flexão alternada dos membros inferiores. Esse reflexo
apresenta uma faixa de normalidade do nascimento até o quarto mês.
28
FIGURA 18 – SUPORTE POSITIVO
FIGURA 19 – RTCS
• Reflexo Tônico Labiríntico (RTL): Pode ser testado na postura prona ou supina.
Com a criança em supino, sobre as mãos do examinador, busca-se observar a
presença do aumento da atividade extensora, fletindo-se os membros superiores
e inferiores e se observando a resistência a esses movimentos e à flexão passiva
29
da cabeça. Na postura supina, analisa-se o aumento da atividade flexora, com a
análise da resistência às extensões da cabeça e dos membros. Caso o reflexo esteja
presente com hipertonia, será, sempre, patológico.
• Reação corpo sobre corpo: Tem início a partir do sexto mês de vida. Essa reação é
testada da mesma forma que a anterior, porém, com o bebê com alguma dissociação
das cinturas escapular e pélvica.
30
• Reação labiríntica e óptica de retificação: São testadas, ambas as reações,
nas posturas prona, supina e decúbito lateral, com a criança suspensa na postura
desejada e com olhos vendados. Na reação labiríntica, a partir do estímulo dos canais
semicirculares, ela busca, com a própria maturação, a verticalização da cabeça. Na
reação óptica, ela é orientada por algum objeto de interesse. Em ambas, a faixa de
normalidade é a partir do primeiro mês, em prono; e, aproximadamente, entre o
quinto e o sexto mês, em supino e decúbito lateral.
• Reação de anfíbio: É testada, essa reação, com a criança na postura prona, ao
se levantar um lado da cintura pélvica. Como resposta, há as flexões do tronco e
do membro inferior do mesmo lado. Essa reação permite o desenvolvimento do
arrastar, além do engatinhar, normal a partir do sexto mês.
• Reações protetoras: São movimentos protetores dos membros na direção da força
que se desloca, como reação a uma súbita força deslocadora ou quando o equilíbrio
não pode mais ser mantido. Pode ser testada nas posturas prona, prona para os
lados, supina e sentada. Na postura prona, o bebê é posicionado com os braços
para frente, ao responder com o apoio das mãos e a elevação da cabeça. A reação
normal é a partir do terceiro mês. Em supino, o normal se torna o sexto mês, com o
posicionamento da criança sobre o rolo e o deslocamento dela para um dos lados.
Como resposta ao estímulo, ela demonstra o apoio do membro superior do lado do
deslocamento e tenta manter a verticalização da cabeça. Com a criança sentada, o
examinador a desloca anterior, posterior e lateralmente. A resposta, normal do sexto
ao nono mês, será, sempre, o apoio dos braços, incluindo as mãos espalmadas, as
quais protegem o corpo e livram a face a partir da verticalização da cabeça.
• Reação de equilíbrio: É testada da mesma forma que a reação anterior. Nessa,
busca-se observar a procura da criança pela verticalização e pelo aumento da base,
através do afastamento. A faixa de normalidade é do sétimo ao décimo oitavo mês
nas posturas prona, supina, sentada, gatas, de joelhos e de pé.
NOTA
Quer saber mais um pouco a respeito de como estimular o cérebro do seu bebê?
Então, recomendamos a leitura da obra a seguir, com várias atividades para desenvolver
facilmente. É repleta de ideias divertidas, direcionadas ao período crítico, que vai d o
nascimento aos 12 meses. Toda brincadeira tem informações da última palavra da
pesquisa cerebral e uma discussão da forma através da qual a atividade em pauta
promove a capacidade do cérebro do bebê.
SILBERG, J. 125 brincadeiras para estimular o cérebro de seu bebê. São Paulo:
Editora Aquariana, 2013.
31
LEITURA
COMPLEMENTAR
Possibilidade de testes a serem realizados sobre reflexos primitivos
32
• estímulo: Contato do dedo do examinador com o sulco metatarso falângico.
• Resposta: Flexão plantar dos artelhos.
33
• estímulo: Própria postura.
• Resposta: Aumento do tônus extensor.
• Resposta: Aumento do tônus flexor.
34
• estereotipias do desenvolvimento normal;
• movimentos parasitas estereotipados;
• comportamentos sociais estereotipados;
• estereotipias em forma de tiques;
• hábito motor, "Blindisms''.
35
um pequeno seja muito dependente dos pais, ele não é, completamente, indefeso.
Chamamos esses movimentos de reflexos primitivos. Dessa forma, temos que
estar atentos a esses movimentos repetidos em situações, os quais podem vir a ser
comportamentos inadequados, os quais ocorrem com frequência, repetidamente e com
pouca variação. Quando esses movimentos são executados pela criança, causam danos
físicos, são denominados de autolesões, ou comportamentos autolesivos.
1. Teste de Gesell
36
3. Teste de Denver
Pode ser aplicado em crianças de zero a 12 meses, pois os criadores não possuem
dados de acompanhamento por um tempo de mais de um ano. O teste é composto por
nove itens de neurocomportamento (capacidade do bebê de se habituar a estímulos
luminosos e sonoros repetidos, movimentos espontâneos do corpo, reação defensiva,
observação de movimentos oculares anormais, orientações auditiva e visual e atenção
aos estímulos visuais e auditivos), 15 itens que avaliam o tônus muscular e seis deles
que verificam os reflexos primitivos e profundos. Durante a aplicação do teste, também,
são acompanhadas as seis categorias do estado comportamental.
O exame deve ser feito no terceiro dia de vida e no fim da primeira semana, em caso
de anormalidades. A faixa etária avaliada é de zero a 12 meses. A avaliação inclui exame do
crânio, avaliação do tônus, reflexos primários e observação da postura e do movimento.
Os marcos do desenvolvimento e as habilidades funcionais não são avaliados. A criança é
classificada como normal, anormal ou suspeita. Por fim, quando a anormalidade é detectada,
pode ser designada como leve, moderada ou grave (SEME-CIGLENNEKI, 2003).
37
8. Test of Infant Motor Performance (TIMP)
38
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os principais tipos de reflexo primitivos são: Moro, tônico cervical, palmar, plantar,
cutâneo plantar, marcha reflexa, sucção, Galant e Landau.
39
AUTOATIVIDADE
1 Comente, com as suas palavras, o que são reflexos.
40
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
INTERVENÇÕES PSICOMOTORAS DE 0 A 3 ANOS
1 INTRODUÇÃO
Para entender melhor a ideia do que é uma intervenção, precisamos saber que
a direção é encontrar, além de atuar sobre a causa “do problema”, procurando, sempre,
manter, essa intervenção, a mais interessante e lúdica possível, de acordo com os
interesses da criança. As causas, para uma “descoordenação motora” que se observa,
podem ser diversas, e, até mesmo, múltiplas.
41
movimentos estereotipados. Formiga, Pedrazzani e Tudela (2010) destacam a importância
do contato físico da criança com o terapeuta e com as pessoas que a circundam, incluindo
brinquedos e brincadeiras, o que proporciona apoio afetivo, segurança e equilíbrio dos quais
necessita para crescer em harmonia com o meio em que vive.
42
FIGURA 23 – ESTÍMULO À EXPLORAÇÃO PARA CONTROLE CERVICAL
43
para frente, também, com suporte, seja empurrando uma cadeira, um banco, ou,
mesmo, um andador infantil. Ao estimular a marcha com o apoio de uma ou de ambas
as mãos do estimulador, é necessário estar atento para não incentivar a extensão dos
ombros da criança (manter os braços para cima), pois essa posição altera a descarga
de peso e, com isso, dificulta a aquisição do equilíbrio de pé, seja estático ou dinâmico.
O melhor ponto de apoio, para a estimulação da marcha, é pelo quadril.
44
• Estimulação da função manual: A estimulação da função manual acontece
associada à quase totalidade de experiências sensório-motoras vivenciadas pelo
bebê no cotidiano.
45
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
46
AUTOATIVIDADE
1 Comente, com as suas palavras, o que é uma intervenção psicomotora.
47
REFERÊNCIAS
AJURIAGUERRA, J. de. Manual de psiquiatria infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1980.
BLUMA, S. et al. The Portage guide to early educational (revised edition). Portage,
Wisconsin: Cooperative Educacional Service Agency 12, 1976.
48
LORENZON, A. M. M. D. Psicomotricidade: teoria e prática. Porto Alegre: Edições EST, 1995.
MACHADO, J. R. M.; NUNES, M. V. S. 245 jogos lúdicos: para brincar como nossos pais
brincavam. Rio de Janeiro: Walk Editora, 2011.
MUSTARD, J. F. Early human development – Equity from the start – Latin America. Rev
Latino Am Cienc Soc Niñez, v. 7, n. 2, p. 639-680, 2009.
49
50
UNIDADE 2 —
INTERVENÇÕES
PSICOMOTORAS NA INFÂNCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
51
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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52
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NA
INFÂNCIA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos dois sistemas muito importantes do corpo e que
estão relacionados à aprendizagem psicomotora: o desenvolvimento e o crescimento
humanos. Isso mesmo, neste tópico, você irá conhecê-los melhor. Não temos a
pretensão de nos aprofundar, mas apresentar aquilo que é importante para você.
53
FIGURA 1 – CRESCIMENTO.
NOTA
Você já parou para pensar que existem outros termos que podem nos confundir? Assim, apresenta-
remos, a seguir, alguns deles, para a sua compreensão:
Controle motor é o estudo dos aspectos neurais, físicos e comportamentais do movimento (SCHMIDT;
LEE, 2005).
Envelhecimento é o processo que ocorre com a passagem de tempo, levando à perda da adapta-
bilidade ou da função total, e, eventualmente, à morte (SPIRDUSO; FRANCIS; MACRAE, 2005).
54
2 CARACTERÍSTICAS DOS DESENVOLVIMENTOS
COGNITIVO, AFETIVO E MOTOR DA CRIANÇA
A cognição faz parte do nosso sistema cerebral. Ela define possibilidades de
como apreendemos, armazenamos e aplicamos conhecimentos. Referimo-nos, à
cognição, como a capacidade de adquirir informações.
2.1 SENSÓRIO-MOTOR
Trata-se da primeira fase do desenvolvimento cognitivo, e corresponde, mais ou
menos, aos dois primeiros anos de vida da criança. Nesse período, o bebê percebe o mundo
pelos órgãos sensoriais. Aquilo que existe, para ele, é o que pode ser visto ou tocado. É por
isso que a criança chora, por exemplo, quando a mãe sai do campo de visão dele.
2.2 PRÉ-OPERATÓRIO
A fase pré-operatória começa com o surgimento da linguagem, logo que a
criança aprende a articular palavras com sentido e a associá-las a pessoas ou a objetos.
Geralmente, dura dos dois aos sete anos.
Nesse período, é normal ter problemas para brincar com coleguinhas, entrar em
conflito com irmãos e querer comprar tudo o que vê.
55
Nesse período, costuma marcar presença a famosa fase dos porquês, pois a
criança busca saber de onde vêm as coisas e como elas funcionam.
Todo ser humano nasce para se movimentar, evoluir e se tornar autónomo como
tal. A aprendizagem motora é contínua e gradual, ganhando competência e controle, ao se
superarem os desafios de um mundo em constante evolução (GALLAHUE; OZMUN, 2005).
57
FIGURA 3 – AMPULHETA DE GALLAHUE
58
do bebê, com o aparecimento sequencial previsível e, a maturação, determinante.
Ainda, os fatores biológicos, ambientais e de tarefa podem influir. Denota-se uma
grande progressão do comportamento motor no sentido de aquisição de padrões que
apresentam, contudo, níveis muito diversificados.
59
desportiva. O estágio de utilização permanente começa por volta dos catorze anos e se
prolonga ao longo da vida. É considerado o culminar do processo de desenvolvimento
motor, uma fase na qual as crianças utilizam todo o reportório motor, adquirido nos
estágios e fases anteriores, nas atividades desportivas que realizam no decorrer da vida.
FIGURA 4 – AFETIVIDADE
60
essa prática afetiva não é, necessariamente, dar carinho, mas, também, dar atenção a
quem o aluno é, ao que o afeta, de forma a auxiliar o aprendizado dele. Na prática, isso
significa, literalmente, prestar atenção na intenção por trás de cada atitude, percebendo
se as práticas estão auxiliando na construção do caminho educativo, com variação em
cada etapa (ALMEIDA, 1999). Essa relação é permeada através de um contrato afetivo,
de forma que o docente, ainda, seja uma figura de autoridade e de referência.
Exemplos de aplicação:
61
• Corpo, gestos e movimentos
Exemplos de aplicação:
• bebês: promover situações que estimulem o contato com outras crianças, animais
e adultos, para que possam observar movimentos corporais; estimular a autonomia,
como usar brinquedos com as próprias mãos e levar a colher à boca;
• crianças bem pequenas: aplicar atividades que ajudem a explicar conceitos, como
velocidade, intensidade, em cima/embaixo, perto/longe etc. e propor brincadeiras
que envolvam subir, escalar, pular e se equilibrar;
• crianças pequenas: brincar de imitar robôs, zumbis e outros personagens
imaginários, para que exercitem a inteligência corporal; frequentar aulas de dança,
mímica, teatro, esportes etc.
Exemplos de aplicação:
62
Exemplos de aplicação:
Exemplos de aplicação:
63
DICA
Quer saber um pouco mais a respeito da BNCC? Então, recomendamos a leitura
do artigo intitulado dele O que são os Campos de Experiência da Educação Infantil,
de Rita Trevisan. Propõe-se uma nova organização curricular e se coloca a criança
como centro do processo educativo: https://bit.ly/37x76ID.
• Fase 1 (do nascimento até a idade de um a dois anos): essa fase é de crescimento
rápido, embora a taxa de crescimento diminua nesse período.
• Fase 2 (por volta dos dois anos até o início da puberdade): nessa fase, ocorre o
crescimento, com aumentos anuais, relativamente, constantes.
64
A maturação se refere às transformações que capacitam o organismo a alçar
novos níveis de funcionamento. Com a maturação, a cada dia que passa, estamos mais
preparados para executar novas tarefas. Assim, direciona-se ao tempo e ao controle
temporal do progresso pelo estado biológico maduro.
65
A maturação sexual se baseia na idade de aparecimento e de evolução das
características sexuais primárias e secundárias. As características sexuais primárias
são aquelas, diretamente, envolvidas com a reprodução, com o desenvolvimento dos
ovários, do útero e da vulva, nas meninas, e dos testículos, da próstata e da produção
de esperma, nos meninos.
66
Os exercícios físicos podem ser definidos como qualquer movimento que
envolve um gasto energético de curta (anaeróbico) ou longa (aeróbico) duração, com
a finalidade de melhoria das capacidades físicas. Os exercícios aeróbicos são aqueles
que utilizam o oxigênio como fonte de energia para as contrações musculares, sendo
de intensidade leve ou moderada. Já os anaeróbicos são aqueles de intensidade mais
elevada, os quais necessitam de um esforço intenso, no entanto, de curta duração,
promovendo a formação do ácido láctico.
Entendemos que as crianças podem e devem fazer exercícios físicos. Essa prática
regular melhora o desenvolvimento dos ossos e dos músculos desde cedo, além de favorecer
a manutenção de um peso saudável ao longo da vida, fortalecer o sistema imunológico e
evitar que elas desenvolvam problemas de saúde decorrentes do sedentarismo.
Até os 6 anos
Quanto mais naturais são os movimentos dos seus filhos nessa fase, melhor. Por essa
razão, vale a pena visitar parques, permitir que as crianças andem de bicicleta (inicialmente,
com rodinhas), deixar que elas brinquem ao ar livre e adaptar os móveis de casa nesse sentido.
O gasto de energia vem das brincadeiras, como pular corda, correr e brincar de pega-pega,
pois as atividades físicas, na infância, adquirem um caráter bem lúdico.
67
Dos 6 aos 12 anos
Uma lesão é definida como uma lesão corporal de nível orgânico, resultante de
uma exposição aguda à energia (mecânica, térmica, elétrica, química ou radiológica)
em quantidades que excedam o limite de tolerância fisiológica. Em alguns casos
(por exemplo, afogamento, estrangulamento, congelamento), o dano resulta de uma
insuficiência de um órgão vital (BAKER, 1984).
Uma lesão ocorre quando o corpo é exposto a uma energia maior do que a
capacidade para absorvê-la. Essa energia pode se encontrar de várias formas, como
mecânica, térmica, elétrica e química.
• A energia térmica está associada à temperatura, alta ou baixa. Ela inclui chamas
abertas, superfícies e líquidos. Fogo e chamas são as causas líderes de lesões
térmicas. Queimaduras são as lesões mais comuns.
68
• A energia química é encontrada nas substâncias químicas, nos estados líquido,
sólido ou gasoso. Estão incluídos medicamentos, produtos de limpeza, cáusticos e
ácidos e metais pesados (como chumbo, pesticidas e outros). A lesão mais comum
é o envenenamento por ingestão de alguma substância química.
69
Assim, o movimento humano pode ser entendido de diversas formas, como um
meio de se locomover para apanhar algum objeto, mas, de forma geral, está relacionado
à qualidade de vida, assim, com poucas limitações, melhor será. Dessa forma, o
movimento é presente em quase todas as atividades humanas, seja em atividades
domésticas, no trabalho, em um treinamento ou no lazer.
FIGURA 11 – CIRCUITO
70
FIGURA 12 – AMARELINHA
FIGURA 14 – EQUILÍBRIO
71
FIGURA 15 – SALTANDO
DICA
Quer saber mais a respeito do desenvolvimento motor em crianças? Então, recomendamos a
leitura da obra que segue, a qual expõe o amplo espectro multidisciplinar que, necessariamente,
permeia o exercício do cuidar de crianças que nascem e se desenvolvem no século XXI.
72
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A divisão das faixas etárias, na educação infantil, é a seguinte: bebês, crianças bem
pequenas e crianças pequenas.
• O exercício físico é uma atividade que, também, aumenta o gasto energético, porém,
com caráter planejado e estruturado, como tempo, distância ou ritmo determinado.
73
AUTOATIVIDADE
1 Comente, com as suas palavras, qual é a diferença entre desenvolvimento e
crescimento.
3 O que se adquire, na fase motora reflexiva, que está dentro da ampulheta de Gallahue?
a) ( ) Decodificação da informação.
b) ( ) Codificação da linguagem.
c) ( ) Codificação motora.
d) ( ) Codificação pedagógica.
74
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
DESENVOLVIMENTO DO MOVIMENTO
FUNDAMENTAL
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento motor é um componente do desenvolvimento geral do
ser humano. É, comumente, definido como as alterações do comportamento motor
através do ciclo da vida.
75
A habilidade motora pode ser entendida como um ato, ou tarefa, e quase todo
ato motor, ou movimento, pode ser considerado uma habilidade. São movimentos que
devem ser aprendidos, a fim de serem executados corretamente.
NOTA
Para entender melhor, devemos nos lembrar das fases dos movimentos
fundamentais, definidos em três estágios: inicial, elementar e maduro.
2 HABILIDADE DE MANIPULAÇÃO
As habilidades de manipulação de objetos são caracterizadas pela força que é
entregue a um dado objeto. Essas habilidades são essenciais para a interação intencional
e controle de objetos do nosso meio (GALLAHUE; DONNELLY, 2008).
76
de manipulação. Esses exercícios de controle facilitam o desenvolvimento a partir da
repetição, ampliando, ou diminuindo, espaços e ritmos.
• Atividades com diferentes tamanhos e formas de bolas: podem ser balões, murchas,
menores do que as oficiais, saquinhos de feijão ou de areia, dentre outras;
• Rolar a bola pelo corpo.
• Controlar a bola com os pés e os joelhos.
• Passar a bola entre as pernas.
• Arremessar a bola para o alto e pegá-la.
• Arremessar uma bola contra uma parede.
• Em duplas, jogar a bola de um para o outro com as duas mãos.
• Em duplas, jogar a bola de um para o outro, alternando as mãos e a altura da jogada.
• O professor, à frente, jogar a bola para o aluno em diferentes alturas e distâncias.
• Jogar a bola para cima, bater palmas e pegar.
• Jogar uma bola de um para o outro em duplas, trios, quartetos.
• Quicar diferentes tamanhos de bola em um determinado espaço.
• Passar uma bola de um para o outro com um dos pés. Primeiramente, com o
dominante, depois, com o outro.
• Praticar o exercício anterior em círculo.
• Passar uma bola de um para o outro com um dos pés. Primeiramente, com o
dominante, depois, com o outro.
• Praticar o exercício anterior em círculo.
• Colocar a música dos Escravos de Jó com materiais.
• Jogar bola ao túnel.
• Entre cones, quicar a bola.
• Entre cones, andar; ir rolando a bola com um dos pés, e, depois, com o outro, sem pressa.
• Com a rede de voleibol entre duas equipes de alunos, jogar a bola de um para o
outro, e aleatoriamente.
• Praticar o mesmo exercício anterior, variando a altura e a força a partir das quais a
bola é jogada.
• Utilizando uma bola grande, atirar com os pés separados, e, depois, juntos, contra a
parede, utilizando a mão direita, ou esquerda, para atirar.
• Utilizando uma bola pequena, ou um saco de areia, jogar para o outro companheiro,
com diferentes posições corporais.
• Desenvolver o atirar com o braço levantado (a mão acima dos ombros), com força,
suave, rápido, no alvo.
• Agarrar, chutar e quicar bolas pequenas e grandes, em diversas posições, com os
lados direito e esquerdo do corpo.
3 HABILIDADE DE LOCOMOÇÃO
Habilidades locomotoras são relacionadas aos movimentos corporais que geram
um movimento geral do corpo através do espaço.
77
São aquelas a partir das quais o corpo é transportado em uma direção vertical
ou horizontal, de um ponto para o outro. Atividades, como andar, correr e saltar, são
consideradas movimentos locomotores fundamentais.
78
FIGURA 18 – SALTANDO OBSTÁCULOS
FONTE: <htttp://www.colegiologosofico.com.br/noticias/48318/turmas-do-infantil-praticam-corrida-com-
-obstaculos-nas-aulas-de-educacao-fisica>. Acesso em: 20 abr. 2021.
4 HABILIDADES DE ESTABILIDADE
As habilidades de estabilização são aquelas que possibilitam, ao indivíduo,
recuperar e manter o equilíbrio, como apoios e rolamentos.
FIGURA 21 – ESTRELINHA
80
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
81
AUTOATIVIDADE
1 Comente, com as suas palavras, a diferença entre desenvolvimento e habilidade
motora.
2 Quais são as habilidades motoras fundamentais? Identifique uma ação para cada
uma delas.
a) ( ) Estabilização e locomoção.
b) ( ) Estabilização e manipulação.
c) ( ) Manipulação e fundamental.
d) ( ) Locomoção e manipulação.
82
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
INTERVENÇÕES PSICOMOTORAS NA INFÂNCIA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos algumas atividades a serem desenvolvidas,
pela criança, no brincar, dentro do contexto dela, pois, através do movimento,
inclui-se a interação do neuromotor e das funções psicológicas, contribuindo para o
desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Dessa forma, podemos, também, verificar
que o treino de força e a resistência são importantes no processo psicomotor. Por fim,
as avaliações são de suma importância em todas as etapas do desenvolvimento infantil.
Pode ser feito por qualquer pessoa, desde que haja o acompanhamento de
um profissional qualificado. Além de melhorar a força, o treino ajuda no equilíbrio, na
coordenação motora, na agilidade etc.
83
FIGURA 22 – TREINAMENTO DE FORÇA
FIGURA 23 – RESISTÊNCIA
84
3 INTERVENÇÕES PSICOMOTORAS NA INFÂNCIA
Apresentaremos algumas atividades de força e de resistência que podem ser
realizadas com crianças e pré-adolescentes, as quais favorecem a intervenção psicomotora.
Para iniciar, é de grande valia que se procure um médico, o qual realiza todos
os exames necessários para que seja considerado apto para essa prática. Em seguida,
um profissional competente, pois um professor que tenha conhecimento da prescrição
correta dos exercícios pode fazer a diferença.
Durante a realização dos exercícios, ele deve estar próximo, ao corrigir, orientar e
dar o devido suporte para a criança. Realizar um aquecimento lúdico, fazer as correções
posturais e aplicar as cargas e as repetições adequadas fazem parte de um treinamento
saudável. Um local adequado, com equipamentos que, realmente, possam ser utilizados
em benefício, também, é de grande valia. A criança que pratica musculação necessita não
só da orientação do professor, a respeito dos benefícios do que ela está fazendo, mas,
também, que os treinos sejam atraentes e cativantes. Para isso, um local alegre, arejado e
limpo contribui para uma evolução melhor. Os equipamentos devem estar em condições
de uso e não oferecer riscos de lesões. Ainda, adequados às estaturas das crianças.
85
FIGURA 24 – CARRINHO DE MÃO
86
FIGURA 27 – TÉCNICA DE ELEVAÇÃO
87
FIGURA 30 – RESISTÊNCIA EM DUPLA
FIGURA 31 – ABDOMINAL
88
LEITURA
COMPLEMENTAR
Avaliações dos estágios de desenvolvimento motor na infância
Uma das melhores formas de avaliar é através da escala motora para crianças
“EDM”, um instrumento singular capaz de analisar o desempenho motor nas seis
diferentes áreas que enfocam os elementos básicos da motricidade humana: motricidade
fina, coordenação global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal.
Rosa Neto (2002) afirma que é uma escala de fácil manejo para o examinador. No
geral, as provas são muito estimulantes, a partir das quais a criança colabora durante o
transcurso do exame, ao estabelecer uma confiança e empatia perante o examinador, o
que proporciona uma forte confiabilidade dos resultados.
89
FIGURA 32 – AVALIAÇÃO MOTORA EDM
DICA
Quer saber mais um pouco a respeito do treinamento de força para crianças? Um método
que pode ser, especialmente, benéfico para elas, é o emprego de exercícios com o peso
corporal. Essas atividades podem desenvolver a aptidão muscular, aumentar a coordenação
e o equilíbrio dos músculos e melhorar o desenvolvimento dos tecidos moles. Assim, o livro
a seguir introduzirá o leitor ao emprego de exercícios com o peso corporal, compatíveis
à idade, com informações valiosas da área de fisiologia do exercício, relacionada ao
desenvolvimento e ao planejamento de um programa.
REA, M. Treinamento de força para crianças. 1. ed. São Paulo: Phorte, 2000.
90
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O treino de força mais adequado, para crianças, parece ser o que utiliza o peso
corporal, visto que, durante a infância, deve-se desenvolver, de maneira geral, e
abrangente, o sistema locomotor, ao ser utilizado o ímpeto natural de movimento.
91
AUTOATIVIDADE
1 Comente, com as suas palavras, a diferença entre os treinos de força e de resistência.
2 Cite duas atividades que podemos fazer, com crianças e adolescentes, de treino de
força.
3 Segundo vários autores, qual é a melhor avaliação psicomotora a ser feita com
crianças e adolescentes?
92
REFERÊNCIAS
AKBARI, H. et al. The effect of traditional games in fundamental motor skill development
in 7–9-year-old boys. Iranian Journal of Pediatrics, v. 19, n. 2, p. 123-129, 2009.
BAKER. The injury fact book. Lexington, MA: Lexington Books, 1984.
EATHER, N. et al. Fundamental movement skills: where do girls fall short? A novel
investigation of object-control skill execution in primary-school aged girls. Preventive
Medicine Reports, v. 11, n. 5, p. 191-195, 2018.
93
HAYWWOD, K. M.; GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. 3. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2004. 344p
RUDD, J. R. et al. Fundamental movement skills are more than run, throw and catch: the
role of stability skills. PLOS ONE, v. 10, n. 10, p. e0140224, 2015.
SCHMIDT, R. A.; LEE, T. D. Motor control and learning: a behavioral emphasis. 3. ed.
Champaign: Human Kinetics, 2005.
SPIRDUSO, W.; FRANCI, K.; MACRAE, P. Physical dimensions of aging. 2. ed. Champaing,
IL: Human Kinetics Inc., 2005.
94
UNIDADE 3 —
INTERVENÇÕES
PSICOMOTORAS NA
ADOLESCÊNCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
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UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NA
ADOLESCÊNCIA
1 INTRODUÇÃO
Ao chegarem na adolescência, os jovens crescem das mais variadas formas,
com os desenvolvimentos do físico, do cognitivo e do pessoal.
97
de duração, no qual ocorrem todas as modificações físicas desse momento de transição,
da infância para a idade adulta. Essas transformações somáticas têm caráter universal,
ou seja, representam um fenômeno comum a todos os indivíduos nessa fase da vida.
98
Em alguns momentos, pode ocorrer o que chamamos de estirão puberal,
o crescimento acerelado em ambos os sexos. O maior incômodo são as dores que
ocorrem, principalmente, nas pernas, atrás dos joelhos e na panturrilha. Podem atingir,
também, os membros superiores.
99
• Indicador sexual secundário: Utiliza os seguintes elementos para a obtenção
de tal classificação: a) pilosidade púbica; b) características genitais, exclusivas do
gênero masculino; e c) características de mamas, exclusivas do gênero feminino
(MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2004; TANNER, 1981).
100
O GH, também, conhecido como somatotropina, ou hormônio somatotrópico, é
o mais abundante, secretado pela adenohipófise (BAUMANN, 1991). Dois genes principais
estão relacionados à síntese do hormônio do crescimento: o gene normal do GH (GH-N, ou
GH-1, Growth Hormone-Normal Gene), expresso na hipófise; e o gene variante do GH (GH-V,
ou GH-2, Growth Hormone-Variant Gene), presente na placenta e detectável na circulação,
somente, durante a gravidez, ou lactação (BAUMANN, 1991; STROBL; THOMAS, 1994).
Os IGFs (IGF-I e IGF-II) podem ser produzidos na maioria dos órgãos e tecidos do
organismo. No ovário, o IGF-I possui origem nas células da granulosa, e tem, como principal
função, estimular o desenvolvimento folicular nas fases pré-antral e antral (ARMSTRONG;
BENOIT, 1996), tendo em vista a grande importância do GH e do IGF-I na fisiologia da reprodução.
101
4 MATURAÇÃO ÓSSEA, MOVIMENTO E EXERCÍCIO
A maturação óssea é a maneira através da qual acompanhamos a maturidade
esquelética, quando as cartilagens de crescimento se transformam em ossos. De maneira
generalizada, acontece, nos meninos, perto dos 16 anos, e, nas meninas, aos 14.
Várias áreas do esqueleto têm sido utilizadas para estimar a maturação esquelética,
como o pé, o tornozelo, o quadril, o cotovelo, a mão, o punho e as vértebras cervicais. As
radiografias da mão e do punho têm sido, frequentemente, utilizadas, devido à grande
quantidade de ossos e de epífises, que sofrem mudanças em diferentes tempos e
velocidades, localizados em uma área não muito extensa (TAVANO; FREITAS; LOPES, 1982).
Para uma correta estimativa do estágio de maturação óssea, uma boa qualidade
radiográfica é imprescindível. Existem inovações tecnológicas que foram desenvolvidas
a fim de melhorar a qualidade da imagem, dentre elas, o uso de imagens digitais.
Elas oferecem vantagens sobre o método tradicional, como a aplicação de uma dose
baixa de radiação ao paciente; a facilidade de arquivamento das imagens; a aplicação
de ferramentas de software, como brilho, contraste e mensuração; e a possibilidade
de transmissão via internet. Todos esses aspectos, associados, têm levado a uma
assimilação dos sistemas digitais.
102
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
103
AUTOATIVIDADE
1 Comente, com as suas palavras, o que é a adolescência.
104
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
MOVIMENTO ESPECIALIZADO
1 INTRODUÇÃO
A partir de agora, quando falarmos de movimentos especializados, estaremos
fazendo uma relação entre os movimentos maduros e refinados e os complexos e
específicos, que podem ser adaptados para as exigências específicas de vários tipos de
atividades presentes no cotidiano.
105
inalterado. Contudo, melhoras significativas na performance, baseadas na competência
física, podem ser observadas de um ano para o outro. À medida que o adolescente
aprimora a força muscular, a resistência, o tempo de reação, a velocidade de movimento,
a coordenação, e assim por diante, podemos esperar melhores escores de performance.
Uma vez identificadas tais condições para cada indivíduo, o ensino se torna
mais uma questão de reduzir o constrangimento (condições limitantes) e maximizar as
affordances (condições aprimoradas) do que, simplesmente, enfatizar, mecanicamente,
a execução “correta” da habilidade.
Com base nos aspectos temporais, o movimento, também, pode ser classificado
como discreto, em série ou contínuo. Um movimento discreto apresenta início e fim
definidos. O arremesso, o salto, o chute e o toque em uma bola são exemplos. Um
movimento em série envolve a performance de um movimento simples e discreto,
repetido diversas vezes, em uma sucessão rápida. O saltito rítmico, o drible do basquete
e a rebatida da bola de futebol americano, ou voleibol, demonstram ser tarefas típicas.
Por fim, um movimento contínuo abrange os movimentos repetidos durante um
determinado tempo. A corrida, a natação e o ciclismo marcam presença.
Quanto aos aspectos ambientais, são considerados tarefas motoras abertas ou fe-
chadas. Uma tarefa motora aberta é aquela realizada em um ambiente no qual as condições,
constantemente, mudam. Essas condições mutáveis exigem que o indivíduo faça ajustes ou
modificações no padrão de movimento, para se adaptar às demandas da situação. Por exemplo,
a criança que participa de um jogo típico de pega-pega, que exige corrida e movimentos súbitos
em diversas direções, nunca, utiliza, exatamente, os mesmos padrões de movimento durante o
jogo. Uma tarefa motora fechada se trata de uma habilidade motora realizada em um ambiente
estável, ou previsível, onde aquele que a executa determina quando iniciará a ação.
106
Por último, o aspecto funcional se relaciona à intenção, sempre, de direcionar
o movimento. O transporte do corpo ganha, justamente, uma funcionalidade, a de ir
até o local desejado.
107
Flexibilidade é a propriedade intrínseca dos tecidos sintéticos que
determinam a amplitude de movimento atingido, sem causar danos em uma ou
mais articulações (CHANDLER; BROWN, 2009). De acordo com Glaner (2003), a
flexibilidade é influenciada por fatores, como nível de atividade física, tipo de
atividade, sexo e idade. Pessoas que mantêm ou melhoram a força e a flexibilidade
estão mais aptas para as atividades diárias, sendo menos passíveis de desenvolver
dor lombar e de apresentar algum tipo de deficiência física, especialmente, com o
avanço da idade (PATE et al., 1995 apud PEZZETTA et al., 2003).
108
De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008), as emoções são expressões de
afeto acompanhadas de reações intensas e breves do organismo, em resposta a um
acontecimento inesperado, ou, às vezes, muito aguardado, fantasiado.
109
FIGURA 3 – RELAÇÃO ENTRE EMOÇÃO, COGNIÇÃO E MOVIMENTO MOTOR
110
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
111
AUTOATIVIDADE
1 Comente, com as suas palavras, o que é uma tarefa aberta.
3 Qual é o componente que faz parte dos elementos da habilidade da aptidão física?
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Agilidade.
b) ( ) Flexibilidade.
c) ( ) Força muscular.
d) ( ) Aptidão cardiorrespiratória.
112
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
INTERVENÇÕES PSICOMOTORAS
1 INTRODUÇÃO
No último tópico, apresentaremos as intervenções psicomotoras na adolescência
quanto ao aprendizado do movimento especializado, às mudanças de aptidão física, ao
comportamento motor e a atividades de realização.
113
A fase especializada do desenvolvimento motor é resultado da fase de
movimentos fundamentais. Na fase especializada, o movimento se torna uma
ferramenta que se aplica a muitas atividades motoras complexas, presentes na vida
diária, na recreação e nos objetivos esportivos. Esse é um período em que as habilidades
estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são, progressivamente,
refinadas, combinadas e elaboradas, para uso, em situações, crescentemente, exigentes.
Os movimentos fundamentais de saltar com um pé só e pular, por exemplo, podem,
agora, ser aplicados em atividades, como pular corda, para o desempenho em danças
folclóricas, no salto triplo na pista, e em competições (GALLAHUE; OZMUN, 2005).
Nessa fase, há três estágios que podem ser desenvolvidos. O acesso a esses
estágios depende de fatores afetivos, cognitivos e neuromusculares, presentes no
indivíduo. Fatores específicos, no movimento e na biologia, assim como as condições
do meio ambiente, estimulam o movimento de um estágio para outro.
• Estágio transitório
Deve-se tomar cuidado para que a criança não restrinja o envolvimento dela com
certas atividades, especializando-se em algumas. Um enfoque restrito das habilidades,
nesse estágio, provavelmente, provoca efeitos indesejáveis nos últimos dois estágios da
fase de movimentos especializados.
114
FIGURA 4 – ESTÁGIO TRANSITÓRIO
• Estágio de aplicação
115
FIGURA 5 – ESTÁGIO DE APLICAÇÃO
116
3 MUDANÇAS NA APTIDÃO FÍSICA NA ADOLESCÊNCIA E
PSICOMOTRICIDADE
A aptidão física é descrita como a capacidade de executar atividades físicas
com energia e vigor, sem excesso de fadiga, e como a demonstração de qualidades e
de capacidades físicas que conduzam ao baixo risco de desenvolvimento de doenças e
incapacidades funcionais.
A aptidão física tem sido descrita de muitas maneiras. Centers for Disease Control
and Prevention (CDC) padronizaram, em 1985, a definição: um conjunto de atributos, ou
de características, que as pessoas possuem, ou adquirem, e que se relaciona com a
capacidade de realizar uma atividade física (ACMS, 2011).
Vale lembrar que já vimos, na unidade anterior, que a aptidão física é composta por
dois conceitos: aptidão geral, estado de saúde e bem-estar; e aptidão específica, tarefas
baseadas na capacidade de atingir aspectos específicos no esporte ou na ocupação.
117
Essa imagem corporal tem sido descrita como a capacidade de representação
mental do próprio corpo, pertinente a cada indivíduo, assim, são envoltos aspectos
relacionados à estrutura (como tamanho, dimensões) e à aparência (forma, aspecto),
dentre vários outros componentes psicológicos e físicos.
4 COMPORTAMENTO MOTOR
Do ponto de vista biológico, o desenvolvimento motor é o resultado da maturação
dos tecidos nervosos, do aumento de tamanho e de complexidade do sistema nervoso
central, além do crescimento dos ossos e dos músculos durante toda a trajetória, que
vai desde o nascimento até o fim da vida.
118
A área de Comportamento Motor (CM) é composta por três campos de investigação:
Aprendizagem Motora (AM), Controle Motor (CM) e Desenvolvimento Motor (DM). Ainda, congre-
ga, atualmente, pesquisadores de diferentes formações e atuações profissionais (TANI, 2005).
Vale lembrar que diferentes autores, como Gallahue e Ozmun (2005) e Haywood e
Getchel (2004), sugeriram fases e estágios de desenvolvimento motor com descrições similares.
Uma dessas propostas foi sugerida por Gallahue e Ozmun (2005). Observe as seguintes fases:
• fase motora reflexa: inicia-se na vida intrauterina e vai até os quatro primeiros meses,
após o nascimento. Essa fase se caracteriza pela presença de movimentos involuntários,
que são a base para o desenvolvimento motor, por meio dos quais ocorrem os primeiros
contatos do indivíduo com o meio ambiente. Por sua vez, os reflexos se subdividem
em primitivos e posturais: os primeiros são responsáveis por determinadas atividades,
como alimentação, reunião de informações e reações defensivas; por outro lado, os
outros servem como mecanismos de estabilização, de locomoção e de manipulação.
• fase dos movimentos rudimentares: vai do nascimento até os dois primeiros
anos de vida. Nessa fase, aparecem os primeiros movimentos voluntários, que,
apesar de imperfeitos e descontrolados, são de suma importância para a aquisição
de mais complexos.
• fase dos movimentos fundamentais: prolonga-se dos dois aos sete anos de
idade. Esses movimentos são consequência dos rudimentares. Nessa fase, as
crianças formam e exploram as próprias capacidades motoras. Assim, os movimentos
fundamentais são básicos para qualquer outra combinação de movimentos.
119
• fase dos movimentos especializados: marca presença dos 7 aos 14 anos.
Nesse período, a criança/adolescente começa a refinar as próprias habilidades
fundamentais e passa a combiná-las para a execução de inúmeras atividades,
sejam cotidianas ou de lazer.
Durante muito tempo, acreditou-se que a lesão cerebral seria permanente, com
pouco reparo e recuperação, o que limita o controle motor, porém, nos dias de hoje, é
possível verificar a influência do processo plástico para a reabilitação desse controle no
indivíduo (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2010).
120
FIGURA 9 – EXEMPLO DE CONTROLE MOTOR
Com isso, desenvolvemos a habilidade motora, uma ação que exige movimentos
voluntários do corpo e/ou dos membros para atingir um objetivo (MAGILL, 2000). Para
Gallahue e Ozmun (2005), é um padrão de movimento fundamental realizado com
precisão, exatidão e controle.
121
Segundo Magill (2000), através do modelo unidimensional, as habilidades
motoras podem ser classificadas como grossas, finas, discretas, seriadas, contínuas,
fechadas ou abertas. Observe:
122
DICA
Leia GO, T. Comportamento motor - Conceitos, estudos e aplicações. 1.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
• No seu tempo livre: antes, ou depois, das atividades na escola, reserve um tempo para
fazer alguma atividade física com os amigos, com a família ou sozinho, aquilo de que você
gosta. Você pode caminhar; correr; empinar pipa; dançar; nadar; pedalar; surfar; jogar
futebol, vôlei, basquete, bocha, tênis, peteca, frescobol; fazer ginástica, ou artes marciais;
ou participar de brincadeiras e jogos, como esconde-esconde, pega-pega, queimada/
baleado/carimba/caçador, pular corda, saltar com elástico, jogar taco/bete etc.
• No seu deslocamento: sempre que possível, faça deslocamentos a pé ou de
bicicleta, de skate, de patins ou de patinete (sem motor), por exemplo. Você pode
fazer esses deslocamentos nas idas e voltas para a escola, para o estágio, para o
mercado, para as casas de amigos, para a Unidade Básica de Saúde e para o polo do
Programa Academia da Saúde. Procure fazer isso com os pais ou responsáveis, ou
com amigos e colegas, para que seja mais seguro e agradável.
• Na escola: ainda, tornar o dia a dia, na escola, mais ativo, também, é uma forma
de atividade física. Participe, ativamente, das aulas de educação física. Se você
tem dificuldade em alguma atividade, converse com o professor para que ele possa
123
ajudar. Se a escola oferece atividades físicas extracurriculares, aquelas oferecidas
no contraturno escolar, antes, ou depois, das aulas, inscreva-se em alguma.
Aproveite o tempo do recreio, ou do intervalo, para brincar com amigos, envolver-se
em atividades que abarquem o movimento.
• Locais especializados: Tipo academias, centros de treinamento, projetos sociais
que desenvolvam quaisquer tipos de esporte, com orientação de um profissional de
educação física.
• Esquema corporal: Está ligado, diretamente, à criança, dessa forma, ela é capaz
de simbolizar o próprio corpo, interiorizar a imagem dele, e, assim, contribuir para
que consiga se diferenciar do mundo que a rodeia. Conforme Fonseca (1995)
complementa, é influenciado pela linguagem e pelas interações sociais, portanto,
não integra, apenas, informações corporais, mas, também, afetos e conceitos.
• Imagem corporal: Para Pfeifer e Anhão (2009), refere-se às percepções, aos
pensamentos e aos sentimentos que englobam o próprio corpo e as experiências,
trazendo essa noção de corpo através das vivências ao longo da vida.
• Tônus: É a atividade postural dos músculos que se fixa nas articulações em
algumas posições determinadas, assim, são solidárias umas com as outras. Em
conjunto, compõem a atitude. Indica o tono muscular, tem um papel fundamental
no desenvolvimento motor, e garante atitudes, postura, mímicas e emoções, das
quais emergem todas as atividades motoras humanas (FONSECA, 1995).
• Organização espaço-temporal: Possui relação com o meio no qual o ser humano
vive. Após a criança aprender a andar, tem as capacidades de adquirir noções de
espaço-tempo e de perceber a distância, as direções e forma de se relacionar com o
meio através do próprio corpo. Outra maneira, também, conhecida, a orientação, ou
percepção espacial, para Gallardo (1997), tem relação com as posições, as texturas,
as formas e os tamanhos de objetos e de coisas do ambiente. Relaciona-se com a
informação da visão, ao fornecer um ponto de referência do ambiente em relação
ao corpo, horizontal ou vertical. Ainda, destacam-se as formas, como quadrado,
redondo; o tamanho, incluindo grande, pequeno etc., com noções de localização.
• Ritmo: É o desenvolvimento espaço-temporal que determina a tipologia rítmica
de cada indivíduo. O corpo, bem situado, é um templo do movimento ritmado,
sem se esquecer, também, de que existem influências da lateralidade sobre essas
perspectivas. O indivíduo se movimenta, age, sente e reage de maneiras diferentes,
e os objetivos se renovam a cada instante, com mudanças dinâmicas, assim, as
reações oriundas dessas mudanças e o recrutamento de várias partes do corpo estão
relacionados à imagem corporal, fazendo com que a autoimagem não se torne estado
ideal ou estática, pelo simples fato de esta ser submetida a mudanças rítmicas.
124
• Coordenação global ou motricidade ampla: É o conjunto de funções unidas
para a representação de atividades globais e mais amplas que se dão por meio de
uma atuação harmônica e econômica do sistema nervoso central dos músculos,
nervos e sentidos, para a execução de um movimento (FONSECA, 1995). A função
da praxia está vinculada às relações culturais, psicológicas, simbólicas, afetivas,
dentre outras, e pode ser dividida em diferentes funções, como: global, que é a
ação de movimentos, sem ter consciência deles; analítica, quando se dão os inícios
da análise e da interpretação dos movimentos pela criança; e sintética, ao conseguir
coordenar um conjunto global de atos.
De acordo Fonseca (1995, s.p.), a praxia global é composta por cinco subfatores:
125
(2012, p. 72) define “a lateralidade como a apreensão das ideias de direita e esquerda,
ao dizer que esse conhecimento deve ser automatizado o mais cedo possível e
enfatizar que a automatização da lateralização é necessária e indispensável”.
A lateralidade é examinada a partir dos órgãos pares, como pés, mãos, olhos
e ouvidos, e por meio de gestos do dia a dia. Não devemos definir a lateralidade como,
apenas, os conhecimentos esquerda e direita, mas, sim, toda a percepção do eixo
corporal (ALVES, 2012).
FIGURA 11 – TIRAR FOTOS PARA ACOMPANHAR O EFEITO DO PRÓPRIO CORPO - ESQUEMA CORPORAL
126
A utilização de fotos, de antes e depois, traz, ao adolescente, uma possibilidade
de visualização do próprio corpo, as quais mostram, assim, a evolução dele. Um meio
muito simples são as famosas selfies, que podem ser tiradas de qualquer celular, ou
máquina fotográfica. Sugerimos, para a prática, fotografar, mesmo que você não esteja
fazendo uma atividade física constante. Marque momentos da sua vida para eternizar
lembranças e transformações.
FIGURA 12 – TIRAR FOTOS DE PESSOAS FAZENDO ATIVIDADE FÍSICA PARA RECONHECER ALGUMA
MUDANÇA CORPORAL - ESQUEMA CORPORAL
127
As selfies são uma forma que, atualmente, a tecnologia concede-nos, para que
possamos acompanhar momentos, locais e situações vivenciados. Sugerimos, para a
prática, realizar esse procedimento de forma alegre, sozinho ou com pessoas ao lado.
Além de ser estimulante você conseguir uma foto com uma grande estrela do
esporte, ou da beleza, tem o objetivo de registrar alguma marca famosa. Sugerimos,
para a prática, também, não só ter registros com pessoas ilustres, mas incluir o seu
professor, por exemplo, e pessoas que estejam fazendo uma atividade física.
128
FIGURA 16 – TREINAMENTO PARA BARRA FÍSICA
A realização do salto em distância traz uma noção da relação entre a corrida e o salto
realizado no movimento. Feito de forma lúdica, serve como uma brincadeira que envolve a
disputa de quem vai mais longe, a ser feita em locais que não precisam de um material específico.
Quando realizado de forma intencional, visa desenvolver o atletismo, que é um dos esportes
mais completos a serem executados na fase da adolescência. As técnicas compreendem a
preparação; o impulso; o deslocamento, ou flutuação; e a queda. Sugerimos, para a prática,
realizar em locais que não causem quedas, as quais possam gerar lesões. Assim, alguns pontos
poderiam ser adaptados, como: uso de colchão; na praia, ou lugar adaptado com areia.
129
FIGURA 18 – REALIZAR MOVIMENTO DE CORTADA - ORGANIZAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Na dança, que é a sucessão de várias formas de ritmos musicais, são emitidos sons
de instrumentos musicais, e realizados movimentos coreografados, ou não. Sugerimos,
para a prática, começar a partir de ações simples, como: ouvir a música que você mais
gosta várias vezes, ver filmagens que retratam como se pode executar o ritmo da música,
chamar um amigo que sabe vários ritmos ou entrar em uma escola específica para tal.
130
FIGURA 20 – TOCAR INSTRUMENTOS MUSICAIS - RITMO
131
FIGURA 22 – JOGO DE REBATIDA - COORDENAÇÃO GLOBAL
132
Sugerimos, para a prática, ser realizado, de forma natural, no início, assim, a pessoa
escolhe o que quer desenhar e como deve ficar o resultado. Ainda, entregar desenhos
prontos para serem pintados, para, depois, passar para desenhos mais complexos e com
um grau de dificuldade maior.
133
A ação de usar um dos lados do corpo se chama dominância, razão pela qual a
lateralidade é uma predisposição, através de mãos, pés e olhos. Pode ser destra (lado
direito), canhota (lado esquerdo) e ambidestra (lados direto e esquerdo).
Sugerimos, para a prática, o uso dos comandos feitos pelas mãos, ou dedos,
os quais desenvolvem a dominância e a lateralidade, seja nos notebooks, nos
computadores ou em um gamepad. Também, conhecido como joypad, é um tipo de
controlador de jogo para videogames, segurado com as duas mãos, normalmente, os
dois polegares, para acionar os botões.
134
FIGURA 27 – PRATICAR SLACKLINE - EQUILÍBRIO
135
O parkour é um jeito diferente de atividade. O percurso envolve se deslocar de um
ponto para o outro, de forma rápida e direta, sem desviar dos obstáculos que aparecerem.
Eles devem ser transpostos com manobras que abarcam saltos, escaladas e nenhum
equipamento, apenas, o próprio corpo. O espaço ideal, para a prática, é a paisagem urbana.
136
LEITURA
COMPLEMENTAR
Crescimento e Desenvolvimento Puberais
Evelyn Eisenstein
Karla Coelho
(Principais)
137
Puberdade
Puberdade feminina
138
ocorre a pubarca, ou adrenarca (surgimento dos pelos pubianos). A menarca (primeira
menstruação), fato marcante da puberdade feminina, ocorre, em média, aos 12 anos e
seis meses, no Brasil, podendo variar de nove a 15 anos. A puberdade feminina envolve
toda uma transformação dos órgãos sexuais. O útero, por exemplo, também cresce,
para aconchegar o feto durante a futura gravidez. A composição dos tecidos sofre uma
mudança profunda, especialmente, com a deposição do tecido adiposo nos quadris
e no abdômen. Alterações no esqueleto, como o alargamento da bacia, completam o
quadro da formação do contorno feminino característico.
Puberdade masculina
Maturação sexual
139
Vários fatores interferem na maturação sexual, alguns endógenos, ou genéticos,
e outros exógenos, ou ambientais, como nível socioeconômico, hábitos alimentares e
grau de atividade física. A resultante dessas influências determina a época de surgimento
da maturação sexual e das variações individuais dela, além das características de uma
determinada população (MARCONDES, 1982).
FONTE: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_adolescente_competencias_habilidades.pdf>.
Acesso em: 24 dez. 2021.
140
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
141
AUTOATIVIDADE
1 Explique, com as suas palavras, o que é o desenvolvimento motor.
3 Qual das alternativas, a seguir, não faz parte dos elementos básicos da
psicomotricidade?
a) ( ) Imagem corporal.
b) ( ) Lateralidade.
c) ( ) Flexibilidade.
d) ( ) Tônus.
142
REFERÊNCIAS
ACSM. American College of Sports Medicine. Manual do ACSM para avaliação da
aptidão física relacionada à saúde. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
ALVES, F. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 5. ed. Rio de Janeiro: Walk, 2012.
BARBANTI, V. J. Aptidão física um convite à saúde. São Paulo: Editora Manole, 1990.
143
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BARRETT, L. F. Handbook of emotions. New York: Guilford, 2008. p. 68-87.
GALLAHUE, D.; OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês,
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GRAVE, K. C.; BROWN, T. Skeletal ossification and the adolescent growth spurt. Am J
Orthod, St. Louis, v. 69, n. 1, p. 611-619, 1976.
144
LEVENSON, R. W. The intrapersonal functions of emotion. Cognition and Emotion, v.
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ROCHE, A.; CHUMLEA, W.; THISSEN, D. Assessing the skeletal maturity of the hand
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SCHERER, K. What are emotions? And how can they be measured? 2005. Disponível
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TAVANO, O.; FREITAS, J. A. S.; LOPES, E. S. Greulich & Pyle e Tanner & Whitehouse:
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146