Psicologia Da Criança e Do Adolescente
Psicologia Da Criança e Do Adolescente
Psicologia Da Criança e Do Adolescente
ESPÍRITO SANTO
SUMÁRIO
1 A PSICOLOGIA NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO E PERCURSO DA
ATUAÇÃO PROFISSIONAL........................................................................................ 2
5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 40
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1 A PSICOLOGIA NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO E PERCURSO
DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Fonte: fintechlab.com.br
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principal estava relacionada com a aplicação da psicologia nos problemas sociais,
como na higiene mental e na psiquiatria forense. Já na Faculdade de Medicina do Rio
de Janeiro, o interesse estava voltado para a relação da psicologia com a
neuropsiquiatria e a neurologia. O saber utilizado na época era caracterizado
essencialmente pela mensuração e classificação de comportamentos, e, através dele,
a psicologia procurava ganhar status de disciplina autônoma (PEREIRA NETO;
PEREIRA, 2003).
O século XIX foi caracterizado pelo processo de aproximação da psicologia
com as ciências naturais. Segundo Pereira Neto e Pereira (2003), o mundo vivenciava
o advento do positivismo, que influenciou diretamente o surgimento de uma psicologia
científica. Segundo os autores, no início do século XX, houve uma modificação no
interesse da sociedade pela psicologia; as descrições generalizadas do
comportamento humano não eram mais o foco das pesquisas; o interesse pelos
desvios e erros individuais passaram a ser centrais nos estudos.
No Brasil, segundo Penna (1992), na metade do século XX, as experiências em
psicologia ultrapassavam as tradicionais aplicações experimentais, configurando um
campo para duas práticas, que posteriormente tornaram-se típicas ao psicólogo: a
testagem psicológica e a psicoterapia. Em 1932, os objetivos do laboratório foram
atingidos e transformou-se no Instituto de Psicologia da Secretaria de Estado de
Educação e Saúde Pública. Ao Instituto caberia realizar pesquisas científicas, ser um
centro de aplicação e uma escola superior de psicologia.
A aproximação da psicologia com a medicina possibilitou condições para o
desenvolvimento de uma psicologia brasileira, porém a medicina buscou apropriar-se
do universo Psi, buscando transformar a psicologia em especialidade médica. Penna
(1992), em uma análise das fontes do Laboratório da Colônia de Psicopatas do
Engenho de Dentro no Rio de Janeiro, concluiu que o psicólogo era visto como
profissional subordinado, exercendo papel complementar ao do médico.
Entre 1890 e 1975, conforme Pessotti (1988), ocorreram vários fatos que
contribuíram para o processo de profissionalização da psicologia no Brasil, uns mais
vinculados à formação profissional e outros ao estabelecimento de limites para o
exercício da atividade no mercado de trabalho. Em termos de formação, o autor afirma
que a década de 1930 aumentou o reconhecimento da importância da ciência
psicológica, uma vez que a disciplina de psicologia se tornou obrigatória em várias
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licenciaturas. Em 1934, foi inaugurada a disciplina de Psicologia Geral na Faculdade
de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP). O conhecimento Psi passou a
adquirir cada vez maior relevância na formação de outros profissionais, distanciando-
se do modelo médico e educacional.
A Portaria 272, de 1946, referente ao Decreto-Lei 9092, institucionalizou pela
primeira vez na história brasileira, a formação profissional do psicólogo. O psicólogo
habilitado legalmente deveria frequentar os três primeiros anos de filosofia, biologia,
fisiologia, antropologia ou estatística e fazer então os cursos especializados de
psicologia. Com a formação dos denominados especialistas em psicologia iniciou-se
oficialmente o exercício dessa profissão (PENNA, 1992).
A psicologia chega ao final da década de 1950 como uma profissão detentora
de uma formação profissional de nível universitário nos dois principais centros
econômicos e políticos do país. Em 1966, foi iniciado o primeiro curso de mestrado e,
em 1974, o de doutorado (PEREIRA NETO; PEREIRA, 2003). Esch e Jacó-Vilela
(2001), em seus estudos, afirmam que o governo de Getúlio Vargas abriu um novo
espaço no mundo do trabalho para a psicologia, enquanto profissão. O
desenvolvimento industrial exigiu uma mão de obra qualificada para a classificação,
seleção e recrutamento de pessoal, visto que se fazia necessário o ajustamento dos
funcionários para o desempenho perfeito de tarefas.
Fonte: www.jornalrepercussao.com.br
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Anos após, em 1962, no dia 27 de agosto de 1962, foi aprovada a Lei nº 4.119,
que regulamentou a profissão de psicólogo e, em 1971, foi realizado o I Encontro
Nacional de Psicologia, em São Paulo.
Penna (1992) relata sobre um encontro que foi um marco, não só por ter sido
um dos primeiros eventos organizados após a regulamentação da profissão, mas
também porque nele estavam presentes diversas associações de psicologia. Na
oportunidade, foi defendida a criação do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que
ocorre em 1971, com a finalidade de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da
profissão de psicólogo.
Após a regulamentação do CFP, em 1975, o primeiro código de ética da
profissão foi aprovado entre os psicólogos, através da Resolução nº 8, de 02 de
fevereiro, do Conselho Federal de Psicologia. Após um ano, o código foi revisto, e em
1977, o Conselho Federal (1976-1979) fixou normas de orientação e fiscalização do
exercício profissional de psicólogo.
Pereira Neto e Pereira (2003) afirmam que a psicologia conseguiu, em meados
dos anos de 1970, todos os requisitos necessários para ser considerada uma
profissão. Para os autores, o ano de 1975 assinala uma transição no processo de
profissionalização da psicologia brasileira. A psicologia passa a ser também uma
profissão regulamentada que se insere num novo momento, caracterizado por novos
dilemas próprios de uma profissão que insiste em garantir seu poder, prestígio,
reconhecimento e autoridade. Nessa mesma época, a psicologia e a psicanálise
entraram no cotidiano das pessoas através de manuais de comportamento, revistas,
programas de TV e livros sobre sexualidade. Deitar no divã significava sinal de status
social, atividade incorporada por muitas pessoas das classes média e alta.
Como visto, a tradição da psicologia no Brasil veio reproduzindo os interesses
das elites do país se construindo como uma ciência e uma profissão para o controle.
Segundo Bock (2004), este fenômeno deu-se devido à concepção de psicologia
“tradicional” que trouxe ideias universalizantes da subjetividade. Para a autora, a
demanda brasileira sempre requereu uma psicologia comprometida com a realidade
social, econômica e cultural de nosso país.
Nessa linha de raciocínio, Martin-Baró (1985) argumenta que o trabalho
profissional do psicólogo deve ser definido em função das circunstâncias concretas
da população, o fazer deve estar atrelado à conscientização, entendendo que a
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psicologia deve oferecer condições às pessoas para superação da identidade
alienada, pessoal e social. O processo de aceitação da conscientização como
horizonte não exige mudanças no campo de trabalho, mas sim da perspectiva teórica
e prática a partir da qual se trabalha. Conforme argumenta o autor, uma boa maneira
de se abordar criticamente o papel do psicólogo consiste em voltar às raízes históricas
da própria psicologia.
Fonte: helioprint.com.br
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da saúde, especificamente da saúde mental, independentemente da área de atuação.
Saúde mental compreendida como o processo de otimização da qualidade de vida
das pessoas, através da consideração dos fatores emocionais que agem contra ou a
favor do seu bem-estar psíquico e da vida como um todo.
Fonte: www.justrealmoms.com.br
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partir da relação que constroem. Essa relação se concretiza de acordo com as
condições objetivas da cultura na qual se inserem. Segundo Bock (2004), vivemos
hoje numa cultura caracterizada pela existência de uma indústria da informação, de
bens culturais, de lazer e de consumo onde a ênfase está no presente, na velocidade,
no cotidiano, no aqui e no agora, e na busca do prazer imediato.
Fonte: www.zigy.net
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3 O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Fonte: www.conselhotutelar.com.br
Fonte: www12.senado.leg.br
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Segundo Silva, Souza e Teixeira (2003), movimentos organizados no Brasil
passaram a exigir do Poder Legislativo um estatuto que estabelecesse formas de
garantir direitos a esta população. As organizações governamentais e não
governamentais redigiram coletivamente, o então Estatuto de Criança e do
Adolescente. Assinado em 1990, foi o primeiro estatuto do mundo a aplicar as normas
da convenção. O documento propõe a doutrina da proteção integral: rompendo com a
visão de menoridade e conduzindo à ideia de criança como cidadã, com os direitos e
deveres, enquanto prioridade das políticas públicas. Essa doutrina não faz
discriminação entre crianças em situação irregular; aplica-se a todas as crianças e
adolescentes. O ECA implanta outras formas de relação do Poder Público com a
comunidade, destacando-se, como canal de organização e participação da sociedade
civil, o denominado Conselho Tutelar. Para Castro (2002), sua construção deu-se a
partir da mobilização popular dos vários segmentos da sociedade.
Castro (2002), a partir do ECA, discute o direito de existir – pensando na vida,
na saúde e na alimentação; o direito ao desenvolvimento pessoal e social – no âmbito
da educação, da cultura, da profissionalização e do lazer; o direito à integridade física
e moral – referindo-se à liberdade, ao respeito, à dignidade, à convivência familiar e
comunitária.
O respeito e a dignidade são elementos centrais na elaboração de um conceito
adequado de liberdade. Sem estes elementos, por onde se começa a reconhecer o
valor de si, e reciprocamente admitir-se o valor do outro, é difícil criar-se o sentimento
verdadeiro de liberdade, aquele ao qual se refere a cidadania, feito de cuidado com o
bem comum. No entanto, as precárias condições de vida de uma grande parcela da
população das metrópoles só recebem atenção quando acontecem catástrofes
maiores em sua vida diária: incêndios, inundações, desabamentos. Nesse momento,
tornam-se especialmente visíveis os sinais de desrespeito e da indignidade, quando
o Estado tolera que seus cidadãos vivam da maneira como vivem os segmentos mais
pobres das camadas populares. Mas é apenas aquele o momento em que seus
problemas merecem a consideração (MELLO, 1999).
No âmbito específico da criança e do adolescente, Silva (SILVA; SOUZA;
TEIXEIRA, 2003) afirma que, concomitantemente a todo o processo de garantia dos
direitos, é necessário que as prerrogativas do ECA, por exemplo, sejam amplamente
divulgadas na sociedade, em suas diversas instituições: nos movimentos populares,
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nos diferentes grupos e corporações sociais, nas universidades e faculdades, na
televisão, nos jornais, entre outras.
Mello (1999), ao explanar sobre o avanço da legislação brasileira em relação à
proteção aos jovens, afirma que há muito trabalho a ser feito para torná-la efetiva e
uma realidade no cotidiano dos brasileiros. Tal distância evidencia-se ao nos
depararmos com a convivência da sociedade com o descaso dos governantes pela
vida dos jovens e com o abuso das autoridades constituídas, violando os direitos mais
elementares que o ECA garante às crianças e aos adolescentes. A mídia, porém,
apenas retrata as representações mais presentes no imaginário da população. Os
fóruns nacionais de discussão dos direitos humanos ainda estão muito longe de
conseguirem tornar efetivas as disposições e protocolos internacionais que o governo
federal firmou nos últimos anos.
Fonte: deputadopaulocamara.com.br
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fechados. O autor sugere um quadro de mudanças verificadas com a aprovação do
ECA, em comparação ao Código de Menores. Há 20 aspectos apresentados pelo
autor, como elaboração da lei, base doutrinária, visão da criança e do adolescente,
concepção político-social implícita, objetivo, efetivação em termos de política social,
princípios da política de atendimento, estrutura da política de atendimento aos diretos
da criança e do adolescente, funcionamento da política, posição do magistrado,
mecanismos de participação, vulnerabilidade econômica, caráter social, em relação à
apreensão, direitos de defesa, infração, internação provisória, internamento, crimes e
infrações cometidas contra crianças e adolescentes e fiscalização da lei.
Como a nova legislação para as crianças e os adolescentes, o ECA imprimiu
no Brasil outro modo de pensar em políticas e ações para esta população, distinto do
Código de Menores. Como visto no início deste trabalho, o psicólogo no Brasil também
vivenciou mudanças em suas concepções e práticas. Nesta condição, cabe refletir
sobre as relações entre a prática do psicólogo em relação ao ECA.
4 CAMPOS DE ATUAÇÃO
4.1 Adoção
Fonte: www.studio.fm.br
A decisão de adotar deve vir com uma grande carga de amor, responsabilidade
e compreensão, pois o processo pode ser longo e complicado. Desse modo,
compreende-se que tanto os adotantes, sejam eles hetero ou homossexuais e os
adotados devem receber acompanhamento de profissionais de áreas relacionadas,
como Psicólogos e Assistentes Sociais, buscando o melhor para ambos.
CONTEXTO HISTÓRICO
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A adoção é o meio mais completo para recriar vínculos afetivos para a criança
privada da família, ao mesmo tempo em que constitui o movimento humano, ao
encontro do outro, um gesto de amor e solidariedade. Entretanto, em nosso contexto
sociocultural, permanece a concepção preconceituosa em relação ao tema da adoção,
comumente visto como um acontecimento que envolve abandono, segredos e
mentiras. (TRINDADE, 2010, p. 339).
Atualmente a prática de adoção possui algumas restrições e o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) garante o cumprimento das mesmas, baseado na Lei
12010/09 que alterou substancialmente esse processo. Dentre essas mudanças
podemos destacar o art. 25, parágrafo único, que dispõe “entende-se por família
extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da
unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade” (TRINDADE,
2010, p. 340).
O ECA trata desse tema dos artigos 39 aos 52. O processo de adoção
regulamentar-se-á no disposto nos artigos 39, 40, 41 e 42. Fica claro aqui as
exigências mínimas para adotar. No artigo 43, pode-se perceber que na nova lei há
um enfoque maior para a vantagem da criança. No que tange ao deferimento da
adoção o artigo 47 discorre bem sobre isso, pontuando que “O vínculo da adoção se
constitui por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado”.
Com relação aos motivos que levam uma pessoa a decidir adotar uma criança
podemos encontrar adoções motivadas pela perda recente de um filho, onde essa
adoção serviria para “aliviar” o sofrimento decorrente dessa ausência. Segundo
Rappold e Hutz (2003), nesses casos, é recomendado adotar crianças do sexo
oposto. E também pode ser observado casos de casais inférteis que creem que ao
adotarem uma criança estarão aumentando a probabilidade de fecundação, pois a
pressão social por não terem um filho ainda dificulta a espera pelo filho biológico,
provocando um alto nível de ansiedade.
Ainda referente aos motivos, temos a adoção por meio de um casal que tem de
pagar uma promessa, também há casais que adotam por medo da velhice solitária,
por não haver ninguém que possa cuidar dos mesmos. Outro ponto seria o de
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solucionar problemas conjugais, como exemplo, a infertilidade de um dos conjugues
e por fim, o de satisfazer o desejo de apenas um dos parceiros (SOUZA; MIRANDA,
2014).
Fonte: domtotal.com
Observa-se que o pai incapaz de gerar filhos congênitos, bem como sua
companheira, apresente maior dificuldade em estabelecer um ambiente
familiar que suporte a exploração das questões relativas à adoção e a
sustentação de uma autoimagem positiva. Desta forma, o baixo envolvimento
com a criação do filho pode ser entendido como uma estratégia de esquiva
frente a questões de identidade pessoal e sexuais mal resolvidas, tanto por
parte do pai, quanto da mãe, que deve renunciar a sua capacidade
reprodutiva ao optar pela adoção. (REPPOLD; HUTZ, 2003, p. 26).
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ADOÇÃO TARDIA
Os adotantes tardios podem, na sua maioria, ser casais com filhos que já
vivenciaram a experiência de criar uma criança, não tendo mais a
necessidade ou disponibilidade de começar com um bebê. Ou pessoas
sozinhas, como os solteiros, divorciados e viúvos que não têm tempo e
condições de cuidar de um recém-nascido, mas querem constituir uma
família.
A FILA DE ESPERA
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem dez passos para
se concretizar a adoção. Desde a petição feita por um defensor público ou advogado
à vara da infância até o juiz proferir a sentença existem diversas etapas. Um destaque
importante é o curso de preparação psicossocial e jurídica com duração de 2 meses.
Após a aprovação o candidato é submetido à avaliação psicossocial, com
visitas domiciliares com a equipe técnica Interprofissional.
Fonte: maisro.com.br
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Esse assunto é destaque, pois é um processo de transição para a
parentalidade, onde os indivíduos ainda não são pais, nem pais em espera, pois não
estamos falando de gravidez. Estar na fila não significa garantia de que conseguirão
adotar uma criança, não sendo ainda, então, um momento de comemoração (WEBER,
2004).
O período de espera tem sido relatado por muitos como difícil e frustrante, e os
psicólogos da equipe técnica podem criar formas de manter os candidatos como
verdadeiros participantes do processo. Esse tempo pode ser muito longo, mas
algumas vezes pode ocorrer ser muito curto, dependendo de muitas variáveis como a
exigência dos candidatos e as crianças disponíveis (WEBER, 2004).
Fonte: www.asdbnoticias.com.br
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A convivência da criança com a sua família de origem é considerada prioritária
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Normas protetivas para a família de origem
da criança foram abundantemente criadas, sobretudo pela chamada “nova Lei da
Adoção” (Lei nº 12.010 de 2009) e pela Lei nº 13.257 de 2016, que trouxeram
alterações significativas ao ECA. A primeira defende prioritariamente a defesa do
direito à convivência familiar, tratando da adoção como medida excepcional. A
segunda, a formulação e implementação de políticas públicas para a primeira infância.
O artigo 19 do ECA, alterado pela Lei nº 13.257 de 2016, deixa explícito esse
entendimento: “É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de
sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência
familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral”. Ainda,
em seu § 3º, determina: “A manutenção ou a reintegração da criança ou adolescente
à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que
será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção (...)”
(Brasil, 1990).
Fonte: https://www.psicologiaviva.com.br/blog/filhos-adotivos/
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do poder familiar, e que pode ter como consequência a perda do poder familiar
(Condie & Condie, 2007).
No estado de Nova Jersey, por exemplo, para a determinação da perda do
poder familiar (termination of parental rights), é necessária a comprovação de, pelo
menos, quatro elementos: 1) os genitores continuam a oferecer riscos à saúde, à
segurança e ao desenvolvimento da criança; 2) os genitores mostram-se incapazes
de oferecer um ambiente seguro e estável à criança; 3) as equipes que atenderam os
genitores fizeram esforços para oferecer serviços que os ajudassem a superar os
motivos que acarretaram a retirada da criança, e o Tribunal considerou alternativas à
perda do poder familiar; 4) a perda do poder familiar não vai causar mais danos que
benefícios à criança (Barone, Weitz, & Witt, 2005).
Fonte: br.depositphotos.com
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privada, em que a família adotiva e a família biológica escolhem-se mutuamente
(Bengoechea, 2016).
Já nos países muçulmanos, a adoção é substituída pela Kafalah, que se trata
de uma forma de acolhimento familiar à criança, sem que esta perca os vínculos com
os genitores. A tradição islâmica não permite a adoção, uma vez que a criança
muçulmana tem o direito inalienável de ligação direta com a linhagem paterna. De
acordo com Oliveira (2009), o alcorão, livro sagrado do islã, refuta a ideia da filiação
sem os laços consanguíneos. Assim, na Kafalah o casal aceita acolher em sua casa
uma criança que não é sua, prestando-lhe a assistência necessária, sem que isso
possibilite que ela se torne filha do casal. O instituto da Kafalah é reconhecido pela
Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (Brasil, 1990b) como
medida de proteção à criança e ao adolescente em situação de risco ou orfandade.
Fonte: oglobo.globo.com
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Para maior conhecimento acerca das pessoas envolvidas nessas ações, o juiz
poderá determinar a realização de estudo, se possível, por equipe interprofissional
(Brasil, 2009; Shine & Strong, 2008). Os estudos técnicos das equipes das Varas da
Infância e da Juventude, das instituições de acolhimento e de programas
governamentais são parte integrante dos processos judiciais de suspensão e perda
do poder familiar e subsidiam a decisão judicial (Brasil, 1990; Fávero, 2007).
A tomada de decisão acerca desses casos deve ser feita de forma cuidadosa,
uma vez que pode haver o rompimento definitivo de vínculos jurídicos e afetivos entre
a criança e os genitores (Barone et al., 2005; Cesca, 2004). Por outro lado, também é
fundamental que a situação seja definida com rapidez, pelo fato de que, no Brasil, a
idade da criança interfere na colocação desta em família substituta. Pais brasileiros
adotantes, em sua grande maioria, desejam crianças de até três anos de idade
(Cadastro Nacional de Adoção, 2014; Weber, 2011).
Em função disso é que os profissionais de saúde mental e da assistência social
são procurados para esclarecer os operadores do Direito com relação às condições
dos genitores para cuidar e atender às necessidades de seus filhos. Psicólogos,
assistentes sociais e psiquiatras podem ser chamados a realizar avaliação sobre a
competência parental dos genitores e o estado emocional das crianças diante das
circunstâncias vivenciadas junto à família de origem (Cesca, 2004; Fávero, 2007).
COMPETÊNCIA PARENTAL
Nos casos de perda do poder familiar, o que se espera dos genitores é um nível
mínimo de competência parental, necessário para cuidar e proteger adequadamente
as crianças em questão (Budd, 2005; Condie & Condie, 2007). O conceito de
competência está relacionado à capacidade das pessoas de gerar e coordenar
respostas flexíveis e adaptativas referentes à cognição, afeto, comunicação e
comportamento, diante das demandas associadas à realização de suas tarefas vitais.
A partir de tal conceito, a competência parental é definida como o conjunto de
capacidades que permitem aos pais lidarem de modo flexível e adaptativo com a tarefa
de criarem filhos, de acordo com as necessidades destes, as quais se modificam ao
longo do seu desenvolvimento (López, Casimiro, Quintana, & Chaves, 2009).
A competência parental está diretamente relacionada à capacidade dos pais de
garantirem o bem-estar dos filhos. Para avaliá-la, investigam-se as potencialidades
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dos responsáveis para atenderem as necessidades das crianças, incluindo o que eles
pensam, fazem e acreditam que possam fazer como cuidadores dos filhos (Grisso,
2003; Rovinski, 2007).
Como necessidades das crianças, inclui-se o atendimento das áreas físico-
biológica, cognitiva, emocional e social. A área das necessidades físico-biológicas diz
respeito aos cuidados com integridade física, alimentação, higiene, sono, atividade
física e proteção frente a riscos reais. As cognitivas englobam a estimulação sensorial,
a exploração e compreensão da realidade física e social e a aquisição de um sistema
de normas e valores. As necessidades emocionais e sociais compreendem segurança
emocional, identidade pessoal e autoestima, rede de relações sociais,
estabelecimento de limites de comportamento e educação (Rivera, Martinez,
Fernández, & Pérez, 2002).
Os genitores envolvidos em processos de perda do poder familiar são
investigados com relação à sua capacidade mínima para cuidarem dos filhos e
atenderem às necessidades destes, e não sobre um padrão ideal de parentalidade
(Budd, 2005). As funções de nutrição, continência, controle, orientação, organização,
noção de limites e contato com a realidade são alguns exemplos de funções básicas
necessárias à competência que os pais devem desempenhar para cuidar
adequadamente dos seus filhos (Maciel & Cruz, 2009b).
Fonte: grani.adv.br
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Não é incomum, entretanto, que essas famílias se encontrem em situações de
risco para o seu desenvolvimento saudável. A definição de risco está relacionada aos
eventos negativos que atuam diretamente sobre o indivíduo ou grupo, aumentando a
probabilidade destes apresentarem patologias e problemas psicossociais. Nesse
sentido, o risco é considerado como um processo e não como um evento estático, ou
seja, poderá desencadear ou não um distúrbio ou uma doença de acordo com sua
severidade, duração, frequência ou intensidade. Os fatores de proteção também
influenciam no impacto dos riscos, reduzindo-os por meio da alteração do
comportamento do indivíduo ou família frente ao fator estressante (Poletto & Koller,
2006; Rutter, 1993).
De acordo com Meyer, McWey, McKendrick, e Henderson (2010), nos casos
de perda do poder familiar, o uso de álcool ou de outras drogas é bastante comum
entre os genitores. O abuso de substâncias está relacionado à maior incidência de
maus tratos contra as crianças, o que pode ter como consequências o seu acolhimento
institucional ou familiar e os processos de suspensão e perda do poder familiar
(Wattenberg, Kelley, & Kim, 2001). Combinado a este fator, geralmente são
encontrados outros fatores de risco, tais como problemas de saúde mental, pobreza,
violência doméstica e encarceramento dos genitores. Ao comparar grupos de
genitores dependentes químicos que tiveram ou não o poder familiar destituído, os
autores encontraram diferenças significativas quando eram somados ao uso de álcool
ou outras drogas os fatores doença mental e encarceramento. Também constataram
que quanto mais fatores estiverem presentes na família em questão, maior a chance
de ocorrer a sentença de perda do poder familiar (Meyer et al., 2010).
Apesar da importância de se conhecer os fatores que podem gerar situações
de violência e cuidados precários às crianças por parte dos pais, não se pode
compreendê-los de forma descontextualizada. A avaliação das competências
parentais em situações de perda do poder familiar deve centrar-se nas características
relacionadas à parentalidade e ao relacionamento entre pais e filhos, e não nas
questões de personalidade e funcionamento cognitivo dos pais. Além disso, a
avaliação deve ser contextualizada e individualizada, não se restringindo ao
diagnóstico clínico, mas apontando a maneira como determinada patologia interfere
no bem-estar da criança, associada ao contexto sociofamiliar em que genitor e criança
se inserem (Melton et al., 2007; Rovinski, 2007). Desta forma, os fatores de risco e de
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proteção devem ser compreendidos no contexto de cada genitor, com suas forças e
carências para atender às necessidades de cada nível de desenvolvimento dos filhos
(Budd, 2005; Condie & Condie, 2007; Pereira & Alarcão, 2011).
Assim, com relação a famílias, López et al. (2009) estruturaram as
competências parentais necessárias para a criação de filhos em contextos de risco.
Tais competências foram organizadas em cinco categorias de habilidades, todas
relacionadas entre si: educativas (valores, lazer, aprendizagem, adequação às
necessidades da criança), atitude parental (como percebem e vivem a sua função
como pais, satisfação com a tarefa, consciência da importância do seu papel na vida
dos filhos), autonomia e busca de apoio social (responsabilização pela vida do filho e
formação da rede de apoio social), vida pessoal (capacidade dos pais para gerenciar
suas próprias vidas e relacionamentos), e organização doméstica (cuidados com a
higiene e saúde de todos os membros da família).
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afetivos entre os membros; contexto socioeconômico e cultural e sua influência na
vida dos filhos; conduta dos pais em relação ao trabalho, convivência comunitária,
participação em atos delitivos; presença de outros adultos significativos (avós, tios,
vizinhos) que possam proporcionar apoio à família em situação de crise; recursos da
comunidade (creches, escolas, centros sociais) disponíveis e/ou utilizados pelo grupo
familiar; receptividade da família para receber ajuda, orientação e cumprir medidas
determinadas pela autoridade judiciária; expectativas da família em relação à(s)
criança(s)/adolescente(s); em caso de suspeita de conflitos psíquicos ou doenças
mentais, avaliar o grau de incapacidade dos genitores para o exercício das funções
parentais, o risco oferecido pelos genitores aos filhos, as potencialidade dos genitores
para a recuperação.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (2007) publicou orientações aos técnicos
que atuam junto à área da Infância e da Juventude. Com relação aos procedimentos
a serem utilizados pelos profissionais nas avaliações dos casos de perda do poder
familiar, destacam-se a entrevista, a visita domiciliar, os contatos com outras equipes
e profissionais que prestaram atendimento à família em questão, técnicas de
observação, técnicas lúdicas e testes (no caso dos psicólogos).
No contexto de proteção à criança nos Estados Unidos, diante da constatação
do pequeno número de informações empíricas e pesquisas sobre as características
das avaliações, Budd, Poindexter, Felix e Naik-Polan (2001) examinaram 190 laudos
de avaliações de profissionais de saúde mental em casos de negligência e violência
contra a criança. Os resultados apontaram inúmeras limitações tanto no conteúdo
como na forma dos laudos avaliados, que não atendem às recomendações da APA
(American Psychological Association, 2013).
Desta forma, Budd (2001) formulou um modelo de avaliação da competência
parental em contextos de risco psicossocial com crianças menores de oito anos.
Conforme esse modelo, a avaliação deve basear-se na forma como as características
pessoais dos pais podem facilitar ou dificultar a relação com os filhos, no atendimento
das necessidades das crianças e na ideia de um padrão mínimo de competência
parental. Com relação ao último item, competência parental mínima, a autora enfatiza
a dificuldade de avaliá-lo, haja vista a ausência de padrões universalmente aceitos
sobre o que seria minimamente suficiente para proteger e garantir o bem-estar de uma
criança.
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No modelo proposto, o grau de adequação dos pais é avaliado com relação às
necessidades da criança nas áreas física, cognitiva, social e emocional. Também
relaciona as características pessoais dos pais nas mesmas áreas à forma como elas
interferem nas práticas de cuidado com a criança. As fases da avaliação propostas no
modelo de Budd (2001; 2005) são: (1) planejamento dos procedimentos a serem
utilizados (estabelecer os objetivos e analisar os documentos anteriores); (2) executar
os procedimentos (entrevista com os genitores, administrar testes ou inventários,
observar a interação entre pais e filhos, entrevistar colaterais, avaliar a criança); (3)
integrar os dados e escrever o documento (revisar e interpretar os dados obtidos
durante a avaliação, responder aos quesitos e objetivos propostos).
Fonte: www.anajure.org.br
36
As medidas socioeducativas orientadas pelo ECA e pelo SINASE não devem
ser entendidas e aplicadas como castigos ou sanções, mas como dotadas de natureza
pedagógica. Essa substituição de paradigma operada pelo ECA, em detrimento do
restrito ensino coercitivo e punitivo aplicado nas FEBEMS, representou uma opção
pela inclusão social do adolescente em conflito com a lei (Conanda, 2006, p. 14). No
entanto, essa inclusão social só pode se dar através da assistência integral à criança
e ao adolescente, especialmente através de políticas públicas que atendam e
garantam os direitos fundamentais previstos no ECA, tais como saúde, educação,
lazer, esporte, cultura, convívio comunitário, entre outros.
Ainda em referência às unidades de aplicação de medidas socioeducativas, o
SINASE propõe parâmetros para seleção das pessoas que trabalharão com os
adolescentes, além de tratar dos parâmetros arquitetônicos e da organização
funcional das unidades socioeducativas, da gestão e do financiamento das obras, do
monitoramento e posterior avaliação das entidades, considerando condições básicas
de salubridade, acessibilidade e conforto.
Fonte: jovempan.uol.com.br
39
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