Projetosem Direitos Humanos
Projetosem Direitos Humanos
Projetosem Direitos Humanos
Brasília – DF
2009
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Anexo I da Resolução CD/FNDE N° 15/2009 - Manual de apresentação de Projetos de Educação em Direitos
Humanos para obtenção de apoio financeiro por meio do FNDE.
Sumário
Introdução...................................................................................................................................3
I. Breve histórico.........................................................................................................................4
II. Marcos normativos.................................................................................................................4
III. Objetivo do apoio financeiro ................................................................................................5
IV. Quem pode apresentar propostas..........................................................................................6
V. Condições a serem observadas na elaboração dos projetos...................................................6
VI. Condições gerais de produção dos materiais no âmbito da Resolução/CD/FNDE nº.
15/2009........................................................................................................................................7
VII. Critérios para distribuição de recursos................................................................................9
VIII. Orientações para a aplicação de recursos.........................................................................10
IX. Enfoque teórico-metodológico e político do Projeto Educação em Direitos Humanos.....10
IX. Orientações sobre procedimentos e documentação............................................................11
X. Contatos para esclarecimentos.............................................................................................11
XI. ANEXOS............................................................................................................................11
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Introdução
A educação é um direito humano fundamental e, como tal, precisa ser garantida a todas
as pessoas. Mais ainda, ela promove outros direitos, promove a constituição de
indivíduos e grupos como sujeitos de sua história, reduz a desigualdade e a pobreza. A
educação é indispensável para o país que busca a construção de uma cultura universal
dos direitos humanos e da paz. Não obstante, para que a educação cumpra plenamente
seu papel neste complexo e necessário processo de transformação cultural, há que se
fomentar ações específicas no campo da Educação em Direitos Humanos.
O Ministério da Educação formula políticas públicas voltadas para a promoção e a defesa
dos direitos humanos a partir da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade, a qual possui uma Coordenação-Geral de Direitos Humanos vinculada à
Diretoria de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania. Estas instâncias seguem a
concepção de Educação em Direitos Humanos definida pelo Plano Nacional de Educação
em Direitos Humanos (PNEDH) de 2006, que se fundamenta nos documentos
internacionais, em particular nas recomendações formuladas no Congresso de Viena
(1993) e as propostas do Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos (PMEDH).
A SECAD tem como principal desafio garantir a efetividade do direito à educação a
TODOS/AS os/as brasileiros, estabelecendo políticas e mecanismos de participação e
controle social que assegurem aos grupos historicamente desfavorecidos condições para
sua emancipação e afirmação cidadã, tal como estabelece a Constituição Federal:
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho”
Constituição de 1988, Cap. III, Seção I, Art. 205.
A SECAD desenvolve ações e atividades sobre educação em direitos humanos
incentivando a participação – por meio da apresentação de projetos - das instituições de
educação superior no âmbito das unidades federadas. Essa iniciativa está de acordo com
as propostas do Programa Mundial de EDH que, entre outras orientações, indica a
descentralização como passo estratégico.
a educação em direitos humanos deve estruturar-se na diversidade cultural e
ambiental, garantindo a cidadania, o acesso ao ensino, permanência e conclusão,
a eqüidade (étnico-racial, religiosa, cultural, territorial, físico-individual,
geracional, de gênero, de orientação sexual, de opção política, de nacionalidade,
dentre outras) e a qualidade da educação; (PNEDH, p. 32)
O PNEDH de 2006 (pág. 26) define, entre outros, os seguintes objetivos das políticas
públicas de Educação em Direitos Humanos:
a) destacar o papel estratégico da educação em direitos humanos, para o
fortalecimento do Estado Democrático de Direito;
b) enfatizar o papel dos direitos humanos na construção de uma sociedade justa,
eqüitativa e democrática;
c) contribuir para a efetivação dos compromissos internacionais e nacionais
com a educação em direitos humanos;
(...)
e) orientar políticas educacionais direcionadas para a construção de uma cultura de
direitos humanos;
(...)
g) incentivar a reflexão, o estudo e a pesquisa voltados para a educação em direitos
humanos;
(...)
i) incentivar o desenvolvimento de ações de educação em direitos humanos pelo
poder público e pela sociedade civil, realizando ações conjuntas;
(...)
l) propor a transversalidade da educação em direitos humanos nas políticas
públicas, estimulando o desenvolvimento institucional e interinstitucional das ações
previstas no PNEDH nos mais diversos setores (educação, saúde, comunicação,
cultura, segurança e justiça, esporte e lazer, dentre outros);
(...)
I. Breve histórico
A orientação das ações no campo da Educação em Direitos Humanos tem utilizado como
referências um conjunto de instrumentos que definem seu campo de atuação e que
devem ser observados na implementação do objeto da presente Resolução.
1. Normativa nacional
Em análise sintética da normativa nacional voltada para a promoção, a proteção e a
defesa dos direitos humanos que respaldam o Projeto, destacam-se:
a)Artigos 227 e 228 da Constituição Federal de 1988;
b)Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) – Lei n°. 9.394/1996);
c)Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº. 8.069/1990;
d)Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos – PNEDH/2006
(http://www.mj.gov.br/sedh/ct/spddh/pnedh.pdf);
e)II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres/2008 (http://200.130.7.5/spmu/
docs/Livro_II_PNPM_completo08.10.08.pdf);
f)Programa Brasil sem Homofobia/2004
(http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMISE047F607PTBRIE.htm);
g)Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas/2008
(http://www.mj.gov.br/data/Pages/MJDB245924ITEMID9565E90F2A934514AC43
45BF9656D05APTBRIE.htm);
h)Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho
Escravo/2003(http://www.mte.gov.br/trab_escravo/7337.pdf).
2. Normativa Internacional
A promoção, a proteção e a defesa dos direitos humanos estão expressas em diversos
documentos em âmbito internacional, dos quais o Brasil é signatário e que traduzem os
compromissos assumidos pelo governo brasileiro. Entre eles, se destacam:
a)Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948);
b)Declaração dos Direitos da Criança (1959) e Convenção sobre os Direitos da
Criança (1989);
c)Pacto Internacional dos Direitos Econômicos e Sociais (1966);
d)Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990);
e)Declaração de Viena (1993);
f)Declaração do México sobre Educação em Direitos Humanos (2001);
g)Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher – Convenção de Belém do Pará (1994);
h)Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e
Formas Correlatas de Intolerância (Durban, 2001).
2. Públicos-alvo
Todos os materiais produzidos no âmbito desta Resolução devem ser estruturados
visando a ação dos(as) profissionais da educação do nível e da modalidade de ensino
selecionados e, ao mesmo tempo, a sua utilização pelos(as) respectivos(as) estudantes.
3. Pré-teste
Para assegurar que o material atenderá aos objetivos propostos e subsidiar a análise
quanto à adequação do material (apresentação, linguagem, grau de complexidade, nível
de compreensão de seu conteúdo etc.), é pré-requisito para a apresentação do material
desenvolvido que seja realizado um pré-teste.
4. Carga Horária
Os projetos deverão prever uma carga horária mínima de 8 horas para o pré-teste do
material didático ou paradidático produzido para profissionais de educação e 8 horas para
estudantes.
5. Articulação com a Secretaria Estadual ou Municipal
Os materiais didáticos e paradidáticos produzidos no âmbito desta Resolução são
dirigidos para a promoção, no contexto escolar, da educação em direitos humanos, tendo
como uma de suas principais referências o Plano Nacional de Educação em Direitos
Humanos.
Portanto, visando assegurar a implementação do projeto, a instituição proponente deve
firmar parceria com a Secretaria de Educação Estadual ou Municipal para o alcance dos
objetivos do projeto, especialmente, em relação à aplicação do pré-teste.
A amostra de profissionais e de estudantes que participarão do pré-teste, deve ser
definida de comum acordo entre a instituição proponente e a(s) Secretaria(s) de
Educação envolvida(s) no projeto.
Quando o projeto prever a produção de material didático em mídia eletrônica, sugere-se
a parceria a Secretaria de Estado da Educação para a utilização dos NETs – Núcleos
Educacionais Tecnológicos, caso necessário.
Os recursos serão distribuídos mediante a análise dos projetos, tomando-se por base –
na análise e seleção - os seguintes critérios:
1. Critérios eliminatórios
a)não estarem adequados às condições estabelecidas no Programa Nacional do
Livro Didático (PNLD), o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio
(PNLEM) e o Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE;
b)não apresentarem adequação aos princípios formulados nos marcos normativos
nacionais indicados no item I, número 1;
c)não atenderem aos procedimentos estipulados no presente instrumento para o
encaminhamento da documentação requerida (ver detalhamento no item IX);
d)não atenderem aos perfis dos(as) profissionais e estudantes previstos no item
IV, 3.1 do presente Manual;
e)não previsão do pré-teste do material produzido com os/as profissionais de
educação e estudantes;
2. Critérios de mérito
a)a adequação teórica e metodológica (princípios teóricos, conceitos e
metodologias pertinentes e coerentes);
b)a clareza na exposição de: justificativa (contextualização da situação-problema
e relevância do projeto), objetivos e metas, métodos, cronograma, pré-teste;
c)a exeqüibilidade das metas (adequação entre metas, métodos e cronograma);
d)a adequação dos recursos humanos e materiais disponíveis pela instituição
proponente às necessidades do projeto;
2. Despesas de Capital
O Ministério da Educação não aprovará a realização de despesas de capital (aquisição de
material permanente, construção ou reforma) para o desenvolvimento das atividades
propostas.
Os recursos do Concedente serão aplicados exclusivamente em despesas de custeio.
1. Dimensão conceitual
Como estabelece o PNEDH (p. 25), a educação em direitos humanos é compreendida
como um processo sistemático e multidimensional que orienta a formação do sujeito de
direitos, articulando os seguintes aspectos:
a)apreensão de conhecimentos historicamente construídos sobre direitos humanos e
a sua relação com os contextos internacional, nacional e local;
b)afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos
direitos humanos em todos os espaços da sociedade;
c)formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer presente em níveis
cognitivo, social, ético e político;
d)desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de construção
coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados;
e)fortalecimento de práticas individuais e sociais que gerem ações e instrumentos em
favor da promoção, da proteção e da defesa dos direitos humanos, bem como da
reparação das violações.
Dúvidas com relação à presente Resolução podem ser encaminhadas para o seguinte
endereço eletrônico: educacaodh@mec.gov.br ou por meio dos telefones (61) 2104-9468
e (61) 2104-8490.
XI. ANEXOS