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Bíblia de Biologia Da 9 Classe

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REPÚBLICA DE ANGOLA

AMNISTRAÇÃO MUNICIPAL DE MBANZA KONGO


DIRECÇÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

Discente:________________________________________________

Autor: __________________________________
António Raúl Bernardo ‘’Químiquinho’’
Técnico Superior em Ciências da Educação, opção
Ensino de Química.

MBANZA KONGO, SETEMBRO DE 2023


ÍNDICE

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1
Tema 1: A CÉLULA COMO UNIDADE ESTRUTURAL E FUNCIONAL DOS SERES VIVOS
......................................................................................................................................................... 2
1.1. Microscópio óptico e o estudo da célula .......................................................................... 2
1.1.1. Conceito do microscópio ........................................................................................... 2
1.1.2. A invenção do Microscópio óptico ........................................................................... 2
1.1.3. Teoria Celular ............................................................................................................ 3
1.1.4. Constituição do microscópio e funções das partes do microscópio .......................... 4
1.1.5. Características das imagens dadas pelo microscópio óptico ..................................... 6
1.1.6. Técnicas citológicas para o microscópio óptico ........................................................ 7
1.2. A célula como unidade estrutural e funcional dos seres vivos ......................................... 8
1.2.1. A célula procariota e eucariótica ............................................................................... 8
1.2.2. Estudo das células procariotas................................................................................... 9
1.2.3. Estudo da célula eucariótica ou eucariota. Animal e vegetal. ................................... 9
1.2.4. Aspectos comparativos da célula procariótica e da célula eucariótica .................... 12
1.2.5. Comparação estrutural da célula animal e a célula vegetal ..................................... 13
1.3. Seres unicelulares e seres pluricelulares ......................................................................... 15
1.3.1. Os seres eucarióticas unicelulares ........................................................................... 15
1.3.2. Seres eucarióticas pluricelulares ............................................................................. 15
1.4. O metabolismo celular .................................................................................................... 16
1.4.1. Definição ................................................................................................................. 16
1.4.2. Importância.............................................................................................................. 16
1.4.3. Captação de energia pelos seres vivos .................................................................... 17
1.4.4. Produção da energia metabólica .............................................................................. 17
Tema 2: ORGANIZAÇÃO DAS PLANTAS ............................................................................... 19
2.1. Organização estrutural das plantas ................................................................................. 19
2.1.1. Definição ................................................................................................................. 19
2.1.2. Classificação das plantas superiores ....................................................................... 19
2.2. Estrutura e função dos tecidos de formação de meristemas ........................................... 19
2.2.1. Conceito de tecido vegetal ...................................................................................... 19
2.2.2. Estrutura dos tecidos das plantas angiospérmicas ................................................... 20
2.3. Estrutura e função dos órgãos vegetais........................................................................... 23
2.3.1. A raiz ....................................................................................................................... 23
2.3.2. O caule..................................................................................................................... 24
2.3.3. A folha ..................................................................................................................... 24
2.4. Mecanismo da fotossíntese ............................................................................................. 25
2.5. Pigmentos fotossintéticos e a sua localização. ............................................................... 26
Tema 3: ORGANIZAÇÃO DOS ANIMAIS ................................................................................ 27
3.1. Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos animais. ........................................... 27
3.1.1. Tecidos epiteliais ..................................................................................................... 28
3.1.2. Tecidos conjuntivos................................................................................................. 29
3.1.3. Tecido sanguíneo..................................................................................................... 32
3.1.4. Tecidos musculares ................................................................................................. 33
3.2. Estrutura e função do sistema de órgãos dos vertebrados .............................................. 34
3.2.1. Sistema digestório ou digestivo............................................................................... 35
3.2.2. Sistema respiratório. ................................................................................................ 36
3.2.3. Sistema circulatório. ................................................................................................ 36
3.2.4. Sistema linfático ...................................................................................................... 37
3.2.5. Sistema excretor ...................................................................................................... 37
3.2.6. Sistema Endócrino................................................................................................... 38
3.2.7. Sistema nervoso....................................................................................................... 39
3.2.8. Sistema reprodutor .................................................................................................. 44
BIBLIOGRAFIAS ........................................................................................................................ 49
INTRODUÇÃO

O homem paleolítico conhecia toda soma variada de animais (fauna) habituada do clima frio.

Tudo isto mostrava que desde os tempos passados o homem se interessava pelo mundo vegetal e
animal que lhes rodeava. Cada uma destas actividades fornecia-lhes conhecimentos de orada
uma destas actividades fornecia-lhes conhecimentos de ordem biológica fundamentados na
observação.

Porém, o homem primitivo fazia biologia sem saber; com o avanço científico permitiu conhecer
os seus ramos a sua definição e as suas ciências auxiliares.

1. Definição

A Biologia é a ciência que estuda os seres vivos no seu modo de vida e as suas estruturas e
funções.

Esta palavra provém do grego:

Bio: que significa Vida

Logia (Logos) que significa Estudo ou Ciência

2. Ramos da Biologia

A Biologia tem vários ramos, alguns deles são:

 Citologia: estudo das células;


 Anatomia: estudo do corpo humano;
 Genética: estudo da hereditariedade;
 Botânica: estudo das plantas;
 Zoologia: estudo dos animais;
 Histologia: estudo dos tecidos;
 Embriologia: estudo do embrião; etc.

3. Ciências auxiliares da Biologia

As ciências auxiliares da Biologia são:

 Química
 Física
 Biofísica
 Geografia
 Matemática
 Paleontologia
 Antropologia, etc.

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Tema 1: A CÉLULA COMO UNIDADE ESTRUTURAL E FUNCIONAL DOS SERES VIVOS

1.1. Microscópio óptico e o estudo da célula

1.1.1. Conceito do microscópio

a) A célula: é a unidade básica, estrutural e funcional dos seres vivos. Caracteriza-se por
possuir uma estrutura e organização própria.
b) O microcópio: é um instrumento óptico com capacidade de ampliar as imagens de
objectos muito pequenos.

O microscópio pode ser Simples ou Composto.

 O microscópio simples: é constituído por uma única lente.


 O microscópio composto: é constituído por duas ou mais lentes.

1.1.2. A invenção do Microscópio óptico

A observação e a descoberta das características externas e internas nos seres vivos foi uma
dedicação de muitos cientistas desde antiguidade afim de poder classificá-los.

Apenas no século XVII fez-se o aperfeiçoamento dos lentes e microscópios também passavam
das observações macroscópicas (olho nú) às observações microscópicas (com microscópio).

Foi um processo que envolveu a colaboração de muitos investigadores e defensores de vários


processos tecnológico.

Em 1300, descobriu-se um tipo de lente específica em aumentar o tamanho das imagens dos
corpos. A partir daí, essas lentes foram usadas para melhorar a visão.
No fim do século XVI, Galileu descobriu quase duas lentes num tubo, obteria um aparelho que,
olhando por uma das extremidades permitia a visualização pormenorizada de objectos distantes.
Este aparelho constitui o primeiro telescópio, que permitia olhar objectos pequenos invisíveis ao
olho nu.

Telescópio: um aparelho óptico que serve para observar a grande distância.

Antoine Van Leeuwenhoek (1632 – 1723) era um comerciante de tecidos Holandeses o seu
passatempo era polir lentes e construir microscópio, estes eram apenas para variar qualidade dos
tecidos.

A sua curiosidade levou-o a construir o microscópio com capacidade de ampliar na ordem de 40


a 270 vezes que usou a observação de bactérias e protozoários numa gota de água.

Marcelo Malpighi (1628 – 1694) foi um Médico anatomista e biólogo italiano. Realizou uma
série de estudos sobre a anatomia microscópica dos animais e das plantas descobrindo a camada
mais interna da pele, as papilas da língua e os glóbulos vermelhos de sangue.

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Robert Hooke (1635 – 1703) um dos maiores cientistas ingleses do século XVII. Estudou a
estrutura das penas das aves, das patas de moscas e da cortiça. E toda perfurada e porosa,
assimilando-se muito um favo de bel.

Em 1665, Hooke descreveu as suas observações sobre a cortiça nos seguintes termos:

‘’Pude perceber, com extraordinária clareza, que a cortoça é toda perfurada e porosa,
assemelhando-se muito a um favo de mel… Além disso, esses poros, ou células, não eram muito
fundos e sim constituídos por um grande número de pequenas caixas’’…

Hooke utilizou, na anterior descrição, o termo „‟Célula‟‟ (pequena cela) para designar as
pequenas cavidades que observou na cortiça. No entanto, analisando cortes de partes de plantas
vivas, chegou à conclusão de que, em alguns casos, as células se encontram preenchidas por um
líquido. Depois destas primeiras descobertas, os estudos microscópicos progrediram muito
pouco.

Em 1830, começou-se a produzir lentes de melhor qualidade, capazes de fornecer melhores


imagens.

Dutrochet, depois de comparar sistematicamente tecidos animais e vegetais, concluiu que a


célula é a unidade de constituição de todos os organismos vivos. Esta teoria teve dificuldade em
impor-se, já que implicava uma modificação da concepção básica dos organismos.

Em 1833, Robert Brown encontrou em células de orquídeas uma formação densa e globosa, que
denominou núcleo. Ele admitiu que estes núcleos se encontravam nas células de outras plantas.

Exercícios

1. Qual é a diferença que existe entre observações macroscópicas e observações


microscópicas?
2. Para que servem as lentes?
3. Define o microscópio.
4. Como se chama o cientista que descobriu os glóbulos vermelhos?
5. Quem descobriu o telescópio?
6. Quem fez o estudo das plantas e das moscas?

1.1.3. Teoria Celular

Em 1838, botânico alemão Matthias Jakob Schleiden estabeleceu a seguinte generalização:

As plantas inferiores são todas constituídas por uma única célula, enquanto as superiores são
constituídas por muitas células.

No ano seguinte, 1839, o fisiologista Theodor Schwann entendeu a generalização anterior para
os animais que eram constituídos por partículas elementares, idênticas às células das plantas.

O Schleiden e Schwann marcaram um dos momentos mais significativos na história da


Biologia, isto é, elaboraram a teoria celular.
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Esta teoria veio desenvolver áreas diferentes a genética e a embriologia.

A genética é um ramo da Biologia que estuda as condições de transmissões hereditárias.

A embriologia é um ramo da Biologia que estuda a formação e o desenvolvimento do embrião.

Nos anos 1958, o Rudolf Virchow declarou que a célula não só é a unidade estrutural dos seres
vivos, mas também a sua unidade fisiológica, onde ocorrem um conjunto de reacções químicas.

Fisiologia é o estudo de diferentes órgãos dos seres vivos.

O Rudolf acrescentou ainda o seguinte princípio: toda célula tem origem em outra célula
preexistente. Este principio veio inaugurar uma nova época na história da Citologia.

Em suma, a teoria celular é composta, portanto, pelas ideias de Schwann, Schleiden e Virchow e
baseia-se em três ideias básicas:

1. Todos os organismos vivos são formados por uma ou mais células e pelas estruturas por
elas produzidas;
2. As células são consideradas unidades morfológicas e funcionais de todas as formas de
vida;
3. Todas as células originam-se de outra célula preexistente, ou seja, todas as células
apresentam capacidade de divisão.

A citologia é a ciência que estuda as células.


A botânica é a ciência que estuda as plantas.

Recentemente, a teoria celular foi acrescentada segundo a qual todas as células contém matéria
hereditária, através do qual as características passam de uma célula-mãe para célula-filha.

Zoologia é uma ciência que estuda os animais.

1.1.4. Constituição do microscópio e funções das partes do microscópio

O microscópio é um instrumento de ampliação composto por duas partes:


 A parte óptica e
 A parte mecânica

Constituição da parte óptica do microscópio

Esta parte é constituída por sistema de iluminação e sistema de ampliação.

1. Sistema de iluminação

É composto de lâmpada, espelho, condensador e diafragma.

a) Lâmpada: as fontes luminosas indirectas mais utilizadas são a luz do sol e uma
lâmpada eléctrica.

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b) Espelho: é nos casos em que a fonte luminosa é indirecta. Tem a função de reflectir para
a preparação a luz que recebe da fonte luminosa.
c) Condensador: é composto de três lentes cuja a finalidade de concentrar os raios emitidos
pela fonte luminosa.
d) Diafragma: está ligado ao condensador e serve para regular a intensidade da luz.
2. Sistema de ampliação

É composto de objectivas e sistema ocular.

a) Objectivas: amplia a imagem do objecto através de um sistema de lentes. Cada objectiva


tem a capacidade de ampliação determinada (10 vezes, 40 vezes, 100 vezes).
b) Sistema ocular: é formado por duas lentes, em cada ocular está assinalada a sua
capacidade de ampliação 10 vezes).

Constituição da parte mecânica do microscópio

Esta parte é constituída: pé ou base, Braço ou coluna, platina, canhão ou tubo, revólver ou
porta-objectivas, parafusos macro métricos e micrométricos.

a) Pé ou base: permite a estabilidade de todas as outras peças.


b) Braço ou coluna: peça que se encontra fixa a base e à qual estão todas as outras partes
do microscópio.
c) Platina: peça circular rectangular ou quadrada colocada paralelamente à base e que se
pode deslocar na vertical onde se coloca o material observada. No centro existe um
orifício que permite a passagem dos raios luminosos.
d) Canhão ou tubo: é um tubo cilíndrico de tamanho variável, na extremidade superior está
o sistema ocular e nas extremidades inferior está o revólver, onde estão as objectivas.
e) Revólver ou porta-objectos: pode-se rodar com movimentos circulares, colocando cada
objectiva no prolongamento do canhão, permitindo trocar rapidamente de objectivas.
f) Parafuso macrométrico e micrométrico: serve para realizar movimento da objectiva de
grande ou pequena amplitude, afastando-a da platina permitindo uma focagem rápida e a
obtenção de imagens nítidas.

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1.1.5. Características das imagens dadas pelo microscópio óptico

O aumento de imagens proporcionado pelo microscópio óptico tem a ver com à conjugação dos
poderes ampliadores da objectiva e da ocular.

A lente ocular terá uma ampliação de 10x, e as três objectivas tem a sua ampliação de 10x, 40x,
100x.

Entre estes todos dados a fórmula para calcular a ampliação total é:

( ) ( )

Exemplos:

1. Calcule o valor total da ampliação de uma imagem 10x e objectiva 40x.


Dados: Incog. Fórmula Resolução:
VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 40
VAOb = 40x VAI = 400x

2. Considera um microscópio cuja as lentes têm os seguintes ampliares: Ocular 10x e


objectiv 60x, 80x, 100x, 140x, 200x e 230x.
Quais são as ampliações possíveis que se podem obter com um microscópio deste?

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Dados: Incog. Fórmula Aplicação:
VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 60
VAOb = 60x VAI = 600x

Dados: Incog. Fórmula Aplicação:


VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 80
VAOb = 80x VAI = 800x

Dados: Incog. Fórmula Aplicação:


VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 100
VAOb = 100x VAI = 1000x

Dados: Incog. Fórmula Aplicação:


VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 100
VAOb = 140x VAI = 1400x

1.1.6. Técnicas citológicas para o microscópio óptico

1. Noção

A observação em microscópio óptico exige a preparação de material biológico através utilização


de diversas técnicas, instrumentos e materiais.

2. Tipos de preparação

As preparações podem ser temporárias e definitivas.

a) Preparações temporárias: são aquelas que permitem fazer a observação de células vivas
no meio natural (água doce, salgada, soro fisiológico).

Estes tipos de preparações permitem observar o material vivo , mas durante um período de
tempo limitado.

b) Preparações definitivas: são aquelas em que as células são fixada, ou seja, são mortas
instantaneamente e coradas para melhor observação dos seus componentes.
3. As técnicas citológicas

As diferentes técnicas citológicas são:

 Fixação e desidratação: formam a primeira etapa de uma preparação definitiva.


Consistem, por outro lado, num processo de que mata as células rapidamente, impedindo
a activação do seu processo de destruição e, por outro lado, endurece parcialmente os
tecidos, de modo a poderem suportar as etapas seguintes.
 Espregaço: é a técnica citológica útil para materiais biológicos como líquidos orgânicos
(sangue).
 Esmagamento: é uma técnica usada quando as células animais ou vegetais têm uma fraca
aderência, Exemplo: Células da raiz de cebola

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 Técnica de corte: pode ser utilizada uma lâmina adequada ou aparelhos denominados
por micrótomos.

4. Tipos de corantes

Existem dois tipos de corantes: corantes naturais e corantes artificiais.

 Corantes naturais: são aquelas extraídas de animais e plantas.


 Corantes artificiais: são sintetizadas no laboratório.

1.2. A célula como unidade estrutural e funcional dos seres vivos

1.2.1. A célula procariota e eucariótica

1. Definição

A célula é a unidade básica, estrutural e funcional dos seres vivos.

A célula é uma estrutura muito pequena, invisível a olho nu e extremamente complexa. Ela
precisa de mecanismos que lhe permita obter e usar a energia para a sua reprodução, ingestão e
digestão de alimentos e a excreção.

2. Tipos de células

Quanto à organização interna as células podem ser: procariota e eucariota.

 Células procariotas: são células mais simples, possuem um número reduzido de


organitos celulares e não têm um núcleo organizado.
 Células eucariotas: são células mais complexas que possuem um núcleo organizado e
numerosos organitos celulares.

Organitos celulares: são estruturas que se encontram dentro das células que desempenham
diferentes funções como:

 Mitocôndrias: é um organito responsável pela respiração celular.


 Cloroplastos: responsáveis pela fotossíntese nas células vegetais.

N.B:

 Seres procariotas ou procariontes são seres constituídos por células procariotas.


 Seres eucariotas ou eucariontes são seres constituídos por células eucarióticas.

Características
 Apresentam tamanho pequeno;
 Reproduzem-se rapidamente;
 Apresentam diversas formas de nutrição.

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1.2.2. Estudo das células procariotas

Como já vimos, as células procariotas são células mais simples, possuem um número reduzido
de organitos celulares e não têm um núcleo organizado.

E Seres procariotas ou procariontes são seres constituídos por células procariotas. Exemplo:
Bactérias, amiba, etc.

Existem células que apresentam diferenças celulares, consideráveis (como bactérias), de que se
refere a dimensão, estrutura e complexidade em relação às células eucarióticas.

Nas células das bactérias, o material nuclear não está delimitado por um invólucro pelo que fica
em contacto directo com o citoplasma, não existe um núcleo individualizado, por este facto,
essas células são chamadas procariotas.
Pro = antes
Karyon = núcleo

O material nuclear destas células chama-se nucleóide, pois não constitui um verdadeiro núcleo
individualizado.

O citoplasma é não possui organitos como:


 Mitocôndrias
 Plastos
 Complexo de golgi.

Distribuição das bactérias na natureza

As bactérias estão amplamente distribuídas na natureza, encontrando-se na terra, no ar e em


diferentes tipos de águas (salgadas, doces, etc.), nos alimentos e em associação com diferentes
tipos de organismos vivos.

Razões de adaptabilidade das bactérias


 Tamanho pequeno, (0,5 a 1 Micrómetro)
 Rápida reprodução
 Diversas formas de nutrição
 Capacidade de resistir em condições ambientais desfavoráveis
 Formar esporos resistentes que lhes possibilitam a sobrevivência.

1.2.3. Estudo da célula eucariótica ou eucariota. Animal e vegetal.

Definição

As células eucarióticas são células complexas com um núcleo organizado e muitos organitos.

Os seres constituídos por células eucarióticas chamam-se eucariontes. Exemplos: O homem, o


gato, o boi…

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A palavra eucariótica vem do grego:
Eu = verdadeiro
Karyon = núcleo

Ao observares este tipo de célula (eucarióticas) ao microscópio, podes notar que tem os seguintes
organitos:

 O núcleo (geralmente arredondado),


 O citoplasma,
 A membrana citoplasmática,
 Os vacuolos,
 As mitocôndrias,
 Os plastos,
 Os centrómeros,
 Os complexos de golgi e
 Os retículos endoplasmáticos
 Lisossomas.

As células eucarióticas podem ser:


 Eucariótica animal: que se encontram nos animais;
 Eucariótica vegetal: que se encontram nas plantas.

Organismos eucariontes unicelulares

Os seres eucarióticas unicelulares: são aqueles constituídos por uma só célula.

Entre os organismos unicelulares com estruturas eucarióticas, actualmente existentes encontram-


se os protozoários, os fungos e as algas.

Como exemplos dessas estruturas, podem-se referir organitos locomotores, como os ciclos da
paramecia e flagelo de euglema.

Organismos eucariontes pluricelulares

Os seres eucarióticas pluricelulares: são aqueles constituídos por mais de uma célula.

Apesar de grande estudo das células eucarióticas, dentro destes existem três componentes ou
organitos fundamentais:
 Membrana celular
 Citoplasma
 Núcleo

1. Membrana celular:

É um organito celular que limita o citoplasma separando o meio intracelular e extracelular. Ela
envolve a célula e através dela a célula estabelece trocas com o meio. Também é chamada
membrana citoplasmática ou plasmática ().

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A propriedade que a membrana celular possui da partida passagem de determinadas substâncias
e determinadas alturas chama-se Permeabilidade Selectiva (permitir o intercâmbio de matéria
celular e o meio).

2. Citoplasma

É uma substância transparente na qual se encontra diversos corpúsculos de forma e natureza


diferentes que são os organitos e hialina. O hialoplasma em citoplasma fundamental onde
encontra os seguintes organitos:

a) Vacúolo: é uma cavidade que contém substâncias inorgânicas (água e sais minerais) e
substâncias orgânicas absorvidas pela célula.
b) Mitocôndrias: estão presentes em todas as células eucarióticas. Onde se produz a energia
de todos os processos vitais da célula (o centro) e responsáveis pela transformação da
energia contida nos alimentos em energia metabólica (ATP). Essas transformações são
chamadas no seu conjunto por respiração celular.
c) Plastos: são organitos das células vegetais. Eles elaboram e acumulam determinadas
substâncias, podendo, de acordo com a sua função, considerar-se:
 Cloroplastos: onde se localiza os pigmentos verdes – as clorofilas.
 Cromoplastos: onde estão localizados outros pigmentos não verdes que são responsáveis
pelas diversas cores das flores e frutos.
 Amidoplastos: onde é armazenada uma substância de reserva, o amido.
3. Núcleo: é o centro coordenador de todas as actividades celulares. E é o local onde se
encontra toda a informação genética.
4. Retículo endoplasmático
Faz parte do extenso sistema endomembranar que compõe a maioria do citoplasma da célula
eucariótica.
Este retículo está dividido em:
 Retículo endoplasmático rugoso e
 Retículo endoplasmático liso.
a) Retículo endoplasmático rugoso: onde se encontram ribossomas e locais de síntese
proteica.
b) Retículo endoplasmático liso: não contem ribossomas só intervém na síntese de lípidos
glicoproteinas e polissacarídeos.
5. Complexo de golgi: Este nome foi atribuído pelo cientista italiano, que primeiro
observou o microscópio óptico composto, tendo forma de um saco « membranoso
achatado» e é chamado Sistema ou pequenos vesículos. Ele é um centro de
armazenamento e transformação de substâncias.
6. O centrossoma: é localizado perto do núcleo, desempenha a função importante na
divisão celular. Ao centro encontra-se um centríolo
7. O núcleo: nas células vivas, o núcleo tem a forma esférica ou ovóide envolvido pelo
invólucro nuclear, onde ocorre as trocas de substâncias entre o citoplasma e o
núcleoplasma.

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O núcleo coordena todas as actividades celulares e onde ocorrem todas as informações genéticas,
dentro dele encontramos os nuclídeos, o seu conjunto designa-se de cromatina faz-se parte dos
nucleares onde encontramos cromossomas.

Cromossoma é um dos elementos nucleares que são constituídos pelo ADN.

8. Ribossomas: são organitos essencialmente para a síntese de proteínas.

N.B. Em todas as células somáticas da mesma espécie, o número de cromossomas é constante:

Seres vivos Nº de cromossomas


Lombriga 4
Milho 20
Rã 24
Mosca do vinagre 8
Homens 46
Batata 48
Cana de açúcar 80

1.2.4. Aspectos comparativos da célula procariótica e da célula eucariótica

Estruturas Célula Eucariótica Célula Procariótica


Núcleo Presente (individualizado) Não individualizado
Invólucro nuclear Presente, envolvendo o Ausente
núcleo
Citoplasma Presente Presente
Membrana citoplasmática Presente Presente
Existem muitos organitos Ausência de organitos com
membranares, como o membranas, como plastos,
Outros organelos retículo endoplasmático, mitocôndrias, complexo de Golgi,
complexo de Golgi, vacúolos, centríolos e outros)
mitocôndrias e plastos (em
células vegetais)
Estruturas respiratórias Mitocôndrias e hialoplasma Hialoplasma e membrana
plasmática
Existem cloroplastos, onde Não existe plastos – a fotossíntese
tem lugar o processo da realiza-se em lamelas
Estruturas fotossintéticas fotossíntese – só existe nas fotossintéticas
plantas
Flagelos Organitos locomotores Organitos locomotores simples,
complexos, rodeados por não incluídos na membrana
membrana plasmática plasmática.

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Exercícios

1. Explica a importância das mitocôndrias nas células.


2. Qual é o organito que contém a informação genética?
3. Qual é a função dos cloroplastos nas células vegetais?
4. Que órgão da célula apresenta permeabilidade selectiva? Em que constante esta
característica?
5. Qual é a diferença que existe entre a célula procariota e a célula eucariótica?
6. Explica a fácil adaptabilidade das bactérias num meio.
7. Como se chama o retículo onde se encontra ribossoma e locais de síntese proteica.
8. Completa o quadro a seguir:

Seres vivos Nº de cromossomas


Lombriga
Milho
24
Mosca do vinagre
46
Batata
80

1.2.5. Comparação estrutural da célula animal e a célula vegetal

As diferenças entre célula animal e vegetal são muitas e estão relacionadas, principalmente, com
a presença e ausência de determinadas organitos. Como sabemos, as células são as unidades
fundamentais da vida, sendo encontradas em todo e qualquer ser vivo, com excepção dos vírus.
Apesar de manterem diversas características em comum, algumas possuem peculiaridades, sendo
esse o caso das células animais e vegetais. As células vegetais e animais possuem várias
diferenças e semelhanças em sua estrutura.

As células animais não têm parede celular ou cloroplastos, que por sua vez existem nas células
vegetais. Seu formato também é diferente pois as células animais são redondas e têm forma
irregular, enquanto as células vegetais possuem formas fixas e rectangulares.

Tanto as células vegetais como as animais são eucarióticas. É por isso elas apresentam várias
características em comum, como a presença de uma membrana celular e de organitos como o
núcleo, as mitocôndrias e o retículo endoplasmático.

Célula animal Célula vegetal


O que é São as células que formam os tecidos dos São as células que formam os
animais tecidos das plantas
Tipo de célula Eucarionte Eucarionte
Formato Circular, com formato irregular Rectangular, com formato fixo
As células animais geralmente são menores Variam de 10 a 100
Tamanho que do que as células vegetais, variando micrómetros de comprimento
entre 10 a 30 micrómetros de comprimento

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Armazenamento Armazenam energia em forma de glicogénioArmazenam energia como
de energia amido
Crescimento As células animais aumentam de tamanho As células vegetais ficam
ao multiplicar o número de suas células maiores aumentando o tamanho
de suas células

Organitos Célula animal Célula vegetal


Membrana citoplasmática Possui Possui
As células animais não As células vegetais têm cloroplastos
Cloroplasto possuem cloroplastos porque fabricam seus próprios
alimentos
Citoplasma Possui Possui
Centríolos Presente em todas as células Somente formas inferiores das
animais plantas possuem centríolos
Complexo de Golgi Possui Possui
Mitocôndria Possui Possui
Um ou mais vacúolos Um grande vacúolo central
Vacúolo pequenos (muito menores ocupando 90% do volume celular
que as células vegetais).
Organelos locomotores Possui Não possui
Plastos Não possui Possui
Núcleo Possui Possui
Glioxissomos Não possui Possui
Retículo Endoplasmático Possui Possui
Ribossoma Possui Possui
Peroxissomos Possui Possui
Parede celular Não possui Formada por celulose
Lisossomas Os lisossomas ocorrem no Raramente possuem lisossomas
citoplasma

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1.3. Seres unicelulares e seres pluricelulares

1.3.1. Os seres eucarióticas unicelulares

Os seres eucarióticas unicelulares: são aquelas que são constituídos apenas por uma célula
apesar disso, realizam todas as suas funções vitais como nutrição, respiração, reprodução e
locomoção, em alguns casos.

Exemplos: amiba, a paramácia euglema, plasmódio, as leveduras etc.

1. Locomoção: os seres unicelulares podem locomover-se através de: flagelos


(euglema), cílios (paramácia), pscudópodos (amiba).
2. Reprodução: eles reproduzem-se por bipartição ou por conjugação.
3. Modo de vida: muitos seres vivos unicelulares são parasitas de outros seres.

Exemplos: amiba e o plasmódio.

Outros podem ter vida livre. Exemplos: a paramécia

O plasmódio: é um ser unicelular de vida parasitária. É o causador da malária ou paludismo.


Esta doença mata muita gente em África principalmente em Angola.

Exercícios

1. O que são seres eucarióticos unicelulares?


2. Cita três seres eucarióticos unicelulares.
3. Como se reproduzem os seres unicelulares?
4. Como ocorrem a nutrição dos seres unicelulares?
5. Como se chama o organelo que contém substâncias inorgânicas e orgânicas por vezes
numerosos?

1.3.2. Seres eucarióticas pluricelulares

1. Definição

Os seres pluricelulares são seres constituídos por mais de uma célula, ou seja, por várias
células. Exemplos: Invertebrados, vertebrados e plantas superiores.

2. Desenvolvimento

Os organismos pluricelulares desenvolvem-se a partir de uma única célula inicial e a


multiplicação desta célula é determinada pelo desenvolvimento e o crescimento do indivíduo.

3. Determinação das dimensões dos organismos pluricelulares

As dimensões dos organismos pluricelulares são determinadas por número de células que o
constitui e não pelo volume do indivíduo dessas células.

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Geralmente, as células crescem até ao limite próprio antes de se dividir. Esse crescimento faz-se
assimilação e transformação de matéria do exterior em novas partes celulares.

Nos organismos pluricelulares há divisão através da qual a partir da célula mãe forma-se duas
células filhas. Com conteúdos nucleares e citoplasmática assimilares entre si e ao da célula-mãe.

N.B: O processo da divisão celular chama-se mitose.

A mitose: é um processo muito importante no crescimento dum organismo pluricelular, porque


assegura uma sucessão continua dos conteúdos celulares assimilares, por transmissão de DNA
existente entre os núcleos das células.

Vantagens e Desvantagens da pluricelularidade

1. Vantagens
 No organismo pluricelular a divisão celular provoca o aumento do número de células;
 Com a divisão celular aparece a distribuição de trabalhos, onde cada célula vai realizar
uma função especializada, dando o tecido, os órgãos e os sistemas de órgãos;
 A divisão celular garante a sucessão continua dos conteúdos celulares assimilares
permitindo a perpetuação (a continuidades das espécies através da reprodução).
2. Desvantagens
 Quando uma célula é muito especializada, menor será a sua capacidade de divisão;

1.4. O metabolismo celular

1.4.1. Definição

É o conjunto de reacções químicas que ocorrem nas células.

1.4.2. Importância

O metabolismo assegura a manutenção das estruturas celulares, o seu crescimento,


desenvolvimento, divisão celular e as transferências de energia necessária.

No metabolismo existem dois tipos de reacções químicas:

 Anabolismo
 Catabolismo

Anabolismo: é a reacção que leva a redução da síntese de compostos orgânicos indispensáveis


ao crescimento e renovação celular.

Catabolismo: é a reacção que lava a degradação das moléculas, os nutrientes com transferência
de energia e eliminação de resíduos.

C6H12O6 6 CO2 + 6 H2O + E

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1.4.3. Captação de energia pelos seres vivos

A captação de energia pelos seres vivos pode ser realizada em dois processos, que são: a
fotossíntese e a quimiossintese.

 A fotossíntese: é o processo que converte a energia luminosa em energia química.

Os seres vivos fixam o dióxido de carbono (CO2) à água (H2O) e produz a glicose (C6H12O6),
libertando oxigénio para atmosfera.

6 CO2 + 6 H2O C6H12O6

A fotossíntese ocorre em organitos celulares chamados cloroplastos.

Os seres que utilizam a energia luminosa como fonte de energia chamam-se fototróficos.

Exemplos: as plantas e algumas bactérias.

 A quimiossintese: é um processo de síntese de compostos orgânicos sem utilizar a


energia luminosa, mas sim a energia libertada em certas reacções químicas (oxidação de
substâncias inorgânicas).

Os seres que usam a energia química como fonte de energia chamam-se quimiotróficos.

Exemplos: as baterias, todos os animais e os fungos.

1.4.4. Produção da energia metabólica

Existem dois processos fundamentais pelos quais as células mobilizam e transferem a energia
dos nutrientes:

 Respiração aeróbia
 Fermentação

A respiração aeróbia ocorre na presença do oxigénio (meio aeróbio).

A fermentação ocorre na ausência do oxigénio (meio anaeróbio).

1. Respiração aeróbia: é um conjunto de reacções complexas que ocorrem nas células


vivas principalmente ao nível das mitocôndrias.

Fenómenos da respiração aeróbia:

 O oxigénio do meio externo penetra no meio interno e chega às células onde é utilizado;
 São transportados para o meio externo os produtos resultantes de degradação sofrida
pelos nutrientes como: dióxido de carbono e a água;
 Parte da energia dos nutrientes é transferida e armazena moléculas de adenosina
trifosfato (ATP);

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A respiração aeróbia pode se traduzir na seguinte equação:

C6H12O6 6 CO2 + 6 H2O + E (ATP)

2. Fermentação: é um fenómeno responsável pela produção de alguns alimentos, como:


bebida alcoólica a partir do açúcar contido nos sumos dos frutos, fabrico de pão,
queijo, iogurte e alguns medicamentos.

Tipos de fermentação

Existem vários tipos de fermentação, mas apenas estudaremos dois (2); fermentação alcoólica e
fermentação láctica.

a) Fermentação alcoólica: consiste na degradação da glicose provocada pelas verduras que


existem na casca de uvas.

C6H12O6 → 6 CO2 + 2 CH3CH2OH + ATP + calor


Glicose Fermentação etanol

b) Fermentação láctea: consiste na transformação do açúcar do leite em ácido láctico para


o fabrico de queijo e iogurte.

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Tema 2: ORGANIZAÇÃO DAS PLANTAS

2.1. Organização estrutural das plantas

2.1.1. Definição

Espermatófitas: são plantas superiores com tecidos condutores;

Esper = planta superior

Metáfita = semente; estes tecidos são fluema e xilela.

Desempenham o papel de suportar e condução.

O grupo de plantas metáfitas é o mais evoluído e produtor de sementes.

2.1.2. Classificação das plantas superiores

As plantas espermatófitas estão classificadas em:

 Gimnospérmicas
 Angiospérmicas

Na classificação destas, estudaremos apenas o plano estrutural das angiospérmicas porque é a


classe maior dos organismos fotossintéticos, com mais de 23000 espécies.

ANGIOSPÉRMICAS

São plantas cujas sementes são enceradas no interior de uma fruta.

„‟Monocotiledóneas e dicotiledóneas’’

1. Constituição das plantas angiospérmicas

Estas são constituídas por diferentes órgãos, com estruturas próprias e funções especializadas.
Exemplo: laranjeira de uma roseira (qualidade e quantidade).

As diferenças entre as folhas, caules e raízes, resultam não só dos tipos de tecidos constituintes,
mas sobretudo no arranjo e proporções destes mesmos tecidos.

Toda diversidade de aspectos apresentada nas raízes, folhas e flores são apenas formas de que
as mesmas servem para conseguirem sobreviver e reproduzir-se.

2.2. Estrutura e função dos tecidos de formação de meristemas

2.2.1. Conceito de tecido vegetal

Um tecido é um conjunto de células estruturalmente idênticas, e especializadas em determinada


função.

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O termo histologia (do grego hystos = tecido + logos = estudo) refere-se ao estudo dos tecidos
biológicos de animais e plantas, sua formação, estrutura e função. As células agrupadas com as
mesmas características formam um tecido.

Numa planta em desenvolvimento certos órgãos, como as folhas e flores têm um crescimento
limitado, mas as raízes e o caule podem crescer durante toda a vida da planta.

O crescimento contínuo torna possível devido a existência de tecidos chamados meristemas,


cujas células mantêm a capacidade de se dividirem.

Diferentes tecidos associam-se para formarem os vários órgãos que constituem a planta.

2.2.2. Estrutura dos tecidos das plantas angiospérmicas

I. Meristemas

São tecidos compostos por células de forma cubicas e paredes celulósicas finas que têm a
capacidade de se dividirem. Essas células gerem novas células nas proximidades das zonas de
crescimento das plantas.

 Células meristemas apicais localizam-se na extremidade da raiz e nas zonas terminais


dos ramos. Estes têm a função de assegurar o crescimento longitudinal desses órgãos.
 Na extremidade da raiz existe um conjunto de células chamado coifa que têm como
função proteger o meristema apical do atrito do solo durante o alongamento da raiz.

Os meristemas secundários: asseguram o crescimento da planta em diâmetro ou secundárias.

 Os tecidos que se diferenciam a partir do meristema secundário chamam-se tecidos


definitivos secundários.

II. Tecidos definitivos

1. Divisão de células meristemáticas

As células meristemáticas, dividem-se formando células que, constituem tecidos definitivos, nos
quais fazem parte da diversidade dos órgãos que constituem as plantas.

Os diferentes tecidos desempenham na planta as actividades diversidades.

2. Classificação dos tecidos definitivos

Os tecidos definitivos são constituídos por células que perderam a capacidade de divisão após a
sua completa diferenciação. As células dos tecidos definitivos adquirem formas e
estruturas próprias, especializadas para desempenhar determinadas funções. Estas células
permanecem inalteráveis e, por esse motivo, recebem a designação de tecidos definitivos.

Classificam-se em: dérmicos, fundamentais e condutores.

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Tecidos definitivos Função Localização
Epiderme Protecção
Dérmico Periderme (súber) Trocas com o meio Revestimento
Secreção, armazenamento Disseminado em vários
Parênquima de reservas e fotossíntese órgãos: caule, raiz, folhas e
frutos
Abaixo da superfície da
Fundamentais Colênquima Suporte planta
Em diferentes órgãos da
Esclerênquima Suporte planta, com em caules e
certas folhas
Tecidos condutores da Raiz, caule, folhas
Xilema seiva bruta.
Tecido de suporte também
Condutores Floema Condução da seiva Raiz, caule, folhas
elaborada

1º. Tecido dérmico

Desempenham as funções de e revestimento dos diferentes órgãos da planta. E estes tecidos


estão divididos em:

 Epiderme: é um tecido vivo constituído por uma camada de células que reveste certos
órgãos. Como folhas, caules e raízes jovens, peças florais, frutos e sementes.

Cutina: é uma substância impermeável das células de epiderme.

Estomas: são estruturas de epidermes cutinizados, elas controlam as trocas gasosas com o meio.
E essas podem ser fechadas ou abertas.

Um estoma é constituído por duas células labiais e células-guarda, que delimitam uma abertura
chamada ostíolos. O ostíolo dá acesso a um pequeno espaço chamado câmara estomática.

 Periderme: é um tecido que substitui a epiderme na raiz e no caule ao nível de zona não
tão jovem.

Tecidos simples: são aqueles tecidos compostos por um só tipo de célula.

Tecidos complexos: são aqueles tecidos compostos por dois ou mais tipos de células.

2º. Tecidos fundamentais

São classificados por três (3) tipos simples: parênquimas, colênquimas e esclarênquimas.

a) Parênquimas: são tecidos essenciais elaboradas, formados por células vivas pouco
diferenciadas com parede celulósicas.

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Os parênquimas desempenham importantes actividades metabólicas nas plantas.

Exemplos: a fotossíntese, armazenamento ou secreção de substâncias.

Tipos de parênquimas

Existem dois tipos de parênquimas que são:

 Parênquimas clorofinas: são parênquimas das células que contem cloroplastos que
podem ser diferentes na forma e no número.
 Parênquimas de reservas: elaboram as células e apresentam diferentes substâncias
armazenadas como amido, as proteínas, etc.
 Parênquimas secretores: elabora, substâncias que são utilizadas na nutrição das
plantas.
 Parênquimas lactíferos produzem leite.
 Parênquimas resiníferos produzem resina.

b) Colênquimas e eclarênquimas

São tecidos de suporte e encontram-se em raízes, caules e folhas das plantas.

 Colênquimas: são tecidos simples constituídos por células vivas de forma geral
prismáticas, cujas paredes espessadas por depósitos sucessivos de celulose.
 Esclarênquimas: é constituído por células mortas, cuja as paredes são espessadas devido
à deposição de lenhina, uma substância que lhes permite a resistência e rigidez.

3º. Tecidos condutores ou de transporte.

Nas plantas vasculares existem dois tipos de tecidos de transporte: xilema n e fluema.

Estes tecidos são complexos.

 O xilema: é também chamado por tecido tranqueano, é especializado na condução da


água e sais minerais.

Constituição do xilema

Nas angiospérmicas, o xilema é constituído por quatro tipos de células:

1º. Elementos de vasos são células mortas;

2º. Tranqueados ou trancoides são células longas, afiadas nas extremidades pelas quais
contactam-se entre si.

3º. Fibras lenhosas assemelham-se à fibras das esclerênquimas e desempenham a função de


suporte.

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4º. Parênquimas lenhosos são as únicas células vivas do xilema e desempenha a função de
reserva.

 O floema ou liber: é também conhecido por tecido crivoso, ele transporta água e
substâncias orgânicas, tais como aminoácidos, hormônios, sacarose e ácidos nucleicos. O
transporte dessas substâncias ocorre no sentido do órgão produtor para o órgão
consumidor.

Constituição do floema

O floema é constituído por quatro tipos de célula:

1. Células de tubos crivosos: são células vivas.


2. Células de companhia são células vivas que possuem núcleo e os restantes organitos.
3. Fibras liberinas são células mortas e desempenham funções de suporte.
4. Parênquimas liberinas: formadas por células vivas pouco diferenciados e realizam
funções de reserva.

2.3. Estrutura e função dos órgãos vegetais

2.3.1. A raiz

1. Noção

As raízes constituem os órgãos subterrâneos das generalidades das plantas. Ela fixa a planta ao
solo ou a outro substrato, absorve a água e sais minerais e permite a condução dessas substâncias
às outras partes das plantas. Serve também como local de armazenamento de substâncias de
reservas produzidas a partir da fotossíntese.

Algumas raízes são comestíveis, exemplos: cenoura, o nabo, e o rabanete, mandioca…

2. Zonas de raízes

As raízes apresentam três zonas: zona de ramificação, zona pilosa e zona de alongamento.

3. Formação de raiz principal

A raiz principal forma-se a partir da semente por desenvolvimento da radicula de embrião, da


qual se originam outras raízes chamadas raízes secundárias.

A secção transversal de uma raiz mostra que nela os tecidos se organizam em três zonas:

 Epiderme
 Zona cortical
 Zona central

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2.3.2. O caule

1. Conceito

O caule é um órgão da planta que suporta as folhas, flores e frutos. É através dele circua a seiva
(seiva bruta e elaborada). Também dá firmeza e forma ao vegetal.

2. Constituição de um caule

Na sua organização o caule apresenta três partes, que são: nós, entrenós e gomos laterais. Estes
podem desenvolver-se, originando ramos com folhas e flores.

3. Corte transversal de um caule

Num corte transversal de caules podem encontrar-se as seguintes zonas:

 Epiderme
 Zona cortical
 Cilindro central

 Epiderme: é formada por células cuja a membrana externa está coberta por uma cutícula
(cutina) que impede a perda de água.
 Zona cortical: é constituída por um parênquima clorofilino, nesta, existem tecidos de
suporte.
 Cilindro central: é nesta zona que se desenvolvem os ácidos condutores: floema e
xilema.

2.3.3. A folha

1. Conceito

A folha é um órgão da planta que tem a função principal de realizar a fotossíntese. É no limbo
que ocorre a maior parte da fotossíntese na planta.

2. Constituição da folha

A folha é constituída por seguintes partes: bainha, pecíolo, limbo, nervura principal, margem,
página inferior e superior.

Geralmente, o limbo liga-se ao caule pelo pecíolo, a qual contém tecido condutor que une o
sistema vascular.

Existem algumas diferenças entre as estruturas das folhas de planta monocotiledónea e


dicotiledónea.

 Nas plantas dicotiledóneas as nervuras apresentam-se ramificadas.


 Nas plantas monocotiledónea as nervuras não se ramificam são paralelos entre si.

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2.4. Mecanismo da fotossíntese

1. Noções

As plantas superiores, as algas e as bactérias são capazes de captar energia luminosa e solar, e
convertê-la em energia química que fica armazenada em compostos orgânicos constituídos a
partir das substâncias minerais simples.

Exemplos: H2O e CO2

Durante o processo da fotossíntese as plantas em presença da luz utilizam o dióxido de carbono


(CO2) e água (H2O) do meio produzindo compostos orgânicos como: glicose (C6H12O)
libertando o oxigénio (O2).

O processo da fotossíntese ocorre nos cloroplastos presentes nas células das folhas.

2. Equação do processo da fotossíntese.

Em termos globais, o processo da fotossíntese pode ser traduzida na seguinte equação:

6 CO2 + 12 H2O → C6H12O6 + 6 H2O ´

Clorofila

O mecanismo da fotossíntese é conhecido como a absorção de energia de energia luminosa e a


sua transformação em energia química.

Através de várias experiencias, sabe-se, hoje, que o oxigénio provém da água. A água, por acção
da luz solar, é dissociada em oxigénio e hidrogénio, processo a que se dá o nome de hidrólise da
água.

O oxigénio é libertado para atmosfera e o hidrogénio é levado por moléculas transportadoras de


electrões e vai intervir numa série de reacções complexas em que o CO2 é reduzido, originando-
se compostos orgânicos, nomeadamente a glicose.

Depois de fazer a fotossíntese e fabricar a glicose, a planta realiza outro processo que é a
respiração. Durante a respiração as plantas absorvem o oxigénio e libertam a energia.

Outros processos realizados pelas folhas é a transpiração, que consiste na eliminação do vapor
de água.

Fotossíntese: é o processo através do qual os organismos autotróficos convertem a matéria


mineral em matéria orgânica utilizando a energia luminosa com a libertação de oxigénio.

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2.5. Pigmentos fotossintéticos e a sua localização.

As folhas são fotossintéticas mais importantes, nelas se encontram a maior densidade de


cloroplastos e maior quantidade de pigmentos fotossintéticos.

Nas folhas, os cloroplastos localizam-se no parênquima clorofilino que constitui o mesófilo


(conjunto de tecidos parenquimáticos das folhas).

Quadro assimilando os pigmentos fotossintéticos mais importantes, suas cores e


localização.

Tipo de pigmento Responsáveis Localização


A Verde - interna Todas plantas superiores e algas
Clorofila B Verde - amarela Plantas superiores e algas verdes
C Castanho Algas castanhas e diatomáceas
D Vermelho Algumas algas vermelhas
Caractenoides Caractenoides Laranja Todos organismos fotossintéticos
excepto bactérias
Olantófilos Amarela Algas castanhas e diatomáceas
Ficosilinas Ficocritirina Vermelha Algas vermelhas e cianófitos
Ficocianina Azul

Os factores que intervêm ou interferem na actividade fotossintética são:

 A concentração de dióxido de carbono (CO2)


 A temperatura
 A intensidade luminosa

As concentrações do dióxido de carbono (CO2) influenciam a fotossíntese da mesma maneira


que a luminosidade.

Quando a luz, a água e outros factores forem óptimos, a concentração do dióxido de carbono
(CO2) é o factor que limita a velocidade da fotossíntese. Diz-se que a concentração do CO2
funciona como factor limitante.

Factor limitante: é o factor de maior carência ou favorecimento mais baixo que limita o
desenvolvimento de um processo.

A intensidade luminosa aumenta com a temperatura óptima a partir do qual decresce por por
ocorrer a degradação das enzimas que actuam no processo de fotossíntese.

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Tema 3: ORGANIZAÇÃO DOS ANIMAIS

3.1. Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos animais.

1. Noção

Os animais são seres multicelulares constituídos por diferentes conjuntos de células


especializadas em determinadas funções.

2. Tecidos animais

O tecido é um conjunto de células especializadas, em determinadas funções.

3. Tipos de tecidos animais

Os tecidos animais podem ser basicamente divididos em:

 Tecidos epiteliais
 Tecidos conjuntivos
 Tecidos musculares
 Tecidos nervosos

Qualquer órgão é constituído por uma diversidade de tecidos que funcionam em cooperação.

Exemplo: a pele.

a) A pele

A pele forma a superfície externa do organismo. Está em contacto com varios agentes
agressivos.

Exemplos: substâncias químicas, bactérias, vírus, fungos patogénicos, radiações prejudiciais.

A sua função de protecção contra agentes agressivos é essencial. Além desta importante função ,
a pele é também o principal órgão de regulação da temperatura do corpo e ainda de sensibilidade.

Na estrutura da pele podem-se distinguir uma zona superficial, a epiderme, e uma mais
profunda, a derme.

A epiderme é constituída por um tecido epitelial, enquanto a derme é constituída por tecidos
conjuntivos.

A pele possui vários anexos: pêlos e unhas, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas.
Existem também receptores nervosos variados relacionados com o tacto, pressão, dor e
temperatura.

Consideremos as características dos componentes de alguns tecidos animais, no sentido de uma


melhor compreensão das respectivas funções.

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3.1.1. Tecidos epiteliais

1. Noção

Os tecidos epiteliais são formados por células poliédricas justapostas e com grande coesão
devido ao grande número de desmossomas entre elas, sem irrigação e sem substância
intercelular.

2. Classificação dos tecidos epiteliais de acordo sua função

De acordo com a função que desempenham no organismo, os tecidos epiteliais podem ser
classificar-se em três (3) conjuntos, que são:

 Tecidos epiteliais de revestimento


 Tecidos epiteliais glandulares
 Tecidos epiteliais Neuroepitélios

2.1. Tecidos epiteliais de revestimento

Os tecidos epiteliais de revestimento apresentam células com diferentes formas e diferentes


disposições. Estes têm a função de:

 Revestir (proteger) a superfície externa do organismo constituído por epiderme;


 Revestem as cavidades internas do tubo digestivo, sistema respiratório e vasos
sanguíneos.
 Estes tecidos protegem as estruturas internas do corpo, permitindo as trocas gasosas ou
de nutrientes.

A existência de uma só camada das células em certos órgãos permite a passagem de substâncias
através dessas células.

O epitélio Simples – composto por apenas uma camada de células, pavimentoso dos alvéolos
pulmonares: onde ocorrem as trocas gasosas (O2 e CO2).

O epitélio simples cilindro do intestino delgado : permite a absorção dos nutrientes para o
sangue e para a linfa.

2.2. Tecidos epiteliais glandulares

As células epiteliais glandulares adquirem a capacidade de produzir substâncias que segregam


para o exterior.

As secreções produzidas são levadas para o exterior das células secretoras, podendo intervir em
vários processos.

Classificação das glândulas

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As glândulas podem ser unicelulares ou, a situação mais comum, multicelulares, sendo
classificadas em relação ao local onde o produto de secreção é lançado:

 Glândulas endócrinas – os produtos da secreção chamam-se hormonas e são lançadas


directamente nos capilares envolventes, pelo que não existem canais excretores;

Exemplos:

 Glândulas tiróide segregam a tiroseina;


 Glândula hipófise;
 Glândulas supra-renais segregam a adrenalina;
 Glândulas pâncreas segregam o suco pancreático m a insulina e o glucógon;
 Glândulas ovários produzem estrogénios e progesterona;
 Glândulas testículos produzem testosterona.

 Glândulas exócrinas – são aquelas em que o produto de secreção é lançado para o


exterior através de canais excretores ou ductos, que podem abrir na superfície do corpo
ou na cavidade interna.

Exemplo: glândulas sudoríparos produzem o suor.

As glândulas exócrinas podem ser unicelulares ou pluricelulares.

 Glândulas mistas – reúnem simultaneamente características dos dois tipos anteriores,


como as glândulas sexuais e o pâncreas.

2.3. Neuroepitelios

Os neuroepitelios são tecidos constituídos por células reprodutores de estímulos, cada um deles
sensível a determinada agente e localizado nos órgãos dos sentidos.

Compostos por células sensoriais, especializadas na recepção de estímulos internos e/ou


externos, encontrando-se presentes nos olhos, nariz e língua de vertebrados mas também na
epiderme de anelídeos, por exemplo.

3.1.2. Tecidos conjuntivos

1. Noção

Os tecidos conjuntivos são um grupo muito diversificado, embora todos com origem
mesodérmica. Os tecidos pertencentes a este grupo podem diferenciar-se posteriormente
produzido fibras e substâncias intercelulares, tornando-se as células menos matérias. As suas
células apresentam geralmente prolongamentos citoplasmáticos finos.

Exemplos de estruturas com tecidos conjuntivos: a derme, os ligamentos, os tendões, as


cartilagens, os ossos.

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2. Funções dos tecidos conjuntivos

Funções importantes desta categoria de tecidos incluem:

 Armazenamento de substâncias (tecido adiposo, por exemplo);


 Mecânica (tecido ósseo);
 Protecção (tecido de cicatrização);
 Defesa imunitária (glóbulos brancos que um dos tipos de células presentes nestes tecidos.

3. Divisão dos tecidos conjuntivos

Os tecidos conjuntivos dividem-se em:

 Tecido cartilaginoso
 Tecido ósseo
 Sangue
 Tecido adiposo
 Tecido linfático

 Tecido conjuntivo propriamente dito.

Este é o chamado tecido conjuntivo menos diferenciado, mais genérico, preenchendo todos os
espaços entre os restantes tecidos, logo presente em todos os órgãos, estabelecendo a ligação
entre eles. Permite igualmente o transporte de metabolitos e participa na defesas do organismo.

Todos os tecidos conjuntivos apresentam os mesmos componentes básicos que são: células ,
fibras e substância fundamental ou matriz.

a) Células – nos tecidos conjuntivos são de vários tipos e apresentam características


funcionais próprias:
 Fibroblastos – células fixas com prolongamentos irregulares, responsáveis pela
produção e manutenção dos componentes extracelulares (fibras e matriz) logo com
intensa actividade metabólica. Estas células raramente se dividem no adulto, a não ser
que o tecido seja danificado ;
 Fibrócitos – células fusiformes resultantes da diferenciação dos fibroblastos, quando
estes se tornam menos activos na síntese de outros componentes do tecido;
 Adipócitos – células que armazenam lípidos e regulam a temperatura corporal;
 Macrófagos – células de grande dimensão, muito móveis e com capacidade de
fagocitose, desempenhando, por isso, funções de defesa;
 Mastócitos – células móveis, grandes e globosas, produtoras de mediadores químicos
(como os presentes em reacções alérgicas), que desempenham funções de defesa;
 Plasmócitos - células móveis mas presentes em pequeno número, geralmente agrupadas
em torno de vasos sanguíneos, com capacidade de produção de anticorpos.

b) Matriz – a substância fundamental é incolor, transparente homogénio e homogéneo, de


composição química variada mas onde abundam as proteínas.

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c) Fibras – são formações longas e finas formadas por proteínas. Umas são muito elásticos,
outras são muito resistentes à tracção.

4. Classificação dos tecidos conjuntivos

Conforme predomínio das células e dos tipos de fibras:

 Tecido conjuntivo laxo – contém todas células de diferentes fibras;


 Tecido conjuntivo denso - apresenta uma maior quantidade de fibras resistentes à
tracção;
 Tecido conjuntivo elástico - contém uma maior percentagem de substância fundamental
de fibras elásticas.

5. Tecidos conjuntivos especializados

1. Tecido cartilaginoso:

1.1. Definição

O tecido cartilaginoso é uma forma de tecido conjunto mais rígido que possui uma cicatrização
lenta por ser a vascular.

1.2. Constituição

O tecido cartilaginoso é formado por células de forma, quase sempre arredondada ou oval.

As células do tecido cartilaginoso chamam-se condroblastos e estão encerradas em cavidades


chamadas condroplastos na sua volta formando uma membrana designada cápsula.

1.3. Localização do tecido cartilaginoso no homem

O tecido cartilaginoso no homem forma a parte saliente do nariz, as lâminas que ligam as
costelas do exterior, o lóbulo da orelha e os discos intervertebrais e a traqueia.

O nariz e as orelhas de um idoso são maiores de que quando era jovem porque este tecido nunca
deixa de crescer.

Neste tipo de tecido, a matriz e a rede densa de fibras estão absorvidas com sais minerais
(fósforo e cálcio) formando a matriz óssea ou osseiana.

6. Tipos de células que compõem o tecido ósseo.

Existem três (3) tipos de células que compõem o tecido ósseo.

 Osteoblastos - estas células apenas são activas durante cerca de 8 dias, tempo durante o
qual produzem a matriz e as fibras. Após esse tempo ficam incluídas no tecido ósseo,
passando a designar-se osteócitos;

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 Osteócitos - células fusiformes e com numerosos prolongamentos citoplasmáticos que
atravessam canais no osso, ligando as diversas células entre si e aos vasos sanguíneos que
as alimentam. Cada célula localiza-se numa cavidade na osseína designada osteoplasto;
 Osteoclastos - estas células apenas vivem cerca de 2 dias, são grandes e multinucleadas.
Apresentam uma zona com vilosidades que se encontra em contacto com o osso formado,
o qual destroem para retirar fósforo e cálcio.

N.B: A unidade estrutural do osso designa-se osteona ou sistema de Havers. No entanto, esta
estrutura não é geral a todos os tipos de ossos, apenas ocorrendo em ossos longos.

Os ossos estão envolvidos por uma membrana dupla chamada:

Estrutura de um osso longo

3.1.3. Tecido sanguíneo

1. Definição

O sangue é um liquido não transparente de cor vermelho que circula por todo o corpo, é um
conjunto de células suspensas no plasma.

2. Método de separação dos elementos celulares do sangue.

Os elementos celulares do sangue podem ser separados do plasma por centrifugação. As células
depositam-se no fundo do tubo da centrífuga e o plasma, mais claro, na parte superior.

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3. Elementos celulares do sangue

Os elementos celulares do sangue são:

 Plaquetas – são corpúsculos celulares anucleados e muito pequenos, responsáveis pela


coagulação do sangue;
 Glóbulos vermelhos, eritrócitos ou hermácia – são células redondas, bicôncavas,
anucleadas e contendo hemoglobina, o pigmento responsável pelo transporte dos gases
respiratórios (O2 e CO2).
 Glóbulos brancos ou lecuócitos – são células nucleadas de vários tipos, responsáveis
pela defesa imunitária e presentes em todos os animais que contenham líquidos
circulantes. Estes podem ser granulares ou agranulares.
o Granulares – células com núcleo multilobado e grânulos citoplasmáticos
específicos que permite identifica-los. Nestes tipos de células encontramos:
 Basófilos – células produtoras de mediadores químicos de reacções
inflamatórias;
 Eosinófilos – células que participam na modulação de processos
inflamatórios;
 Neutrófilos – células muito activas que "patrulham" o corpo, fagocitando
bactérias e outros corpos estranhos.

o Agranulares – células com núcleo grande, mais ou menos esférico ou em forma


de rim, e sem grânulos no citoplasma. Podem ser classificados em:

 Linfócitos – existem dois tipos destas células, os linfócitos B e T, que


produzem imunoglobulinas e matam células infectadas por vírus,
respectivamente;
 Monócitos – realizam a fagocitose de protozoários, vírus e células em
degenerescência, tendo a capacidade de abandonar os vasos sanguíneos -
diapedese;
 Plasma – é uma solução aquosa de proteínas, glicose, hormonas e sais. Nos vertebrados é
uma solução incolor mas pode ser azulado ou vermelho em alguns invertebrados por
conter pigmentos respiratórios em solução (hemocianina ou hemoglobina,
respectivamente). É responsável no transporte de nutrientes CO2,O2 e produtos
resultantes do metabolismo.

3.1.4. Tecidos musculares

1. Definição

Os tecidos musculares são tecidos que permitem os movimentos corporais, bem como na
contracção de diferentes órgãos como os movimentos peristálticos ao longo do tubo digestório.

As células dos tecidos musculares chamam-se fibras.

2. Tipos de tecidos musculares

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Atendendo as características morfológicas e funcionais, pode distinguir-se três tipos de tecidos
musculares:

 Tecido muscular liso: encontra-se em órgãos como os vasos sanguíneos, úteros e


grandes hastes no tubo digestivo (de contracção involuntária).
 Tecido muscular estriado esquelético: este é responsável pelos movimentos do
esqueleto e outros órgãos como: o globo ocular e a língua. É um tecido voluntário
porque pode ser controlado.
 Tecido muscular estriado cardíaco: este tem contracções cardíacas e as suas
contracções são rítmicas e involuntárias.

O tecido muscular cardíaco chama-se miocárdio, responsável pelo batimento do coração,


enquanto o sístole é a contracção do músculo e a diástole o seu relaxamento.

3.2. Estrutura e função do sistema de órgãos dos vertebrados

1. Definição

O sistema de órgão é um nível superior de organização de vários órgãos formados pela


associação e organização dos diferentes tecidos animais.

2. Os sistemas de órgãos

Podem distinguir-se: Sistema digestivo; Sistema respiratório; Sistema circulatório; Sistema


linfático; Sistema excretor; Sistema endócrino; Sistema nervoso; Sistema reprodutor; Sistema
ósseo ou esquelético

Entrada de nutrientes Entrada de O2

SISTEMA DIGESTIVO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Eliminação dos O2 CO2


resíduos
SISTEMA CIRCULATÓRIO SISTEMA EXCRETOR

Transporte para as células e das células Eliminação

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3.2.1. Sistema digestório ou digestivo.

1. Definição

O sistema digestivo é um processo mecânico, químico de órgãos entram na função digestiva.

2. Função do sistema ou aparelho digestivo

O sistema digestivo tem como função realizar a digestão.

A digestão é um processo de transformação de alimentos. As moléculas complexas são


transformadas em moléculas mais simples.

3. Constituição do sistema digestivo

O sistema digestivo é constituído por tubo digestivo e seus órgãos anexos.

 O tubo digestivo estende-se da boca até ao ânus ou cloaca para as aves e anfíbios. Este
tem como órgãos intermediários faringe, esófago, estômago e delgado.
 A boca é a abertura onde o alimento é ingerido.

Na boca encontramos a língua, os dentes e as glândulas salivares.

 Os dentes têm a importância para a mastigação e trituração dos alimentos.~


 A faringe: serve como via de passagem tanto para o sistema digestivo como para o
sistema respiratório.
 O esófago: é um tubo estático que une a faringe ao estômago, que permite os
movimentos peristálticos.
 O estômago comunica com o esófago através da cárdia e com intestino através do piloro;
estes permitem a entrada e a saída dos elementos.

Nos mamíferos, anfíbios e répteis, o estômago tem somente uma cavidade.

Nas aves, o estômago é formado por dois compartimentos que são: proventrículo e moela.

 O proventrículo é o estômago mecânico, serve para triturar os alimentos.


 A moela tritura os alimentos com ajuda de pequenas pedras que ela contém.

Nos herbívoros ruminantes como os bois, ovelhas, cabras, girafas… o estômago está dividido em
quatro (4) partes ou compartimentos: pança ou rúmen, barrete, folhoso e coalheira.

 O intestino delgado apresenta três partes, que são: duodeno, jejuno e íleo.

No intestino grosso dos mamíferos fazem parte de três zonas: ceco, cólon e recto.

Nas aves, anfíbios e reptes o intestino termina na cloaca, bem como os canais reprodutores.

 Os órgãos anexos são: as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas.

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3.2.2. Sistema respiratório.

1. Definição

O sistema respiratório é um conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas gasosas entre o


organismo e o meio ambiente.

As trocas gasosas que se realizam nas superfícies respiratórias chamam-se hematose.

2. Tipos de superfícies respiratórias ou hematoses nos vertebrados

Existem três (3) tipos de superfícies respiratórias nos vertebrados: tegumento, brônquios e
pulmões.

 Hematose tegumental ou cutâneo: é aquele que ocorre na pele, exemplos: nos


anfíbios, na minhoca.
 Hematose bronquial: ocorre através dos brônquios, exemplos: os peixes.
 Hematose pulmonar: aquela que ocorre nos pulmões.

A entrada e a saída do ar nos pulmões chama-se ventilação pulmonar. É realizada através de


dois (2) processos: a inspiração e a expiração.

3. Função do sistema respiratório

O sistema respiratório tem como função realizar as trocas gasosas, ou seja, levar o oxigénio nas
células e eliminar o CO2.

Os anfíbios possuem hematose bronquial e pulmonar. A hematose cutânea é mais desenvolvida


que as outras.

As aves, os répteis e os mamíferos possuem a hematose pulmonar.

3.2.3. Sistema circulatório.

1. Definição

O sistema circulatório é responsável pela circulação do sangue.

2. Função do sistema circulatório

O sistema circulatório tem como função de transportar as substâncias pelo corpo. Garante a
chegada de nutrientes e oxigénio a todas as células e faz a remoção dos produtos nocivos
produzidos pelo metabolismo.

Nos vertebrados, o sangue circula dentro de um sistema fechado constituído pelo coração e
vasos sanguíneos.

O coração é um órgão oco (escavado) de paredes musculares que serve como bombeador de
sangue.
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Os vasos sanguíneos são estruturas tubulares no interior dos quais circula o sangue.

Existem três (3) tipos de vasos sanguíneos: veias artérias e capilares.

 As artérias são vasos nos quais o sangue circula afastando-se do coração para todas as
partes do corpo.
 As veias são vasos nos quais o sangue circula aproximando-se do coração.
 Os capilares : é neste nível que se processa a troca de substâncias entre o sangue e os
tecidos.

Nos vertebrados, o coração apresenta três ou quatro cavidades.

Os peixes, por sua vez, possuem circulação fechada. O seu coração tem duas cavidades, uma
aurícula e um ventrículo.

Nos anfíbios (batráquios) a circulação é fechada. O coração apresenta três cavidades: duas
aurículas e um ventrículo.

As aves e os mamíferos possuem circulação fechada dupla e incompleta. O coração apresenta


duas cavidades, duas aurículas e dois ventrículos.

N.B: A diferença entre o sistema circulatório de aves e mamíferos está na curvatura da artéria,
que sai do ventrículo esquerdo. Nas aves curva-se à direita enquanto nos mamíferos a curva é à
esquerda.

3.2.4. Sistema linfático

A linfa é um liquido circulante a nível tecidual. Existem vasos linfáticos finíssimos que recebem
a linfa e a lançam nos vasos linfáticos maiores. Ao longo do sistema de vasos linfáticos há
numerosos gânglios linfáticos que agem como filtros.

3.2.5. Sistema excretor

A excreção é o processo de eliminação do meio interno de produtos prejudiciais ao organismo e


resultantes do metabolismo, como o ácido úrico, o amoníaco, o dióxido de carbono e outros.

Nos vertebrados, a eliminação do dióxido de carbono faz-se através dos órgãos respiratórios,
sendo a remoção do produtos azotados feita pelos rins que também eliminam o excesso de água.

Nos peixes de água doce entra no organismo água em excesso, visto que vivem num meio menos
concentrado que o meio interno.

Os rins eliminam esse excesso de água excretando urina abundante e diluída. Os peixes de água
salgada enfrentam problema inverso assim por viverem num meio mais concentrado do que o do
seu organismo e como têm falta de água no organismo, eliminam pouca água através dos rins,
sendo a urina muito concentrada.

Nos vertebrados terrestres os rins desempenham duas funções importantes:

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 Eliminação dos subprodutos do catabolismo, muitos dos quais tóxicos;
 Controlo da concentração de sais e de água no organismo.

Os rins exercem um importante papel na manutenção da homeostasia. A manutenção de


homeostasia é importante para que o organismo funcione harmonicamente.

Nos vertebrados, há três tipos de rins: prónefros, mesónefros e metânefros.

O prónefro é o primeiro rim que se forma no embrião de qualquer vertebrado dando depois
lugar a um segundo tipo de rim o mesónefro; em alguns vertebrados, o mesonefro persiste na
vida adulta, enquanto em outros dá origem a um terceiro tipo de rim o metânefro.

Dos rins partem uréteres, que, nos anfíbios, repteis e aves, abrem da cloaca, enquanto, nos
mamíferos, comunicam directamente com a bexiga, da qual sai um canal único, a uretra, que se
abre no exterior.

3.2.6. Sistema Endócrino.

A sobrevivência de um animal depende da regulação e coordenação das actividades dos órgãos e


tecidos. O metabolismo, o crescimento e a reprodução requerem uma coordenação prolongada e
regida por reguladores químicos transportados pelo sangue, denominadas hormonas.

Hormona é uma palavra grega (hormon = hormona) que significa „‟excitante‟‟. Este termo foi
empregado pela primeira vez por Starling, em 1905.

Uma hormona é um agente libertado pelas células e difundido ou transportado a todas as partes
do organismo para realizar ajustes no funcionamento do organismo.

As hormonas são produzidas pelas glândulas endócrinas ou órgãos de secreção interna. Há


também, em contraste com estas glândulas, os órgãos exócrinos, que expelem o seu produto para
o exterior.

Órgãos Origem Hormonas Acção


Endoderme intestinal Insulina Regula o armazenamento e
Pâncreas (ilhotas de (divertículos utilização dos hidratos de
langerhans) pancreáticos) carbono.
Conserva a masculinidade.
Estimula os órgãos femininos
Gónadas, testículos e Mesoderme da Androgénio acessórios, regula os caracteres
ovários parede dorsal do Estrogénio sexuais e influem sobre o
corpo comportamento sexual
Acelera o batimento cardíaco,
contrai os vasos sanguíneos, eleva
Medula supra-renal Crista neutral Adrenalina a pressão sanguínea, dilata os
(epinefrina) pulmões e contrai as pupilas

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3.2.7. Sistema nervoso

4. Definição

O sistema nervoso é um sistema sensorial que monitora, une e regula as actividades das células,
tecidos, dos vários órgãos e sistema do organismo. O SN recebe impulsos de vários sistemas
sensoriais, quer do meio ambiente, como dos órgãos e sistemas, integra toda informação
recebida, analisa-os e da o comando ao organismo para responder adequadamente regula a
actividade comportamental e psíquica de um ser humano.

5. Tecido do sistema nervoso


O sistema nervoso é composto por neurônios e nervos e desempenham papéis importantes na
coordenação motora.

I- Neurónio - é a células que compõe o tecido nervoso e elas conduzem impulsos elétricos.
Os neurónios dividem-se em 3 partes:

 Corpo celular: é a parte onde ficam o núcleo e diversas organelas.


 Dendritos: são várias pequenas ramificações que saem do corpo celular, e funcionam
como “antenas”, para captar sinais elétricos.
 Axônio: é uma grande extensão do corpo celular, que se conecta à outros neurônios ou à
células de outros tecidos, como músculos, glândulas, etc.

Em torno do axônio geralmente são formadas as “bainhas de mielina”, compostas de por “células
de Schwann”, que contem material lipídico. Essa bainha faz com que o transporte de impulsos
elétricos seja mais rápido. Alguns axônios podem ultrapassar 1 metro de comprimento.

Estrutura de neurónio

Os neurónios podem ser divididos em três tipos:

 Neurônios receptores: São os neurónios encarregados de captarem informações


directamente das células sensoriais (dendritos), como aquelas que compõem a retina
(olho), o ouvido, tacto, a língua, etc.
 Neurônios de conexão ou mistos: Fazem a conexão entre dois neurónios. Recebe
informação pelo dendrito, e a repassa à célula nervosa seguinte usando o axônio.
Neurônios efetores: São os neurónios que recebem as informações do cérebro (as
respostas aos estímulos captados pelos neurónios receptores) e as repassam para os
músculos, glândulas, etc.
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Exemplo: Ao encostar com a ponta do dedo em uma agulha, as células sensoriais (dendritos)
presentes na pele do dedo captam essa informação e transmitie para o cérebro, utilizando-se dos
neurónios receptores e de conexão. O cérebro irá processar a informação e da uma ordem para
que o músculo responsável pelo dedo se contraia, a fim de eliminar o perigo de ser perfurado.
Essa última parte é feita pelos neurónios efectores.

II- Nervos
Os nervos são vários agrupamentos de feixes de axônios e dendritos.
 Nervos Cranianos: são nervos que partem do encéfalo.
 Nervos Raquidianos: são nervos que iniciam na medula espinhal.

6. Tipos de sistema nervoso

O sistema nervoso central pode ser:


 Sistema nervoso central (SNC)
 Sistema nervoso periférico (SNP)

SNC SNP

1- cérebro

2- sistema nervoso central

3- espinha dorsal.

O SNC consiste em:


1- encéfalo
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2- medula espinal (espinha dorsal, medula raquitidiana)

O SNP consiste em:

1- sistema nervoso somático


2- sistema nervoso autónomo

 O sistema nervoso somático é responsável pela coordenação dos movimentos do corpo


e também por receber estímulos externos. Este é o sistema que regula as actividades que
estão sob controle da consciência de um individuo.

 O sistema nervoso autónomo regula as actividades que não estão sob controle da
consciência de um individuo e é dividido em:

a) sistema nervoso simpático


b) sistema nervoso parassimpático
c) sistema nervoso entérico

O sistema nervoso simpático – é o sistema que estimula todos os sistemas com excepção ao
sistema digestivo, genitourinário e pupila. Ele responde ao perigo iminente ou stresse, e é
responsável pelo incremento do batimento cardíaco e da pressão arterial, entre outras mudanças
fisiológicas, juntamente com a sensação de excitação que se sente devido ao incremento de
adrenalina no sistema.

O sistema nervoso parassimpático - é o sistema que relaxa todos os sistemas com excepção ao
sistema digestivo, pupila e genitourinário. Ele torna-se evidente quando a pessoa está
descansando e sente-se relaxada, e é responsável pela constrição pupilar, a redução dos
batimentos cardíacos, a dilatação dos vasos sanguíneos e a estimulação dos sistemas digestivo e
genitourinário.

O sistema nervoso entérico - gerência todos os aspectos da digestão, do esófago ao estômago,


intestino delgado e cólon.

I-MEDULA ESPINAL (medula raquidiana)

- Medula significa miolo e indica o que está dentro de um osso.

- A medula espinhal localiza-se dentro do canal vertebral.

- A medula espinhal é uma massa cilindróide de tecido nervoso.

- No homem adulto ela mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco menor na mulher.

- A medula limita-se com o bulbo(ao nível do forame magno do osso occipital) e termina na 2
vértebra lombar.

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TRONCO ENCEFÁLICO

- O tronco encefálico localiza-se entre a medula e o diencéfalo, ou seja, conecta a medula espinal
com as estruturas encefálicas.

- A substância branca do tronco encefálico inclui tratos que recebem e enviam informações
motoras e sensitivas para o cérebro e também as provenientes dele.

- As substância cinzentas no tronco encefálico encontram-se dispersas na substância branca do


tronco e denominadas núcleos, que exercem efeitos intensos sobre funções como a pressão
sanguínea e a respiração.

- No tronco encefálico passam feixes nervosos denominados tratos, fascículos ou lemniscos (são
corpos de neurónios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas).

-10 pares de nervos cranianos, passam pelo tronco encefálico.


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O tronco encefálico se divide em:

1- bulbo
2- mesencéfalo
3- ponte

CEREBELO

 O cerebelo - órgão do sistema nervoso supra-segmentar, deriva da parte dorsal do


metencéfalo e fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação
do tecto do IV ventrículo. e está separado do lobo occipital por uma prega da dura-máter
denominada tenda do cerebelo.

 Do ponto de vista fisiológico, o cerebelo difere fundamentalmente do cérebro porque


funciona sempre em nível involuntário e inconsciente, sendo sua função exclusivamente
motora (equilíbrio e coordenação).

 Anatomicamente, distingue-se no cerebelo, uma porção ímpar e mediana, o vérmix,


ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares.

3- Cérebro divide-se em: 1-Diencefalo; 2- Telencéfalo

CÉREBRO

 O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de 80% da cavidade


craniana.

1- DIENCÉFALO

 O diencéfalo é uma estrutura ímpar que é vista na porção mais inferior de cérebro.

O diencéfalo esta constituído pelas as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo,


subtálamo e o III ventrículo.

 III ventrículo: É uma cavidade no diencéfalo, ímpar, que se comunica com o IV


ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais pelos respectivos forames
interventriculares.

 Quando o cérebro é seccionado no plano sagital mediano, as paredes laterais do III


ventrículo são expostas amplamente; verifica-se então a existência de uma depressão, o
sulco hipotalâmico, que se estende do aqueduto cerebral até o forame interventricular. As
porções da parede, situadas acima deste sulco, pertencem ao tálamo; e as situadas abaixo,
pertencem ao hipotálamo.

2- TELENCÉFALO

 O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo.

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 Os dois hemisférios cerebrais são divididos pela fissura longitudinal do cérebro e são
unidos por uma larga faixa de fibras comissurais, denominada corpo caloso.

 Os hemisférios possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e esquerdo (I e II), que


se comunicam com oIII ventrículo pelos forames interventriculares. Nos ventrículos
circula o líquido encefalorraquidiano.

 No cérebro existem 4 lobos em cada hemisférios: frontal, parietal, temporal e occipital.

 O cérebro possui 2 substancias: a substância branca (interna) e é formada por neurônios


(células nervosas); e a substância cinzenta, que forma o envoltório ou córtex cerebral.

 O cérebro tem três membranas, as meninges:


1- pia-máter (mais interna)
2- aracnoide (intermediária)
3- dura-máter (mais externa).

3.2.8. Sistema reprodutor

1. Noção

A reprodução é o processo pelo qual os seres vivos dão origem a outros seres da mesma
espécie, aumentando assim a população.

2. O sistema reprodutivo humano

Na espécie humana, a reprodução é sexuada. O sistema reprodutor humano é formado por um


conjunto de órgãos reprodutores ou genitais que diferem em órgãos sexuais masculinos e órgãos
sexuais femininos, com uma estreita relação entre eles. A principal função destes órgãos é a de
reprodução. Portanto, vamos estudar os órgãos sexuais de ambos os sexos. Este sistema é
formado por um conjunto de órgãos reprodutores ou genitais, que têm uma estreita relação entre
eles. A sua principal função é a de reprodução.

Para o seu estudo, os órgãos reprodutores, tanto masculinos como femininos, serão apresentados
em dois aspectos: externos e internos.

Os órgãos reprodutores internos estão localizados na cavidade pélvica enquanto que os externos
podem ser vísiveis localizando-se na região baixa da pélvis

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3. Sistema reprodutor masculino

O sistema reprodutor masculino é constituído pelos órgãos externos e internos.

Órgãos externos:

No homem, os órgãos externos são: o pénis e a bolsa escrotal, que contém os testículos.

Pénis – é um órgão de forma cilíndrica, através do qual sai a urina e o esperma no momento da
ejaculação e que tem na sua constituição a glande e o prepúcio. Tanto a urina como o esperma
passam pela uretra.

Os espermatozóides passam pelos testículos até às vesículas seminais, através dos canais
deferentes e, daí, pela uretra, para o exterior. Nas vesículas seminais é produzido um líquido
viscoso, no qual vão evoluir os espermatozóides. Esse líquido, completado por outros líquidos,
chama-se esperma.

Glande: É a extremidade arredondada do pénis.


Prepúcio: É a pele que cobre a glande.
Testículos: Localizam-se abaixo do pénis e têm a função de produzir os espermatozóides.

Órgãos internos:

Os órgãos são: a próstata, as vesículas seminais e a uretra.

Próstata: É uma pequena glândula que tem como função fornecer um líquido nutritivo e
protector aos espermatozóides.
Uretra: Canal de saída da urina e esperma, curto nas mulheres e longo nos homens.

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4. Sistema reprodutor feminino

O sistema reprodutor feminino também é constituído pelos órgãos externos e internos.

Órgãos reprodutores externos:

Estes órgãos formam um conjunto chamado vulva. Ela é constituída pelos pequenos lábios,
grandes lábios, clítoris e uretra.

Grandes lábios – cobrem a entrada da vagina e protegem o clítoris e os pequenos lábios.

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Pequenos lábios – rodeiam a abertura da vagina e o meato urinário.
Clítoris – órgão sensível que se situa no ponto de união dos pequenos lábios.

Órgãos internos:

Os órgãos sexuais femininos internos são: os ovários, as trompas, o útero e a vagina.

A vagina é um canal muscular cilíndrico com paredes elásticas e pregueadas. Os ovários são dois
órgãos de tamanho e forma de azeitona grande onde se faz a maturação dos óvulos.

O útero é um órgão muscular oco, com forma de abacate invertido. Comunica, de um lado com
as trompas e, do outro com a vagina, através do colo do útero. É no útero que se desenvolve o
bebé, durante a gravidez. O nosso corpo em geral e muito especialmente os órgãos sexuais
necessitam de uma higiene diária.

Desenvolvimento do ser humano

Após a fecundação, o ovo formado entra em divisão ainda nas trompas. Divide-se em duas outras
células, que se mantêm coladas umas às outras. Em seguida, estas duas dividir-se-ão novamente
em duas, as quais se dividirão também em duas e assim sucessivamente.

Ao fim de cinco ou seis dias, há já aproximadamente 150 células provenientes de uma célula
única. Como o seu aspecto faz lembrar uma fruta pinha ou um morango, dá-se-lhe o nome de
mórula.

O embrião neste período desenvolve-se e dirige-se para o útero, onde vai instalar-se. A esse
fenómeno chama-se nidação.

O desenvolvimento continua no útero. Passadas 12 semanas, o embrião continua aumentando o


tamanho e adquire já uma forma humana. Passa então a chamar-se feto.

Paralelamente, na parede interna do útero, vai-se formando o órgão denominado placenta,


cujas funções são: proteger, alimentar e absorver os produtos da excreção do novo ser.

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Da fecundação ao nascimento do novo ser, a mulher encontra-se em estado de gravidez. Já a
partir do primeiro mês de gravidez, a mulher deve fazer várias consultas pré-natais no posto de
saúde materno-infantil mais próximo da sua residência. A mulher grávida deve vacinar-se contra
o tétano.

A partir do 6.º mês, a mulher grávida deve evitar ou reduzir os trabalhos domésticos pesados
como, por exemplo, carregar muita lenha ou muita água. Durante este período, deve repousar
muitas vezes ao dia e poupar as suas forças.

Durante a gravidez, o feto fica ligado à placenta por meio de um cordão (cordão umbilical),
através do qual passam os vasos sanguíneos por onde circula o sangue com nutrientes
necessários para sustentá-lo. Este factor, estabelece uma relação de dependência entre o feto e a
mãe. Por isso, a mulher grávida deve ter uma alimentação saudável equilibrada por formas a
fornecer nutrientes indispensáveis para o desenvolvimento do bebé.

Após o parto, o cordão umbilical é cortado pelo médico ou pela parteira, separando-se assim o
bebé da mãe. O bebé, a partir deste instante, inicia uma vida independente. No entanto, ficará por
toda a vida a cicatriz desta ligação: o umbigo. Alguns minutos após o parto (entre 15 a 20
minutos), a placenta é expulsa do interior da mãe.

Nota: As mulheres devem evitar os partos nos domicílios. Devem realizá-los na maternidade
mais próxima de sua casa.

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BIBLIOGRAFIAS

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