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Trabalho Filosofia

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Colégio Estadual Dom Alano Marie Du Noday

Professor: Max
Aluno: Arthur Glassen Ferreira
Turma: 23.01

Trabalho de Filosofia

-Breve introdução sobre ‘O Príncipe’ de Maquiavel

"O Príncipe", escrito por Nicolau Maquiavel no século XVI, ainda permanece como uma obra-
chave nos livros políticos. Isso desperta muita conversa e reflexão. Esta peça política oferece uma
análise aprofundada do uso do poder e funciona como um guia para os líderes enfrentarem os testes
da vida política em constante mudança. Maquiavel aborda vários temas, como planos de vitória,
formação de equipes, palestras e a complicada combinação de boas ações e riqueza. No seu livro,
ele diz que os líderes devem ser capazes de mudar e estar conscientes, mudando conforme
necessário e utilizando todos os meios para se manterem no topo. Esse lado inteligente de
Maquiavel abala velhas ideias certas e erradas, dizendo que, em alguns casos, o objetivo torna o
caminho certo, ou, em outras palavras, os fins justificam os meios. O instigante "O Príncipe" é
elogiado por sua verdadeira visão da política, que coloca o bem e o mal de lado. O pensador e líder
italiano Nicolau Maquiavel, com o seu famoso “O Príncipe”, deixou uma marca duradoura. Nascido
em 1469 e falecido em 1527, os seus dias como funcionário público e orador na República
Florentina moldaram a sua visão do poder, que se destacou pela sua visão real e inteligente. Visto
como um iniciador de um novo pensamento político, e pelo seu trabalho inovador, as suas ideias
abalaram as do seu tempo e continuam a tocar tanto o pensamento político como a forma de gerir as
coisas hoje.

-Capítulo V:

No capítulo V, Maquiavel aborda uma questão de tática sobre como administrar um estado ou
cidade que se acostumou à autonomia e ao autogoverno antes da sujeição. Ele elaborou três
procedimentos principais: aniquilar a cidade, ocupá-la de forma privada ou criar um governo
oligárquico para garantir a lealdade ao príncipe que tem suas próprias leis.
Quando o método mais eficiente para governar uma cidade que se acostumou à liberdade é eliminá-
la ou adicionar pessoas, esta proposição decorre da crença de que os indivíduos possuem
recordações sobre as suas liberdades passadas e conhecem leis antiquadas que poderiam
potencialmente ser a razão para uma rebelião. A utilização de referências históricas como Esparta e
Atenas, Tebas e Cápua, Roma e Cartago, Numância endossa o argumento de Maquiavel.
Mas este método tem chamado muita atenção à luz das normas éticas contemporâneas e dos direitos
humanos, uma vez que os princípios são baseados na noção maquiavélica de manter o poder por
qualquer meio, mas algumas de suas táticas podem ser consideradas brutais e um desrespeito para o
homem.
Além disso, a visão de Maquiavel de que as cidades são conquistadas ou destruídas para obter
controle sobre elas não considera a aquisição da lealdade dos cidadãos através do respeito e de uma
governação justa. Isto é particularmente importante porque quando Maquiavel escreveu estas obras,
ele estava situado num determinado contexto histórico que difundiu tais estratégias. Além de ter
alguma visão sobre a real natureza do poder político da época, muitos dos seus argumentos são
agora considerados questionáveis porque divergem dos valores morais atuais. No entanto, as ideias
de Maquiavel sobre o poder e a natureza humana continuam a ser relevantes até hoje, levantando
questões fundamentais relativas à liderança, à autoridade e às formas como a política funciona.

-Capítulo IX:

O capítulo IX discute como essas duas coisas – príncipe e povo se relacionam. Maquiavel
argumenta que existem duas maneiras de um governante alcançar o poder: através do apoio da
população ou do apoio dos poderosos. No entanto, ele sustenta que um governante escolhido pelo
povo é mais seguro em sua posição. Enquanto aqueles que obtiveram seu poder por favorecimento
dos poderosos ficarão sem influência quando perderem esse apoio, aqueles que foram colocados no
poder pelo povo podem facilmente se reafirmar se continuarem populares. As massas em geral não
desejam ser oprimidas, enquanto os poderosos geralmente desejam oprimi-las.
Segundo Maquiavel, quando um príncipe depende do povo para obter poder, ele deve manter uma
relação amigável com eles, evitando colocá-los sob pressão. Ele também aconselha que um príncipe
que chega ao poder com o apoio das classes influentes faça esforços para conquistar o apoio dos
cidadãos comuns. O autor fala sobre um Estado governado de forma centralizada e mostra os
problemas que surgem com essa abordagem. Sua opinião é que, quando um príncipe opta por
governar através de magistrados, ele pode não conseguir controlar o Estado em situações difíceis, já
que os cidadãos terão se acostumado a ouvir e obedecer às ordens do Estado.
Esse capítulo apresenta uma perspectiva interessante sobre a política do poder. No entanto, a visão
de Maquiavel parece ser bastante pessimista e cínica, afirmando que os poderosos naturalmente
tendem a reprimir e dominar, enquanto o público é dócil por natureza e apenas busca evitar a
opressão. Essa concepção simplifica a complexidade da humanidade e reduz o poder a um sistema
simplista. Além disso, a teoria de que um príncipe pode conquistar as pessoas sem esforço é
questionável, pois a confiança e a simpatia não surgem facilmente, mas requerem uma boa
governança por parte do príncipe. Além disso, é incorreto afirmar que um príncipe pode dispensar
os poderosos, pois na realidade eles têm meios significativos de poder que podem ser usados contra
ele. Portanto, embora esse capítulo forneça uma análise instigante do poder político, suas
suposições subjacentes e as conclusões resultantes ainda podem ser incertas.

-Capítulo XV:

No capítulo XV, Maquiavel nos convida a refletir sobre as complexidades da liderança política de
uma forma profunda. Ele começa reconhecendo que já existem muitas obras que trataram desse
assunto, mas sua abordagem é direta e prática, baseada em experiências reais. Em vez de se perder
em ideais e teorias, Maquiavel nos lembra da realidade das situações políticas e da necessidade de
sermos práticos. Ele argumenta que um líder não precisa ser perfeito em todas as virtudes, mas sim
adaptar-se às circunstâncias para manter sua autoridade.
O autor apresenta uma lista de qualidades pelas quais os líderes são julgados, como generosidade,
crueldade, lealdade e outras. Ele reconhece que seria ótimo se um líder pudesse possuir todas essas
qualidades, mas sabemos que isso é difícil de alcançar devido à nossa natureza humana imperfeita.
Portanto, Maquiavel nos lembra da importância de sermos prudentes ao evitar comportamentos que
possam ameaçar o governo, mas também nos encoraja a não nos preocuparmos excessivamente com
aqueles que não representam uma ameaça direta à estabilidade do poder. Ele nos mostra que um
líder deve ser flexível e adaptável, agindo de acordo com a situação em questão.

-Capítulo XVII:

No capítulo XVII, Maquiavel nos leva a refletir de forma que nos remete às discussões políticas
entre amigos durante uma tarde descontraída em um café. Ele inicia discutindo a relevância da
virtude da piedade em um líder, porém, de forma irônica, alerta sobre os riscos de ser
excessivamente benevolente. Maquiavel nos faz lembrar do perfil de um líder como César Bórgia,
cuja reputação cruel, embora tenha unido e trazido paz à Romanha, contrasta com os florentinos
que, ao tentarem evitar tal fama, permitiram a devastação da cidade de Pistoia.
O autor defende que, mesmo que possa parecer contraditório, há momentos em que um líder não
deve recear ser visto como cruel, especialmente quando isso se mostra necessário para manter a
ordem e a fidelidade. Ele nos faz sorrir ao observar que, ocasionalmente, um ato de crueldade pode
ser mais eficaz do que uma compaixão exagerada. Entretanto, Maquiavel logo ressalta a
importância do líder agir com equilíbrio e humanidade para evitar suscitar ódio e revolta entre seus
súditos.
Quanto à questão de ser amado ou temido, Maquiavel nos apresenta um olhar astuto sobre a
natureza humana, comparando as volatilidades do amor e do temor. Ele nos diverte com sua
observação de que, embora seja desejável ser amado e temido, é mais seguro ser temido, pois o
medo da punição é mais eficaz do que o laço do afeto. No entanto, ele nos lembra gentilmente da
importância de um líder evitar a tirania e a ganância, para que seu domínio inspire temor sem
despertar antipatia.
Ao longo do capítulo, Maquiavel nos brinda com exemplos históricos que parecem ter sido tirados
diretamente de uma peça teatral, como as estratégias de Aníbal e as hesitações de Cipião. Ele nos
convida a ponderar sobre os dilemas enfrentados pelos líderes políticos com um sorriso nos lábios,
enquanto nos lembra da importância de um equilíbrio sábio entre as virtudes e os vícios na busca
pela estabilidade e eficácia governamental.

-Capítulo XVIII:

O capítulo XVIII, aborda a questão da confiabilidade e integridade dos príncipes (líderes).


Maquiavel argumenta que, embora seja louvável que um príncipe mantenha sua palavra e viva com
integridade, a realidade mostra que aqueles que realizaram grandes feitos muitas vezes não deram
importância à palavra empenhada e usaram a astúcia para enganar os outros.

Maquiavel sugere que um príncipe deve ser capaz de usar tanto a força (a natureza do leão) quanto a
astúcia (a natureza da raposa) para governar efetivamente. Ele argumenta que um príncipe prudente
não deve necessariamente manter sua palavra quando isso se voltar contra ele e os motivos originais
para dar sua palavra não existirem mais.
Esse capítulo reforça a ideia de que a aparência de virtude pode ser mais importante para um
príncipe do que a virtude real. Maquiavel argumenta que os príncipes devem parecer piedosos, fiéis,
íntegros, humanos e religiosos, mesmo que não sejam. Ele sugere que as pessoas tendem a julgar
mais pelo que veem do que pelo que sentem, e que a aparência de virtude pode ser suficiente para
ganhar e manter o apoio do povo.
Maquiavel também argumenta que os fins justificam os meios. Ele sugere que, desde que um
príncipe seja capaz de conquistar e manter o Estado, os meios pelos quais ele faz isso serão sempre
considerados honrosos e dignos de elogio. Isso reflete a visão pragmática de Maquiavel sobre a
política: o que importa é o resultado, não a moralidade dos meios usados para alcançá-lo.
No entanto, essa visão pode ser criticada por promover um cinismo político que justifica a
desonestidade e a manipulação em nome do poder. Além disso, pode-se argumentar que uma
liderança baseada apenas na aparência de virtude é inerentemente instável, pois a verdade
eventualmente virá à tona. A longo prazo, a integridade e a honestidade podem ser mais eficazes
para construir a confiança e o apoio do povo.

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