2.1 - Nova Síntese
2.1 - Nova Síntese
2.1 - Nova Síntese
1 – E a vida continua
Prof.ª: Katiane Marques
Coordenador(a): Laura Lindalva
Relator(a): Fernanda Soares
Turma: A2
★ TERMOS DESCONHECIDOS:
★ Biópsia de fragmento com agulha (BFA)
A biópsia de fragmento com agulha (BFA) ou core biopsy consiste na retirada de fragmentos de tecido,
com uma agulha de calibre um pouco maior que da PAAF, acoplada a uma pistola especial. O
posicionamento da agulha de biópsia poderá ser guiado por ultrassom ou ressonância magnética.
A agulha é inserida na lesão, retirando fragmentos de alguns milímetros, que são encaminhados para
análise.
A análise microscópica da amostra é feita por um médico patologista, que confirma ou não a presença de
câncer.
★ BI-RADS V (abordado nas qa´s)
★ Mamectomia - É o mesmo que mastectomia.
★ Mastectomia
A mastectomia é uma forma de tratar o câncer de mama e consiste na retirada cirúrgica de toda a mama .
Existem vários tipos de mastectomia, com base na forma como a cirurgia é realizada e na quantidade de
tecido removido:
- Mastectomia simples: nesse procedimento, o cirurgião remove toda a mama, incluindo o mamilo,
aréola e pele. Dependendo da situação alguns linfonodos axilares podem ser retirados. A maioria
das mulheres, recebem alta hospitalar ao dia seguinte ao procedimento.
★ PROBLEMAS:
★ O Dr. Gilberto notou um pequeno nódulo no quadrante superior externo da mama direita da
paciente, motivo pelo qual solicitou uma mamografia e uma ultrassonografia mamária
★ Lesão altamente sugestiva de neoplasia acometendo as duas mamas de Kátia (BI-RADS V)
★ Kátia foi encaminhada imediatamente para um hospital de referência, onde realizou biópsia de
fragmento com agulha (BFA) ou core biopsy e mamectomia em mama esquerda
★ Kátia ficou com medo de que seu casamento fosse terminar como terminou o casamento de sua
mãe e irmã que tiveram câncer de mama com 55 e 58 anos, respectivamente e cujos maridos
foram embora após o diagnóstico de câncer de mama
★ Dificuldade de comunicar a má notícia.
★ Diagnóstico de carcinoma ductal invasivo.
★ Kátia foi submetida a um longo tratamento de quimioterapia que provocou muitas náuseas. Mas
o que lástima mesmo é ter perdido completamente o cabelo e os pêlos do corpo.
★ Nos próximos anos ainda precisará de hormonioterapia.
★ HIPÓTESES:
★ As alterações apresentadas nas mamas, junto com a lesão altamente sugestiva, são decorrentes
do câncer de mama.
★ A paciente apresenta predisposição genética em virtude do histórico familiar.
★ A perda dos pelos corporais são decorrentes do tratamento quimioterápico.
★ QUESTÕES DE APRENDIZAGEM:
Fisiopatologia
Resumo da fisiopatologia
É através do DNA que os cromossomos passam todas as informações relativas à organização, forma,
atividade e reprodução celular. Podem ocorrer alterações nos genes que passam a receber informações
erradas para suas atividades. Essas alterações podem ocorrer em genes especiais, chamados proto
oncogenes, inativos em células normais, transformando-os em oncogenes, responsáveis pela
cancerização de células normais. As células cancerígenas multiplicam-se de maneira descontrolada,
acumulam-se formando tumor, e invadem o tecido vizinho.
Receptores hormonais
Para tumores nos quais os receptores HER2 estão superexpressos, os medicamentos que bloqueiam esses
receptores são parte do tratamento padrão. Os tumores com superexpressão de HER2 respondem bem a
esses medicamentos porque o HER2 é um fator importante na progressão das células neoplásicas.
As lesões precursoras morfologicamente reconhecidas incluem a atipia epitelial plana, a HDA e o CDIS,
que compartilham certos eventos genômicos com os carcinomas invasivos RE-positivos, tais como
ganhos no cromossomo 1, perdas no cromossomo 16 e mutações do PIK3CA (o gene que codifica PI3K).
Esses tipos de câncer são classificados como “luminais”, com base no perfil de expressão gênica. Este é
o tipo de câncer mais comum em indivíduos com mutações germinativas do BRCA2. (Seta amarela)
-Via dos cânceres que superexpressam o HER2 devido à amplificação do gene. (verde)
Esses cânceres podem ser RE- positivos ou negativos e geralmente estão associados a mutações do
gene TP53 na linhagem germinativa.
Uma possível lesão precursora é a adenose apócrina atípica, que compartilha características com o
CDIS apócrino. (Seta verde)
Esses cânceres possuem perda da função dos genes BRCA1 e TP53 e são genomicamente instáveis. A
maioria dos cânceres triplo-negativos é classificada como “semelhante ao basal” pelo perfil de
expressão genética.
Manifestações clínicas
→ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: A história natural divide-se em duas fases:
1. Fase pré-clínica: Compreende o intervalo de tempo entre o surgimento da primeira célula maligna e
o desenvolvimento do tumor até atingir condições de ser diagnosticado clinicamente, ou seja, quando o
tumor ainda não é palpável.
Observamos que, em alguns casos de câncer de mama, podemos encontrar metástases à distância,
mesmo nesses casos pré-clínicos (não palpáveis). Por isso, consideramos que o câncer de mama é uma
doença sistêmica desde seu diagnóstico. A capacidade de um tumor de metastatizar para os linfonodos
regionais (axilares ou mamários) não é um indicativo da capacidade do tumor de metastatizar para
locais distantes, por isso existe a chance de curar o câncer de mama, mesmo nas pacientes com
linfonodos comprometidos pela doença.
2. Fase clínica: Quando há condições clinicamente diagnosticáveis. Clinicamente, o carcinoma
manifesta-se:
1. Como nódulo palpável, muitas vezes detectado pela própria paciente;
2. Por anormalidades mamográficas, razão pela qual programas de rastreamento devem ser
estimulados;
3. Como achado incidental histológico em fragmentos de mama retirados por outra razão (doença
benigna ou mamoplastia);
4. Pelo encontro de células malignas na investigação de derrames papilares;
5. Por suas metástases.
↪︎Sinais e sintomas:
● Aparecimento de um nódulo indolor, duro e irregular - mas há tumores de consistência branda,
globosos e bem definidos;
● Saída de secreção pelo mamilo – especialmente quando é unilateral e espontânea;
● Coloração avermelhada da pele da mama;
● Edema cutâneo semelhante à casca de laranja;
● Retração cutânea;
● Dor ou inversão no mamilo;
● Descamação ou ulceração do mamilo;
● Linfonodos palpáveis na axila.
● Ginecomastia em homens.
Sinais e sintomas específico de cada tipo de câncer (não é importante saber para a prova)
● Fisiopatologia: O DCIS é uma proliferação maligna de células epiteliais que se limita aos ductos
mamários e não invade o estroma adjacente. Ele pode ser classificado em subtipos como:
○ Comedo: chamado também de comedocarcinoma, é caracterizado por células
necróticas dentro do ducto e frequentemente associado a um grau nuclear alto, com
maior potencial de progressão para carcinoma invasivo.
○ Non-comedo: Inclui padrões papilar, cribriforme, micropapilar e sólido, com menor
agressividade e potencial de progressão.
● Sintomas Clínicos: Geralmente assintomático e identificado em mamografias de rastreamento
devido à presença de microcalcificações. Raramente pode apresentar um nódulo palpável.
○ Se o comedocarcinoma alcançar a fase invasiva, será possível a palpação de um nódulo
mal definido.
● Fisiopatologia: Surge das células lobulares e é caracterizado por uma invasão estromal em
fileiras únicas de células (células em "fila indiana"). Possui uma maior tendência à
multifocalidade e bilateralidade. É comum coexistir com carcinoma lobular in situ.
● Sintomas Clínicos: Pode apresentar-se como uma massa menos definida que o carcinoma
ductal, com maior propensão a causar espessamento difuso da mama em vez de um nódulo
palpável bem circunscrito.
Carcinoma Medular
● Essa denominação é ultrapassada, hoje em dia sendo um tipo de NST com padrão morfológico
peculiar.
● Fisiopatologia: um tipo raro, caracterizado por células grandes e pleomórficas com limites
celulares bem definidos, infiltração linfocítica abundante e ausência de estroma desmoplásico.
Pode ser confundido com o carcinoma ductal NST pela sua aparência sólida.
● Sintomas Clínicos: Geralmente apresenta-se como uma massa bem circunscrita, que pode ser
confundida com um fibroadenoma.
Carcinoma Tubular
Apontamentos da professora
Classificação molecular
Avaliamos a expressão do HER2 por meio da aplicação de “corantes” específicos para o receptor HER2
no estudo imuno-histoquímico.
Consideramos que o tumor apresenta superexpressão do HER2 quando mais de 30% das células do
tumor ficam coradas no estudo imuno-histoquímico e chamamos isso de positivo 3+ (+++) ou escore 3.
KI-67
O Ki-67 é um marcador de proliferação celular. Ou seja, os tumores que apresentam valores altos de Ki-
67 estão se proliferando mais, portanto são mais agressivos. Por outro lado, os tumores com valores
baixos de Ki-67 apresentam baixa proliferação celular, sendo menos agressivos.
O estudo do Ki-67 também é feito por meio do perfil imuno-histoquímico.
SUBTIPOS MOLECULARES
LUMINAL A
Os tumores luminal A são os de melhor prognóstico, por serem os mais diferenciados, apresentando
receptores de estrogênio e progesterona positivo(s), HER 2 negativo e Ki-67 baixo. Devido a estas
características são pouco agressivas, apresentando crescimento lento e maior sobrevida para as
pacientes. São o subtipo molecular mais comum.
LUMINAL B
Os tumores luminais B vem logo em seguida, sendo de bom prognóstico também, perdendo apenas
para os tumores luminais A. São diferentes dos tumores luminal A por apresentarem pouca expressão
do receptor de progesterona e/ou Ki-67 > 20%, ou seja, são tumores que apresentam maior taxa de
proliferação celular. Podem estar associados com a superexpressão do HER 2 ou não e nos casos HER 2
positivo (3+/3+) são chamados de Luminal B híbrido.
HER2
Os tumores HER2 (puros) apresentam um prognóstico mais reservado. Lembre-se que a superexpressão
do HER 2 confere às células do tumor maior capacidade de proliferação. São tumores mais agressivos,
de crescimento mais rápido.
TRIPLO NEGATIVO
Os tumores triplo negativos são os de pior prognóstico. São tumores com células menos diferenciadas,
que não apresentam receptores de estrogênio e progesterona e nem apresentam superexpressão para
o HER 2. São tumores bastante agressivos, com crescimento rápido. A maioria dos tumores triplo
negativos tem associação com mutações do BRCA 1.
Classificação histológica
→ CARCINOMA IN SITU: É definido como proliferação epitelial maligna restrita aos ductos ou dúctulos
mamários, sem invasão do estroma. Alguns achados mamográficos comuns com esse tipo de carcinoma
são: microcalcificações agrupadas e pleomórficas, com distribuição segmentar. Outras alterações
mamográficas, como densidade assimétrica, lesão espiculada e presença de nódulo associam-se mais a
neoplasia invasiva. Tem-se os seguintes tipos de carcinoma in situ:
● Carcinoma ductal in situ: é o tipo de carcinoma in situ mais frequente na mama. A lesão é
formada por células coesas, com distribuição segmentar e confinada ao sistema ducto-lobular.
Há vários subtipos histológicos: sólido, cribiforme, micropapilar, papilar e comedocarcinoma.
○ Somente o comedocarcinoma e micropapilar tem relevância clínica, o primeiro por se
associar mais comumente a focos de invasão e o segundo pela tendência à
multicentricidade.
● Carcinoma lobular in situ: Representa 10 a 30% dos carcinomas in situ. Apresenta-se nos
tipos clássico, o mais comum, e duas variantes, raras, CLIS pleomórfico e CLIS florido.
Neoplasias lobulares não invasivas são proliferações clonais, favorecendo a hipótese de que
sejam lesões precursoras de carcinoma invasor e não apenas marcadores de risco.
RESUMO >>>>>
Carcinoma ductal in situ (CDIS): Surge nas células que revestem os ductos mamários, os "tubos" que
levam o leite até o mamilo. Mais agressivo e com maior risco de virar um câncer invasivo. As células
anormais são mais "desorganizadas" e tendem a preencher e distorcer os ductos. Pode causar
alterações visíveis na mama, como um nódulo ou calcificações detectáveis na mamografia.
Carcinoma lobular in situ (CLIS): Surge nas células dos lóbulos, as "fábricas" de leite nas glândulas
mamárias. Tem um comportamento mais silencioso, é um marcador de risco para o desenvolvimento de
câncer invasivo, seja ductal ou lobular. As células se mantêm mais organizadas, mas dentro dos
lóbulos, e o tecido ao redor parece mais preservado. Normalmente não causa sintomas ou alterações
visíveis nas imagens, sendo muitas vezes descoberto por acaso durante biópsias por outros motivos.
→ CARCINOMA INVASIVO: É o tumor que infiltra o estroma, independentemente da coexistência de
componente in situ.
● Carcinoma invasivo do tipo não especial (ductal invasivo): É o tipo mais frequente de
câncer da mama e representa um grupo heterogêneo de lesões sem achados histológicos
capazes de enquadrá-las em um tipo especial. Apresentam comportamento mais agressivo que
os demais tipos.
● Carcinoma lobular: Representa 5 a 15% dos carcinomas invasivos da mama, tem prognóstico
um pouco melhor do que os carcinomas invasivos NST. O tumor apresenta maior tendência a
multicentricidade, bilateralidade e recidiva sistêmica tardia, com metástases em locais pouco
usuais. Macroscopicamente, algumas lesões são firmes e estreladas, enquanto outras
aparecem como espessamento difuso e irregular da mama. Clinicamente, apresenta-se como
massa palpável ou lesão difusa que produz pouca alteração na textura da mama.
Cânceres Epiteliais:
Cânceres Estromais:
● Embora menos frequentes que os epiteliais, os tumores estromais incluem sarcomas e tumores
filoides, que têm origem no tecido conjuntivo da mama.
● São menos comuns, mas importantes, pois têm abordagens terapêuticas distintas, como maior
indicação de cirurgia e menos resposta a tratamentos hormonais ou quimioterápicos típicos
para os carcinomas epiteliais.
● Sintoma principal: Massa de crescimento rápido.
○ Tumores estromais, como os filoides, são frequentemente percebidos como uma massa
de crescimento rápido na mama, podendo ser grande e causando distorção da forma
da mama. Esses tumores podem ser benignos ou malignos.
Apontamentos da professora
● Tipos de câncer de mama: Invasivo (ductal e lobular) X Não invasivo (ductal e lobular)
(FOCO!!!)
● Uma boa referência: Robbins
● Saber qual tipo tem pior e melhor prognóstico.
1. Idade: raro antes de 25 anos, a incidência do tumor aumenta a partir de 30 anos, com pico entre 50 e
60 anos;
2. Fatores endócrinos: associa-se ao estímulo estrogênico que, quando prolongado (menarca
precoce, menopausa tardia, primeira gestação tardia – após os 35 anos) aumenta consideravelmente o
risco de carcinoma mamário. O epitélio da mama possui receptores para estrógenos e responde aos
estímulos destes. - Menarca precoce: antes dos 12 anos;
- Menopausa tardia: após os 55 anos;
- Terapia hormonal pós- menopausa;
- Evidências acerca do uso de contraceptivos orais são conflitantes.
3. Histórico familiar: 5 a 10% dos casos são tumores hereditários. Quando mutados, os genes
BRCA 1 e BRCA 2 associam-se a aumento na suscetibilidade ao câncer da mama e são responsáveis pela
grande maioria dos carcinomas hereditários
4. Exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 40 anos;
5. Ingestão regular de álcool (mesmo que em quantidade moderada – 30g/dia);
6. Obesidade e sedentarismo.
● O tabagismo não é considerado fator de risco para câncer de mama (não é evidência de associação
direta, mas, não sabe-se efeitos conclusivos em relação a isso.)
● A prática de atividade física é considerada um fator protetor
> Fatores de risco moderado (risco relativo de duas a quatro vezes maior)
● Qualquer antecedente familial de câncer da mama
● Estimulação estrogênica prolongada: nuliparidade, menarca precoce, menopausa tardia,
primeira gestação tardia (após 35 anos)
● História pessoal de câncer do ovário ou do endométrio
● Exposição à radiação ionizante
● Hiperplasia ductal usual (sem atipias)
> Fatores de risco baixo (risco relativo de uma a duas vezes maior)
● Reposição hormonal na menopausa
● Ingestão de álcool
● Obesidade após a menopausa
● Estatura elevada na adolescência
● História de doença benigna da mama
A idade tem nítida influência. Muito raro antes de 25 anos, a incidência do tumor aumenta a
partir de 30 anos, com pico entre 50 e 60 anos. A cada década de vida, o risco aumenta
consideravelmente, sobretudo em regiões de maior incidência.
A diferença na incidência em diferentes países pode refletir estilos de vida, ou seja, fatores de
risco modificáveis, como dieta, vida sedentária, obesidade e consumo de álcool. Dados epidemiológicos
mostram clara associação, em países ocidentais, entre a incidência do câncer da mama e alguns
comportamentos, como etilismo, dieta hipercalórica, rica em lipídios e gordura animal, e falta de
exercício físico.
História familiar é fator de risco bem conhecido. Um terço das mulheres com carcinoma
mamário tem história familiar de um ou mais parentes de primeiro grau com a mesma neoplasia, sendo
5 a 10% dos casos tumores hereditários. Quando mutados, os genes BRCA1 e BRCA2 associam-se a
aumento na suscetibilidade ao câncer da mama e são responsáveis pela grande maioria dos carcinomas
hereditários.
Influências hormonais têm papel preponderante. O denominador comum é a estimulação
estrogênica em células geneticamente suscetíveis. Estímulo estrogênico prolongado (menarca precoce,
menopausa tardia, primeira gestação tardia – após os 35 anos) aumenta consideravelmente o risco de
carcinoma mamário. O epitélio da mama possui receptores para estrógenos e responde aos estímulos
destes. Embora não haja dúvidas quanto ao papel de estrógenos endógenos na carcinogênese
mamária, há controvérsias acerca do uso de esteróides exógenos e aumento do risco do tumor. Em
diferentes estudos, os resultados são contraditórios: (a) em alguns, não há aumento de risco; (b) em
outros, o risco relativo é de duas vezes; (c) em certos relatos, o risco aumenta somente quando já existe
lesão proliferativa benigna. Até o momento, não existem dados convincentes de que a contracepção
hormonal aumenta o risco de câncer mamário; em algumas mulheres, entretanto, a terapia de
substituição hormonal associa-se a aumento discreto de risco.
Apontamentos da professora
● Amamentação é um importantíssimo fator de proteção (após 6 meses de amamentação)
● A nuliparidade (não ter filhos) é um fator de risco
● Diferenciar fatores de proteção X fatores de risco
> Incidência
● Frequência: O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil,
excluindo os tumores de pele não melanoma.
● Novos Casos: Estima-se que, em 2023, houve cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama
no país, representando aproximadamente 29,7% dos casos de câncer em mulheres.
● Distribuição Geográfica: A taxa de incidência varia entre as regiões do Brasil, sendo mais alta
nas regiões Sul e Sudeste, seguidas pelo Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Essa variação pode
estar relacionada a fatores como acesso aos serviços de saúde, diagnóstico precoce e
exposição a fatores de risco.
> Mortalidade
● Números: O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres
brasileiras. Em 2021, foram registrados cerca de 18.068 óbitos por câncer de mama no Brasil.
● Taxa de Mortalidade: A mortalidade varia conforme a região e está relacionada à fase em que o
câncer é diagnosticado. Nas regiões com melhores programas de rastreamento e tratamento, a
mortalidade tende a ser menor.
● Luminal A: Este subtipo é o mais comum, representando cerca de 40% a 50% dos casos de
câncer de mama. É caracterizado por ser receptor de estrogênio positivo (RE+), receptor de
progesterona positivo (RP+), e HER2 negativo.
● Luminal B: Representa cerca de 10% a 20% dos casos. Este subtipo pode ser RE+ e RP+, mas é
mais agressivo do que o luminal A e pode ser HER2+.
● HER2 positivo: Aproximadamente 15% a 20% dos cânceres de mama caem nesta categoria.
Esses tumores são HER2 positivos e geralmente não expressam RE ou RP, sendo considerados
mais agressivos.
● Triplo-negativo: Este subtipo representa cerca de 10% a 15% dos casos de câncer de mama e
é negativo para RE, RP e HER2. É mais comum em mulheres mais jovens e em certas
populações, como mulheres afro-americanas.
● Carcinoma Ductal Invasivo (NST ou IDC): É o tipo mais comum, representando cerca de 70% a
80% de todos os casos de câncer de mama invasivo.
● Carcinoma Lobular Invasivo: Representa aproximadamente 10% dos casos. Este tipo tende a
ser bilateral e multifocal.
● Carcinoma Tubular: É raro, representando menos de 2% dos casos de câncer de mama.
Geralmente têm um prognóstico mais favorável.
● Carcinoma Medular: Também raro, representa cerca de 5% dos casos. Este tipo é mais comum
em mulheres com mutações BRCA1.
● Carcinoma Mucinoso (ou Colóide): Representa cerca de 2% dos casos e, assim como o tubular,
geralmente têm um prognóstico mais favorável.
● Carcinoma Papilar e Cribriforme: São menos comuns e têm melhor prognóstico em comparação
com outros tipos histológicos mais agressivos.
O câncer de mama quando identificado em estágios iniciais (lesões menores que dois centímetros de
diâmetro) apresenta prognóstico favorável. Para isso é necessário implantar estratégias para a
detecção precoce da doença. Para isso, tem-se ações de:
● Educação permanente de mulheres e profissionais de saúde.
● Rastreamento:
○ Ministério da saúde (seguiremos esse): realização de mamografia, bienalmente (a
cada 2 anos), para mulheres entre 50 e 69 anos. Para mulheres de alto risco,
anualmente, a partir dos 35 anos.
○ Sociedade Brasileira de Mastologia: realização de mamografia, anualmente, para
mulheres a partir dos 40 anos. Para mulheres de alto risco, recomenda-se a partir dos
30 anos.
Em caso de risco familiar normalmente, inicia-se o rastreio 10 anos antes da idade do parente quando
teve o CA.
É importante promover educação em saúde para que mulheres possam conhecer sinais de alerta para o
CA de mama, procurando atendimento em tempo oportuno. Aprender como as mamas se apresentam
em diferentes situações pode ajudar a mulher a reconhecer o que é normal para ela. De maneira
resumida, cinco alterações devem chamar a atenção da mulher (sinais de alerta):
● Nódulo ou espessamento que pareçam diferentes do tecido das mamas;
● Mudança no contorno das mamas (retração, abaulamento);
● Desconforto ou dor em uma única mama que seja persistente;
● Mudanças no mamilo (retração e desvio);
● Secreção espontânea pelo mamilo, principalmente se for unilateral.
→ INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA:
1. Exame clínico das mamas (ECM): É o exame realizado para avaliar sinais e sintomas referidos por
pacientes. Essa também é uma ótima oportunidade para informar mulheres acerca de sinais de alerta
para câncer de mama. O ECM deve incluir:
● Inspeção estática: Tem o objetivo de identificar visualmente sinais sugestivos de câncer, tais
como alterações no contorno da mama, ulcerações cutâneas ou do complexo areolopapilar. É
importante o examinador comparar as mamas observando possíveis assimetrias, diferenças na
cor da pele, textura, e padrão de circulação venosa. Nesta etapa, a mulher pode se manter
sentada com os braços pendentes ao lado do corpo ou com os braços levantados sobre a
cabeça.
● Inspeção dinâmica: O examinador deve solicitar que a mulher eleve e abaixe os braços
lentamente, e realize contração da musculatura peitoral, comprimindo as palmas das mãos
uma contra a outra adiante do tórax, ou comprimindo o quadril com as mãos colocadas uma de
cada lado.
● Palpação das mamas: Consiste em examinar todas as áreas do tecido mamário e linfonodos.
Para palpar as cadeias ganglionares axilares a paciente deverá estar sentada, o braço
homolateral relaxado e o antebraço repousando sobre o antebraço homolateral do
examinador.
● Palpação das cadeias de linfonodos axilares e supraclaviculares: A palpação das cadeias
ganglionares supraclaviculares deve ser realizada com a paciente sentada, mantendo a cabeça
semi fletida e com leve inclinação lateral.
2. Exames de imagem:
● Mamografia: Os resultados do exame mamográfico são classificados de acordo com o Breast
Imaging Reporting and Data System (BI-RADS). Esse sistema utiliza categorias de 0 a 6 para
descrever os achados do exame e prevê recomendações de conduta.
Ps: Essa tabela fala em exame de rotina anual pois segue a SBM, para o MS seria bienalmente.
3. Métodos invasivos: O diagnóstico final do câncer é feito por meio do achado histopatológico,
normalmente esse estudo é realizado pela biópsia.
● Biópsia cirúrgica: é o método mais tradicional e com maior disponibilidade. Pode ser
incisional, quando há retirada de parte da lesão, e excisional, quando ocorre retirada total da
lesão.-
● Biópsia percutânea com agulha grossa (PAG): É um procedimento ambulatorial, realizado
sob anestesia local, que retira fragmento de tecido mamário para o exame histopatológico por
meio de dispositivo automático para biópsia (pistola).
● Punção por agulha fina (PAAF): É um procedimento ambulatorial, de simples realização e
baixo custo. A PAAF pode ser utilizada tanto na abordagem das lesões palpáveis como de não
palpáveis. O limite deste método é apenas fornecer material para estudo citopatológico e não
fornecer diagnóstico de invasão tumoral.
● Biópsia percutânea a vácuo (mamotomia): Utiliza um sistema de aspiração a vácuo em
conjunto com um sistema de corte. Este método foi desenvolvido em 1995 e pode ser guiado
por raios X (estereotaxia), ultrassonografia ou ressonância magnética.
→ CONDUTAS: Conforme o resultado do ECM e dos exames de imagem, a mulher pode ser
encaminhada a um serviço de referência para prosseguir a investigação diagnóstica ou retornar à rotina
do rastreamento. As principais condutas para lesões palpáveis e não palpáveis estão a seguir
especificadas.
● Lesões palpáveis:
○ Em mulheres com menos de 35 anos a ultrassonografia é o método de escolha para
avaliação das lesões palpáveis. A partir dos 35 anos, recomenda-se a mamografia
podendo, nos casos anteriormente indicados, ser complementada pela
ultrassonografia.
○ As pacientes com achados benignos sem indicação cirúrgica deverão permanecer em
acompanhamento de rotina na unidade de atenção primária.
○ Todas as mulheres com achados clínicos suspeitos, mesmo com exame de imagem
negativo, devem ser submetidas à investigação por Punção Aspirativa por Agulha Fina
(PAAF), Punção por Agulha Grossa (PAG) ou Biópsia Cirúrgica, dependendo da
disponibilidade do recurso e características da lesão.
● Lesões não palpáveis: O resultado da mamografia de rastreamento deve ser analisado pelo
profissional solicitante, seguindo a conduta de acordo com a classificação BI-RADS.
○ BI-RADS 1 e 2: devem ser orientadas para acompanhamento de rotina, na unidade de
atenção primária, com repetição do exame de acordo com a faixa etária;
○ BI-RADS 3: devem permanecer em acompanhamento por três anos, com repetição do
exame a cada seis meses no primeiro ano e anual nos dois anos seguintes;
○ BI-RADS 4 ou 5: deverão ser encaminhadas para a unidade de referência secundária
para investigação por exame histopatológico da lesão, preferencialmente por meio de
PAG orientada por método de imagem.
○ BI-RADS® 0: deverão ser submetidas a novos exames de imagem para reclassificação
da lesão e deliberação da conduta conforme categoria final.'
Apontamentos da professora
● Estadiamento TNM (importante saber, mas não cai nessa SP)
● Houve mudanças no exame físico das mamas, hoje em dia na APS não se faz mais a
palpação dos seios da mulher
A palpação clínica das mamas, ou o autoexame, deixou de ser recomendada como uma prática de
rotina em muitos sistemas de saúde, incluindo em algumas diretrizes de atenção primária à saúde
(APS)
Falta de evidências de redução de mortalidade: Estudos demonstraram que a palpação rotineira dos
seios, seja por profissionais de saúde ou como autoexame, não reduz significativamente a mortalidade
por câncer de mama. As evidências sugerem que, isoladamente, essa prática não é eficaz na detecção
precoce quando comparada a exames de imagem, como a mamografia.
Aumento de falsos positivos: A palpação das mamas pode gerar um número elevado de falsos
positivos, ou seja, nódulos benignos que levam a exames adicionais, como biópsias desnecessárias,
aumentando a ansiedade e os custos sem oferecer um benefício real na detecção precoce do câncer.
Foco em métodos mais eficazes: A mamografia tem maior eficácia na detecção precoce do câncer de
mama, especialmente em mulheres acima de 50 anos, quando a densidade mamária diminui. Portanto,
muitos sistemas de saúde priorizam rastreamento mamográfico regular, que tem demonstrado uma
maior redução da mortalidade.
Orientação para a auto-observação: Embora o autoexame das mamas formal tenha caído em desuso,
as diretrizes geralmente orientam as mulheres a estarem atentas a mudanças nas mamas (como
nódulos, alterações na pele, secreções) e a procurarem atendimento médico ao notarem algo diferente.
A auto-observação incentiva a mulher a conhecer o próprio corpo, sem a formalidade do autoexame
periódico.
TRATAMENTO
A escolha do tratamento vai depender de diversos fatores, dentre eles o estadiamento do
tumor, idade, tipo e localização do tumor. O tratamento pode ser medicamentoso (quimioterapia e
hormonoterapia) e não medicamentoso (cirurgia, abordagem axilar e radioterapia):
CIRURGIA:
É o principal tratamento. Pode ser subdivida em cirurgia conservadora ou mastectomia:
● Cirurgia conservadora (parcial): remoção segura das lesões em diferentes quadrantes,
indicada quando existe a possibilidade de atingir margens negativas. Pode ser
quadrantectomia, segmentectomia, centralectomia.
● Cirurgia não conservadora (total/mastectomia): indicada quando o tamanho do tumor é
grande em relação ao tamanho da mama ou quando não é possível obter margens negativas
● Reconstrução da mama: Deve-se considerar a vontade da paciente.
ABORDAGEM AXILAR:
Importante avaliar os linfonodos axilares em todos os casos de câncer de mama invasivos.
A situação dos linfonodos axilares influencia na escolha da terapia adjuvante.
● Clinicamente positiva = esvaziamento axilar
● Clinicamente negativa = biópsia do linfonodo sentinela
RADIOTERAPIA:
Tem como objetivo destruir as células cancerígenas ou impedir que se multipliquem.
Indicado como tratamento adjuvante após cirurgia, a fim de destruir as células neoplásicas
remanescentes. Também pode ser utilizado nos casos de metástase.
QUIMIOTERAPIA:
Ocorre por meio da administração de quimioterápicos por via endovenosa, tem o intuito de
destruir e impedir o crescimento das células neoplásicas.
Existem vários tipos de quimioterápicos, então para escolher o mais indicado para a paciente,
faz-se necessário realizar o exame de imunohistoquímica (IHQ).
Pode ser administrado de forma neoadjuvante ou adjuvante, no caso de tumor inicialmente
operável.
Nos casos inicialmente inoperáveis, o uso da quimioterapia neoadjuvante pode converter o
tumor inoperável em operável por cirurgia conservadora.
HORMONOTERAPIA:
Uso de medicamentos que o mecanismo de ação consiste em inibir o crescimento das células
tumorais.
Deve ser oferecida para todas as pacientes com qualquer grau de positividade do exame de
IHQ para receptores hormonais.
Apontamentos da professora
● Atenção para o tratamento paliativo e as possibilidades de se fazer quimioterapia pré e
pós cirurgia
As cirurgias por câncer de mama, bem como as terapias adjuvantes, podem resultar em algumas
complicações físicas, dentre elas: infecção, necrose de pele, seroma, aderência e deiscência cicatricial,
limitação da amplitude de movimento (ADM) do ombro, cordão axilar, dor, alteração sensorial, lesão de
nervos motor e/ou sensitivo, fraqueza muscular e linfedema.
De acordo com os resultados, as principais complicações pós -cirúrgicas são: linfedema, dor, diminuição
da amplitude de movimento, redução da sensibilidade e qualidade de vida. Portanto, conclui-se que as
complicações após cirurgia de câncer de mama são comuns e influenciam de forma negativa a
qualidade de vida das mulheres, e o acompanhamento é primordial para tratar a curto e em longo
prazo as complicações, assim como minimizar as disfunções causadas pela cirurgia, contribuindo para
melhor qualidade de vida.
de mama estão associadas à lesão do nervo intercostobraquial (NICB), no qual o caminho do nervo
tornar-se vulnerável a danos durante o procedimento de dissecção de linfonodos axilares,
manifestando no membro parestesia, hipoestesia e em menor grau hiperestesia (KEHLET et al., 2016).
Outra complicação gerada pelo procedimento cirúrgico é a perda significativa da amplitude de
movimento do complexo articular do ombro. Na mastectomia, um fragmento de tecido muscular é
removido para obter margens cirúrgicas seguras e livres da doença, o que ocasiona limitação de
movimento da articulação de ombro, afetando principalmente os movimentos de flexão e abdução. O
receio de deiscência e dor por parte dessas mulheres, contribui para o desuso da articulação, que
agravados pela má postura, gera fraqueza de toda a musculatura, criando um ciclo vicioso de
movimento limitado (FLORES et al., 2014). De acordo com Kamińska et al. (2015), a qualidade de vida é
a capacidade de realizar funções físicas, mentais e sociais diárias e obter satisfação do seu
desempenho.
A quimioterapia é o tratamento com medicamentos para destruir o câncer, que podem ser administrados
por via intravenosa ou por via oral. Os medicamentos quimioterápicos para câncer de mama são
geralmente administrados via intravenosa, administrada em ciclos, com cada período de tratamento
seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Tais medicamentos
podem provocar efeitos colaterais, que dependem do tipo e da dose dos medicamentos administrados e
do tempo de tratamento. Esses efeitos colaterais podem incluir:
● Perda de cabelo.
● Alterações nas unhas.
● Feridas na boca.
● Perda ou aumento do apetite.
● Náuseas e vômitos.
● Diarreia.
● Infecção, devido a diminuição dos glóbulos brancos.
● Hematomas ou hemorragias, devido a diminuição das plaquetas.
● Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos.
Impactos psicológicos: Depressão, ansiedade e baixa autoestima podem surgir devido às alterações no
corpo e à percepção da doença.
Apontamentos da professora:
● SISMAMA