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VERONICA

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos (FAGREFF)

Licenciatura em Direito 1o Ano

Cadeira: introdução ao estudo de Direito

TEMA: Objecto da Relação Jurídica

Discente: Docente:
Verónica David Machimbuko.

Lichinga, Outubro de 2024


2

Objecto da Relação Jurídica

Verónica David Machimbuko

Trabalho de grupo da cadeira de introdução ao


estudo de Direito a ser submetido a faculdade de
Gestão de Recursos Florestais e faunísticos na
Universidade católica de Moçambique como
Requisito Parcial para obtenção do grau de
licenciado no curso de Direito
O Docente:
______________________________
(Mestre)

Lichinga, Outubro de 2024


Índice

1. Introdução .................................................................................................................... 4

1.1. Objectivos da Pesquisa ............................................................................................. 4

1.1.1. Objectivo Geral..................................................................................................... 4

1.1.2 Objectivos específicos ................................................................................................ 4

1.2. Metodologias do Trabalho ....................................................................................... 4

1.3. Estrutura do trabalho ................................................................................................ 5

2. OBJECTO DA RELAÇÃO JURÍDICA ...................................................................... 6

2.1. Conceito de Relação Jurídica ................................................................................... 6

2.2. O Sujeito da Relação Jurídica .................................................................................. 6

2.3. O Objecto da Relação Jurídica ................................................................................. 7

Bens Corpóreos ................................................................................................................... 7

Bens Incorpóreos ................................................................................................................. 7

Direitos e Deveres ............................................................................................................... 7

2.3.1. Facto Jurídico ....................................................................................................... 8

Facto Natural ....................................................................................................................... 8

Facto Voluntário .................................................................................................................. 8

2.3.2. Consequências Jurídicas ....................................................................................... 9

3. Conclusão................................................................................................................... 10

4. Bibliografia final ........................................................................................................ 11


4

1. Introdução

A relação jurídica é uma das bases fundamentais do direito, visto que serve para regular as
interacções entre indivíduos ou instituições em sociedade. Dentro da relação jurídica, o seu
objecto assume um papel crucial, pois é o que determina a finalidade da obrigação ou do direito
em questão. O objecto da relação jurídica pode ser diversificado, podendo incluir bens
corpóreos, bens incorpóreos e outros interesses legítimos que as partes desejam ver protegidos
pelo ordenamento jurídico.

Este trabalho tem como objectivo aprofundar a análise sobre o objecto da relação jurídica,
abordando conceitos centrais e discutindo a sua importância na estrutura jurídica e nas
interacções sociais.

1.1.Objectivos da Pesquisa

1.1.1. Objectivo Geral

 O objectivo geral deste trabalho é analisar o conceito de objecto da relação jurídica,


explorando os seus diferentes tipos e relevância no ordenamento jurídico.

1.1.2 Objectivos específicos

 Definir a relação jurídica e identificar os seus elementos essenciais.


 Explorar o conceito de objecto da relação jurídica, distinguindo entre bens corpóreos e
incorpóreos.
 Examinar os direitos e deveres que podem constituir o objecto da relação jurídica.
 Analisar os factos jurídicos e as suas implicações na relação jurídica.
 Identificar as principais consequências jurídicas relacionadas com o objecto da relação
jurídica.

1.2.Metodologias do Trabalho

Na concretização do presente trabalho, recorreu-se os seguintes procedimentos metodológicos


inerente para este: método de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, onde fez-se a
consulta de manuais, artigos e livros que descrevem a cerca do tema em estudo, conteúdos estes
que estão relacionados ao tema em destaque.
5

Os dados bibliográficos, que foram produzidos ao longo da pesquisa sobre a temática que foi
abordado por diversos autores em vários artigos e revistas que foram capazes de oferecer uma
abordagem mais ampla para auxiliar a recolha de dados por meio da pesquisa documental.

A metodologia utilizada neste trabalho é baseada em pesquisa documental e bibliográfica.


Foram analisadas diversas fontes, tais como livros, artigos científicos, legislações e doutrinas
de autores renomados.

A análise será essencialmente qualitativa, com o objectivo de compreender e interpretar o


conceito de objecto da relação jurídica à luz das diferentes correntes teóricas do direito. O
trabalho seguirá as normas da Associação Portuguesa de Estudos Jurídicos (APEJ), recorrendo
ao estilo APA na citação das fontes.

1.3.Estrutura do trabalho

Este trabalho está organizado em várias secções que se complementam de forma lógica e
sequencial. Começa por uma introdução ao tema e à relação jurídica, seguindo para uma análise
detalhada do conceito de objecto da relação jurídica, suas características e importância no
direito. A parte final do trabalho foca-se nas consequências jurídicas e nas conclusões.
6

2. OBJECTO DA RELAÇÃO JURÍDICA


2.1.Conceito de Relação Jurídica

A relação jurídica é definida como o vínculo que une duas ou mais pessoas, sujeitas às normas
de direito, através de direitos e deveres. Esta relação surge da necessidade de regular as
interacções entre os sujeitos de direito. Segundo Menezes Cordeiro (2009), “a relação jurídica
é a matriz da qual resultam as obrigações que ligam os sujeitos”.

A relação jurídica é definida como um vínculo entre dois ou mais sujeitos de direito, em que
uma parte possui direitos e outra tem deveres correlativos. Tal conceito é amplamente discutido
por autores como Orlando Gomes (2007), que afirma que “a relação jurídica é a ponte através
da qual os direitos se concretizam, permitindo que o ordenamento jurídico regule as interacções
humanas”.

Segundo Silvio de Salvo Venosa (2010), a relação jurídica é essencial para o funcionamento da
sociedade, pois “sem a determinação precisa das interacções entre os indivíduos, a ordem social
colapsaria”. Venosa ainda aprofunda a ideia da relação jurídica como um fenómeno dinâmico,
em que os sujeitos podem ser modificados, assim como o objecto e os factos jurídicos que a ela
se referem.

2.2. O Sujeito da Relação Jurídica

Os sujeitos da relação jurídica podem ser tanto pessoas singulares quanto colectivas. No
entanto, a capacidade jurídica e a personalidade jurídica são elementos determinantes para que
esses sujeitos possam participar de relações jurídicas. A respeito disso, Maria Helena Diniz
(2011) destaca que “a personalidade jurídica é a aptidão genérica para ser titular de direitos e
deveres, enquanto a capacidade jurídica é a possibilidade de exercer efectivamente esses
direitos”.

António Menezes Cordeiro (2009) sublinha que “os sujeitos da relação jurídica têm uma
posição central no estudo do direito civil, uma vez que é através deles que se concretizam as
normas jurídicas”. Para ele, a capacidade de agir e a responsabilidade jurídica são dois
princípios fundamentais no tratamento dos sujeitos, permitindo distinguir os intervenientes
numa relação jurídica.
7

2.3. O Objecto da Relação Jurídica

Bens Corpóreos

O objecto da relação jurídica pode ser qualquer bem, corpóreo ou incorpóreo, que tenha valor
económico ou interesse jurídico. De acordo com Orlando Gomes (2007), os bens corpóreos são
os mais frequentes nas relações obrigacionais e patrimoniais. São definidos como “bens
tangíveis, que podem ser apreendidos pelos sentidos e são susceptíveis de apropriação”.

No que respeita à classificação dos bens corpóreos, o Código Civil Português distingue-os entre
bens móveis e imóveis. Os bens móveis são aqueles que podem ser deslocados sem alteração
substancial da sua natureza, enquanto os bens imóveis, por sua natureza ou por acessão física,
estão fixados ao solo. António Menezes Cordeiro (2012) destaca que “a classificação dos bens
corpóreos em móveis e imóveis tem implicações jurídicas importantes, especialmente no
âmbito dos contratos de compra e venda e no direito das sucessões”.

Bens Incorpóreos

Os bens incorpóreos, por outro lado, são aqueles que não possuem existência física, mas
representam direitos ou interesses que podem ser objecto de relações jurídicas. Exemplos
incluem os direitos autorais, patentes e marcas registadas. Segundo Maria Helena Diniz (2011),
“os bens incorpóreos são fundamentais no direito contemporâneo, particularmente nas áreas de
propriedade intelectual e direito empresarial”.

Sousa Franco (2001) argumenta que “os bens incorpóreos, embora não sejam tangíveis,
possuem valor económico significativo e são frequentemente objecto de transacções no mundo
globalizado, especialmente nas indústrias tecnológicas e criativas”.

Direitos e Deveres

Os direitos e deveres, como objectos da relação jurídica, são interdependentes. Um sujeito de


direito pode ter a faculdade de exigir uma prestação ou o cumprimento de uma obrigação por
parte de outro sujeito. Pires de Lima e Antunes Varela (2005) explicam que “os direitos e
deveres são, em essência, as expressões mais concretas da relação jurídica, sendo que, ao lado
de cada direito, há sempre um dever correlativo”.
8

No direito das obrigações, a distinção entre obrigações de dar, fazer ou não fazer está
intrinsecamente ligada aos direitos e deveres. O direito a uma prestação pode estar relacionado
com bens corpóreos (dar um bem móvel) ou incorpóreos (transmissão de um direito). Sobre
esta matéria, João Calvão da Silva (2007) aponta que “as obrigações e os direitos nascem, na
maioria dos casos, de negócios jurídicos, como contratos, mas também podem derivar de factos
ilícitos ou de actos unilaterais”..

2.3.1. Facto Jurídico

Facto Natural

O facto jurídico é o acontecimento que dá origem a uma relação jurídica, sendo classificado
como natural ou voluntário. Os factos naturais são aqueles que ocorrem independentemente da
vontade humana, como o nascimento, a morte, ou o decurso do tempo, e podem gerar direitos
e deveres.

Segundo Orlando Gomes (2007), “os factos naturais constituem a base de muitos direitos, como
o direito à personalidade, que se inicia com o nascimento e termina com a morte”. Tais factos
podem gerar consequências jurídicas sem a intervenção da vontade das partes, como sucede no
direito sucessório, em que a morte de uma pessoa é o facto que origina a transmissão dos bens
aos herdeiros.

Facto Voluntário

Os factos voluntários, por sua vez, são os actos jurídicos praticados por vontade humana, como
a celebração de um contrato ou a constituição de uma sociedade. Maria Helena Diniz (2011)
define o facto jurídico voluntário como “aquele que se baseia na manifestação da vontade dos
sujeitos, com o propósito de produzir efeitos jurídicos”.

Estes factos podem ser lícitos ou ilícitos. João Calvão da Silva (2007) afirma que “os factos
jurídicos ilícitos, como o incumprimento contratual ou a prática de um crime, acarretam para o
responsável a obrigação de reparar o dano causado”.

Por outro lado, os factos jurídicos lícitos, como os contratos, produzem efeitos benéficos e são
fundamentais para o ordenamento jurídico.
9

2.3.2. Consequências Jurídicas

As consequências jurídicas do objecto da relação jurídica podem ser variadas, dependendo da


natureza da obrigação ou do direito. Quando um direito é violado, pode dar origem a sanções,
indemnizações ou até à extinção da relação jurídica.

As consequências jurídicas do objecto da relação jurídica podem incluir a obrigação de prestar,


a transmissão de um direito ou até a extinção de um dever. Maria Helena Diniz (2011) explica
que “as consequências jurídicas são o resultado directo da prática de um facto jurídico, seja ele
natural ou voluntário, e podem modificar, extinguir ou criar direitos”.

No âmbito das obrigações, a inadimplência ou o cumprimento irregular de uma prestação pode


resultar em sanções legais, como o pagamento de indemnizações. Orlando Gomes (2007)
salienta que “o cumprimento das obrigações é um dos pilares do direito obrigacional, sendo que
a violação dos deveres impostos pela relação jurídica pode desencadear uma série de
consequências, desde a resolução do contrato até à reparação do dano”.
10

3. Conclusão

Este trabalho permitiu aprofundar a análise do objecto da relação jurídica, ressaltando a sua
importância no contexto do direito civil. Com base em diversas doutrinas e autores renomados,
foi possível perceber a relevância dos bens corpóreos e incorpóreos, bem como dos direitos e
deveres, para a construção das interacções jurídicas. A análise dos factos jurídicos, tanto
naturais quanto voluntários, e as suas respectivas consequências, demonstrou a complexidade
que permeia o estudo das relações jurídicas.

O objecto da relação jurídica é um dos seus elementos mais importantes, uma vez que define o
conteúdo das obrigações ou dos direitos entre as partes. A distinção entre bens corpóreos e
incorpóreos, bem como a relevância dos direitos e deveres, demonstra a amplitude das relações
jurídicas no ordenamento. Através deste estudo, foi possível perceber a complexidade do
objecto da relação jurídica e a sua influência nas práticas legais quotidianas.
11

4. Bibliografia final

Calvão da Silva, J. (2007). Responsabilidade Civil e Contratual. Coimbra: Almedina.

Diniz, M. H. (2011). Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva.

Franco, J. S. (2001). Direito Civil: Bens e Obrigações. Lisboa: Editorial Verbo.

Gomes, O. (2007). Introdução ao Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense.

Lima, P. & Varela, A. (2005). Teoria Geral do Direito Civil. Coimbra: Almedina.

Menezes Cordeiro, A. (2009). Tratado de Direito Civil. Coimbra: Almedina.

Venosa, S. de S. (2010). Direito Civil: Teoria Geral. São Paulo: Atlas.

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