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Plano Municipal de Arborização

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1

Foto: Marinho (@marinhodrones), 2022.

PLANO DIRETOR DE ARBORIZAÇÃO


MUNICIPAL
PDAM

Prefeitura Municipal Secretaria Municipal de Meio


de Ambiente
Buriticupu SEMMA
2

FICHA TÉCNICA

PREFEITO
João Carlos Teixeira da Silva

SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE


Antonio Leandro Lima do Nascimento - Secretário

SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E URBANISMO


Josias da Silva Costa - Secretário
Raimara Teixeira Ramos - Arquiteta e Urbanista

DIVISÃO DE SERVIÇOS FLORESTAIS


Genilton Mendonça Silva

EQUIPE TÉCNICA
Eng. Amb. Isaac Costa Nunes
Eng. Agro. Genilton Mendonça Silva
Téc. em Meio Amb. Ana Clara de Sousa Lourenço
Téc. em Meio Amb. Ana Lene Ferreira do Nascimento
Téc. em Agro. Franciane Rocha Mourão
3

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….07
1.1 HISTÓRICO DA ARBORIZAÇÃO DO MUNICÍPIO.........................................xx
1.2 IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO PARA O MUNICÍPIO...........................xx
2. OBJETIVOS.............................................…………………………………………...10
2.1 OBJETIVO GERAL.....………....……………………………………………..…..10
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........……………………………………………….11
3. DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE BURITICUPU……………..17
3.1 LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES QUALI-QUANTITATIVAS DA
ARBORIZAÇÃO DOS BAIRROS DE BURITICUPU.........................................…17
3.1.1 ESPÉCIES ENCONTRADAS...............................………………………….17
3.1.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS.....………………………….17
4. ANÁLISE DE RISCO DE QUEDA DE ÁRVORES URBANAS...........................XX
4.1 NÍVEL DE AVALIAÇÃO DE RISCO DE ÁRVORES.......................................xx
4.2 ATRIBUTOS PARA A AVALIAÇÃO DE RISCO DE ÁRVORES....................xx
4.3 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE ÁRVORES....................................................xx
4.4 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO....................................................xx
5. PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA...……………………………..20
5.1 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DAS ESPÉCIES PARA A ARBORIZAÇÃO
URBANA.............................................................................…………………..21
5.2 CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DOS LOCAIS DE PLANTIO……………..21
5.3 ESPAÇAMENTO E DISTÂNCIA MINIMA DE SEGURANÇA ENTRE
ÁRVORES E EDIFÍCIOS URBANOS............................................................XX
6. IMPLANTAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA............……………….………...35
6.1 CARACTERIZAÇÃO DAS MUDAS...................………………………….........37
6.2 PRODUÇÃO OU AQUISIÇÃO DE MUDAS.............................................…...37
6.3 PROCEDIMENTOS DE PLANTIO E REPLANTIO...………………….……….37
6.4 VIVEIRO MUNICIPAL....…………………………………...……………………..37
6.5 ESPÉCIES RECOMENDADAS......………………………………….…………..38
6.6 ESPÉCIES NÃO RECOMENDADAS.............................................................xx
4

7. ARBORIZAÇÃO NA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADASA..............xx


8. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.......................................................................XX
8.1 PLANO DE MANEJO.....................................................................................XX
8.2 FISCALIZAÇÃO E MONITORAMENTO.......................................................XX
9. MANUTENÇÃO DA ARBORIZAÇÃO.........................................………………..40
9.1 PODA DE ÁRVORES..................................……………………………......…..40
9.1.1 Poda de formação..................................................................................xx
9.1.2 Poda de manutenção.............................................................................xx
9.1.3 Poda de segurança................................................................................xx
9.1.4 Poda de raiz...........................................................................................xx
9.1.5 Ferramentas e equipamentos utilizados na poda..................................xx
9.1.6 Destinação dos resíduos da poda.........................................................xx
9.2 REMOÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE ARVORES………………………....….....42
9.3 OUTRAS PRÁTICAS DE MANUTENÇÃO...............................................…...42
10. SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL.......……………………………..………………...45
10.1 CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL...……………………..45
10.2 APOIO A ARBORIZAÇÃO NAS ESCOLAS E NAS UNIDADES DE
SAÚDE...................................................................………………………………...45
10.3 PROGRAMA ADOTE UMA ÁRVORE..........................................................47
11. MONITORAMENTO DA ARBORIZAÇÃO............................…....………………..54
12. CONOGRAMA DE AÇÕES.....………………………………..…....………………..57
13. INFORMAÇÕES FINAIS....................................................................................XX
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....……………………………………………..59
ANEXOS..............................................................................................................XX
5

1. INTRODUÇÃO
Nos termos da Constituição Federal. Art. 182, o Poder Público Municipal deve
executar o Plano de Desenvolvimento Urbano, tendo como objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes (BRASIL, 1988).
Segundo o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Lei Municipal nº 197/2009 e
sua alteração – Lei nº 476/2021), na seção IX, Art. 75, que trata do Plano Diretor de
Arborização Municipal, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMA é a
responsável por sua elaboração, revisão e atualização, cabendo-lhe ainda, exercer o
poder de polícia para garantir sua execução (BURITICUPU, 2009; BURITICUPU, 2021).
Conforme o Art. 11, VI, cabe à SEMMA coordenar a implantação do Plano
Diretor de Arborização Municipal, onde abrangerá a Arborização Urbana e a
Recuperação de Áreas Verdes com desenvolvimento sustentável, além de promover
sua avaliação e adequação (BURITICUPU, 2021).
Segundo o Art. 6º, II, da referida lei, as Áreas Verdes Especiais são áreas
representativas de ecossistemas criadas e regulamentadas por ato do Poder Público
Municipal. (BURITICUPU, 2021).
O Município deve criar, preservar e proteger as áreas verdes da cidade e
também o sistema de arborização, ambos como parte de sua política de
desenvolvimento urbano conforme Lei Municipal nº 131/2006, Art. 5º II e III, que prevê a
proteção do meio ambiente e organizar um espaço urbano de qualidade garantindo
uma melhor qualidade de vida à população (BURITICUPU, 2006).
As ações de um plano de arborização podem servir tanto para intervir na
arborização já existente, como para atuar em áreas que ainda não possuem árvores.
A arborização urbana exerce inúmeras funções ambientais e socioambientais,
dentre elas a manutenção e ampliação das Áreas Verdes Urbanas, diminuição das ilhas
de calor, melhoria da qualidade do ar, conforto ambiental, redução da poluição sonora,
confere efeito estético, dentre outros benefícios.
A adequada formulação e execução do Plano Diretor de Arborização Urbana se
apresenta indispensável não somente para o planejamento das ações e iniciativas
relacionadas ao diagnóstico, implantação, manutenção e monitoramento das suas
6

medidas concretas, mas também se mostra imprescindível para o exercício da


fiscalização referente a arborização e autorização de eventual poda, corte e
substituição de árvores.
Muitos são os problemas, entretanto, causados do conflito de árvores
inadequadas com equipamentos urbanos, como fiações elétricas, postes de iluminação,
cabos de telefonia, encanamentos, calhas, calçamentos, muros, etc. Frente a esta
situação comum nas cidades brasileiras, soma-se o fato da escassez de árvores ao
longo das ruas e avenidas.
Portanto, é fundamental considerarmos a necessidade de um manejo constante
e adequado voltado especificamente para a arborização de ruas que envolvem etapas
concomitantes de plantio, condução das mudas, podas e remoções necessárias.
A solução para evitar os conflitos com as estruturas urbanas e maximizar os
benefícios da arborização está no planejamento. Planejar a arborização de ruas é
escolher a árvore adequada para o lugar certo, a partir do uso de critérios técnico-
científicos para o estabelecimento da arborização nos estágios de curto, médio e longo
prazo.
Dito isto, é necessária a avaliação através de inventário, onde pode ser obtida a
composição, os principais problemas de cada espécie e fornecer informações para
novos plantios e para adequação das práticas de manejo. A realização dos inventários
serve para quantificar custos; identificar problemas passíveis de redefinição das
diretrizes de manejo, programas de educação ambiental; para divulgar os resultados
obtidos, mostrando produtividade e buscando apoio da população.
Assim, o objetivo deste Plano é realizar o diagnóstico da arborização urbana do
município de Buriticupu – MA. Através do diagnóstico será possível identificar a
realidade das espécies arbóreas do município e, com isso, propor medidas necessárias
para a melhoria da arborização urbana municipal.

1.1 HISTÓRICO DA ARBORIZAÇÃO DO MUNICÍPIO


Com o Projeto de Colonização idealizado pelo Governador Pedro Neiva de
Santana, na década de 70, tinha-se dado início a criação do município de Buriticupu. A
área faz parte do bioma pré-amazônico e para iniciar o processo de colonização foi
7

necessário derrubar e desmatar algumas áreas para construção das primeiras


residências (NERES, 2017).
Imagem 1 – Limpeza do local onde atualmente está a Prefeitura Municipal

Fonte: Neres, 2017.

Dado início a atividade de desmatamento para a construção das primeiras


residências e ruas do município de Buriticupu, optaram por preservar uma porção da
flora local. Segundo Neres (2017), o senhor José Luís Fernandes Ribeiro, diretor
técnico da Companhia responsável pelo projeto de colonização deu início a este
planejamento.
Imagem 2 – Porção preservada da flora pré-amazônica

Fonte: Neres (2017).


8

Atualmente o Bosque Maracajá, como foi batizado, encontra-se murado e com a


vegetação ainda preservada.
Imagem 3 – Bosque Maracajá atualmente.

Fonte: Marinho (@marinhodrones), 2022. Bosque Maracajá. Instagram, 25/07/2022.


https://www.instagram.com/p/CfPylmiMxwj/?igshid=MzRlODBiNWFlZA.

No centro da cidade, as principais ruas não possuíam arborização adequada


devido ao desmatamento inicial para construção das primeiras residências e ruas, como
pode-se observar no registro da Avenida Castelo Branco no ano de 1997, ainda não
haviam muitas árvores após o desmate.
Imagem 4 – Avenida Castelo Branco em 1997.
9

Fonte: Aguiar (@isaiasnaguiar), 2022. 1997 - Na avenida castelo branco, a


esquerda, vemos o sindicato dos trabalhadores rurais de Buriticupu-MA.
Instagram, 03/12/2022.
https://www.instagram.com/p/CluLTz8OZno/?utm_source=ig_web_copy_link.

Com o passar dos anos e de algumas gestões no Poder Público Municipal,


houve algumas ações em prol da arborização urbana municipal, com plantio de mudas
das espécies Mangifera indica (Mangueira), Fícus benjamina (Figueira-Benjamim), e
Licania tomentosa (Oiti).
Imagem 5 – Arborização no final da Av. Castelo Branco e Av. João Castelo
10

Fonte: Marinho (@marinhodrones), 2022. Instagram, 02/03/2022.


https://www.instagram.com/p/Can8g6LMN2Y/?
utm_source=ig_web_copy_link&igshid=MzRlODBiNWFlZA.

Como observa-se na imagem acima, o centro urbano de Buriticupu possui uma


boa arborização, com podas regulares para manter o padrão e a estética no paisagismo
urbano do município.
1.2 IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
Buriticupu, assim como outros municípios brasileiros, sofre com a falta de um
planejamento eficiente de arborização urbana, que vem ocasionando vários problemas,
principalmente quanto ao confronto de árvores inadequadas com equipamentos
urbanos, como rede elétrica, saneamento, postes, muros, calçadas entre outros. É
comum visualizar árvores podadas de forma incorreta, com aspectos nada agradáveis,
calçadas e estruturas danificadas, espécies com problemas fitossanitários ou de
11

desenvolvimento, principalmente devido ao plantio inadequado (coveamento), mudas


de má qualidade e podas mal executadas. Soma-se a esta situação o fato de algumas
vias e bairros da cidade não possuírem arborização planejada.
A ausência de vegetação em áreas urbanas propicia a ocorrência do fenômeno
climático “ilhas de calor”, que é a elevação da temperatura devido ao aquecimento das
superfícies.
A arborização urbana além de minimizar os efeitos das temperaturas elevadas
propicia uma série de benefícios que melhoram as condições de saúde e bem-estar da
população.
Pesquisas apontam que pessoas que convivem e desfrutam de áreas verdes
urbanas como parques e praças públicas apresentam saúde melhor, e
consequentemente melhor qualidade de vida (FRUMKIN, 2003).
Uma cidade bem arborizada pode ser sentida e lembrada como um lugar
agradável e bonito que humaniza, dado os serviços ambientais prestados pela
arborização (MATOS & QUEIROZ, 2009), o que a torna próxima a natureza dos seus
habitantes e visitantes.
Além de ser um serviço público, a arborização urbana é um patrimônio que deve
ser conhecido e conservado para as futuras gerações, pois traz muitos benefícios ao
homem [...] (XANXERÊ, 2009).
Os benefícios que a natureza fornece para a sociedade por meio dos seus
processos naturais é conhecido como Serviços Ecossistêmicos. A seguir serão
descritos os principais serviços ambientais que a arborização urbana propicia:
 Melhoria da Qualidade do Ar: A arborização urbana absorve parte dos gases
emitidos pelas atividades humanas, como gás carbônico, melhorando
consideravelmente a qualidade do ar urbano, e contribuindo para a redução das
mudanças climáticas, pois, esse gás, é um dos responsáveis pelo efeito estufa.
Isto se deve à capacidade das árvores de aprisionar esse gás nas suas
estruturas (galhos, tronco, raízes e folhas), por meio da fotossíntese, conhecido
como “sequestro de carbono”. Além disto, as árvores são capazes de retirar a
poeira do ar, liberando oxigênio para a atmosfera. A poeira no ar pode ser
constituída por muitos compostos tóxicos que podem fazer mal à saúde da
12

população, bem como prejudicar diversos ecossistemas.


 Melhoria do Microclima: A vegetação pode contribuir para a melhoria do
microclima por meio de dois mecanismos: sombreamento e evapotranspiração.
As copas das árvores oferecem sombra, atenuando e regulando a temperatura,
especialmente nas áreas urbanas mais verticalizadas e adensadas, onde a
amplitude térmica é mais acentuada, estabilizando o microclima e reduzindo o
fenômeno das “ilhas de calor”, a figura abaixo ilustra essa relação de sombra e
temperatura:
Imagem 6 – Temperaturas de diferentes superfícies urbanas

Fonte: SAMA (2021), adaptado de Árvore, Ser Tecnológico (2022).


Além disso, as copas das árvores diminuem grande parte da radiação solar que
incide sobre o solo, sobre as pessoas e edificações, atenuando o aquecimento
das superfícies, proporcionando mais conforto. A evapotranspiração das folhas
também desempenham o papel de reduzir a temperatura do ambiente, pela
perda de vapor d'água que sai através da cutícula, além de contribuir para
formação de nuvens e chuvas, favorecendo a regulação hidrogeológica.
 Melhoria da Drenagem Urbana: As árvores possuem a capacidade de
13

interceptar a água da chuva, diminuindo o impacto desta sobre o solo,


favorecendo a infiltração e melhorando o escoamento superficial das águas, e
por consequência reduzindo as erosões.
 Melhoria da Biodiversidade: A diversidade arbórea é reconhecida pela sua
atração de ampla variedade de espécies animais, especialmente aves, por ser
fonte de alimento, abrigo e ambiente favorável à sua reprodução. Além disto, a
arborização urbana promove conexão com outros fragmentos de vegetação,
como parques e praças, e unidades de conservação constituindo os corredores
ecológicos, e consequentemente ocasionando o aumento da diversidade
genética.
 Melhoria da Saúde e Bem-Estar: As árvores proporcionam o enriquecimento da
paisagem, embelezando as cidades e promovendo bem-estar. Estimulam a
convivência e interações sociais, as atividades físicas, a recreação, contribuindo
desta forma com os aspectos psicológicos e saúde da população. Além disto, a
arborização possui a função de quebrar a monotonia das paisagens e a
sensação de opressão que muitas vezes as edificações causam, podendo
proporcionar momentos de lazer e contemplação. Pesquisas mostram que
pessoas que vivem em cidades arborizadas têm menor tendência ao estresse e
à depressão.
 Proteção Contra Ventos e Ruídos: As árvores funcionam como barreiras físicas
contra ventos, protegendo edificações e outras estruturas urbanas. E atenuam os
ruídos provenientes de atividades rotineiras da cidade, pois funcionam como
barreiras por absorverem ondas sonoras.

2. OBJETIVOS

O Estatuto da Cidade trouxe para os municípios a obrigatoriedade na formulação


e execução do plano diretor e do plano de desenvolvimento urbano, atentando-se, no
que concerne ao tema da arborização, às diretrizes de garantia do direito à cidades
14

sustentáveis e ao lazer para as presentes e futuras gerações, ordenação e controle do


uso do solo, de forma a evitar a deterioração das áreas urbanizadas, a poluição e a
degradação ambiental, e, ainda, de proteção, preservação e recuperação do meio
ambiente natural e construído e do patrimônio paisagístico.

2.1 OBJETIVO GERAL


O PDAM, se apresenta como uma ferramenta fundamental de gestão da
arborização no município, que define diretrizes e procedimentos para o planejamento,
implantação e manutenção da arborização urbana, harmonizando a existência das
árvores com os equipamentos urbanos, se consolidando em um instrumento eficaz de
desenvolvimento urbano, participativo e de melhoria da qualidade de vida da
população.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Expandir a arborização urbana no município;
 Atualizar o diagnóstico do estado atual da arborização urbana presente nos
logradouros públicos;
 Planejar ações de conservação e manutenção da arborização urbana;
 Promover o planejamento do plantio, corte e poda de espécies arbóreas;
 Estabelecer planejamento da composição florística e arbórea, assim como,
critérios para a escolha de espécies adequadas para arborização urbana;
 Desenvolver critérios e planejamentos específicos para a produção e manejo das
mudas necessárias à arborização urbana;
 Estabelecer critérios de monitoramento dos órgãos públicos e privados cujas
atividades tenham reflexos na arborização urbana;
 Planejar estratégias para integrar e envolver a população, com vistas à
manutenção e a preservação da arborização urbana.
3. DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE BURITICUPU
O diagnóstico da arborização de vias públicas visa: conhecer o patrimônio
arbóreo, identificar as espécies que compõem a arborização (bairros ou regiões da
cidade), localizar áreas para novos plantios, verificar quais práticas de manutenção são
15

necessárias, definir as prioridades nas intervenções, definir as políticas de


administração, com o estabelecimento de previsões orçamentárias.
Para elaboração do PDAM utilizou-se um levantamento realizado em Buriticupu
em 2022 e 2023, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMA, com o
objetivo de desenvolver um cadastro informatizado da arborização no município para
alimentar um banco de dados e subsidiar o gerenciamento. O levantamento foi
realizado nas vias públicas dos 19 bairros de toda área urbana do município: Centro,
Bairro da EIT, Bairro do Baixão, Vila Mansueto, Bairro do Açude, Primavera, Santos
Dumon’t, Terra Bela, Matadouro, Caeminha, Colégio Agrícola, Vila Isaías, Vila Cajueiro,
Vila dos Professores, Vila Primo, Vila Davi, Eco Buriti I, Nova Buriti e, alguns povoados
com características predominantemente urbanas: II Núcleo, Sagrima e Buritizinho.

3.1 LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES QUALI-QUANTITATIVAS DA


ARBORIZAÇÃO DOS BAIRROS DE BURITICUPU
O levantamento realizado em 2022 e 2023 abordou aspectos de caracterização
geral da flora do município e descrição quantitativa e qualitativa do patrimônio arbóreo.
Para isso, foram realizadas as seguintes etapas: coleta de dados botânicos e
informações gerais; cadastramento das espécies; processamento dos dados; análise
das informações; treinamento da mão de obra para operação do banco de dados.
O estudo identificou 6.263 árvores, identificando os indivíduos com as seguintes
características: nome popular, nome científico, família, porte, se é nativa ou exótica, se
existe a presença de alguma doença, parasitas e informações referentes à
infraestrutura (redes de energia elétrica, passeio, edificações, etc).

3.1.1 ESPÉCIES ENCONTRADAS


A tabela 01 demonstra que a maior parte das árvores identificadas no
diagnóstico é composta por espécies exóticas (74,4%), com o predomínio da
Extremosa/Reseda (24,82%). E, em percentual menor, aparecem as espécies: Pata-de-
vaca, Hibisco, Ipê, Árvore da China, Sibipiruna, Alfeneiro (ligustro), Tuia, Magnólia,
Palmeira, Figueirabenjamina e Cássia. Das espécies encontradas as únicas espécies
nativas são o Ipê e a Sibipiruna.
16

Tabela 1 – Frequência das espécies encontradas


Nome Popular Nome Científico Frequência (%) Tipo
Mangueira
Oiti
Nim Indiano
Figueira-Benjamim
Ipê

As imagens 7 e 8, ilustram as espécies mais encontradas no município. Apesar


de terem sido amplamente utilizadas na arborização, são espécies não recomendadas
devido demandarem de podas constantemente onerando os custos com manutenção.
Foto do oiti e nim indiano
Em relação ao porte, o estudo apontou que a maioria das espécies possui
pequeno porte (48,8%), seguido pelo médio (33,8%) e grande porte (17,4%).

3.1.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS


Os problemas encontrados na Arborização Urbana em Buriticupu foram
levantados a partir do diagnóstico e por meio da vivência diária da equipe responsável
pela sua gestão atualmente.
a) A maior parte das espécies encontradas são exóticas, é necessário buscar
um equilíbrio entre espécies nativas e exóticas, principalmente devido as vantagens
que as espécies nativas apresentam frente as exóticas;
b) Espécies inadequadas em relação à infraestrutura local, como instalações
hidráulicas, redes elétricas, telefônicas e sanitárias. Como exemplo podemos citar a
Figueira (Ficus benjamina) que possui enraizamento bastante expressivo conforme o
crescimento de sua copa e seu desenvolvimento, pode danificar a estrutura das
calçadas e da infraestrutura existente. A introdução de espécies inadequadas pode
onerar ao poder público com podas constantes e prejudicar os pedestres com raízes
axiais que danificam a pavimentação das calçadas;
c) Falta de estudos periódicos e levantamentos sobre a quantidade e qualidade
da arborização, para que se possa realizar um planejamento adequado;
d) Falta de adequação do viveiro municipal, o que torna o poder público
17

dependente das empresas produtoras de mudas, que muitas vezes não dispõem de
mudas nativas adaptadas a região e com porte adequado;
e) Contato com o sistema de distribuição de energia elétrica no município é
predominante aéreo e acarreta na necessidade de podas constantes onerando ao
sistema, salvo algumas vias que não possui rede acima das árvores;
f) Anelamento das árvores nos estágios iniciais de desenvolvimento, cuja a
casca da planta é fina e facilmente arrancada pelo fio ou pela lâmina da roçadeira, e em
muitos casos repetidamente, até que ocorra a morte de grande número de espécies
recém-plantadas;
g) Vandalismo que acarretam na perda de mudas, onerando ao poder público
com gastos no replantio;
h) Podas inadequadas e/ou drásticas que além de afetar a beleza estética da
planta, reduzem e até eliminam os benefícios da arborização, predispondo-as à
contaminação por patógenos e parasitas, podendo acarretar a morte do indivíduo;
l) Solos compactados e com pouca disponibilidade de nutrientes que dificultam
a aeração e a infiltração de água, limitando o crescimento das raízes e
consequentemente o desenvolvimento da planta;
m) Danos causados por veículos, como atrito e colisões que podem
comprometer o desenvolvimento da planta, podendo acarretar a sua morte. Além disto,
algumas espécies se mostram mais suscetíveis aos efeitos dos poluentes emitidos
pelos automóveis prejudicando seu desenvolvimento;
n) Falta de tutores e de protetores adequados principalmente nos estágios
iniciais de desenvolvimento da muda, quando estas se encontram mais suscetíveis a
intempéries, como ação do vento e das chuvas, e ao próprio vandalismo;
o) Plantio de espécies inadequadas em locais que afetam a acessibilidade em
calçadas e o trânsito de pedestres;
p) Fitossanidade: espécies muito suscetíveis ao surgimento de pragas como
lagartas, que causam danos a planta além de prejudicar sua beleza estética, oneram os
custos devido à necessidade de limpeza constante;
q) Falta de participação da população nos cuidados com a arborização, a qual
afeta diretamente o sucesso de um projeto de arborização;
18

r) Falta de ações educativas acerca da arborização por parte do Poder Público


Municipal, importante para a conscientização e engajamento da população;
s) Calçadas sem espaço para plantio de árvores limitando a expansão da
arborização.

4. ANÁLISE DE RISCO DE QUEDA DE ÁRVORES URBANAS


Este texto baseou-se na NBR 16246-3 Florestas urbanas — Manejo de árvores,
arbustos e outras plantas lenhosas Parte 3: Avaliação de risco de árvores. É importante
uma gestão específica para o extrato arbóreo das cidades, de maneira a diminuir
alguns tipos de riscos, e também o incremento de uma política de risco com normas
que tratem de pontos como: espécies a serem implantadas, local a ser inserida,
analisando as limitações de infraestrutura de cada espaço, pessoas habilitadas para
realizarem as podas e com ferramentas adequadas, ou seja, definir um plano para
plantio e manutenção das espécies arbóreas de acordo com cada região, como
estabelece este PDAM.
O risco de queda está intimamente ligado ao que será atingido (lesões corporais
e danos materiais), onde ruas muito movimentadas e com monumentos públicos e
privados expostos, apresentam alto potencial de risco, uma vez que, o maior risco é
quando há a possibilidade de atingir alguém.
A queda pode ser causada por diversos fatores, como: chuvas fortes e longas,
corte de raízes, podas irregulares ou mal executadas devido à fiação elétrica e/ou
telefônica (que deixam a estrutura da planta altamente desestabilizada), rajadas de
vento, raiz instável, compactação do solo e a presença de organismos biodegradadores
da madeira, como fungos, insetos e bactérias. A principal via de infecção por onde
fungos, bactérias ou insetos ingressam na planta são por meio de injúrias, causadas
por podas e/ou quedas de galhos e também pela retirada da casca. Desse modo, uma
poda mal realizada pode influenciar diretamente no risco de queda da árvore. Além do
uso inadequado de espécies (inadequadas em função do tipo de solo e/ou suscetíveis a
intempéries).

4.1 NÍVEL DE AVALIAÇÃO DE RISCO DE ÁRVORES


19

Os níveis de avaliação de risco de árvores, contendo o detalhamento da


avaliação (método e equipamentos), devem ser especificados pelo profissional
legalmente habilitado.
Os tipos de níveis de avaliação de árvores são os estabelecidos a seguir:
a) Nível 1: A avaliação de risco de nível 1 deve ser limitada a uma análise visual
de cada árvore ou a um grupo de árvores próximas a alvos especificados, como ao
longo de rodovias, ferrovias ou servidão de concessionárias, para identificar condições
especificadas ou defeitos óbvios, não sendo utilizados equipamentos. A avaliação da(s)
árvore(s) deve ser feita por caminhamento, por veículo ou por patrulha aérea. O método
de avaliação e os critérios de tomada de decisão devem ser especificados.
b) Nível 2: A avaliação de risco de nível 2 deve ser limitada a uma análise visual
externa (360°) do sistema radicular visível, colo, tronco e copa da árvore, não sendo
caracterizado um trabalho em altura, de acordo com a legislação aplicável. Neste nível,
o uso de ferramentas manuais, como trena florestal, hipsômetro ou clinômetro, sovelas,
espátulas e binóculos, é possível para a localização de defeitos estruturais.
c) Nível 3: A avaliação de risco de nível 3 deve incluir, além da análise visual
externa (nível 2), a análise dos galhos, ou ainda empregar métodos e tecnologias
avançadas para avaliação da extensão ou da severidade das condições ou defeitos. A
avaliação de risco de nível 3 deve incluir, mas não estar limitada a, um ou mais dos
seguintes métodos e equipamentos:
 Escalada da árvore, trabalho em altura ou uso de drones, de acordo com
a legislação vigente;
 Prospecção do fuste ou galhos por meio de perfuração, com uso de
equipamentos como furadeira com broca de pequeno diâmetro, sonda,
trado de incremento, penetrógrafos ou qualquer equipamento
cientificamente validado;
 Tomografia do tronco ou dos galhos;
 Radar ou tomógrafo para avaliação do sistema radicular;
4.2 ATRIBUTOS PARA A AVALIAÇÃO DE RISCO DE ÁRVORES
Para avaliar o risco de uma árvore, é possível considerar os seguintes atributos:
20

 Condição do tronco: A árvore apresenta cavidades, madeira apodrecida,


rachaduras ou partes quebradas?
 Presença de fungos: Há fungos na base da árvore?
 Raízes: As raízes adventícias, que nascem nos caules ou nas folhas,
indicam problemas nas raízes?
 Injúrias mecânicas: Vandalismo no tronco pode danificar a saúde da
árvore.
 Coloração: A árvore apresenta uma coloração diferente no tronco ou nos
galhos?
 Esfarelamento: A madeira está esfarelando?
 Idade: A idade da árvore é um fator a considerar.
 Espécie: A espécie da árvore é um fator a considerar.
 Condições climáticas: As condições climáticas da região são um fator a
considerar.

4.3 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE ÁRVORES


4.4 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO

5. PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA


O planejamento da arborização urbana traz benefícios sociais e ambientais à
cidade, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. A escolha do
local e espécies adequadas propicia o ambiente com as condições necessárias ao
desenvolvimento da árvore, minimizando risco de acidentes, reduzindo a necessidade
de podas, permite a acessibilidade de pedestres, concilia o crescimento da muda e o
uso dos equipamentos urbanos existentes.
A arborização deve ser implantada respeitando os valores culturais, ambientais e
memória da cidade. Deve proporcionar conforto para as moradias, sombreamento,
abrigo e alimento para avifauna, contribuir para a biodiversidade, permitir a
permeabilidade do solo, colaborar com a diminuição dos índices de poluição e
proporcionar melhoria das condições do ambiente urbano como um todo. O
planejamento da arborização em Buriticupu deve responder algumas perguntas como:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FRUMKIN, Howard. “Healthy places: exploring the evidence.” American journal of


public health vol. 93,9 (2003): 1451-6.

MATOS, E.; QUEIROZ, L. P. Árvores para cidades. Ministério Público do Estado da


Bahia- Salvador, 2009.

NERES, Isaias. Limpeza do local onde atualmente está a Prefeitura Municipal. 1


fotografia, 2017. Disponível em:
https://buriticupuesuahistoria.blogspot.com/2017/08/buriticupu-1973-limpeza-do-local-
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NERES, Isaias. Porção preservada da flora pré-amazônica. 1 fotografia, 2017.


Disponível em: https://buriticupuesuahistoria.blogspot.com/2017/08/buriticupu-e-o-
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XANXERÊ. Secretaria de Políticas Ambientais. Manual da Arborização Urbana de


Xanxerê. Xanxerê: Secretaria Municipal, 2009. 20 p.

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