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Carteira de Investimentos

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Copyright © 2021 Leandro Ávila

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Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais os
meios empregados como eletrônicos, fotográficos, mecânicos, gravação ou quaisquer
outros sem a prévia autorização do autor.

O conteúdo desta obra ampara-se no direito fundamental à manifestação do


pensamento, previsto nos arts. 5º, IV e 220 da Constituição Federal de 1988. Vale-se do
“animus narrandi”, protegido pela lei e pela jurisprudência (conferir AI nº 505.595,
STF).

Importante: O conteúdo deste livro é apenas educativo e informativo. Não se


trata de recomendação, indicação ou aconselhamento de investimento. O conteúdo pode
conter erros, pode estar desatualizado ou não ser próprio para a sua realidade pessoal.
Qualquer decisão tomada após a leitura deste livro é de responsabilidade do leitor.
Todas as estratégias e investimentos envolvem risco de perda. Nenhuma informação
contida neste produto deve ser interpretada como uma garantia de resultados.

Site Oficial: www.clubedospoupadores.com


E-mail: contato@clubedospoupadores.com

A958lÁvila, Leandro
Como Montar uma Carteira de Investimentos Diversificada / Leandro Ávila. –-
Fortaleza, 2021.
Biblioteca Nacional - ISBN: 978-65-00-26053-3
1. Educação Financeira 2. Dinheiro 3. Finanças pessoais I. Título.

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Sumário

Sugestões ............................................................................................................ 7

Carteira de Investimentos .................................................................................. 8

Alocando Ativos .............................................................................................. 18

Devagar e Sempre ............................................................................................ 20

Proteção da Carteira ......................................................................................... 26

Perfil de Risco .................................................................................................. 33

Risco e Retorno ................................................................................................ 34

Carteiras Simuladas............................................................................................. 38

Backtest ............................................................................................................ 38

Carteira A de Baixo Risco ............................................................................... 42

Carteira B de Baixo Risco................................................................................ 54

Carteira C de Baixo risco ................................................................................. 63

Carteira D de Moderado Risco ........................................................................ 68

Carteira E de Moderado Risco ......................................................................... 73

Carteira F de Moderado Risco ......................................................................... 77

Carteira G de Alto Risco .................................................................................. 80

Carteira H de Alto Risco .................................................................................. 84

Carteira I de Alto Risco ................................................................................... 87

Comparação entre Carteiras ............................................................................. 90

Investimentos da Carteira ................................................................................... 95

Renda Fixa Pós-fixada na Carteira .................................................................. 96

Como Encontrar as Taxas ............................................................................. 96

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Exemplos ....................................................................................................... 97

CDB Pós-fixado com Liquidez Diária .......................................................... 97

LCI e LCA Pós-fixada ................................................................................ 100

Fundos de Renda Fixa ................................................................................. 102

Renda Fixa Prefixada na Carteira .................................................................. 104

Como Juros e Inflação Afetam a Renda Fixa ............................................. 106

CDB prefixado e Indexados pelo IPCA ...................................................... 107

Rating .......................................................................................................... 109

LCI e LCA Prefixados e Indexados pelo IPCA .......................................... 110

Fundos de Renda Fixa e Indexados ao IPCA ............................................. 111

Renda Variável............................................................................................... 113

Bovespa ....................................................................................................... 115

Brasil 50 ...................................................................................................... 116

Small Cap .................................................................................................... 116

Setor Financeiro .......................................................................................... 117

Materiais Básicos ........................................................................................ 120

Diversificação Internacional com ETFs no Brasil ......................................... 121

Mercado Norte-Americano ......................................................................... 122

Mercado Europeu ........................................................................................ 123

Mercados Globais ....................................................................................... 124

Mercado Chines .......................................................................................... 125

Criptomoedas .............................................................................................. 126

Mercado de Tecnologia............................................................................... 127

Diversificando com Ouro............................................................................... 132

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Tolerância ao Risco ........................................................................................... 133

Volatilidade: Risco do Investimento................................................................. 138

Exemplo 1: .................................................................................................. 139

Exemplo 2: .................................................................................................. 144

Calcular a Volatilidade .................................................................................. 146

Exemplo 1 ................................................................................................... 146

Exemplo 2 ................................................................................................... 149

Consultar a Volatilidade ................................................................................ 152

Índice de Sharpe ................................................................................................ 154

Exemplo 1: .................................................................................................. 155

Exemplo 2: .................................................................................................. 157

Correlação ......................................................................................................... 159

Tipos de Correlação .................................................................................... 161

Correlação no Gráfico ................................................................................. 163

Correlação no Excel .................................................................................... 166

Ferramenta de Estudo Gráfico .......................................................................... 171

Fonte Gratuita de Cotações ............................................................................... 177

Estude a Carteira dos Grandes .......................................................................... 185

Compare os Grandes ................................................................................... 193

Sua Carteira vs. Grandes Gestores .............................................................. 197

Maiores do Mundo ...................................................................................... 201

Reequilíbrio da Carteira .................................................................................... 206

Regressão à Média ......................................................................................... 208

Reequilibrando na Alta .................................................................................. 212

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Reequilibrando com Dinheiro Novo .............................................................. 214

Planilha para o Reequilíbrio .......................................................................... 214

Simular com Investimentos Mensais ............................................................. 217

Gatilhos para o Reequilíbrio da Carteira ....................................................... 219

Gatilho Tempo ............................................................................................ 219

Gatilho Desvio ............................................................................................ 220

Pontos de Entrada e Saída ................................................................................. 222

Regressão Linear ............................................................................................ 222

Ferramenta .................................................................................................. 230

Médias Móveis ............................................................................................... 234

Média de 200............................................................................................... 235

Média de 50 ................................................................................................. 236

Média de 20 ................................................................................................. 237

Força Relativa ................................................................................................ 239

Presente: Planilha de Simulações ..................................................................... 241

Independência ................................................................................................... 242

Continue Estudando: ................................................................................... 245

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Sugestões
Fiz todos os esforços possíveis para minimizar a presença de erros no conteúdo
deste livro. Caso encontre algum erro ou queira sugerir alguma melhoria visite:

http://www.clubedospoupadores.com/sugestoes-livros

Agradecimento: agradeço a todos os leitores que enviaram sugestões e


correções. As versões melhoradas serão oferecidas para todos os demais leitores
através do Hotmart.

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Carteira de Investimentos
A sua carteira de investimentos é o conjunto de todos os ativos financeiros que
você possui. Esses ativos podem ser ações, títulos públicos, CDB, LCI, LCA,
debêntures, CRI, CRA, ETFs, BDRs, fundos imobiliários, fundos de investimentos,
moedas etc.

Geralmente as pessoas avaliam os riscos e os retornos dos seus investimentos de


forma isolada quando deveriam fazer isso pela forma como contribuem para o risco e o
retorno global da carteira.

Uma carteira de investimentos eficiente é aquela composta por diversos


investimentos que juntos produzem a maior rentabilidade possível para cada unidade
risco corrido.

Harry Markowitz, economista norte-


americano, ficou conhecido pelo seu pioneirismo ao
desenvolver teorias sobre os efeitos do risco, retorno,
correlação e diversificação de ativos para a
construção de carteiras de investimentos
diversificadas e eficientes, de tal forma que
pudessem gerar o maior retorno pelo menor risco
possível.

Em 1990, Harry Markowitz e William Sharpe, receberam o Prêmio Nobel de


Economia por suas teorias que revolucionaram os métodos utilizados por investidores
de todo o mundo na elaboração de carteiras de investimentos.

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Muito antes de Markowitz, Andrew Carnegie (1835-1919), empresário e
investidor, acumulou uma fortuna de US$ 400 bilhões durante a vida (valor ajustado
para os dias de hoje).

Sua teoria sobre o sucesso nos investimentos era bem simples: “coloque todos os
seus ovos na cesta e então observe a cesta”. Isso fez sentido para ele que investia no
próprio negócio e passava todo o tempo olhando para ele.

Quando você faz um investimento financeiro está investindo no negócio de


alguém. Suas decisões se limitam a entrar ou sair do investimento enquanto alguém
toma as demais decisões por você.

Ao comprar ações de uma empresa, não será você que fará essa empresa crescer,
valorizar e distribuir lucros.

Ao investir em um CDB, LCI ou LCA de um banco, não será você que fará
alguém pagar juros pelo seu dinheiro. O negócio dos bancos é captar dinheiro dos
investidores e emprestar esse dinheiro para bons pagadores de juros.

A grande verdade é que investir significa aceitar correr algum nível de risco para
obter um prêmio (juros ou ganho de capital), se tudo der certo. O problema é que só o
futuro dirá se você tomou uma boa decisão de investimento considerando que você não
tem controle sobre o retorno e risco. O que existem são apenas probabilidades com base
em dados passados e decisões que você pode tomar com base nessas probabilidades.

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É por este motivo que para investir precisamos construir uma carteira
diversificada, ou seja, uma carteira composta por diversos investimentos que trabalham
em conjunto para oferecer uma boa relação de risco e retorno.

O investidor Warren Buffet construiu a sua fortuna de US$ 109,2 bilhões (2021)
através de uma carteira de investimentos diversificada. Sua teoria é bem simples: “não
coloque todos os ovos na mesma cesta.” Ele também elaborou duas regras que todos os
investidores deveriam seguir:

As regras são:

• Regra número 1: nunca perca dinheiro;


• Regra número 2: nunca se esqueça da regra 1.

Parece simples, mas existe uma questão matemática que você precisa entender
para valorizar essas duas regras. Uma boa carteira de investimentos precisa fazer o seu
patrimônio crescer ao mesmo tempo em que protege o seu patrimônio. Sem proteção
não faz sentido buscar ganhos.

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Os grandes investidores gostam de fazer analogias com cestas e ovos. Eu gosto
de fazer essa analogia com as diversas armaduras robóticas de Tony Stark, personagem
fictício dos quadrinhos e dos filmes da Marvel que está por trás do herói Homem de
Ferro.

Assim como os investimentos de uma carteira, cada armadura de Tony Stark


possui características e funções diferentes para realizar determinados trabalhos.

Se existisse uma armadura perfeita para todas as situações, imprevistos e tarefas,


Tony só teria concentrado os seus esforços e recursos financeiros para a construção de
uma única, completa e perfeita armadura.

Você como pequeno investidor(a) já deve ter percebido que existe uma infinidade
de investimentos com os mais diversos níveis de rentabilidade, liquidez e volatilidade
(risco).

Isso ocorre por não existir um investimento perfeito. Geralmente você só


consegue reunir dois atributos ao mesmo tempo dos três principais que são:
rentabilidade, liquidez e baixo risco. Exemplos:

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• Se o investimento for muito rentável ele provavelmente será de alto risco
(exemplo: ações);
• Se o investimento for rentável e de baixo risco ele provavelmente não terá
liquidez (exemplo: renda fixa prefixada e indexada ao IPCA que possuem uma
data de vencimento);
• Se o investimento for de baixo risco e muito líquido, provavelmente não será
muito rentável (exemplo: renda fixa pós-fixada com liquidez diária).

Como não existe o investimento que é ao mesmo tempo muito rentável, muito
líquido e de baixo risco (baixa volatilidade) precisamos montar uma carteira, como
quem monta uma equipe de armaduras robóticas, para aproveitar a melhor característica
de cada investimento.

Parte da sua carteira de investimentos deve trabalhar para oferecer rentabilidade,


outra parte fará o trabalho de prover liquidez enquanto outra reduz a volatilidade (risco).

Não adianta ganhar dinheiro se logo depois você perder boa parte do que ganhou.
Infelizmente a maioria dos pequenos investidores não compreende a matemática por
trás das perdas e por este motivo só se preocupam com os ganhos.

Reduzir perdas é tão importante quanto potencializar ganhos quando montamos


uma carteira de investimentos com objetivo de longo prazo.

A principal função das armaduras do Homem de Ferro é a defesa e proteção do


próprio Tony Stark. As tarefas que a armadura realiza só fazem sentido se no final o seu
criador estiver vivo. Assim também devem ser os seus investimentos. Eles devem gerar
renda e valorização do seu patrimônio enquanto protegem esse patrimônio de grandes
perdas.

A matemática nos mostra que à medida que as perdas aumentam, sem o devido
controle, o ganho necessário para a recuperação dessas perdas aumenta de forma
desproporcional.

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O mesmo conceito matemático que torna os juros compostos (juros sobre juros)
poderosos para a construção do seu patrimônio, também funciona para a destruição de
patrimônio.

O gráfico abaixo mostra o ganho necessário para recuperar diversos níveis perdas.
Para ampliar este e outros gráficos deste livro basta clicar sobre ele. É necessário que
o seu dispositivo esteja conectado na internet.

Observe atentamente o gráfico acima. Os valores do lado esquerdo representados


por barras vermelhas nos mostram a perda sofrida por um investimento qualquer. Os
valores da direita, que estão representados por barras azuis, mostram quanto você
precisa conseguir de ganho ou de rentabilidade para recuperar a perda sofrida.

Como exemplo, a primeira linha no gráfico acima nos mostra que se você perder
1% do seu investimento essa perda será facilmente recuperada se o investimento

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valorizar 1,01%. Você precisa de apenas 0,01% a mais do que perdeu para a recuperação
total da perda.

Veja que até uma perda de 10% será relativamente fácil recuperar o seu dinheiro,
pois só será necessária uma alta ou valorização no investimento de 11,11% (1,11 pontos
percentuais acima do que foi perdido). Mas veja que as coisas se tornam bem
complicadas nas quedas maiores.

Antes, veja um exemplo prático:

Você tem R$ 100.000,00 em algum investimento. Ocorreu uma variação de -10%


que fez você perder R$ 10.000,00. Agora o seu saldo é de R$ 90.000,00. Para que você
recupere os R$ 10.000,00 perdidos será necessário um alta de 11,11% sobre os R$
90.000,00 que você tem investido agora (90.000 x 11,11% = 10.000).

Junto com este livro você recebeu uma planilha chamada “simulador-
recuperar-perdas.xlsx” onde existe uma calculadora e uma tabela com todas as perdas
e ganhos necessários para a sua recuperação.

Você verá que depois de 10% de perda ocorrerá um aumento explosivo nos
retornos (ganhos) necessários para a recuperação do que foi perdido.

Vamos ver outros exemplos.

Imagine que você tem um investimento qualquer na bolsa que vale R$ 125 como
uma ação, ETF ou fundo imobiliário. Vamos imaginar que o investimento sofreu
variação inesperada de -20%. Isso significa que você já perdeu R$ 25 e o seu
investimento está valendo R$ 100 (125 x 20% = 25).

Quanto deve ser a alta necessária para que você recupere os seus R$ 25 perdidos
na queda?

Agora você só tem R$ 100 e não mais os R$ 125 anteriores. Não adianta o ativo
valorizar os mesmos 20%, pois isso fará os seus R$ 100 atingirem R$ 120 (100 x 20%
= 20).
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Tendo como base os R$ 100 que restaram após a queda, será necessária uma alta
de 25% para que você volte a ter R$ 125 (100 x 25% = 25).

Veja que neste caso, a perda de 20% exige um ganho de 25% já que agora você
só tem R$ 100 e não os R$ 125 que tinha antes.

Agora reflita sobre o que ocorrerá se você perder a metade do seu investimento
na próxima crise.

Na tabela anterior podemos ver que uma perda de 50% exige uma recuperação de
100%. Se você tem e R$ 100 e perde 50% ficará com R$ 50. Para que você volte a ter
seus R$ 100 será necessário que ocorra uma alta de 100% sobre os R$ 50.

Veja na tabela anterior que uma perda de 80% do seu investimento exigirá uma
alta de 400% para que você recupere o seu patrimônio.

Quanto mais intensa for a queda, mais dramática precisa ser a alta para que você
recupere o investimento comprometido.

Você encontrará o gráfico abaixo na planilha “simulador-recuperar-


perdas.xlsx”. Ele ilustra o crescimento explosivo dos ganhos necessários para perdas
maiores.

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É por isso que Andrew Carnegie só recomendava deixar todos os ovos na mesma
cesta se você estivesse disposto a passar todo o tempo vigiando sua única cesta.

Agora entendemos que perdas entre 5% e 10% são aceitáveis até para investidores
mais conservadores. Já as perdas de até 15% ou 20% são aceitáveis entre investidores
de perfil de risco moderado ou mais arrojado. Neste caso, as perdas de 15% a 20%
poderiam ser recuperadas com ganhos de 17,65% a 25%, exigindo um pouco mais de
tempo (longo prazo), paciência e disciplina do investidor.

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A tabela anterior nos mostra que acima de 20% de perdas a situação começa a
ficar bem arriscada e matematicamente desvantajosa para o investidor que entende a
importância de investir protegendo o seu patrimônio de perdas significativas.

Caso queira fazer simulações de quanto você precisa obter de ganho para
recuperar predas visite este simulador aqui ou use a planilha “simulador-recuperar-
perdas.xlsx”.

Por fim, a matemática que envolve perdas e ganhos nos mostra que é prudente,
mesmo para o investidor de longo prazo e de perfil de risco moderado e arrojado, pensar
na possibilidade de montar uma carteira com ativos que possam proporcionar ganhos
com proteção e limites de perdas.

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Alocando Ativos
Já vimos que cada ativo tem características diferentes e devemos montar nossa
carteira fazendo a alocação desses ativos, ou seja, devemos selecionar em quais ativos
iremos investir e quanto será investido em cada ativo para que possamos ter o melhor
retorno com o menor risco em nossa carteira.

A base por trás dessa estratégia é chamada de Teoria Moderna do Portfólio que
de forma simplificada é a busca das melhores combinações de ativos para que possamos
ter uma carteira com a melhor relação de risco e retorno.

A teoria que nos leva a montar carteiras de investimentos assume que os


investidores são avessos ao risco, ou seja, dada uma escolha entre dois ativos com taxas
iguais de retorno, os investidores devem selecionar os ativos com menor nível de risco.
Aqui temos dois princípios que devemos seguir:

a) Devemos exigir uma recompensa proporcional ao risco corrido para decidir


investir ou manter um determinado investimento. Esta recompensa, chamada de
prêmio pelo risco, é o que podemos ganhar acima do rendimento de investimentos
livres de risco ou de baixíssimo risco como os títulos pós-fixados (curto prazo)
ou prefixados e indexados ao IPCA (prazos mais longos);
b) Mais importante que a volatilidade (risco) de um ativo isolado é quanto essa
volatilidade vai impactar a carteira. Veremos neste livro que muitas vezes dois
ativos voláteis (com preços que sofrem grandes variações) podem reduzir a
volatilidade da carteira quando o movimento de alta de um ativo ameniza ou anula
o movimento de baixa de outros ativos da carteira.

Veremos que devemos dividir o nosso patrimônio entre ativos de renda variável
e renda fixa para obter o melhor da interação desses ativos dentro da carteira.

Os investimentos de renda variável oferecem o maior potencial de retorno, mas


nos expõe a mais volatilidade e isso significa maior risco de perdas. Os investimentos

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de renda fixa oferecem o menor risco potencial, mas geralmente nos expõe a um menor
retorno.

A ideia não é diversificar por diversificar, como muitos fazem. Devemos


diversificar para aumentar a rentabilidade ao mesmo tempo em que reduzimos a
volatilidade, que é nossa principal medida de risco. Queremos uma boa relação entre o
risco corrido e o retorno obtido por termos assumido esse risco.

Buscamos o equilíbrio entre o máximo retorno pelo mínimo risco. O grande


problema da maioria dos pequenos investidores é que geralmente só olham o retorno
sem prestar atenção no risco que estão correndo por este retorno. Veremos neste livro
que o risco nem sempre compensa.

Muitas vezes dois investimentos que nos apresentam o mesmo retorno médio
anual podem nos oferecer um retorno bem diferente e com risco mais elevado. Vamos
entender como isso funciona a seguir com exemplos que ilustram e facilitam o
entendimento.

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Devagar e Sempre
Para exemplificar vamos imaginar que ofereceram para você dois investimentos
(A e B) que tiveram os retornos anuais abaixo:

Tabela 1
Investimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Média
A -20% -10% 10% 30% 40% 10,0%
B 10% 9% 11% 8% 12% 10,0%

Veja na tabela que o investimento A e o B tiveram um rendimento médio de 10%


ao ano. Para encontrar essas médias bastaria somar os retornos de cada ano e depois
dividir por 5.

Qual dos dois investimentos você faria? Olhando somente essas médias anuais
temos a impressão de que tanto faz, pois na média os dois ofereceram 10% ao ano de
rendimento.

Alguém poderia escolher o investimento A considerando os rendimentos dos


últimos 2 anos que foram de 30% e 40% contra 8% e 12% do investimento B. Você já
deve ter observado o destaque que a imprensa especializada dá para resultados
excepcionais em determinados investimentos nos últimos 12 meses. Isso motiva muita
gente a entrar no investimento sem avaliar todo o histórico e os riscos envolvidos.

A grande verdade é que o investimento B é mais eficiente que o investimento A.


O investimento B ofereceu o melhor retorno em relação ao risco.

Como já vimos, devemos ter muito cuidado com as perdas e vou mostrar agora
como esses dois meses negativos no primeiro e segundo ano prejudicaram o retorno do
investimento.

Veja o que aconteceria se investíssemos R$ 100.000,00 no investimento A e B


com as rentabilidades anuais que apresentei na tabela anterior:

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Tabela 2
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Retorno (%)
A 80.000,00 72.000,00 79.200,00 102.960,00 144.144,00 44.144,00 44,1%
B 110.000,00 119.900,00 133.089,00 143.736,12 160.984,45 60.984,45 61,0%

Já vimos na Tabela 1 que no primeiro ano, o investimento A rendeu -20%.


Podemos ver na Tabela 2 que isso faria um investimento inicial de R$ 100.000,00 cair
para R$ 80.000,00. Já o investimento B, que rendeu 10%, resultou em R$ 110.000,00
no primeiro ano.

Nos anos seguintes aplicamos os rendimentos anuais da Tabela 1. No final de 5


anos teríamos R$ 144.144,00. Como o investimento inicial foi de R$ 100.000,00, nosso
ganho final foi +R$ 44.144,00. Isso equivale a 44,14% de rentabilidade total nos 5 anos.
Já no investimento B teríamos um ganho de R$ 60.984,45 ou 61% de rentabilidade em
5 anos.

Conclusão: embora o investimento A e B tenham um retorno médio de 10% ao


ano nos últimos 5 anos, como vimos anteriormente, o retorno total do investimento B
foi bem superior pois ganhamos quase R$ 61 mil no investimento B (60,98%) contra
pouco mais de R$ 44 mil (44,14%) no investimento A.

Você pode fazer simulações com outros valores e rendimentos utilizando a


planilha comparar_dois_investimentos.xlsx que acompanha esse livro.

Na planilha também calculamos a volatilidade que foi de 25,5% no investimento


A e apenas 1,58% no investimento B. Matematicamente o investimento B tem pequena
volatilidade em comparação ao investimento A, ou seja, no período seu retorno sofreu
poucas variações acima ou abaixo do retorno médio. Quanto maior a volatilidade maior
o risco, quanto menor a volatilidade e menor o risco. Mais na frente teremos mais
informações sobre esse tipo de cálculo que é bem simples de fazer e entender.

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Neste momento do nosso estudo devemos perceber que não adianta concentrar os
nossos investimentos em ativos que geram grandes ganhos com riscos de também gerar
grandes perdas (volatilidade).

O ideal será montar uma carteira composta por um conjunto de investimentos que
trabalham em equipe para produzir ganhos minimizando perdas através da redução da
volatilidade da carteira.

A volatilidade deve ser compatível com o risco que aceitamos correr. Cada pessoa
tem um nível de tolerância ao risco que precisa ser respeitada. Teremos um capítulo
sobre isso.

É muito importante que os ganhos da sua carteira principal de investimentos


sejam os mais contínuos e estáveis possíveis, mesmo que sejam ganhos menores.

Em outras palavras, é melhor que a sua carteira de investimentos se comporte


como uma tartaruga que avança devagar e sempre (sem parar e sem recuar) do que como
um coelho que se movimenta rapidamente, mas as vezes fica parado e até recua antes
de continuar sem constância e sem direção.

Clique aqui e assista ao vídeo da corrida entre a tartaruga e o coelho para entender
a importância do “devagar e sempre” como uma estratégia vitoriosa de longo prazo.

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Junto com este livro você recebeu uma planilha chamada
Coelho_x_Tartaruga.xlsx onde temos as simulações dos resultados de suas carteiras de
investimentos.

A rentabilidade anual de cada carteira será definida por sorteios, ou seja, serão
retornos escolhidos aleatoriamente. Existem campos amarelos que podem ser editados
por você e que estabelecem limites para a variação do retorno que será sorteado para
cada ano.

Os dois primeiros campos na frase: “Retorno do Coelho de -20% até 20%”


define a volatilidade da carteira do coelho, ou seja, o retorno para cada ano será
escolhido aleatoriamente entre -20% e +20%.

Depois temos os campos para configurar os limites de retorno da carteira da


tartaruga onde temos de 5% até 5% de retorno, ou seja, essa carteira não terá qualquer
variação no retorno e dessa forma será um retorno fixo de 5% ao ano durante os 35 anos.

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Quem vence? A carteira do coelho que pode atingir até 20% de retorno por ano
ou a carteira do coelho que tem retorno estável de 5% ao ano?

Quando estiver na planilha, aperte o botão F9 no teclado do seu computador para


sortear novos retornos para o coelho. Você verá que mesmo o coelho sendo capaz de
obter retornos de +20%, muitas vezes ele vai recuar e parar no seu trajeto enquanto a
tartaruga segue o seu caminho lento produzindo ganhos sobre ganhos de forma
exponencial.

Aperte F9 quantas vezes quiser. Dificilmente o coelho terá um bom resultado


diante da constância da tartaruga, mesmo sendo capaz de atingir retornos 4 vezes
maiores que a tartaruga em alguns anos.

Após apertar F9 muitas vezes consegui um retorno próximo da metade do retorno


da tartaruga como é possível ver no gráfico abaixo.

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Agora edite os limites para a variação da carteira do coelho para 0% até 10%.
Mantenha a tartaruga com retorno fixo de 5%. Aperte F9 na planilha e veja que as vezes
o coelho perderá e as vezes vencerá a tartaruga

Faça outros testes e veja como é importante controlar as perdas enquanto


reduzimos a volatilidade da carteira.

No próximo capítulo vamos montar uma carteira utilizando investimentos reais


através de um simulador online de carteira. Vamos entender como é possível unir
investimentos que possuem grande volatilidade para compor uma carteira com menos
volatilidade.

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Proteção da Carteira
No gráfico logo abaixo temos o exemplo de uma carteira composta por dois
investimentos que trabalham para proteger os resultados da carteira e aumentar o seu
patrimônio.

A linha amarela representa o desempenho de um fundo que investe em dólares


chamado “Trend Dólar FI Cambial” disponível na corretora XP. Ele permite que você
tenha uma variação cambial em parte da sua carteira, ou seja, a variação do preço do
dólar em reais. Todos os bancos e corretoras oferecem fundos cambiais como este.

A linha azul representa o desempenho de um fundo chamado “Trend Ibovespa


FIs em Ações” que investe nas ações que fazem parte da carteira teórica do Índice
Bovespa que é composta por mais de 80 ações de empresas que estão entre as mais
negociadas com maior valor de mercado. Todos os bancos e corretoras oferecem fundos
que replicam o desempenho do Índice Bovespa.

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A linha vermelha representa o desempenho da sua carteira teórica onde temos
50% do dinheiro investido no fundo cambial (Trend Dólar) e os outros 50% no fundo
do Índice Bovespa (Trend Ibovespa).

A linha pontilhada mostra o desempenho de qualquer investimento de renda fixa


com rendimento equivalente a 100% do CDI. Ele nos ajuda a entender qual seria o nosso
retorno se todo o dinheiro fosse investido em uma aplicação de renda fixa pós-fixada de
baixo risco. Isso equivale ao investimento livre de risco ou de baixíssimo risco.

Se você estiver conectado na internet basta clicar no gráfico para abrir uma versão
maior. Também é possível acessar a simulação completa que deixei salva nessa
ferramenta aqui. (Eu pretendo compartilhar o link de todas as simulações que serão
feitas neste livro utilizando essa ferramenta. Você poderá clicar, estudar e modificar as
simulações).

Perceba que o desempenho da carteira (linha vermelha) está entre o desempenho


da bolsa de valores (fundo Trend Ibovespa na linha azul) e do dólar (fundo Trend Dólar
na linha amarela) e sua trajetória é menos volátil que a dos dois fundos.

Apenas olhando é fácil perceber que a carteira (linha vermelha) tem uma trajetória
mais estável, menos volátil ou com variações pequenas, de menor amplitude. Já a linha
azul e linha amarela sofrem grandes variações.

Então temos dois ativos de alta volatilidade (dólar e Índice Bovespa) que quando
combinados produziu uma carteira com volatilidade menor.

Isso ocorre por ser muito comum a correlação inversa (negativa) entre o
desempenho da bolsa e do dólar, ou seja, quando a o dólar está em tendência de baixa a
nossa bolsa está em tendência de alta e quando a bolsa está em tendência de baixa o
dólar está em tendência de alta. Não é uma regra, mas frequentemente dólar e Índice
Bovespa se movimentam em sentidos contrários.

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É por este motivo que ao observar a linha amarela e a linha azul você tem a
impressão de que uma linha é a imagem espelhada ou imagem contrária da outra. A
linha vermelha, que é nossa carteira fictícia, representa um meio termo entre as duas
volatilidades contrárias.

A grande vantagem de uma carteira composta por investimentos que possuem


movimentos descorrelacionados ou até inversos (correlação negativa ou inversa) ocorre
nas crises quando temos fortes movimentos no mercado.

No gráfico acima (clique sobre ele para ampliar) temos o resultado da nossa
carteira simulada no pior momento da crise de 2020 que ocorreu no dia 23/03/2020.

O investimento baseado no dólar (fundo Trend Dólar), que utilizamos como


exemplo, registrava ganhos de 33,2%, a bolsa (fundo Trend Ibovespa) registrava perdas
de -35,17% no pior momento da crise.

A nossa carteira, que é uma mistura dos dois fundos, registrou uma pequena
queda de 0,98%. Isso significa que o forte movimento do fundo de dólar acabou
anulando a forte queda do fundo baseado no índice Bovespa.

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Nos piores dias da crise a carteira (linha vermelha) só registrou 3 dias de perdas
desde o início do investimento em junho de 2019.

Na figura acima temos o resultado da carteira e dos dois investimentos entre o


início de junho de 2019 e o último dia de maio de 2021 (2 anos de investimentos).

Observe atentamente que a nossa carteira simulada rendeu 32,09% em 2 anos. Se


todo o valor investido estivesse aplicado no fundo que representa o índice Bovespa o
resultado seria de 28,82%, após grandes variações negativas e fortes recuperações no
período. Já se todo o investimento estivesse concentrado no dólar o resultado seria de
35,37%, mas também com fortes variações negativas e positivas em sua trajetória.

Essas fortes variações ou volatilidade é o tipo de risco que queremos reduzir


quando montamos uma carteira de investimentos que trabalha integrada como uma
equipe. O importante é o resultado da carteira e não dos investimentos isolados.

Observando a linha vermelha que representa nossa carteira podemos perceber que
o elevado ganho foi obtido através de uma trajetória menos volátil, ou seja, o saldo da
carteira sofreu variações menores em sua trajetória. O cálculo da volatilidade da carteira
de seus investimentos comprova o comportamento do gráfico.

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Acima temos a volatilidade de cada fundo de investimentos isoladamente que
compõe a carteira e temos a volatilidade da carteira. Dois fundos voláteis produziram
uma carteira menos volátil.

A volatilidade é uma medida de risco. Quanto maior a volatilidade, maior o risco


de o investimento produzir retornos muito abaixo ou muito acima de sua média.
Combinando os dois investimentos conseguimos reduzir a volatilidade isolada de
18,26% e 22,58% para 11,95% pelo conjunto formado pela carteira de investimentos.

O que procuramos fazer ao montar uma carteira é reduzir a volatilidade, ou seja,


reduzir o risco, sem comprometer tanto o retorno. Dessa forma estamos procurando uma
boa relação entre o risco corrido para o retorno obtido.

Felizmente podemos utilizar simuladores online e simulações feitas no Excel com


dados históricos para testar infinitas carteiras com os mais diversos investimentos que
temos no mercado. Tudo isso é possível sem a necessidade de fazer cálculos complexos.

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Acima temos algumas estatísticas dos dois fundos isoladamente e da carteira
composta por eles.

Veja que a carteira só fechou o mês com resultado negativo 6 vezes contra 10
fechamentos negativos do dólar e 9 fechamentos negativos do Índice Bovespa. Isso
significa que em algumas situações um dos investimentos defendeu a carteira,
impedindo o seu resultado negativo quando o outro estava em queda.

Observe que o maior retorno mensal da carteira foi de 6,96% contra retornos bem
maiores nos dois fundos de investimentos isoladamente, mas em compensação o menor
retorno da carteira foi de apenas -6,66% contra a forte queda de -30,63% do fundo que
investe no Índice Bovespa.

Já estudamos em capítulos anteriores que pequenas perdas são facilmente


recuperadas por pequenas altas. A função de uma carteira diversificada é a de reduzir
as perdas que teríamos se tivéssemos investimentos isolados, ou seja, se todos os nossos
ovos estivessem na mesma cesta. A carteira deve ser como a tartaruga que avança
devagar e sempre por muitos anos ou muitas décadas. O que muitas vezes iremos fazer
é construir uma carteira composta por tartarugas e coelhos que se movimentam de forma
descorrelacionada ou inversa na busca de um resultado que equilibra bom retorno e com
menor risco.

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A ferramenta que utilizei para fazer essas simulações é oferecida gratuitamente
por uma corretora. Como já mostrei, você pode acessar a simulação que fiz visitando
aqui. É possível construir novas carteiras e fazer as suas próprias simulações.

No decorrer deste livro vou mostrar mais detalhes sobre o uso desta e de outras
ferramentas online já que o meu propósito aqui é transmitir o conhecimento da forma
mais prática possível.

Teremos um capítulo só com simulações para vários perfis de risco.

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Perfil de Risco
É importante que você saiba o seu perfil de risco como investidor. No Clube dos
Poupadores existe um teste online que ajudará você nessa descoberta. São apenas 11
perguntas. Visite:

https://clubedospoupadores.com/perfil-investidor

Os bancos e as corretoras também costumam oferecer esses testes por questões


regulatórias, já que só podem oferecer determinados investimentos dependendo do
perfil do cliente.

Eu recomendo que iniciantes montem uma carteira conservadora de


investimentos. Você precisa de tempo para ganhar experiência.

Pessoas com mais idade e que estão próximas da aposentadoria precisam


preservar patrimônio e devem preferir as carteiras mais conservadoras ou no máximo
moderadas.

As carteiras moderadas, onde existe uma maior exposição ao risco, exigem um


pouco mais de experiência. As carteiras de maior risco ou arrojadas exigem mais
experiência.

Você também pode montar uma carteira de risco baixo (conservadora) outra de
nível moderado e outra de alto risco ao mesmo tempo. Não existe problema em ter várias
carteiras, principalmente quando estamos aprendendo. Você só deve ter o cuidado de
investir pouco dinheiro em cada carteira considerando que está ganhando experiência.

Também é importante que você tenha uma boa reserva para emergências, de tal
forma que nunca dependa da venda dos ativos da sua carteira de maior risco para suprir
alguma necessidade imediata ou não planejada.

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Só faça os investimentos de maior risco com aquele dinheiro que você não irá
precisar no curto prazo. Muitos investidores só arriscam aquele dinheiro que podem
perder se tudo der errado sem que isso comprometa a saúde financeira e mental.

Voltarei a falar sobre esse tema no capítulo Tolerância ao Risco, pois você já terá
feito várias simulações.

Risco e Retorno
O risco que corremos para obter um determinado retorno é tão importante quanto
o retorno em si.

Se queremos buscar uma boa relação de retorno por risco corrido precisamos
aprender a medir essa relação nos investimentos e nas carteiras compostas por estes
investimentos.

Existe um indicador baseado em um cálculo matemático muito simples que nos


ajuda a identificar quanto de retorno temos para cada 1% de risco corrido.

O resultado desse cálculo é chamado de Índice de Sharpe em homenagem ao seu


criador William F. Sharpe, Nobel de Ciências Econômicas de 1990.

Aqui iniciamos uma introdução sobre o Índice de Sharpe e em outro momento


teremos um capítulo específico sobre o assunto. Com isto você estará pronto para iniciar
os estudos práticos com as simulações no próximo capítulo.

Podemos calcular o Índice de Sharpe de um investimento isolado ou de nossa


carteira com diversos investimentos. Existem ferramentas que fazem esses cálculos para
você, mas é importante entender como o índice é calculado.

O Índice de Sharpe é calculado através da fórmula:


𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 − 𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 =
𝑉𝑜𝑙𝑎𝑡𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

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A fórmula acima nos diz que o Índice de Sharpe representa quanto retorno você
terá acima do retorno do investimento livre de risco disponível no mercado para cada
1% de volatilidade assumida.

O “Retorno” é quanto o investimento rendeu em um determinado período


passado.

A “Retorno do Ativo Livre de Risco” é o retorno de um investimento de


baixíssimo risco e que pode ser convencionado como “livre de risco”, embora nenhum
investimento esteja 100% livre de riscos. Exemplos: título público Tesouro Selic ou um
CDB, LCI ou LCA pós-fixados de um banco sólido que pague o equivalente a 100% do
CDI.

Alguns investidores adotam como retorno livre de risco o retorno que teriam
investido em um título público que paga IPCA (inflação) mais uma taxa de juro fixa ou
mesmo um título público que paga uma taxa fixa de juros (prefixados) considerando a
manutenção do título até o seu vencimento.

Essa diferença entre o retorno do investimento e o retorno que você teria em um


investimento de baixo risco equivale ao prêmio que você receberá ao aceitar correr
mais riscos.

Exemplo: imagine que um investimento qualquer chamado “X” rende 10% ao


ano. O retorno que você resolve chamar de “livre de risco” é o de um título público que
poderia ser de 6%. O prêmio que você espera receber escolhendo o investimento X é de
4% (10 – 6 = 4) acima do retorno livre de risco. Se o retorno de X fosse menor que o
retorno do investimento livre de risco você deveria escolher o investimento livre de
risco e não o investimento X.

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Quando dividimos esse prêmio acima do retorno de baixo risco da renda fixa
(chamado livre de risco) pela volatilidade do investimento, temos quanto de prêmio
recebemos para cada ponto percentual de volatilidade.

Como sabemos que o investimento X rende 10%, a o título público que é nossa
referência de investimento livre de risco rende 6% e a volatilidade do investimento X é
3% podemos aplicar a fórmula:

10 − 6
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 = = 1,33
3

A leitura do resultado seria assim: Ao escolher o investimento X, podemos


receber como prêmio 1,33% de retorno acima do retorno livre de risco para cada 1% de
risco que corremos (volatilidade).

Com o Índice de Sharpe de vários investimentos você poderia comparar qual


oferece maior retorno para cada ponto percentual de risco corrido.

O Índice de Sharpe não é muito utilizado por pequenos investidores por falta de
conhecimento sobre o que acabei de explicar e até por uma dificuldade com relação a
como calcular a volatilidade. É fácil encontrar o retorno dos investimentos, o retorno do
investimento livre de risco, mas a volatilidade precisa ser calculada. No simulador que
iremos utilizar todos esses cálculos são feitos automaticamente.

Seria trabalhoso calcular a volatilidade de um ativo manualmente, mas é simples


fazer isso através da função =DESVPAD do Excel que basicamente calcula o desvio
padrão de uma série de retornos. Se esses retornos forem mensais é necessário anualizar
o resultado multiplicando pela raiz de 12, através da função RAIZ(12). Na planilha
Calcular_Desempenho_Carteira.xlsx, que acompanha este livro, temos os retornos
mensais de um ativo qualquer e os exemplos de cálculos de retorno total, retorno médio
anual, retorno composto anual, volatilidade e Índice de Sharpe.

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É importante destacar que você não precisa fazer esses cálculos neste momento
já que os simuladores que vamos utilizar fazem esses cálculos para você
automaticamente.

O importante agora é entender que quanto maior for o Índice de Sharpe de uma
carteira ou de um investimento, melhor foi a relação de risco sofrido por cada retorno
obtido no passado.

Exemplo: uma Carteira A com índice Sharpe igual a 1 e uma Carteira B com
índice Sharpe igual a 2. A leitura que devemos fazer é a de que a Carteira B nos ofereceu
2% de retorno para cada 1% de risco (volatilidade sofrida). Então podemos afirmar que
a Carteira B, com índice Sharpe igual a 2, tem a melhor relação de risco/retorno.

Um investimento com bom retorno e muita volatilidade terá um Índice de Sharpe


baixo, ou seja, pouco retorno para cada 1% de risco sofrido.

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Carteiras Simuladas

Existem vários sites na internet que oferecem ferramentas online para simulações
de investimentos. Para criar exemplos didáticos vamos utilizar este simulador aqui que
é oferecido abertamente por uma grande corretora.

Embora as simulações online sejam mais práticas, em outros capítulos vou


mostrar como fazer simulações através de planilhas que acompanham este livro.

Para cada carteira simulada vou oferecer um link onde você poderá acessar a
simulação, editar e criar suas próprias simulações.

Meu objetivo é ensinar e motivar você fazer os seus próprios estudos. As carteiras
simuladas são apenas exemplos didáticos e não devem ser vistas como recomendações
de investimentos, por isto vou explicar o funcionamento dos investimentos à medida
que forem adicionados em cada carteira simulada.

O simulador permite montar carteiras com ações, ETFs, fundos de investimento,


fundos imobiliários e investimentos de renda fixa com juros pós-fixados que rendem
um percentual do CDI, juros prefixados e inflação + juros.

Backtest
Simulações de estratégias de investimentos como a que faremos aqui são
conhecidas no mundo financeiro como backtesting. Fazemos um backtest para estimar
o desempenho de uma estratégia de investimentos se tivesse sido executada durante um
período passado.

O backtest de uma carteira de investimentos permite construir uma ou mais


carteiras com base em diferentes tipos de ativo com diferentes níveis de concentração
de investimentos em cada ativo (alocação de ativos). Isso permite amenizar riscos e

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potencializar retornos. Podemos fazer muitas simulações comparando o desempenho de
cada carteira em diferentes janelas de tempo.

Nos EUA, uma das ferramentas mais conhecidas para testes de carteiras são as
disponíveis no site https://www.portfoliovisualizer.com/. Infelizmente este site não
possui ativos listados no mercado brasileiro.

No Brasil temos essa ferramenta aqui oferecida por uma grande corretora e
utilizaremos ela como exemplo didático e prático do livro. Em outros capítulos vou
mostrar como fazer simulações utilizando planilhas.

A principal limitação de um teste baseado em dados passados está na


possibilidade de uma estratégia funcionar bem no passado sem qualquer garantia de que
funcionará bem no futuro. Por este motivo devemos escolher bem os períodos utilizados
na simulação.

Todas as simulações deste capítulo terão como janela o período entre 04/06/2018
e 02/06/2021 que equivale a 3 anos. Vou adotar período por existirem diversos cenários
que impactaram os investimentos nesses 3 anos.

Como mostra o gráfico abaixo, tivemos uma fase de alta na bolsa (linha
pontilhada preta) com ciclo de queda dos juros básicos da economia (linha azul).

Em 2020 todos os investimentos foram atingidos pela crise mundial provocada


pela pandemia.

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Depois tivemos a fase de recuperação da economia e da bolsa com alta da inflação
(linha preta no gráfico abaixo) e alta dos juros (linha azul).

Com isso temos dados que representam os desempenhos dos investimentos em


diversas situações: crescimento da economia, grave crise e recuperação da crise.

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As crises nos permitem estudar o comportamento das carteiras de investimentos
em situações de estresse no mercado financeiro.

Não faz muito sentido analisar carteiras de investimentos somente nos períodos
de grande crescimento, pois nessa situação qualquer carteira terá bom desempenho.

Os gráficos de juros, inflação e atividade econômica (PIB) foram criados através


do site https://pt.tradingeconomics.com/brazil/indicators onde você encontrará todos os
indicadores importantes da economia brasileira.

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Carteira A de Baixo Risco
Vamos começar simulando uma carteira de investimentos de baixo risco. Depois
vamos criar outras carteiras com diferentes níveis de diversificação e risco. O objetivo
será entender na prática e gradualmente, como cada tipo de investimento influencia a
carteira de investimentos.

Vamos chamar esta carteira de “Carteira A”. O dinheiro investido será distribuído
da seguinte forma:

• 90% do investimento em renda fixa pós-fixada;


• 5% do investimento em renda variável.

Em todas as carteiras vamos considerar um investimento inicial de R$ 100.000,00


que será distribuído entre os investimentos em diferentes proporções. Você deve se
sentir livre para refazer as simulações adotando outros valores.

Nesta nossa simulação os 95% em renda fixa pós-fixada representam R$ 95 mil


já que 100.000 x 95% = 95.000. Os 5% em renda variável representam apenas R$
5.000,00.

O endereço para acessar e editar esta simulação é este aqui.

Recomendo que você clique no link acima e abra a simulação para acompanhar.

Os campos que podem ser editados na simulação estão na tabela “Rendimentos


Simulados”. Veja o exemplo:

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O objetivo de uma carteira de baixo risco é o de obter ganhos correndo o mínimo
de risco. É claro que quanto menos riscos estamos dispostos a correr menor a
possibilidade de ganhos.

Vamos considerar que o investimento de renda fixa da carteira será um CDB pós-
fixado com liquidez diária que paga 100% do CDI. Também poderia ser uma LCI ou
LCA que paga 100% do CDI ou um título público como o Tesouro Selic.

Já existem diversos bancos digitais que oferecem LCIs e LCAs com liquidez
diária após uma carência de 90 dias. Você também pode encontrar bancos oferecendo
CDBs, LCIs e LCAs pagando 120% do CDI ou até mais.

Considere que LCIs e LCAs são isentos de imposto de renda, ou seja, quando
você investe em um LCI que paga 100% do CDI você efetivamente receberá o
equivalente ao rendimento do CDI no período sem qualquer desconto. No caso do CDB
você terá o imposto sobre o rendimento descontado.

Cada investidor acessa bancos e corretoras diferentes e por isto terá condições
diferentes para os investimentos de renda fixa. Geralmente nas corretoras você

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encontrará investimentos de renda fixa de vários bancos e será mais fácil encontrar boas
oportunidades.

Caso queira saber qual é a taxa que remunera o CDI (Taxa DI) neste momento
você pode visitar o site da B3 em www.b3.com.br para observar o valor que aparece no
topo da página. Veja um exemplo:

Se a Taxa DI (CDI) fosse de 6% e o investimento prometesse 100% do CDI você


teria 6% de rendimento anual ou uma taxa mensal equivalente a esse rendimento de 6%
ao ano. Para descobrir o rendimento mensal bastaria encontrar a taxa equivalente. Existe
uma ferramenta online que calcula taxas equivalentes, veja aqui.

Se você tem dúvida sobre escolher um CDB que paga 100% do CDI ou um LCI
ou LCA que paga um percentual diferente do CDI veja essa calculadora que ajuda a
fazer a escolha.

Na figura abaixo estou mostrando como você pode adicionar um investimento de


renda fixa através do simulador de carteiras de investimentos. Isso será útil quando você
produzir as suas próprias simulações.

Escreva “renda fixa” no campo de busca e clique na opção “Cadastre renda fixa”.
Veja o exemplo:

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Você terá uma janela de configuração do investimento de renda fixa como esta:

Veja que também é possível adicionar um investimento que tem taxa prefixada
como um CDB prefixado, Tesouro Prefixado e outros. Também existe a possibilidade
de adicionar um investimento de renda fixa que paga IPCA + uma taxa fixa. Existem
muitos CDBs, LCIs e LCAs que possuem o investimento corrigido pelo IPCA (inflação)
e que também pagam uma taxa fixa.

Neste nosso exemplo de carteira de baixo risco os investimentos de renda fixa


prefixados e que pagam inflação + taxa fixa não seriam apropriados, pelo menos neste
primeiro momento, por se tratar de investimentos com um prazo de vencimento longo,
ou seja, eles não possuem liquidez diária.

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Em outras carteiras vamos diversificar a renda fixa com investimentos com juros
prefixados e que pagam IPCA + juros.

Para uma carteira de baixo risco e muito conservadora, precisamos de


investimentos de renda fixa pós-fixada que podem ser sacados a qualquer momento
(liquidez imediata ou diária).

Podemos encontrar investimentos de renda fixa com essas características em


CDBs pós-fixados com liquidez diária, título público Tesouro Selic ou fundos de renda
fixa como o Trend DI Simples FI em RF oferecido pela corretora XP. LCI e LCA pode
ser considerada se encontrar investimentos com carência, por norma essa carência para
saques é de no mínimo 90 dias após o investimento.

Em todas as simulações teremos um gráfico que mostra o desempenho de cada


investimento da carteira, de forma isolada, no decorrer de 3 anos. Esse gráfico também
mostrará o desempenho da carteira composta pelos investimentos que selecionamos.

Isso também nos ajudará a observar a volatilidade de cada investimento e como


essa volatilidade sofre mudanças quando os investimentos se integram na mesma
carteira em diferentes proporções.

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A renda variável da nossa carteira é representada por um ETF negociado na bolsa
de código: BOVA11. No gráfico acima podemos ver desempenho do BOVA11
representado pela linha amarela. Nosso investimento de renda fixa é a linha azul.

Um ETF é o meio mais fácil, rápido e barato de investir em renda variável. Os


ETFs são fundos negociados na bolsa como se fossem ações. Cada ETF que você
compra por uma centena de reais representa a menor parte de uma carteira composta
por dezenas ou centenas de ativos.

Ao comprar um ETF BOVA11 você está adquirindo uma carteira composta por
pouco mais de 80 ações das maiores e mais negociadas empresas da bolsa brasileira.
Todo ETF investe na carteira teórica de ativos que faz parte de algum índice. No caso
do BOVA11, o investimento é feito nas ações que fazem parte da carteira teórica do
Índice Bovespa (IBOV). Veja a carteira de ações. Veja um gráfico com o histórico de
preços do BOVA11. Temos mapas com os pesos das ações que fazem parte do índice
divididas por setores e segmentos da economia, veja aqui.

É claro que você pode investir diretamente em ações para compor a renda variável
da sua carteira, mas terá que selecionar pelo menos 15 ações para ter uma boa
diversificação.

Quando você investe em BOVA11 são mais de 80 ações sendo que mais ou menos
58% do valor do ETF está investido em 15 ações dos setores: financeiro, materiais
básicos, energia, consumo e indústria. Essa diversificação evita que variações em uma
única ação ou único setor produzam grandes impactos na sua carteira.

Também é possível obter a variação do índice Bovespa através de fundos de


investimentos oferecidos pelos bancos e corretoras que seguem o índice como é o caso
do Trend Ibovespa FIA oferecido pela corretora XP e que pode ser adicionado na
simulação.

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Na tabela “Rendimentos Simulados” temos o campo “Valor Inicial (R$)”
configurado com o valor de R$ 5.000 de investimento inicial no ETF BOVA11 e R$
95.000 em algum investimento de renda fixa que rende 100% do CDI. Como já
destaquei, esses campos podem ser editados livremente.

Veja que no final dos 36 meses os R$ 5 mil investidos no BOVA11 se tornaram


R$ 8.218,19. A volatilidade, que aparece no campo “VOL” na parte inferior do
resultado, foi de 30,65%. Isso significa que este ETF apresentou variações de 30,65%
acima do retorno médio e 30,65% abaixo do retorno médio no período. Estamos diante
de um investimento que sofreu fortes variações no seu preço e por este motivo é
considerado um investimento de alto risco.

Como nesta carteira temos apenas 5% investido no BOVA11 o efeito dessa


grande volatilidade ficou limitado, gerando resultados positivos e negativos
relativamente pequenos para o total da carteira no curto prazo, mas bons resultados
quando observamos o longo prazo. Veja que a volatilidade da carteira foi de apenas
1,59% em 36 meses.

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Na tabela de rentabilidade podemos constatar que adicionar 5% da carteira em
um ativo de risco como o BOVA11 nos ajudou a quase dobrar a rentabilidade da carteira
nos últimos 12 meses em relação ao CDI.

Foram 4,04% de rentabilidade na carteira contra 2,17% do CDI em 12 meses, ou


seja, a carteira teve um retorno equivalente a 186% do CDI.

É dessa forma que muitos fundos multimercado conseguem superar o CDI. Eles
concentram grande parte dos recursos do fundo em investimentos sem risco, como
títulos públicos e fazem investimentos pequenos em ativos de maior risco. Se ocorrerem
perdas nesses ativos de maior risco elas serão compensadas por ganhos praticamente
garantidos pela renda fixa.

Quanto maior o rendimento da renda fixa na carteira maior pode ser a parcela da
carteira conservadora em renda variável já que a renda fixa será capaz de compensar
perdas maiores da renda variável.

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A tabela de estatísticas nos mostra que em 3 anos a carteira só registrou resultados
negativos em 6 dos 37 meses decorridos. Seu menor retorno no mês foi de -1,52% e
ocorreu exatamente no pior mês da crise de 2020 que fez o BOVA11 atingir -31,06%
em um único mês (março/2020).

Vale lembrar que estamos utilizando o período entre 2018 e 2021 nestas
simulações para que possamos observar o resultado da carteira diante de períodos de
grande estresse no mercado, como a crise de 2020. Crises desta magnitude ocorrem com
pouca frequência. Antes de 2020 tivemos a crise do ano 2000 e de 2008. Também não
podemos esquecer que os juros da renda fixa no período bateram mínimas históricas.

O passado nos mostra que pelo menos uma grande crise atinge os investimentos
de renda variável a cada 10 anos. Por este motivo é importante simular sua carteira de
investimentos tendo no período de estudo uma grande crise econômica.

Como podemos ver na área destacada na tabela acima gerada pela simulação,
adicionar a volatilidade do BOVA11 em apenas 5% do patrimônio da nossa carteira de
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baixo risco resultou em ganhos superiores ao que teríamos se 100% do dinheiro
estivesse aplicado em um investimento de renda fixa que remunera 100% do CDI. No
final de 3 anos a carteira ofereceu 16,49% de retorno contra 13,97% do CDI sem que
isso representasse grandes riscos no período. Esses ganhos teriam sido melhores se a
taxa básica de juros não estivesse em queda e nos menores níveis da história e se a renda
variável não tivesse sido atingida pela crise da pandemia em 2020.

Como exercício visite esta simulação pronta e edite os campos indicados na figura
abaixo. Simule uma carteira com R$ 10.000,00 (10%) em BOVA11 e R$ 90.000,00 no
investimento que rende 100% do CDI. Você terá como resultado algo parecido com a
tabela acima.

Fiz simulações utilizando carteiras com 95% a 10% de Renda Fixa e 5% a 90%
de renda variável. Organizei os resultados das simulações na planilha chamada
Exemplos_Retorno_Risco_RendaFixa_e_Variavel.xlsx onde temos o retorno
acumulado nos 36 meses e risco (volatilidade):

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Podemos observar que, neste modelo simples de carteira, quanto maior a parcela
da carteira aplicada em renda variável maior o retorno da carteira e maior a volatilidade.
O gráfico nos permite ver que o crescimento do retorno aumenta o risco (volatilidade)
de forma proporcional gerando um gráfico de linha reta ascendente.

Por fim é importante mostrar a possibilidade de personalização dos períodos


simulados. Veja na figura onde personalizar as datadas da simulação. Se você clicar nas
opções 1, 2 ou 3 anos terá a simulação dos últimos anos contando com o resultado do
último dia útil. A opção “Máxima” pode não funcionar já que você terá um prazo muito
longo quando talvez alguns investimentos não existissem, como o BOVA11 que foi
lançado em 28/11/2008.

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Carteira B de Baixo Risco
Vimos que na Carteira A concentramos 95% do nosso investimento em renda fixa
pós-fixada (100% do CDI). Agora vamos dividir essa renda fixa em investimentos que
pagam juros pós-fixados, prefixados e que pagam inflação (IPCA) + juro fixo.

Será que com essa diversificação teremos aumento da rentabilidade sem aumentar
muito a volatilidade, que é nossa medida de risco? Só a simulação poderá responder.

A composição simulada da Carteira B ficará assim:

• 5% na renda variável através do ETF BOVA11;


• 35% em renda fixa pós-fixada que remunera 100% do CDI;
• 30% em renda fixa prefixada que paga 8% de juros fixos ao ano;
• 30% em renda fixa que paga IPCA + 4% ao ano.

Para acessar a simulação da Carteira B visite aqui.

O que fizemos foi basicamente diversificar a renda fixa. Continuamos com a


nossa renda variável limitada a 5% do patrimônio da carteira. Essa baixa alocação no
investimento de maior risco limita muito a volatilidade da carteira e este é um objetivo
de uma carteira de baixo risco.

Continuamos com a maior parte da carteira (35%) em algum investimento pós-


fixado, com liquidez diária e que flutua seguindo as variações na taxa DI (CDI) que
acompanha a taxa básica de juros do país que é a Taxa Selic, definida pelo Banco
Central através das reuniões do Copom que ocorrem a cada 45 dias.

Agora teremos 30% da nossa carteira gerando ganhos de 8% fixos ao ano. Isso
seria possível através de algum CDB, LCI ou LCA prefixados. Investimentos prefixados
possuem uma data de vencimento. Isto significa que será necessário aguardar esse
vencimento para receber o valor investido de volta. Temos uma rentabilidade fixa
garantida, mas perdemos a liquidez diária.

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Uma estratégia muito utilizada é de comprar vários CDBs, LCIs e LCAs com
datas diferentes de vencimento. Exemplo: no lugar de comprar um único investimento
de R$ 30 mil que pagará 8% de juros ao ano, você poderia comprar 6 investimentos
prefixados (CDB, LCI ou LCA) no valor de R$ 5 mil cada um com datas diferentes de
vencimento e consequentemente taxas de juros diferentes. Você poderia adquirir
diversos prefixados com prazos mais curtos até prazos mais longos que pagariam 5%,
6%, 7%, 8%, 9%, 10% de juros ao ano. Somando essas taxas e depois dividindo por 6
você teria uma média de 7,5% ao ano.

É claro que esse resultado vai depender das taxas oferecidas pelos bancos e
corretoras no momento em que você montar a sua carteira. Por este motivo, o ideal será
montar a sua carteira aos poucos, aproveitando os momentos de elevação das taxas,
especialmente em períodos de maior tensão política ou econômica que resultam em
taxas maiores no curto prazo.

Entenda o juro prefixado como um prêmio que os investidores exigem para correr
o risco de uma alta de juros e inflação até o vencimento do investimento. Quanto mais
pessimista está o mercado com relação ao futuro da economia, maior tende a ser o juro
prefixado dos investimentos.

Nesta Carteira B teremos 30% ou R$ 30.000,00 investidos em algum


investimento de renda fixa que paga IPCA + 4% ao ano. O IPCA é a medida da inflação
calculada mensalmente pelo IBGE. Isso significa que a parte do rendimento atrelado ao
IPCA será variável. Se a inflação aumentar o rendimento aumentará naquele mês. Se a
inflação cair o rendimento cairá junto com a inflação. Já a outra parte da remuneração
será fixa e neste exemplo será de 4%. Você também pode adotar a estratégia de comprar
os títulos de renda fixa aos poucos distribuindo o valor em diversos títulos com
vencimentos diferentes. Geralmente os de vencimento mais curto terão taxas menores e
os mais longos terão taxas maiores.

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É claro que aqui temos apenas uma simulação de exemplo para ilustrar os
ensinamentos deste livro. Você pode fazer as suas próprias simulações utilizando taxas
maiores ou menores dependendo da sua realidade quando estiver lendo este livro no
futuro.

Estando conectado na internet, clique para ampliar o gráfico ou visite a primeira


página da simulação clicando aqui.

Depois da crise de 2020 o país registrou uma forte alta na inflação (IPCA). Isso
impactou positivamente a parcela da nossa carteira que é remunerada pela inflação
(IPCA) + uma taxa de juro fixa de 4%. Esse resultado aparece na linha verde do gráfico
acima que representa o investimento que paga IPCA+4% ao ano. Essa é a parte da
carteira protegida contra os efeitos da inflação. Vale destacar que investimentos que
pagam IPCA + juros fixos acabam adicionando um pouco de volatilidade na carteira já
que o IPCA sofre variações mensalmente.

A parcela da Carteira B que rende juros fixos de 8% ao ano reduz a volatilidade


da carteira. Como a volatilidade mede as variações do retorno médio de um
investimento no período, um ativo de retorno fixo não sofre variações de retorno e por
consequência sua volatilidade será igual a zero.

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A tabela acima está na simulação e nos mostra a volatilidade dos investimentos e
da carteira nos últimos 12 meses. Como o investimento que rende 8% ao ano não sofre
qualquer variação no seu retorno sua volatilidade é zero. Como o investimento que paga
IPCA+4% sofre variações no retorno provocada pelas mudanças no IPCA temos uma
pequena volatilidade. Como a renda fixa pós-fixada que rende 100% do CDI sofre
alterações no retorno quando ocorre alteração na Taxa Selic, temos uma pequena
volatilidade.

Dessa forma, adicionar investimentos prefixados em uma carteira que tem


investimentos de renda variável nos ajuda a reduzir a volatilidade da carteira.

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Na simulação você encontrará a tabela “Rentabilidade” que informa o retorno
bruto dos ativos e da carteira, ou seja, sem o desconto do imposto de renda. Na figura
acima temos a tabela de rentabilidade da Carteira B.

O pequeno número percentual que aparece logo abaixo de cada rentabilidade


equivale a quanto ele representa em relação ao retorno que você teria em um ativo que
rende 100% do CDI.

Por exemplo, na tabela acima podemos ver que a carteira rendeu 8,82% nos
últimos 12 meses. O CDI, que representa um investimento que rende 100% do CDI,
rendeu 2,17% em 12 meses. Quando dividimos 8,82 por 2,17 temos o número 4,06.
Quanto multiplicamos por 100 temos 406%, ou seja, o retorno de 8,82% da carteira
equivale a 406% do CDI ou 4,06 vezes um investimento que rendeu 100% do CDI.

Logo abaixo temos a tabela simulada de rendimentos:

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A tabela de rendimentos da Carteira B nos mostra que a carteira sofreu uma
volatilidade de 1,27% em 12 meses, ou seja, o seu retorno variou apenas 1,27 pontos
percentuais acima e 1,27 pontos percentuais abaixo de sua média no período.

Para entender melhor o conceito de volatilidade eu recomento que você visite o


capítulo “Volatilidade: Risco do Investimento” deste livro.

O Índice Sharpe de 5,28 nos diz que ganhamos 5,28% de retorno para cada 1%
de volatilidade sofrida no período. Quanto maior, melhor a relação de risco corrido por
retorno obtido. O capítulo “Índice de Sharpe” aprofunda e exemplifica este importante
índice.

Em todas as simulações você terá uma tabela como a figura abaixo:

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Podemos observar na tabela “Índice de Sharpe” que os ativos de renda fixa que
pagam juros fixos e inflação + juro fixo nos ajudam a elevar o índice de Sharpe da
carteira.

No capítulo sobre Índice de Sharpe você verá que este indicador é o resultado de
uma divisão muito simples.

𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 − 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜


Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 =
𝑉𝑜𝑙𝑎𝑡𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

Primeiro subtraímos do retorno do investimento a taxa livre de risco que equivale


ao retorno de um investimento de renda fixa que rende 100% do CDI. O resto dessa
subtração é dividido pela volatilidade do investimento. O resultado será o Índice de
Sharpe que nos dirá quanto teremos de rentabilidade acima de 100% do CDI para cada
um ponto percentual de volatilidade.

Você perceberá que o Índice de Sharpe do investimento que rende 100% do CDI
sempre será zero, pois esta é justamente a rentabilidade livre de risco. O Índice de
Sharpe do investimento que rende uma taxa fixa sempre será muito elevada já que este
investimento não tem volatilidade.
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Outra tabela importante da simulação é a de estatísticas.

Na tabela acima observamos que a carteira só apresentou retorno negativo por 2


meses no decorrer dos 3 anos e isso ocorreu justamente na crise de 2020, uma das piores
crises da história. Nossa maior perda no período foi de apenas -1,36%.

Isso significa dizer que em 95% dos meses o retorno foi positivo. Se toda a
carteira estivesse concentrada no BOVA11 os meses positivos seriam 23 (62%) e 14
negativos (38%) com o menor retorno atingindo -31,06%.

Organizei nesta tabela a volatilidade, Índice de Sharpe e o retorno obtido em 36


meses na Carteira A e Carteira B para que possamos observar se a diversificação
melhorou a nossa relação de retorno por risco.

Carteiras Volatilidade Sharpe Retorno Inicial 36 meses


A 1,59% 0,92 16,49% R$100.000,00 R$116.489,09
B 1,55% 4,01 24,70% R$100.000,00 R$124.700,76

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Conseguimos aumentar o retorno de 16,49% na Carteira A para 24,70% na
Carteira B. Isso representa uma diferença de +8,21 pontos percentuais. A boa notícia é
que aumentamos o retorno reduzindo a volatilidade que caiu de 1,59% na Carteira A
para 1,55% na Carteira B. Esse maior retorno com menor volatilidade produziu um
aumento no Índice de Sharpe de 0,92 na Carteira A para 4,01 na Carteira B. Isso
significa que a Carteira B ofereceu ao investidor 4,01% de retorno para cada 1% de
volatilidade (risco).

Podemos concluir que conseguimos melhorar a relação de retorno por risco. Para
isso diversificamos a renda fixa que na Carteira A era totalmente pós-fixada e na
Carteira B era composta por investimentos pós-fixados, prefixados e indexados ao
IPCA.

Agora vamos ver o que acontece diversificando a renda variável da carteira.

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Carteira C de Baixo risco
Agora vamos simular a Carteira C fazendo uma pequena mudança na Carteira B.
Os investimentos de renda fixa continuam os mesmos e o de renda variável será
diversificado.

Continuamos com 5% da carteira em renda variável, mas agora teremos 2,5% (R$
2.500,00) no ETF BOVA11 e os outros 2,5% no ETF IVVB11.

Nosso objetivo será descobrir se a diversificação da renda variável, através de um


ativo dolarizado, produzirá melhorias no retorno sem elevar a volatilidade
demasiadamente.

O IVVB11 é um ETF negociado na bolsa brasileira que investe no ETF de código


IVV que é negociado nas bolsas americanas. O IVV investe nas 500 ações que fazem
parte da carteira teórica do índice S&P500, que é o principal índice das bolsas
americanas (NYSE e Nasdaq).

Como as ações que fazem parte do IVV e o próprio IVV são negociadas em
dólares, ao investir no IVVB11 você terá o desempenho do dólar e o desempenho das
500 principais ações negociadas nos EUA.

Dessa forma, quando a bolsa americana apresentar alta e o dólar se valorizar em


reais teremos um uma provável valorização potencializada do IVVB11, resultante
dessas duas altas.

Quando a bolsa americana cair e o dólar se valorizar, provavelmente teremos uma


queda do IVVB11 amenizada pela valorização do dólar.

Já quando a bolsa americana e o dólar perderem valor ao mesmo tempo,


provavelmente teremos uma queda potencializada no preço do IVVB11.

Geralmente quando o dólar se enfraquece perante as demais moedas do mundo


isso torna as ações americanas baratas atraindo investidores.

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Uma forma visual de estudar as ações que fazem parte do Índice S&P500 e que
estão no IVV é através deste endereço:

https://finviz.com/map.ashx?t=sec

As ações estão organizadas por setores e indústrias. Quanto maior o valor de


mercado da ação maior a área que ela ocupa no mapa.

No pior momento da crise de 2020 o S&P500 representado pelo IVV caiu quase
35% enquanto o IVVB11 perdeu 23% do seu valor. A queda do IVV foi amenizada pela
alta do dólar que se valorizou em reais mais de 18%.

Dessa forma, o IVVB11 é uma renda variável exposta ao câmbio e a valorização


das principais ações da maior economia do mundo.

Por ser o Brasil uma economia emergente, nossa bolsa é classificada como de
elevado risco e volatilidade quando comparada com as bolsas americanas.

Investir no IVVB11 acaba sendo mais conservador que o investimento no


BOVA11, que representa um mercado emergente que sofre os efeitos de crises políticas
e econômicas.

A composição da Carteira C ficará assim:

• 2,5% de BOVA11 (renda variável nacional);


• 35% de renda fixa pós-fixada que rende 100% do CDI;
• 30% de renda fixa prefixada que rende 8% ao ano;
• 30% de renda fixa indexada ao IPCA que rende IPCA+4% ao ano;
• 2,5% em IVVB11 (renda variável internacional)

Você pode acessar a simulação da Carteira C visitando aqui.

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Retirei os principais indicadores das três simulações de carteiras de baixo risco e
organizei nesta tabela para facilitar nossa comparação:

Carteiras Volatilidade Sharpe Retorno Inicial 36 meses


A 1,59% 0,92 16,49% R$100.000,00 R$116.489,09
B 1,55% 4,01 24,70% R$100.000,00 R$124.700,76
C 1,23% 5,63 25,96% R$100.000,00 R$125.963,47

A Carteira C obteve o rendimento de R$ 125.963,47 em 36 meses com retorno


total de 25,96% no período. Sua volatilidade foi de 1,23%, a menor volatilidade das três
carteiras. Menos volatilidade (risco) e mais retorno produz aumento do Índice de
Sharpe. Agora registramos 5,63% de retorno para cada 1% de volatilidade.

Podemos concluir que neste caso o investimento dolarizado, representado pelo


IVVB11, ajudou a reduzir a volatilidade da renda variável da carteira, que antes era
composta somente por BOVA11.

Você pode experimentar substituir o IVVB11 pelo fundo “Trend Dólar FI


Cambial” que só reflete a variação cambial. Você provavelmente terá uma redução da
volatilidade, mas perderá o potencial de valorização das ações do mercado americano.

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O índice Sharpe que nos mostra a relação entre risco e retorno apresentou uma
melhora significativa com a entrada do IVVB11. Podemos a diferença nas colunas
cinzas do gráfico:

No gráfico abaixo temos o retorno de todos os ativos isoladamente e o retorno da


carteira composta por esses ativos. Fica bem evidente observando o IVVB11 (linha
laranja) e o BOVA11 (linha amarela) que são dois ativos voláteis, mas que muitas vezes
estão se movimentando de forma descorrelacionada ou até no sentido contrário do outro
ativo. Já falamos sobre o tema, mas teremos um capítulo sobre “Correlação”
demonstrando com mais profundidade a importância de ativos descorrelacionados e de
correlação inversa na carteira.

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A tabela de estatísticas logo abaixo nos mostra que a Carteira C só apresentou 1
mês de retorno negativo que foi de apenas -0,40%.

Considerando que no período simulado temos uma das piores crises sofrida pelo
mercado financeiro a carteira de baixo risco cumpriu seu papel.

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Carteira D de Moderado Risco
Agora vamos simular carteiras de risco moderado, ou seja, que apresentam maior
volatilidade por terem uma parcela maior em investimentos de renda variável.

Só devemos aceitar mais volatilidade (risco) na carteira se isso for compensado


pelo aumento retorno financeiro. Estamos sempre em busca da melhor relação entre
risco sofrido e retorno colhido.

Equivocadamente algumas pessoas acreditam que assumir mais risco


necessariamente resultará na colheita de mais retorno, mas nem sempre isso acontece.

Muitas vezes as pessoas adicionam mais risco na carteira sem colher o retorno
que justificou a exposição ao risco. O maior problema é que dificilmente as pessoas
percebem o risco que correm. Existe uma explicação para isso através de uma analogia.

Imagine uma pessoa com os olhos vendados que resolve atravessar uma grande
avenida para recolher frutos que estão do outro lado da pista. Se a pessoa tiver sorte e
nada acontecer na travessia ela chegará do outro lado sem sofrer qualquer ferimento e
colherá os frutos. Sem entender o risco que sofreu, a pessoa vai acreditar que obteve
enorme vantagem sem correr riscos. Só que os riscos existiram.

Agora imagine se ela tivesse tido acesso a uma série de dados estatísticos sobre o
fluxo de veículos e os acidentes ocorridos nesse trecho da avenida nos últimos 3 anos.

Imagine se ela pudesse avaliar matematicamente o risco histórico. Será que ela
tomaria a decisão de atravessar a avenida de olhos vendados, sabendo o risco que está
correndo?

Será que o valor dos frutos que esperam essa pessoa do outro lado da pista vai
compensar o risco da travessia com os olhos vendados?

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Quando fazemos simulações e observamos, volatilidade, índice Sharpe e a
rentabilidade das carteiras estamos estudando o passado. Estamos observando os dados
estatísticos da pista.

Não temos garantias de que o padrão passado (volatilidade e retorno) se


manifestará no futuro, mas não podemos descartar que o comportamento passado tende
a se repetir no futuro já que cada ativo possui características bem específicas que
resultam em um determinado nível de volatilidade e retorno na história.

A nossa Carteira D terá a seguinte composição:

1. 25% de BOVA11 (renda variável nacional);


2. 75% de renda fixa pós-fixada que rende 100% do CDI.

Veja que esta primeira carteira de risco moderado tem os mesmos ativos da
primeira carteira de baixo risco, que foi a Carteira A. Temos como única diferença a
alocação, ou seja, quanto investimos em cada ativo. Nas próximas carteiras de risco
moderado iremos elevar a diversificação da renda fixa e renda variável.

Para acessar a carteira D que simulamos nesse capítulo visite aqui.

Veja que agora temos R$ 25.000,00 (25%) investido no BOVA11 e R$ 75.000,00


(75%) em algum investimento de renda fixa pós-fixado que rende 100% do CDI.

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A linha vermelha no gráfico acima representa as variações do patrimônio da nossa
carteira. Fica bem evidente que agora temos uma carteira com maior volatilidade se
comparada com a volatilidade das carteiras anteriores.

Na tabela anterior vimos que a volatilidade da carteira nos últimos 36 meses foi
de 7,8% contra uma volatilidade de 30,65% do BOVA11 que representa nossa renda
variável, ou seja, a volatilidade da carteira foi 3,92 vezes menor.

O Índice Sharpe da Carteira D é de apenas 0,93 nos últimos 36 meses, ou seja,


para cada 1% de volatilidade temos 0,95% de retorno.

Organizei os indicadores das carteiras na tabela para que possamos comparar:

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Carteiras Volatilidade Sharpe Retorno Inicial 36 meses
A 1,59% 0,92 16,49% R$100.000,00 R$116.489,09
B 1,55% 4,01 24,70% R$100.000,00 R$124.700,76
C 1,23% 5,63 25,96% R$100.000,00 R$125.963,47
D 7,80% 0,93 26,57% R$100.000,00 R$126.567,99

O retorno da Carteira D foi de 26,57% em 36 meses ou apenas 0,61 pontos


percentuais acima da Carteira C que tinha apenas 1,23% de volatilidade. Na Carteira D
temos volatilidade de 7,8%. Podemos dizer que enfrentamos 6,34 vezes mais
volatilidade na Carteira D em relação a Carteira C para obter apenas 0,61 pontos
percentuais a mais de retorno.

Isso nos mostra uma carteira mais diversificada como a Carteira C oferece melhor
relação de retorno por risco. Basta comparar o Índice de Sharpe da Carteira C (5,63) e
da Carteira D (0,93) para concluir que a Cardeira D nos oferece 5,63% de retorno acima
do CDI para cada 1% de volatilidade contra apenas 0,93% de retorno acima do CDI na
Carteira D.

Já quando comparamos a Cardeira D com a Carteira A, que possui os mesmos


ativos, mas em proporções menores de renda variável, entendemos que aumentar a
renda variável da carteira aumenta a volatilidade e proporcionalmente aumenta o
retorno.

Na Carteira D o nosso retorno foi de 26,57% em 36 meses e na Carteira A foi de


16,49% que equivale 1,61 vezes mais retorno. Para para obter esse resultado a
volatilidade foi de 1,59 para 7,8 ou 4,9 vezes mais volatilidade.

Como o Índice de Sharpe da Carteira D e Carteira A são muito próximos (0,92 e


0,93) podemos dizer que o retorno cresceu proporcionalmente ao risco. Não ocorreu

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uma melhora na relação de retorno por risco como a observada quando comparamos as
carteiras A, B e C.

Então podemos dizer que aumentar a proporção de renda variável da carteira, sem
diversificar, aumenta o retorno na mesma proporção que aumenta o risco da carteira. Já
quando diversificamos os investimentos entre diversas classes, podemos melhorar a
relação de retorno por cada unidade de risco assumida.

Na tabela de estatísticas verificamos que a Carteira D registrou 11 meses com


retorno negativo. Até aqui foi a carteira com mais meses negativos. Isso significa que a
cada 10 meses, 3 meses fecham com perdas (30%). A maior perda registrada no período
foi de -8,63%.

Podemos entender que essa carteira de risco moderado não compensou o risco
adicional sofrido em relação a uma carteira de baixo risco como a última simulação que
fizemos no estudo da Carteira C.

Para que possamos melhorar o desempenho a partir da Carteira D precisamos


diversificar a renda fixa e a renda variável. Faremos isso nas próximas carteiras de risco
moderado.

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Carteira E de Moderado Risco
Na Carteira E vamos diversificar a renda variável. Teremos:

• 6,5% da carteira em BOVA11 (renda variável nacional);


• 6,5% da carteira em SMAL11 (renda variável nacional);
• 12,50% da carteira em IVVB11 (renda variável internacional);
• 75% da carteira em 100% do CDI (renda fixa).

Você pode acessar a simulação da Carteira E visitando aqui.

A carteira ficou assim:

Já vimos que o IVVB11 adiciona na carteira o desempenho das bolsas americanas


e as variações do dólar.

O SMAL11 é o ETF negociado na bola brasileira composto por ações de


empresas de menor capitalização. O SMAL11 tende a ser mais volátil que o BOVA11,
mas geralmente oferece maior retorno em determinados momentos dos ciclos
econômicos. A linha verde no gráfico abaixo representa a variação do preço do ETF
SMAL11.

Na tabela anterior podemos constatar que o índice Sharpe (SHP) nos últimos 24
e 36 meses do SMAL11 superaram o Sharpe do BOVA11. Já nos últimos 6 e 12 meses

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o BOVA11 apresentou Sharpe maior. O melhor Sharpe dos últimos 36 meses foi
oferecido pelo IVVB11.

A diversificação da renda variável da Carteira E ajudou a melhorar a rentabilidade


da carteira. Na Carteira D, que simulamos anteriormente, a rentabilidade dos últimos 36
meses foi de 26,57% contra 34,48% na Carteira E.

Na tabela temos todos os principais indicadores de 36 meses das carteiras que


simulamos até agora:

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Carteiras Volatilidade Sharpe Retorno Inicial 36 meses
A 1,59% 0,92 16,49% R$100.000,00 R$116.489,09
B 1,55% 4,01 24,70% R$100.000,00 R$124.700,76
C 1,23% 5,63 25,96% R$100.000,00 R$125.963,47
D 7,80% 0,93 26,57% R$100.000,00 R$126.567,99
E 6,25% 1,90 34,48% R$100.000,00 R$134.482,06

Diversificar a renda variável reduziu a volatilidade da Carteira E em relação a


Carteira D (1,55 pontos a menos). O retorno da Carteira E (34,48%) ficou 7,81 pontos
percentuais acima do retorno da Carteira D (26,57%).

O Índice de Sharpe nos mostra que agora temos 1,90% de retorno acima do CDI
para cada 1% de risco assumido. A volatilidade maior desta carteira de risco moderado
foi mais bem remunerada que na carteira anterior.

A diversificação da renda variável da Carteira E nos ajudou a reduzir o número


meses que a carteira fechou no prejuízo e cortou pela metade o menor retorno da
carteira. Veja na tabela.

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Tivemos 9 meses de retorno negativo e o mês com o pior resultado proporcionou
perdas de -4,81%. São resultados melhores que os observados na carteira anterior.

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Carteira F de Moderado Risco
Agora vamos simular a carteira de risco moderado diversificando os
investimentos de renda fixa. Vamos distribuir o que antes estava concentrado em
investimentos pós-fixados que rendem 100% do CDI em investimentos prefixados e que
pagam inflação + juro prefixado.

A Carteira F terá a seguinte composição:

• 6,25% em BOVA11 (renda variável nacional);


• 25% em renda fixa pós-fixada que rende 100% do CDI;
• 25% em renda fixa prefixada que rende 8% ao ano;
• 25% em renda fixa indexada ao IPCA que rende IPCA+4%;
• 12,50% em IVVB11 (renda variável internacional)
• 6,25% em SMAL11 (renda variável nacional);

A carteira simulada pode ser acessada e editada aqui.

Agora temos os R$ 75.000,00 (75%) da renda fixa da carteira diversificado em


igual proporção de R$ 25.000,00 ou 25% para investimentos que rendem 100% do CDI,
investimentos prefixados que remuneram 8% de juros ao ano e investimentos que
pagam IPCA + 4% ao ano.

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A tabela nos mostra que aumentamos o retorno da Carteira F para 41,33% nos
últimos 3 anos (295% do CDI) com resultando de R$ 141.325,12. Isso equivale a 6,85
pontos percentuais a mais que a Carteira E. Ao mesmo tempo conseguimos reduzir a
volatilidade em 0,12 pontos.

Carteiras Volatilidade Sharpe Retorno Inicial 36 meses

A 1,59% 0,92 16,49% R$100.000,00 R$116.489,09

B 1,55% 4,01 24,70% R$100.000,00 R$124.700,76

C 1,23% 5,63 25,96% R$100.000,00 R$125.963,47

D 7,80% 0,93 26,57% R$100.000,00 R$126.567,99

E 6,25% 1,90 34,48% R$100.000,00 R$134.482,06

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F 6,13% 2,58 41,33% R$100.000,00 R$141.325,12

Esse aumento de retorno sem aumento da volatilidade melhora o nosso Índice de


Sharpe para 2,58. Isso significa que agora temos um prêmio de 2,58% de retorno acima
do CDI para cada 1% de risco assumido pela carteira.

Já o número de meses com resultados negativos foi reduzido em um mês, sem


mudança significativa no prejuízo máximo que foi de -4,63%.

A Carteira F foi a carteira mais diversificada e a que apresentou melhor relação


de retorno para o risco assumido entre toda três carteiras de risco moderado que
simulamos.

Agora vamos iniciar as simulações de três carteiras de alto risco com diferentes
níveis de diversificação.

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Carteira G de Alto Risco
Neste livro vamos classificar como carteira de alto risco aquela que possui mais
da metade do seu patrimônio investido em ativos de renda variável.

A Carteira G será composta por:

• 60% em BOVA11
• 40% em renda fixa pós-fixada que remunera 100% do CDI

Você pode acessar a Carteira G clicando aqui.

Veja que nessa carteira sem muita diversificação temos uma volatilidade
considerável de 18,39% em 36 meses. Mesmo assim ela é bem menor que a volatilidade
de 30,65 que você teria se todo o seu investimento estivesse concentrado no BOVA11.

Assim como observamos na Carteira A e na Carteira D que são semelhantes a


Carteira G o aumento da volatilidade nessas carteiras resultou em aumento proporcional
do retorno, mas sem melhorar a relação risco retorno.

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Carteiras Volatilidade Sharpe Retorno Inicial 36 meses
A 1,59% 0,92 16,49% R$100.000,00 R$116.489,09
D 7,80% 0,93 26,57% R$100.000,00 R$126.567,99
G 18,38% 0,95 44,21% R$100.000,00 R$144.206,07

Podemos observar isto no Índice de Sharpe entre 0,92 e 0,95 nas carteiras A, D e
G. Este Sharpe nos diz que para cada 1% de volatilidade assumia nas carteiras temos
como prêmio um retorno de 0,92% a 0,95% acima do que teríamos se todo o nosso
investimento estivesse rendendo 100% do CDI. Aumentar o BOVA11 na carteira
aumentou o retorno de forma proporcional, sem melhoria significativa na relação de
retorno por risco.

Carteiras Volatilidade Diferença Sharpe Retorno Diferença 36 meses Diferença


A 1,59% 0,92 16,49% R$116.489,09
D 7,80% 4,91 0,93 26,57% 1,61 R$126.567,99 1,09
G 18,38% 2,36 0,95 44,21% 1,66 R$144.206,07 1,14

Na tabela acima temos colunas que mostram as diferenças entre os resultados da


carteira.

Exemplo: A volatilidade da Carteira D foi 4,91 vezes e o retorno 1,6 vezes


maiores que a Carteira A. O retorno em 36 meses da Carteira D foi 1,06 vezes maior
que da Carteira A.

Depois ficamos sabendo que a Carteira G teve volatilidade 2,36 vezes maior e
retorno 1,66 vezes maior que a Carteira D.

A escolha entre essas três carteiras, que só utilizam dois ativos em proporções
diferentes, vai depender de quanto risco (volatilidade) o investidor aceita correr para
obter um maior retorno, pois o retorno cresce proporcionalmente ao risco.

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Podemos observar essa volatilidade através dos gráficos que estão na próxima
página.

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Carteira H de Alto Risco
Na Carteira H vamos diversificar a renda variável. Como nesta carteira estamos
dispostos a aceitar mais volatilidade vamos concentrar o investimento no SMAL11 que
historicamente é mais volátil que o BOVA11.

A outra parte concentrada no investimento no IVVB11 nos oferecerá exposição


ao desempenho das bolsas americanas e variações do dólar que na maior parte do tempo
tem uma correlação negativa com a bolsa brasileira. Falaremos mais sobre isso no
capítulo sobre correlação.

A Carteira H será composta por:

• 5% da carteira em BOVA11 (renda variável nacional);


• 25% da carteira em SMAL11 (renda variável nacional);
• 30% da carteira em IVVB11 (renda variável internacional);
• 40% da carteira em 100% do CDI (renda fixa).

Você pode acessar e editar a carteira simulada aqui

A diversificação da renda variável nos ajudou a aumentar a rentabilidade da


carteira enquanto reduzimos a volatilidade e melhoramos a relação de risco retorno
(Índice de Sharpe) quando comparamos a Carteira H e a Carteira G.

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Carteiras Volatilidade Sharpe Retorno Inicial 36 meses
A 1,59% 0,92 16,49% R$100.000,00 R$116.489,09
B 1,55% 4,01 24,70% R$100.000,00 R$124.700,76
C 1,23% 5,63 25,96% R$100.000,00 R$125.963,47
D 7,80% 0,93 26,57% R$100.000,00 R$126.567,99
E 6,25% 1,90 34,48% R$100.000,00 R$134.482,06
F 6,13% 2,58 41,33% R$100.000,00 R$141.325,12
G 18,38% 0,95 44,21% R$100.000,00 R$144.206,07
H 14,47% 2,07 65,76% R$100.000,00 R$165.760,69

Tivemos um resultado de R$ 165.760,69 na Carteira H contra R$ 144.206,07 na


G. Nossa volatilidade caiu para 14,47% na H contra 18,39% na G, redução de 3,91
pontos percentuais.

Nosso Índice de Sharpe aumentou para 2,07 contra 0,95 na G. Isso significa que
agora temos um retorno maior acima do CDI para cada 1% de risco corrido.

Também podemos comparar a Carteira H com a Carteira E de moderado risco.


São duas carteiras que possuem os mesmos ativos, mas com proporções diferentes.

A Carteira E tem 75% do patrimônio em renda fixa que rende 100% do CDI e por
isto é moderada com relação ao risco. Essa diferença impacta a volatilidade de 6,25%
na Carteira E contra 14,47% (2,31 vezes maior) na Carteira H. O retorno na Carteira E
foi de 34,48% e na Carteira H foi 1,90 vezes maior atingindo 65,76%. Como temos 2,31
mais risco e 1,90 mais retorno a relação de risco / retorno (Índice de Sharpe) nos mostra
uma ligeira melhoria de 1,90 para 2,07 na Carteira H.

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A estatística da carteira nos mostra que os meses negativos foram 10 com o menor
retorno de -12,27% que é bem menor que o pior resultado da carteira que foi o SMAL11
que atingiu -37,48% no pior momento da crise de 2020.

Considerando que uma das funções da diversificação é reduzir a volatilidade do


nosso investimento, observamos que esse objetivo é atingido quando olhamos as
estatísticas das carteiras mais diversificadas.

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Carteira I de Alto Risco
Nesta carteira teremos a diversificação da renda fixa e variável. Somente 5% da
carteira será concentrada em um investimento pós-fixado que paga 100% do CDI.
Menos investimento pós-fixados eleva o risco da carteira já que os demais investimentos
de renda fixa não possuem liquidez diária.

• 5% em BOVA11 (renda variável nacional);


• 5% em renda fixa pós-fixada que rende 100% do CDI;
• 17,50% em renda fixa prefixada que rende 8% ao ano;
• 17,50% em renda fixa indexada ao IPCA que rende IPCA+4%;
• 30% em IVVB11 (renda variável internacional)
• 25% em SMAL11 (renda variável nacional);

Você pode acessar e editar a carteira simulada visitando aqui.

Como resultado da simulação temos a carteira com maior volatilidade em 36


meses entre todas que simulamos (14,30%). Mesmo assim ela ficou abaixo da metade
da volatilidade do BOVA11 (30,65%) e SMAL11 (33,44%) que representam
respectivamente as ações com maior e menor capitalização do mercado brasileiro. A
carteira também ficou abaixo da volatilidade do IVVB11 (24,45%). Embora seja uma

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carteira predominantemente de renda variável e risco elevado, este risco foi reduzido
pela metade graças a sua diversificação utilizando investimentos de renda variável,
renda fixa e dolarizados.

No final dos 36 meses a carteira entregou o equivalente a 505% do CDI ou 5,05


vezes o retorno de um investimento que rende 100% do CDI. Os retornos de prazos
mais curtos de 6 meses e 12 meses atingem 924% a 1258% do CDI ou 9 a 12 vezes mais
que o CDI.

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Podemos observar nas estatísticas que o pior resultado mensal da carteira foi de -
12,07%, que ocorreu no pior momento da crise de 2020.

Através de um simulador como o que temos na planilha simulador-recuperar-


perdas.xlsx, que acompanha este livro, podemos constatar que uma queda de -12,07%
seria facilmente recuperada com uma alta de 13,73%.

Se a carteira estivesse totalmente concentrada em um ativo como SMAL11, que


chegou a cair -37,48% no período, a recuperação só seria atingida após uma alta de mais
de 59,94%.

Mesmo sendo a carteira simulada de maior risco ainda sim temos um risco bem
reduzido quando comparamos com ativos de renda variável.

O índice Sharpe da Carteira I nos mostra que para cada 1% de risco corrido
tivemos 2,51% de retorno acima do CDI como prêmio pelo risco.

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Comparação entre Carteiras
Este quadro compara a volatilidade, sharpe e retorno de todas as carteiras no
período de 36 meses. Você encontra esta tabela na planilha
Carteiras_Investimento_Comparacao.xlsx que acompanha este livro.

Carteiras Volatilidade Sharpe Retorno Inicial 36 meses


A 1,59% 0,92 16,49% R$100.000,00 R$116.489,09
B 1,55% 4,01 24,70% R$100.000,00 R$124.700,76
C 1,23% 5,63 25,96% R$100.000,00 R$125.963,47
D 7,80% 0,93 26,57% R$100.000,00 R$126.567,99
E 6,25% 1,90 34,48% R$100.000,00 R$134.482,06
F 6,13% 2,58 41,33% R$100.000,00 R$141.325,12
G 18,38% 0,95 44,21% R$100.000,00 R$144.206,07
H 14,47% 2,07 65,76% R$100.000,00 R$165.760,69
I 14,30% 2,29 70,55% R$100.000,00 R$170.550,82

Podemos observar que quanto maior a volatilidade maior foi o retorno, mas
algumas carteiras possuem uma relação de risco / retorno melhor que outras. As carteiras
mais diversificadas apresentam a melhor relação de risco / retorno.

A Carteira C ofereceu o maior Índice de Sharpe. Nela tivemos 5,60% de retorno


para cada 1% de volatilidade (risco) assumida. A segunda melhor relação foi a Carteira
F com Índice de Sharpe 2,58 e a terceira melhor foi a Carteira I. Essas foram justamente
as carteiras com maior diversificação.

A tabela abaixo compara todas as carteiras simuladas com resultados de 6, 12, 24


e 36 meses.

Ela se encontra na planilha Carteiras_Investimentos.xlsx

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Quando investimos em um fundo estamos investindo na carteira de investimentos
de um gestor. Ter a sua carteira de investimentos equivale a ser o gestor do seu próprio
fundo de investimentos pessoal.

Após fazer as simulações de diversas carteiras de investimentos você pode


comparar o seu desempenho com o desempenho de fundos conduzidos por gestores
profissionais.

Em 2021 existiam 5.358 fundos de investimentos da classe “Multimercado” com


histórico acima de 36 meses, ou seja, com pelo menos 3 anos de existência. Os fundos
multimercado são a classe de fundos onde o gestor pode investir em diversos ativos
diferentes de renda variável e renda fixa, assim como fizemos nas simulações de
carteiras desse livro.

Utilizando essa ferramenta aqui podemos aplicar alguns filtros (veja aqui) para
identificar quantos desses fundos multimercado conseguiram entregar uma relação risco
/ retorno acima de 2 nos últimos 24 meses.

Quando fiz a consulta em junho de 2021 somente 234 fundos ou 4,36% dos 5.358
fundos multimercado conseguiram atingir um Índice de Sharpe acima de 2. Somente
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139 fundos (2,59%) superaram o Sharpe de 3,5 e somente 94 fundos (1,75%) superaram
Sharpe 5.

Nas nossas simulações conseguimos atingir o Índice de Sharpe acima de 2 nos


últimos 24 meses nas carteiras B (3,64), C (4,95), F (2,29) e I (2,03).

Você pode usar a mesma ferramenta no futuro para verificar o desempenho dos
fundos multimercado com relação ao Índice de Sharpe e comprar com os resultados da
sua carteira ou das suas simulações.

Com tão poucos fundos multimercado entregando essa relação de risco retorno
parece não ser tão fácil atingir esses resultados, mesmo para gestores profissionais.

Utilizando a mesma ferramenta com filtros buscamos quantos fundos entregaram


resultado parecido com a Carteira I. Filtramos os fundos com Sharpe acima de 2 nos
últimos 36 meses (em junho de 2021), rentabilidade acima de 70% nos últimos 36 meses
e volatilidade menor que 15% nos últimos 3 meses.

Somente 18 fundos conseguiram resultados melhores que a Carteira I e isso


representa apenas 0,33% dos 5.358 fundos multimercado com histórico de pelo menos
36 meses de funcionamento até junho de 2021.

Considerando as mesmas métricas para todos os fundos de todas as classes,


estamos falando de mais de 20.900 fundos, somente 34 (0,16%) superaram a Carteira I.

Considerando os resultados da Carteira C, filtramos os fundos que tiveram Índice


de Sharpe acima de 5, rentabilidade acima de 25% e volatilidade abaixo de 1,5 e
somente 47 fundos atingiram esses resultados nos últimos 36 meses. Isso representa
apenas 0,87% dos 5.358 fundos multimercado.

Você pode utilizar a mesma ferramenta e seus filtros para identificar quantos
fundos profissionais atingiram a volatilidade, Índice de Sharpe e rentabilidade nos
últimos 12, 24 ou 36 meses das carteiras que você simulou.

Basta seguir os passos. Visite esse endereço aqui.


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Vamos selecionar somente os fundos multimercado.

Nem todos os fundos estão operacionais. Por este motivo você deve aplicar o
próximo filtro:

Depois basta adicionar outros filtros como a rentabilidade mínima, volatilidade


e Sharpe para os últimos 12, 24 ou 36 meses.

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Investimentos da Carteira

São infinitas as combinações de investimentos em uma carteira diversificada e


seria impossível em um livro prever e simular todas as possibilidades.

No mundo dos investimentos a experiência acumulada é tão importante quanto o


conhecimento técnico. Através deste livro estou apresentando conhecimentos e
exemplos práticos, mas a experiência só você poderá conquistar praticando.

Para isso eu recomendo que você inicie montando uma pequena carteira, com
investimentos pequenos em cada ativo para que você possa aprender.

Nessa fase inicial os investimentos mais práticos são ativos de renda fixa e ativos
de renda variável baseados em ETFs. Os ETFs são compostos por dezenas ou várias
centenas de ações e seu preço sofre uma pequena influência de cada ação. Isso nos
permite investir em renda variável da forma muito diversificada comprando um único
ETF que custa poucos reais.

Estão surgindo muitos ETFs temáticos no Brasil nos últimos anos. Infelizmente
possuem poucos dados históricos para as simulações, mas isso será resolvido com o
passar do tempo.

Hoje, no Brasil, temos ETFs que investem em ouro, criptomoedas, ETF de fundos
imobiliários, ETF de ações europeias, ações de empresas americanas de tecnologia,
ações em países emergentes, ações de países da asiáticos e assim por diante. Cada vez
mais ETFs de temas específicos serão lançados no Brasil, assim como já acontece nos
EUA. Isso tornará cada vez mais fácil, rápido e barato montar carteiras diversificadas.

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Renda Fixa Pós-fixada na Carteira
O investimento de renda fixa pós-fixado é aquele que paga uma taxa de juro que
depende da CDI (Taxa DI) ou da Selic (Taxa Selic).

Os bancos e as corretoras oferecem CDBs, LCIs e LCAs pós-fixados para os seus


clientes que rendem um percentual do CDI (Taxa DI). O Tesouro Direto oferece o título
Tesouro Selic que rende a Selic + uma taxa.

Como Encontrar as Taxas


Para saber qual é a Taxa DI que equivale a 100% do CDI atualmente visite
www.b3.com.br. O valor está no menu superior do site. Exemplo:

Neste exemplo a Taxa DI era de 3,40% ao ano e isso equivale a 100% do CDI.
Para encontrar a taxa mensal basta transformar 3,40% ao ano em uma taxa de juro
equivalente mensal através dessa ferramenta aqui.

A Taxa DI pode mudar sempre que o Banco Central, através das reuniões do
Copom decide aumentar ou reduzir a taxa básica de juros da economia (Taxa Selic).
Ocorrem oito reuniões por ano e você encontra as datas das reuniões no calendário que
está no menu direito nesta página aqui. Você encontra o histórico de todas as decisões
aqui. Você tem um gráfico dessas decisões aqui. A Taxa DI costuma ser 0,10 pontos
percentuais menor que a meta da Taxa Selic. Exemplo: se o Banco Central resolve

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adotar uma meta de Taxa Selic de 6% ao ano provavelmente a Taxa DI que equivale a
100% do CDI será de 5,90% ao ano.

Como a proposta deste livro é o de apresentar soluções práticas vou citar algumas
instituições para exemplificar. Não significa que estou recomendando as instituições.

Exemplos
Para exemplificar: duas corretoras que utilizo e que possuem grande oferta de
investimentos de renda fixa de diversos bancos é a corretora XP e a corretora Easynvest,
que em 2021 recentemente se fundiu com o Nubank.

Um banco digital que também oferece uma grande variedade de investimentos de


renda fixa do próprio banco e de outras instituições é o Banco Inter.

As três instituições permitem abertura de conta online, através de aplicativo e sem


qualquer cobrança de taxa para manter as contas ou para investir em renda fixa.

CDB Pós-fixado com Liquidez Diária


Na figura abaixo temos um exemplo de como localizar CDBs pós-fixados com
liquidez diária na corretora Easynvest.

Após entrar na sua conta na corretora basta selecionar a opção “Investir” e depois
“Renda Fixa” para localizar os investimentos em CDB. Veja na figura que existe um
sistema de filtros.

No exemplo filtramos somente os investimentos que rendem um percentual do


CDI e depois selecionamos somente os que possuem liquidez diária.

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No primeiro CDB que aparece na lista acima temos um banco que oferece um
CDB que vence no dia 29/05/2024, ou seja, o valor pode ficar investido até essa data.
Quando chegar o dia do vencimento o valor investido + os juros serão depositados na
sua conta e você deverá fazer um novo investimento. A coluna sobre “Liquidez” indica
D+1. Isso significa que se você solicitar o resgate do seu dinheiro hoje ele estará na sua
conta no dia seguinte. A coluna “rentabilidade” nos diz que ela é de 102% do CDI e o
valor mínimo necessário para investir neste CDB é de R$ 10.000,00.

A coluna “Valor líquido” nos mostra uma simulação de quanto você poderá
resgatar em 2024, caso não faça isso antes. Isso inclui os R$ 10.000,00 que você investiu

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mais uma simulação de juros. A questão é que a Taxa DI é alterada sempre que o Banco
Central modifica a taxa básica de juros (Taxa Selic).

Verifique se o banco onde você já tem conta oferece CDB que paga 100% do CDI
ou mais. Geralmente os CDBs de bancos digitais e bancos de médio porte que
encontramos nas corretoras oferecem taxas maiores que as ofertadas por grandes
bancos.

Entre concentrar e diversificar, prefira diversificar este investimento em vários


CDBs pós-fixados de várias instituições. Prefira as instituições que possuem melhor
Rating de risco. Infelizmente a corretora Easynvest não costuma divulgar o Rating de
risco, mas a corretora XP divulga essa informação.

Investimentos de renda fixa como CDBs, LCIs e LCAs são garantidos pelo Fundo
Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até R$ 250.000,00 por CPF por
instituição financeira. Por este motivo evite ter mais de R$ 250 mil investido na renda
fixa de um mesmo banco. Para saber mais sobre o FGC visite:
https://www.fgc.org.br/garantia-fgc/sobre-a-garantia-fgc

O melhor momento para aumentar o percentual da sua carteira em investimentos


pós-fixados como CDBs, LCIs e LCAs pós-fixados ocorre antes do Banco Central
iniciar um ciclo de alta da taxa Selic ou quando já tiver iniciado. Sempre que o Banco
Central aumentar a Selic automaticamente isso aumentará a Taxa DI que por sua vez
aumentará a rentabilidade do CDB, LCI e LCA pós-fixado que pagam percentuais do
CDI. Veja o gráfico.

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TEMPO ALÍQUOTA

Até 180 dias 22.5%

De 181 dias a 365 dias 20%

De 365 dias a 720 dias 17.5%

Acima de 720 dias 15%

Na figura acima podemos ver um ciclo de alta da Selic entre 2013 e 2015 e depois
um grande ciclo de baixa da Selic entre 2016 e 2020.

Mesmo quando temos um ciclo de queda da Taxa Selic e do CDI é importante


manter seus investimentos pós-fixados para que tenha liquidez e baixa volatilidade na
carteira.

Um ponto negativo com relação ao uso do CDB como seu principal investimento
de renda fixa pós-fixada será o imposto de renda sobre os lucros que você tiver. Esse
imposto será recolhido automaticamente pela instituição financeira no momento do
resgate do investimento ou no dia do vencimento do CDB. A alíquota depende da
duração do investimento e segue a tabela:

LCI e LCA Pós-fixada


A grande vantagem do LCI ou LCA como investimento de renda fixa pós-fixada
da sua carteira está na isenção do imposto de renda, como acontece com os CDBs.

É necessário ter algum cuidado no momento de comparar um CDB e um LCI ou


LCA.

Exemplo: seria melhor um CDB que paga 100% do CDI ou um LCI que paga
90% do CDI ? A resposta depende do prazo.

Visitando aqui você tem uma ferramenta que ajuda a calcular considerando que
o LCI é isento do imposto de renda.

Veja a simulação que fiz logo abaixo:

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Neste exemplo o investimento no CDB que paga 100% do CDI, já com o imposto
de renda descontado que pode variar entre 22,5% e 15% pode ser de apenas 77,5% do
CDI se o investimento for feito por até 6 meses, 80% do CDI se for de 6 meses a 1 ano,
82,50% do CDI se for de 1 ano a 2 anos e 85% do CDI se durar mais de 2 anos.

O único inconveniente do LCI e LCA ocorre devido a sua liquidez. É muito


comum encontrar CDB com liquidez diária, mas os LCIs e LCAs com maior liquidez
possível possuem no mínimo 3 meses de carência até que seja possível resgatar o
investimento a qualquer momento.

Uma solução seria destinar a parcela da carteira que você precisa ter liquidez
imediata para um CDB com liquidez diária e outra parte para um LCI ou LCA mais
rentável que tenha menor liquidez.

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Outra estratégia seria dividir seu investimento em renda fixa pós-fixada em
diversos CDBs, LCIs e LCAs com os mais diversos prazos de vencimento e
consequentemente diversos retornos. Com isso você frequentemente teria algum
investimento pós-fixado vencendo no futuro ou com liquidez.

Fundos de Renda Fixa


O fundo de renda fixa simples são uma opção para quem precisa de um
investimento de renda fixa pós-fixada. Os fundos simples precisam manter pelo menos
95% do seu patrimônio aplicado em títulos públicos federais. Eles também podem
investir em operações compromissadas envolvendo títulos públicos federais ou papéis
de instituições financeiras com risco de crédito equivalente ao do governo, que é o nível
mais baixo de risco que existe no mercado nacional. Os fundos simples tendem a
acompanhar a rentabilidade do título Tesouro Selic.

Através dessa ferramenta aqui é possível acessar um ranking de fundos de


investimentos utilizando filtros. Visitando aqui você tem o ranking com filtro para exibir
fundos de renda fixa simples.

Outra categoria de fundos de renda fixa de baixo risco que antes era chamada de
Fundos DI na nova classificação utiliza a subclasse “Renda Fixa Duração Baixa
Soberano” ou “Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento”. No exemplo abaixo
mostro como utilizar o filtro dessa ferramenta aqui para listar apenas fundos de duração
baixa soberano

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A maioria dos fundos que aparecem nessa ferramenta estão disponíveis em
grandes corretoras como a XP. Grandes bancos só costumam oferecer os fundos do
próprio banco e geralmente eles possuem fundos de baixo risco como os que descrevi
aqui.

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Renda Fixa Prefixada na Carteira
Só devemos destinar para os investimentos de renda fixa prefixada ou que pagam
inflação (IPCA) + juros, aquele dinheiro que não iremos precisar até a data de
vencimento do investimento.

Todos os investimentos baseados em títulos (emitidos por bancos ou pelo


Tesouro) dessa categoria da renda fixa possuem uma data de vencimento. Somente nesta
data o valor investido voltará para sua conta com os devidos juros. Sendo assim, os
valores que podemos precisar a qualquer momento devem se concentrar na renda fixa
pós-fixada com liquidez diária. Os valores que só queremos usar no futuro podem se
concentrar na renda fixa prefixada.

Os bancos emitem CDBs, LCI e LCA prefixados e que pagam IPCA + juro. O
Tesouro Direto oferece os títulos Tesouro Prefixado e o Tesouro Prefixado IPCA+ com
ou sem pagamento de juros semestrais.

O lado negativo dos títulos públicos prefixados e indexados pela inflação na


composição da sua carteira é a marcação a mercado. Embora esses títulos tenham uma
data de vencimento o Tesouro Direto exibe um preço do título para venda antecipada,
ou seja, caso você queira “desistir” do seu título antes do vencimento o Tesouro
recompra o mesmo. Isso equivale a ter liquidez diária dos seus títulos prefixados, mas
nem sempre isso será vantajoso.

O problema é que esse preço de venda antecipada muda todos os dias, muitas
vezes muda mais de uma vez por dia e nem sempre essas mudanças são positivas. Em
momentos de crise ou quando o mercado passa por um momento pessimista com relação
ao futuro da economia os preços para venda antecipada dos títulos prefixados e
indexados pela inflação tendem a cair, ou seja, os juros sobem e por consequência os
títulos ficam menos valorizados para a venda antecipada.

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Nada muda para quem carrega o título até o vencimento, mas para quem acessa o
extrato do Tesouro Direto ou da corretora onde comprou os títulos pode ser incômodo
perceber que o preço do seu título está caindo para uma venda antecipada que talvez
você não queira fazer. Para quem acompanha a carteira de investimentos também pode
existir a percepção de perdas no curto prazo.

Quando você compra títulos privados prefixados ou indexados pela inflação,


emitidos por bancos como os CDBs, LCIs e LCAs, a marcação a mercado não é exibida.
A corretora mostra o seu investimento sendo atualizado considerando que você vai
esperar o seu vencimento, ou seja, você acessa a curva de valorização do seu CDB, LCI
e LCA considerando a trajetória do preço até o vencimento.

Isso torna o investimento em CDB, LCI e LCA prefixados mais confortável para
o investidor que monitora a sua carteira de perto.

É claro que se por algum motivo você precisar se desfazer do seu CDB antes da
data de vencimento isso será feito pelo mercado secundário e neste caso o preço do CDB
será negociado pelos preços e taxas que estão vigorando no mercado, ou seja, com
marcação a mercado. Como falei, isso deve ser evitado investindo aquele dinheiro que
você realmente só precisará dele depois do vencimento.

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Como Juros e Inflação Afetam a Renda Fixa
O investimento em títulos prefixados e indexados pela inflação é mais ou menos
vantajoso dependendo do ciclo de alta ou queda dos juros e da inflação.

Já vimos anteriormente que a renda fixa que paga CDI ou Selic são mais atrativas
quando o Banco Central finalizou um ciclo de queda dos juros, está no início ou em
pleno ciclo de alta dos juros. A alta da Taxa Selic automaticamente eleva a rentabilidade
dos investimentos que pagam um percentual do CDI. Por outro lado, os ciclos de queda
dos juros reduzem as rentabilidades dos investimentos de renda fixa pós-fixada.

Entendendo que o objetivo do Banco Central quando eleva a taxa básica de juros
é a de frear a atividade econômica para frear a inflação, a alta da inflação pode resultar
em alta dos juros.

Para os investimentos de renda fixa prefixada e indexados ao IPCA a dinâmica é


diferente como mostra a tabela.

Renda Fixa Alta nos Juros Queda nos Juros Alta na Inflação Queda na Inflação
Indexados à Selic/CDI Positivo Negativo Negativo Positivo
Prefixados Negativo Positivo Negativo Positivo
Indexados ao IPCA Negativo Positivo Positivo Negativo

Os juros que devemos monitorar no estudo dos prefixados e indexados ao IPCA


são os juros futuros. Quando o Banco Central eleva a Taxa Selic ele está elevando juros
de curto prazo com o objetivo de reduzir as expectativas de inflação elevada no futuro
e por consequência reduzir os juros futuros.

Podemos monitorar os juros futuros através dos contratos de DI futuro.

Você encontra gráficos de DI futuro aqui. Exemplo: clique nos gráficos dos DI
2026 ou 2029 e você verá taxas próximas das que os bancos estão oferecendo nos CDBs,
LCIs e LCAs prefixados para vencimentos próximos a esses anos. O mesmo ocorre com
o Tesouro Prefixado.
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Quando o mercado espera uma piora nos fundamentos fiscais e econômicos do
país que resulte em mais inflação no futuro, essas taxas do DI futuro tendem a subir e
por consequência todos os investimentos prefixados e indexados ao IPCA também
sobem.

Dessa forma, o investimento em prefixados e indexado ao IPCA se torna mais


atrativo quando vivenciamos um mercado pessimista sobre o futuro e que por este
motivo trabalha com juros futuros já muito elevados, ou seja, muito acima dos juros de
curto prazo. Nesta situação podemos adquirir investimentos com juros prefixados em
patamares bem elevados.

O investimento em prefixados e indexados ao IPCA se torna menos atrativo


quando vivenciamos um clima de muito otimismo sobre o futuro quando as taxas
prefixadas, com vencimentos longos, estão muito baixas, ou seja, muito próximas dos
juros de curto prazo como a Taxa Selic. Nessa situação, qualquer evento que quebre
esse otimismo pode iniciar um ciclo de alta dos juros.

CDB prefixado e Indexados pelo IPCA


Para exemplificar veja como filtrar CDBs prefixados e que pagam IPCA + juros
através de uma corretora como a XP.

Após entrar na sua conta na corretora basta clicar em “Produtos”, depois em


“Renda Fixa” e por fim em “Emissões Bancárias” para acessar a ferramenta de busca e
filtros abaixo:

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Na figura acima você verá como ativar os filtros para listar apenas os CDBs
prefixados e indexados ao IPCA.

Você não encontrará prefixados e indexados ao IPCA com liquidez diária ou com
carência. Sempre será necessário esperar até data de vencimento para recuperar o seu
dinheiro + juros prometidos.

Diante disso, muitos investidores fazem diversos investimentos menores em


CDBs, LCIs e LCAs com vencimentos diferentes. Exemplo: ao invés de concentrar todo
o valor de R$ 50.000,00 em um único investimento com determinado vencimento, você
poderia dividir esse valor em 10 investimentos de R$ 5 mil com vencimento nos
próximos 6 meses, 1 ano, 2 anos, 3 anos, 4 anos, 5 anos etc. Inevitavelmente você terá
uma rentabilidade diferente para cada prazo e com isso você ficará com um retorno
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médio de todos esses investimentos. Essa é uma forma mais conservadora de investir
em prefixados.

Rating
Você viu na tabela com os investimentos de renda fixa da XP que existe uma
coluna com o Rating. Esse rating é uma nota de avaliação de alguma agência de
avaliação de risco.

Elas utilizam códigos com letras e sinais de + ou – para sinalizar um maior ou


menor risco do investimento no ativo emitido por uma determinada instituição
financeira.

Na tabela de exemplo você encontrará um CDB do Banco XP com Rating AA e


um CDB do Banco Pine com Rating BBB-.

Através da tabela abaixo você saberá que o CDB do Banco Pine, no dia em que
esse capítulo foi escrito, tinha avaliação BBB- que é considerada uma avaliação “Boa”
ainda dentro dos níveis de “grau de investimento”, mas bem no divisor de águas, pois
uma avaliação abaixo já está no nível de “grau especulativo”.

Já o CDB com Rating “AA” tem uma classificação ótima com relação ao risco,
ou seja, se trata de um ativo de baixo risco de inadimplência.

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Essas classificações ajudam você a exigir juros maiores para tomar a decisão de
investir em um determinado CDB, LCI ou LCA de algum banco com uma classificação
especulativa ou inferior a de outra oportunidade que você encontre.

Nem todos os investimentos exibem essa avaliação das agências pois geralmente
essas agências vendem essas informações e provavelmente existe alguma limitação com
relação a sua divulgação.

Na coluna “Risco” existe outro tipo de avaliação de risco desenvolvido pela


própria corretora. Ela apresenta uma pontuação de 0 até 100 onde quando maior o
número maior o risco. Isso ajuda a fazer comparações entre investimentos para que você
identifique aqueles que apresentem maior retorno para o menor risco. Os critérios para
a essa pontuação estão explicados nesse artigo aqui.

LCI e LCA Prefixados e Indexados pelo IPCA


Você pode localizar LCIs e LCAs seguindo o mesmo roteiro que já descrevi para
localizar CDBs através do exemplo da XP.

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Já vimos que os LCIs e LCAs são mais vantajosos que os CDBs serem isentos do
imposto de renda sobre os ganhos. Geralmente a vantagem é ainda maior quando os
comparamos com CDBs que vencem antes de 2 anos, quando as alíquotas do imposto
são maiores.

Se você estiver diante de um CDB prefixado e um LCI ou LCA prefixados com


taxas iguais o CDB perderá quando for descontado o imposto de renda sobre o ganho.

A taxa prefixada e que paga IPCA + juros no LCI e LCA já estão liquidas de
imposto de renda, enquanto a taxa prefixada e que paga IPCA + juros do CDB são
nominais, ou seja, ainda serão descontados os impostos e isso reduzirá o retorno do
investimento.

Uma dica para encontrar LCIs e LCAs com boas taxas é acessar os sites das
corretoras no período da manhã, depois das 10 horas, pois nesse momento muitas
oportunidades são oferecidas e logo se esgotam.

Eu tenho um livro completo sobre investimentos em CDB, LCI e LCA que


acompanham diversas planilhas e simuladores e tudo que você precisa saber para
encontrar os maiores retornos com os menores riscos na renda fixa. Para se aprofundar
conheça o livro: Como Investir em CDB, LCI e LCA.

Fundos de Renda Fixa e Indexados ao IPCA


Assim como ocorre com os títulos públicos prefixados e que pagam IPCA + juros
os fundos que investem nesses ativos sofrem marcação a mercado, ou seja, seu saldo
pode ser tão volátil quando um ativo de renda variável.

A missão da renda fixa na carteira é justamente reduzir a volatilidade e seu risco.

Os fundos que investem em títulos prefixados e indexados ao IPCA são chamados


de Fundos de Renda Fixa Indexados. Você encontra um ranking desses fundos visitando
aqui.

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Para exemplificar veja o exemplo deste fundo de um grande banco. No final dessa
ferramenta temos um gráfico que nos mostra a volatilidade.

Como podemos ver, em diversos momentos o fundo atingiu volatilidade acima


de 4% e em boa parte do tempo opera com volatilidade acima de 2%.

Caso queira utilizar esse tipo de fundo na sua carteira faça simulações e avalie o
histórico dos fundos mais antigos.

A vantagem de utilizar um fundo de renda fixa ou indexado ao IPCA no lugar de


investimentos diretos em ativos de renda fixa está na liquidez.

Você poderá sacar o dinheiro do fundo a qualquer momento enquanto o


investimento nos títulos dos bancos você terá que aguardar o vencimento. Pode ser uma
alternativa para aqueles que não querem manter recursos presos em prazos
determinados.

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Renda Variável
É custoso, trabalhoso e pouco eficaz montar carteiras de investimentos com ações
individuais.

Para montar uma carteira composta por ações individuais seria necessário
comprar e cuidar de pelo menos 15 a 20 ações de empresas diferentes distribuídas em
diversos setores.

Por muitos anos será necessário acompanhar o desempenho de cada empresa pelo
menos 4 vezes por ano quando forem publicados os balanços trimestrais.

Nem todas as pessoas possuem tempo e disposição para esta tarefa. Isso torna a
montagem de carteiras baseadas em ETFs uma solução prática, barata e muito objetiva
para expor seu capital a ativos de renda variável de forma muito diversificada, quase
que automaticamente.

Imagine o trabalho que seria comprar, cuidar ou vender mais de 80 ações que
fazem parte do Índice Bovespa para ter o desempenho da bolsa brasileira de forma bem
diversificada.

Para obter o mesmo desempenho, sem qualquer trabalho, bastaria comprar a


quantidade necessária de ETFs como o BOVA11, BOVV11 ou qualquer outro que
investe na carteira de ações que fazem parte do Índice Bovespa.

Para obter o desempenho das bolsas americanas seria necessário comprar as 500
ações que fazem parte do S&P500 com o objetivo de ter uma grande diversificação.
Comprar quantos IVVB11 forem necessários para sua carteira é a forma mais eficaz.

No Brasil temos alguns ETFs setoriais como o FIND11 que só investe em ações
de empresas do setor financeiro e MATB11 que só investe em ações do setor de
materiais básicos como mineradoras e siderúrgicas. São justamente estes os dois
principais setores das bolas brasileiras.

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Outra questão que devemos considerar é que nem mesmo os gestores
profissionais conseguem superar índices como o Índice Bovespa com facilidade
investindo em ações individuais.

Uma forma de testemunhar a dificuldade que é superar os índices e os ETFs que


investem nas carteiras dos índices é através da ferramenta de listagem e filtragem de
fundos que demonstrei no capítulo anterior.

Em junho de 2021 esse link aqui mostrava uma lista com 3096 fundos de ações
que estavas operacionais. Quando você acessar esse link no futuro provavelmente os
números serão outros, mas os resultados serão equivalentes.

O Índice Bovespa acumulava uma alta de 64,90% em 36 meses e o BOVA11 que


é composto pela mesma carteira teórica de ações do Índice Bovespa apresentou uma
rentabilidade de 64,36%.

Quantos fundos que investem em ações focam capazes de superar o BOVA11


nesses 36 meses?

Na pesquisa que fiz somente 33,97% dos fundos de ações (do total de 1052
fundos) conseguiram superar o BOVA11. A maioria (66,03%) entregou retorno menor
que o BOVA11.

Se a maioria dos gestores profissionais não conseguem entregar bons resultados


selecionando as ações que eles consideram as melhores, dificilmente pequenos
investidores conseguem bons resultados sem uma enorme exposição ao risco.

Você lembra da história que contei sobre atravessar uma grande avenida com os
olhos vendados no capítulo sobre a montagem da “Carteira D de Moderado Risco”?

Muitas vezes é possível ter bons resultados no curto prazo investindo em ações
bem específicas através de carteiras compostas por poucas ações, mas a falta de
diversificação significa que estamos correndo um risco difícil de avaliar. Muitos fundos
de ações e multimercado de gestores que conseguem resultados excepcionais por poucos

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anos estavam correndo riscos elevados. O mesmo acontece com pequenos investidores
que possuem carteiras pouco diversificadas, com ótimos resultados no curto prazo, mas
que dificilmente serão resultados sustentáveis no longo prazo.

A grande diversificação que cada ETF possui impede que o resultado muito
negativo em uma única ação ou em um único setor da economia produza grandes perdas
na sua carteira. Já vimos que tão importante quando obter ganhos é necessário evitar a
todo custo as grandes perdas por serem de difícil recuperação.

Queremos carteiras que fazem o nosso patrimônio crescer de forma constante,


devagar e sempre, como a metáfora da tartaruga que sempre vence o coelho. Para isso
precisamos de grande diversificação, como a diversificação que encontramos nos ETFs.

Bovespa
Os ETFs que investem na mesma carteira do índice Bovespa são: BOVA11,
BOVV11, BOVB11, XBOV11 e BBOV11. Os mais negociados e que por isso possuem
maior liquidez são BOVA11 e BOVV11. O BOVA11 é o mais antigo e por isto temos
mais histórico para fazer simulações.

Você encontrará a carteira teórica com todas as ações que fazem parte do Índice
Bovespa visitando aqui. As ações que fazem parte da carteira e sua participação podem
sofrer alterações em janeiro, maio e setembro.

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Você encontrará a página oficial de cada ETF no site de sua gestora. O site do
BOVA11 fica neste link. A BlackRock é uma das maiores gestoras de ETFs do mundo.
Você encontra os ETFs que eles possuem no Brasil visitando aqui.

É possível estudar os preços do BOVA11 através deste gráfico aqui.

Brasil 50
O PIBB11 é o ETF mais antigo da bolsa brasileira sendo uma boa opção para
fazer simulações. Ele investe na carteira teórica de ações do Índice Brasil 50 (veja aqui).
O PIBB11 investe em apenas 50 ações de maior valor de mercado.

O desempenho do PIBB11 é bem próximo do BOVA11 já que encontramos no


PIBB11 as ações de empresas com maior peso do BOVA11.

Outro ETF que segue o mesmo índice é o BRAX11, mas tem como desvantagem
ser muito pouco negociado, ou seja, nem sempre você encontrará um bom número de
investidores dispostos a comprar e vender esse ativo pelo seu preço de entrada ou saída.

A página oficial do PIBB11 fica aqui. Ele é um dos diversos ETFs geridos pelo
Itaú e que você encontrará no site It now.

Você pode estudar o preço do PIBB11 visitando aqui.

Small Cap
As empresas classificadas como Small Caps são as de menor capitalização. A B3
(que é a bolsa de valores brasileira) divide boa parte das ações listadas em dois grandes
índices que são o Índice MidLarge Cap (veja a carteira) e o Índice Small Cap (veja a
carteira). Todas as empresas que estão no grupo das 85% maiores em capitalização de
mercado fazem parte da carteira teórica do Índice MidLarge Cap. Todas as demais
empresas ou todas as que são de menor capitalização de mercado ficam na carteira do
Índice Small Cap.

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A capitalização de mercado de uma empresa equivale ao preço de todas as ações
que ela possui. As ações que fazem parte do Índice MidLarge Cap fazem parte do Índice
Bovespa. Dessa forma, para investir em todas as maiores empresas da bolsa brasileira
basta investir em um ETF como o BOVA11 ou similares que investem na carteira de
ações do Índice Bovespa.

Para investir as demais ações que possuem menor capitalização podemos utilizar
os ETFs que investem nas ações que fazem parte da carteira teórica do Índice Small
Cap.

O SMAL11 é o ETF gerido pela BlackRock que mais negociado neste segmento.
Existe outro ETF, menos negociado, que é o SMAC11 gerido pelo Itaú (veja aqui).

A página oficial do SMAL11 fica aqui. Você verá que o SMAL11 é um ETF mais
antigo e por consequência possui mais histórico para simulações.

Historicamente o SMAL11 é mais volátil que o BOVA11. É comum os retornos


das ações de empresas de menor capitalização serem mais voláteis no Brasil e no
Exterior. Dessa forma, adicionar Small Caps significa aumentar a volatilidade da
carteira.

É possível estudar o preço do Índice Small Cap visitando aqui.

Você pode estudar os preços do SMAL11 visitando aqui.

Setor Financeiro
O setor financeiro, junto com o setor de materiais básicos, são os que possuem
maior peso no Índice Bovespa.

O mapa abaixo mostra as ações que fazem parte do Índice Bovespa agrupadas por
setores da economia. A área azul representa as ações do setor financeiro. Quanto maior
a área de cada quadrado maior o peso da ação e do setor no índice.

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A B3 desenvolveu o Índice Financeiro (IFNC) composto por uma carteira teórica
de ações de empresas do setor financeiro que você pode conhecer visitando aqui.

O ETF FIND11 nos permite investir em uma carteira de ações de empresas como
bancos, seguradoras, serviços financeiros etc. Ele é composto pela mesma carteira de
ações do Índice Financeiro (IFNC).

A página oficial do FIND11, gerida pelo Itaú, fica aqui. É possível estudar os
preços do FIND11 visitando aqui.

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O gráfico acima mostra o BOVA11 (linha preta) na parte superior e no segundo
gráfico, na parte inferior, uma linha reta preta que representa a correlação do BOVA11
com BOVA11 que é igual a 1 (linha reta preta), correlação BOVA11 com FIND11
(linha azul) e a correlação de BOVA11 e MATB11 (linha verde).

Podemos entender que muitas vezes FIND11 perde um pouco da sua correlação
positiva com BOVA11 e muitas vezes MATB11, que é o ETF de Materiais Básicos que
estudaremos a seguir, perde totalmente a correlação positiva com BOVA11.

No capítulo sobre “Correlação” você a verá a importância de testar ativos com


menos correlação, descorrelacionados ou até com correlação negativa na composição
da sua carteira.

O setor financeiro costuma ser prejudicado quando a economia entre em crise,


recessão e existe um ciclo de redução da taxa de juros. Por outro lado o setor financeiro
se beneficia quando a economia está em crescimento ou se recuperando de uma crise.
O setor financeiro se beneficia quando a economia está aquecida e os juros estão em
alta.

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Materiais Básicos
É possível investir em uma carteira de ações de empresas que atual no setor de
materiais básicos através do ETF MATB11 gerido pelo Itaú (veja o site oficial). Este
ETF possui a carteira de ações do Índice de Materiais Básicos (IMAT) mantido pela B3,
veja a carteira de ações. Veja onde estudar o gráfico do IMAT.

O preço do ETF MATB11 pode ser estudado aqui.

O MATB11 é um ETF concentrado em poucas empresas. Elas estão relacionadas


com a produção de matéria prima que tem preços que sofrem a influência do dólar. É o
caso do minério, aço, celulose etc.

Dessa forma, o investimento em ações desse setor será mais atrativo na ocorrência
de ciclos de alta nos preços das commodities, valorização desses materiais básicos no
mercado internacional, valorização do dólar, crescimento da economia global e
principalmente da economia de países importam esses materiais das empresas
brasileiras.

O MATB11 perde sua correlação com o Índice Bovespa com muita frequência.
Vou apresentar alguns exemplos no capítulo sobre “Correlação”.

Na simulação abaixo, que você pode acessar aqui, usando dados entre junho de
2018 e junho de 2021, temos MATB11 e FIND11 com volatilidade acima da
volatilidade de BOVA11 em 6, 12, 24 e 36 meses.

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Diversificação Internacional com ETFs no Brasil
A diversificação dos investimentos através de ativos negociados no exterior vem
se tornando cada vez mais barato e fácil através dos ETFs lançados a partir de 2020.

Antes existiam poucas alternativas como o IVVB11 e SPXI11 que investem nas
ações que fazem parte do Índice S&P500.

Para o investimento em outros ETFs segmentados com ativos negociados em


outros países era necessário investir através de uma corretora no exterior, como ensino
através do livro “Como Investir no Exterior”. Como você pode ver neste site aqui, só
nas bolas americanas existem mais de 2500 ETFs especializados nos mais diversos tipos
de investimentos.

Grande parte dos novos ETFs lançados no Brasil para diversificação internacional
são ETFs que investem em ETFs negociados nos EUA. Todo ETF tem uma taxa
administrativa que remunera o seu gestor e que reduz o seu rendimento anual para o
investidor. Se você investe e um ETF que tem taxa administrativa de 0,30% ao ano isso
equivale a perder 0,30% de retorno anual. Quando investimos em ETFs negociados no
Brasil que se limitam a investir em ETFs negociados no exterior esse custo com taxa
administrativa será maior já que existe a taxa administrativa do gestor do ETF no Brasil
e a taxa administrativa que o gestor paga ao investir no ETF no exterior.

Dessa forma, investir diretamente no exterior para diversificação será mais barato
no longo prazo, mesmo considerando que você terá um pequeno custo para envio de
recursos para o exterior.

De qualquer forma, para os investidores que estão começando e aprendendo,


nunca foi tão fácil e barato fazer a diversificação internacional através de ETFs
negociados em reais na bolsa brasileira.

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Mercado Norte-Americano
O Índice S&P500 é o principal índice do mercado americano. Ele apresenta o
desempenho de uma carteira teórica composta pelas 500 principais ações negociadas
nas bolsas NYSE e Nasdaq.

Podemos ter o mesmo desempenho do S&P500 investindo em ETFs negociados


no Brasil como o IVVB11 e o SPXI11 sendo o IVVB11 o que tem maior liquidez. O
IVVB11 investe no ETF de código IVV que por sua vez investe em uma carteira com
500 das principais ações do mercado americano.

IVVB11 e IVV são geridas pela BlackRock. Você encontra a página oficial do
IVVB11 visitando aqui. Já a página do IVV está aqui.

O gráfico acima mostra que o setor de tecnologia da informação é o que mais


influencia o preço do IVV. Os setores de saúde, consumo, financeiro e comunicações
possuem pesos equivalentes.

Você terá um mapa da carteira de ações do S&P500 visitando aqui. As ações


estão separadas por setores. Quanto maior a área do setor e de cada ação maior a sua
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capitalização. Você terá a lista com todas as ações do S&P500 ordenadas por
capitalização visitando aqui.

Investir em IVVB11 equivale a ter o seu patrimônio exposto a variações do dólar,


já que o IVV é negociado em dólares e ter exposição a variações dos preços de todas as
500 ações que fazem parte do S&P500. Podemos dizer que investir em IVVB11
equivale a investir em dólares ao mesmo tempo em que se investe no desempenho da
economia americana.

Mercado Europeu
Através do EURP11 é possível investir no IEUR, que é um ETF negociado nas
bolsas americanas que investe nas ações de mais de 1000 empresas em 11 países da
Europa (veja a página do ETF). Ainda existe um histórico pequeno de preços para
simulações usando o EURP11 (veja o gráfico de preços). Já o IEUR existe desde 2014,
veja seu gráfico aqui. A página do IEUR está aqui.

O preço deste ETF é influenciado pelos preços das ações que fazem parte da sua
carteira, cotação dólar em relação a outras moedas como o euro e cotação do dólar em
reais.

A carteira do ETF é composta por ações que fazem pare do índice MSCI Europe
Index (fonte do gráfico). Podemos ver que existe uma maior concentração em ações do

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Reino Unido, França, Suíça e Alemanha que são as grandes economias da Europa. Os
principais setores são: financeiro, indústria, saúde e consumo.

Mercados Globais
Um dos ETFs com maior diversificação que temos na bolsa brasileira é o
ACWI11 gerido pela XP Asset (veja a página). Este ETF investe no ACWI que é um
ETF da BlackRock negociado nos EUA que por sua vez investe nas ações de mais de
2300 empresas de diversos países. Veja este e outros gráficos na página do ACWI.

A tabela nos mostra que mais da metade do patrimônio do ETF está investido em
ações de empresas dos EUA e percentuais muito pequenos em outros países. Neste caso
é importante considerar a possível sobreposição de ativos que fazem parte do ACWI11
e em outros ETFs como o IVVB11

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A tabela nos mostra que existe uma concentração maior em ações de empresas de
tecnologia.

Você pode estudar o preço do ACWI11 visitando aqui e o preço do ACWI aqui.

Mercado Chines
O XINA11 (página oficial) é o ETF negociado na bolsa brasileira que investe no
MCHI (página oficial) que é um ETF negociado nas bolsas americanas que investe em
mais de 600 ações de empresas chinesas de grande e médio porte de capital aberto. Entre
essas ações existem aquelas listadas nas bolas da China e as listadas na bolsa de Nova
Iorque por meio de ADRs (equivalentes aos BDRs que temos na bolsa brasileira).

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Os setores onde o ETF mais investe são os de tecnologia, financeiro e de consumo
cíclico. Você encontrará esse gráfico sempre atualizado aqui, que é um bom site para
estudos de ETFs negociados nos EUA.

A China é a segunda maior economia do mundo e o maior parceiro comercial de


mais de 120 países e um deles é o Brasil.

Você pode estudar os preços do XINA11 visitando aqui. Para estudar o MCHI
visite aqui. O preço deste ETF sofre as variações do dólar, da moeda chinesa e dos
preços das ações das empresas onde investe.

Criptomoedas
O primeiro ETF negociado na bolsa brasileira que investe em uma carteira de
criptomoedas é o HASH11 (página do ETF). Na verdade o HASH11 investe no ETF de
código HDEX.BH que é negociado na Bermuda Stock Exchange (Bolsa de Valores das
Bermudas), território britânico.

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As criptomoedas e os pesos de cada uma na carteira seguem o Índice NCI da
Nasdaq (veja aqui).

Este ETF é um dos mais voláteis da bolsa brasileira. O preço do HASH11 chegou
a cair 55% nos primeiros 30 dias após o seu lançamento no Brasil devido a uma forte
queda nos preços das suas principais criptomoedas.

No site da gestora do ETF é possível fazer simulações para entender o impacto


desta volatilidade em uma carteira, veja aqui: https://www.hashdex.com.br/simulador

Você pode estudar o preço do HASH11 visitando aqui. Destinando uma parcela
pequena da sua carteira para investimentos mais voláteis você limitará as perdas,
embora também limite os ganhos.

Em 2021 foi lançado na bolsa brasileira o QBTC11 que é um ETF que só investe
em Bitcoin. Para mais detalhes visite a página do ETF.

Mercado de Tecnologia
Existem diversos ETFs que investem em ações de empresas de tecnologia
negociadas nos EUA que foram lançados no Brasil a partir de 2021.

O NASD11 da gestora XP Asset (veja o site do ETF) investe no QQQ, que talvez
seja um dos ETFs de tecnologia mais negociados do mundo.

O QQQ é gerido pela Invesco, uma das grandes gestoras de ETFs do mundo (veja
o site do QQQ). Sua carteira de investimentos é composta pelas 100 principais ações
negociadas na Nasdaq.

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Os gráficos acima mostram que o QQQ, onde o NASD11 investe, concentra seus
investimentos em empresas de tecnologia. Apenas 10 empresas das 100 que fazem parte
da carteira concentram 53% do investimento. Para estudar os gráficos acima atualizados
visite aqui.

Caso tenha na sua carteira ETFs que investem na carteira do S&P500, como é o
caso do IVVB11, tenha o cuidado de observar a sobreposição de ativos. Você verá que
empresas como Apple, Microsoft, Amazon e outras estão no IVVB11 e no NASQ11.
Isso eleva sua exposição nestes ativos, ou seja, amenta sua concentração em
determinados ativos que equivale a reduzir a sua diversificação.

Para estudar os preços do NASQ11 visite aqui. Para estudar os preços do QQQ
visite aqui.

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O TECK11 é um ETF gerido pelo Itaú que investe de forma muito concentrada
em apenas 10 ações de empresas de tecnologia. Veja a composição da carteira aqui.
Essa carteira é definida pelo Índice NYSE FANG+

Este ETF investe diretamente nas ações e não em um outro ETF que investe nas
ações.

O gráfico acima nos mostra que o ETF investe mais ou menos 10% do seu
patrimônio em cada uma das 10 ações.

Para estudar os preços do TECK11 visite aqui.

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O HTEK11 é outro ETF de tecnologia gerido pelo Itaú, mas com foco em
empresas de tecnologia que atuam no setor de saúde (site do ETF). A carteira é composta
por 50 ações dos setores de Bioinformática e Neurociência & Medicina que fazem parte
da carteira teórica do índice Morningstar US Exponential Technologies Healthcare.

O investimento do HTEK11 é bem distribuído entre as 50 ações da carteira. A


ação que tem maior peso representa apenas 3% da carteira do ETF. As demais ações
possuem entre 1,3% e 2,5% da carteira.

Isso significa que uma forte volatilidade em uma das ações da carteira não será
suficiente para impactar o preço do ETF de forma significativa.

Para estudar o preço do HTEK11 visite aqui.

O MILL11 é um ETF que investe em empresas de tecnologia que tem uma


temática específica e talvez muito subjetiva. O MILL11 investe nas ações das 50
empresas que tendem a se beneficiar do aumento no poder de consumo da geração
Millenials, também conhecida como Geração Y.

População de mais ou menos 1,8 bilhão de pessoas (23% da população mundial)


nasceu entre 1980 e 2000 e tem entre 20 e 40 anos. Seu comportamento e preferências
beneficiariam uma série de empresas que fazem parte da carteira teórica do índice MSCI
USA IMI MILLENNIALS SELECT 50.

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Acima temos o código das ações com maior peso na carteira. A vantagem deste
tipo de carteira é a baixa concentração do investimento em cada ação. A NVDA, que é
uma empresa conhecida por sua produção de placas de vídeo tem maior peso na carteira
mas isto fica limitado a 6,47%.

Para estudar o preço do MILL11 visite aqui.

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Diversificando com Ouro
Podemos investir em ouro na bolsa brasileira através do ETF de código GOLD11
lançado pela XP Asset em dezembro de 2020. Veja a página oficial do ETF.

Como você poderá ver nesta página aqui, o GOLD11 investe no ETF de código
IAU da BlackRock (veja a página aqui), que é um dos ETFs de metais preciosos com
maior valor de mercado do mundo, só perdendo para o GLD.

O IAU investe em ouro físico que fica em cofres localizados em Londres e Nova
Iorque do Banco J.P.Morgan, um dos maiores bancos dos EUA e do mundo.

Como o preço do ouro é cotado em dólares o GOLD11 sofrerá as variações do


dólar e do ouro e assim temos uma dupla exposição do investimento. Dólar em alta e
ouro em alta potencializa a alta de GOLD11 enquanto dólar em baixa e ouro em baixa
potencializa a queda. Dólar e ouro em sentidos contrários resultam em um movimento
de volatilidade amenizada.

Ainda existem poucos dados históricos sobre o GOLD11 para realizar simulações
de carteiras.

Você pode estudar o preço do GOLD11 visitando aqui e o preço do IAU visitando
aqui. A tabela com os retornos mensais do GOLD11 fica aqui.

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Tolerância ao Risco

Todo risco está relacionado a um tipo de incerteza. Cada investimento tem seu
nível de incerteza sobre o seu retorno e isso pode ser observado e até medido através de
indicadores estatísticos. Por outro lado, cada investidor tem seu nível de tolerância ao
risco e muitas vezes o investidor não conhece sua própria tolerância.

A tolerância ao risco é a capacidade emocional do investidor suportar perdas nos


seus investimentos durante algum tempo. Tolerar significa não se desfazer do
investimento de forma injustificada e não se preocupar de forma exagerada.

O teste do travesseiro é muito utilizado para identificar se a volatilidade da sua


carteira de investimentos é adequada para a sua tolerância ao risco.

Se os seus investimentos não aparecem na sua mente quando você coloca a cabeça
no travesseiro antes de dormir, sua tolerância ao risco está compatível com o nível de
risco de sua carteira, a não ser que você esteja se comportando como aquele que
atravessa a avenida com os olhos vendados, sem consciência do risco que está correndo
por falta de estudo dos dados históricos dos investimentos.

Matematicamente a sua tolerância ao risco é o quanto a sua carteira pode variar,


especialmente nas quedas, antes que você tome uma decisão emocional, baseada no
medo, que levará você a abandonar a sua estratégia de investimentos.

O mais importante para um investidor é aprender o quanto ele pode perder para
que seja possível ganhar. Suportar a volatilidade é o preço a se pagar para cada
percentual de retorno conquistado no futuro.

Você precisa descobrir um ponto de equilíbrio, dentro de você, entre a “vontade


de ganhar mais” x “o medo de perder o que já se tem”.

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Corremos risco por capacidade, vontade ou necessidade. Isso tem relação com
poder, querer e precisar. Nem tudo que você pode você quer. Nem tudo que você quer
você precisa. Nem tudo que você precisa você pode.

A capacidade de correr risco (poder correr riscos) envolve o seu horizonte de


tempo e liquidez. Você é jovem suficiente ou tem tempo suficiente diante dos seus
planos para correr riscos e, no caso de perdas, esperar a recuperação do mercado?

Você tem dinheiro suficiente na sua reserva de emergência que garanta a liquidez
necessária para manter o seu estilo de vida, sem precisar vender seus investimentos de
maior risco justamente quando eles estiverem passando por um momento de queda?

Se você perder o dinheiro que aplicou em um investimento muito arriscado, de


forma definitiva, isso vai prejudicar sua saúde mental e financeira gravemente?

Veja que correr riscos é para quem pode assumir esses riscos. Nem todos os
investidores podem correr riscos elevados. Reflita sobre qual é o nível de risco você
pode correr.

Sobre a vontade (querer correr risco). Você tem vontade de correr mais riscos
quando percebe que isso é o preço a se pagar para obter mais ganhos. No entanto, você
não tem vontade de perder seu sono, tranquilidade e paz de espírito. Em algum ponto
sua vontade de ganhar será equivalente à sua vontade de manter sua saúde emocional.
Existe um ponto de equilíbrio que precisa ser descoberto enquanto você investe e ganha
experiência.

Por fim temos a necessidade (precisar correr risco). A necessidade de correr


riscos é determinada pela taxa de retorno que você precisa para atingir seus objetivos
financeiros.

Se você já atingiu seus objetivos financeiros, provavelmente não vai precisar


correr tantos riscos. Você até pode correr riscos, até tem vontade de correr mais riscos,

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mas talvez não seja mais necessário correr tanto risco considerando a taxa de retorno
que você precisa para atingir um objetivo.

Sempre avalie o que é suficiente para você, pois será imprudente correr mais
riscos do que o necessário, uma vez que o valor dos ganhos adicionais pode ser menos
importante do que as consequências de perdas severas quando já se tem muito a perder.

Se você sentir dificuldade para identificar o seu nível de tolerância ao risco saiba
que isso é o normal. Estamos falando de conhecer a si mesmo, seus objetivos e
necessidades que são únicos. Por este motivo não é fácil e talvez exija tempo e
amadurecimento.

Para dificultar as coisas, a percepção do risco não é estática. Ela está em constante
fluxo. Sua percepção e tolerância ao risco dependem de memórias, experiências
passadas, se você é solteiro, casado, se tem filhos, sua idade e até do seu humor nesse
momento.

Se os investimentos de maior risco estiverem em tendência de alta e você estiver


feliz com os últimos resultados certamente estará disposto(a) a correr mais riscos.
Veremos neste livro que a carteira de investimentos ajudará você a agir de forma
contrária, especialmente no capítulo sobre reequilíbrio da carteira.

Quando seus investimentos de maior risco estiverem performando bem, a


estratégia vai convidar você a reequilibrar a sua carteira de investimentos e isso significa
transferir recursos do investimento de maior risco para o de menor risco na busca do
reequilíbrio.

Larry Swedroe, autor de diversos livros sobre investimentos, adota uma tabela
sobre a perda máxima para cada carteira. Vamos entender melhor.

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Renda Variável / Renda Fixa Perda Máxima Tolerada
20% / 80% 5%
30% / 70 % 10%
40% / 60% 15%
50% / 50% 20%
60% / 40% 25%
70% / 30% 30%
80% / 20% 35%
90% / 10% 40%
100% / 0% 50%

Na primeira linha da tabela temos uma carteira composta por 20% de renda
variável e 80% de renda fixa. Poderia ser 20% em ações ou ETFs que investem em ações
e 80% em títulos públicos ou títulos de renda fixa emitidos por bancos.

Para esse tipo de carteira o investidor precisa ter um nível de tolerância ao risco
para suportar perdas máximas de até 5%.

Já o dono de uma carteira composta por 80% de ações e 20% de renda fixa deveria
estar disposto a tolerar perdas de até 35%. Quem tem 100% da sua carteira em renda
variável deve se sentir confortável com perdas de até 50%, pois seria um nível de perda
natural e esperada para esse tipo de carteira em situações de crise.

Esse tipo de tabela não deve ser entendido como uma receita. Ela é apenas um
convite para que você reflita e crie a sua própria tabela de tolerância. Veja uma tabela
que criei para mim.

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Renda Variável Renda Fixa Tolerância
10% 90% -7%
20% 80% -13%
30% 70% -20%
40% 60% -27%
50% 50% -33%
60% 40% -40%
70% 30% -47%
80% 20% -53%
90% 10% -60%
100% 0% -67%

Faz muito tempo que o autor Larry Swedroe sugeriu a sua tabela. Naquele tempo
não existiam operações feitas por robôs e eram poucos investidores pessoas físicas
tomando decisões baseadas em notícias, boatos e conteúdo de redes sociais.

No meu entendimento a volatilidade da renda variável vem crescendo e as crises


desencadeiam movimentos rápidos e muito amplos em alguns ativos de renda variável.

Na tabela que fiz acima estou considerando que os investimentos de renda


variável podem cair até atingirem um terço de seu valor nos momentos de crise. Tenho
como base a observação do mercado nas últimas décadas em situações de crise.

Exemplo: na tabela temos a informação de que uma carteira com 50% renda
variável e 50% renda fixa exige uma tolerância a quedas de -33% na carteira.

Imagine que você tem R$ 50 (50%) em renda variável e R$ 50 (50%) em renda


fixa totalizando R$ 100 (totaliza 100% da carteira). Ocorre uma crise e seus R$ 50 na
renda variável fica 3 vezes menor, ou seja, o investimento de renda variável passa a ser
de R$ 16,66 (50 / 3 = 16,66).

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Agora sua carteira tem R$ 66,66 (16,66 de renda variável + 50 de renda fixa).
Esses 66,66 equivalem a uma variação de -33,33% na sua carteira que totalizava R$ 100
antes da crise.

Então basta imaginar que no pior momento a sua renda variável pode perder cair
até 3 vezes e isso estará dentro da normalidade.

O impacto dessa queda na sua carteira dependerá de quanto você alocou na renda
variável. Quanto maior a alocação em renda variável maior o impacto na carteira.

Na primeira linha da nossa tabela, uma carteira conservadora onde temos 10%
em renda variável e 90% em renda fixa exigiria do investidor uma tolerância ao risco
capaz de suportar perdas de 7% na carteira, ou seja, para cada R$ 100 investidos na
carteira você deveria suportar perdas de R$ 7 nos piores momentos do mercado. Para
uma carteira com 50% em renda fixa e 50% em renda variável as perdas de até -33%
seriam normais e até esperadas.

Tenha em mente que a quantidade de renda variável da sua carteira deve ser
compatível com o quanto você aceita perder ou quanto risco você tolera.

Volatilidade: Risco do Investimento

Risco é incerteza e a principal incerteza que devemos avaliar antes de fazer um


investimento é a incerteza sobre seus retornos no futuro. Para isso devemos medir a
volatilidade do investimento que é o grau de variação dos retornos no passado. Mesmo
assim devemos considerar que no mundo dos investimentos o futuro não tem qualquer
compromisso com o passado. Resultados passados não garantem os resultados futuro já
que tudo que estudamos sobre o futuro está relacionado com probabilidades e não com
certezas.

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Podemos descobrir a volatilidade de uma carteira ou de um investimento
específico calculando o desvio padrão dos retornos passados, como veremos nos
próximos exemplos.

É claro que você não precisa fazer cálculos de desvio padrão manualmente para
descobrir a volatilidade dos ativos e das suas carteiras. Já vimos no capítulo “Carteiras
Simuladas” que as ferramentas que simulam carteiras podem calcular a volatilidade
anualizada dos ativos.

Vou ensinar mais adiante como você pode calcular a volatilidade de qualquer
investimento utilizando uma função muito simples no Excel.

O que realmente precisamos fazer agora é aprender a interpretar o que significa a


volatilidade que as ferramentas e os cálculos vão nos apresentar.

Vamos aprender a interpretar a volatilidade através de dois exemplos didáticos.

Exemplo 1:
Vamos imaginar que ofereceram para você um investimento que na média rendeu
5% ao mês nos últimos 24 meses com volatilidade 10%.

Se existiu volatilidade isso já significa que estamos diante de um investimento de


renda variável, ou seja, existiram meses em que ele rendeu abaixo de 5% e meses que
rendeu acima de 5%. Mas quanto esse retorno pode ter variado?

Como a volatilidade informada foi de 10% então você pode fazer a leitura de que
na maioria dos meses o retorno esteve em uma faixa até 10 pontos percentuais abaixo
de 5% e até 10 pontos percentuais acima de 5%, ou seja, entre -5% e +15% já que -5%
é 10 pontos percentuais abaixo de 5% e +15% é 10 pontos percentuais acima de 5%.

Para facilitar o entendimento desse exemplo fiz a imagem abaixo para representar
essa faixa de 10% de volatilidade no retorno do investimento que rende 5% em média.

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No centro do gráfico, destacado com a cor verde, acima temos o retorno médio
do ativo que é de 5% em um determinado período que no nosso exemplo é de 24 meses.
Se temos a informação de que a sua volatilidade é de 10% podemos entender a
rentabilidade mensal variou bastante em uma faixa de -5% a + 15% como indicado na
figura acima.

Como já destacamos, o cálculo da volatilidade é na verdade o cálculo do desvio


padrão. Como essas distâncias entre -5% e +15% equivalem a um desvio padrão,
aplicando um conceito estático conhecido como Distribuição Normal, podemos estudar
as probabilidades dos retornos estarem dentro dessa faixa de um desvio padrão.

Para ilustrar veja a figura:

Existe a probabilidade ou a chance de 68,2% dos retornos dos próximos meses se


encontrarem nessa faixa entre -5% e + 15, tendo como base o comportamento dos
retornos passados.

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Também podemos dizer que temos 34,1% de chance dos retornos dos próximos
meses estarem entre -5% e +5% e 34,1% de chance de estarem entre +5% e +15%.

Vamos entender como essa probabilidade funciona.

O gráfico acima, na forma de sino, representa uma distribuição normal que é


estudada em estatística e probabilidade. Sei que ensinar estatística foge do objetivo
desse livro, mas vou destacar apenas os pontos úteis para o entendimento da volatilidade
e de suas probabilidades nos investimentos.

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Veja que temos no centro do gráfico acima o retorno médio que é de 5% ao ano.
O -1σ representa o retorno médio menos um desvio padrão. Nosso desvio padrão é a
nossa volatilidade de 10%. Então -1σ equivale a 5% - 10% = -5%. O 1σ represente o
retorno médio mais um desvio padrão, ou seja, 5% + 10% = 15% como 1σ. Em
probabilidade se sabe que temos 68,2% de probabilidade de os retornos futuros estarem
entre esses dois limites de menos um e mais um desvio padrão que no nosso exemplo,
como você pode ver abaixo, fica entre -5% e +15%.

Então podemos considerar a probabilidade de em 68,2% dos meses o retorno estar


entre -5% e 15% sendo 34,1% entre -5% e +5% e 34,1% de probabilidade de ser entre
5% e 15%.

O valor de -2σ representa duas vezes o desvio padrão abaixo do retorno médio.
Já que no nosso exemplo a volatilidade que representa um desvio padrão é 10%, dois
desvios padrões será 20% (2 x 10 = 20). Então -2σ será -15% (5-20=-15) e 2σ será +25
(5+20=25).

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Olhando o gráfico podemos dizer que temos uma probabilidade de 13,6% do
retorno ficar entre -15% e -5% e 13,6% de probabilidade de ficar entre 15% e 25%.

Somando as probabilidades de um e dois desvios temos 95,4% (34,1 + 34,1 +


13,6 + 13,6 = 95,4) de probabilidade de o retorno ficar entre -15% e +25% nos próximos
meses.

A probabilidade de o retorno assumir qualquer valor até três desvios padrões será
de 99,73%, ou seja, em 99,73% dos meses o retorno provavelmente ficará entre -25% e
+35% para este exemplo.

Toda essa explicação apenas para que possamos entender que um investimento
que tem 5% de retorno médio por mês com uma volatilidade de 10% pode nos reservar
muitas surpresas. Por ser um investimento volátil devemos nos preparar para retornos
mensais que podem variar entre -5% e 15% em 68,2% das vezes e entre -15% e +25%
em 95,4% das vezes.

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Dessa forma, saber a volatilidade de um investimento nos permite conhecer o
quanto os retornos podem variar e a probabilidade de isso acontecer no futuro.

Para considerar o uso da distribuição normal devemos aceitar que os ativos de


renda variável sofrem variações praticamente aleatória de sua rentabilidade nos prazos
mais curtos. Crises políticas, pandemias, tragédias naturais, pronunciamentos
desastrosos de líderes políticos em redes sociais e notícias de todos os tipos em qualquer
parte do mundo representam eventos aleatórios que interferem nos preços dos ativos
diariamente.

Já nos prazos longos podemos observar a existência de tendências de alta, baixa


ou lateralizações relacionados com os fundamentos dos ativos e da economia. No
capítulo sobre “Reequilíbrio da Carteira” teremos subcapítulos sobre outras ferramentas
da estatística como regressão linear, médias e força relativa para identificar tendências.

Exemplo 2:
Agora vamos comparar dois investimentos. Vamos imaginar que precisamos
escolher um de dois investimentos para compor nossa carteira.

O investimento A teve um retorno médio de 10% ao ano com volatilidade (desvio


padrão) de 5 pontos percentuais.

O investimento B tem teve um retorno médio de 12% no mesmo período, mas


com volatilidade (desvio padrão) de 15 pontos percentuais.

Olhando somente o retorno médio, o investimento B com retorno de 12% parece


melhor que o investimento A que rendeu 10%. Mas quando consideramos o risco
(volatilidade) entendemos que o investimento A entregou os 10% expondo o investidor
a um risco bem menor, ou seja, variações menos amplas dos preços no período se
comparado com o investimento B.

Se o investimento A entrega 10% de retorno com volatilidade de 5% então


podemos esperar uma probabilidade de 68,2% de o retorno variar entre +5% e +15%
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em algum ponto aleatório do futuro pois isso representa 5% abaixo e 5% acima do
retorno médio que é 10%.

Se o investimento B entrega 12% de retorno com volatilidade de 15% podemos


esperar um retorno que pode variar entre -3% e +27% em 68,2% das vezes, já que isso
equivale a 15% abaixo e 15% acima do retorno médio de 12%.

Podemos concluir que o investimento A entrega um retorno médio próximo do


que teríamos no investimento B mas expondo nosso investimento a uma volatilidade
bem menor.

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Quando você estiver diante de qualquer investimento verifique se ele conseguiu
atingir o objetivo de entregar um bom retorno, mas nunca se esqueça de preguntar: “O
que custou?”.

Muitas vezes atingir determinado resultado custou uma enorme volatilidade que
poderia superar a sua tolerância ao risco. Isso traria insegurança, desconforto e noites
perdidas com preocupações envolvendo investimentos.

Calcular a Volatilidade
Já vimos que existem ferramentas que calculam a volatilidade, como a que
usamos para simular as carteiras neste livro. Agora quero demonstrar como esses
cálculos são feitos através de planilhas. Mesmo que você não queira utilizar planilhas
acredito que é importante entender como esses cálculos são feitos.

Exemplo 1
Como exemplo preparei uma planilha que calcula a volatilidade do BOVA11
utilizando retornos diários entre 04/06/2018 e 02/06/2021, que é exatamente a mesma
janela de tempo que utilizamos nas simulações que estão no capítulo “Carteiras
Simuladas”. Veja um exemplo de simulação da ferramenta visitando aqui.
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A planilha que demonstra o cálculo acompanha esse livro e se chama
“Volatilidade_BOVA11.xlsx”.

Abra a planilha e você verá algo assim:

Veja que temos uma tabela com as datas, preços e retornos do BOVA11 entre
04/06/2018 e 02/06/2021 que totaliza 36 meses. No capítulo “Fonte Gratuita de
Cotações” eu mostrei como obter essas informações atualizadas caso queira utilizar esta
mesma planilha no futuro com novos dados ou até informações sobre outros ativos.

Depois temos o cálculo da volatilidade diária utilizando a função


=DESVPAD(D7:D747) que resulta em 1,93% de desvio padrão e este desvio padrão é
a nossa volatilidade.

Assim podemos esperar que o BOVA11 tenha um retorno diário entre 1,93%
abaixo ou 1,93 acima do seu retorno médio diário. Caso você queira, pode calcular a
média diária com a função: =MÉDIA(D7:D747). Neste caso ela seria de apenas 0,09%
por dia.

A planilha também mostra a volatilidade diária anualizada, ou seja,


transformamos a taxa de 1,93% ao dia em uma taxa equivalente só que ao ano. Usamos
a fórmula =G7*RAIZ(252) onde G7 é a célula onde está a volatilidade diária de 1,93
que ao ser multiplicada pela raiz de 252 produz uma volatilidade anualizada de 30,64%.
Então podemos dizer que 1,93% de volatilidade diária equivale a 30,64% de volatilidade
anual. Podemos entender que a volatilidade anualizada do BOVA11 nos últimos 36
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meses foi de 30,64% e com isso podemos esperar um retorno entre 30,64% abaixo da
do retorno médio e 30,64% acima do retorno médio anual do BOVA11 como medida
de volatilidade.

Veja que na mesma planilha fizemos os mesmos cálculos só que utilizando os


últimos 12 meses e não os últimos 36 meses. Como resultado tivemos uma volatilidade
anualizada de 22,84%.

Veja na simulação da ferramenta visitando aqui que esses valores de 30,64% de


volatilidade anualizada nos últimos 36 meses e 22,84% nos últimos 12 meses estão
muito próximas dos valores que aparecem na tabela “Rendimento Simulado”, como
mostra a figura abaixo. Pequenas diferenças podem ocorrer dependendo de questões
como as formas como os valores são arredondados nos cálculos.

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Exemplo 2
Aqui você terá outro exemplo prático que preparei através de uma nova planilha
que permite calcular a volatilidade de uma série de 36 meses de um ativo qualquer ou
mesmo de uma carteira de investimentos.

A planilha ainda interpreta o resultado considerando as probabilidades de uma


distribuição normal. A planilha se chama “Calculadora_de_Risco.xlsx” e acompanha
este livro.

Veja que a planilha já está preenchida com o retorno de 36 meses do BOVA11


como um exemplo prático.

Já vimos que no Excel encontramos a volatilidade calculando o desvio padrão


através da função =DESVPAD( ), para conhecer a função viste aqui.

Para transformar a volatilidade mensal em volatilidade anual multiplicamos o


resultado do =DESVPAD(Mês1:Mês36) pelo resultado de RAIZ(12). Podemos obter o
retorno médio através da função =MÉDIA(Mês1:Mês36).

Logo abaixo temos um exemplo que vou descrever.

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A planilha calculou o retorno médio do BOVA11 nos 36 meses e nos informou
que foi de 1,72% com volatilidade de 7,92%. Mas o que isso significa?

Já sabemos que a volatilidade de 7,92% equivale a um desvio padrão, ou seja, um


desvio para baixo do retorno médio de 1,72% será -6,21% (já que 1,72 – 7,92 = -6,21).
Um desvio padrão acima do retorno médio de 1,72% será 9,64% (já que 1,72 + 7,92 é
9,64).

Agora já sabemos que temos uma chance de 68,2% de os retornos nos meses
seguintes ficarem entre -6,21% e +7,92%. Também podemos considerar a chance de
34,1% do retorno ficar entre -6,21 e 1,72 e de outros 34,1% de ficar entre 1,72 e 9,64%.

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Depois temos o resultado de 2 desvios padrões e 3 desvios padrões que ocorrem
na menor parte do tempo ou de forma mais rara. No gráfico podemos ver que somente
13,6% do tempo o retorno ficará -14,13% e -6,21% e no extremo oposto de +9,64 e
+17,56%. Também temos a informação de que em 95,45% das vezes o retorno ficará
nos limites de 2 desvios padrões entre -14,13 e +17,56%.

Na planilha também temos o mesmo exemplo considerando retornos anualizados.


Geralmente a volatilidade dos ativos é divulgada anualizada.

Vale destacar que estamos analisando padrões de risco que aconteceram no


passado e não existe qualquer garantia de que o mesmo nível de risco ou volatilidade se
manterá no futuro, embora exista a tendência de que se mantenha. Os ativos podem
passar por períodos de maior ou menor volatilidade no decorrer dos anos. É interessante
fazer simulações escolhendo séries históricas onde encontramos essa maior e menor
volatilidade.

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Consultar a Volatilidade
No site da B3 é possível consultar a volatilidade já calculada das ações, fundos
imobiliários, BDRs e ETFs visitando aqui.

Vamos supor que você queira comparar a volatilidade do BOVA11 e SMALL11.


Visitando aqui selecione o período de 12 meses e busca por “ishare”.

BOVA11 e SMAL11 são ETFs geridos pela Ishares da BlackRock e por isso
buscamos a palavra “Ishares” por ser parte dos nomes desses ETFs. Você pode buscar
o código específico do ativo ou parte do seu nome.

No exemplo podemos ver que BOVA11 teve volatilidade anualizada de 22,15%


e SMAL11 volatilidade de 24,28% nos últimos 12 meses. O SMAL11 foi mais volátil
que BOVA11.

Este número 0,0139558332166 que aparece como desvio padrão do BOVA11


pode ser multiplicado por 100 para se apresentar como 1,39% de volatilidade diária, ou
seja, nos últimos 12 meses a volatilidade diária do BOVA11 foi de 1,39% acima e 1,39%
abaixo do retorno diário médio. A volatilidade anualizada de 22,15% nada mais é do
que esse 1,39 transformado em uma taxa anualizada. Fazemos isso multiplicando o
1,39% pela raiz de 252.

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Agora procure por “It now” e você terá todos os ETFs geridos pelo Itaú. No
exemplo abaixo podemos observar que MATB11 e FIND11 que são ETFs que
representam os setores de materiais básicos e financeiros possuem volatilidade maior
que a do BOVA11. Já o DIVO11 que é um ETF que investe em ações boas pagadoras
de dividendos tem a menor volatilidade. Este ETF possui muitas ações de empresas do
setor elétrico que historicamente são boas pagadoras de dividendos com volatilidade
menor que a do Índice Bovespa.

Quanto maior a volatilidade anualizada mais volátil é o ativo e por este motivo
mais incerto será o retorno futuro. Incerteza é sinônimo de risco. Precisamos saber se o
retorno compensa o risco. É o que vamos aprender no próximo capítulo sobre Índice de
Sharpe.

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Índice de Sharpe

O Índice de Sharpe é calculado através de uma fórmula matemática muito simples


que permite identificar quanto retorno um investimento ou uma carteira de
investimentos entregou para cada ponto percentual de exposição ao risco (volatilidade).

Ele permite comparar a relação de risco e retorno entre investimentos ou


diferentes carteiras de investimentos. É por este motivo que o Índice de Sharpe é muito
utilizado para comparar o desempenho dos fundos de investimentos, que nada mais são
do que carteiras de investimentos geridas por terceiros.

Para calcular o Índice de Sharpe da sua carteira de investimentos você precisa de


três informações: o retorno da carteira, retorno livre de risco e a volatilidade da carteira.

A fórmula para encontrar o Índice de Sharpe é bem simples:

𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 − 𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜


Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 =
𝑉𝑜𝑙𝑎𝑡𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

O Retorno da Carteira de investimentos representa a sua variação em um


determinado período. É comum utilizar o período anual. Exemplo: imagine que você
tem R$ 100.000,00 na sua carteira de investimentos no início do ano. Seus
investimentos sofreram muitas variações no decorrer dos meses e no final do ano a
carteira atingiu R$ 125.000,00.

Se você investiu R$ 100 mil e agora tem R$ 125 mil sua carteira gerou R$ 25 mil
de retorno que em termos percentuais representam 25% de retorno já que os R$ 25 mil
ganhos divididos pelos 100 mil iniciais resultam em 0,25 (25/100 = 0,25) para que
possamos ter um percentual multiplicamos 0,25 por 100 e encontramos o seu retorno de
25% no ano.

A Retorno Livre de Risco ou Taxa Livre de Risco geralmente representa o


retorno de um investimento que rende 100% do CDI ou o equivalente a Taxa Selic (que

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é muito próxima do CDI). Os investimentos de renda fixa pós-fixados são muito
utilizados como taxa livre de risco, mas também é comum utilizar a renda fixa prefixada
ou mesmo a renda fixa que paga IPCA (inflação) + uma taxa fixa de juros.

A Volatilidade é o desvio padrão dos rendimentos diários ou mensais da sua


carteira que devem ser anualizados. Já vimos que podemos calcular a volatilidade
através da função de desvio padrão dos retornos no capítulo “Risco do Investimento”.
O simulador que utilizamos aqui no livro também já calcula a volatilidade da carteira e
o próprio Índice de Sharpe.

Exemplo 1:
Para entender melhor o Índice de Sharpe vamos imaginar um exemplo:

Os fundos de investimentos que os bancos e as corretoras oferecem são na


verdade carteiras de investimentos geridas por gestores profissionais.

Investir em um fundo equivale a pagar uma taxa administrativa para que alguém
tome decisões sobre a montagem e reequilíbrio da sua carteira de investimentos,
principalmente no caso de fundos de ações e fundos multimercado classificados como
“livres”.

Frequentemente os Índices de Sharpe desses fundos são divulgados permitindo


que o investidor faça comparações entre a relação de risco/retorno dos fundos.

Quem investe na carteira de um fundo ou decide criar e gerir sua própria carteira
busca o maior retorno possível para cada 1% de risco (volatilidade) assumido.

Suponha que você queira comparar o desempenho das carteiras de investimentos


de dois fundos para saber qual entrega mais retorno por risco assumido.

Você descobre que a carteira do Fundo A entregou 10% de retorno nos últimos
12 meses. O Fundo B entregou 12% no mesmo período.

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A volatilidade do Fundo A foi de 1% e do Fundo B foi de 3%. Vamos imaginar
que um investimento de renda fixa pagou 6,5% de juros nos últimos 12 meses e este
será o retorno livre de risco.

Já temos todas as informações para calcular o Índice de Sharpe dos dois fundos
seguindo a fórmula:

𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 − 𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜


Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 =
𝑉𝑜𝑙𝑎𝑡𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

O resultado fica assim:

10 − 6,5
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐴 = = 3,5
1

12 − 6,5
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐵 = = 1,83
3

Agora sabemos que embora o Fundo A tenha registrado 10% de retorno em 12


meses seu índice de Sharpe de 3,5 nos informa que para cada 1% de volatilidade (risco)
o fundo entregou 3,5% de retorno acima do retorno que teríamos se tivéssemos investido
na renda fixa que paga 6,5% ao ano, que é nossa taxa livre de risco.

O Fundo B ofereceu 12% de retorno em 12 meses, mas o Índice de Sharpe de


1,83 nos avisa que para cada 1% de volatilidade (risco) o fundo só nos entregou 1,83%
de retorno acima da renda fixa.

Podemos concluir que a carteira do Fundo A entrega mais retorno por risco e
assim tem uma melhor relação de retorno por risco. O Fundo B entrega menos retorno
para cada percentual de risco sofrido.

Através de ferramentas online, como mostramos neste livro, podemos construir e


simular nossos próprios fundos pessoais através da construção de carteiras teóricas de
investimentos. Embora simulações sobre o passado não passam garantir resultados

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futuros, temos uma ideia sobre probabilidades que podem ou não se manifestar no
futuro.

Exemplo 2:
Você viu na fórmula do Índice de Sharpe que deduzimos do retorno da carteira o
retorno livre de risco e essa taxa tem como base a taxa básica de juros (Selic ou CDI)
ou juros futuros (renda fixa prefixada ou indexada ao IPCA). Sendo assim, quanto maior
os juros da renda fixa mais difícil será montar uma carteira de investimentos que
compense o risco.

No exemplo anterior a nossa taxa livre de risco na renda fixa era de 6,5% ao ano.
Como seria o desempenho do Fundo A e Fundo B se essa taxa fosse de 9% ao ano?

Considerando que a taxa livre de risco agora é 9% e que o Fundo A entregou um


retorno de 10% com volatilidade de 1% o Índice de Sharpe seria:

10 − 9
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐴 = =1
1

O Fundo B entregou 12% de retorno com volatilidade de 3%. Veja como ficou o
Índice Sharpe com taxa livre de risco de 9%:

12 − 9
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐵 = =1
3

Agora o Fundo A e o Fundo B possuem Índice Shape iguais a 1, ou seja, os dois


fundos entregam 1% de retorno para cada 1% de risco na forma de volatilidade. Nesta
situação você já começa a avaliar se realmente faz sentido correr risco para obter esse
nível baixo de retorno.

Quando os juros dos investimentos de renda fixa ficam muito elevados o retorno
dos investimentos mais voláteis, entendidos como prêmio pelo risco corrido, se tornam
menos atrativos. Quanto mais o Índice de Sharpe se aproxima de zero, menos vantajoso

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se torna assumir risco para obter o retorno desta carteira ou deste investimento que
estamos avaliando.

Agora vamos imaginar que o juro da renda fixa atingiu 11% ao ano, ou seja, a
taxa livre de risco está muito elevada. Os Fundos A e B continuam entregando o mesmo
retorno com a mesma volatilidade. Veja como ficam os Índices de Sharpe:

10 − 11
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐴 = = −1
1
12 − 11
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐵 = = 0,33
3

Veja que o Fundo A registrou Índice Sharpe negativo de -1. Um Índice Sharpe
negativo alerta o fundo não foi capaz de recompensar o investidor pelo risco corrido. A
renda fixa ou o juro livre de risco são mais vantajosos para o seu dinheiro que a carteira
do Fundo A. Não temos prêmio para correr os riscos.

No Fundo B ainda temos um Índice de Sharpe positivo de 0,33, mas este valor se
encontra abaixo de 1. Significa que recebemos apenas 0,33% acima da taxa livre de
risco para cada 1% de risco. Precisamos avaliar se realmente faz sentido receber um
prêmio baixo para correr esse risco.

Podemos melhorar o índice de Sharpe da nossa carteira reduzindo a sua


volatilidade. Para reduzir a volatilidade precisamos mesclar ativos de renda variável
descorrelacionados (correlação inversa ou correção negativa) e/ou podemos adicionar
mais investimentos de renda fixa a carteira.

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Correlação

Correlação é uma medida estatística muito simples de entender que nos informa
se o retorno de um investimento está correlacionado ao retorno de outro investimento.

Imagine que sua carteira é composta pelo investimento A e o investimento B com


variações simbolizadas na figura abaixo. Os dois investimentos possuem a mesma
volatilidade. Só que quando o investimento A está em queda o investimento B está em
alta. As variações nos preços ou nos retornos desses investimentos são inversamente
correlacionadas ou possuem correlação negativa.

Na representação acima temos o investimento A (linha azul) que tende a se


movimentar no sentido contrário do investimento B (linha vermelha). A volatilidade de
A tende a ser anulada pela volatilidade de B. Uma carteira composta por esses dois
ativos teria a volatilidade amenizada ou anulada como mostra a linha preta.

Dois exemplos clássicos que frequentemente apresentam correlação negativa são


o Índice Bovespa e o Dólar.

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No gráfico abaixo temos a variação do BOVA11 na linha azul e do dólar em reais
na linha verde. A forma mais prática de investir no dólar é através de algum fundo
cambial como os oferecidos em corretoras e bancos.

É bem fácil perceber que o movimento do BOVA11 muitas vezes parece espelhar
o Dólar, ou seja, o BOVA11 se movimenta no sentido contrário do dólar. Podemos dizer
que na maior parte do tempo o BOVA11 tem correlação inverna ou negativa em relação
ao dólar.

O gráfico de área vermelha na base da imagem acima é um indicador chamado


“Coeficiente de Correlação”. Quando este coeficiente é negativo e próximo de -1 temos
uma forte correlação negativa, ou seja, quando um investimento se movimenta para
cima o outro se movimenta para baixo de forma proporcional.

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Quando este coeficiente é positivo e muito próximo de 1, temos uma correlação
positiva onde os dois investimentos se movimentam de forma correlacionada, ou seja,
mesma direção.

Quando o coeficiente está próximo de zero isto indica que não existe qualquer
correlação entre os dois ativos.

Mais na frente vou mostrar como estudar essas correlações através de gráficos e
do próprio Excel.

Tipos de Correlação
Correlação negativa: acontece quando os ativos caminham em direções opostas.
Exemplo: já vimos que frequentemente quando o dólar se valoriza, o BOVA11 se
desvaloriza. Mas perceba que não estamos aqui falando que um evento é a causa do
outro evento, ou seja, embora o galo cante quando no nascer do Sol e exista uma
correlação entre os dois eventos, o nascer do Sol não é culpa do galo. Dessa forma,
embora exista uma correlação (positiva ou negativa) entre dois ativos, o comportamento
de um ativo não necessariamente é a causa do comportamento do outro ativo.

Entendendo a correlação da bolsa brasileira com ativos dolarizados podemos


reduzir a volatilidade de uma carteira com BOVA11 utilizando ativos dolarizados como
o IVVB11, que é um ETF negociado na bolsa brasileira composto por ações negociadas
nas bolsas americanas. Este ETF reflete as variações dos preços das ações americanas e
a variação do dólar. Vimos no capítulo sobre diversificação internacional que temos
diversos ETFs diversificados compostos por ativos dolarizados.

Correlação positiva: a correlação se torna positiva quando dois ativos se


valorizam ou se desvalorizam juntos. Ter uma carteira cheia de investimentos
correlacionados só é bom quando eles estão em tendência de alta e todos ganham ao
mesmo tempo. O problema ocorre quando todos começam a perder ao mesmo tempo,
ou seja, a perda fica potencializada.

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BOVA11 e o SMAL11 são exemplos de ETFs correlacionados positivamente. O
SMAL11 é um ETF mais volátil que o BOVA11 e que investe em ações de empresas
que possuem menor valor de mercado.

O gráfico acima mostra que frequentemente o SMAL11 se movimenta na mesma


direção que o BOVA11, mas apresenta maior volatilidade e isso significa que suas
oscilações são mais amplas (grandes altas e grandes quedas em relação ao BOVA11).
O gráfico de área vermelha, que nos mostra o coeficiente de correlação indica que este
coeficiente está sempre muito próximo de +1. Mais na frente vou ensinar você a criar
esse tipo de gráfico.

Vale destacar que quando investimos em um ETF como o BOVA11, IVVB11 e


SMAL11 temos carteiras com dezenas ou centenas de ações diferentes dentro dos ETFs
onde algumas são correlacionadas positivamente, negativamente e outras são
descorrelacionadas. Muitas vezes a variação negativa de uma ação dentro do ETF é

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compensada pelo bom desempenho de outra ação. A formação de carteiras utilizando
ETFs tem como principal vantagem essa diversificação dentro do próprio ETF.

Correlação neutra ou sem correlação: ocorre quando dois ativos não possuem
relação alguma com o outro. É muito difícil encontrar essa neutralidade absoluta entre
os investimentos. No pior momento da crise de 2020 praticamente todos os ativos do
mundo sofreram quedas já que existia uma busca por liquidez, ou seja, dinheiro no
bolso.

Correlação no Gráfico
Você pode estudar a correlação entre dois ativos através de softwares ou
aplicativos de análise técnica.

No Clube dos Poupadores existe uma ferramenta online que ajuda a identificar
qual é o coeficiente de correlação entre ações, ETFs, FIIs, índices, moedas e outros
ativos. Você encontrará orientações de uso na parte inferior da página da ferramenta.
Visite aqui para acessar a ferramenta.

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Na área vermelha temos o coeficiente de correlação das últimas 20 semanas (o
gráfico é semanal) do BOVA11 x MATB11. O MATB11 é o ETF que replica a carteira
de ações do índice IMAT, que investe em ações de empresas de materiais básicos como
mineradoras, siderúrgicas etc. Veja as ações e as proporções que fazem parte deste
índice visitando aqui.

Como podemos ver, durante determinados períodos do ano o MATB11 costuma


perder sua correlação com o BOVA11.

Acima temos o gráfico com o coeficiente de correlação do BOVA11 x SMAL11.


O SMAL11 é historicamente mais volátil e apesar de estar muito correlacionado com o
BOVA11 ele tende a produzir movimentos mais amplos, tanto na tendência de alta
quanto nas correções.

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Acima temos o coeficiente de correlação do BOVA11 x IVVB11 que é o ETF
que investe na carteira de ações que fazem parte do S&P500. Como são ativos
dolarizados negociados nas bolsas americanas (NYSE e Nasdaq) é comum o movimento
menos correlacionado ou até de correlação negativa.

Para montar uma carteira com um ativo totalmente dolarizado temos alguns
fundos de investimentos oferecidos por bancos e corretoras que são fundos cambiais.
Um exemplo é o fundo chamado “Trend Dólar FI Cambial” que você encontrará no
simulador de carteiras.

Antes de usar um fundo cambial considere que historicamente o câmbio se


movimenta lateralmente enquanto um ativo dolarizado, como ações de empresas
americanas, ETFs de ações americanas ou mesmo BDRs sofrem as variações cambiais
junto com o desempenho das ações das empresas.

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No gráfico abaixo temos uma carteira composta por 50% BOVA11 e 50% Trend
Dólar FI Cambial.

Podemos observar que os dois ativos possuem movimentos espelhados e a


carteira (linha vermelha) é o meio termo entre as duas movimentações. Veja o resultado
dessa simulação aqui.

No capítulo “Ferramenta de Estudo Gráfico” vou apresentar mais detalhe sobre o


uso de ferramentas para análise de gráficos de preços e seus indicadores.

Correlação no Excel
Também é possível calcular as correlações entre ativos utilizando o Excel. Crie
uma coluna com os retornos diários, semanais ou mensais dos ativos.

A função utilizada para calcular a correlação entre dois ativos é a


CORREL(Coluna 1, Coluna 2). O resultado será um número entre -1 e +1 que é o
coeficiente de correlação. Na ferramenta gráfica que demonstrei anteriormente a
correlação calculada é móvel, ou seja, ela avalia os últimos 20 períodos por padrão (é
possível modificar). Quando você cria uma planilha pode analisar quantos dias, semanas
ou meses achar melhor.

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Você recebeu junto com este livro uma planilha chamada “correlacao.xlsx”. Ela
possui o retorno mensal do BOVA11, SMAL11, IVVB11, dólar, MATB11 e FIND11
entre maio de 2014 e maio de 2021 como exemplo.

Utilizei a função CORREL para encontrar a correlação entre todos os ativos e


organizei os resultados em forma de matriz como a figura:

Exemplo: o número 1 que aparece na primeira célula corresponde a correlação


entre BOVA11 e BOVA11. O número 0,92 que aparece na segunda célula corresponde
a correlação entre BOVA11 e SMAL11 e significa que temos uma correlação muito
forte por ser um resultado muito próximo de 1.

O número -0,19 que aparece na terceira célula representa a correlação entre


BOVA11 e IVVB11. Significa uma correlação negativa baixa. A correlação entre
BOVA11 e o Dólar é -0,68 e significa uma correlação negativa substancial.

A correlação negativa mais forte que temos está entre Dólar e FIND11 com valor
de -0,72. A correlação positiva mais forte está entre BOVA11 e FIND11.

O resultado pode ser interpretado da seguinte forma:

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Para quem investe através de uma corretora nos EUA preparei o mesmo exemplo
de estudo de correlação utilizando os ETFs setoriais.

Esses ETFs investem em ações de empresas americanas de setores específicos da


economia. O exemplo está na planilha “correlacao_eua.xls”.

A grande vantagem de construir carteiras de investimentos diversificadas através


de uma corretora nos EUA está nesta na enorme diversidade de ETFs que investem em
centenas de ações de setores muito específicos. Tenho um livro voltado para o pequeno
investidor que deseja aprender a investir no exterior, veja aqui.

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Podemos observar claramente que o XLU, que é um ETF de empresas que
prestam serviços de utilidade pública é o menos correlacionada com os demais setores.
Já os setores mais correlacionados são os representados pelos ETFs XLI (indústria) e
XLB (materiais básicos que normalmente são a matéria prima da indústria). Um ETF
que ficou fora do estudo foi o XLC por ser o mais recente entre os demais e existir uma
base de dados de retornos mensais menor.

XLE: Energy (Setor de Energia): Este ETF oferece exposição à indústria de


energia dos EUA, incluindo muitos dos maiores produtores de petróleo do mundo. Por
ser um setor cíclico relacionado a uma commodities pode ser útil para aqueles que
procuram uma exposição temporária em um setor que só prospera quando os preços do
petróleo mostram força. Exemplos: ExxonMobil Corp., Chevron Corp, Schlumberger
and ConocoPhillips.

XLF: Financial (Setor Financeiro): ETF com exposição a um índice que inclui
ações de empresas dos seguintes setores: seguros, bancos comerciais, mercado de
capitais, fundos de investimento imobiliário, financiamento hipotecário; finanças do
consumidor e gestão e desenvolvimento imobiliário. Exemplos: Berkshire Hathaway,
JPMorgan Chase, Wells Fargo, BankAmerica Corp e Citigroup.

XLU: Utilities (Utilidade Pública): ETF composto por ações do setor de serviços
públicos dos EUA, conhecido pela volatilidade relativamente baixa e pagamento de
bons dividendos. Possui ações de empresas que produzem, geram, transmitem ou
distribuem eletricidade e gás natural. Exemplos: NextEra Energy, Duke, Southern e
Dominion.

XLI: Industrial (Setor Industrial): ETF com exposição ao setor industrial dos
EUA que inclui empresas de transporte, provedores de serviços comerciais e
profissionais e fabricantes de bens de capital. Possui ações dos setores aeroespacial e
defesa, produtos de construção, construção e engenharia, equipamentos elétricos,

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máquinas, serviços comerciais e suprimentos, frete aéreo e logístico, companhias
aéreas, marítima, rodoviária e ferroviária etc.

XLB: Basic Material (Setor de Materiais Básicos): ETF composto por indústrias
que produzem e vendem minério, metais, produtos químicos, materiais de construção,
contêineres, embalagens, produtos de celulose etc.

XLK: Technology (Setor de Tecnologia): ETF composto por inúmeras empresas


de tecnologia que estão entre as maiores do mundo. Inclui segmentos de mercado como
serviços de TI, serviços de telecomunicação sem fio e semicondutores para citar apenas
alguns. Possui ações de empresas como: Apple, Microsoft, Visa, Nvidia, Mastercard,
Paypal, Adobe, Cisco, Intel etc.

XLV: Healthcare (Setor de Saúde): ETF que oferece exposição ao setor de saúde
dos EUA. Possui ações de empresas de equipamentos e suprimentos de saúde,
prestadores e serviços de saúde, biotecnologia e indústrias farmacêuticas. Exemplos:
Johnson & Johnson, Pfizer, UnitedHealth e Abbott Labs.

XLY: Consumer Discretionary (Consumo discricionário): O ETF oferece


exposição ao setor discricionário do consumidor. Ele investe em ações de setores como
varejo, automóveis e componentes, duráveis ao consumidor, vestuário, hotéis,
restaurantes etc. Temos ações de empresas muito conhecidas como Amazon, Tesla,
McDonald’s, Nike, Starbucks etc.

XLP: Consumer Staples (Bens de consumo): ETF que investe em ações de


empresas de varejo de alimentos e medicamentos, bebidas, produtos alimentícios,
tabaco, produtos domésticos e produtos pessoais. Exemplos: Proctor & Gamble, Philip
Morris International, Coca-Cola e Pepsi.

XLRE: Real Estate (Setor Imobiliário): Este ETF investe nos principais REITs
(equivalente aos fundos imobiliários que temos no Brasil) e empresas do setor
imobiliário listadas nos EUA. Costuma ser um ETF bom pagador de dividendos.

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XLC: Communication (Setor de Comunicações e Internet): Este ETF investe nas
ações de empresas de telecomunicações, mídia, mídias sociais, wireless,
entretenimento, aplicativos e sites de internet. Algumas ações conhecidas são: Alphabet
(Google), Facebook (Instagram e Whatsapp), Disney, AT&T, Twitter, Netflix etc.

A ferramenta que eu exploro no meu livro sobre investimentos no exterior para


simular carteiras de investimentos é esta aqui:

https://www.portfoliovisualizer.com/backtest-portfolio

É uma ótima ferramenta por permitir a montagem e comparações de três carteiras


com os mesmos ativos mas com distribuições diferentes em cada ativo. Ela também
permite simular o reequilíbrio da carteira, reinvestimento de dividendos, investimentos
mensais etc. Infelizmente ela só simula ativos negociados nas bolsas americanas.

Ferramenta de Estudo Gráfico

Neste capítulo vou apresentar a ferramenta que uso para a análise de gráficos de
preços pois isso será importante nos próximos capítulos, especialmente sobre o que fala
de reequilíbrio da carteira e os gatilhos para que isso aconteça.

Uma boa ferramenta para a análise técnica (análise gráfica) de ações, ETFs, juros
futuros e outros ativos pode ser acessada neste endereço aqui. Você pode assinar o plano
“Basic” gratuitamente ou um plano pago. Para quem está estudando o plano gratuito é
suficiente. Se um dia precisar de uma assinatura este link aqui possui um cupom de
desconto.

Ao acessar o link do gráfico pela primeira vez você provavelmente será levado(a)
para o gráfico do Índice Bovespa (IBOV).

Clicando na imagem abaixo você terá algumas dicas rápidas de uso:

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Além de permitir o estudo dos preços dos ETFs, Ações, BDRs e moedas é
possível estudar o comportamento dos contratos de juros futuros. Esses contratos
influenciam nas taxas de juros de todos os investimentos de renda fixa.

Para adicionar os DIs futuros no gráfico clique no campo que indiquei na imagem
acima onde é possível substituir o ativo. Digite o código: DI1F20XX onde o XX deve
ser o ano que você pretende estudar. Exemplo: DI1F2026 permite estudar o DI futuro
que vence em 2026 e que tem grande relação com os juros pagos por CDBs, LCIs, LCAs
e títulos públicos prefixados.

Também é possível estudar números da nossa economia e que são importantes


acompanhar para tomar boas decisões sobre a composição da sua carteira.

Para estudar os principais indicadores econômicos os códigos são:

• Meta da taxa Selic: QUANDL:BCB/432


• Taxa DI (CDI): QUANDL:BCB/4389
• IPCA últimos 12 meses: QUANDL:BCB/13522
• Dívida Bruta do Governo Geral: QUANDL:BCB/13762

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Veja como utilizar esses códigos no exemplo:

Agora modifique o tipo de gráfico para o gráfico de linha como mostra a figura:

Agora vamos adicionar a Taxa DI (CDI) no mesmo gráfico onde já temos o IPCA
dos últimos 12 meses. Para isso basta seguir os passos da próxima imagem:

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Agora você terá os IPCA e a Taxa DI no mesmo gráfico, mas os dois indicadores
vão aparecer com sua variação percentual no período. Para exibir os valores de cada
indicador basta seguir os passos da próxima imagem.

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Como resultado você terá uma tela parecida com a próxima imagem. Agora você
terá uma ferramenta para estudar preços de ações, ETFs, índices e indicadores
econômicos diretamente na fonte, sem ficar dependendo de informações providas por
jornais, influenciadores, bancos e corretoras.

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Todas as séries históricas do Banco Central que estão disponíveis no site Quandl
podem ser acessadas através dos gráficos do Tradingview. Você pode buscar essas
séries no endereço https://www.quandl.com/data/BCB-Central-Bank-of-Brazil-
Statistical-Database

Veja na próxima imagem o local onde é possível buscar as séries (utilize o inglês)
e a localização do código da série. No exemplo abaixo podemos ver o retorno mensal
da poupança. Seu código é BCB/195. No Tradingview podemos adicionar esse
indicador utilizando o código QUANDL:BCB/195

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Caso queira aprofundar os seus conhecimentos sobre a análise técnica recomendo
a leitura do livro: Como Investir na Bolsa: Análise Técnica.

Fonte Gratuita de Cotações

Neste livro utilizamos um simulador online oferecido por uma grande corretora
por ser uma forma rápida e prática para demonstrar na prática a montagem e o estudo
de carteiras de investimentos, mas não precisamos depender dessas ferramentas criadas
por terceiros quando temos algum conhecimento básico sobre o uso do Excel.

Se você gosta de fazer os seus estudos de retorno, volatilidade, correlação e


muitos outros através do Excel vai precisar de uma fonte de cotações. Vou ensinar como
alimentar o seu Excel com as cotações de qualquer ativo negociado na bolsa brasileira
e de outros países.

O site https://www.alphavantage.co/ oferece um “Add-on” ou um “Suplemento”


que equivale a um software gratuito que trabalha integrado com o seu Excel.

Para baixar e instalar esse suplemento visite:

https://www.alphavantage.co/spreadsheets/

e depois clique em “Download Excel Add-on” ou algo semelhante. Depois da


instalação concluída com o Excel fechado, abra o Excel e clique em “Arquivo”.

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Depois clique em “Opções” no menu da lateral esquerda:

Agora selecione o “Suplementos do Excel” e clique em “Ir...”, veja:

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Ative o suplemento caso não esteja ativado:

Agora você precisa criar uma chave (API KEY) gratuitamente através do
endereço:

https://www.alphavantage.co/support/#api-key

Siga os passos do exemplo:

Agora que você já tem a chave, vamos configurar o suplemento. Crie um arquivo
novo qualquer do Excel, como se fosse iniciar os trabalhos em uma planilha. Procure a
aba “Alpha Vantage” que deve aparecer entre as demais no menu superior. No seu
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primeiro uso você só verá a opção “Configure Add-in” como mostra a tela abaixo.
Clicando sobre ela você deve observar a janela com um botão vermelho para adicionar
a sua chave ou api key.

Agora vamos adicionar os dados de um ativo para testar. Vamos utilizar como
exemplo o BOVA11. Como não sabemos qual é o código que o suplemento utiliza para
cada ativo é importante iniciar fazendo uma busca pelo ativo para descobrir o seu
código.

Na figura abaixo temos um exemplo de como descobrir que BOVA11 é na


verdade BOVA11.SAO no suplemento.

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Digite =AVGet em qualquer célula e você terá uma caixa com todas as funções
oferecidas.

A função =AVGetEquityTimeSeries é responsável por carregar as cotações de


ações, ETFs e outros ativos negociados na bolsa brasileira e de outros países. As
principais funções estão descritas aqui. A função AVGetEquityTimeSeries está descrita
aqui.

Basicamente vamos utilizar o seguinte padrão:

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=AVGetEquityTimeSeries(“BOVA11.SAO”,”Monthly”,”TRUE”, “compact”)

O primeiro argumento é o código da ação, ETF e outros ativos. O segundo


argumento é o tempo que estamos utilizando que pode ser Monthly (mensal), Weekly
(semanal), Daily (diário), 60min (60 minutos), 30min, 15min, 5min, 1min.

Se no último campo você informar “compact” terá os 100 últimos resultados, ou


seja, se pretende carregar as cotações mensais você terá as cotações dos últimos 100
meses. Se você utilizar “full” terá o histórico completo disponível.

Após digitar a função, como no exemplo acima, basta teclar “Enter” e esperar os
dados serem trazidos do banco de dados do Alpha Vantage para a sua planilha. Seu
computador precisa estar conectado na Internet.

No lugar de datas temos números na coluna “Data”. Basta você informar ao Excel
que os dados daquela coluna são datas abreviadas como a figura:

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A informação que precisamos está na coluna (close) ou no nosso exemplo
BOVA11.SAO(close). Esse é o preço de fechamento do ETF em cada mês. Com esse
preço podemos calcular qual foi o retorno do mês. Para isso basta fazer o seguinte
cálculo:

𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠 − 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑚ê𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟


𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 = × 100
𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟

Se no mês anterior o ETF custava R$ 100 e atualmente custa R$ 110 o cálculo


fica assim:

110 − 100
𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 = × 100
100

Teremos 10 / 100 = 0,10. Multiplicando 0,10 por 100 temos 10%.

Existem exemplos de como calcular o retorno mensal na planilha volatilidade.xlx.


Veja um exemplo:

O objetivo deste livro não é aprofundar no ensino sobre o Excel, mas é importante
que todo investidor tenha o Excel e o domine. Existe muito material gratuito na internet
e vários livros que ensinam o necessário. O Excel é um dos softwares que acompanha o
Microsoft 365 Personal, que é o antigo Office. Ele é vendido através de uma assinatura
anual, veja onde adquirir.

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Existem serviços gratuitos online para trabalhar com planilhas como este aqui
oferecido pelo Google. Se o seu objetivo é o de utilizar planilhas para lidar com seus
dados financeiros sobre investimentos o melhor seria fazer isso utilizando um software
instalado no seu computador, como o Excel. Com isso você manteria sua privacidade.

Por fim, uma forma não gratuita, mas barata, para obter as cotações dos
investimentos é através da versão mais simples do software Profitchart oferecidos por
algumas corretoras por uma taxa de R$ 9,90 mensais.

Essas versões geralmente levam o nome da corretora como é o caso do software


“Clear Trader” oferecido pela corretora Clear, que faz parte do grupo XP. Na verdade o
Clear Trader é o Profitchart na sua versão mais simples.

Caso você tenha acesso a esse software é possível copiar os dados dos ativos
seguindo esse roteiro abaixo. Depois basta colar em alguma planilha do Excel.

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Estude a Carteira dos Grandes

É possível conhecer e estudar as carteiras de investimentos dos grandes gestores


através de ferramentas online gratuitas. Visite aqui para ver.

Para exemplificar vamos listar os fundos multimercado, livres que estejam


operacionais. Basta selecionar as três opções como mostra a figura acima, clicar em
“listar fundos” e depois vamos adicionar outros filtros clicando no botão verde “Filtro
Avançado”.

Você terá várias caixas de filtros. Neste exemplo vamos filtrar os fundos que
tiveram volatilidade entre 1% e 5% com Índice de Sharpe entre 2 e 5. Clique em

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“Aplicar” após configurar cada filtro e para finalizar clique no (X) no topo da tela para
voltar para a listagem.

É possível filtrar pelo Índice de Sharpe. Neste exemplo queremos listar apenas os
fundos com Sharpe entre 2 e 5 nos últimos 12 meses.

Após aplicar o filtro você precisa clicar no (X) no canto superior direito da tela
para fechar a página de configuração de filtros e retornar para a listagem.

Veja que a lista será ordenada pelo número de cotistas ou patrimônio líquido de
forma crescente ou decrescente. Neste exemplo vamos ordenar por patrimônio líquido
em ordem decrescente.

Os dois primeiros colocados quando esse capítulo foi escrito foram. É possível
que no futuro, quando você estiver lendo este livro os primeiros colocados sejam outros
fundos.

O fundo do Itaú ficou no topo da lista por ter patrimônio líquido e atender aos
critérios que utilizamos nos filtros de volatilidade e Índice de Sharpe, mas foi o segundo
colocado com relação ao maior Sharpe, menor volatilidade e maior retorno nos últimos
12 meses.

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O Gávea Macro Master teve resultados melhores. Como curiosidade, este é o
principal fundo da gestora Gávea Investimentos do economista Armínio Fraga, ex-
presidente do Banco Central durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O grupo
JPMorgan, um dos maiores bancos de investimentos do mundo, tem participação na
Gávea.

Para ilustrar nosso capítulo vamos clicando sobre o nome Gávea Macro que
aparece na lista para estudar sua carteira, retorno, volatilidade, sharpe etc. Você poderá
seguir esse roteiro para estudar a carteira de investimentos de qualquer gestor de fundos.

Você pode acessar diretamente aqui:

https://maisretorno.com/fundo/gavea-macro-master-fim

Os fundos que possuem “Master” no nome são os fundos principais das gestoras.
Geralmente as gestoras criam um fundo principal, que é o fundo “mestre”, e depois
criam outros fundos que investem nesse fundo mestre.

Um exemplo é o fundo “Gávea Macro Seleção Multimercado” que investe no


fundo “Gávea Macro a FIC FIM” que finalmente investe no “Gávea Macro Master
FIM”.

Também é comum bancos e corretoras criarem fundos que investem nos fundos
mestres das gestoras. Se você buscar por “Gávea Macro” na ferramenta de comparação
de fundos verá o os fundos Bradesco Gávea Macro, BTGP Gávea Macro, BB Espelho
Gávea Macro entre outros. São fundos que investem em fundos.

Dessa forma, quando for estudar a carteira de um fundo é possível que você
encontre um fundo como principal investimento do fundo. Provavelmente neste outro
fundo você encontrará a carteira “master” ou a carteira principal do gestor onde
efetivamente os investimentos diversificados são feitos.

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Na primeira página que apresenta os dados sobre o fundo (veja aqui), você terá
um gráfico bem longo com o histórico do fundo. Configurei o gráfico para apresentar
um histórico de 2 anos onde temos a crise de 2020, CDI e Índice Bovespa (IBOVESPA).

Observando a trajetória da linha verde, que representa o desempenho do fundo da


Gávea, e a trajetória da linha laranja, que representa o Índice Bovespa, podemos
concluir, sem qualquer cálculo, que se trata de um fundo de baixa volatilidade que
entregou um bom resultado no final de 2 anos. Ele superou o Índice Bovespa, mas sem
enfrentar o mesmo nível de risco (volatilidade).

Por ser um fundo multimercado livre o gestor tem a liberdade para investir em
renda fixa, renda variável, cambial, derivativos e cotas de fundos de investimento,
negociados nos mercados interno e externo, sem o compromisso de concentração em
nenhuma classe específica.

É a mesma liberdade que você teria ao selecionar os investimentos da sua carteira


pessoal. As limitações estariam apenas no seu nível de conhecimento sobre cada tipo de
investimento.

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Veja que no decorrer da página sobre o fundo temos a composição da carteira
com informações parecidas com estas:

No exemplo acima podemos identificar que a maior parte do patrimônio do fundo


(62,91%) estava investido em renda fixa através das “Operações Compromissadas” que
equivalem a investir em títulos públicos.

Uma parte considerável (22.11%) estava investida diretamente em títulos


públicos pós-fixados, prefixados e indexados ao IPCA. Até aqui a carteira tem 85% do
seu patrimônio concentrado em renda fixa.

Podemos ver 7,78% da carteira em investimentos no exterior, que no caso seria


em outro fundo chamado “GÁVEA VERTEX FUND LT”. Por fim temos 6,39% da
carteira investida em ações de diversas empresas brasileiras listadas na bolsa.

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Não sabemos qual era a posição da carteira no pior momento da crise de 2020,
mas provavelmente existia uma grande exposição a ativos dolarizados que poderiam ser
ações ou ETF negociados no exterior ou mesmo o próprio dólar.

Para saber quais são as ações, títulos públicos e os investimentos específicos que
o fundo tinha quando a última composição da carteira foi divulgada basta clicar no botão
“Visualizar todos os ativos desse fundo” que está no final da lista da figura anterior.
Depois basta clicar sobre cada classe de ativo para visualizar a lista de ativos.

Ao investigar quais são os ativos que fazem parte das compromissadas e títulos
públicos você verá códigos como esse “BRSTNCNTB096”. Isso é um código ISIN. É
uma padronização internacional para identificar investimentos. Você verá os títulos
públicos identificados por esses códigos e para entender quais títulos são busque o
código aqui:

https://www.anbima.com.br/informacoes/ima/ima-previa-teorica.asp

Quando este livro foi escrito o BRSTNCNTB096 era o principal investimento do


fundo com 61,65% de todo o seu patrimônio. No link acima podemos ver que se trata
de um título público NTN-B, que é verdadeiro nome do título Tesouro IPCA com juros
semestrais que as pessoas físicas podem comprar no Tesouro Direto. Esse NTN-B tem
vencimento em 15/08/2024. Os bancos, gestores de fundos e grandes investidores
podem comprar e vender títulos públicos com uma enorme variedade de vencimentos.

A grande concentração do fundo neste título público que paga juros + IPCA
(inflação) provavelmente tem como objetivo proteger a carteira da elevada inflação
registrada em 2021 enquanto se consegue uma taxa real de juro (taxa acima da inflação).

Por fim é importante destacar que para proteger suas estratégias os fundos
costumam divulgar suas carteiras com três meses de atraso. Isso significa que as
posições que você está vendo agora no site podem ser totalmente diferentes hoje.

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Inclusive esse é um grande ponto negativo dos fundos de investimentos. Quem
investe nesses fundos geridos por terceiros não sabe onde o gestor está investindo seu
dinheiro neste exato momento.

A ferramenta também nos mostra dados sobre a rentabilidade, volatilidade e


Índice de Sharpe de qualquer fundo. Isso permite que você compare os resultados dos
grandes gestores com os seus resultados ou mesmo com suas simulações.

O Índice de Sharpe que aparece na tabela acima nos diz que a carteira do fundo
entregou 4,25% de retorno acima da taxa livre de risco para cada 1% de volatilidade nos
últimos 12 meses. Esse valor representa uma boa relação de risco para o retorno obtido.

Isso não significa que se repetirá no futuro por se tratar de um fundo ativo onde
o gestor está sempre modificando sua estratégia dependendo de suas expectativas sobre
o futuro da economia.

A palavra “macro” que aparece no nome deste fundo (Gávea Macro) faz
referência à macroeconomia, que está associada a fatores como inflação, cotações de
moedas, taxas de juros etc. A estratégia do fundo está relacionada com as expectativas
e análises do gestor sobre o futuro desses indicadores.

A ferramenta nos mostra um gráfico no final da página que nos permite observar
que a volatilidade sofrida pelo fundo já foi maior no passado quando frequentemente
ficava acima de 4%.

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Outra ferramenta útil para identificar o nível de risco do fundo é o gráfico
Drawdown, como você pode ver logo abaixo.

Ele nos permite observar a amplitude dos movimentos de queda e quanto tempo
foi necessário para o gestor do fundo recuperar a perda.

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Compare os Grandes
Também podemos utilizar a ferramenta para fazer comparações de desempenho
entre grandes gestores.

Para exemplificar vamos estudar a carteira do Verde Master, principal fundo da


gestora Verde Asset Managent de Luis Stuhlberger.

Stuhlberger ficou famoso pelo desempenho do seu fundo em momentos difíceis


da economia brasileira. Em algumas ocasiões tomou boas decisões diante de alterações
nas taxas de juros e do câmbio.

Você pode acessar gráficos e outras informações sobre o Verde aqui.

Para ilustrar criei o gráfico abaixo utilizando a ferramenta. Temos o desempenho


do Verde de 2006 até a metade de 2021. Ativei indicadores como CDI, Índice Bovespa,
IPCA (inflação) e Poupança.

Podemos ver que o Verde superou todos os indicadores no longo prazo. Podemos
perceber que os juros da renda fixa eram tão elevados no passado que os investimentos
de renda fixa superavam o Índice Bovespa, inflação e até mesmo o dólar.

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Veja a composição da carteira do fundo Verde na figura abaixo com base nos
últimos dados divulgados quando este livro estava sendo escrito. O Verde tinha 37,63%
da carteira em títulos públicos, 10,94% em compromissadas totalizando quase metade
da carteira em renda fixa (48,57%).

Na renda variável temos como principais investimentos as ações (20,90%) e


investimentos no exterior (20,64%), totalizando 41,45%.

Agora vamos comparar o Gávea e o Verde como um exemplo didático que você
poderá adotar nos seus estudos sobre as carteiras de grandes gestores.

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A comparação pode ser feita através do endereço:

https://maisretorno.com/comparacao-fundos

Basta buscar por “GÁVEA MACRO MASTER FIM” no campo de busca e em


seguida adicionar “VERDE MASTER FIM” na comparação. Você terá uma tela com o
desempenho dos dois fundos em um prazo longo.

Na figura abaixo limitei a comparação para o mesmo período que utilizamos nas
simulações de carteiras deste livro que foi de 04/06/2018 até 02/06/2021. Veja o
resultado:

É possível acessar a comparação acima através deste link aqui.

A linha azul representa o desempenho de um investimento que rende 100% do


CDI. A linha verde representa o desempenho do Verde Master e a vermelha do Gávea
Macro Master.

Podemos constatar através do gráfico acima que nesta janela de 36 meses as


carteiras desses dois fundos entregaram praticamente o mesmo retorno para o
investidor, mas com volatilidades (riscos) bem diferentes.

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No quadro abaixo podemos verificar que a volatilidade do Gávea foi menor nos
últimos 12 meses e desde o início do fundo.

O gráfico abaixo nos mostra que no pior momento da crise a volatilidade do Verde
atingiu 50,09% enquanto o Gávea chegou a 7,54%. Antes da crise a volatilidade dos
dois fundos era semelhante. No caso dos fundos sempre é difícil saber o nível de risco
que estamos expostos, pois você só conhece a estratégia do gestor com atraso de 3
meses. Quando você tem a sua própria carteira de investimentos o controle é seu.

O gráfico abaixo mostra que no pior momento da crise de 2020 o Verde atingiu
uma perda de -20,81% contra -0,15% do Gávea. A recuperação dessa perda do Verde
só ocorreu 5 meses depois. Para um fundo multimercado que tem como objetivo superar
o CDI esse nível de volatilidade lembra a de um fundo de ações de alto risco.

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Sua Carteira vs. Grandes Gestores
Agora vou mostrar como você pode comparar o desempenho da sua carteira de
investimentos com a carteira de grandes gestores de carteira como Armínio Fraga do
Gávea e Stuhlberger do Verde.

Na verdade vou ensinar um truque para tornar isso possível.

Vamos considerar que a sua carteira é a mesma Carteira F que simulamos no


capítulo “Carteiras Simuladas”. Você pode acessar o link da simulação novamente
visitando aqui.

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No campo “Pesquise um ativo” é possível adicionar qualquer fundo na sua
carteira. Buscando “Gávea Macro” ou “Verde Macro” você encontrará os fundos que
estudos no capítulo.

Depois configure para que cada fundo receba apenas R$ 1 de sua carteira de
investimentos. Na tabela abaixo temos uma demonstração de como deve ficar.

Se você clicar aqui verá essa nova carteira pronta já com os dois fundos.

O objetivo desse truque é permitir que você tenha todos os dados de retorno,
volatilidade e risco dos fundos e da sua carteira na mesma página.

Para limpar todas as linhas de investimentos do gráfico, como mostra a figura


abaixo, basta clicar sobre a legenda de cada investimento para desligar a linha desejada.

Deixe apenas a linha que representa o desempenho dos fundos, da carteira e do


CDI. Veja como ficará:

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No exemplo acima podemos constatar que a Carteira F, que tem risco moderado,
superou o desempenho do fundo Gávea e Verde na janela de 04/06/2018 e 02/06/2021
que foi o período que utilizamos em todas as simulações do livro. Você pode fazer
comparações utilizando outras janelas.

Na tabela abaixo podemos observar que a Carteira F superou o Gávea e o Verde


nos últimos 12, 24 e 36 meses.

Agora perceba como isso é curioso. A Carteira F, assim como todas as carteiras
que simulamos, são carteiras simples compostas por poucos ativos.

No caso da Carteira F são apenas três ETFs muito populares e três investimentos
de renda fixa muito comuns. Além disso, nossa carteira é passiva, ou seja, uma vez
montada em 2018 ela se manteve inalterada na sua composição durante toda a simulação
até a metade de 2021. Fundos como Gávea e Verde possuem gestão ativa, ou seja, seus
gestores e equipes altamente qualificadas trabalham todos os dias tomando decisões

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sobre o que comprar ou vender para entregar o melhor resultado diante da situação
econômica, oportunidades e riscos.

Na próxima tabela temos as estatísticas dos fundos e da carteira F. A carteira teve


menos meses negativos e mais meses positivos que os fundos. Ficou em segundo lugar
com relação ao menor retorno e ficou acima do CDI mais meses que os fundos.

São resultados bons quando consideramos que se trata de uma carteira passiva,
sem novos investimentos, sem reequilíbrios, realocações, compras ou vendas de ativos
durante os 36 meses.

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Maiores do Mundo
Para quem investe no exterior, existem diversas ferramentas que permitem ver e
estudar as carteiras de investimentos de grandes investidores.

É comum a constituição de holdings que muitas vezes são listadas nas bolsas
americanas. Uma holding é uma empresa que detém a posse de ações de outras
empresas. Comprar ações de uma holding equivale a comprar uma carteira de ações de
todos os demais investimentos que a holding fez.

Um exemplo de holding brasileira é a Itaúsa. Ao comprar a ação ITSA4 você está


adquirindo uma carteira de empresas que atuam em diversos setores como Itaú
Unibanco, Alpargatas, Duratex, Copagaz e NTS.

Nos EUA a Berkshire Hathaway é a holding que investe na carteira de ações que
fez a fortuna de Warren Buffett, um dos investidores mais ricos do mundo. É possível
investir em suas ações no Brasil através do BDR de código BERK34 e nos EUA através
da ação BRK.B.

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É possível ver a carteira de ações Berkshire Hathaway de Warren Buffett
visitando esta ferramenta aqui. Na figura acima temos a performance da carteira nas
últimas década. Você pode acessar essa performance atualizada visitando aqui.

Na tabela acima temos a coluna chamada “Return (%)” e “S&P500”. Podemos


ver que nos últimos 10 anos (2010-2019) o retorno da carteira de um dos maiores
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investidores do mundo foi de 10,82% ao ano contra um retorno de 11,19% da carteira
teórica do S&P500, que é o principal índice da bolsa americana, equivalente ao Índice
Bovespa no Brasil. No site podemos ver que nos últimos 35 anos o retorno da carteira
da Berkshire Hathaway foi de 16,56% ao ano contra 8,79% do S&P500.

Podemos ver que 40% da carteira (142 bilhões) estavam alocadas em dinheiro ou
equivalente que seria algo como a nossa renda fixa pós-fixada. Grande parte do restante
(US$ 207 bilhões) estava em ações no segundo semestre de 2021.

No menu do site, clicando na opção “Gurus” você terá a opção “Guru Portfolio
(veja aqui)” onde temos uma tabela com o desempenho dos últimos 10 anos das carteiras
dos maiores investidores do mundo.

Peguei todos os resultados das carteiras que foram listadas na página e calculei
um retorno médio de 8,84% ao ano.

Isso significa que se a sua carteira tiver um retorno próximo de 8,84% ao ano
você terá o desempenho equivalente ao desempenho dos maiores investidores do
mundo. É importante considerar que este retorno é em dólares.

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Como vimos, nos últimos 10 anos o retorno do S&P500 foi de 11,19% e já vimos
que podemos ter o mesmo desempenho do S&P500 no Brasil através de ETFs como o
IVVB11 que utilizamos em nossas simulações.

Dessa forma, talvez você não precise ser genial como os grandes investidores
foram no passado, pois hoje as carteiras podem ser compostas por ETFs muito
diversificados, com centenas de ações diferentes de grandes empresas, e que apresentam
um bom desempenho se comparado com os resultados que vimos aqui.

É muito importante que no longo prazo você seja capaz de proteger o seu
patrimônio de grandes perdas enquanto busca ganhos consistentes, mesmo que não
sejam extraordinários, pois mais importante é que sejam constantes.

Para exemplificar vamos considerar o retorno da carteira do maior investidor do


mundo que foi de 10,82% ao ano. Com essa ferramenta aqui vamos descobrir que isso
equivale a algo próximo de 0,86% ao mês.

O que aconteceria se você tivesse uma carteira capaz de gerar 0,86% ao mês
durante 35 anos? Vamos simular o investimento inicial de R$ 50.000,00 e investimentos
mensais de R$ 2.000,00.

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Você pode repetir a simulação utilizando outros valores através dessa ferramenta
aqui. Na simulação que fiz o investimento inicial foi de algo próximo ao preço de um
carro (R$ 50.000,00) e investimentos mensais de R$ 2.000,00. Você pode simular
usando outros valores.

Neste nosso exemplo a rentabilidade da carteira seria de 0,86% ao mês que


equivale a algo próximo de 10,82% ao ano. No longo prazo você teria mais de R$ 10
milhões sendo R$ 890 mil do investimento inicial e investimentos mensais e o restante
como resultado desse retorno mensal de 0,86% constantes por 35 anos.

É claro que no mundo real é necessário que a sua carteira seja capaz de superar a
inflação e os valores investidos mensalmente devem ser corrigidos pela inflação.
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De forma didática a ideia aqui é mostrar que mais importante que grandes
retornos é a constância do retorno que você consegue produzir na sua carteira por prazos
longos.

Reequilíbrio da Carteira

Ao montar a sua carteira você definirá um percentual do seu dinheiro para cada
tipo de investimento. Com o passar do tempo alguns investimentos vão valorizar mais
do que outros ou até perderão valor.

Aqueles percentuais originais que você definiu para cada investimento de renda
variável e renda fixa irão se perder e você terá que reequilibrar a sua carteira. Vamos
imaginar que você montou uma carteira com R$ 100.000,00 composta por 50% de renda
fixa (R$ 50 mil) e 50% em renda variável através do BOVA11 (R$ 50 mil).

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Depois de 1 ano a sua renda fixa gerou um ganho de 5% e o BOVA11 teve um
ganho de 23,25%, ou seja, agora você tem R$ 52.500,00 na renda fixa e R$ 61.625,00
em BOVA11 totalizando R$ 114.125,00.

Com essa mudança o dinheiro que você tem investido em renda fixa passou a
representar 46% do total da sua carteira já que R$ 52.500,00 é 46% de R$ 114.125,00
(basta dividir 52500 por 144125 e multiplicar o resultado por 100 para encontrar os
46%).

Já o BOVA11 passou a representar 54% da sua carteira por 61.625,00 ser 54% de
114.125,00. Veja a carteira inicial e a carteira final:

Veja que a carteira final está desequilibrada, pois seu objetivo é manter 50% em
cada ativo e temos 46% em um e 54% em outro. Você pode optar por reequilibrar sua
carteira para que ela volte a ter 50% de renda fixa e 50% de renda variável.

Neste exemplo você poderia fazer isso de duas formas:

1. Vendendo parte do investimento que rendeu mais para investir no que rendeu
menos;

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2. Investindo dinheiro novo no investimento que rendeu menos.

Parece contraintuitivo vender o investimento que teve o melhor resultado e


comprar o que teve o pior resultado. A lógica dessa estratégia está baseada em um
fenômeno estatístico chamado: regressão à média. Vamos entender como isso funciona.

Regressão à Média
A regressão à média define que em qualquer série de eventos há uma grande
probabilidade de um acontecimento fora da média ser seguido por acontecimentos
dentro da média. Isso pode ser observado na natureza, em eventos físicos, químicos,
biológicos, nas plantas, animais, nos humanos e no mundo dos investimentos.

Nunca devemos esquecer que eventos econômicos e financeiros refletem decisões


humanas. Nosso comportamento segue padrões universais presentes na natureza que
nos constitui e nos cerca.

O gráfico logarítmico acima mostra o Índice Bovespa dolarizado desde 1963.


Você encontrará a versão atualizada mensalmente aqui.

A linha verde é uma regressão linear ou uma linha de tendência linear. Ela
representa a direção do mercado ou a tendência principal do mercado sem todos os
ruídos que o leva para extremos acima ou abaixo do “caminho do meio”.

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É como se o Índice Bovespa estivesse preso na sua tendência linear. De tempos
em tempos ele tenta se afastar da linha verde se movimentando para baixo dela ou para
cima dela, mas logo ele regride até a média ou até o meio do caminho entre um extremo
e outro.

Vamos imaginar um investimento que reflete o desempenho do Índice Bovespa.


Comprar esse investimento quando o Índice Bovespa esteve bem abaixo da linha verde
e depois vender esse investimento quando esteve bem acima da linha verde teria sido
uma ótima estratégia. Quando o investimento atinge extremos opostos é natural que ele
retorne para a média e eventualmente avance para o outro extremo.

Se você tem uma carteira e os investimentos se distanciam muito de suas médias


isso produzirá um desequilíbrio na sua carteira original. Alguns investimentos vão
valorizar mais do que outros.

Vender o investimento que subiu muito e se distanciou de suas médias para


comprar o investimento que caiu muito e se distanciou das suas médias passa a fazer
sentido se você entender que no longo prazo os investimentos retornam para suas
médias. As vezes cruzam essas médias e caminham para o extremo oposto.

No lugar de vender o que subiu muito você pode simplesmente deixar de comprar,
preferindo alocar seu novo dinheiro em investimentos que caíram e podem estar baratos
em relação a sua média.

A regressão linear que produziu a linha no gráfico acima é apenas uma das formas
de traçar valores médios. Ela é muito útil para desenhar uma espécie de canal onde os
preços dos ativos tendem a se mover no longo prazo.

Outra forma muito comum de médias são as médias móveis. São preços médios
dos últimos períodos.

Se você visitar https://clubedospoupadores.com/grafico/BOVA11 verá um


gráfico do BOVA11 com quatro linhas coloridas que são médias móveis exponenciais.

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Elas mostram o preço médio dos últimos 20, 50, 100 e 200 períodos. Em um gráfico
diário seriam 20 dias, 50 dias, 100 dias e 200 dias.

A linha violeta que representa o preço médio dos últimos 200 dias é muito
importante para o investidor de longo prazo.

Sinalizei com uma seta verde todos os momentos em que o preço do BOVA11
regrediu para se aproximar, tocar ou cruzar a sua média de 200 dias.

Veja que todas as vezes que o preço do BOVA11 atingiu um extremo muito
distante da sua média ele acabou retornando para a média. Em uma tendência de alta os
preços dos ativos tendem a distanciar para cima da média e em algum momento ele
volta para a média antes de se afastar novamente para cima. Em uma tendência de baixa
ocorre o contrário, o preço tende a se afastar para baixo da média e eventualmente
retorna para a média.

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Grandes investidores, como os gestores dos grandes fundos, reequilibram suas
carteiras de tempos em tempos. Quando um ativo valoriza muito ele passa a representar
uma parcela maior da carteira. Então os gestores param de comprar esse ativo ou passam
a vender para reequilibrar a carteira.

Essa venda ou a menor demanda por compras de ativos que se valorizaram muito
faz os preços desses ativos caírem até que retornem para a média.

Quando o preço volta para a sua média ele se torna atrativo novamente. As
carteiras precisam ser reequilibradas e o que está barato passa a ser mais demandado
produzindo novas altas.

Você e todas as pessoas fazem isso até quando vão no supermercado. Você
provavelmente sabe qual é o preço médio da sua bebida ou do seu alimento preferido.
Quando o preço está acima da média, você evita comprar ou compra menos,
principalmente se você já tem algum estoque em casa. Quando o supermercado faz uma
promoção e o preço está bem abaixo da média, mesmo que você não precise,
provavelmente comprará mais para garantir o preço abaixo da média.

Quando os produtos estão caros ou muito acima da média eles são menos
demandados e isso impede que o preço continue subindo já que a demanda diminui.
Quando os produtos estão muito baratos ou com preços muito abaixo da média a
demanda por eles pode aumentar e os preços tendem a parar de cair.

Nos investimentos o mecanismo é o mesmo. As pessoas compram menos quando


os preços ficam mais caros e distantes acima da média. As pessoas compram mais
quando os preços estão mais baratos e distantes abaixo da média.

Quando você estabelece que o seu dinheiro será investido em proporções


específicas para cada investimento essa proporção será perdida quando os preços dos
investimentos subirem muito ou caíram muito e isso exigirá o reequilíbrio da carteira,
que você pode fazer vendendo o que subiu muito para comprar o que caiu muito ou

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usando dinheiro novo que você poupou para comprar o que caiu muito até reestabelecer
as proporções originais da carteira. Vamos ver como fazer esse reequilíbrio agora.

Reequilibrando na Alta
No exemplo anterior você tinha R$ 114.125,00 na carteira após a valorização do
sativos. Para voltar a ter 50% da carteira em BOVA11 e 50% em renda fixa você precisa
ter R$ 57.062,50 em cada investimento.

Como você tem R$ 61.625,00 em BOVA11, para que você passe a ter R$
57.062,50 (que é 50% de R$ 114.125,00) precisa vender R$ 4.562,50 em BOVA11.

Esses R$ 4.562,50 da venda do BOVA11 devem ser investidos na renda fixa.


Com isso você passará de R$ 52.500,00 para R$ 57.062,50 em renda fixa.

Dessa forma você volata a ter 50% da sua carteira em renda fixa e 50% em renda
variável. Na prática transferimos 4% do BOVA11 para a renda fixa como mostra a
figura.

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Observe que ao reequilibrar a carteira vendendo um ativo de renda variável que
superou a renda fixa você será forçado a vender ativos que podem ter subido muito, ou
seja, a estratégia ajuda você a vender na alta para colocar lucros no bolso quando os
mantem na renda fixa.

O desbalanceamento da sua carteira funcionará como um aviso de que talvez a


parcela do seu investimento de renda variável tenha subido muito e talvez seja uma boa
ideia realizar lucros antes que ocorra uma correção com a queda da renda variável até
suas médias, que é muito comum após grandes altas.

Veja que o inverso também acontece. Quando o ativo de renda variável sofrer
uma correção, ficando mais barato, sua carteira perderá o equilíbrio e provavelmente
você terá mais renda fixa que renda variável.

Para reequilibrar você terá que vender renda fixa para comprar renda variável e
neste movimento você certamente comprará ativos na baixa ou mais baratos.

Sendo assim, a própria carteira vai ajudar você a vender na alta (realizando lucros)
e comprar na baixa (aproveitando oportunidades). Isso é exatamente o contrário que a
maioria das pessoas fazem.

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Outro fator importante será a redução das decisões emocionais. Você vai comprar
ou vender ativos tendo como base o reequilíbrio da carteira que envolve números e não
qualquer emoção de medo ou euforia (ganância).

Reequilibrando com Dinheiro Novo


Talvez você já tenha percebido que o grande problema de reequilibrar a carteira
vendo parte do investimento que obteve melhor desempenho no período está no
pagamento de impostos.

Se você vender BOVA11 pagará 15% sobre a valorização deste ETF no período,
ou seja, 15% dos R$ 4.562,50 vendidos (R$ 684,38) serão pagos de imposto sobre o
ganho de capital.

Por este motivo muitos investidores adotam outra estratégia para reequilibrar a
carteira que é a de colocar “dinheiro novo” na carteira. Se você tem o costume de poupar
algum dinheiro todos os meses para investir, esse dinheiro poderia ser utilizado para
reequilibrar a sua carteira.

Neste nosso exemplo você manteria os R$ 61.625,00 investidos no BOVA11 e


faria novos investimentos na renda fixa até que ela passasse de R$ 52.500,00 para R$
61.625,00. Seria necessário investir R$ 9.125,00 em renda fixa. Sua carteira agora seria
composta por R$ 61.625,00 em BOVA11 e R$ 61.625,00 em renda fixa totalizando R$
123.250,00.

Planilha para o Reequilíbrio


Temos uma planilha que você recebeu junto com este livro que se chama
Reequilibrio_Carteira.xlsx que serve como um exemplo de cálculos para facilitar a
venda ou a compra de ativos.

Vamos imaginar que temos uma carteira como esta:

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Na coluna “Carteira Original (%)” temos a distribuição ou alocação original da
carteira onde definimos que queremos 30% em ações, 25% em ações no exterior, 25%
de renda fixa pós-fixada e assim por diante.

Na coluna “Carteira Atual (R$)” temos quanto temos atualmente investido em


cada ativo.

Vamos imaginar que depois de algum tempo somente as ações sofreram uma boa
valorização. Antes tínhamos R$ 30.000,00 em ações e agora temos R$ 40.000,00.
Vamos atualizar esse valor na coluna “Carteira Atual (R$)” para ver o que acontece.
Veja como ficou:

A única mudança que fiz foi atualizar os R$ 30 mil em ações para R$ 40 mil. O
resultado desse aumento de R$ 10.000,00 em ações foi o desequilíbrio da alocação
original da nossa carteira. Podemos ver esse desequilíbrio na coluna “Carteira Atual
(%). Veja que agora temos 36,4% da carteira em ações e não 30% como original. Todos
os outros investimentos da carteira agora representam menos dessa carteira devido a alta
das ações.

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A coluna “Carteira Reequilibrada” nos mostra como esses R$ 110.000,00 que
temos na carteira agora deveriam estar distribuídos para que possamos voltar a
distribuição percentual original.

A coluna “Reequilíbrio” nos mostra que precisamos vender R$ 7.000,00 em ações


e usar esse dinheiro para comprar R$ 2.500,00 em ações no exterior, R$ 2.500,00 em
renda fixa pós-fixada, R$ 1.500,00 em renda fixa prefixada e R$ 500,00 em dólares.

Agora se o seu objetivo é reequilibrar a carteira sem vender os R$ 7000,00 em


ações, ou seja, se você deseja utilizar dinheiro novo para comprar mais ativos que não
subiram ou que caíram o cálculo é bem simples.

Vamos pegar o ativo que mais subiu. No nosso exemplo as ações subiram e agora
temos R$ 40.000,00 mil. Agora vamos considerar que este valor será nosso “novo 30%”
da carteira. Se agora R$ 40.000,00 é 30% da carteira, quando deve ser o total da nossa
carteira? Basta dividir 40.000,00 por 0,30 ou por 30% para encontrar o resultado R$
133.333,33.

O problema nessa estratégia é que sempre teremos que conseguir dinheiro novo
para aumentar nossos investimentos e nem sempre isso será possível se a alta de um
desses investimentos for significativa.

Outro ponto que devemos observar é que se as ações sofreram forte alta e isso as
afastou das suas médias mais longas, provavelmente teremos alguma correção em breve.

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Simular com Investimentos Mensais
Vou comentar sobre um site que possui um simulador de carteiras onde é possível
comprar e vender ativos de forma simulada no decorrer do tempo. Ele pode ser útil para
simular aportes mensais ou em momentos que você considere apropriado gatilhos e
pontos de entrada/saída que veremos nos próximos capítulos.

É importante destacar que esta ferramenta parece ser experimental ou em fase de


desenvolvimento. De qualquer forma quero transmitir o conceito pois outras
ferramentas podem surgir e certamente ele será parecido.

Visite o endereço: https://simuladorhml.smartbrain.com.br/

A figura cima mostra como adicionar ativos na carteira. Se você adicionar algum
ativo e parecer que nada aconteceu, ou seja, o ativo não apareceu na lista de ativos,
clique no botão F5 do seu teclado para recarregar a simulação atualizada.

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Clicando sobre o ativo você terá uma janela onde é possível fazer novas
aplicações, resgates e ver a lista de aplicações e resgates com a opção de apagar. Isso
vai permitir que você adicione compras regulares de ativos na simulação para estudar o
seu desempenho.

A estratégia de comprar ativos mensalmente pelo preço de mercado, sem se


preocupar com o preço do ativo no momento pode ser adotada se você considerar a ideia
de preço médio.

O gráfico abaixo mostra o preço do BOVA11. Vamos imaginar que você tem uma
estratégia simples de comprar BOVA11 todos os meses quando ele sofre alguma queda
que produza um desequilíbrio nas proporções da sua carteira. Então imagine que no
início de cada mês você comprou BOVA11 por R$ 115,90, depois por R$ 112,25 e por
fim por R$ 106,61. Somando esses três preços e dividindo por três teremos o preço
médio de 111,58 já que 115,90 + 112,25 + 106,61 = 336,76 / 3 = 111,58. Na prática será
como se você tivesse feito a compra de BOVA11 por R$ 111,58 que é o preço destacado

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pela linha pontilhada no gráfico. Quando o preço passa a se mover acima de R$ 111,58
você já estará com resultado positivo para as compras realizadas mensalmente.

Gatilhos para o Reequilíbrio da Carteira


Existem dois eventos que você pode escolher como gatilhos para desencadear o
seu processo de reequilíbrio da carteira.

Você pode fazer reequilíbrios baseados no tempo ou quando o desvio percentual


da carteira original atingir determinados níveis.

Gatilho Tempo
O reequilíbrio baseado no tempo exige que você escolha um período (trimestral,
semestral ou anual) para avaliar a carteira atual para decidir sobre novas compras,
manutenção ou venda de ativos.

Investidores que escolhem reequilibrar adicionando dinheiro novo na carteira


podem preferir o reequilíbrio mensal.

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Como a cada trimestre as empresas divulgam seus balanços, os investidores que
preferem montar a carteira de renda variável com ações reavaliam os fundamentos das
empresas trimestralmente e reequilibram suas carteiras nesses períodos.

A vantagem de adotar o reequilíbrio em períodos exige de você menos tempo


olhando o mercado. Se você reequilibra mensalmente só gastará tempo olhando seus
investimentos uma vez por mês. Se o reequilíbrio ocorre por trimestre você só olhará
para sua carteira 4 vezes por ano.

Quando compor a sua carteira de renda fixa prefixada e indexada ao IPCA


considere os períodos de reequilíbrio da sua carteira para escolher os vencimentos mais
apropriados. Exemplo: se você fizer um investimento em renda fixa com vencimento
daqui a 2 anos e você faz reequilíbrios trimestrais dívida esse investimento em 4
investimentos de renda fixa com vencimentos a cada 3 meses naquele ano. Isso ajuda
você a ter um fluxo de capital na sua conta para tomar novas decisões sobre
investimentos no período.

Todos os anos você terá pelo menos duas ou três grandes correções na bolsa que
geralmente são boas oportunidades de entrada na renda variável e para isso você precisa
ter dinheiro livre na renda fixa.

Gatilho Desvio
Você pode definir como regra o reequilíbrio da sua carteira sempre que tenha
ocorrido um desvio de X pontos percentuais. Vamos imaginar que você estabeleceu o
teto de 10 pontos percentuais de desvio na renda variável para iniciar o reequilíbrio.
Não importa quanto tempo levará para ocorrer esse desvio.

Vamos imaginar que você tem 50% da carteira em renda fixa e 50% em renda
variável. Em algum momento do ano ocorreu uma crise de curta duração baseada em
boatos envolvendo o mundo dos políticos. A renda variável da sua carteira caiu 10

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pontos percentuais, ou seja, antes você tinha 50% em renda variável e agora tem 40%
da sua carteira em renda variável.

Esse foi o gatilho para iniciar o seu processo de reequilíbrio onde você pode usar
o dinheiro da renda fixa para investir na renda variável, aproveitando os preços mais
atrativos. Outra opção seria utilizar algum dinheiro novo que você poupou e guardou
em algum investimento de liquidez diária, pós-fixado, para aproveitar essas
oportunidades que vão surgir algumas poucas vezes durante cada ano.

Para muitos, o lado negativo dessa estratégia será a necessidade de monitorar o


desempenho da sua carteira de forma mais frequente, pois assim que o desequilíbrio
atingir um determinado nível você deve agir para reequilibrar a carteira. Isso pode
acontecer várias vezes durante o ano ou poucas vezes dependendo dos limites que você
estabelecer.

Você pode adotar as duas estratégias ao mesmo tempo. É possível definir um


limite de desvio e ao mesmo tempo fazer uma reavaliação a cada 6 meses ou a cada 1
meses.

É muito comum que os melhores meses do ano, na renda variável, ocorra no mês
antes das férias do final e meio do ano.

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Acima temos a sazonalidade do S&P500 entre 1964 e 2020, que reflete o
desempenho das maiores bolsas do mundo (NYSE e Nasdaq). Os melhores meses são
novembro, dezembro e abril.

Temos uma página sobre a sazonalidade da bolsa no Brasil neste endereço aqui:
https://clubedospoupadores.com/sazonalidade

Pontos de Entrada e Saída

Uma vez definido que você precisa reequilibrar sua carteira comprando ou
vendendo ativos podemos estabelecer pontos de entrada e saída utilizando ferramentas
estatísticas como regressão linear, médias móveis e força relativa.

Regressão Linear
Uma regressão linear nada mais é do que ajustar uma linha reta a uma série de
preços de um ativo de diversos períodos. Essa reta representará a direção do preço no

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longo prazo. É como se filtrássemos toda a volatilidade ou ruído do dia a dia que faz o
preço subir e cair freneticamente.

Em estatística a regressão linear é muito utilizada para se fazer previsões sobre o


futuro com base em dados passados. Este processo é chamado de regressão linear.

Para exemplificar criei uma planilha chamada


Regressao_Linear_BOVA11.xlsx que acompanha este livro. Você encontrará os
preços do BOVA11 entre 2018 e a metade de 2021. Esses preços aparecem como pontos
cinzas que estão soltos em um gráfico.

Não precisamos fazer esse tipo de gráfico no Excel já que vou mostrar
ferramentas que fazem isso automaticamente, mas para aprender como as coisas
acontecem o Excel sempre é muito útil.

A figura abaixo mostra como é fácil adicionar uma linha de tendência em


qualquer gráfico.

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Clicando sobre a linha de tendência no gráfico é possível avançar a linha e ativar
a exibição da fórmula matemática utilizada para projetar essa linha no futuro.

Aqui está o gráfico com a dispersão de todos os preços do BOVA11 entre parte
de 2018 e 2021 com a linha de tendência linear calculada automaticamente pelo Excel
e projetada em 300 dias no futuro até a metade de 2022.

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A linha nos diz que o preço tem uma tendência de alta no longo prazo. No gráfico
abaixo temos uma seta azul indicando o momento em que o preço começou sua “viajem”
para um lugar distante da linha de tendência que representa um preço médio. A seta
vermelha nos mostra a “viagem” de volta do preço até a linha de tendência.

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Em outras palavras, quando o preço se afasta muito da sua linha de tendência o
ativo passa as ser considerado caro por muitos investidores. O interesse por compras
diminui e por vendas aumenta à medida que as carteiras de todos os grandes investidores
vão sendo reequilibradas. Isso inicia uma viagem de volta do preço para a sua linha de
tendência.

Quando o preço começa a se aproximar da linha de tendência na sua viagem de


volta os investidores entendem isso como uma oportunidade caso ainda acreditem na
tendência de alta de longo prazo.

O preço se torna mais atrativo para a compra do ativo e menos atrativo para a
venda. Então a linha de tendência funciona como um suporte que dificulta a
continuidade do movimento de queda. É muito comum o preço tocar a linha de
tendência e reverter o movimento de queda em um novo movimento de alta que afastará
o preço da linha de tendência.

Eventualmente o preço em queda pode cruzar a linha de tendência de cima para


baixo. Isso ocorreu no início da crise de 2020. O preço do BOVA11 cruzou a linha de

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tendência para baixo e se distanciou muito em poucos dias até atingir seu menor preço
em 23/03/2020. No dia seguinte o preço iniciou sua trajetória de retorno até a sua
tendência linear. Os investidores reequilibraram suas carteiras comprando mais
BOVA11 com bons preços. Somente no dia 06/08/2020 retornou para a linha de
tendência, mas agora ela funcionou como uma resistência.

Quando o preço se movimenta abaixo da linha de tendência essa linha pode


funcionar como uma região que resiste ao movimento de alta do preço.

No gráfico acima podemos ver que quando o preço tocou a linha de tendência de
baixo para cima ele voltou a cair se distanciando novamente da média.

Neste caso, muitos investidores que compraram BOVA11 quando ela estava
muito barata, no pior momento da crise, aproveitaram o retorno para a média para
reequilibrar a carteira vendendo BOVA11.

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Resumidamente, quando a sua carteira está desequilibrada é possível utilizar a
linha de tendência para estabelecer bons pontos de compra ou venda do ativo.

No gráfico acima temos bons pontos de compra do BOVA11(indicados pela letra


“C” dentro de quadrados verdes).

Esses pontos de compra ocorrem quando o preço se aproxima da linha de


tendência após estar muito acima dela, ou seja, o ativo ficou mais barato ao se aproximar
da linha de tendência linear.

Também pode ocorrer uma boa oportunidade de compra quando o preço estava
na linha de tendência (preço na média) e se distancia para baixo, ficando ainda mais
barato e distante da média, pois o próximo movimento seria o de regredir para a média.

Seriam justamente nesses pontos indicados pela letra “C” que você observaria um
desequilíbrio na sua carteira após queda nos preços. O reequilíbrio ocorreria comprando
mais ativos até que a carteira voltasse a ter as mesmas proporções que foram perdias.

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Veja no gráfico acima que na crise de 2020 tivemos BOVA11 cruzando para
baixo da linha de tendência aprofundando a queda e gerando um enorme distanciamento
no pior momento da crise.

Este seria um novo ponto e compra já que sua carteira estaria novamente
desequilibrada com BOVA11 representando uma parcela menor do que deveria.

No gráfico abaixo temos bons pontos de venda do BOVA11(indicados pela letra


“V” dentro de quadrados vermelhos).

Esses pontos ocorrem quando o preço do ativo estava próximo da linha de


tendência (preço na média) e começa a se distanciar para cima enquanto se valoriza.
Após grandes altas a sua carteira estará desequilibrada com um percentual maior do que
deveria concentrado no ativo que valorizou mais.

O reequilíbrio poderia ser feito com a venda do ativo que subiu mais ou com a
compra do ativo que caiu ou não subiu.

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Na crise de 2020, se você tivesse reequilibrado sua carteira no pior momento da
crise, comprando o ETF BOVA11 barato após a forte queda, você teria que reequilibrar
a carteira novamente quando o preço voltou a subir atingindo de baixo para cima a linha
de tendência.

Muitos investidores costumam fazer vendas ou compras de ativos em duas ou


mais etapas no momento que decidem reequilibrar a carteira.

Durante uma alta você poderia fazer vendas parciais considerando a dificuldade
que existe em identificar o preço mais alto antes da regressão até a média.

Durante uma queda você poderia comprar aos poucos considerando a dificuldade
que existe em identificar o preço mais baixo possível antes da regressão do preço até a
sua média.

O seu resultado das compras ou vendas parciais será um preço médio composto
por cada compra ou venda realizada no processo de reequilíbrio. Com isso você evita a
preocupação de acertar o ponto perfeito de compra ou de venda.

Ferramenta
Na ferramenta que apresentei no capítulo “Ferramenta de Estudo Gráfico” é
possível calcular e gerar a tendência linear sobre um gráfico de preços com um canal
baseado em desvio padrão. Com isso você não precisa exportar dados para o Excel e
gerar gráficos manualmente como exemplifiquei anteriormente.

A ferramenta ajudará muito a identificar pontos interessantes para compra e


venda de ativos quando estiverem seguindo uma tendência dentro do canal de longo
prazo.

Para exemplificar visite este gráfico do BOVA11:

https://clubedospoupadores.com/grafico/BOVA11

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Agora siga os passos do vídeo que gravei mostrando como utilizar a ferramenta
“Tendência de Regressão”. No final você terá um gráfico com uma espécie de “canal
de regressão”, parecido com a figura logo abaixo, caso a tendência de longo prazo do
BOVA11 continue quando você estiver lendo este livro.

Veja que temos boas oportunidades para reequilibrar a carteira quando BOVA11
se aproxima da borda superior do canal (para venda) e quando se aproxima da borda
inferior do canal (para compra). O centro do canal também pode ser uma região de
compra quando estamos em tendência de alta e o preço recua até o centro para reverter
o movimento e voltar para a sua trajetória de alta até o topo do canal.

Veja no exemplo acima que a ferramenta produziu um canal após analisar


estatisticamente todos os preços da área que você marcou. Se os preços forem crescentes
teremos um canal de alta, ou seja, um canal inclinado para cima tendo como base central
uma linha de regressão linear representando um preço médio ou um preço de equilíbrio.

Perceba que o preço do BOVA11 tende a “orbitar” a linha central que na prática
é o meio entre preços que atingiram valores extremos devido a volatilidade do
BOVA11.

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Por padrão, o canal é produzido utilizando dois desvios padrões, ou seja, duas
vezes a volatilidade do ativo acima de sua média e duas vezes abaixo da sua média. No
vídeo eu mostrei como alterar esse parâmetro para apenas um desvio padrão acima e um
desvio abaixo da linha central. Já vimos que a volatilidade dos ativos é baseada em um
desvio padrão.

Já estudamos que em 68,2% das vezes o preço se movimentará nos limites de um


desvio padrão na distribuição normal, ou seja, nos limites do canal desenhado pela
ferramenta. Se você configurar o canal para que seja produzido com dois desvios a área
cobrirá 95,4% dos preços que foram registrados no passado e que provavelmente serão
registrados no futuro se a tendência continuar.

O gráfico acima nos ajuda a relembrar as probabilidades baseadas em uma


distribuição normal.

Quando o preço do BOVA11 se aproxima do topo do canal ou do fundo temos


uma grande distância entre o preço atual e a sua média na região central do canal. Logo

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veremos o preço retornando para a região central ou cruzando essa região até atingir o
outro extremo. Essas regiões no topo e no fundo do canal representam áreas importantes
de preços para a compra ou a venda do ativo.

Se por gatilho de tempo ou por gatilho de desvio você precisar reequilibrar a sua
carteira, os momentos em que o preço atinge os extremos do canal (topo ou fundo)
representam oportunidades de compra ou venda que devem ser avaliadas.

Por fim quero comentar sobre o uso dos canais paralelos. É muito comum entre
investidores o estudo de preços através de linhas de tendência e canais desenhados
manualmente. Isso cria um problema.

Quando utilizamos a regressão linear, como na ferramenta “Tendência de


Regressão” que descrevi anteriormente, temos uma base matemática que envolve
estatística e probabilidade para o desenho automático do canal com sua linha de
tendência central e suas linhas superiores e inferiores baseadas no desvio padrão do
ativo, ou seja, na sua volatilidade. Isso torna o estudo bem objetivo.

Quando desenhamos manualmente os canais tornamos o estudo bem subjetivo já


que cada investidor olhando para o mesmo gráfico produziria linhas e canais de forma
diferente. O correto ao criar um canal é ligar os preços mínimos para criar uma linha de
suporte e depois a ferramenta produzirá uma outra linha paralela que devemos ajustar
nos preços máximos criando uma linha de resistência.

De qualquer forma, para mostrar como desenhar canais manualmente produzi


esse pequeno vídeo aqui. Na mesma área onde você encontrará a ferramenta “Tendência
de Regressão” terá o “Canal Paralelo”, “Linha de Tendência”, “Linhas Horizontais e
Verticais” que são muito úteis nos estudos mas acabam agregando subjetividade na
análise.

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Médias Móveis
Outra ferramenta muito importante para nos ajudar a estabelecer bons pontos de
compra ou venda de ativos no processo de reequilíbrio da carteira são as médias móveis.

Como já falei aqui neste livro, todos nós, mesmo que inconscientemente, fazemos
uso de preços médios até quando estamos no supermercado. Você sabe exatamente
quais preços são comuns para os seus produtos preferidos.

Nas promoções você sente que está diante de uma oportunidade quando o preço
está muito abaixo do que seria um preço mediano ou um preço que você considera
comum ou justo para aquele produto. Esses preços afastados para baixo da média
motivam você a comprar esse produto preferido, mesmo que seja para estocar.

O mesmo acontece quando você se depara com preços muito acima do que você
está acostumado. Esses preços altos motivam você a adiar a compra. Talvez, se você
pudesse vender seu estoque para o supermercado, você o faria para colocar dinheiro no
bolso para esperar alguma promoção e recomprar mais barato.

Essa lógica do dia a dia é exatamente a mesma que existe no mercado financeiro.

A ferramenta que temos para saber quais são os preços médios dos ativos é a
média móvel.

Ela é móvel por considerar um número de períodos no seu cálculo que se atualiza
diariamente. Se você estuda a média dos últimos 200 dias, todo dia essa média será
recalculada excluindo o último dia dos 200 para adicionar o dia de hoje.

As duas médias mais usadas pelos investidores são a média móvel simples e a
média móvel exponencial. A única diferença é que a média móvel exponencial atribui
uma importância maior para os preços mais recentes e importância menor para os preços
mais antigos. Eu tenho a percepção de que a média móvel exponencial é mais utilizada.

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Se você visitar o link abaixo terá uma ferramenta de análise do IVVB11 com as
médias móveis exponenciais (EMA = exponential moving average) dos últimos 20, 50,
100 e 200 períodos. A ferramenta tem como base o TradingView.

https://clubedospoupadores.com/grafico/IVVB11

Existe um campo na ferramenta onde você pode digitar o código do ativo que
deseja estudar.

Você também se inscrever no plano “Basic” gratuitamente ou um plano pago. A


grande vantagem de ter a sua conta é a de poder salvar suas configurações e estudos.

Tenho um artigo no Clube dos Poupadores onde ensino a utilizar o básico da


ferramenta, leia aqui. Eu também tenho um livro sobre análise técnica para quem deseja
se aprofundar no assunto com foco em investimentos de longo prazo.

Média de 200

Acima temos um gráfico diário do BOVA11 desde 2016 até junho de 2021 e uma
média móvel exponencial de 200 períodos. Isso significa que a linha violeta sempre nos
mostra o preço médio do BOVA11 nos últimos 200 dias, por se tratar de um gráfico
diário. Se fosse um gráfico semanal seria o preço médio de 200 semanas.

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Marquei todos os pontos em que o preço se aproximou ou tocou a média de 200
dias nessa janela de quase 5 anos. Foram apenas 10 aproximações ou toques com ou
sem cruzamentos. Temos somente 1 ou 2 eventos como este por ano. Todos foram
oportunidades para a compra do ativo com seu preço médio.

A média de 200 dias, em uma tendência de alta, funciona como um forte suporte,
ou seja, ela é uma região onde a queda do preço é suportada ou freada, com grande
probabilidade de representar a base para a retomada da alta. Existem exceções nas crises
de maior gravidade como na greve dos caminhoneiros de 2018 que parou o país e na
crise provocada pela pandemia em 2020.

Podemos dizer que preços regredindo para a média de 200, após um período de
alta, representa um momento de atenção para quem precisa reequilibrar sua carteira
através de compras de mais ativos por bons preços, ou seja, por preços próximos da
média de quase 1 ano de negociações (200 dias úteis).

Já quando os preços sobem e se afastam muito da média de 200, temos um ponto


de atenção para quem precisa reequilibrar sua carteira realizando lucros, ou seja,
vendendo ativos que se valorizaram muito ou evitando a compra de mais ativos por
preços muito acima da média de 200 dias.

Média de 50
No gráfico abaixo temos a média móvel de 50 períodos que poderia ser entendida
como a média que representa um trimestre. A média de 100 representaria um semestre
de negociações e a média de 20 seria um mês de negociações.

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Observe que os pontos de toque, aproximação ou cruzamento do preço médio dos
últimos 50 dias é mais frequente. Tivemos pelo menos 3 ou 4 oportunidades durante o
ano de comprar este ativo por preços próximos de sua média dos últimos 50 dias. Para
quem faz compras trimestrais esses seriam pontos de atenção.

Média de 20
Por fim temos uma a média de 20 períodos que junto com a média de 200 está
entre as mais importantes entre investidores de todo o mundo. Você verá que na maior
parte do tempo o preço orbitará a média de 20 períodos.

Ela é referência para decisões de curto prazo enquanto a média de 200 é referência
para decisões de longo prazo.

Temos uma tendência de alta saudável quando o preço se mantém acima da média
de 20 dias. Essa tendência demonstra enfraquecimento quando começa a se aproximar
da média móvel de 20. Quando o preço cruza a média de 20 para baixo, fazendo a média
apontar para baixo, temos um ponto de atenção para o investidor. Aqui existe uma boa
probabilidade de o preço iniciar seu caminho de retorno para médias importantes de
longo prazo como as médias de 50, 100 e 200 períodos. Veja alguns exemplos:

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Por outro lado, uma tendência de baixa forte ocorre quando o preço se movimenta
fazendo topos e fundos abaixo da média de 20. Mas quando esse preço cruza a média
de 20 para cima, fazendo a média apontar novamente para cima, temos um ponto de
atenção, especialmente quando essa queda fez o preço tocar ou se aproximar de uma
média importante como a de 200. Aqui existe uma boa probabilidade de o preço ter
iniciado seu caminho de alta se afastando de uma média importante como a de 200
períodos. Veja alguns exemplos:

Nos círculos amarelos do gráfico acima destaquei os pontos em que o preço caiu,
se aproximando de médias importantes como a de 100 e 200 enquanto a média de 20
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estava apontada para baixo. Quando o preço cruza a média de 20 para cima e a faz
apontar para cima nessa região próxima da média de 200 temos um ponto de atenção
para quem planejava reequilibrar sua carteira comprando mais ativos por preços
próximos da média.

Força Relativa
Outra ferramenta muito utilizada para operações de prazo longo é o indicador
chamado Índice de Força Relativa (IFR) ou em Relative Strength Index (RSI) em inglês.

Por padrão o IFR é configurado para analisar os últimos 14 períodos. Ele


basicamente mostra a relação entre os ganhos nos dias de alta e perdas nos dias de baixa.

O IFR aumentará à medida que o número de dias em alta e o tamanho dessas altas
crescer e cairá à medida que o número de dias em baixa e o tamanho das perdas
aumentarem.

Gravei um pequeno vídeo mostrando como configurar o IFR no seu gráfico de


estudos, visite aqui. Você terá uma tela como esta:

Logo abaixo marquei com círculos vermelhos pontos de venda e com círculos
azuis os possíveis pontos de compra.

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Observe que o IFR de 14 períodos cai atingindo níveis entre 40 e 30 podemos
dizer que o mercado está “sobre vendido”, ou seja, o ativo passou por um movimento
de desvalorização intenso.

Observe os círculos azuis. Geralmente, nessa região entre 40 e 30 do IFR, o


gráfico faz um padrão que lembra a letra “W”. Quando o IFR faz esse padrão e o preço
do ativo se encontra nas proximidades de médias importantes, como a média de 200
períodos, temos um ponto de atenção para quem precisa fazer compras para reequilibrar
a carteira.

O mesmo ocorre nos círculos vermelhos onde temos regiões de “sobre compra”
que são atingidas pelo IFR após um forte e longo movimento de alta. Geralmente existe
um padrão na forma de “M” acima de 70 do IFR antes do fim do movimento de alta.

Durante o ano o IFR atinge poucas vezes as regiões de “sobre compra”, acima de
70 a 80, e de “sobre venda”, abaixo da 40 ou 30.

Por fim é importante destacar que todas essas ferramentas nos falam sobre
probabilidades e estão baseadas em cálculos matemáticos e estatísticos utilizados no
mercado financeiro e em diversas áreas da ciência para a análise de dados.

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Presente: Planilha de Simulações

Todos os dias surgem novas ferramentas online gratuitas para simulações e


estudos que são desenvolvidas por terceiros. Esses serviços são práticos mas podem
deixar de existir ou mesmo apresentar problemas por serem de responsabilidade de
terceiros.

Caso você tenha conhecimentos avançados para o uso de planilhas do Excel é


possível criar a sua própria planilha para simular e acompanhar a sua carteira de
investimentos.

Para exemplificar como isso é possível este livro acompanha uma planilha
chamada Simular_Carteira_Excel.xlsx que é um simulador básico de carteira de
investimentos que não depende de serviços externos.

Como exemplo a planilha está configurada com históricos do BOVA11, Dólar,


CDI, SMAL11 e IVVB11. Você pode utilizar o exemplo como base para criar sua
própria planilha.

Na parte superior da aba “Carteira” temos três exemplos de carteiras. Todos os


campos amarelos são editáveis. Os dados que a planilha utiliza estão na aba “Dados”.
O histórico está completo entre 01/2016 e 05/2021 e podem ser atualizados por você.
Todas as fórmulas usadas na planilha já foram discutidas no livro.

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Independência

Um grande objetivo para quem monta carteiras de investimentos diversificadas


de longo prazo é a construção de um patrimônio que permita atingir a independência
financeira.

Para a maioria das pessoas, uma carteira com R$ 1 milhão a R$ 5 milhões já seria
suficiente para gerar uma renda adicional que garantiria um bom conforto e segurança
financeira.

Através de simuladores (clique aqui para acessar) é possível sonhar para depois
planejar a sua independência. Faça simulações baseadas na sua realidade. Veja quanto
você tem hoje para investir e quanto você pode investir mensalmente. Avalie quanto sua
carteira de investimentos será capaz de gerar por ano e faça suas projeções. Depois veja
na simulação quanto você terá no futuro e quanto poderá gastar por mês por 360 meses
(30 anos) ou de forma vitalícia.

Veja um exemplo:

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Vamos imaginar o investimento inicial de R$ 100 mil. Isso equivale ao que
muitos gastam comprando um bom carro que perderá seu valor em poucos anos, sem
gerar frutos no futuro.

Na simulação temos investimentos mensais de R$ 1.500,00 em uma carteira com


retorno anual de 10% por 15 anos. Isso seria suficiente para produzir um patrimônio
acima de R$ 1 milhão. Este valor investido com retorno de 0,8% mensais poderia gerar
uma renda acima de R$ 8 mil mensais.

Se essa renda adicional de R$ 8 mil estivesse disponível para você hoje, todos os
meses, certamente traria um conforto e principalmente uma segurança financeira que
poucos brasileiros possuem.

Experimente refazer a simulação com outros investimentos iniciais ou até com


zero investimento inicial. Modifique o investimento mensal para outros valores e teste
outras rentabilidades.

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A conquista deste tipo de independência que traz um futuro mais tranquilo e
confortável pode motivar você a montar e manter a sua carteira de investimentos por
vários anos e décadas.

O seu sucesso depende do nível de conhecimento e de experiência que estiver


disposto(a) a adquirir no decorrer dos anos para melhorar os resultados dos seus
investimentos.

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Continue Estudando:
Clique nos livros para conhecer a nossa coleção completa sobre investimentos:

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