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Acendendo o Poder

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“ACENDENDO O PODER”

INTRODUÇÃO
Nosso Deus é um Deus salvador, um Deus de libertação. A Bíblia está
cheia de exemplos de libertação divina. Quando Deus trouxe o dilúvio sobre a
terra para destruí-la, Ele salvou Noé e sua família, junto com um remanescente
das criaturas que habitam a terra (Gênesis 6-9). Quando José foi vendido como
escravo no Egito, Deus o resgatou da escravidão e fez dele um grande líder na
terra do Egito e um salvador para seu próprio povo (Gênesis 37-50). Quando os
israelitas foram mantidos cativos como escravos no Egito, Deus os resgatou e,
por fim, os conduziu para a terra de Canaã (Êxodo 1-15). Deus frequentemente
livrou Davi de seus inimigos, e especialmente de Saul, que procurava matá-lo
(1 Samuel). Lemos sobre muitas outras libertações no Livro dos Salmos. Deus
resgatou Jeosafá dos sírios (1 Reis 22) e também dos moabitas (2 Reis 3). Ele
resgatou Jerusalém dos assírios quando Senaqueribe enviou Rabsaqué para
destruir Jerusalém e capturar Judá (ver Isaías 36-37).
Quando chegamos a Atos 5, temos o relato de duas grandes libertações –
a libertação dos apóstolos de seu encarceramento em uma prisão de
Jerusalém e da morte certa nas mãos do Sinédrio.
Nosso texto em contexto
Atos 1 nos leva àquele período de 50 dias entre a ressurreição de nosso
Senhor e a vinda do Espírito no Pentecostes. Jesus revelou-se a muitos de
maneiras muito convincentes, ao longo de 40 dias (Atos 1:1-3). Nosso Senhor
deixou de lado questões específicas sobre o momento de Seu retorno e a
restauração do reino a Israel, mas ordenou que o evangelho fosse levado até
os confins da terra (Atos 1:6-8). Depois que nosso Senhor ascendeu ao céu, os
apóstolos se reuniram para esperar, dedicando-se à oração e escolhendo
Matias como substituto de Judas (Atos 1:12-26).
O Espírito de Deus veio sobre a igreja, resultando na reunião de uma
grande multidão, à qual Pedro proclamou o evangelho. Cerca de 3.000 almas
foram salvas naquele dia, e a igreja começou a se reunir para o ensino dos
apóstolos, comunhão, partir o pão e oração. Esses novos crentes eram
receptivos às necessidades financeiras de seus irmãos e irmãs, até mesmo ao
ponto de dispor de suas próprias posses para atender a essas necessidades
(Atos 2:42-47).
A caminho do templo para orar, Pedro e João encontraram um mendigo
que era coxo desde o ventre de sua mãe. Eles curaram esse homem em nome
de Jesus e pregaram o evangelho para a multidão que se reuniu em espanto.
Pedro deixou claro em sua pregação que Jesus era o Messias prometido, que
Ele havia sido falsamente rejeitado, acusado, condenado e crucificado. Ele
declarou ainda que Deus havia ressuscitado Jesus dos mortos. Para serem
salvos, os homens devem confessar seus pecados e crer em Jesus como o
Messias prometido (Atos 3).
Isso foi demais para os líderes religiosos judeus, particularmente aqueles
que eram saduceus. Eles eram os mais ameaçados pela pregação dos
apóstolos. Eles tinham desempenhado um papel fundamental na rejeição e
crucificação de Jesus, eles ocupavam posições de poder em Israel e não
acreditavam na ressurreição dos mortos. E então eles prenderam Pedro e João
e os colocaram na prisão durante a noite, e então os levaram para serem
julgados perante o Sinédrio na manhã seguinte. A confiança e a ousadia de
Pedro não foram abaladas pelos esforços dos líderes religiosos de Jerusalém
para intimidá-lo (e o resto que pregava Jesus como o Messias ressuscitado).
Ele proclamou que este homem coxo foi curado em nome de Jesus, o
Nazareno, a quem eles tinham crucificado, mas a quem Deus havia
ressuscitado dos mortos. Jesus era a principal pedra angular, a quem eles
tinham rejeitado, assim como as Escrituras tinham profetizado. Jesus era
Aquele em quem eles deveriam crer para serem salvos e entrar nas bênçãos
prometidas. Não havia como negar que um grande milagre havia sido
realizado pelos apóstolos, e havia pouco que os líderes judeus pudessem fazer
além de ameaçar esses apóstolos e ordenar que eles parassem de pregar em
nome de Jesus. Pedro e João deixaram claro que não tinham intenção de seguir
essas ordens, porque eles deveriam testemunhar o que tinham visto e ouvido
(Atos 4:1-22).
Quando Pedro e João foram soltos, eles retornaram aos seus companheiros
crentes e relataram tudo o que os principais sacerdotes e anciãos lhes
disseram. Toda a igreja se alegrou e orou esta oração: (Atos 4:24-31).
Os santos reunidos viam essa perseguição e oposição como o
cumprimento da Palavra de Deus, e como os esforços fúteis dos homens para
frustrar os planos e propósitos soberanos de Deus. Eles oravam por ousadia e
pelos sinais e maravilhas atestadores de Deus, para que a mensagem de Deus
pudesse trazer a salvação dos homens perdidos e, assim, glorificar a Deus.
Nosso texto em Atos 5:12-42 é claramente o resultado desta oração.
Mas há mais uma parte do contexto que é crucial para a nossa
compreensão do texto diante de nós (Atos 5:12-5:42), e isso é Atos 4:32—5:11.
Lucas mais uma vez nos informa sobre o cuidado que esses novos crentes
tinham uns pelos outros. De tempos em tempos, conforme a necessidade
surgia, eles vendiam terras ou casas e davam o dinheiro aos apóstolos para
ministrar aos necessitados. Lucas então nos apresenta Barnabé, que vendeu
um pedaço de sua propriedade e deu o dinheiro aos apóstolos para distribuir.
Havia um casal na igreja — Ananias e Safira — que não eram tão nobres
quanto Barnabé. Eles venderam um pedaço de terra, mas guardaram uma
parte do preço da venda para si mesmos, e então deram o restante aos
apóstolos como se fosse o valor total do preço da venda . Ambos morreram por
causa de sua hipocrisia. Notícias sobre isso trouxeram grande medo àqueles
que ouviram, crentes e descrentes.
Sabemos que o versículo-chave para o livro de Atos é Atos 1:8. Jesus disse:
“Recebereis poder para serem minhas testemunhas em toda Jerusalém, Judéia
e Samaria e até os confins da terra”. Uma igreja se torna poderosa quando se
entrega ao poder que Deus envia através do Seu Espírito Santo.
Eu quero falar nesta noite a respeito de como deve ser a igreja que se
submete ao poder do Espírito Santo?
I. O PODER DE DEUS LEVA À ADMIRAÇÃO (12-13)
Isso quer dizer que quando a igreja se submete ao Espírito Santo e confia
no Seu poder, ao invés de confiar em algum programa, ou confiar em Seu
poder, ao invés de em algum pregador, outros vão perceber o poder que flui
através daquela igreja e irá realmente admirar o que está acontecendo
naquela igreja, ainda que eles mesmos não sejam crentes.
Se você se lembrar do contexto desses versículos, então você vai se
lembrar do que acabara de acontecer na igreja. Da última vez, nós lemos
sobre um problema na igreja, dois membros da igreja que estavam pecando,
os chamados Ananias e Safira, foram removidos da igreja de forma
sobrenatural. Pedro verifica que há pecado no coração deles e os indaga sobre
isso. Ao invés de se arrepender, Ananias e Safira encontraram seu pecado e
Deus os julgou por isso. Eles morreram. Ou seja, eles caíram mortos ali mesmo
na igreja.
Bem, o fato é que a igreja se purifica e quando a igreja é purificada, a
igreja é poderosa. A comunidade ao redor da igreja repara isso. Nós lemos que
após a morte de Ananias e Safira, o versículo em que paramos, versículo 11,
diz: “E houve um grande temor em toda a igreja (veja isso agora), e em todos
os que ouviram estas coisas”. Ou seja, a comunidade escolheu o respeito
dessa igreja e conheceu o poder na igreja. “Aquela é uma igreja que lida com o
pecado. Ou seja, eles dão importância uns aos outros.” A Bíblia diz nos
versículos 12 e 13 que esse poder continua e é um poder que leva à admiração
no meio da comunidade de Jerusalém.
Agora, vamos ler mais sobre os “sinais e maravilhas” em instantes. Nesse
momento, eu quero ver o retrato aqui desses versículos. Você tem uma igreja
reunida no Alpendre de Salomão, ou Pórtico de Salomão, que era uma
determinada área elevada do templo onde os Crentes se reuniam diariamente
para inspiração. O que me chama atenção é o versículo 13 onde Lucas
escreve: “Dos outros, porém, ninguém ousava ajuntar-se a eles; mas o povo
tinha-os em grande estimativa”. Essa é uma afirmação fascinante! Ninguém
ousava se juntar a eles. Isto é, nenhum dos não crentes, os descrentes, ousava
se aproximar deles, mas ao mesmo tempo, eles os tinham em grande
estimativa. Eles admiravam os Crentes.
Há essa espécie de medo dos Crentes. Há um poder óbvio operando na
vida deles e nas pessoas que não faziam parte da igreja, os descrentes,
consideraram aquele poder e respeitavam tal poder. Eles admiravam os
Crentes. O poder de Deus leva à admiração.
O que temos aqui é um resumo do Poderoso Impacto de Jesus Cristo. Essas
obras de poder não estavam sendo feitas em segredo; não havia nenhuma
disputa sobre a realidade dos milagres ou a conexão com o poder de Jesus Cristo
por meio de Seus apóstolos designados
Exizte uma ênfase na unidade como vimos antes, ali era um local ideal
para suas reuniões, sendo o centro religioso da cidade e fornecendo naquele
vasto saguão uma oportunidade para multidões de pessoas interessadas
aprenderem sobre a igreja sem ter que se comprometer prematuramente. A
realização de sinais e maravilhas pelos apóstolos neste ambiente público deu a
maior exposição possível ao movimento cristão.
E o que temos são reações Diferentes no Mundo Observador. Atrai sua
atenção e medo. Os descrentes temiam se associar aos crentes porque viam
que o comprometimento indiferente ou a hipocrisia espiritual eram tratados
com severidade.
Porém, fale a pena destacar que existe uma conexão paradoxal de medo
e admiração. Quando uma igreja é movida pelo poder de Deus, pela ação do
Espírito Santos, através da submissão ao Espírito Santo, se enchendo e
permitindo que Ele trabalhe em nós e através de nós, os outros reparam e
respondem com os esses dois elementos, o medo e a admiração. Os dois estão
intrinsecamente ligados. A verdade é que as pessoas devem sentir isso em
relação a nós como indivíduos e como igreja.
Deveria realmente existir algo como medo e admiração por parte das
outras pessoas em relação a igreja de Jesus Cristo. As pessoas deveriam
considerar que existe algo particularmente diferente em relação a nós. Essa
diferença é o poder do Espírito Santo trabalhando em nós. É isso que faz a
diferença. É isso que faz os outros estudantes da escola te admirarem. Ah, eles
não podem se tornar crentes agora. Eles não podem seguir a Cristo como você
faz, mas eles vão te respeitar se eles virem que você é “de verdade” e estão
ao redor deles.
É isso que faz seus colegas de trabalho te admirarem. Eles vêem algo
diferente em você. Você não é um hipócrita. Você não é um Ananias ou uma
Safira. Há medo misturado com admiração quando eles vêem e pedem para
você orar por eles. Você vive a sua fé. Talvez eles se cansem de você por você
ser quadrado e por você não rir das piadas cruéis, mas preste atenção quando
as coisas vão mal e eles precisam de alguém que se importe com eles. Lá vêm
eles até você. Eles vêm até você. Por quê? Porque você é uma resposta. Eles
te admiram.
Então, não desanime! Você pode dizer: “Bem, eu convido as pessoas para
virem aqui para a igreja”, ou “Eu falei do Evangelho, mas nada acontece.”
Apenas continue sendo “verdadeiro” e você e eu testemunharemos o segundo
ponto do nosso texto.
O poder de Deus leva à admiração. Em segundo lugar:

II. O PODER DE DEUS LEVA AO CRESCIMENTO (14)


Isso não é maravilhoso? Nós acabamos de ler que os não-crentes não
ousavam se juntar aos Crentes, mas apenas os tinham em alta estimativa.
Havia uma mistura de medo e admiração. E então nós lemos exatamente no
próximo versículo o que acontece depois de um tempo: “E a multidão dos que
criam no Senhor, tanto homens como mulheres, cresceu cada vez mais.”
É por isso que eu e você temos que continuar com nosso evangelismo. É
por isso que temos que nos manter fiéis e sermos “verdadeiros” em nossa
comunidade. Resista à tentativa de obter resultados rápidos. Apenas prossiga
seguindo a Jesus e confiando no tempo Dele e Deus vai multiplicar os Crentes
ao seu redor. É trabalho dele fazer a igreja crescer, não seu. É trabalho Dele
ganhar seus amigos para Cristo, não seu. Apenas seja fiel.
Quando a igreja é fiel, submetendo-se ao poder do Espírito Santo, vivendo
o comissionamento do nosso Senhor em Atos 1:8, sendo testemunhas de
Cristo, então o poder de Deus leva não apenas à admiração, mas à
multiplicação, ao crescimento. A Bíblia diz: “a multidão dos que criam no
Senhor, tanto homens como mulheres, cresce cada vez mais.”
John Stott afirma que essa situação paradoxal tem se repetido com
frequência desde então. A presença do Deus vivo, seja manifestada por meio de
pregação ou milagres ou ambos, é alarmante para alguns e atraente para outros.
Alguns são assustados, enquanto outros são atraídos pela fé.
Lembre-se como tudo começou: A igreja nasceu no Pentecostes em Atos 2,
quando a igreja recebeu o Espírito Santo. A Bíblia diz que Pedro pregou um
sermão que resultou em quantos se convertendo a Cristo? Atos 2:41 diz: “De
sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e
naquele dia agregaram-se quase três mil almas”. Você pula para o último
versículo do capítulo 2, Atos 2:47 , e você lê: “E todos os dias acrescentava o
Senhor à igreja aqueles que se fizeram de salvar.” Então você vai para Atos
4:4 e lê: “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o
número desses homens a quase cinco mil.” E nós lemos em Atos 5:14: “E a
multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, cresceu
cada vez mais.” É como se a igreja estivesse crescendo tão rápido que eles
não conseguiam continuar contando! Foi de 3.000, para 5.000, para multidões.
Algumas roupas são como o piloto do avião que anunciou aos passageiros:
“Senhoras e senhores, quero que vocês saibam que nosso equipamento de
navegação não funcionou. Não sabemos onde estamos. Não sabemos para
onde vamos, mas estamos nos divertindo!”
Bem, nós sabemos onde estamos e sabemos para onde vamos. Nós
recebemos o poder do Espírito Santo e somos testemunhas de Cristo
começando em Jerusalém e espalhando até os confins da terra. O poder de
Deus leva à admiração, o poder de Deus leva ao Crescimento. Em terceiro
lugar:
III. O PODER DE DEUS LEVA À TRANSFORMAÇÃO (15-16)
Veja a transformação milagrosa, sobrenatural, que acontece na
comunidade ao redor da primeira igreja. O medo e a admiração levam à
salvação, e toda a comunidade começa a notar o que está acontecendo na
igreja. A Bíblia diz que a resposta foi tão empolgante, versículo 15.
Ou seja, todo mundo queria estar dentro! A comunidade ouve sobre os
sinais e maravilhas acontecendo na igreja. Eles ouvem sobre o homem aleijado
na porta do templo que fora curado pelo poder de Deus, levantando-se,
saltando e andando e louvando a Deus, e eles vieram a trazer os seus próprios
doentes. Eu imagino o fluxo das pessoas carregando seus entes queridos em
panos e coisas do tipo, trazendo-os para a igreja. Eles tinham fé de que até
mesmo a sombra de Pedro, por si só, teria poder para curar.
Eu acredito que esses versículos querem dizer exatamente o que eles
dizem. Eu acredito em sinais e maravilhas. Eu não acredito que os sinais e
maravilhas tenham cessado após a primeira igreja há 2.000 anos. Eu acredito,
hoje, que os sinais e maravilhas de 2.000 anos atrás eram um trabalho
particular e incomum do poder de Deus em Jerusalém quando a igreja
começou. Eu creio que Deus fez milagres maravilhosos através da igreja,
primeiramente através dos apóstolos, para autenticar a mensagem do
Evangelho. Foi uma forma de Deus para autenticar o trabalho da igreja. Os
sinais e as maravilhas eram como se fossem o “selo de prejuízo” na
mensagem pregada pela igreja.
O que temos diante de nós é Um tremendo ministério de cura – restrito
apenas à presença de Pedro e dos apóstolos – a cura só acontecia na presença
deles; curando cada um – sem falhas, sem falta de poder; veja quantas vidas
estavam sendo tocadas – cada pessoa curada tinha sua própria rede de
parentes e amigos – é assim que o evangelho deve se espalhar de forma tão
eficaz – cada pessoa cuja vida é transformada tem sua própria rede de
parentes, amigos e associados (colegas de escola, colegas de trabalho,
vizinhos, etc.)
John MacArthur Jr comenta que “As ruas de Jerusalém eram uma visão
incrível. Em todos os lugares havia camas ocupadas por ricos e pobres, todos
esperando os apóstolos se moverem pela cidade. Os habitantes de Jerusalém
realmente acreditavam que a sombra de Pedro poderia curar. Alguns povos
antigos acreditavam que a sombra de um homem carregava sua influência,
então os pais colocavam seus filhos na sombra de grandes homens e os
arrebatavam da sombra de alguém de quem não gostavam. O texto não diz
que a sombra de Pedro curou alguém, apenas que as pessoas acreditavam
nisso. Suas ações demonstram um tremendo respeito por Pedro. Grandes
milagres realmente ocorreram”.
Ao mesmo tempo, porém, eu não vejo razão para que sinais e maravilhas
semelhantes não existam hoje. Eu não estou falando das coisas loucas que
você vê na TV com alguns que se autoproclamam “curadores pela fé”, com
cabelo brilhante e um grande sorriso no rosto e uma porção de dinheiro no
bolso. Eu não estou falando disso.
Eu não vejo nenhum tipo de fundamento bíblico para esse tipo de coisa. Na
Bíblia, as pessoas doentes e as que sofreram danos foram levadas para a
igreja. Eles não seguiram nenhum guru carismático que tivesse seu próprio
ministério fora da igreja. Nós lemos sobre pessoas reparando o poder do corpo
da igreja e sendo atraídos para a igreja local para transformação espiritual. É
isso que está acontecendo nesses versículos.
O verso afirma que 16 E até das cidades circunvizinhas concorria muita
gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos;
os quais eram todos curados.
Aqui novamente, nós lemos que mesmo os que eram atormentados por
espíritos imundos, ou espíritos demoníacos, eram curados. Talvez você não
veja muita possessão demoníaca, mas se você viajar para países menos
desenvolvidos você vai ver muito disso. Satanás nos ataca onde somos
vulneráveis, e ele nos ataca em nosso país primordialmente através da nossa
saúde, da nossa auto-satisfação, e do amor pelos bens. Pense nisso: Para que
Satanás vai incomodar com possessões demoníacas se a maior parte dos
brasileiros crê que isso é mito? Para que Satanás vai nos perturbar se nós
estamos aproveitando nossos fins de semana de maneira confortável em meio
aos nossos bens, o mais distante possível de uma igreja viva, dinâmica e
poderosamente cheia do Espírito Santo? Ele nos ataca onde somos
vulneráveis.
Honestamente, eu acredito que uma das razões pelas quais as igrejas
estão fracas e anêmicas é porque não cremos nesse tipo de poder hoje. Nós
não oramos por esse tipo de poder que foi liberado sobre a igreja primitiva.
Lembre-se de que o que estamos lendo aqui esses versículos é a resposta de
Deus para a oração da igreja por poder.
Lá atrás, em Atos 4.29-30 , nós lemos que a igreja orou por poder. Eles
disseram: “Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos
teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra; Enquanto estende a
tua mão para curar, e para que se faça sinais e prodígios pelo nome de teu
santo Filho Jesus.”
Eles oraram pedindo coragem para falar a palavra, e os sinais que
acompanhavam os milagres para autenticar a mensagem deles, para que as
pessoas fossem salvas. Que oração maravilhosa! Eles não oraram enviando
sinais e maravilhas, simplesmente para ter sinais e maravilhas. O desejo de
seus corações era ver as pessoas conhecerem Jesus, verem as pessoas serem
milagrosamente transformadas pelo poder de Deus, e então elas oraram a
Deus para enviar Seu poder através da igreja. Deus fez exatamente isso, e as
vidas foram extraordinariamente transformadas.
Eu soube de uma igreja que tinha comprado um novo órgão e eles
convidaram um músico talentoso para tocar aquele órgão durante o recital de
dedicação desse órgão. O músico veio e enviou-se diante do órgão para
começar a tocar. E assim que ele tocou uma das teclas houve silêncio; nada. O
zelador lá da igreja sabia qual era o problema: o órgão não estava ligado. Um
ministro ficou de pé e chamou alguém para orar e enquanto pessoa orava, o
zelador foi ao trabalho e escreveu um bilhete e colocou entre as mãos do
músico. O bilhete dizia apenas: “Depois da oração, o aparelho vai estar
ligado.”
Nós precisamos orar por esse mesmo poder, poder para propagar o
Evangelho, poder que Deus libere à igreja, enviando sinais e milagres para
despertar um mundo morto espiritualmente.
Eu não consigo pensar num milagre maior e mais poderoso que o milagre
da salvação em si. A Bíblia diz que por causa do pecado nós estamos
separados de Deus e não podemos ir para o céu. Mas Deus resolve essa
separação construindo uma ponte na Pessoa de Cristo. Jesus Cristo morre na
cruz para cuidar do meu pecado. Meus pecados são punidos na morte Dele.
Jesus morre pelos meus pecados e ressuscitou para minha justificação. Deus
pega meu coração e o quebranta para que eu olhe para Jesus e diga: “Sim!
Sim, Jesus, entre em minha vida e me transforme.” Esse é o maior e mais
poderoso de todos os milagres.

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