PROVA Moba 2024
PROVA Moba 2024
PROVA Moba 2024
BOLETIM DE QUESTÕES
Nome: ___________________________________ Nº de Inscrição: _____________
15 DE NOVEMBRO DE 2023
1 Confira se o Boletim que você recebeu corresponde à área e ao curso no qual você está inscrito, conforme consta
no seu cartão de inscrição e cartão resposta. Caso contrário comunique ao fiscal de sala.
2 Este Boletim contém a PROVA OBJETIVA. O Boletim de Questões consistirá de 40 ( q u a r e n t a ) questões de
múltipla escolha, sendo 8 ( o i t o ) q u e s t õ e s de Língua Portuguesa, 8 ( o i t o ) q u e s t õ e s de História, 8
( o i t o ) questões de Geografia, 8 ( o i t o ) q u e s t õ e s d e F i l o s o f i a e 8 ( o i t o ) q u e s t õ e s de Sociologia.
Cada questão objetiva apresenta 5 (cinco) alternativas. Identificadas por (A), (B), (C), (D) e (E), das quais apenas
uma é correta.
3 Confira se, além deste Boletim, você recebeu o Cartão-Resposta, destinado à marcação das respostas das
questões objetivas.
4 É necessário conferir se a prova está completa e sem falhas, bem como se seu nome e o número de sua inscrição
conferem com os dados contidos no Cartão-Resposta. Em caso de divergência, comunique imediatamente o
fiscal de sala. O Cartão-Resposta só será substituído se nele for constatado falha de impressão.
5 Será de exclusiva responsabilidade do candidato a certificação de que o Cartão-Resposta que lhe for entregue no
dia da prova é realmente o seu. Não deverá ser dobrado, amassado, rasurado, manchado ou danificado de
qualquer modo. Após a conferência, assine seu nome no espaço próprio do Cartão-Resposta.
6 No Cartão-Resposta não serão computadas as questões cujas alternativas estiverem sem marcação, com
marcação a lápis (grafite), com mais de uma alternativa marcada e aquelas que contiverem qualquer espécie de
corretivo sobre as alternativas. A marcação do Cartão-Resposta deve ser feita com caneta esferográfica de
tinta preta ou azul.
7 O Cartão-Resposta será o único documento considerado para a correção. O Boletim de Questões deve ser usado
apenas como rascunho e não valerá, sob hipótese alguma, para efeito de correção.
8 A Prova Objetiva terá início às 15h e término às 18h, observado o horário de
Belém – Pará.
9 O candidato deverá permanecer obrigatoriamente no local de realização da prova por, no mínimo, uma hora após
o início da prova. Ao terminar a prova, o candidato deverá entregar ao fiscal de sala o Boletim de Questões e o
Cartão-Resposta, e assinar a lista de presença.
10 O(A) candidato(a) poderá levar o Boletim de Questões quando faltar 30 minutos para o término das provas.
11 Os(As) três últimos(as) candidatos(as) devem permanecer na sala de aplicação de prova até que os(as) três
considerem concluídas suas provas, com obediência do horário de término da prova.
Boa Prova!
PROCESSO SELETIVO À MOBILIDADE ACADÊMICA 2024 – MOBA 2024
EDITAL Nº 06/2023 – COPERPS, DE 10 DE OUTUBRO DE 2023
ÁREA IV – CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES II
LÍNGUA PORTUGUESA
6 O governo federal oficializou nesta semana o uso da fita com desenhos de girassóis como símbolo de
7 identificação das pessoas com deficiências ocultas ou não aparentes - isto é, aquelas que podem não ser
8 percebidas logo de cara, como surdez, autismo e algumas deficiências intelectuais.
9 🌻 Objetivo: ajudar o dia a dia dessas pessoas a fim de garantir o suporte e respeito aos direitos de que
10 necessitam, como atendimento prioritário ou em situações de emergência.
11 A medida altera o Estatuto da Pessoa com Deficiência e foi publicada na edição do "Diário Oficial da União"
12 de segunda-feira (17).
13 O uso do cordão é opcional, e o exercício aos direitos da pessoa com deficiência não depende da utilização
14 do acessório. Da mesma forma, o símbolo não substitui a apresentação de documento comprobatório de
15 deficiência quando requisitado por atendentes ou autoridades competentes.
16 Para a entidade Hidden Disabilities Sunflower, a lei atende a um pedido por "mais empatia" com as pessoas
17 com deficiências ocultas e "representa um importante passo para a inclusão e conscientização".
18 [...]
Fonte: CORDÃO DE GIRASSOL. Disponível em: https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/07/19/cordao-de-girassol-
desenho-identifica-pessoas-com-deficiencias-ocultas-ou-nao-aparentes-entenda.ghtml.
Acesso em: 06 outubro 2023.
2 No trecho “Lei que institui o símbolo foi sancionada nesta semana” (linha 3), o constituinte sublinhado exerce
a mesma função sintática do constituinte destacado em
(A) Sancionaram a lei que institui o símbolo nesta semana.
(B) O governo federal sancionou a lei que institui o símbolo nesta semana.
(C) Nesta semana, a lei que institui o símbolo o jornal noticiou.
(D) Sancionou-se a lei que institui o símbolo nesta semana.
(E) O governo federal considerou necessária a lei que institui o símbolo.
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EDITAL Nº 06/2023 – COPERPS, DE 10 DE OUTUBRO DE 2023
ÁREA IV – CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES II
3 O sinal de dois pontos em “Cordão de girassol: desenho identifica pessoas com deficiências ocultas ou não
aparentes” (linhas 1 e 2) foi usado para
(A) introduzir um discurso direto.
(B) explicar um determinado conceito/tema/referente.
(C) enumerar itens de uma mesma classe.
(D) estabelecer relações semântico/pragmáticas entre duas orações.
(E) introduzir uma citação.
4 O texto acima faz uso não apenas de palavras (texto verbal) mas também de imagens (texto não verbal). Um
dos motivos pelos quais as imagens foram empregadas no referido texto é a
(A) opção por tornar o texto ambíguo, a fim de gerar um efeito de sentido que o torne mais atrativo para o
público.
(B) necessidade de ilustrar um conceito não mencionado no texto, mas indispensável à sua compreensão.
(C) necessidade de organizar sequencialmente os elementos linguísticos contidos no texto.
(D) opção por acrescentar informações visuais acessórias ao texto, a fim de torná-lo mais atrativo para o público.
(E) necessidade de ilustrar um conceito que foi referido no texto verbal.
5 Em “[...] como autismo, deficiência auditiva ou visual, TDAH, epilepsia, fibromialgia e até mesmo câncer”, do
ponto de vista semântico-discursivo/argumentativo, o termo sublinhado serve para introduzir
(A) uma informação importante, decisiva, impactante no texto.
(B) um item cuja força argumentativa é a mesma dos demais itens elencados no texto.
(C) uma informação menos proeminente no texto.
(D) um item que estabelece uma ideia de oposição, com relação aos termos anteriormente mencionados no
texto.
(E) um termo que encapsula/resume o significado dos demais termos mencionados anteriormente no texto.
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ÁREA IV – CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES II
6 No trecho “Se você vir alguém usando um cordão de girassóis como esse aqui, significa que essa pessoa
tem uma deficiência invisível!”, a palavra sublinhada estabelece uma relação semântica de homonímia com o
vocábulo destacada em
(A) Se você vier, ficarei feliz.
(B) Quando eu vir você fazendo algo errado, irei denunciar.
(C) Ele precisa vir aqui imediatamente.
(D) Ele precisará ir para casa.
(E) Eu vim aqui para ver você.
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7 O texto acima foi produzido pela atriz Letícia Sabatella, quando recebeu, aos 52 anos, o diagnóstico de
autismo. Na terceira linha, sobre o emprego de “seu”, é correto afirmar que
(A) assume um sentido de inclusão, em que a autora do texto fala tanto de si quanto de outras pessoas que
experimentem ou possam vir a experimentar a mesma situação que ela.
(B) corresponde a um emprego equivocado, não intencional, um erro da autora do texto, que se confundiu ao
empregar a segunda pessoa do singular, ao invés de usar a primeira pessoa do singular.
(C) é empregado como uma estratégia de interlocução da atriz para se dirigir, especificamente, à pessoa com
quem estava falando, ao produzir seu texto.
(D) corresponde a um uso linguístico para se dirigir, exclusivamente, ao público leitor, a fim de chamar a atenção
para aquilo que é dito.
(E) agrega ao texto um teor irônico, em que o conteúdo dito se opõe à situação referida pela autora do texto.
8 No texto, as palavras “reconheço” (linha 1) e “intuitivamente” (linha 2), respectivamente, foram estruturadas a
partir do mesmo processo de formação dos vocábulos
(A) “iluminação” e “compartilhar”.
(B) “desleal” e “normalidade”.
(C) “planalto” e “vinagre”.
(D) “desfazer” e “pós-verdade”.
(E) “flautista” e “competição”.
RASCUNHO
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ÁREA IV – CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES II
HISTÓRIA
10 “O conceito de cidadania romana era muito mais amplo e flexível do que o ateniense... Tornavam-se
romanos, por exemplo, os ex-escravos alforriados, chamados libertos, ainda que os plenos direitos políticos
só fossem adquiridos pelos filhos de libertos, já nascidos livres. Os Romanos concediam, também a
cidadania a indivíduos aliados e, até mesmo, a comunidades inteiras.”
(FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 6ed. São Paulo: Editora Contexto, 2018, p. 94).
De acordo com o Paulo Funari, o conceito de cidadania, na antiguidade clássica,
(A) era o mesmo em Roma Imperial e nas cidades-estado gregas do período clássico.
(B) mostrava-se mais amplo e flexível na sociedade ateniense dos séculos V a I a.C.
(C) variava histórica e espacialmente no mundo greco-romano.
(D) tinha, na Esparta do século V a.C., maior abrangência do que na Roma Imperial.
(E) limitava-se, na Roma Imperial, às pessoas nascidas na península itálica.
RASCUNHO
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ÁREA IV – CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES II
11 “O Atlas Catalão, produzido em algum momento do final do século XIV, é uma coleção de mapas
encadernados como um livro. Destinado ao rei da França, deu-lhe uma imagem de todo o mundo conhecido
na sua época. Os mapas combinam lendas antigas e ‘maravilhas’ da Ásia com informações geográficas,
políticas e económicas, baseadas em histórias medievais, como o ‘Livro das Maravilhas do Mundo’, de Marco
Polo.”
(Adaptado de: Atlas Catalan (1375). Bibliothèque Nationale de France, 2019.
Disponível em: https://www.bnf.fr/fr/mediatheque/atlas-catalan-1375.
Acesso em: 14 out. 2023).
12 “A expansão do que costumamos denominar monarquia absoluta se estende pelos dois últimos séculos do
Antigo Regime e encontra seu apogeu com o modelo de Luís XIV. Na realidade, as expressões ‘monarquia
absoluta’ e ‘absolutismo’ são enganosas. Certamente, a soberania real não se divide... Mas há uma enorme
diferença entre teoria e prática. Na prática, o poder real se encontra extremamente limitado pela Igreja da
França... pelas instituições consuetudinárias, pela força dos privilégios e das prerrogativas dos grupos
intermediários, pelo arcaísmo do sistema financeiro, pela fraqueza e a lentidão dos meios de comunicação,
pela ausência de uma polícia verdadeira. A expressão ‘monarquia administrativa’ parece, portanto, mais
apropriada do que ‘monarquia absoluta’.”
(PETIFILS, Jean-Christian. Uma monarquia não tão absoluta. História Viva Grandes Temas:
Revolução Francesa, São Paulo, n. 2, p. 8-19, 2005).
A respeito do chamado “Absolutismo”é correto afirmar que
(A) caracterizava um conjunto de práticas políticas medievais.
(B) possuía o poder real como sua única referência política.
(C) teve, na Revolução Francesa, sua primeira contestação.
(D) existiu, na Inglaterra, até a Era Vitoriana, no século XIX.
(E) era um poder independente, mas limitado pelas instituições.
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ÁREA IV – CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES II
13 “Os historiadores ainda não conseguiram integrar de modo satisfatório as antigas Histórias da Mesopotâmia e
do Egito na História do Mediterrâneo. É um foco mais restrito, que substitui, apenas, as antigas Histórias da
Grécia, de Roma e do Império Romano e de sua sucessão no tempo. [...] Essa restrição, no entanto, traz
também vantagens. [...] Possibilita... colocar questões mais específicas a uma dada região do planeta por
meio de algumas perguntas que nos interessam hoje em dia: de que modo se deram os processos de
integração humana na bacia do Mediterrâneo?”
(GUARINELLO, Norberto. História Antiga. São Paulo: Editora Contexto, 2018, p. 48).
Acerca do Egito Antigo, é correto afirmar que
(A) sua ocupação territorial não teve relação com a bacia do rio Nilo e adjacências, como os rios Tigres e
Eufrates.
(B) sua memória social sofreu, na Europa e nos Estados Unidos do século XX, um esforço de ocidentalização.
(C) sua integração ao Mediterrâneo já está consolidada na historiografia, sendo o Egito parte da cultura
Ocidental.
(D) não fez parte, na historiografia tradicional, da chamada Crescente Fértil, mas hoje a Europa orientalizou-se.
(E) a conquista de Roma, em 30 a.C., ocorreu no reinado de Cleópatra VII, e, desde então, o Egito se
ocidentalizou.
14 “os africanos vinham cultivando uma espécie de arroz por eles domesticada de forma independente pelo
menos um milênio antes do início do comércio transatlântico de escravos. [...] A crença típica de que os
europeus introduziram o arroz na África ocidental e depois trouxeram o conhecimento do seu cultivo para as
Américas ... é uma falácia primária destinada a ocultar as origens da cultura e o papel dos africanos e afro-
americanos escravizados na transferência de sementes, competências técnicas e práticas culturais que
estiveram na base do seu estabelecimento nas Américas.”
(CARNEY, Judith A.; WATKINS, Case. Arroz, protagonismo africano e a transformação ecológica das
Américas. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 16, n. 2, 2021, p. 2).
A teoria do “arroz negro”, elaborada por Carney, redimensionou a História da África, na modernidade, ao
(A) demonstrar o papel central dos europeus na transferência de tecnologias.
(B) privilegiar a África como o principal centro produtor de commodities.
(C) argumentar sobre a manutenção do Mediterrâneo como eixo econômico mundial.
(D) indicar a dependência africana de técnicas europeias de produção de arroz.
(E) evidenciar o protagonismo africano no processo de crioulização ambiental.
15 “a migração açoriana para a Amazônia, entre 1751 e 1754, articula diferentes regiões do Império lusitano,
desde a sede administrativa da Coroa [Lisboa] até o arquipélago dos Açores, passando pela Capitania do
Grão-Pará... acompanhar esses migrantes é lidar com a política metropolitana de assegurar as possessões
portuguesas na América em pleno Tratado de Madri, e combater as demandas de mão de obra de moradores
do Grão-Pará, em meio à crise demográfica causada por uma epidemia”.
(VIEIRA JUNIOR, Antonio Otaviano. Migração Açoriana na Amazônia: conexões entre Ilha Graciosa, Lisboa e
Grão-Pará (1751-1754). Territórios & Fronteiras, Cuiabá, v. 10, n. 2, ago.-dez. 2017, p. 342 – adaptado).
Para Vieira Junior, a migração de açorianos para a Amazônia, nos meados do século XVIII, revela a(o)
(A) inexistência de fluxos migratórios de pessoas livres na/para a Colônia.
(B) lugar sempre periférico da Amazônia nas políticas metropolitanas portuguesas.
(C) ausência de mão de obra escravizada de origem africana na Amazônia.
(D) complexidade das mobilidades populacionais no vasto Império Português.
(E) preocupação em assegurar os limites territoriais do Tratado de Tordesilhas.
RASCUNHO
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ÁREA IV – CIÊNCIAS DAS HUMANIDADES II
16 “Nas bibliotecas sequestradas aos inconfidentes abundavam obras de conteúdo iluminista, sendo muitas
delas proibidas pela censura régia e pela Igreja. Ali estavam autores como os franceses Montesquieu, abade
Mably, Étienne de Condillac, Simon-Nicolas-Henri Linguet e Voltaire (que aparecia praticamente em todas as
livrarias), os alemães Bielfeld e Christian Wolff, o holandês Cornelius de Pauw, os escoceses David Hume e
William Robertson, o italiano padre Antônio Genuense, o espanhol Benito Feijoo e o português Luís Antônio
Verney, entre outros; ao lado da Encyclopédie, de Denis Diderot e Jean le Rond d’Alembert”.
(RODRIGUES, André Figueiredo. Sequestros de bens dos participantes da Inconfidência Mineira como fonte de
pesquisa para a história do livro e das bibliotecas (1789). História, São Paulo, v. 36, 2017, p. 23).
A análise dos acervos presentes nas bibliotecas de participantes da Inconfidência Mineira, corrobora a(o)
(A) circulação, em Minas, de ideias revolucionárias da Europa e da América do Norte.
(B) influência reduzida do Iluminismo na organização desse movimento revolucionário.
(C) importância da Revolução Francesa para a compreensão da Inconfidência Mineira.
(D) efetividade da censura Régia ao impedir o acesso a obras de conteúdo iluminista.
(E) equivalência social entre os participantes desse movimento e da Conjuração Baiana.
GEOGRAFIA
17 Uma pequena crítica de princípio, efetuada por Vidal às formulações de Ratzel, dizia respeito à politização
explícita do discurso deste. Isto é, incidia no fato de as teses ratzelianas tratarem abertamente de questões
políticas. Vidal, vestindo uma capa de objetividade, condenou a vinculação entre o pensamento geográfico e
a defesa de interesses políticos imediatos brandindo o clássico argumento liberal da “necessidade
neutralidade do discurso científico”.
Fonte: Moraes, A. C. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: Annablume. 21ºed. 2007, pág78.
No texto acima, o autor apresenta, de forma crítica, o contexto da animosidade entre os representantes da
geografia francesa e a alemã, no século XIX, cuja causa era
(A) a postura imparcial de Ratzel em relação às questões relacionadas à política externa e interna do seu país.
(B) a convicção de La Blache de que a geografia alemã era fundamentada no pensamento filosófico materialista
histórico marxista crescente na época.
(C) a ofensiva ratzeliana em tornar público que a ciência geográfica teria os caminhos para resolver os problemas
urbanos, que em seu país cresceram aceleradamente.
(D) a conduta objetiva de La Blache em se posicionar a favor do expansionismo alemão, do gênero de vida e do
espaço vital.
(E) a aparente narrativa lablachiana em defender uma ciência isenta, o que na prática não se efetivou entre estas
duas escolas da geografia.
18 Com vistas às transformações que acontecem no espaço, a categoria de análise Paisagem também se
destaca, pois está conectada às sensibilidades humanas, mas não somente, pode ser compreendida
principalmente como processo e resultado das ações humanas. Pode ser percebida através de descrições
feitas pelas falas dos homens e mulheres, pelas observações feitas in loco, pela representação de fotografias
ou pinturas, pela memória, pelo tempo, dentre outras manifestações.
Fonte: MUERER, A.C. et al. Ciência E Resistência: Categorias Geográficas e as Respostas aos Problemas
Sociais Contemporâneos. In: As categorias e as Geografias do século XXI [recurso eletrônico] /
Organização: Ane Carine Meurer ... [et al.]. -- São Paulo: FFLCH/USP, 2021.pág 3.
O autor do texto acima considera que a paisagem geográfica possui um caráter
(A) objetivo, pois reflete as alterações da sociedade na natureza.
(B) polissêmico, porque situa a abordagem paisagística entre o objetivo e subjetivo.
(C) visual, existindo apenas pelo sentido da visão das pessoas e pelos sensores remotos.
(D) panorâmico, já que é delimitada em ampla escala, em que o horizonte é o limite superior da paisagem.
(E) imaginário, cuja gênese se encontra no subconsciente dos diferentes grupos sociais.
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19 O aprofundamento das questões metodológicas, em Geografia, será papel de Alfred Hettner, ao perceber e
refletir sobre a nova dinâmica da sociedade no século XIX, assim como a Primeira Guerra Mundial no início
do século XX, momento marcante para os rumores da sociedade e das ciências, em crise com o positivismo.
Define o alcance dos métodos em Geografia Geral e Geografia Regional, destaca o conceito de Região e vai
influenciar sobremaneira a Geografia americana, principalmente a teoria da divisão de áreas de Richard
Hartshorne.
Fonte: OLIVEIRA, R. Institucionalização da Geografia Alemã na Passagem do Século XIX ao Século XX:
Peschel, Ratzel e Hettner , Revista Geografares, n°11, p.114-138, Junho, 2012.
Os métodos propostos por Hettner para a Geografia Geral e a Geografia Regional contribuíram para
(A) reforçar a ideia de que o positivismo justificaria para si as relações existentes entre natureza e sociedade.
(B) induzir a concepção generalista como forma de interpretação das leis e dos fatos geográficos.
(C) fortalecer a institucionalização da Geografia, demostrando o quanto uma ciência desenvolvida e aplicada
contribui para a consolidação de uma nação.
(D) fragilizar o desenvolvimento da Alemanha e desmontar o projeto de unificação do país no final século XX.
(E) substituir o suporte científico por organizações privadas nas instituições de poder, que vinha sendo concebido
desde o século XIX, ampliando o caráter geral da Geografia.
20 Na funcionalidade do geossistema há tanto sujeições, quanto liberdades, tanto ordem, quanto desordem, de
forma que a interação entre as escalas (local, global) e esferas de ações (causal, simbólico) deixam de ter
tons impositivos de sujeição legislativa de umas sobre as outras (como feitas pelo naturalismo), e tornam-se,
entre si, em maior e menor grau, fluidas e interinfluentes; nos termos morinianos numa relação antagônica-
concorrente-complementar entre ritmos escalares e de domínios de manifestação (individual, social, causal,
comportamental).
Fonte: GOMES, R.D. & VITTE, A. C. Geossistema e Complexidade: sobre Hierarquias e Diálogo entre os Conhecimentos.
Revista Ra’e Ga Curitiba, v.42, p. 149 -164 , Dez./2017. Pág. 158.
A perspectiva do geossistema apresentada pelos autores traz elementos do pensamento de Sotchava e
Bertrand e avança com Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, pois inclui
(A) abordagem Teorética Quantitativa em relação aos estudos da paisagem percebida pelos sujeitos.
(B) a concepção de um conjunto de elementos que evidencia a vertente reducionista, sintética e restritiva do
fenômeno estudado.
(C) os sistemas dinâmicos complexos baseada na Teoria da Complexidade como expressões conceituais
necessárias ao reconhecimento do objeto da pesquisa.
(D) os aportes do pensamento clássico de aprofundamento de pesquisa moderna, incluindo proposta de
linearidade dos processos em estudo.
(E) aceitação de que os sistemas compreendem o tripé assentado na Ordem, Simetria e Equilíbrio, fundamentos
necessários à construção de um conceito geral.
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21 "A Amazônia Central sofreu os efeitos de períodos secos quando deixou de ser recoberta pelo tipo atual de
floresta pluvial (...) Dissecação densa e pronunciada dos divisores (...) desenvolvida durante o último período
do nível baixo do mar, isto é, o último estágio da glaciação Würmiana (Wisconsin). Durante esse período é
bem provável que a Amazônia Central não fosse coberta pela atual floresta pluvial fitoestabilizante, mas por
tipos de vegetação mais seca sob os quais o escoamento foi capaz de produzir a dissecação dos declives.
Condições úmidas e florestas de galeria provavelmente persistiram ao longo de porções do próprio Rio
Amazonas e de seus principais tributários, como acontece hoje nas regiões de savanas da América do Sul;
assim, isso não pode ser considerado como evidência contra um clima regionalmente seco.”
Fonte: Haffer, J. & Prance. Impulsos climáticos da evolução na Amazônia durante o Cenozóico:
sobre a teoria dos Refúgios da diferenciação biótica. Revista Estudos Avançados.
Amazônia Brasileira II, Estud. av. 16 (46), Dez 2002 pg. Adaptado.
Os estudos sobre a dinâmica climática durante o período do Quaternário explicam algumas das atuais
paisagens da região amazônica. No trecho mencionado, durante o período seco, os autores sugerem que,
provavelmente, houve a
(A) formação de áreas de glaciação com o congelamento dos principais rios da bacia e, consequentemente,
ausência de vegetação florestal.
(B) expansão de vegetação ombrófila nas áreas dos tabuleiros, em condições de clima seco, o que promoveu um
intenso processo pedogenético.
(C) transgressão marinha e seus efeitos sobre o avanço das restingas e dos manguezais nas planícies costeiras
amazônicas.
(D) constituição de uma cobertura vegetal herbácea e arbustiva, de formação aberta, adaptada à baixa umidade
e que favoreceu a atividade morfogenética.
(E) restrição da floresta densa às margens dos tributários do rio Amazonas, onde as condições microclimáticas
dos planaltos garantiu a umidade necessária à vegetação.
22 Desde finais dos anos 1980, o debate sobre os destinos da Amazônia se mostra em torno de três vertentes,
a saber: de um lado, aqueles cuja experiência prática se inspira na tradição milenar de conhecimentos
forjados há mais de 10.000 anos e que se atualiza com a presença de mais de 180 povos/etnias indígenas,
de camponeses vários, como os ribeirinhos e seringueiros entre muitos, de quilombolas e de migrantes de
outras regiões do Brasil que vêm praticando sistemas agroflorestais e agroecológicos, em síntese com base
numa convivência criativa com o enorme potencial de produção de biomassa da própria floresta, em grande
parte herança dos conhecimentos indígenas. De outro lado, dois projetos capitalistas coloniais, ainda que
diferentes entre si: um, tradicionalmente devastador, que explora predatoriamente a floresta num complexo
que envolve grilagem de terra/exploração ilegal de madeira/criação de gado/plantação de commoditties que,
na prática, se conecta com a outra vertente capitalista colonial que reivindica uma convivência harmoniosa
com a floresta em pé através de novas tecnologias, o econegócio.
Fonte: Carlos Walter Porto-Gonçalves Amazonia, os povos da floresta e o econegócio. Entrevista.
https://www.incomunidade.pt/amazonia-os-povos-da-floresta-e-o-econegocio-carlos-walter-porto-goncalves/Adaptado.
O geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves apresenta o debate necessário ao tema da regionalização e dos
processos históricos-socias na Amazônia. O trecho em destaque faz referências às concepções
(A) conciliadoras, no sentido de entender que não existe apenas uma Amazônia e sim Amazônias, modos de
vida que se integram e valorizam a região.
(B) dispersivas, porque os projetos de desenvolvimento regional contidos nessas vertentes excluem atividades
econômicas integradoras.
(C) fragmentadas, uma vez que cada grupo social defende seus interesses, e inviáveis, pela distância territorial
entre os projetos e sujeitos envolvidos.
(D) antagônicas, pois revelam concepções contraditórias entre os modos de vida tradicional e o capitalismo
colonial.
(E) modernizadoras, pois inserem a região na discussão atual e global sobre a resiliência às mudanças
climáticas, nas quais todos, apesar das diferentes origens, devem se incluir.
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24 Observe a figura.
Fonte: https://blogdoaftm.com.br/charge-inteligencia-artificial-pode-extinguir-diversas-profissoes/
01 de abril de 2023.
Esse meio técnico, científico e informacional está presente em toda a parte, mas suas dimensões variam de
acordo com continentes, países, regiões: superfícies contínuas, zonas mais ou menos vastas, simples
pontos.
Fonte: Santos, Milton. Técnica espaço tempo: Globlização e meio técnico-científico-informacional. São Paulo: Hucitec,
1994- pág. 24.
O debate sobre a Inteligência Artificial (IA) vem ganhando destaque cada vez maior, tanto nas mídias quanto
no meio acadêmico. Considerando a associação da imagem ao texto, é correto afirmar que esse debate é
pertinente porque
(A) fundamenta a ideia de espaços e tempo hegemônicos e hegemonizados que se instalam no processo de
globalização.
(B) sustenta a necessidade de desenvolver sistemas para realizar tarefas que são mais bem realizadas por
máquinas que por seres humanos.
(C) alimenta a preocupação com o desaparecimento de atividades do meio técnico e do meio científico e sua
substituição por uma sociedade mundial completamente robotizada.
(D) movimenta o meio acadêmico com pesquisas sobre o fenômeno das extinções, sejam elas originadas por
eventos naturais ou tecnológicos em diferentes escalas.
(E) aumenta a capacidade de acesso aos sistemas técnicos recentemente criados, reduzindo as desigualdades
entre sociedades pré-capitalistas e aquelas mais industrializadas.
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FILOSOFIA
25 Em Hermenêutica e poesia, Benedito Nunes afirma que a apreciação da obra de arte “a partir do século XVIII
subordinar-se-ia ao juízo de gosto estético”, que, por usa vez, “tem por base o sentimento”. Isso faz a
diferença entre juízo estético e juízo lógico, porque não é possível nos servimos de conceitos para explicar
os objetos da arte
(NUNES, B. Hermenêutica e poesia: o pensamento poético. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999, p. 108).
Sendo esta asserção verdadeira, podemos concluir que
I o juízo estético, que não existia na história da cultura humana antes de ser determinado por
Baumgarten, altera nossa compreensão das cosas;
II o juízo de gosto estético é uma forma alternativa de acesso à verdade objetiva acerca do mundo;
III a base sentimental que tem o juízo estético é complementar ao juízo lógico e nos dá um novo meio de
confirmação das hipóteses científicas a respeito dos objetos em geral;
IV o juízo estético expressa nosso gosto sem interesse por nenhum tipo de conhecimento sobre o objeto;
V no juízo estético o objeto não tem qualquer valor objetivo.
De acordo com o texto, é correto o que se afirma em
(A) I e III, somente.
(B) II e IV, somente.
(C) III e V, somente.
(D) IV e V, somente.
(E) V, somente.
26 Ao tratar do tema da felicidade como causa da ação dos homens, Adam Ferguson escreve o seguinte: “Para
o grego ou para o romano antigo, o indivíduo não era nada, a comunidade era tudo. Para o moderno, em
tantas nações da Europa, o indivíduo é tudo, e a comunidade, nada”
(FERGUSON, A. Ensaio sobre a história da sociedade civil. São Paulo: Editora Unesp, 2019, p. 96).
Em paralelo a isso, Aristóteles nos dizia que o bem humano é um fim “tanto para o indivíduo como para o
Estado”, embora “o deste último parece ser algo maior e mais completo”.
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1984, p. 50).
Cotejando essas duas passagens, podemos concluir que
I a modernidade atenua e aperfeiçoa o modelo arcaico da antiga visão moral e social do mundo;
II em Aristóteles confirmamos a interpretação de Ferguson sobre a importância absoluta do Estado frente
ao indivíduo;
III apesar da relevância do Estado para Aristóteles, a felicidade do indivíduo é a base da universalidade na
vida da comunidade;
IV na modernidade, a felicidade da humanidade está dirigida à individualidade da pessoa;
V Aristóteles propõe uma moderação entre os fins individuais e sociedade, na busca da felicidade.
É correto o que se afirma em
(A) I, somente.
(B) II e IV, somente.
(C) III e V, somente.
(D) IV e V, somente.
(E) V, somente.
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27 Em suas Meditações metafísicas, Descartes afirma existir “uma grande discrepância entre o objeto e sua
ideia”, como quando representamos o sol a partir dos sentidos, em que ele nos parece “muito pequeno” e
quando o representamos a partir “das razões da Astronomia”, “pela qual o sol se mostra várias vezes maior
do que a Terra”. Em vista dessa diferença, infere Descartes que “é seguro que essas duas ideias não podem
ser uma e outra semelhantes ao mesmo sol existente fora de mim. E a razão me persuade de que a que
mais diretamente parece dele emanar é a que menos se lhe assemelha”.
(DESCARTES, R. Meditações sobre a Filosofia Primeira. Campinas: Editora da Unicamp, 2004, p. 79).
Tomando por base o raciocínio de Descartes (2004), analise as afirmativas a seguir:
I Para Descartes, o que mais diretamente se aproxima da ideia correta de um objeto é sua evidência
intuitiva ou concreta.
II Para Descartes, não conhecemos o sol pelo simples fato de vê-lo, mas pelo poder de concebê-lo por
meio de evidências fundadas no entendimento.
III Para Descartes, a verdadeira ideia do que seja o sol só podemos obter dele mesmo, não do modo como
o representamos.
IV Segundo Descartes, as representações da Astronomia, diferentes de meras abstrações, põem-nos em
contato com a realidade, ela mesma.
V Embora seja por meio de teorias e conceitos que explicamos as coisas do mundo, essas estruturas
lógicas são as que menos se lhe assemelham.
É correto o que se afirma em
(A) I e IV, somente.
(B) II, somente.
(C) I e III, somente.
(D) IV e V, somente.
(E) II e V, somente.
28 Referindo-se ao que há de mais característico na arte, Ernst Cassirer afirma que ela “não procura saber as
qualidades ou as causas das coisas; apresenta-nos a intuição da forma das coisas”, sem imitá-las, afinal o
“artista é tão descobridor das formas da natureza quanto o cientista é um descobridor de fatos naturais”.
(CASSIRER, E. Ensaio sobre o homem. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 236).
Considerando o que nos diz Cassirer (1997), analise as afirmativas a seguir:
I A arte é uma forma de conceber as coisas que leva em consideração apenas as suas figuras concretas.
II A arte é um modo especial de classificação intuitiva das coisas e de determinação de suas essências.
III O artista baseia suas produções abstratas nas formas puras da sensibilidade humana.
IV A arte é um dos processos mais importantes na avaliação e determinação das regras de compreensão
objetiva do mundo.
V A arte nos permite a apreensão compreensiva das coisas, independentemente de conceitos.
É correto o que se afirma em
(A) I e II somente.
(B) III, somente.
(C) I e IV, somente.
(D) III e V, somente.
(E) V, somente.
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29 Em sua Metafísica dos costumes, Kant defende a ideia de que o conceito de liberdade, que faz do homem
um ser responsável por suas ações, é puramente racional e não pertence à filosofia teórica da natureza.
Segundo ele, “no uso prático da razão o conceito de liberdade prova sua realidade através de princípios” que
são alheios aos nossos instintos e orientam nossas ações comuns, de alcance social.
(KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2008, p. 64).
Com base no texto, inspirado nas ideias de Kant (2008), analise as afirmativas a seguir:
I Tais princípios são regras que definem o que devemos escolher fazer, independentemente de
contingências empíricas.
II Para que princípios práticos puros possam influenciar nossa vontade e valer na realidade, devem
determinar quaisquer ações, sejam individuais ou públicas.
III Leis morais ou princípios práticos devem ser inferidos das ações reais, generalizando padrões comuns
observados nas escolhas dos indivíduos frente a outros indivíduos.
IV Princípios morais devem ser considerados transcendentes a qualquer vontade incondicionada para que
se apliquem à realidade.
V Apenas por meio de princípios práticos puros pode surgir o conceito de dever e de obrigação moral.
É correto o que se afirma em
(A) I, somente.
(B) II e III, somente.
(C) III e IV, somente.
(D) IV e V, somente.
(E) I e V, somente.
30 Referindo-se a forma específica da reflexão filosófica de Rousseau em Do contrato social, Salinas Fortes
escreve: “O princípio da soberania da vontade geral só impõe (...) uma condição formal para toda ordem
social. Não é possível deduzir, a partir dessa condição, qual o conteúdo efetivo do sistema de legislação
próprio para uma sociedade determinada”.
(SALINAS FORTES, L.R. Rousseau: da teria à prática. São Paulo: Ática, 1976, p. 38).
Considerando o conteúdo do texto acima, analise as afirmativas a seguir.
I O horizonte com o qual trabalha Rousseau em Do contrato social é indiferente às formas históricas de
desigualdade e de legislação.
II Os sistemas de leis positivas não têm, em Rousseau, nenhum apoio formal.
III Como o direito positivo deve ter por base o direito racional, Salinas Fortes está apontando mais um
paradoxo da filosofia política de Rousseau.
IV A soberania da vontade geral é da ordem do dever-ser, e não algo com efeito real imediato.
V A vontade geral de que fala Rousseau como detentora da soberania popular é a simples indicação do
interesse comum que está na base de toda ordem social.
É correto o que se afirma em
(A) I, somente.
(B) I e II, somente.
(C) III e IV, somente.
(D) IV, somente.
(E) IV e V, somente.
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31 Resumindo as ideias políticas de Hobbes, Émile Bréhier nos diz que, para o autor de Leviatã, os homens são
“pela lei da natureza e da razão, levados a estabelecer contratos entre eles, pelos quais cada contratante se
despoja de uma parte de seus direitos, deixando ao outro, livre e sem contestação, o desfrute do direito
natural que um e outro tinham sobre o que abandonaram”.
(BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977, p. 137).
Considerando o conteúdo do texto acima, analise as afirmativas a seguir.
I Para Hobbes, o contrato social é um ato puro de liberdade e de humanidade.
II O despojar-se de uma parte dos direitos por meio do contrato tem por objetivo o desejo natural de
autoconservação.
III O compromisso de respeitar o pacto social é uma determinação da razão a serviço do instinto natural.
IV A concepção de natureza humana em Hobbes nos autoriza a dizer que o pacto social promove uma
alteração da nossa natureza.
V O estabelecimento de contratos entre os homens é um fato da nossa espontaneidade natural.
É correto o que se afirma em
(A) I e V, somente.
(B) II e III, somente.
(C) II, III e IV, somente.
(D) IV, somente.
(E) IV e V, somente.
32 Segundo João Paulo Monteiro, em função das suas consequências para a nossa compreensão do potencial
explicativo da ciência, a doutrina da causalidade de David Hume atinge um dos núcleos da metafísica
racionalista, mas não só ela, como o reconhece Kant. Diferente da tradição racionalista, que via na relação
de causa e efeito uma conexão necessária entre as coisas, Hume afirma que essa ligação tem por base
apenas um hábito, já que associamos, repetidamente, a sequência de fatos e transformamos a necessidade
subjetiva de vincular o anterior e o posterior em uma crença, logo, em um sentimento. Não haveria, desse
modo, nenhum motivo para utilizarmos processos de inferência lógica como fundamentação de nossos juízos
sobre as coisas do mundo.
(MONTEIRO, J.P. “Hume, vida e obra”, in HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano.
São Paulo: Abril Cultural, 1980).
Considerando o conteúdo do texto acima, analise as afirmativas a seguir.
I Não há um fato que corresponda à ideia de causa e efeito, afinal, a palavra causalidade teria sentido
apenas no caso de ser abstraída de algum fato real percebido.
II A explicação científica baseada em demonstração lógica e prova satisfaz somente uma necessidade
subjetiva de o homem pôr ordem nas coisas.
III A necessidade lógica é uma criação da imaginação por meio da qual a ciência concebe modelos
explicativos que de modo algum retratam a realidade efetiva do mundo.
IV Dos fatos reais constitutivos da experiência física só são possíveis juízos descritivos deduzidos por
inferências pragmáticas.
V A única forma de explicar a realidade com garantias de certeza é desenvolver a matemática como
estudo de relações efetivas.
É correto o que se afirma em
(A) I e II, somente.
(B) II, somente.
(C) I, II e III, somente.
(D) II e IV somente.
(E) V, somente.
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SOCIOLOGIA
33 Sobre a contextualização histórica e epistemológica do surgimento da sociologia como um campo científico
autônomo, considerando suas origens e objetivos iniciais de investigação, é correto afirmar o seguinte:
(A) a sociologia emergiu como uma disciplina científica autônoma no século XVIII, voltada para a investigação
empírica da natureza humana e suas predisposições inatas.
(B) a sociologia se cristalizou como um campo de estudo advindo da filosofia política, com o propósito primordial
de destrinchar as complexas dinâmicas de poder e autoridade que estruturam as sociedades.
(C) originada no contexto da Revolução Industrial e das transformações sociopolíticas do século XIX, a sociologia
buscou compreender as mudanças sociais e econômicas em curso, assim como os processos de
modernização e a estruturação das sociedades industriais.
(D) a sociologia se configurou como um desdobramento da psicologia, concentrando-se na investigação de como
as dinâmicas psicológicas individuais influenciam e são influenciadas pelo comportamento humano em
contextos coletivos.
(E) a sociologia se desenvolveu como uma ramificação da antropologia, tendo como foco central o estudo das
variações culturais e a diversidade de práticas e crenças entre diferentes sociedades.
35 Sobre a contribuição de Lévi-Strauss para a compreensão dos princípios do parentesco, levando em conta o
"sistema de aliança", na obra “As Estruturas Elementares do Parentesco”, é correto afirmar o seguinte:
(A) Claude Lévi-Strauss defendeu a perspectiva de que os sistemas de parentesco são construções simbólicas e
culturais que podem variar significativamente entre diferentes sociedades humanas. Em seu seminal trabalho
"As Estruturas Elementares do Parentesco", ele elaborou sua teoria do "sistema de aliança", na qual
sublinhou a importância das relações de troca, casamento e aliança como mecanismos que estruturam e
mantêm a coesão social dos grupos humanos.
(B) Lévi-Strauss defendeu a ideia de que o parentesco é uma construção biológica e universal, baseada na
consanguinidade, que é fundamental para a organização social e política das sociedades humanas.
(C) Lévi-Strauss argumentou que o parentesco é uma construção social e cultural que não possui muita variação.
Os princípios de parentesco que organizam a sociedade brasileira são iguais aos dos grupos indígenas das
américas, sendo assim, sua análise das estruturas elementares do parentesco revelou a existência de
princípios universais subjacentes a todas as sociedades humanas.
(D) Claude Lévi-Strauss defendeu que os sistemas de parentesco são primariamente determinados por fatores
biológicos universais e que sua teoria do "sistema de aliança" se aplica exclusivamente às relações de
parentesco.
(E) Lévi-Strauss argumentou que o parentesco é primariamente uma construção biológica, e, embora sua análise
das "estruturas elementares do parentesco" tenha identificado princípios universais, sua teoria do "sistema de
aliança" foi universalmente aceita por ser concreta e facilmente aplicável.
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36 A obra em que Karl Marx e Friedrich Engels articulam uma crítica densa ao sistema capitalista, abordando
tanto seus fundamentos econômicos quanto as implicações sociais, políticas e ideológicas que surgem a
partir da dominação deste sistema econômico por um sujeito histórico é
(A) A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado.
(B) O Capital.
(C) O 18 Brumário de Luís Bonaparte.
(D) A Ideologia Alemã.
(E) A Sagrada Família.
38 A pesquisadora Maria do Carmo Leal, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), identificou discursos
recorrentes em maternidades brasileiras sobre a força da mulher negra brasileira, tais como 'mulheres pretas
têm quadris mais largos e, por isso, são parideiras por excelência' e 'negras são fortes e mais resistentes à
dor'. A pesquisa levou a constatar que as mulheres negras recebem menos anestesia em hospitais públicos.
Sobre essa compreensão da relação entre racismo e saúde no Brasil é correto afirmar o seguinte:
(A) os enunciados apontam para uma suposta resistência biológica à dor em mulheres negras, herança genética
do continente africano que as tornaria mais aptas à reprodução e, consequentemente, com maior capacidade
de ter um número elevado de filhos.
(B) a persistência dos discursos acima citados nas maternidades brasileiras é uma manifestação do racismo
estrutural existente no país, que erroneamente atribui características biológicas a diferenças étnico-raciais,
sem embasamento científico. Essa visão contribui para perpetuar as desigualdades, impedindo a construção
de uma sociedade com igualdade social.
(C) o sistema de saúde no Brasil opera de forma igualitária e equitativa, e a diferença nos padrões de
atendimento médico para mulheres negras decorre principalmente da falta de procura por cuidados de saúde
especializados por parte deste grupo.
(D) a formação médica no Brasil, conhecida por seu alto grau de especialização, inclui disciplinas que fomentam
uma visão humanista e antirracista, capacitando os profissionais a serem sensíveis aos fatores raciais e
classistas na sociedade brasileira e a tratar todos os pacientes em condições igualitárias.
(E) os comentários refletem uma herança cultural, originada da condição escravocrata na história brasileira,
sugerindo que as mulheres negras seriam mais resistentes à dor devido às experiências vividas por seus
ancestrais cativos nas senzalas.
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39 De acordo com análises sociológicas e políticas que abordam a dinâmica das estruturas de desigualdade, de
que forma a institucionalização da propriedade privada atua na perpetuação e na cristalização das
desigualdades sociais e econômicas, segundo Jean-Jacques Rousseau?
(A) a institucionalização da propriedade privada serve como um instrumento de promoção da justiça social, dado
que legitima a aquisição meritocrática e a distribuição equitativa de recursos tangíveis.
(B) a institucionalização da propriedade privada opera em um plano neutro em relação às desigualdades sociais,
uma vez que os sistemas jurídicos proporcionam igual acesso aos mecanismos de aquisição e manutenção
de bens.
(C) a institucionalização da propriedade privada age como um catalisador na consolidação das desigualdades
sociais, ao estabelecer mecanismos jurídicos e sociais que justificam a acumulação de capital e a
estratificação socioeconômica, reforçando o poder e o status de determinados grupos.
(D) a institucionalização da propriedade privada promove a igualdade social a todos ao fomentar um ambiente de
livre concorrência e mobilidade social ascendente, independentemente das barreiras socioeconômicas pré-
existentes.
(E) a institucionalização da propriedade privada contribui para a diminuição das desigualdades sociais ao permitir
que políticas governamentais de redistribuição de renda sejam mais eficazes, transformando a propriedade
em um bem socialmente regulado.
40 Numa sociedade baseada no princípio do consumo e pela midiatização de ideais estéticas, o corpo torna-se
um espaço de representação cultural, econômico e social. O culto ao corpo, neste contexto, pode ser visto
como um fenômeno multifacetado que não apenas reflete, mas também contribui para a perpetuação das
estruturas e valores socioculturais. Diante disso, qual das seguintes afirmações melhor captura a intrincada
relação entre o culto ao corpo e a sociedade de consumo contemporânea?
(A) o culto ao corpo é um resquício de práticas ancestrais e, portanto, isento da influência da sociedade de
consumo moderna.
(B) a sociedade de consumo e o culto ao corpo operam em esferas distintas; o último é um fenômeno individual
que não é afetado por dinâmicas de mercado ou publicidade.
(C) o culto ao corpo é essencialmente uma prática orientada para a saúde e bem-estar, dissociada das lógicas
consumistas que priorizam a aparência em detrimento da substância.
(D) o culto ao corpo é simultaneamente um produto e um reforço da sociedade de consumo, servindo como um
meio através do qual os indivíduos negociam sua identidade e status social em relação a padrões estéticos
comercialmente difundidos.
(E) o culto ao corpo se manifesta como uma forma de resistência à uniformização e superficialidade impostas
pela sociedade de consumo, focando na autenticidade e na expressão individual.
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