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A Perda e A Distorção Da Imagem Entre Crianças e Adolescentes

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1

TRABALHO FINAL
APOLOGETICA ENSINO: PROBLEMAS JUVENTUDE
A PERDA E A DISTORÇÃO DA IMAGEM ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Conceituação
A identidade é uma questão fundamental de todo ser humano. E, considerando que
Deus nos fez a sua imagem e semelhança, isso nos dá uma identidade. Sermos feitos
a imagem de Deus, significa nossa “humanidade”, apontando para relacionamentos
pessoais harmoniosos entre homem e mulher e como corregentes da criação.1
Desta forma, quando nos identificamos em Deus e sua Palavra nos ensina que estamos
implacavelmente ligados a ele, encontramos nosso lugar e propósito na vida.2 Mas o
que tem contribuído para que adolescentes e jovens cristãos não saibam quem são e
os tem levado a uma vida sem sentido?
Evidências e percepções de tal realidade.
Jean M. Twenge3, falando sobre a geração iGen (onde “i” de internet) aborda o lento
desenvolvimento e o posicionamento cauteloso que as crianças, adolescentes e
jovens possuem hoje em referência a relacionamentos.
Jean afirma que a predominância absoluta do smartphone entre adolescentes tem
causado efeitos sobre todas as facetas da vida da geração i, desde as interações sociais
à saúde mental. O adolescente comum checa seu celular mais de oitenta vezes por
dia. No entanto, a tecnologia não é a único fator novo que molda a chamada iGen, ou
geração i, em que o 'i' representa também o individualismo marcante de seus
membros, uma ampla tendência que norteia seu senso inabalável de igualdade, assim
como sua rejeição as regras sociais tradicionais. Isso também capta a desigualdade de
renda, que gera uma insegurança profunda entre os chamados centennials (geração
de 1997 e 2012), que se preocupam em fazer as coisas certas para alcançar êxito
financeiro e se tornar alguém que "tem", e não um ser “carente".4
E, ao contrário da ideia corrente de que as crianças estão crescendo mais rapidamente
do que as gerações anteriores, a geração ‘i’ está crescendo mais lentamente: hoje, um
jovem de dezoito anos age como um de quinze antigamente, e um de treze anos se

1
Charles Sherlock: A doutrina da humanidade, p. 35-37
2
Anthony Hoekema: Criados a imagem de Deus, p.14
3
Jean M. Twenge - Psicóloga, professora norte-americana, não cristã. Desenvolveu uma ampla pesquisa sobre
adolescentes na faixa etária entre 1993 a 2014. Desenvolve um pensamento pessimista da internet e sua influência na
vida de crianças e adolescentes.
4
TWENGE, p. 16
2

comporta como se tivesse dez. Os adolescentes estão mais seguros fisicamente do


que nunca e são mais vulneráveis mentalmente, diz Jean.
Este aspecto da pesquisa apresentada, revela um retardamento no desenvolvimento
de futuros homens e mulheres cristãos. Pois, esta realidade não isenta as famílias
cristãs e irá, ou já está, apresentando tendências importantes na deformação de sua
identidade como pessoa: são infantis (sem pressa de estender a infância e
adolescência); Interconectados (primeira geração em conexão constante); Inseguros
(aumento de doenças neuropsicológicas); Incrédula (diminuição do interesse em
religião); Isolada (declínio da comunicação social presencial); Indefinida (indiferente
aos padrões de sexo, família etc.); Inclusiva (tolerante quanto à liberdade de
expressão) e Independente (não se sente representada politicamente).
Estamos vivendo um abismo geracional diz Julie Lythcostt-Haims (2015)5, nunca se viu
uma geração de crianças e adolescentes que não se rebelava contra a superproteção
dos pais – e que, inclusive, a deseja! É indiscutível que o cuidado e o zelo dos pais são
fundamentais, mas quando ele assume proporções idólatras em nossos corações,
passa a se tornar um dos fatores mais prejudiciais ao amadurecimento das crianças
que Deus nos confiou. É preciso renunciar à armadilha da superproteção e começar a
preparar as crianças para a vida adulta!
Essa superproteção enganosa, que afeta em sua maioria, apenas o relacionamento
físico real6, mas não isenta das telas virtuais, aproxima ainda mais a criança e o
adolescente do relativismo moral e religioso, que o levará a uma banalização da
sexualidade, inserindo-o em coletivismo mundano, formando quem realmente eles
espelham, o mundo, e não a Cristo.
Desta forma, é necessário à criança e ao adolescente a formação de sua identidade
dentro da família e da comunidade cristã – a igreja. Mas esta formação exige
comportamento maduro dos pais e de uma igreja consistente e doutrinariamente
saudável. Porque toda uma geração de jovens cristãos, conforme David Kinnaman7
(2011), acredita que as igrejas, onde foram criados, não são lugares seguros e
hospitaleiros onde podem expressar suas dúvidas. Muitos sentem que não houve
respostas para seus questionamentos.
E uma boa parte da parcela de culpa na formação identitária da criança e do
adolescente, é colocada sobre a comunidade cristã de não compreender suas

5
Pró-reitora da Universidade de Stanford
6
Me refiro aos cuidados dos pais em blindar os filhos de amizades na escola, igreja, clubes entre outros.
7
kinnaman David: A geração perdida, p.11
3

preocupações, dificuldades e mentalidades novas e nem tão novas desses jovens


afastados.
Somos feitos a imagem e semelhança
Gn 1.26 e 27 nos fala que “... à sua imagem, à imagem de Deus os criou”. Como
iniciamos este trabalho, A identidade é uma questão fundamental de todo ser
humano e está diretamente ligado à sua imagem. O homem foi criado com uma
identidade, ser a imagem de Deus. Para si relacionar: “sejam fecundos e
multipliquem”; para governar “sujeitem-na e tenham domínio sobre...”. Entretanto,
essa identidade (imagem) foi dada ao homem, mas tinha que ser construída e
desenvolvida na execução das ordens.
O livro de Gênesis enfatiza que governo e relacionamentos envolvem
responsabilidades, como foram colocadas sobre cada ser humano como um todo,
homem e mulher. Porém, se a criança não tiver sua identidade formada no seio
familiar e fincada em um alicerce cristão, não serão capazes ter uma identidade que
reflita a glória e lhe dará sentido e propósito para a vida.
Deuteronômio 6.4 ensina como um pai e uma mãe molda um filho. É falando sobre o
Evangelho “sentado em casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se.
[...] amarrando como sinal na mão e como frontal entre os olhos”. O que texto nos diz,
é sobre a responsabilidade dos pais terem compaixão suficiente para orar e fazer o
trabalho duro e necessário a fim de dar respostas às perguntas honestas dos nossos
filhos. A dedicação no estudar a bíblia, e pedir a ajuda do Espírito Santo nas duas
tarefas. Isso é educação cristã, é formação cristã, formação de identidade, que começa
na infância.
Diz um velho ditado: “prepare a criança para a estrada, não estrada para a criança”.
Foi o que a avó de Timóteo (2Tm 1.5) fez e podemos ver o testemunho do apóstolo
Paulo sobre este jovem que não teve sua identidade perdida. Mas, refletiu como um
holofote, a imagem de Cristo em sua vida.
Abordagem apologética e educacional (semana 4 – Pedro p. 53) ver também criados
a imagem e semelhança.
Mas hoje em dia, parece que estamos fazendo exatamente o oposto: estamos
tentando limpar e isentando de tudo que possa incomodar as crianças, sem perceber
que ao fazer isso, estamos pavimentando a estrada para elas. Se protegermos as
crianças de várias classes de experiências potencialmente perturbadoras, tornamos
muito mais provável, que essas crianças sejam incapazes de lidar com esses eventos
quando deixarem nossa proteção caseira. A obsessão moderna em proteger os jovens
4

de “se sentirem inseguros” é, acreditamos, uma das várias causas do rápido aumento
nas taxas de depressão, ansiedade e suicídio na adolescência.
É fundamental que a família e a igreja acolham esta criança e ao adolescente,
respondendo seus questionamentos; orientando-o a enfrentar seus conflitos e
desafios e a desenvolver amizades saudáveis, de maneira a adquirir autonomia,
responsabilidades e cuidados próprios e dos que os rodeiam. Tendo como
fundamento sólido as Escrituras.

Referências:
HOEKEMA, Anthony: Criados à imagem de Deus. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 1999.
KINNAMAN, David: A geração perdida. Pompéia/SP. Ed. Universidade da Família, 2021.
LYTHCOSTT-HAIMS, Julie: Como criar um adulto: liberte-se da armadilha da
superproteção e prepare seu filho para o sucesso. Rio de Janeiro. Ed. Bicicleta
Amarela/Ed. Rocco Ltda, 2015.
SHERLOCK, Charles: A doutrina da humanidade. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 2007.
TWENGE, Jean M.: iGen: Por que as crianças de hoje estão crescendo menos rebeldes,
mais tolerantes, menos felizes e completamente despreparadas para vida adulta. São
Paulo. Ed. nVersos, 2018.

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