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TCC - Dalila Luz Assinado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS


GRUPO DE PESQUISA INFECTOLOGIA E SAÚDE VETERINÁRIA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

DALILA DE ALMEIDA LUZ

ESPOROTRICOSE EM FELINO DOMÉSTICO:


RELATO DE CASO

CRUZ DAS ALMAS – BA


2021
DALILA DE ALMEIDA LUZ

ESPOROTRICOSE EM FELINO DOMÉSTICO:


RELATO DE CASO

Trabalho de conclusão de curso submetido ao


Colegiado de Graduação de Medicina
Veterinária do Centro de Ciências Agrárias,
Ambientais e Biológicas da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia como requisito
parcial para a obtenção do título de Médica
Veterinária.

Orientador: Prof. Dr. Robson Bahia Cerqueira

CRUZ DAS ALMAS – BA


2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS

COLEGIADO DE MEDICINA VETERINÁRIA


CCA 106 – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

COMISSÃO EXAMINADORA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Dalila de Almeida Luz

ESPOROTRICOSE EM FELINO DOMÉSTICO: RELATO DE CASO

Profº Dr. Robson Bahia Cerqueira


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Dr. Aroldo José Borges Carneiro


Centro de Controle de Zoonoses de Salvador

MSc. Ana Paula Portela Gomes Vivas


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Cruz das Almas, 13 de maio de 2021.


Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins
acadêmicos, desde que citada a fonte.
“Chegará o dia em que todo o homem
conhecerá o íntimo dos animais. Nesse dia,
um crime contra um animal será considerado
um crime contra a própria humanidade”
(Leonardo da Vinci)
AGRADECIMENTOS

Minha gratidão maior ao meu Deus, mesmo em meus momentos de pouca fé,
quando tudo parecia impossível, seu amor e seu cuidado foram superiores, e eu
nunca chegaria até aqui sem sua providência. O mérito é Teu, toda honra e glória
sejam dadas a Ti!
Aos meus alicerces, a minha base, meus pais, minha eterna gratidão.
Agradeço ao meu pai Raimundo por todo apoio e por sempre acreditar que eu
poderia chegar longe. Minha mamãe Roseane, eu agradeço de forma especial,
sempre estimulou meus estudos, foi a responsável por me fazer ser quem eu sou, a
senhora é meu maior exemplo e nunca serei capaz de agradecer por todo suporte
que sempre me deu.
Agradeço aos familiares que foram presentes em minha vida nesse período
da minha graduação, especialmente minha prima Shirley e minha tia Clemilda,
obrigada por todo zelo e amor, vocês fazem parte de mim.
Agradeço as minhas melhores amigas, Thalia e Jaíne. Vocês me deram força
pra chegar até aqui, foram compreensivas com meus “sumiços” e seguraram minha
mão, mesmo que de longe. Amo demais, minhas meninas!
Não poderia deixar de agradecer à minha família UFRB, meus companheiros
de luta, que foram indispensáveis para que eu chegasse até aqui: Amanda, Alane,
Paula, João, Flávia e Taís. Amo vocês, cambada!
Meu agradecimento especial ao meu trio, Mariana e Isis. Mari, minha miga
que está comigo desde o começo, e Isis que eu conheci depois mas que me
conquistou da mesma forma, minha admiração por vocês nem tem tamanho,
obrigada por tudo o que passamos juntas, todas lágrimas e toda felicidade
compartilhada. Da UFRB pra vida toda, amo vocês!
Agradeço de todo coração ao meu orientador e professor, Dr. Robson Bahia,
obrigada por todo conhecimento passado, e ainda mais, por fazer a diferença na
vida de todos os seus alunos. Obrigada por aceitar me orientar e acreditar no meu
potencial!
Meu agradecimento mais que especial as doutoras Jeniffer Siqueira Freires e
Adriana Fernandes Correia Santos, que me cederam esse caso, e mesmo não me
conhecendo pessoalmente, me deram esse voto de confiança. E neste
agradecimento não poderia esquecer de Bia, que intermediou esse contato e dessa
forma fez esse trabalho acontecer.
Não poderia deixar de citar minha filha de quatro patas, minha Lua. Agradeço
a Deus por poder cuidar de você e por todo amor que me oferece!
Ademais, minha gratidão a todos que fizeram parte dessa trajetória, direta ou
indiretamente. Agradeço a todos e todas!
LUZ, D. de A. Esporotricose em Felino Doméstico: Relato de Caso. 2021. 52p.
Monografia (Graduação em Medicina Veterinária). Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, Bahia.
Orientador: Prof. Dr. Robson Bahia Cerqueira

RESUMO

A esporotricose felina é uma dermatopatia de caráter zoonótico, que tem ocorrência


em todo o Brasil, e acomete principalmente machos não castrados, semidomiciliados
e de vida livre, que participam diretamente do ciclo zoonótico da doença. Com a
instalação da infecção, os gatos podem apresentar sintomatologia variável,
dependendo do seu estado imunológico, bem como da virulência e patogenicidade
do microrganismo. Dessa forma, este estudo objetivou relatar um caso clínico de
esporotricose em um gato macho em situação de rua, não castrado, que foi
resgatado e levado ao atendimento ambulatorial. O atendimento foi realizado em
uma clínica veterinária em Vitória da Conquista- BA. Durante a anamnese não se
pode ter dados concretos sobre o paciente nem o seu histórico, visto que era um
animal de rua, porém, no exame dermatológico observou-se a presença de lesões
cutâneas ulceradas com exsudato serosanguinolento, dispostas em face, dorso e
membros anteriores. A partir dessa avaliação clínica, atrelado aos achados
epidemiológicos da região, a veterinária suspeitou de esporotricose, e no mesmo dia
pediu um exame citopatológico, como diagnóstico presuntivo. Com o resultado
positivo do diagnóstico laboratorial, foi solicitado o internamento do animal para
melhor acompanhamento e isolamento, e posteriormente a terapia medicamentosa
foi implementada, com a associação dos fármacos itraconazol e iodeto de potássio.
O animal não teve regressão das lesões, e passou a ter sinais de comprometimento
respiratório. Diante do mau prognóstico, o animal veio a óbito pouco mais de dois
meses depois do seu diagnóstico. O agravamento do quadro clínico do gato,
demonstrou a resistência do microrganismo aos antifúngicos, além de evidenciar
que casos com a doença disseminada acarretam ao comprometimento sistêmico do
animal, e inviabiliza a cura clínica.

Palavras-chave: zoonose, diagnóstico laboratorial, lesões ulceradas, itraconazol.


LUZ, D. de A. Esporotricose em Felino Doméstico: Relato de Caso. 2021. 52p.
Monografia (Graduação em Medicina Veterinária). Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, Bahia.
Orientador: Prof. Dr. Robson Bahia Cerqueira

ABSTRACT

Feline sporotrichosis is a dermatopathy of a zoonotic character, which occurs


throughout Brazil, and affects mainly non-castrated, semi-domesticated and free-
living males, who participate directly in the zoonotic cycle of the disease. The onset
of infection, cats can present variable symptoms, depending on their immune status,
as well as the virulence and pathogenicity of the microorganism. Thus, this study
aimed to report a clinical case of sporotrichosis in a male cat in a street situation, not
neutered, which was rescued and taken to outpatient care. The service was provided
at a veterinary clinic in Vitória da Conquista-BA. During the anamnesis, it is not
possible to have concrete data about the patient or his history, since he was a street
animal, however, in the dermatological examination, the presence of ulcerated skin
with serosanguinous exudate was observed, arranged on the face, back and
forelimbs. From this clinical evaluation, linked to the epidemiological findings of the
region, the veterinarian suspected sporotrichosis, and on the same day asked for a
cytopathological examination, as a presumptive diagnosis. With the positive result of
the laboratory diagnosis, the animal was requested to be hospitalized for better
monitoring and isolation, and subsequently the drug therapy to be implemented, with
the association of the drugs itraconazole and potassium iodide. The animal had no
regression of the lesions, and started to show signs of respiratory impairment. Given
the poor prognosis, the animal died just over two months after its diagnosis. The
worsening of the cat's clinical condition, prevents the resistance of the microorganism
to antifungals, in addition to showing that cases with a disseminated disease lead to
the systemic compromise of the animal and makes clinical cure unfeasible.

Key words: zoonosis, laboratory diagnosis, ulcerated lesions, itraconazole.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. (A) Fase micelial, (B) Fase leveduriforme do fungo Sporothrix 13

Figura 2. Lesão ulcerada em face de felino 20

Figura 3. Aplicação intralesional de Anfotericina B 27

Figura 4. Felino resgatado com lesões cutâneas 31

Figura 5. Felino na clínica para o atendimento 31

Figura 6. Felino após 34 dias de internamento 33

Figura 7. Felino após 50 dias de internamento 34

Figura 8. Felino após 57 dias de internamento 35

Figura 9. Citologia por método de imprinting cutâneo 38


LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Terapia farmacológica da esporotricose felina 27


LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BHI Infusão cérebro coração

BID Duas vezes ao dia

ELISA Ensaio de imunoabsorção enzimática

EPI Equipamento de proteção indivídual

FELV Vírus da leucemia felina

FIV Vírus da imunodeficiência felina

g Gramas

GMS Grocott-Gomori

HE Hematoxilina e Eosina

IV Intravenoso

kg Quilo

mg Miligramas

PAS Ácido Periódico de Schiff

PCR Reação em cadeia de polimerase

PCR-RFLP Polimorfismo de comprimento de fragmento de limitação

qPCR PCR em tempo real

SID Uma vez ao dia

SRD Sem raça definida

TID Três vezes ao dia


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 11
2.1 Geral ..................................................................................................... 11
2.2 Específicos .......................................................................................... 11
3 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 12
3.1 Histórico............................................................................................... 12
3.2 Etiologia ............................................................................................... 13
3.3 Aspectos epidemiológicos ................................................................. 14
3.4 Patogênese .......................................................................................... 17
3.5 Manifestação clínica ........................................................................... 19
3.6 Diagnóstico clínico e laboratorial ...................................................... 22
3.7 Tratamento ........................................................................................... 25
3.8 Controle e prevenção .......................................................................... 29
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 31
4.1 Relato de caso ..................................................................................... 31
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 35
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41
10

1 INTRODUÇÃO

A esporotricose é uma micose de implantação, causada pelos fungos do


complexo Sporothrix, que tem distribuição mundial, com prevalência em áreas de
clima tropical e temperado. Sua característica primordial é o dimorfismo, que
atrelado a capacidade termotolerante, confere sua resistência e adaptação ao
ambiente e aos diversos organismos. Dentre as espécies de importância clínica, a S.
brasiliensis é classificada com maior potencial patogênico, sendo a mais virulenta,
envolvida nos quadros de envolvimento sistêmico, com distribuição predominante no
Brasil, sendo descrita em um caso na argentina (LARSSON et al., 2011;
GUTIERREZ-GALHARDO et al., 2015).

O potencial zoonótico da esporotricose e sua relevância epidemiológica é


comumente negligenciada, mesmo com o relato de várias áreas endêmicas e de
uma epidemia instaurada no Rio de Janeiro. A infecção acontece por inoculação
traumática, e a transmissão pode acontecer por meio do contato com solo e matéria
orgânica contaminada, porém, a transmissão zoonótica tem a participação essencial
do gato, que transmite através de mordeduras e arranhões. Os felinos tem a
característica de carrear uma alta carga fúngica em suas lesões, além da presença
desses fungos em cavidades oral, nasal e unhas (OROFINO-COSTA et al., 2017;
BAZZI et al., 2016).

A patogênese da esporotricose não é tão elucidada, no entanto, é sabido que


o agente penetra a pele e o tecido subcutâneo na forma micelial e já dentro do
tecido faz mudança para sua forma leveduriforme (ETINGER et al., 2017; GONDIM;
LEITE, 2020). A manifestação clínica no animal pode ser branda, com lesões fixas e
responsivas ao antifúngico, nesses casos a regressão lesional acontece de forma
efetiva, e o animal obtém a cura clínica. Nos casos graves, a doença se manifesta
de forma sistêmica, não responsiva ao tratamento, onde o animal fica extremamente
debilitado, apresentando principalmente uma sintomatologia respiratória, evoluindo
para o óbito. O diagnóstico precoce, atrelado à terapia e medidas preventivas,
favorecem o controle dessa doença zoonótica (GONDIM; LEITE, 2020).
11

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

 Relatar um caso clínico de esporotricose em felino doméstico.

2.2 Específicos

 Realizar uma revisão de literatura da esporotricose felina, discorrendo a


respeito da doença e suas implicações diagnósticas e terapêuticas

 Relatar a evolução de um caso clínico, fazendo o acompanhamento da sua


sintomatologia e responsividade ao tratamento.
12

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Histórico

O primeiro caso de esporotricose foi descrito pelo estudante de medicina,


Benjamin Schenck, do Hospital Johns Hopkins, nos EUA, no ano de 1898. Um
paciente observado por Schenck, apresentava abscesso no dedo indicador e
linfangite nodular no antebraço, estas lesões apareceram posteriormente a uma
ferida de punção onde fora isolado o fungo, que foi avaliado e identificado pelo
patologista Erwin F. Smith, como uma espécie do gênero Sporotrichum (SCHENCK,
1898).
Em 1900, Hoktoen e Perkins, relataram um caso clinicamente parecido com o
de Schenck, em uma criança de 5 anos, que sofreu uma lesão com um golpe de
martelo em seu dedo, onde houve uma regressão espontânea. Foi feito o isolamento
do fungo e esses investigadores o nomearam de Sporothrix schenckii. Alguns anos
depois, houve uma inclusão equivocada desse fungo como basidiomicetos, um
grupo de fungos que não são dimórficos e nem patogênicos para humanos e
animais. Em 1962, Carmichael determinou a nomenclatura correta baseada nos
casos de esporotricose que foram isolados, por causa de sua diferença morfológica
(HEKTOEN E PERKINS, 1900; BARROS; ALMEIDA PAES; SCHUBACH, 2011).

Lutz e Splendore, em 1907, relataram o primeiro caso de infecção espontânea


por esporotricose em animais no Brasil, relatada em ratos. Foi mencionado por eles,
a dificuldade de classificação do organismo causador, além disso esperavam que
houvesse mais casos humanos para se obter um amplo material de estudo, no
entanto foram obtidos apenas cinco casos (LUTZ; SPLENDORE, 1907). Em 1956,
foi informado o primeiro caso de esporotricose felina no Brasil, especificamente em
São Paulo. O gato apresentava pequenos nódulos que se romperam e ulceraram,
sendo que depois de um mês o quadro se generalizou, e membros e cabeça do
animal foram afetados. A terapia utilizada foi a administração de iodeto de potássio,
e apesar de apresentar uma melhora clínica nos primeiros dias, o animal veio a óbito
em seguida (FREITAS; MIGLIANO; ZANI NETO, 1956).
13

Diante do aumento de casos relatados desde a década de 1990, no Brasil, a


esporotricose se tornou uma doença problemática para saúde pública, visto que sua
prevalência teve crescimento principalmente no Sul e Sudeste. Desde 1998, a região
metropolitana do Rio de Janeiro se tornou endêmica para a esporotricose, e devido
a alta incidência, o Rio de Janeiro é considerado hiperendêmico para esporotricose
felina (GREMIÃO et al., 2017; MONTENEGRO et al., 2014).

3.2 Etiologia

A esporotricose é uma dermatozoonose de caráter micótico, que afeta a pele


e o tecido subcutâneo, podendo acometer humanos e outros animais, especialmente
os felinos domésticos. É causada por fungos do complexo Sporothrix, eles
pertencem ao reino Fungi, e hoje são classificados na divisão Ascomycota, classe
Pyrenomycetes, ordem Ophiostomatales, e família Ophiostomataceae. São
caracterizados como dimórficos, por apresentarem as formas filamentosa e
leveduriforme. Quando encontrados no solo ou em meio de cultura a 25°C sua forma
é a filamentosa (Figura 1 A), e em meio de cultivo a 37°C ou em parasitismo são
identificados na forma de levedura (Figura 1 B), por isso esses fungos são
caracterizados como termodimórficos, considerando que a temperatura influi
diretamente na forma em que se encontram, e essa adaptação morfológica é de
suma importância para a instalação da infecção (BARROS et al., 2011; GONDIM;
LEITE, 2020).

Figura 1. (A) Forma micelial, (B) Forma leveduriforme do fungo Sporothrix

A B
Fonte: (A) PIRES, 2017 e (B) ARAÚJO & LEAL, 2016.
14

Por mais de um século, desde sua identificação, acreditava-se que o


complexo Sporothrix era composto por apenas uma espécie patogênica, a
Sporothrix schenckii. Porém, nos últimos anos, estudos filogenéticos mostraram que
o complexo Sporothrix compreende espécies que diferem em relação à virulência,
ecologia e morfologia, fazendo com que as mesmas tenham características de
patogenicidade em graus diferentes (SANCHOTENE et al., 2015).

As espécies que compreendem o complexo são S. schenckii, S. brasiliensis,


S. globosa, S. mexicana, S. luriei, sendo que a S. brasiliensis é considerada a
espécie mais virulenta, altamente patogênica para humanos e animais, seguida de
S.schenckii e S. globosa. As espécies S. schenckii e S. globosa já foram isoladas
em humanos, animais e também no solo, enquanto a S. brasiliensis não teve
sucesso quando isolada em solo, foi bem sucedida quando isolada em amostras
humanas e felinas (OROFINO-COSTA et al., 2017).

3.3 Aspectos epidemiológicos

A esporotricose é uma micose de implantação, subaguda ou crônica, de


ocorrência mundial, que tem prevalência em regiões de clima tropical, subtropical e
temperado. Por isso, supõe-se que essas condições climáticas, bem como a
temperatura, favoreçam o crescimento do Sporothrix, quando estão na forma
filamentosa no ambiente. Acomete humanos e animais, e por ter caráter zoonótico
tem grande importância na saúde única. (GREENE, 2015; BAZZI et al., 2016).

Apesar de ser uma doença relatada em diversos países, a esporotricose, é


mais comum na América Latina, sendo que atualmente o Brasil se tornou o país com
mais casos relatados em todo mundo, com prevalência da espécie Sporothrix
brasiliensis. Algumas espécies são mais predominantes em determinados locais, por
exemplo no continente asiático, especificamente na China, estima-se que a S.
globosa está presente em quase todos os casos de esporotricose humana.
15

Enquanto que a S. schenckii está presente como principal espécie em áreas


endêmicas, como África do sul e Austrália, além de América do Norte, América
Central e alguns países da América do Sul (OROFINO-COSTA et al., 2017; PAES;
RIBEIRO; MEGID, 2015).

Por vários anos, a esporotricose foi denominada principalmente como uma


doença ocupacional, expondo que sua infecção acontecia em indivíduos que tinham
contato direto com a terra, sobretudo em áreas rurais. Desse modo era conhecida
como “micose do jardineiro”. Porém, a partir do século XX, a transmissão zoonótica
foi considerada importante, tendo o gato como principal portador e transmissor para
o homem, estabelecendo as infecções interespécies (ALMEIDA, 2015; LOPES et al.,
1999).

Atualmente, é sabido que a transmissão acontece na forma sapronótica, por


inoculação traumática do fungo através do contato direto com solo, plantas e matéria
orgânica, e na forma zoonótica, onde os felinos domésticos possuem papel
fundamental, transmitindo o microrganismo geralmente através de mordidas e
arranhaduras, além da transmissão horizontal (gato-gato) e raramente a transmissão
por inalação de conídeos, ou ingestão fúngica (GREMIÃO et al., 2020; OROFINO-
COSTA et al., 2017).

O gato tem uma participação de extrema importância na cadeia


epidemiológica da esporotricose, sendo crucial na infecção, pois apresentam
elevada carga fúngica em suas lesões cutâneas, exsudatos e até fezes, além de
carrear o fungo em sua cavidade oral, cavidade nasal e unhas (LLORET et al.,2013).
Por ser um animal de companhia, tem relação direta com o ser humano, e sua
população cresce de forma exacerbada em todo mundo, totalizando no Brasil mais
de 21 milhões de animais (PEREIRA et al., 2014; ALMEIDA, 2015).

Hábitos intrínsecos dos felinos domésticos ajudam a disseminar o fungo no


ambiente e transmissão a outros gatos, dentre esses hábitos pode-se destacar a
prática de arranhar troncos de madeira, cavar o solo para cobrir seus excrementos,
mordedura durante a cópula e limpeza do pelo através da lambedura. Mesmo não
estando clinicamente doentes, os gatos podem ser portadores do fungo. (BISON;
PARENTONI; BRASIL, 2020; ROSSOW et al., 2020).
16

A ocorrência da esporotricose não se limita apenas a um problema zoonótico,


mas reflete a desigualdade econômica e social vista em alguns locais. As regiões
mais acometidas pela doença comumente apresentam alta densidade populacional
e condições higiênico-sanitárias precárias, que colaboram com a disseminação do
patógeno. Ademais, outros fatores aumentam a possibilidade da infecção como a
quantidade de animais errantes, o abandono e a adoção irresponsável, a não
castração, a demora em diagnosticar e tratar, e ainda o descarte indevido dos
cadáveres de gatos doentes. A falta de políticas públicas e a negligência com a
esporotricose, fizeram com que a mesma se tornasse um grave problema de saúde
única, aumentando o número de casos tanto em animais, quando em humanos.
Desse modo, a esporotricose, torna-se carente de contenção e de medidas de
vigilância (RODRIGUES et al., 2020; LIMA et al., 2019).

No Brasil, a espécie Sporothrix brasiliensis é considerada a mais patogênica


para humanos e animais, sendo a responsável pela epidemia instalada no país,
envolvida diretamente na transmissão horizontal (gato-gato) e transmissão zoonótica
(HAN; KANO, 2020). A compreensão acerca do quadro de infecções por S.
brasiliensis, bem como sua distribuição geográfica se limita ao Brasil e Argentina,
tornando-se descrita em quase todas as regiões brasileiras, porém, mais prevalente
nas regiões Sul e Sudeste. Nos últimos anos, o estado do Rio de Janeiro registrou
um aumento de expressivo de casos, caracterizando o estado como área
hiperendêmica da doença, onde a notificação compulsória é preconizada
(GONÇALVES et al., 2019; MACÊDO-SALES et al., 2018). O Ministério da Saúde
lançou a PORTARIA N° 264, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2020, atualizando a lista
nacional de doenças de notificação compulsória, trazendo em seu primeiro artigo
uma possível inclusão da esporotricose humana nessa lista. Entretanto, apenas a
doença de Chagas crônica foi realmente incluída na lista (BRASIL, 2020).

Em São Paulo e região metropolitana o número de casos vem aumentando


desde 2011. No Nordeste casos isolados foram descritos, quase todos com a
participação do gato na transmissão. Na Bahia, especificamente em Camaçari desde
2015 tem havido uma crescente notificação de casos, tanto humanos quanto felinos,
sendo que nesse mesmo ano houve um surto de esporotricose felina na cidade. Em
Salvador foi lançada uma portaria municipal, a portaria nº 191/2018, com a finalidade
de incluir a esporotricose na lista de doenças de notificação compulsória, devido ao
17

surgimento de casos na cidade e em regiões adjacentes. Na região Sul, a


transmissão zoonótica vem acontecendo de forma massiva, estabelecendo uma
situação de endemia, e vale ressaltar que no Rio Grande do Sul a caça de tatus
predispõe a uma transmissão zoonótica (LIMA et al., 2019; GREMIÃO et al., 2014;
RODRIGUES et al., 2020; SALVADOR, 2018; SANTOS, 2017). Os humanos e os
cães não estão envolvidos propriamente na transmissão de esporotricose, tendo em
vista a carência de leveduras em suas lesões cutâneas (GREMIÃO et al., 2020).

3.4 Patogênese

A infecção por Sporothrix ocorre frequentemente por inoculação traumática de


conídios, visto que o fungo é incapaz de adentrar a pele intacta. Os conídios são
inoculados diretamente na pele, órgão mais acometido por essa micose, eles
penetram profundamente a epiderme e muda da forma filamentosa para sua forma
leveduriforme, fazendo desse modo, a transição de sua fase infectante para a fase
patogênica. Podem permanecer no local da inoculação, causando lesões nodulares
chamados esporotricomas, ou podem se disseminar por via linfática atingindo
linfonodos regionais, ou até atingir a via hematógena e se disseminar de forma
sistêmica, podendo acometer ossos, órgãos internos e sistema nervoso central.
(ETTINGER; FELDMAN; CÔTÉ, 2017; GONDIM & LEITE, 2020; BARROS; PAES;
SCHUBACH, 2011).

Seguidamente da penetração do agente, é estabelecido um período pré-


patente que pode variar de 3 a 84 dias, tendo como média 21 dias, dependendo do
estado imunológico do animal, sendo capaz de regredir naturalmente. A auto
inoculação no gato ocorre através do hábito da lambedura, e é importante salientar
que diferente de outras espécies, eles tem uma grande quantidade de leveduras em
suas lesões, isso lhe confere um elevado potencial infectante (LARSSON, 2011;
PIRES, 2017; SANTOS et al., 2018).

A lesão se estabelece dependendo do estado imunológico do hospedeiro,


patogenicidade e virulência do patógeno, bem como sua espécie e termotolerância,
e profundidade do inóculo. Esses fatores são determinantes para o desenvolvimento
18

da clínica do animal, do mesmo modo que sua evolução e prognóstico. A espécie S.


brasiliensis é a mais virulenta do complexo Sporothrix, com alta capacidade de
invasão e dano tecidual. Já a S. schenckii possui diferentes níveis de
patogenicidade, podendo apresentar alta ou baixa virulência. Em função das
diferenças de virulência das espécies, a patogênese da doença é variável e
complexa (BISON; PARENTONI; BRASIL, 2020; LOPES, 1999; RODRIGUES et al.,
2013; GREMIÃO et al., 2017; RODRIGUES et al., 2014; RODRIGUES et al., 2015).

Na esporotricose, a patogenia depende diretamente da patogenicidade do


fungo, isto é, da sua capacidade infectante que acontece por meio dos fatores de
virulência. Os fatores de virulência mais conhecidos que caracterizam a
patogenicidade da esporotricose são: termotolerância, melanina, adesão à proteínas
e o peróxido de ergosterol. A termotolerância é extremamente importante na
virulência do Sporothrix, observa- se que o fungo isolado a 35°C tem capacidade de
multiplicação, produzindo lesões cutâneas mas sem disseminação linfática,
enquanto que a 37°C não podem se multiplicar (MEGID; RIBEIRO; PAES, 2015).

A melanina pode ser sintetizada em qualquer fase que o microrganismo se


encontre, porém, macroscopicamente apenas a fase filamentosa do fungo é
melanizada, conferindo uma característica de defesa em condições ambientais
desfavoráveis. Em demonstrações in vitro, observou-se que a melanização em
conídeos aumenta sua resistência a fagocitose por macrófagos, dessa forma a
primeira fase da infecção é facilitada. A adesão é um dos primeiros mecanismos da
infecção, sendo primordial para a instalação da doença. Essa adesão pode
acontecer em células endoteliais e epiteliais, bem como em células da matriz extra
celular, em especial três glicoproteínas: a fibronectina, a laminina, e o colágeno do
tipo II. O mecanismo de proteção exercido pelo peróxido de ergosterol não é tão
elucidado, mas sabe- se que ele age evitando espécies reativas de oxigênio durante
a fagocitose (BARROS, 2011; LÓPEZ-ROMERO et al., 2011; ROSSATO, 2017).
19

3.5 Manifestação clínica

O sinais clínicos da esporotricose são polimórficos, e acontecem


principalmente na pele e no tecido subcutâneo. A infecção pode se desenvolver de
forma subclínica a disseminada, refletindo a resposta imune do animal, bem como
seu estado geral, carga infectante e distribuição das lesões. O prognóstico vai
depender diretamente do quadro clínico e evolução das lesões (PEREIRA et al.,
2014; MIRANDA et al., 2018; MADRID et al., 2010). As lesões podem ser
classificadas de acordo com sua disposição, se desenvolvendo na forma cutânea
que tem maior ocorrência nos casos, e extracutânea. Quando acontecem na forma
cutânea, as lesões podem ser vistas como cutânea fixa, linfocutânea e cutânea
disseminada. Na forma extracutânea geralmente acontece o comprometimento
pulmonar, e a doença pode cursar de forma sistêmica. Esta forma geralmente está
associada a via de disseminação hematógena e confere uma maior gravidade nas
manifestações clínicas (CORDEIRO et al., 2011; MACÊDO- SALES et al., 2018;
OLIVEIRA et al., 2019).

A lesões frequentemente se iniciam de maneira pontual nos locais de trauma,


podendo evoluir para uma disseminação linfática local, e em pacientes
imunocomprometidos, a doença se desenvolve de forma agressiva, atingindo ossos
e órgãos, demonstrando a forma mais grave da doença (RODRIGUES et al., 2015;
ARAUJO et al., 2015). Em animais, em muitos casos acontecem ambas as formas
clínicas, por isso é difícil delimitar os sinais de forma efetiva, e em cães as formas
cutânea fixa e linfocutânea são mais frequentes (MIRANDA et al., 2013; MEGID;
RIBEIRO; PAES, 2015).

Em humanos, a sintomatologia é bem estabelecida, e as formas clínicas são


classificadas como cutânea fixa, linfocutânea, extracutânea e disseminada,
salientando que a forma disseminada acontece muito pouco, e afeta especialmente
pessoas com um comprometimento imune (OLIVEIRA et al., 2014; ROCHA, 2014).
Além disso, o quadro clínico do indivíduo vai depender da extensão da lesão, e do
grau de patogenicidade da espécie envolvida na infecção (HAN; KANO, 2020). As
formas clínicas mais comuns demonstram um envolvimento mais frequente da pele e
20

do tecido subcutâneo, que são a cutânea fixa e linfocutânea, presentes na maioria


dos casos relatados (HUGO; ROCHA; FERREIRA, 2012; CAVALCANTI et al., 2018).

A esporotricose felina pode ter apenas a infecção cutânea, porém, o


envolvimento sistêmico é relatado, e a disseminação do patógeno pode suceder a
partir do processo de autolimpeza dos felinos domésticos (RODRIGUES et al., 2020;
SANTOS et al., 2018). A forma cutânea é comumente encontrada em gatos, sendo
os locais mais afetados a cabeça, com acometimento do plano nasal, face (Figura
2), orelha e região periocular, região dorsal do tronco, base da cauda, e também
membros e extremidades, em menor frequência pode acontecer em parte ventral e
região testicular. Essas lesões se assemelham a traumas ocorridos por brigas, e
também celulites e abscessos que fistularam, e são caracterizadas como lesões
papulonodulares, arredondadas, com elevação, e áreas alopécicas, que podem
ulcerar e drenar um exsudato serosanguinolento a purulento, formando assim áreas
necróticas com exposição de tecido muscular e ósseo, com crostas espessas.
Ademais, também pode acontecer lesões em mucosas diversas, sendo observadas
na conjuntival, nasal, bucal e genital (CRUZ; FERREIRA, 2010; NORSWORTHY,
2011; ARAUJO; GONDIM; ARAUJO, 2020; MONTENEGRO et al., 2014; ALMEIDA
et al., 2018).

Figura 2. Lesão ulcerada em face de felino

Fonte: JERICÓ, NETO e KOGIKA, 2015.


21

As feridas podem retroceder de forma espontânea. Porém, é observado em


muitos casos, um envolvimento sistêmico, e a doença nesses casos tem curso
prolongado e difícil resposta terapêutica, muitas vezes tendo como resultado o óbito
do animal (GOMES et al., 2012). Quando ocorre a disseminação linfática, na forma
linfocutânea, surgem nodulações que migram para linfonodos regionais, fazendo
com que os mesmos fiquem aumentados e podem ou não ulcerar, dessa forma
acontece todo um comprometimento da cadeia linfática assemelhando- se a um
“rosário” (LARSSON; SILVA; BERNARDI, 2015; BISON; PARENTONI; BRASIL,
2020; GONTIJO et al., 2011).

Na forma extracutânea, o agente, através da via linfática e hematógena se


dissemina sistemicamente e pode afetar um ou mais sistemas como o respiratório,
digestório, urinário, oftálmico, cardíaco, reprodutivo, ósseo e nervoso (QUEIROZ-
TELLES; BUCCHERI; BENARD, 2019). O sistema que é envolvido primariamente é
o respiratório, onde se observa a instalação da infecção no pulmão, e com a
cronicidade da esporotricose, o agente se espalha por outros órgãos internos,
fazendo com que o animal desenvolva sinais clínicos inespecíficos (GONDIM;
LEITE, 2020; ROSSI; ODAGUIRI, LARSSON, 2013; FORLANI et al., 2013). Fatores
predispõem a severidade da esporotricose como a quantidade, extensão e a
disposição das lesões (BAPTISTA et al., 2020). É de suma importância relatar que
grande parte das infecções provocadas por Sporothrix brasiliensis tem insulto na
mucosa nasal, bem como vias aéreas. Já o sistema auditivo raramente é acometido,
muito dificilmente acontece alguma otite nesses casos, entretanto lesões
tegumentares no pavilhão auricular são descritas (GREMIÃO et al., 2020;
MASCARENHAS et al., 2019).

Em disseminação, a ocorrência de alterações no sistema nervoso são


observadas, bem como alterações no sistema linfático (BARCELOS, 2013). Quando
atinge níveis sistêmicos, a doença pode causar linfangite ou linfadenite, sinais
respiratórios como tosse, rinorreia, espirros e dispneia, além de manifestações
diversas como apatia, inapetência, febre, emagrecimento, vômito, desidratação,
letargia, podendo afetar também as articulações (FLECK et al., 2019; GREENE,
2015).
22

3.6 Diagnóstico clínico e laboratorial

O diagnóstico da esporotricose é feito primariamente através do exame


clínico, observando- se as manifestações clínicas apresentadas pelo animal, bem
como presença, disposição e aspecto das lesões, anamnese, histórico e situação
epidemiológica do local. É de suma importância que se faça uma anamnese
detalhada, com a finalidade de investigar todos os fatores que possam sugerir a
suspeita da esporotricose. Ademais, deve-se realizar um bom exame físico e
dermatológico, para fazer o diferencial da doença com outras dermatopatias de
padrão lesional semelhante como criptococose, piodermatites, micobacteriose
atípica, histoplasmose, carcinoma epidermóide, pênfigo foliáceo e leishmaniose
tegumentar. Além disso, é importante investigar se o animal tem histórico de uso de
antibióticos para sanar as lesões, sem a remissão das mesmas (OLIVEIRA;
CHUCRI, 2020; LARSSON et al.,2011; PIRES, 2017).

Associado ao diagnóstico clínico-epidemiológico, o diagnóstico laboratorial é


fundamental para fechar a suspeita. A citopatologia, o isolamento e identificação do
agente, a histopatologia, as provas sorológicas e moleculares, e os testes
intradérmicos são métodos de diagnóstico laboratorial comumente utilizados na
rotina clínica (ALMEIDA et al.,2018; MACÊDO-SALES et al., 2018).

A maioria das amostras utilizadas para realização dos exames são


provenientes de materiais coletados das lesões, ulceradas ou fechadas, variando de
acordo com o tipo de exame laboratorial que será feito. Os métodos de coleta mais
utilizados são: biopsia, imprinting, punção aspirativa e swab estéril. A biopsia é feita
na histopatologia, sendo considerada bastante importante para estabelecer um
diferencial da esporotricose, além de ser indicada para diagnóstico em caninos, pois
eles possuem baixa carga fúngica em suas lesões. O imprinting em lâmina de vidro
e a punção aspirativa são utilizados na citopatologia, sendo que a punção aspirativa
é feita com agulha fina e é indicada principalmente em nódulos no plano nasal, e o
imprinting é bastante utilizado por ser uma técnica rápida e indolor. O swab estéril
tem utilização na identificação fúngica através da cultura, tendo uma fácil execução
(SANTOS et al., 2018).
23

O exame direto é feito basicamente por meio da citopatologia, com o auxílio


da microscopia, por meio de esfregaço de material coletado, sendo corado
geralmente por Gram, PAS ou Giemsa, buscando a pesquisa direta de células
leveduriformes, que são células bem pequenas variando de 2 a 6 μm de diâmetro,
com formato esféricos, ovóides ou alongados em forma de charuto. Esse exame
direto é mais sensível em gatos, por causa do elevada carga fúngica contida em
suas lesões (CRUZ; FERREIRA, 2010; ZHANG et al., 2019).

O exame citopatológico é usualmente método diagnóstico da esporotricose na


rotina clínica, isso se dá por causa do seu rápido resultado, técnica facilitada com
rápida execução e eficiente no diagnóstico em gatos, sendo bastante útil no decorrer
de epidemias, além de possibilitar que a terapia seja introduzida com rapidez. As
amostras podem ser obtidas por swabs, imprinting ou por aspiração de agulha fina,
coletadas de exsudatos, urina, secreções nasais, líquido sinovial e líquido
cerebroespinhal. Algumas colorações podem ser utilizadas, como a de Wright, PAS,
Rosenfeld e Gomori. O patógeno pode ser visualizado em macrófagos, neutrófilos
ou extracelular (SILVA et al., 2012; HAN; KANO, 2020; BISON; PARENTONI;
BRASIL, 2020).

A cultura fúngica tem como objetivo o isolamento e identificação do agente,


por meio de sua apresentação morfológica e sua modificação para a fase
leveduriforme (GREMIÃO et al., 2020). É um método de diagnóstico definitivo, que
tem seu material adquirido mediante a swabs ou biópsia cutânea, sendo
considerado padrão-ouro para determinar a infecção, porém tem um custo mais
elevado e os resultados demoram cerca de 20 a 30 dias para serem liberados por ter
crescimento fúngico lento, e como consequência se tem o atraso na implementação
do tratamento (MACÊDO-SALES et al., 2018; LIMA et al., 2019; SILVA et al., 2015).

Os meios de cultura utilizados na rotina são o Ágar Sabouraud dextrose com


cloranfenicol ou gentamicina e o Ágar Mycosel com cicloheximida, em temperatura
de 25C°. A média de tempo para visualização das colônias é de 5 a 15 dias podendo
ir até 4 semanas, a princípio a colônia é pequena, de cor creme, adquirindo a cor
marrom, escurecendo gradualmente, caracterizando a forma micelial. Quando
submetidas a microscopia, observa-se a presença de finas hifas septadas com
conídios redondos nas extremidades em cima de um conidióforo, com aparência de
24

pétalas de margaridas. Devido o seu dimorfismo, quando incubado a 37°C e em


meios Ágar BHI, Ágar chocolate e Ágar sangue, ocorre a conversão para a fase
leveduriforme, onde microscopicamente são observadas estruturas alongadas
(RODRIGUES et al., 2020; CAVALCANTI et al., 2018).

A histopatologia é um método diagnóstico feito a partir do procedimento da


biópsia, efetuada em pele intacta, sem secreção ou ulceração, sendo os principais
corantes utilizados o HE e o PAS, além do GMS para visualizar e melhor detectar
estruturas fúngicas. A avaliação histopatológica mostra uma reação
piogranulomatosa, onde pode se observar uma epiderme espessada, com
ulcerações e formação de crostas, uma derme com infiltrado inflamatório, com
presença de linfócitos, neutrófilos, macrófagos e plasmócitos, e áreas focais de
necrose. As células fúngicas são polimórficas e podem ser encontradas nas formas
ovaladas ou alongadas, livres ou em macrófagos, envolvidos por um halo claro. Em
humanos e cães as leveduras são difíceis de serem visualizadas, por apresentarem
baixa carga fúngica em lesões (BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011; SILVA et al.,
2013; BISON; PARENTONI; BRASIL, 2020).

Os testes sorológicos e moleculares são utilizados em menor escala no


diagnóstico da esporotricose. A sorologia é um método não invasivo, que apresenta
resultados rápidos , utilizados muitas vezes para monitoração do tratamento, sendo
os testes mais empregados a prova de aglutinação em látex, fixação de
complemento, imunodifusão, imunofluorescência indireta, além de testes que
comprovaram ser mais sensíveis, que são o ELISA e o Western blotting (OROFINO-
COSTA et al.,2017; MEGID; RIBEIRO; PAES, 2015). Os testes moleculares são
utilizados para identificar as espécies do complexo Sporothrix diretamente nas
amostras de biópsia, fazendo a codificação da calmodulina. São caracterizados por
terem altas sensibilidade e especificidade, além disso contribuem para o
estabelecimento de uma terapia mais eficaz e direcionada nos casos de resistência
aos fármacos, baseado na espécie identificada. Os testes moleculares mais
utilizados são o PCR convencional, qPCR, PCR-RFLP e o PCR em tempo real
multiplex. (BISON; PARENTONI; BRASIL, 2020; ROSSOW et al., 2020; GREMIÃO
et al., 2017). O teste da esporotriquina é considerado um método complementar de
diagnóstico, feito de forma intradérmica com um antígeno proveniente do
25

Sporothrix.É um teste qualificado com boas sensibilidade e especificidade


(LARSSON, 2011; MORA-MONTES, 2018).

3.7 Tratamento

A terapia em felinos, tende a ser longa, e seu sucesso depende diretamente


da clínica que o animal apresenta e de sua resposta imunológica. É de suma
importância a colaboração do tutor para a realização e continuidade do tratamento,
principalmente nos casos de disseminação sistêmica, em que o animal se apresenta
debilitado, demorando a ter uma resposta terapêutica. Muitas vezes o diagnóstico
tardio, a dificuldade de administração do medicamento por via oral e a duração do
tratamento, provocam desistência do tratamento por parte do tutor, e infelizmente
esses acontecimentos contribuem para o abandono do animal doente. Toda essa
problemática colabora para a dificuldade de cura e recidiva da doença. Os
protocolos terapêuticos podem ser feitos como monoterapia ou em associação
(GREENE, 2015; CHAVES et al., 2012; NAKASU et al., 2020).

O itraconazol é o fármaco de escolha para o tratamento da esporotricose. É


um derivado triazólico, absorvido via oral, que tem como mecanismo de ação a
inibição do ergosterol que é um componente da membrana fúngica, agindo na
permeabilidade celular. Quando utilizado como monoterapia tem sido relatada uma
boa resposta clínica, porém, deve-se atentar para as possíveis falhas terapêuticas,
seus efeitos colaterais que acontecem muitas vezes a nível gastrointestinal, bem
como seu potencial hepatotóxico, principalmente quando as doses ultrapassam
10/mg/kg/dia, nesses casos o paciente precisa de um monitoramento hepático feito
através do exame bioquímico dosando as enzimas hepáticas. O tratamento pode
durar no mínimo dois meses, podendo ter a duração de até um ano, dependendo da
melhora do quadro clínico do animal, e mesmo com essa melhora é recomendado a
continuidade do tratamento por mais um mês (NUNES et al., 2011; THOMSON et al.,
2019; LLORET et al., 2013). Os derivados azólicos comumente são utilizados na
rotina clínica, dentre eles o cetoconazol e o fluconazol apresentam boas respostas
terapêuticas (HEIDRICH et al., 2011). O cetoconazol pode ser utilizado como
26

substituto do iodeto de potássio, porém apresenta mais efeitos colaterais em


comparação com o itraconazol (ROSA et al., 2017).

O iodeto de potássio faz parte do tratamento estabelecido para esporotricose,


principalmente nos casos de resistência ao itraconazol. É utilizado nas formulações
de solução supersaturada e em cápsulas, seu mecanismo de ação não é tão
elucidado, contudo é sabido que tem atividade germicida e potencializa a ação
fagocitária dos granulócitos (OROFINO- COSTA et al., 2017). A administração desse
fármaco em felinos é facilitada quando feita em cápsulas, comparada com a
administração da solução supersaturada, seu uso pode acarretar no aparecimento
de intoxicação por iodo, sendo que os efeitos adversos do fármaco podem ser
inespecíficos como vômito, diarreia, anorexia, secreção nasal e febre, podendo
sugerir um possível iodismo (RODRIGUES et al., 2020; GREMIÃO et al., 2014;
ROSA et al., 2017).

Outro medicamento eficaz no tratamento da esporotricose é a terbinafina, um


derivado da alilamina, que apresenta atividade fungicida, com ação na inibição da
síntese do ergosterol. Seu uso é recomendado nos casos onde ocorre resistência ou
resposta fraca ao itraconozol (ROSA et al., 2017; LLORET et al., 2013). A
anfotericina B é um poliênico, que tem ação na membrana fúngica, modificando a
permeabilidade vascular, possui potencial nefrotóxico e por isso não é recomendado
para pacientes com doença renal. Seu uso rotineiramente é feito por via intravenosa,
mas a utilização feita de forma intralesional (Figura 3) é descrita com comprovada
eficácia em lesões localizadas e em casos refratários, no entanto efeitos adversos
como edema e formação de abscessos locais podem ser formados (LITTLE, 2015,
GREMIÃO et al., 2011).
27

Figura 3. Aplicação intralesional de Anfotericina B

Fonte: https://bityli.com/ibl16

Tabela 1. Terapia farmacológica da esporotricose felina.


Fármaco Dose Via Frequência
Itraconazol (cápsulas) 100 mg (≥ 3 kg) Oral SID
50 mg (≥1 kg < 3 kg)
25 mg/kg (< 1 kg)

Itraconazol (solução) 1,25 a 1,5 mg/kg Oral SID ou BID

Cetoconazol 5 a 10 mg/kg Oral SID ou BID


Fluconazol 50 mg/gato Oral SID
Iodeto de potássio solução 40 mg/kg Oral TID
supersaturada (SSKI)

Iodeto de potássio 2,5 a 20 mg/kg Oral SID


(cápsulas)
Terbinafina 30 mg/kg Oral SID
Anfotericina B suspensão 0,5 mg/kg IV 3 vezes/semana
coloidal
Anfotericina B mistura 1 mg/kg IV 3 vezes/semana
lipídica por 2 horas

Fonte: Adaptado de GREMIÃO et al., 2020; LITTLE, 2015.


28

A termoterapia pode ser aplicada nos casos de lesões cutâneas localizadas, e


tem como princípio a redução dessas lesões através da aplicação de calor local
utilizando a temperatura de 45°C, processo feito geralmente com a aplicação de
compressas mornas, duas a três vezes ao dia, com duração de 15 a 20 minutos.
Essa terapia também pode acontecer com o uso de algum dispositivo que disponha
de raios infravermelhos, e a mesma se baseia no uso da temperatura para inibir o
crescimento dos fungos sensíveis a essa hipertermia (VÁZQUEZ-GONZÁLEZ;
BONIFAZ, 2013; RODRIGUES et al., 2020).

A terapia cirúrgica é uma possibilidade quando o tratamento medicamentoso


não tem sucesso, ou até mesmo em combinação com o mesmo, podendo ser feita
quando houver viabilidade anatômica, então, a adoção desse tratamento depende
da evolução clínica das lesões e do local onde o procedimento cirúrgico será
executado (ROSA et al., 2017; GREMIÃO et al., 2006). A criocirurgia também é
empregada nesses casos, realizada com o uso de nitrogênio líquido, tratam as
formas cutânea fixa e linfocutânea, geralmente em junção com a administração de
itraconazol, fazendo diminuição do tempo de tratamento (FERREIRA; GUTIERREZ-
GALHARDO; VALLE, 2010; GREMIÃO et al., 2014).

Outras alternativas de tratamento são descritas, utilizando a flucitosina em


associação com a anfotericina B, o posaconazol e o ravuconazol que são derivados
azólicos, no entanto esses fármacos tem pouca utilização na rotina clínica (ROSA et
al., 2017). Os glicocorticóides tem uso contraindicado nos animais infectados por
esse fungo, por causa de sua ação imunossupressora, podendo causar
agravamento do quadro ou recidivas (GREENE, 2015). A eutanásia pode ser
recomendada a animais que não apresentam melhora clínica, sem resolução
terapêutica, e tem agravamento de suas lesões dia após dia, sendo feita uma
minuciosa avaliação clínica por um médico veterinário para se estabelecer esse
protocolo (GREMIÃO et al., 2020).
29

3.8 Controle e prevenção

A esporotricose, apesar de ser uma doença zoonótica, com casos relatados


desde o século passado, tem sido subestimada e negligenciada ao longo dos anos,
mesmo com surtos acontecendo em todo Brasil e algumas partes do mundo, a
desinformação tem predominado entre a população humana, que por diversas vezes
não sabem como agir diante da ocorrência da infecção fúngica. O déficit não está
apenas atrelado a falta de informação, mas também a carência de políticas públicas
que façam o combate da doença investindo no diagnóstico e tratamento das
espécies acometidas. Observa-se também a necessidade de inteirar as saúdes
humana, animal e ambiental como uma saúde única, com a finalidade de instruir a
população, estabelecer medidas profiláticas e orientar o manejo adequado dos
animais doentes e materiais contaminados (LIMA et al., 2019; PIRES, 2017;
BARROS et al., 2010).

A realização da castração é imprescindível para o controle da esporotricose


felina, promovendo a contenção do crescimento populacional de gatos e diminuindo
as brigas territoriais e por fêmeas, que podem causar feridas que são porta de
entrada para inoculação fúngica (MONTEIRO; TANENO; NEVES, 2008). Quando
diagnosticados com esporotricose, os gatos precisam ser confinados em locais
apropriados, que proporcione o isolamento dos mesmos, até que aconteça a
remissão total de suas lesões, sendo essencial a aplicação de um protocolo
terapêutico adequado, e que não ocorra o abandono, visto que essa ação facilita a
propagação da doença, não só na população felina mas também na humana. Nos
casos fatais, onde o animal vem a óbito, o descarte inapropriado do cadáver
favorece a perpetuação do patógeno no ambiente, dessa forma o cadáver deve ser
destinado à cremação (BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011; JERICÓ; NETO;
KOGIKA, 2015).

A descontaminação ambiental é uma prática que deve ser feita com a


finalidade de se combater a disseminação fúngica por meio da higienização
principalmente de locais que tenham matéria orgânica em decomposição,
instalações e materiais que tenham contato direto com os animais infectados. Locais
30

com saneamento básico precário são mais propensos a ocorrência da doença, onde
se observa um fluxo maior de animais errantes, contribuindo para o aumento do
potencial zoonótico da esporotricose (GONTIJO et al., 2011; GALATI et al., 2017). A
desinfecção e limpeza são feitas com hipoclorito de sódio a 1% e posteriormente o
álcool 70% é usado por no mínimo 10 minutos, sendo realizada em ambiente
hospitalar, mesas de atendimento, instalações e caixas de transporte, além da
esterilização de todo material utilizado em atendimento, e o devido descarte do lixo e
de materiais perfurocortantes (SILVA et al., 2012; GREENE, 2015).

O grupo de profissionais que tem contato direto com os animais e com o solo,
são considerados grupo de risco para esporotricose, dessa forma se faz necessária
a utilização de EPI, como medida de proteção contra o fungo (BISON; PARENTONI;
BRASIL, 2020). Na manipulação de gatos doentes, deve- se usar luvas, máscaras,
toucas, óculos de proteção, avental (descartável) de manga longa, e quando a
manipulação encerrar é recomendado o descarte das luvas, máscaras, toucas e
avental, fazendo a higienização das mãos até os braços com água corrente e sabão,
e posteriormente fazer uso de um antisséptico nesses locais. As medidas de
segurança individuais precisam ser seguidas à risca, diminuindo o risco de
exposição à contaminação (ROSSOW et al., 2020; SILVA et al., 2012).

Ainda não existe vacina para profilaxia da esporotricose, porém, existem


estudos que demonstram células antigênicas contidas na parede celular fúngica com
potencial vacinal. A elaboração de uma vacina, seria de grande valia para a
prevenção da esporotricose (RODRIGUES et al., 2014; GREMIÃO et al., 2017). Um
dos maiores problemas de controle e prevenção desse patógeno, é a falta de
informação sobre a doença em geral, e a carência de políticas públicas que possam
vir ao encontro as populações de situação socioeconômica desfavorável, com a
finalidade de instruir a respeito da doença, bem como oferecer formas gratuitas de
diagnóstico e tratamento adequados tanto para as pessoas quanto para os animais,
atentando- se à importância de notificar esses casos (ALMEIDA; ALMEIDA, 2015;
GUTIERREZ- GALHARDO et al., 2015; MONTENEGRO et al., 2014; PAIVA et al.,
2020).
31

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Relato de caso

Foi atendido em uma clínica veterinária situada na cidade de Vitória da


Conquista- BA, no dia 13/01/2021, um felino (Figura 4), macho, SRD, não castrado,
com idade estimada em 3 anos, pesando 4 kg. Esse animal estava em situação de
rua, e há cerca de um mês era alimentado por uma pessoa que posteriormente
pretendia adotá-lo, e percebendo a presença de feridas em sua pele, o levou ao
atendimento médico (Figura 5).

Figura 4. Felino resgatado com lesões cutâneas

Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 5. Felino na clínica para o atendimento

Fonte: Arquivo pessoal.


32

No atendimento clínico, a anamnese e o histórico do animal foram dificultados


pelo fato de ser um animal de rua, a responsável relatou que o gato se alimentava
bem e que tinha percebido a presença de feridas na pele do mesmo, porém tinha
dificuldade de resgatá-lo pois ele era arredio e agressivo, mas achava que essas
feridas seriam decorrentes de brigas com outros animais. A incidência de casos de
esporotricose na cidade, e o aspecto e distribuição das lesões no animal permitiram
que a médica veterinária responsável pelo atendimento suspeitasse de uma infecção
causada por fungos do gênero Sporothrix, colaborando para o diagnóstico clínico-
epidemiológico.

No exame físico os parâmetros vitais estavam dentro da normalidade, as


mucosas róseas, sem aumento de linfonodos, e o escore corporal normal, no
entanto, ao fazer a avaliação dermatológica constatou-se a presença de lesões
alopécicas circulares ulcerativas drenando exsudato serosanguinolento, presentes
em face, região periocular, região frontal, plano nasal, região anterior do pavilhão
auricular, pescoço, dorso e membros anteriores. No mesmo dia foi feita a solicitação
de uma citologia, que foi realizada através de imprinting cutâneo, coletado de uma
ferida da região frontal, sendo obtido o resultado positivo para a suspeita clínica de
esporotricose. Não houve a realização de hemograma ou exames bioquímicos.

Por motivos de manejo e isolamento, foi acordado entre a clínica e a


responsável pelo animal, que o mesmo fosse submetido ao internamento até o
término do tratamento, estimado em, no mínimo, dois meses, que seria feito
diariamente de forma segura. O tratamento instituído foi a associação de itraconazol
(cápsulas) e iodeto de potássio (cápsulas), com doses de 10 mg/kg e 20 mg/kg
respectivamente, ambos manipulados, com administração oral, SID. Durante todo o
tratamento as doses medicamentosas continuaram as mesmas, não havendo
reajuste. Ademais, foi administrado o suplemento vitamínico Nutralogic® em pó
33

adicionado ao alimento, na dose de 0,5 g/kg, BID. No primeiro mês de internamento


e tratamento, as lesões foram estabilizadas, sem avanço cicatricial e nem piora do
quadro (Figura 6).

Figura 6: Felino após 34 dia de tratamento

Fonte: Arquivo pessoal.

Nos dias que seguiram, o animal teve diarreia, e não apresentou melhora nas
lesões, porém se mantinha estável, se alimentando normalmente. Após 50 dias de
tratamento, a diarreia teve remissão espontânea, suspeitando-se de uma reação
adversa aos medicamentos administrados. Porém, as lesões voltaram a ulcerar com
exsudação, com aumento de extensão lesional, principalmente no plano nasal e
formação de crostas. Novas lesões começaram a aparecer no membro torácico e
nas bordas auriculares (Figura 7), dessa forma o quadro clínico teve uma piora
significativa e o animal começou a apresentar-se apático.
34

Figura 7. Felino após 50 dias de tratamento

Fonte: Arquivo pessoal.

Uma semana após a última avaliação, observou-se um emagrecimento


progressivo, desencadeado pela hiporexia apresentada pelo gato nos últimos dias.
O animal não era mais receptivo à ração que lhe era oferecida, sendo alimentado
com patê na maioria das vezes. As lesões cutâneas nas regiões frontal e em
pavilhão auricular tiveram regressão evidente, porém, a lesão do plano nasal havia
aumentado mostrando-se edemaciada (Figura 8), e o animal começou a apresentar
dificuldade respiratória e espirros.
35

Figura 8. Felino após 57 dias de tratamento

Fonte: Arquivo pessoal.

Durante todo o período do tratamento, eram feitos o monitoramento e


acompanhamento da evolução clínica do animal, dessa forma constatou-se a
agravação do quadro, onde a cicatrização lesional permaneceu a maioria do tempo
estagnada, e o comprometimento respiratório se evidenciou. Em decorrência do
estado geral do animal, sinais de apatia, fraqueza e prostração começaram a
aparecer e ter notoriedade, por conseguinte o gato veio a óbito 64 dias após o início
do tratamento. Não foi realizada necrópsia, e o cadáver foi cremado.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A esporotricose é ocasionada por uma infecção fúngica causada pelos fungos


do gênero Sporothrix, por implantação, e no Brasil é caracterizada como a principal
36

doença micótica de tecido subcutâneo (GREMIÃO, 2011). O gato tem papel central
na infecção e disseminação da esporotricose, sua capacidade de carrear o
patógeno, não só em suas lesões mas também em cavidades oral e nasal e unhas,
corroboram para sua função na transmissão zoonótica, e contribui para a
endemicidade da doença em todo país (GREENE, 2015). A cidade de Vitória da
Conquista- BA, local onde foi relatado o caso deste trabalho, tem uma grande
casuística de esporotricose felina. O aumento do número de casos atendidos
refletem a necessidade de controle da doença, e o desconhecimento pela população
acerca de sua ocorrência.

A ação de arranhar madeira e cavar o solo para cobrir dejetos, são hábitos
comportamentais específicos dos felinos domésticos, que auxiliam na dispersão
ambiental do fungo em sua forma micelial (LLORET et al., 2013). Ademais, nos
últimos anos observa-se o aumento do número de gatos como animais de
companhia, que muitas vezes são utilizados para extermínio de roedores e são
criados com livre acesso à rua, nesse cenário ainda se tem o problema do abandono
desses animais, principalmente quando eles são acometidos por alguma doença
(RODRIGUES et al., 2020).

Gatos machos, jovens, SRD, não castrados, de vida livre ou semidomiciliados


são mais propensos a serem afetados pela esporotricose, pois eles possuem livre
acesso à rua e os machos tendem a se envolver em brigas territoriais ou por fêmeas
(GOMES et al, 2012; RÜNCOS et al, 2016). O gato atendido se encaixa em todas as
características descritas como mais comuns nos casos de esporotricose felina,
ratificando a frequente ocorrência nesses grupos e o envolvimento dos mesmos na
propagação fúngica em sua espécie.

As formas cutânea fixa e disseminada são as mais prevalentes em felinos,


neste caso o gato apresentou a forma disseminada com lesões em várias partes do
corpo, principalmente na região cefálica, dorso e membros torácicos. Quando
examinado, o animal já apresentava ulceração das lesões que drenavam um
exsudato serosanguinolento e algumas já crostosas, com evolução para áreas
necróticas. O desenvolvimento da doença disseminada é decorrente do estado
crônico das lesões, que acontece muitas vezes por meio da disseminação
hematógena, e da auto-inoculação pelo hábito de lambedura higiênica, próprio dos
37

felinos, favorecendo também o aparecimento de novas lesões cutâneas


(CAVALCANTI et al., 2018).

Quando observadas pelos tutores, as feridas tendem a ser confundidas como


consequência de brigas entre gatos, isso acontece principalmente em decorrência
da localização das lesões (ALMEIDA et al., 2018). Esse fato contribui com a demora
em levar o animal para um atendimento ambulatorial, favorecendo o diagnóstico
tardio do animal, o qual já pode ter tido um comprometimento sistêmico, e que a
essa altura já teve convívio com outros animais da casa ou da rua, além de
possivelmente ter tido contato direto com o tutor e outros indivíduos. Neste caso, a
responsável relatou as feridas, que acreditava ter sido causadas por brigas, visto
que o animal tinha o comportamento de agressividade.

A alta carga parasitária encontradas nas lesões dos gatos, possibilita a


realização do exame direto através da citopatologia. Esse método diagnóstico é feito
de forma rápida, com facilidade, com boas sensibilidade e especificidade,
possibilitando o diagnóstico presuntivo para que a terapia seja implementada com
rapidez, tornando imediato a tomada de medidas de controle e prevenção, sobretudo
em casos de endemias e epidemias. No entanto, o uso do itraconazol diminui a
sensibilidade da técnica, podendo ocorrer raramente falsos-negativos (MACÊDO-
SALES et al., 2018). É de suma importância que o diagnóstico laboratorial seja
realizado com o intuito de confirmar a esporotricose, tendo em vista a diferenciação
com outras doenças.

O felino deste relato teve seu diagnóstico laboratorial feito através do método
direto da citopatologia, pelo método de imprinting que é minimamente invasivo e não
proporciona estímulo doloroso ao animal, onde é executada a aposição de lâminas
sobre a lesão, que nesse caso foi de um material coletado de uma lesão ulcerada da
região frontal. A lâmina foi corada com coloração de Romanowsky (panótico rápido),
e na microscopia foram visualizadas estruturas leveduriformes e ovóides (Figura 9),
confirmando assim a suspeita diagnóstica, e comprovando a riqueza parasitária
contidas nas feridas dos gatos.
38

Figura 9. Citopatologia por método de imprinting cutâneo

Fonte: Arquivo pessoal.

A associação de fármacos tem sido uma alternativa de sucesso no tratamento


da esporotricose, frisando o uso de itraconazol e iodeto de potássio, que apresentam
boa eficácia nos casos de doença disseminada, com comprometimento pulmonar e
de mucosa nasal, ou em casos refratários ao itraconazol. Os medicamentos são
administrados via oral, nas doses de 100 mg/gato de itraconazol mais 5 mg/kg de
iodeto de potássio, SID, sendo recomendado a administração juntamente com a
alimentação, com o intuito de se obter uma melhor absorção (ROCHA et al., 2018;
FLECK et al., 2019). Alguns efeitos colaterais podem ocorrer, associados ao uso do
iodeto de potássio, porém, a resposta clínica e rápida ação que essa junção oferece
tem peso maior, sendo mais vantajosa que a monoterapia com ambos os fármacos
(SANTOS et al., 2018).

A terapia utilizada neste caso preconizou o uso de itraconazol e iodeto de


potássio associados, com a finalidade de potencializar a ação antifúngica dos
39

fármacos, levando em conta os sinais respiratórios e o comprometimento da mucosa


nasal. As doses de 10 mg/kg de itraconazol e 20 mg/kg de iodeto de potássio
utilizadas para este gato são descritas por alguns autores, sendo que as doses
variam de 5 a 10 mg/kg de itraconazol e 2,5 a 20 mg/kg de iodeto de potássio
(GREENE, 2015; PAES; RIBEIRO; MEGID, 2015; LITTLE, 2015; LLORET et al.,
2013). Entretanto a literatura recente traz uma modificação nas doses
medicamentosas para o tratamento associado de itraconazol e iodeto de potássio,
trazendo uma boa eficácia com segurança, sem a presença de efeitos colaterais ou
indícios de toxicidade (FORLANI et al, 2018; GREMIÃO et al., 2020).

Com a progressão da doença, o gato apresentou diarreia, hiporexia,


emagrecimento e letargia, esses sinais podem estar relacionados ao uso do iodeto
de potássio, que apesar de ser um fármaco com eficácia e seguridade atestados,
pode acarretar nessas reações em animais imunocomprometidos. O tratamento
nesses casos de disseminação tende a ser demorado e dificultoso, sendo um
desafio na rotina clínica. Dessa forma, o médico veterinário pode considerar a
eutanásia devido a gravidade dos casos com envolvimento sistêmico, onde o animal
não apresenta resposta à terapêutica estabelecida, com piora do quadro clínico
(GREMIÃO et al., 2020).

A espécie que infectou o gato não foi identificada, pois não foram feitos testes
moleculares. Sabe-se que S. brasilienses é considerada a mais virulenta do
complexo Sporothrix, que tem uma capacidade de termotolerância excelente e se
adapta facilmente a temperatura corporal do gato (RODRIGUES et al., 2020), e é
importante salientar o envolvimento dessa espécie em casos graves de
esporotricose, onde o animal tem o sistema respiratório acometido, e a falha
terapêutica é amplamente relatada por causa de sua patogenicidade. O gato não foi
testado para FIV e FELV. Estudos mostram que o prognóstico do animal doente não
depende do diagnóstico de doenças concomitantes, como FIV e FELV, ou seja, a
gravidade ou piora clínica do animal independe de coinfecções (ROSSOW et al.,
2020). Para a realização de exames complementares é necessário o contato direto
com o animal para manipulação do mesmo, podendo resultar na propagação fúngica
ambiental, espalhamento de leveduras na pele do animal e infecção do manipulador.
Por isso, optou-se por não fazer exames como hemograma e perfil bioquímico
sérico.
40

O prognóstico dessa doença tende a ser bom quando os gatos são


diagnosticados no início da infecção, são tratados pelo período instituído pelo
médico veterinário respeitando a dosagem e a frequência de administração do
fármaco, bem como a continuação do tratamento por mais um mês depois da cura
clínica. Porém, o diagnóstico tardio, a resistência antifúngica e o comprometimento
sistêmico do gato irão fomentar para que o prognóstico seja reservado
(NORSWORTHY, 2011).

A manifestação da esporotricose nesse felino foi progressiva e severa, e por


ele ser um animal de rua não houve como mensurar em que período se deu o início
das lesões, apenas através da monitoração após o internamento pode- se
determinar a real condição clínica desse paciente, que apresentou um prognóstico
reservado, mesmo recebendo um tratamento regularizado e uma boa alimentação
com suplementação vitamínica. Infere- se que com o agravamento da doença e a
debilidade do gato, outros órgãos foram acometidos, refletindo um quadro crônico
com comprometimento sistêmico e evolução ao óbito. A incineração do cadáver é a
forma correta de se proceder após o óbito, evitando assim a contaminação
ambiental.

6 CONCLUSÃO

 A esporotricose felina vem sendo comumente relatada no município de Vitória


da Conquista-BA. A ocorrência da doença nesse local levanta uma
preocupação com relação ao aumento de casos e o desconhecimento sobre a
doença. Diante desse cenário, a necessidade da implementação de políticas
públicas que visam oferecer assistência a esses casos é imprescindível.

 O felino relatado nesse trabalho foi resgatado com muita dificuldade sendo
submetido à consulta médica, e o diagnóstico laboratorial foi realizado por
meio da citopatologia possibilitando tratamento imediato. A situação de rua,
41

bem como a falta de informações sobre o histórico do animal e o


desconhecimento com relação ao início das lesões contribuíram para a falta
de resposta ao tratamento medicamentoso, sendo observado o agravamento
do quadro clínico demonstrando a severidade da infecção no animal.

 É de suma importância que, em casos confirmados de esporotricose, o


manejo do animal seja feita utilizando todos os EPIs, em associação com a
desinfecção ambiental. O médico veterinário precisa informar ao tutor como
manejar o animal, frisando a importância de não abandonar o animal doente,
e a relevância de persistir no tratamento, buscando a cura do animal. Nos
casos de óbito, como aconteceu nesse estudo, o descarte cadavérico precisa
ser feito de forma responsável, com o objetivo de ajudar a controlar a
propagação do patógeno no ambiente.

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