PNSB 2000 RS
PNSB 2000 RS
PNSB 2000 RS
em aterros controlados e apenas Gráfico 22 - Percentual do volume de lixo coletado, por tipo de destino
30,5% em lixões, ou seja, mais de final, segundo os estratos populacionais dos municípios - 2000
%
69% de todo o lixo coletado no
83,0
Brasil estaria tendo um destino
72,3
final adequado em aterros 63,6 63,0
sanitários e/ou controlados. 51,9 49,8
Todavia, em número de municípios, 47,1
40,1
44,0
37,1
o resultado não é tão favorável:
30,2
30,5
27,8
24,5
25,5
23,4
22,4
22,7
22,3
20,4
63,6% utilizam lixões e 32,2%,
19,8
16,3
16,3
15,2
14,6
13,0
aterros adequados (13,8%
sanitários, 18,4% aterros
1,8
controlados), sendo que 5% não To A
té D D D D D 1
00 Ma
1 9 e 10 49 e 2 99 e 5 19 e 10 99 e 5
D e 99
t al
informaram para onde vão seus 9 0 0 0 0 is d
4
20 9 9
99 9 0 9 9 9 0 9 0 00 e
99 0 9 00 9 00 99 0 9 0
0 9h
9 0 9 9 99 0 0
ha 0 a ha 0 a 9 00
00 ab
resíduos. Em 1989, a PNSB ha ha a ha a ha a
0 ha
b.
0 .
b. b. b. b. b. b.
a
mostrava que o percentual de
municípios que vazavam seus Lixão Controlado Sanitário
resíduos de forma adequada era
de apenas 10,7%. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional
de Saneamento Básico 2000.
De qualquer forma, nota-se
uma tendência de melhora da
situação da disposição final do lixo no Brasil nos últimos anos, que pode ser creditada
a diversos fatores, tais como:
• maior consciência da população sobre a questão da limpeza urbana;
• forte atuação do Ministério Público, que vem agindo ativamente na indução
à assinatura, pelas prefeituras, dos Termos de Ajuste de Conduta para
recuperação dos lixões, e na fiscalização do seu cumprimento;
• a força e o apelo popular do programa da UNICEF, Lixo e Cidadania (Criança
no Lixo, Nunca Mais ) em todo o Território Nacional;
• aporte de recursos do governo federal para o setor, através do Fundo Nacional
de Meio Ambiente; e
• apoio de alguns governos estaduais.
Apesar de todas estas forças positivas, não é provável que se tenha atingido
a qualidade desejada de destinação final do lixo urbano no Brasil, na medida em que
estes locais, por estarem geralmente na periferia das cidades, não despertam interesse
da população formadora de opinião, tornando-se, assim, pouco prioritários na aplicação
de recursos por parte da administração municipal.
Variáveis utilizadas
• o tipo de caminhão empregado na coleta (compactador ou basculante);
• sua capacidade de carga e volumétrica; e
• a forma como é carregado.
A estimativa dessas variáveis nos municípios que não pesam o lixo coletado
pode estar subestimada, uma vez que 73,7 % dos municípios acima de 100 000
habitantes têm balanças no sistema de limpeza urbana. Mas, nos menores, apenas
5,7% contam com este equipamento. Por outro lado, verifica-se que a média de
produção per capita apontada pelos municípios que possuem balança é maior do que
a daqueles que não a têm, o que pode ser verificado no Gráfico 23.
Há uma tendência de
aumento da geração informada do
Gráfico 23 - Produção per capita de lixo domiciliar em kg/dia,
por existência de balança, segundo os estratos
lixo domiciliar per capita em
populacionais dos municípios - 2000 proporção direta com o número de
% habitantes. Nas cidades com até
200 000 habitantes, pode-se
2,04
estimar a quantidade coletada,
variando entre 450 e 700 gramas
1,50
1,29
0,93
0,78
0,74
0,76
0,70
0,58
0,57
0,57
0,56
0,58
0,54
0,53
0,49
0,49
0,48
0,46
0,42
ta
l 9 0 0 0 0 is todos os municípios brasileiros.
4
20 9 9
9 9
99 99 0
9 00
99 0
9 00
99 0
9 00 99 0 0 9
0 00 d e
9 9 00
0 9h
9 00 0
Trata-se de uma quantidade
00 ab
ha h h h 9 0 h
ab a ab a ab a ha a ha a ab
0 .
b. . . . b. b. .
a
Municípios Lixo
Estratos populacionais
Urbano Lixo domiciliar Lixo público Lixo urbano
(t/dia) (kg/dia) (kg/dia) (kg/dia)
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico 2000.
Dos 5 507 municípios brasileiros, 4 026, ou seja, 73,1%, têm população até
20 000 habitantes. Nestes municípios, 68,5% dos resíduos gerados são vazados em
lixões e em alagados. Se tomarmos, entretanto, como referência, a quantidade de lixo por
eles gerada, em relação ao total da produção brasileira, a situação é menos grave, pois em
conjunto coletam somente 12,8 % do total brasileiro (20 658 t/dia). Isto é menos do que
o gerado pelas 13 maiores cidades brasileiras, com população acima de 1 milhão de
habitantes. Só estas coletam 31,9 % (51 635 t/dia) de todo o lixo urbano brasileiro, e têm
seus locais de disposição final em melhor situação: apenas 1,8 % (832 t/dia) é destinado
a lixões, o restante sendo depositado em aterros controlados ou sanitários.
Aspectos institucionais
A pesquisa revelou tendência na terceirização dos serviços de limpeza urbana, em
todas as regiões brasileiras, mais acentuada nos municípios de maior porte, e com menor
intensidade no Nordeste. Ainda que o percentual de municípios que adotam os serviços
sob administração direta da prefeitura seja muito grande, já se nota uma reversão no
quadro entre os municípios que têm alguma forma de cobrança (Gráfico 24).
____________________________________________________ Pesquisa nacional de saneamento básico 2000
% Brasil
76,9
57,9
51,3
44,4
31,8
13,0
10,6
5,6 6,8
% Norte % Nordeste
100,0
66,7
61,5
50,0
41,7
33,3
17,9 24,0
16,7
7,6 8,9 6,2 8,6
3,7 5,4 0,0 3,6
1,7
% Sudeste % Sul
100,0
59,6
51,4 54,5
45,9
39,1
31,1
23,0
16,1 16,9
8,9 10,1
6,1
1,3
% Centro-Oeste
100,0
80,0
50,0 50,0
17,6
5,7 5,8
2,4 3,2
Total Até 9 999 hab. De 10 000 a 19 999 hab. De 20 000 a 49 999 hab. De 50 000 a 99 999 hab.
De 100 000 a 199 999 hab. De 200 000 a 499 999 hab. De 500 000 a 999 999 hab. Mais de 1 000 000 hab.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000.
Oferta dos serviços de saneamento básico no Brasil ______________________________________________
% Brasil
85,5
77,8 76,9
73,5
62,5
% Norte % Nordeste
100,0 100,0
83,3
66,7 66,7
60,7 61,5
50,0
31,7
28,1
23,1 21,3
19,8 16,3 14,9
10,5 9,9
0,0
% Sudeste % Sul
0,0
% Centro-Oeste
100,0
75,0
64,7 60,0
53,2
50,0
33,7
27,8
14,7
Total Até 9 999 hab. De 10 000 a 19 999 hab. De 20 000 a 49 999 hab. De 50 000 a 99 999 hab.
De 100 000 a 199 999 hab. De 200 000 a 499 999 hab. De 500 000 a 999 999 hab. Mais de 1 000 000 hab.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000.
____________________________________________________ Pesquisa nacional de saneamento básico 2000
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico 2000.
Tabela 12 - Municípios, total e que contratam empresas prestadoras de serviços de limpeza urbana
e coleta de lixo, com indicação do número de entidades e da média de empresas contratadas,
segundo os estratos populacionais dos municípios - 2000
Entidades
Municípios Média
Total prestadoras de
que de
Estratos populacionais de serviços de
contratam empresas
municípios limpeza urbana
empresas contratadas
e coleta de lixo
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico 2000.
Oferta dos serviços de saneamento básico no Brasil ______________________________________________
Aspectos econômicos
A PNSB 2000 revelou que do percentual do orçamento municipal destinado à
limpeza urbana, mostrado no quadro abaixo, na grande maioria dos municípios com
população abaixo de 50 000 habitantes, 5% no máximo, é destinado à gestão de
resíduos sólidos.
Tabela 13 - Municípios, total e com serviços de limpeza urbana e/ou coleta de lixo, por percentual
do orçamento destinado aos serviços, segundo os estratos populacionais dos municípios - 2000
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico 2000.
1) Alguns municípios não informaram o percentual do orçamento destinado aos serviços de limpeza urbana e coleta de lixo.
% Brasil
59,1 57,0
54,3 50,9
36,4
23,9
16,7
12,2 12,5
% Norte % Nordeste
89,5 90,1
85,1
80,2 83,6
76,9 78,6
68,3 71,6
50,0
39,3 38,5
33,3 33,3
16,7
% Sudeste % Sul
40,5
31,9 34,4
28,4 25,4
23,2
15,5 19,0 13,0 11,4 11,8
11,1 6,3
5,7
% Centro-Oeste
85,2
72,1
66,3
46,8 50,0
35,3 40,0
25,0
Total Até 9 999 hab. De 10 000 a 19 999 hab. De 20 000 a 49 999 hab. De 50 000 a 99 999 hab.
De 100 000 a 199 999 hab. De 200 000 a 499 999 hab. De 500 000 a 999 999 hab. Mais de 1 000 000 hab.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000.
Oferta dos serviços de saneamento básico no Brasil ______________________________________________
73,0
15,0
1 2,2
10,3
9,7
9,2
5,5
6,7
3,6
3,0
5,2
1,6
1 ,8
0,9
0,9
1 ,5
1,0
0,7
1 ,5
0,7
0,9
1,0
1,0
0,4
0,7
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional
de Saneamento Básico 2000.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico 2000.
Tabela 15 - Veículos e equipamentos utilizados nos serviços de limpeza urbana e/ou coleta de lixo,
por tipo de veículo e equipamento, segundo os estratos populacionais dos municípios - 2000
(continua)
Tabela 15 - Veículos e equipamentos utilizados nos serviços de limpeza urbana e/ou coleta de lixo,
por tipo de veículo e equipamento, segundo os estratos populacionais dos municípios - 2000
(conclusão)
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico 2000.
Tabela 16 - Distritos-sede com serviço de coleta de lixo residencial, por freqüência de atendimento,
segundo as Grandes Regiões - 2000
Freqüência de atendimento
Grandes Regiões
Total
1 vez por 2 vezes por 3 vezes por
Diária Irregular
semana semana semana
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico 2000.
Tabela 17 - Distritos-sede com serviço de varrição das vias públicas, por freqüência de atendimento,
segundo as Grandes Regiões - 2000
Freqüência de atendimento
Grandes Regiões
Total
1 vez por 2 vezes por 3 vezes por
Diária Irregular
semana semana semana
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico 2000.
numa primeira fase, encaminhar as crianças que trabalham nesta atividade para
escolas e outras atividades lúdicas e educativas, através de programas “bolsa-escola”
e outros similares. Busca ainda a capacitação dos catadores para que abracem
outras atividades profissionais ou continuem em sua faina recuperadora de materiais
recicláveis, mas em melhores condições de salubridade, organizados em cooperativas
ou associações, onde este trabalho seja valorizado e onde possa ser agregado valor
aos produtos recuperados, conseguindo-se, assim, aumentar a sua renda quando
forem comercializados. Conseguiu-se um progresso efetivo neste objetivo, mas o
problema ainda é grave. A PNSB 2000 informa sobre a existência de 24 340 catadores
em lixões, e sobre a quantidade e os programas sociais a eles dedicados e ainda se
estão organizados institucionalmente.
Um número pequeno de municípios (228) vem buscando a integração destes
programas sociais com os catadores, mas verifica-se que é ainda pequena a quantidade
de municípios (apenas 451) com programas em atividade. Mais razoável é a quantidade
daqueles que planejam a sua implantação: 959 municípios. Considerando toda a
população urbana de 169,5 milhões de habitantes, apenas 8 milhões de moradores,
em 8 % dos municípios brasileiros, participam de programas de reciclagem.
Bons resultados na limpeza urbana estão vinculados à participação ativa da
população com práticas adequadas ao serviço, tais como acondicionar adequadamente
o lixo, colocá-lo à disposição para a coleta nos dias e horários pre-estabelecidos, e
não lançar resíduos nos logradouros, rios, canais e praias. Também é importante o
conhecimento da estrutura organizacional e operacional necessária à execução dos
serviços, os custos correspondentes e a diversidade de serviços que compõem um
sistema de limpeza urbana, tais como o acondicionamento, a coleta, a varrição e a
limpeza de logradouros, a transferência e a destinação final. Para que isto ocorra,
entretanto, é necessário que haja um relacionamento estreito entre o órgão
responsável pelos serviços e a população, o que pode ser conseguido através de
canais de comunicação permanentemente abertos, como os conhecidos serviços de
atendimento ao público por telefone, correio comum e eletrônico e ouvidorias.
Complementarmente, são também importantes as campanhas de sensibilização da
sociedade para estas questões, seja através da mídia, seja diretamente nas ruas,
com apelos para as interfaces com a saúde e com o meio ambiente. A pesquisa
demonstrou que os percentuais de municípios com campanhas de educação ambiental
são ainda pequenos nas diversas regiões do País, mas, há alguns anos, elas eram
quase inexistentes. Os canais de comunicação têm servido mais para reclamar
sobre a qualidade dos serviços prestados (71%) do que para participar ou colaborar
para a implantação do sistema (29%). Ainda assim foram declarados 2 030
movimentos reivindicatórios, em vários municípios, para implantação, ampliação e
melhoria dos serviços, promovidos em sua maioria por associações de bairro ou de
moradores (46%), seguidas de partidos políticos (22%).
Conclusão
Os resultados da PNSB sobre limpeza urbana refletem uma imagem
momentânea, relativa à situação no ano de 2000, que pode ser alterada em pouco
tempo. Todavia, a pesquisa demonstrou nítida tendência de melhoria do setor, em
todo o Brasil. Assim como a década de 1970 foi a da água, com projetos em todo
o País alavancados pelo Plano Nacional de Saneamento - PLANASA -, a partir da
década de 1990 em diante, estendendo-se pelo novo Século XXI, observa-se uma
Oferta dos serviços de saneamento básico no Brasil ______________________________________________
tomada de consciência importante no que diz respeito à gestão dos resíduos sólidos.
O poder público municipal, maior responsável pelo setor, vem sendo apoiado, do
ponto de vista econômico, por programas federal e estadual, pressionado não apenas
pela população, cada vez mais consciente das questões ambientais, mas também
pelos órgãos de controle ambiental e pelo Ministério Público.
Os resultados da PNSB 2000, comparados aos resultados de 1989, revelam
inequivocamente que houve um avanço no setor de limpeza urbana e coleta de
lixo no Brasil.
Tais resultados, além de oferecerem uma fotografia atualizada do setor no
País, podem ajudar as prefeituras na tomada de decisões quanto às prioridades de
investimento, à capacitação de seus técnicos, aos modelos institucionais a serem
adotados e às fontes de financiamentos a serem buscadas.
A evolução do setor, para melhor, é inexorável, e esta tendência parece
definitivamente consolidada. Pode-se prever que, em prazo curto, não havendo
retrocesso nas decisões políticas atuais, que hoje têm a limpeza urbana como um
setor merecedor de investimentos financeiros e em recursos humanos, a situação do
País neste setor irá melhorar significativamente, contribuindo assim para melhores
condições de saúde e bem-estar da população brasileira.