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Capa de Trabalho Ufam

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Universidade Federal do Amazonas

FIC – Faculdade de Informação e Comunicação

OFICINA BÁSICA DE AUDIOVISUAL

Nayá Oliveira Costa (21851808)

Manaus/AM

2019
Resumo

A escritora inicia o capítulo Saiba olhar ao redor com um exemplo claro de percepção
visual no meio social. Após o sequestro e assassinato de três jovens, moradores do
morro da Providência, por militares, sem prova alguma do envolvimento destes em
facções, a população do morro clamou por justiça. Apesar dos esforços, não houve
atenção para o caso. Até que um homem, conhecido como JR. E advindo da França,
inconformado com a falta de visibilidade dada a um assassinato tão brutal, resolveu agir
e com a ajuda dos moradores fotografou os olhos arregalados de uma população
descrente de justiça e atenção. JR. Imprimiu as fotografias e as ampliou, colando-as nos
muros da favela, direcionando os olhares ao resto da cidade do Rio de Janeiro, que
pouco se importara com aquele local. O ocorrido proporcionou algo novo: a população
de fora do morro, a mídia e o governo local finalmente perceberam aquele lugar, e se
questionaram o porquê dos olhares resolutos. Com essa visibilidade, não so o resto da
população, mas os próprios moradores do morro da Providência passaram a encarar a si
próprios, dar atenção à comunidade e até organizar eventos.

Tudo isso se deve à percepção. A junção e posterior análise dos sentimentos advindos
da visão, isto é, o que se vê e o que se sente em relação ao que foi visto, é chamada de
Percepção Visual. Por meio dela a favela deixou de ser invisível ao resto da população
carioca, pois foi vista de outro ângulo, deixando de lado preceitos como a violência e o
crime organizado. Citando o autor, a percepção pode ser definida como o modo de
pensar “como outra lente através da qual enxergamos” (Herman, Amy E.).

Seguindo do ponto perspectiva, veremos por primeiro a Perspectiva física, nada mais
que o ponto de vista empregado, fisicamente, para se ver algo. No livro, o dr. Wayne W.
Dyer introduz o tema, dizendo que a perspectiva física é definida pela posição em que
estamos, podendo então apenas a posição física mudar totalmente a figura que estamos
vendo. Após a introdução, dois exemplos acerca de obras de arte são dados, sendo um
deles a obra de Michelangelo, Davi, onde um héroi bíblico é representado por uma
escultura de mármore, sendo popularmente visto como gracioso, harmônico, o homem
“perfeito”. Porém, após estudos feitos por professores de anatomia, mudando o ângulo
de visão da escultura (antes visto de baixo para cima), encontrara-se no mesmo uma
face cheia de tensão, medo e agressividade. Davi também possui problemas em relação
a anatomia, deixando de lado o ideal de perfeição. Surge também o questionamento da
posição em que a obra é dia após dia vista, questionando-se de que forma pretendia
Michelangelo apresentar a obra, questão esta dificil de ser respondida. Não so a arte,
como quaisquer outras coisas observáveis, é deliberadamente mutável, visto de uma
série de fatores influencia na percepção, e esta é individual.

O conceito de percepção também é citado por grandes empresas, como a Toyota, onde o
princípio genchi genbutsu (vá e veja) é estimulado aos executivos, visando o melhor
desempenho no trabalho. O princípio é visto desde a antiguidade pelos gregos, que
buscavam a eficiência em suas construções, assim como os egípcios e outros povos
antigos.

A mudança de local físico também é estimulada por neurocientistas, que afirmam que a
mudança de posição e local não só aperfeiçoa o modo de ver algo, mas também impede
bloqueios em estudos, por exemplo. Roderick Gilkey e Clint Kilts confirmam o dito,
definindo o cérebro como “um sistema interativo”, isto é, o cérebro é estimulado a partir
de pequenos exercícios, como a mudança, a movimentação etc.

A perspectiva também é influenciada por uma série de fatores em conjunto com a visão,
como o olfato, o paladar e o tato. Dar ênfase no sentido visão muitas vezes impossibilita
alguém de perceber o todo. Um trabalho em conjunto deve ser feito visando a maior
abrangência de informações acerca de algo. O exemplo dado sobre o uso dos sentidos
em conjunto na percepção é mostrado pela obra Um bar no Folies-Bergère, de Édouard
Manet, onde uma moça é vista em um bar, porém a obra não se restringe a isso. Usando
os sentidos em conjunto, percebe-se a presença do som local, dos usuários presentes no
local, o cheiro quase palpável. Tudo isso é perceptível quando nos esforçamos para
realmente entender o que está inicialmente restrito à visão. Ampliar essa ferramenta
cognitiva é essencial.

Outro ponto importante ressaltado no texto é a importância de uma gama maior de


pessoas ter acesso ao nosso ponto de vista quando criamos algo. Nossos sentidos, apesar
de presentes de forma igualitária, nem sempre irão desempenhar suas funções de forma
igual. A quantidade de informações deve sempre ser extensa, para possibilitar um
entendimento maior a todos, mesmo que uma obra seja nossa percepção única de algo,
nossa maneira de enxergar o mundo ao redor. Como citado no livro “em vez de
descrever apenas experiências a partir do nosso próprio ponto de referência, precisamos
estar sincronizados com as perspectivas dos outros”.

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