Fate of a Faux Lords of Rathe #2 Meagan Brandy & Amo Jones 1
Fate of a Faux Lords of Rathe #2 Meagan Brandy & Amo Jones 1
Fate of a Faux Lords of Rathe #2 Meagan Brandy & Amo Jones 1
XoXo,
Amo e Megan.
Para todas as garotas que se apaixonam por vilões...
Tenho que perder meu melhor amigo; ele só não sabe disso
ainda. Isso é o melhor para ele. Sou um desastre que só piorará,
pelo que parece, e ele já passou por muita coisa por minha causa.
— Lon, pare.
Ele não pode cumprir tal promessa, mas não digo isso. Eu não
digo nada, apenas aceno com a cabeça em seu peito.
— Ah, vamos lá, Little Crow. Não pode ser tão ruim assim —
ele me acalma, da mesma forma que fez durante toda a minha
vida.
— Eu sei, e por causa disso, ele ficará aqui e irá para uma
faculdade comunitária. Ele é muito melhor do que isso.
— É, mas...
1
-Junior College, também conhecida como faculdade comunitária.
festa na faculdade por um fim de semana, portanto, como diabos
convencerei Ben a se mudar horas longe de casa quando vocês só
falam sobre ficar juntos?
Ben...
A urna de Ben.
Ele fez com que o cadáver do meu melhor amigo fosse enviado
para mim, colocado na cama ao lado da minha cabeça, de modo
que, quando acordei nesta maldita prisão, foi a primeira coisa que
vi.
Uma ilusão.
Cerro os dentes com tanta força que juro que posso ouvi-los
ranger.
Não queria sair esta noite, mas tanto Silver quanto Legend
sabiam que eu precisava disso. Uma distração. Só que não o tipo
de distração que Legend pensa que eu preciso.
Certamente doeu.
Realeza.
Rei.
Pai.
Mafioso russo.
Estou tão.
Cansada.
Porra.
Meus olhos se abrem assim que alguém cai ao meu lado. Seu
rosto embaçado no início, mas depois os olhos azuis bebê estão
olhando para os meus. Estão selvagens, cansados... e há outra
coisa que não consigo nomear.
— Ledge?
Eu venci.
3
-Ceifador.
Acordo com uma batida tão forte que juro que alguém está
dando golpe após golpe neste momento. E devem estar usando
soco-inglês, porque essa merda dói pra caramba. Há um zumbido
em meus ouvidos e meus membros queimam como uma chama
que se enrola em torno do que resta deles.
É Legend.
— Vadiazinha assustada...
— Não comece problemas comigo, baby. Você precisará de
mim um dia e...
— Sim. Estou.
London.
Segurando-o. Tocando-o.
Foda-se isso.
Foda-se ela.
Foda-se isso.
Ela não merece sua lealdade. Ela está tentando nos deixar.
Posso não querer ela por perto, mas há uma parte de mim,
uma parte que não posso controlar, que quer, e a última coisa que
o povo de Rathe precisa é de um Royal desequilibrado no encalço
de um morto.
Minha mãe subirá aos céus esta noite para fazer o anúncio
para o qual não estou preparado.
Estou rosnando?
Nosso povo não poderia estar mais errado sobre o motivo pelo
qual foram chamados esta noite, e mamãe não perde tempo. Como
sempre, ela enfia a faca sem hesitação.
Nunca estará.
Porra.
Nua.
Então, ela para, levanta a perna e a abre até ficar bem aberta
diante de nós, com o pé equilibrado na borda do sofá.
Eles não podem olhar para ela. Ver a sua boceta que me
pertence.
Meus lábios se curvam e sinto meu dom vir à tona. Antes que
eu perceba, estou me movendo na velocidade da luz, com sua
garganta presa em minha mão e o corpo erguido no ar. Aperto,
esmagando sua traqueia, meus lábios se separam com um
grunhido.
— Eu...
Desejo. Necessidade.
Minha marca.
Minha. Porra!
Ela bebe mais uísque, a porra do líquido dez vezes mais forte
do que o que está acostumada. — Aposto que este é o seu favorito...
Antes que eu saiba o que estou fazendo, ele é lançado por cima
das minhas costas e jogado no chão.
Sinto raiva por dentro, mas olho para meus irmãos, para o
choque e a preocupação em seus rostos.
Porra.
O álcool não tocou as bordas do meu estresse, nem o pó Fae,
mas fiquei quieto. Sem nada além do que eu sabia que estava
acontecendo. As luzes piscaram ao som de uma música mortal
enquanto eu levava lentamente a garrafa de líquido azul à boca,
permitindo que a potência queimasse meus lábios antes de engolir.
Sibilo através do rastro de fogo que deixa, até que finalmente se
instala em minhas entranhas.
Particularmente? Médio.
Ela joga seus longos cabelos negros por cima do ombro, os fios
brilhantes batendo na luz estroboscópica toda vez que ela pisca.
— Eles já sabem alguma coisa sobre a morte do rei? — Sua cabeça
se inclina para o lado, e eu observo quando seus dedos começam
a bater na mesa. Ela está inquieta.
Olho para ela uma última vez, observando como a cor de seus
olhos se transforma em um branco opaco.
Eu forço meu braço a sair de seu aperto. — Mais uma vez você
provou que seus lábios não valem merda nenhuma.
O rei está morto. O Rei está morto e ninguém me contou. Tive
que descobrir ouvindo os guardas e seu chefe enquanto trocavam
alguns deles de lugar no último minuto. Deve haver centenas deles
marchando para cima e para baixo nesses corredores, seus passos
silenciosos, sem nenhuma prova de sua presença além da visão
deles.
Não.
Só que desta vez não fui jogada em uma jaula como uma Gifted
malvada.
Não tenho ideia do que há do outro lado desta porta, mas
conforme minhas palmas começam a suar e meu pulso a acelerar,
tenho uma pequena ideia.
Olho para a mulher ao meu lado. Ela parece ter a minha idade,
mas deve ter quatro vezes mais se – fala pelo monstro de Rathe –
como afirmou quando se apresentou. Seja lá o que isso signifique.
Ela tem mais de um metro e oitenta de altura, portanto trinta
centímetros mais alta que eu, com olhos vermelhos ardentes e
cabelos combinando. É longo e elegante, assim como seu pescoço.
Sua mandíbula é um pouco afiada e se ela estivesse no mundo
humano, as pessoas veriam unhas compridas, mas as pontas
afiadas que se estendem das pontas dos dedos não são unhas. São
garras.
Rejeitada.
Rejeitada?
Corajoso o suficiente?
Eu não tenho tempo para pensar nisso, pois Victoria tem meu
rosto nas palmas das mãos um segundo depois e seus olhos
vermelhos começam a girar com prata. — Vou tirar suas restrições
mágicas e você se comportará como uma boa Gifted. Você não
falará. Não correrá. Mais importante ainda, se tentar usar magia,
fritará de dentro para fora.
Mais uma vez, sei quando ela está perto, mas desta vez não é o
vínculo que faz todo o meu ser formigar. É o cheiro do sangue dela.
Leva apenas uma fração de segundo para ela perceber que não
sou o único aqui e, lentamente, ela olha para frente.
Sua última mensagem foi grave e ela está aqui parecendo uma
viúva malvada, mas não é nada diferente do normal, exceto pela
fúria em seus olhos.
Nem preciso olhar para meu irmão, ele age por conta própria.
Sinner corre até ela, agarra-a pela camisa e a joga pela borda.
Antes que ela perceba o que está acontecendo, ela cai em queda
livre no chão, a uns 22 metros de distância.
Nós entramos.
Vejo isso nos olhos dela, no momento em que ela percebe que
é um dragão morto.
Tantas. Pessoas.
Não faz muito tempo, eu teria dito que sim. Que sou fantástica
em ler as pessoas. Que minha intuição sempre estava certa, mas
agora?
Não posso encarar o que pensei ser meu lar sem o garoto que
fez com que parecesse que era.
— Falando nisso. — Ela me entrega o baseado aceso chamas
e eu olho entre ela e a maconha.
A última vez que fiz isso foi com o Mago, e não posso dizer que
odiei. Na verdade, minha vida não poderia estar pior neste
momento. Então, pego-o, levando-o a minha boca. Inalando, deixo
a fumaça doce se acomodar na parte de trás da minha garganta
antes de exalar lentamente pelo nariz e boca. Leva segundos para
os efeitos se manifestarem, e a cada um que passa, meus músculos
relaxam ainda mais até meus olhos enfraquecerem e minha mente
ficar lúcida.
— Por que não está brava comigo sobre meu pai? E como você
sabe sobre ele quando, pelo que posso dizer, ninguém mais sabe?
Se nosso pai estivesse vivo, ele não estaria aqui para isso. Você
coloca um monte de mulheres sedentas e minha mãe jogando sua
carta de controle, e não o encontraria em nenhum lugar próximo.
Não é tão fácil quanto descartá-la. Gostaria que fosse, pois isso
tornaria o que vem a seguir muito mais fácil. Não que eu precise
de facilidade. Não preciso.
Posso lidar com tudo o que for jogado em mim e farei isso com
um sorriso de merda, com o sangue de qualquer um que fique em
meu caminho pintado com orgulho em minha pele.
— Vamp? — Eu acho.
— Sereia.
— Sua amiga?
— Que tipo?
Minha mãe nem sequer a traz para a frente, mas a envia para
a esquerda com as outras. — As avaliações foram tão justas
quanto parecem e, de alguma forma, aquela Ordinary obteve a
pontuação mais alta.
— Não...
— Chega — eu digo.
A cabeça de minha mãe se vira em minha direção, seu olhar
se volta lentamente à medida que a cor retorna ao seu olhar. Ela
se vira para frente e, por fim, os lábios de London são liberados.
Não posso viver nos mesmos aposentos que ela. Não posso vê-
la todos os malditos dias.
Porra!
Meu peito se curva e tenho que bater nele com o punho para
me endireitar.
Suas palavras não deveriam doer, mas parece que a adaga ao
meu lado está cravando e torcendo sob minhas costelas, e isso é
besteira.
Não o contrário.
— Knight.
Vadia.
Olho para Kaia enquanto conto o que aconteceu. — Você ouviu
o que eu acabei de dizer? — Quando ela não me responde, estalo
os dedos na frente de seu rosto na tentativa de tirá-la do que quer
que esteja acontecendo dentro daquela cabecinha fofa.
Olho de volta para Kaia. — Eu preciso que você faça uma coisa
por mim.
Eu o odeio.
— Está bem, então todo mundo enlouquece até Knight
encontrar sua Rainha. — Eu odeio que isso pareça ácido subindo
pela minha garganta. — O que mais?
Bom.
Duvidoso.
Maldito Yemon!
Assim que ele sai, volto minha atenção para Legend. — Não
posso dizer que foi um prazer vê-lo, Leg. Não estou totalmente feliz
por estar aqui.
Sigo sua linha de visão e quase quero dar um passo para trás.
Correr. Talvez pular de volta naquele dragão e deixá-lo me levar
para qualquer lugar, menos aqui, porra. Não sei o que esperava
com a porta se abrindo, mas não era o que estou olhando. Talvez
um hall de entrada. Uma área onde as escadas começam e a sala
está escondida.
Estou irritada por ele estar sendo Legend, mas abro os olhos
mesmo assim, e meu sangue gela, a sala gira em seu eixo até ficar
pendurada de cabeça para baixo.
Knight abre tanto as pernas que posso ver sua boceta daqui.
Aberta e chorando, pingando esperma. Antes que eu possa piscar,
ele se ajoelha na frente dela e a cobre com a boca. Sua língua está
claramente fazendo-a gozar, pois sua mandíbula estremece a cada
movimento.
Seu vestido se abre, expondo sua pele nua até o quadril. Está
mostrando aos outros o que é meu e eu deveria matá-la por isso.
— Vá se foder.
— Knight...
A resposta é fácil.
E destruirei.
— Você o quê?
Creed.
Ele passa por cima dela, por isso agora está pairando sobre
mim. O irmão que me odiou desde o início me estuda por um longo
momento, e eu estremeço quando uma vibração percorre minha
têmpora.
Nunca poderei perguntar a ele o que quis dizer com isso, mas
como quase me entreguei àquela fascinante e sanguinária – se é
que o irmão que eu menos esperava que fosse útil para mim
tentava me dizer o que acho que tentava me dizer – vampira que
atualmente luta pela marca do meu companheiro, não tenho
escolha. Isso não é ser uma cadela chorona. Isso é fato.
London.
Nunca.
Não tenho motivo para ouvir uma voz dentro da minha cabeça,
especialmente quando é provavelmente o Sinner brincando com
minha mente, se não outro irmão Deveraux, mas se for um deles,
o plano de me deixar apavorada fracassará com a escolha das
palavras.
A última vez que a vi, ela estava nua em cima do meu melhor
amigo, consumindo a energia dele para alimentar a sua própria.
Essas pessoas acham que podem fazer o que quiserem. Pegam
quando querem. Tocam quando querem. Matam quando querem...
Eu sou mais.
Sem mais nem menos, a tensão se desprende de meus ombros
em ondas leves.
— Não gosto quando você fala com razão, Legend. Diga outra
coisa.
Ele sorri para mim, aproximando sua boca da minha
bochecha. Está tão perto que posso sentir sua colônia potente
queimando o meu nariz. — Quando você terminar de brincar com
os inúteis, venha encontrar meu pau para fo...
Dessa vez, meus dedos chegam até a sua nuca dele, forçando-
o a se aproximar de mim. Seu cabelo roça a ponta do meu nariz e
tenho que prender a respiração por alguns segundos para me
recompor. Ao contrário de Legend, a colônia de Knight não é muito
forte. É uma mistura ameaçadora de rosa, oud e cinzas da
montanha.
Porra.
É fofo que ela pense que pode, por isso meus olhos se deslocam
entre sua mão e seu rosto, sem fazer nada para esconder meu
sorriso.
— Eu odeio você!
Aperto suas bochechas com tanta força que seus lábios fazem
beicinho.
— Vá se foder.
Com minha outra mão, forço seu vestido para baixo sobre seu
mamilo inchado, beliscando-o entre meus dedos tão forte que ela
sibila com uma mordida em meu lábio inferior.
— Si...
É ele.
— Então, ouvi.
Ela não diz isso, mas a maneira como inclina o queixo diz
tudo.
Ela murmura tão baixo que quase não consigo ouvir, e quando
suas sobrancelhas se levantam, falo as palavras com ela em
uníssono.
Enquanto olho para ela por mais algum tempo, algo em meu
peito se agita, uma névoa cai sobre minha visão e a energia passa
por meus dedos. Minha visão clareia e, de repente, não é a
camiseta antiga do Ben que estou usando, mas uma camisa
grande, só que essa não é do Daragan State. É da Rathe U, e nas
costas, conforme olho por cima do ombro, está o sobrenome
Deveraux.
Muito.
Mesmo.
Porra.
O seu coração parou de bater. Eu a matei com minhas próprias
mãos, e ela renasceu como era destinada.
Como minha.
Poderia. Eu a arruinei.
Uma maldita traidora da Corte Royal, foi o que pensei que ela
fosse, mas eu estava errado.
Ele a quer.
Eu a quero.
Ela deve ter rolado para o lado porque a cama se move sob
mim.
Tenho que lutar comigo mesmo para não olhar para ela e ver
se realmente está acordada. Eu sei disso, mas saber e ouvir as
palavras enquanto saem de seus lábios é muito diferente.
— Eu nunca te perdoarei e tornarei sua vida miserável. — A
palavra final é um fantasma de sílabas em sua boca, e quando
finalmente olho para ela, fico surpreso ao ver seus olhos fracos nos
meus. — Então, por enquanto, você pode simplesmente deitar
comigo.
Pegando seu lábio com meus dentes, ela se move para frente,
sua mão vindo entre nós. Alcançando minhas calças, ela tira meu
pau e lentamente o direciona contra sua entrada. Gemo
ligeiramente quando ela abaixa seu corpinho sobre meu eixo, a
suavidade de suas paredes apertando minha largura. Alcançando
as suas costas longas e esbeltas, eu a puxo para baixo e envolvo
ambos os braços ao seu redor, aprofundando o beijo. Ela deixa
sussurros de seus gemidos sobre meus lábios, e são do tipo que
eu quero tatuar ali. Esfregando-se contra mim, nossos corpos
batem entre um brilho de suor ao mesmo tempo que eu aperto sua
bunda firmemente, minha respiração acelerando.
Companheira.
Minha.
Nossa.
Ele, no entanto. Aposto que ele usa seu pau como uma arma,
servindo uma cavalgada crua e robusta. Meu tipo favorito.
— Onde?
Ele inclina a cabeça para o lado, sua mão desliza para baixo
apenas o suficiente para liberar meus lábios. Esse cara está me
irritando. Será que ele está me perseguindo? — Qual é o seu nome?
Eu o empurro para longe de mim novamente, ignorando a
forma como meu coração se agita em meu peito no segundo em
que meus dedos roçam a pele nua de seus braços. — É assim que
você pergunta o nome de todas as garota?
— Sim?
— Ben…
Maldita magia!
A mulher me olha com estranheza, mas depois seus olhos se
desviam e ela olha ao redor do espaço como se o visse pela primeira
vez. — Huh — brinca, voltando para mim enquanto um sorriso
brilhante surge em seus lábios. — Bem, isso foi resolvido bem
rápido, não foi? Bem-vinda ao lado negro, minha senhora. Lorde
Deveraux ficará satisfeito quando souber disso.
Muito bem, então eles acham que eu fui jogada aos lobos nos
últimos onze anos. E, tecnicamente, fui... mas também sou uma
garota, e a melhor parte de ser Gifted, literalmente, quando tenho
que esconder isso, são as vantagens que vêm com a magia. Uma
das primeiras coisas que ensinei a mim mesma foi como ser a
porra da Cinderela. Desde então, tenho sido minha própria fada
madrinha.
Café da manhã.
Merda, pelo que sei, devo oferecer meu pescoço para ele cravar
os dentes como um presente, como uma versão distorcida da Bela
Adormecida.
Faelific Fortress.
— Claro, finja que não sabe meu nome ou como sou nua em
cima do seu melhor amigo. — Seus olhos brilham com algo que eu
só poderia imaginar como orgulho. — Ou devo dizer antigo melhor
amigo, você sabe, já que ele não passa de poeira.
8 -Principal antagonista do filme estadunidense “Meninas Malvadas”, de 2024 interpretada por Rachel
McAdams.
assim, porque eu posso, mas isso não vai levá-lo de volta para a
sua cama.
— Não sei, por que você está? — Desta vez sou eu quem inclina
a cabeça.
Certo?
Meu.
Ele veste um terno, feito sob medida e seu cabelo escuro está
bagunçado, mas aquele tipo bagunçado que parece perfeito.
Delicioso. O tipo que se pode imaginar olhando para baixo quando
o seu rosto está enterrado entre suas pernas. Pena que ele seja um
idiota, mas por que vê-lo hoje parece tão diferente do que era há
vinte e quatro horas? Havia algo naquele dia, uma atração
escaldante, mas isso... não é a mesma coisa.
Filho?!
Eu os sinto.
Eu o sinto.
Ele tinha que saber que eu receberia aquela carta. Deve ser
por isso que ele estava na lanchonete ontem. Normalmente diria a
mim mesma que estou sendo paranoica, mas não desta vez. Ele
me encurralou e agora estou aqui, a quatro metros do futuro Rei
de Rathe, como participante de uma espécie de competição pelo
lugar ao seu lado. Ele é um completo estranho para mim e ainda
assim esperam que eu lute por ele.
A boa notícia é que não sou a única garota aqui, por isso não
deve ser muito difícil evitar a sua atenção. Afinal, aposto que toda
garota Gifted que existe daria qualquer coisa para ser aquela que
ele escolheria no final. Portanto, sim, não deve ser muito difícil
desaparecer no fundo.
— Eu não roubei...
— Chega — ele sibila. — Não aqui e não por causa dela. — Ele
diz “dela” com mais desdém do que eu imaginava ser possível. —
Ela não vale a pena e em breve sairá com o resto do lixo.
Minha boca se abre, mas antes que uma única palavra possa
escapar, Cosima está lá. Ela afaga a cabeça de Villaina, olhando
para cima, fazendo as lágrimas escorrerem por suas bochechas
pálidas.
Seu corpo cai sem vida em meus braços e eu olho para minha
esposa.
— Seja como for — ela sibila, fatos não são algo de que ela
goste. — Se as pessoas souberem a verdade sobre o que aconteceu
aqui hoje, o Ministry usará isso contra nós. Contra nossos filhos.
Eles procurando uma maneira de nos derrubar há anos. Isso pode
ajudar no caso deles.
Minha esposa disse para fazer o que devo. Pensar nos meus
filhos.
— Maldição.
Legend passa as mãos pelos cabelos, andando tanto quanto o
pequeno espaço permite. Ele para na minha frente, com os braços
pendendo ao lado do corpo. Abre a boca para falar, mas não sai
nada e desvia o olhar.
Seus lábios se abrem, e não sei o que ela diz, mas tanto Sin
quanto Legend dão acenos curtos.
— Sou Sinner.
Confusão.
Incerteza.
Esperança.
— Irmão.
Meus olhos deslizam para a esquerda e Sin ergue uma
sobrancelha escura, seu olhar se volta para onde estou duro sob
minha calça. Simplesmente levo minha bebida aos lábios, bebo-a
e olho para frente mais uma vez. A risada de Sinner é baixa, mas
ele a engole quando mamãe levanta a cabeça por cima do ombro
com um olhar furioso.
— Exatamente. — Concordo.
Não sei para onde estamos indo, não sei quem diabos é esse
shifter, mas isso não importa.
Para Vicente nos guiar até aqui, ele deve saber algo, e se há
uma coisa que meus irmãos e eu somos bons, é em conseguir o
que queremos de alguém. Mesmo que tenhamos que arrancar isso
deles, uma gota de sangue de cada vez.
Ele corre.
A figura vermelha fica cada vez mais perto, e assim que ele
bate em meu peito, meu mal desaparece e minhas mãos em forma
humana estão em volta de seu pescoço e a visão noturna
desaparece.
— Absolutamente nada.
Não sei ao certo o que diabos esses irmãos estão fazendo –
principalmente o Knight, se é que posso chamá-lo assim em minha
cabeça – mas sei que não deve ser bom. Pelo que pude perceber, a
maior parte da atenção deles permaneceu em mim durante todo o
almoço. A julgar pelas expressões estranhas e francamente
assassinas que me apontaram enquanto esperávamos o homem da
hora – ou, sabe como é, do século, o que for – voltar e mais uma
vez nos agraciar com sua presença para a conversa fiada em que
aparentemente somos obrigados a participar.
E se eles nos matarem uma a uma até que reste apenas uma
única garota de pé?
Abro a boca para falar quando uma voz ressoa nos jardins.
— Lidere o caminho…
Inspiro e expiro, pois o que quer que seja que esteja flutuando
carrega meu peso. — Isso é tão adorável.
— Não é?
— O que houve?
Ele puxa com tanta força que sua mão provavelmente deixará
um hematoma, mas é o pânico em seus olhos que me faz tropeçar
atrás dele, permitindo que ele me puxe ao invés de me soltar.
— Yemon.
Yemon?
— Temos que voltar para dentro dos muros. Eles sabem que
estamos desaparecidos, e a única razão pela qual teriam
procurado é se houvesse...
Esse grito. Não foi do tipo que eu ouvi. Foi afiado; o som
raspando minha pele como se eu fosse fisicamente tocada por ele,
e era estridente. Um grito que se esperaria ouvir de um guerreiro
que corre para uma batalha perdida. Um grito de morte iminente,
mas interrompido abruptamente.
Eu giro para ficar na mesma direção de Zeke, no momento em
que uma cabeça rola pela grama como a porra de uma bola de
basquete, parando perto de nossos pés. Ofego, inclinando-me
ligeiramente para frente.
— O que é isso?
— É uma besta das sombras. — Ele fala baixo. — Elas não têm
olhos, por isso não podem nos ver fisicamente, mas podem nos
sentir e perceber nosso movimento.
— Ela?
— Então por que temos medo de algo que deveria nos proteger?
— Talvez o corpo em sua mão seja de um traidor?
— Portal? — Eu sussurro.
Merda.
Meus pés me levam para frente, até que começo uma corrida
leve.
— Alimente-me.
— London, espere!
Merda.
Seu corpo treme enquanto ele olha para mim. — Por que
você...
Uh... — O quê?
Creed entra no meu espaço. — O que ele quer dizer é que você
está neste cortejo. Por causa disso, cada parte sua pertence a ele.
— Creed tenta explicar, mas não é uma linha de verdade. Posso
sentir sua mentira.
Cheira azedo no ar ao nosso redor.
Ele olha para a minha palma, a que não está cortada, e depois
de volta para mim. — Você deu a ele seu sangue, por isso drenarei
cada grama do seu corpo para que nenhuma parte de você viva
dentro dele e, em seguida, quebrarei todos os ossos do seu corpo
que ainda estiverem intactos. Não permitirei que ele seja curado
até que passe a noite pendurado no ar para que todos vejam como
um aviso do que acontece quando alguém mexe com o que é meu.
E depois, tão rápido que quase não percebo, ele crava seus
dentes em minha palma, mordendo com tanta força que sinto a
vibração do meu osso encontrando seus dentes.
— O que...
Surtei. E agora?
Agora o sangue dela corre por mim mais uma vez, e todos os
meus nervos estão em chamas.
Não tenho ideia do que essa garota, Ophira, está dizendo, mas
se a cobra dourada em seu pescoço continuar sibilando para mim,
vou comê-la no almoço. Só consigo pensar em London.
Sinto seu gosto toda vez que movo minha língua, sinto seu
cheiro toda vez que respiro.
Suspirando, eu me sento.
— Meu pai está morto, e caso não tenham percebido, não farei
as coisas do jeito dele. Resumindo? — Olho para o outro lado da
sala, encontrando o olhar de cada membro do Ministry que
representa um corpo docente diferente de Gifted. — Não confio em
nenhum de vocês. Provavelmente nunca confiarei. Se eu receber
uma dica do meu povo que possa aproximar minha família da
pessoa que matou nosso pai, nosso rei, meus irmãos e eu faremos
o que acharmos adequado, e não há absolutamente nada que
alguém nesta sala possa fazer para mudar isso.
Não, droga, duh, ele cheira como ela, considerando que ela
teve seu primeiro encontro antes de mim. Na verdade, todos
tiveram. Eu faria uma piada sobre deixar o melhor para o final,
mas pela expressão no rosto do Knight enquanto segura o copo
com tanta força que os nós dos dedos com cicatrizes ficam
brancos, acho que não é esse o caso.
Não sei de qual garota ele está falando. Não tenho ideia de
quem é o quê por aqui, mas não me importo o suficiente para
perguntar quais são as duas garotas que restam no momento,
porque agora estou ainda mais confusa.
Ele estava tão puto comigo outra noite, mas ainda estou aqui.
O que ela poderia ter feito de pior do que fugir desta fortaleza com
outro cara quando deveria lutar pela mão do Rei, quanto mais pela
coroa? Não é muita coisa que meu cérebro possa inventar. É
verdade que isso não significa muito, já que este é o maior tempo
que passei com os Gifted em mais de uma década.
Balanço a cabeça, mas não digo nada e ele não gosta disso.
Baby.
Eu sei mais do que ele que ele não pode. Seja qual for a razão
pela qual estou aqui, sei que mesmo que houvesse um pingo dele
me querendo, eu sendo eu e quem sou significa que isso nunca
poderia acontecer.
Ele sabe quem eu sou? Quem foi meu pai? É por isso que ele
disse isso?
— Não posso ficar com você — ele repete com raiva, mas a
cada palavra, rugas profundas emolduram suas feições. — Não
quero você.
Eu suspiro, mas tudo o que isso faz é lhe dar a abertura que
ele claramente deseja. Sua língua mergulha em minha boca,
procurando, lutando, e ele rosna, puxando-me para mais perto.
— Eu não entendo.
Puxo meu vestido para baixo, dando passos para trás, mas ele
continua vindo.
— Ela é... — Ele olha nos meus olhos como se não me visse.
Como se ele visse alguém ou alguma outra coisa. — Ela é a porra
da perfeição.
Eu tenho que sair daqui. Tenho que dar o fora daqui e agora.
Então por que diabos meu coração parece estar partido e não
pela primeira vez?
Porra! Preciso tirá-la daqui antes que ela mate todos que
ficarem no seu caminho.
Talvez nunca...
Há uma mudança no ar. Uma ruim.
Espera. Ele disse que a Fae não está mais aqui, e por isso
percebo que a garota de cabelo rosa se foi.
Que diabos...
Meu pânico voltou com força total porque, embora possa não
ter sido criada aqui, os Giftless fazem alguns trotes de merda que
encontrei na faculdade. Reconheço um jogo de gato e rato quando
vejo um. Se a garota estiver sendo honesta, eu sou o maldito rato
nesta armadilha.
— Peguem-na!
Oh. Porra.
— Renda-se, traidora!
— É magia real!
— Fumaça demoníaca!
É isso.
Knight...
Não sei para onde vou ou se algum lugar é seguro para mim
neste momento. Tudo o que sei é que não sinto medo, veias negras
percorrem todo o comprimento dos meus braços e estou montando
a porra de um dragão.
Minhas botas rangem sobre os escombros soltos enquanto o ar
mal começa a dissolver a escuridão deixada para trás por London
e o caos contra o qual ela lutou. Eu cerro os dentes, ignorando a
conversa atrás de mim vinda de Silver e Creed.
Um. Esse mesmo. Odin fica para trás, com um copo de uísque
balançando entre os dedos enquanto se inclina contra a parede na
área mais escura da sala, os olhos fixos em mim como se
esperasse. Esperando que eu grite? Grite? Que faça a porra de um
escândalo por esses malditos cães apenas espantarem minha
companheira?
Silencioso.
— Sim, era muito bonita, mas, Ben, ela era uma valentona no
ensino médio! — Arregalo os olhos para ele, incitando suas
memórias a se moverem para o lobo frontal de seu cérebro.
Ele estala os dedos, inclinando-se para frente até que seu rosto
fique perto do meu. — Certo! Na equipe de natação, quando ela
empurrou aquela garota dois segundos antes de começarmos, tudo
porque ouviu dizer que ela era uma ameaça.
10-Cantor, compositor, produtor, diretor, apresentador, escritor, comediante, ator, DJ, empresário e rapper
Um dragão!
— Obrigada.
Seus olhos caem sobre meu peito, até meu abdômen e mais
abaixo. Eu quase quero arrancar seus malditos olhos e alimentá-
la com eles.
Seu corpo cai para trás, e fico olhando para o buraco escuro
deixado em seu peito, onde seu coração costumava estar. Jogando-
o em seu colo, ouço a porta se fechar atrás de mim enquanto limpo
meu nariz com a mão ensanguentada, dando um passo para trás
ao mesmo tempo que mantenho os olhos em seu cadáver murcho.
Seu braço se move, então estou aninhado nele para que ele
possa me ver melhor.
E então... nada.
Baby, não...
— Creed, não. Tem que ser outra coisa! — Eu grito, mas sei
que minhas palavras são inúteis.
Porque eu sei. Sei porque aquela parte dela, a corda que me
ligava à minha companheira, minha maldita garota a mim, está
rasgada. Cortada na base. O vínculo contra o qual lutei, a calma
que ansiava, a porra do lar que ela criou dentro de mim, o
propósito que me deu sem mesmo saber... tudo se foi.
Minha fuga.
Meu dormitório.
A visita do Rei.
O Santuário.
Era uma falsa que Knight me deu quando ele roubou a verdade
de mim.
Quero ficar com raiva, mas cavo bem fundo, procurando essa
raiva, implorando para que ela cresça, mas não consigo encontrá-
la, e isso me dá vontade de vomitar tudo de novo. Quem se importa
se ele fez isso para roubar minha dor e consertar o que quebrou.
Está errado. Ele matou meu melhor amigo porque pensou que
eu matei a sua irmã.
Espere. Espere!
— Puta merda.
— Desculpe.
— Não se desculpe — ela diz naquele seu tom rouco, seu olhar
viajando sobre mim. — Você também não é tão ruim, Little.
Little L.
— Significa?
Porra.
Sons abafados ecoam ao meu redor, mas meus olhos não se
abrem.
— Knight!
Que diabos?
Será que eles queriam isso o tempo todo, nos matar, apenas
esperando a morte do Rei? É possível. Muito provavelmente.
Agro fala pelos Fae. Não gosto dele nem do seu complexo de
deus. Definitivamente ele, mas ele não poderia fazer isso sozinho.
Eu estava errado.
Era eu.
Eu a queria. Eu a amo.
— Não. Não pode ser. Ela é uma vadia vingativa, mas tem
muito a perder.
— Olá... irmãos.
Estou deitada em uma rede que Haide pendurou para mim na
extremidade mais distante da floresta há não sei quanto tempo,
tentando entender algumas das coisas que estão acontecendo em
minha cabeça, e por mais dolorosas e confusas que sejam... Acho
que descobri um pouco.
É ele.
Deixo que meus pés me levem até o fim, pois a cada minuto que
passa mais meu corpo relaxa. É Knight. Eu sei que é. Finalmente, o
ponto vermelho agora é grande, uma única porta do outro lado.
Estendo a mão para frente, apertando a maçaneta para abri-la, mas
não se move. Tento novamente, desta vez com mais força e
invocando meu Ethos para me ajudar. Eu caio para frente quando
inesperadamente ela se abre, tropeçando no chão. Filtrado em um
vermelho brilhante, lágrimas incomodando os lados dos meus olhos
quando vejo a carnificina ao meu redor. Sangue e massa cerebral
respingam nas paredes conforme conto os corpos no chão.
Um.
Dois.
Três.
Eu posso... senti-los.
— Teste-me.
— Então por que você ainda está aqui se pode tirar as pessoas
de lá? — Sibilo asperamente, com medo de que as pessoas ouçam
e que ela corra perigo, o que não faz sentido, já que eu não deveria
me importar com nada. Acabei de conhecê-la e, tecnicamente, ela
me deixou para morrer.
Nunca estará.
Oh, Knight.
— Não, eu...
Ela leva a mão à minha bochecha e meus olhos se fecham com
a conexão. O calor irradia através de mim. — Nós vamos salvá-lo.
— Eles.
Por vingança.
Por ele.
Um sorriso curva meus lábios e eu juro que ela sorri de volta.
— Pronta.
E então eu os vejo.
Uma corrente que não pode ser cortada. Uma fechadura que não
pode ser quebrada.
Apenas uma pessoa tem a chave para me libertar, e eu a levei
à morte.
Eu a matei.
— Você tentou.
Como eu fiz.
Tudo o que fiz foi empurrá-la para longe, portanto paro onde
estou para ver o que ela faz quando tem escolha. Ela correrá e nunca
mais olhará para trás?
— Baby?
— Mas uma rainha nunca poderia matar seu Rei. — Seu tom
é suave, mas forte.
— Como?
Ela cai aos meus pés, segurando meu rosto nas palmas das
mãos. — Eles estão vindo. Temos apenas alguns minutos. —
Balança a cabeça e depois abaixa minha cabeça em seu pescoço.
A raiva pulsa em mim mais uma vez e tenho que lutar com
tudo dentro de mim para não perder o controle. Para não perder o
controle novamente.
11 -Em português, Uma garota como você. É o nome do remix da música de Machine Gun Kelly e Travis
Barker
envolvimento no assassinato do Rei são prova suficiente disso. A
questão é... qual mulher foi corajosa o suficiente para matar o
nosso Rei?
Acho que o que ele quer dizer é que ela é mais louca do que
ele, nosso irmãozinho lógico, mas feroz quando necessário.
O portal se fecha atrás de nós conforme nos materializamos no
centro do estádio. A poeira sobe ao nosso redor à medida que a
multidão nas arquibancadas se acalma completamente. Encontro
Magdalena instantaneamente enquanto ela para o que está
dizendo, virando-se para olhar para todos nós. Sua boca se abre
de repente, ao mesmo tempo que Agro se aproxima dela.
— Estou aqui!
O escudo cai e a mamãe envia seu poder com força total para
os Argents.
— Nossos Lordes!
— São os Lordes!
Meu coração dispara em meu peito e ela olha para mim, com
uma suavidade que eu desejava, que eu precisava, em seu olhar.
— Esse é o nosso povo, meu Rei. Meu companheiro — ela sussurra
para que só eu ouça.
— Baby...
— Agora não.
Ele ri, inclinando-se até que seu nariz toque o dela. — Oh, isso
é tudo que você tem, baby? Isso foi apenas preliminares...
— Você sabia que quando sua mãe deu à luz todos vocês, todos
nós sabíamos o que vocês eram... — Agro acrescenta, ignorando
minha pergunta.
Encaro Agro.
— E? — Puta que pariu? Como eu sou a sexta? Por que sou a
sexta!
— Oh, não — ele ri. — Mas ela foi muito útil quando...
— Não era eu. — Ele balança a cabeça, mas antes que possa
dizer mais alguma coisa, Creed abre um portal atrás dele e o chuta,
fechando-o rapidamente.
Eles são a razão pela qual Haide viveu toda a sua vida em uma
ilha pequena e isolada com um bando de Gifted selvagens.
— O que é?
— Tão certo quanto estou de que eles estão vindo atrás de mim.
Estou enfraquecendo. Minha sombra quase assumiu o controle. Não
demorará muito até que isso aconteça de vez e não poderei estar
com ela quando isso acontecer. Eles me matarão e vão levá-la, Odin.
Claro.
— Cosima não era sua companheira. É por isso que ela não
ascendeu.
Meu pai estava destinado à Cosima, mas ela o rejeitou. Foi por
causa dela que ele se tornou selvagem e sedento de sangue. Ele se
voltou contra seu povo porque sua companheira se voltou contra
ele por um título que não pertencia a ela.
O dom dos deuses das trevas não deve ser passado a qualquer
um, mas você tem a chave em suas mãos. Lembre-se disso, Little
Crow, e quando os olhos de esmeralda caírem sobre você, festeje
até sentir sua alma.
Ele está vivo. Meu tio, ou melhor, o homem que conheço e amo
como meu tio está vivo. Eu tinha certeza de que o Knight também
o havia matado...
— Knight...
— Estamos flutuando?
Sua boca colide com a minha e minha língua desliza entre seus
lábios. Ele lambe o fogo contra o meu enquanto se aprofunda,
levando-me para trás até que minhas costas batam em algo duro.
Eu nem me preocupo em me virar para ver o que é porque não me
importo. Tudo o que me importa é ser fodida tão forte por Knight
que o sentirei dentro de mim por muitos anos. Nunca quero deixar
de senti-lo dentro de mim. Minhas roupas evaporam no ar e sua
mão vem até meu seio, seu polegar deslizando sobre meu mamilo
inchado.
Ele nos leva para trás antes de me deixar cair lentamente até
que eu esteja deitada contra uma mesa. Inclinando-se sobre meu
corpo, ele paira sobre meu rosto antes de sua mão me pegar pelo
queixo, apertando-me com força. — Eu te amo, porra.
— Minha.
— Temperance?
A tensão envolve meus músculos e meus olhos se voltam para
Sin.
No entanto, eles não sabem que ela nos traiu, e nós não
sabemos o porquê de ela ter feito isso ou onde esteve. Vi a visão
nas memórias de meu pai. Ela estava morta no chão.
Não, ela estava inconsciente. Não havia sangue para ser visto,
nenhum ferimento, apenas a base abalada das paredes milenares
e a destruição total do cômodo.
Mamãe havia dito que ninguém poderia saber, mas o que isso
significava exatamente?
— Oh, meu Deus... — London sussurra, libertando-se do meu
aperto. — Temperance!
Ela está correndo, correndo para abraçar a garota que foi sua
melhor amiga. A garota que pensou ter matado por um tempo
quando suas memórias manipuladas mudaram.
— Essa é a rejeitada!
Baby...
Espere.
Como ela pôde fazer isso? Por que ela fez isso?
Ele abaixa o queixo até o chão e sua cabeça ainda é muito mais
alta do que todo o meu corpo. Um pequeno sorriso cobre meus
lábios quando me aproximo, e não sei explicar isso, mas a tristeza
toma conta de mim a cada passo que dou.
— Para sempre.
Eu aceno novamente.
Seu pé atinge meu peito com um baque forte e sou jogado para
trás, caindo do penhasco do qual eu a joguei.
— Ela não foi acasalada com o Rei, foi acasalada com o pai de
London, The Slasher. Sua necessidade de reinar e ser Rainha era
maior do que a necessidade de estar com o seu companheiro. —
Eu me abaixo sobre uma das rochas, puxando London para o meu
colo e envolvendo meu braço em volta da sua cintura. Se eu disser
a coisa errada, ou inferno, se a mamãe disser a coisa errada, não
confio que minha garota não a matará antes de conseguirmos o
que queremos dela.
— Eu matei o Rei.
Odin sobe as escadas que levam até nós, uma capa escura
cobrindo sua cabeça enquanto cinco almofadas pretas flutuam ao
seu redor, segurando as coroas. Sozinhas, cada uma delas flutua
à nossa frente e sinto a onda de magia vibrar através da linhagem
Real.
Rathe sempre deveria ter sido seu lar. Mesmo que tenhamos
ido parar em Rathe antes que o Rei quisesse que voltássemos para
casa, eu e meu protetor, mesmo que Temperance tenha feito seus
jogos para tentar nos trazer para cá em sua linha do tempo, não
importava. Sempre estivemos destinados a acabar aqui e agora.
Meus olhos encontram alguém sentado na frente da multidão
e eu engasgo. — Kaia!
— Espere, foi isso que você fez? — Ele diz, rindo. — Então,
para onde você a mandou?
Creed vai direto para o bar no canto e Sinner segue logo atrás.
Que bom. Todos estão aqui. Todos vão querer ouvir isso.
Haide mantém seu olhar, sem piscar, então antes que ele
perceba, pega a bebida de volta. Ela desce do bar, pegando também
a garrafa, e se junta a London em sua cadeira em vez de sentar em
uma livre.
Olhe o que minha garota fez por mim. Isso diz tudo.
Ela quer que eu permita que ela dê uma olhada ao redor. Quer
que eu baixe todas as minhas defesas.
Demônio.
Desbloqueado.
— Oh. Merda.
Girando a adaga que matou nosso pai em minha mão, saio para
o salão, admirando o trabalho que foi feito nessas paredes.
Nunca deixarei de lutar por ela, por nós, por nossos irmãos e
por nosso povo.
Faz apenas duas semanas que recebemos nossos papéis e
Rathe nunca esteve tão forte, nosso povo nunca esteve tão unido.
Até mesmo os Argents.
Minha atenção cai no item que ela segura. — Você fez algo
para mim?
— Fiz.
Um demônio Deveraux.
Meu demônio.
O poder que assombra sob minha pele não se parece com nada
que já tenha sentido antes, está além da compreensão. É uma
sensação totalmente incomparável, mas de alguma forma... nada
se compara ao calor das mãos do meu companheiro quando ele
desliza na minha direção, curvando seu corpo gigante sobre o meu.
Ele enterra a cabeça em meu pescoço, sua língua quente passando
sobre a mais nova marca de mordida, uma maior e mais profunda
e no lado oposto da original.
Eu o amo.
A risada sombria de Knight cai sobre mim, mas não é sua voz
quem diz — Eu esperava que você ficasse feliz, Rainha Deveraux.
Quero argumentar, dizer-lhe que não, que ele tem que ficar,
mas meu tio, ou o verdadeiro tio de Knight e o homem que me
criou, teve uma vida antes de ser “honrado” com a tarefa de cuidar
da futura Rainha de Rathe. Portanto, embora exija muito esforço
da minha parte, aceno com a cabeça em minha compreensão. —
Venha me ver quando voltar.
Legend sorri, mas quando ele olha para mim e depois para a
última dose na bandeja flutuante, uma carranca se forma em sua
testa. — Onde está a maluca? Diga a ela para vir buscar sua bebida
antes que eu mesmo a beba.
Olho para o lembrete da ausência de Haide, pegando-a e
virando-a uma fração de segundo depois de terminar a minha,
batendo-a de volta.
— Qualquer coisa.
— Nunca pare de lutar comigo.
Nosso reino.
Nossa escolha.