Controle Interno e Externo Da Gestão Pública 1
Controle Interno e Externo Da Gestão Pública 1
Controle Interno e Externo Da Gestão Pública 1
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Sumário
1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 31
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NOSSA HISTÓRIA
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1 - INTRODUÇÃO
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De qualquer modo, quando se fala em controles externo e interno da Administração
Pública, atém-se, em verdade, aos mecanismos de controle exercidos pelos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário. Quando a própria Administração Pública exerce
controle mediante seus órgãos, aferindo seus próprios atos e agentes, caracteriza-se
o chamado controle interno da Administração Pública. Já quando se verificar o
controle exercido por órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário sobre atividades da
Administração Pública, Direta ou Indireta, é de controle externo que se cuida.
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Pública ou a órgãos de controle (representação); impugnação de ato ilegal provocador
de lesão ou ameaça a direito do administrado (reclamação administrativa) e
solicitação de reexame do ato praticado ao próprio agente de que emanado (pedido
de reconsideração) ou à autoridade imediatamente superior (recurso hierárquico).
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E este papel exercido pelo Poder Judiciário reflete, exatamente, um de seus principais
papéis: o das substitutividade. Através do resultado da atividade do Poder Judiciário,
impõe-se a vontade concreta da lei, pondo-se fim à lide, revestindo-se essa decisão
de eficácia que a torna imutável.
O papel do Poder Judiciário é tão importante que mesmo as decisões proferidas por
“tribunais administrativos” (que, por exemplo, examinam matérias fiscais) não se
revestem do atributo da imutabilidade e poderão ser, sempre, revistas perante o
Poder Judiciário.
A primeira delas é prevista no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal Brasileira,
atinente à figura do habeas corpus. Trata-se de ação constitucional de natureza penal
com o escopo de proteger a liberdade de locomoção se e quando ameaçada ou
violada por ilegalidade ou abuso de poder.
Já o artigo 5º, incisos LXIX e LXX, do Texto Maior albergam o instituto do mandado
de segurança, tanto individual como coletivo. Constituem remédio constitucional a
proteger direito líquido e certo, individual ou coletivo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, violado ou ameaçado de violação por ato ou omissão de
autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica de direito privado no exercício de
atribuições públicas, praticado ilegalmente ou com abuso de poder. A proteção, neste
caso, afigura-se de tal sorte importante que este remédio constitucional pode ser
manejado não apenas com caráter corretivo (após a prática do ato lesionador), mas,
inclusive e principalmente, na seara preventiva. Não se pode admitir a violação do
direito para, somente após, buscar-se a proteção do ordenamento jurídico; de fato, o
resguardo eficaz do bem jurídico tutelado pela norma permite o acionamento de
mecanismos de proteção antes mesmo que o dano ou atentado ao direito ocorram.
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Ao lado destes instrumentos, tem-se o habeas data, previsto no art. 5º, inciso LXXII,
da Constituição Federal Brasileira, destinado ao direito de acesso a dados ou
informações pessoais constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.
Há, ainda, a ação popular, definida pelo art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal
Brasileira como ação constitucional em que o cidadão a propõe pretendendo anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.
Por fim, não se pode olvidar a figura da ação civil pública, estabelecida no art. 129,
inciso III, da Constituição Federal Brasileira, para proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Antes da atual
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direitos políticos e, no art. 37, §4º, do mesmo Diploma Maior, como ensejadora de
graves sanções.
Como maneira de dar efetividade à aplicação das sanções preconizadas no art. 37,
§4º, da Constituição Federal Brasileira, editou-se lei de âmbito nacional n. 8.429/92,
aplicável a todas as entidades políticas, definindo: sujeitos ativos e passivos do ato
de improbidade, ato de improbidade, sanções cabíveis, regras processuais aplicáveis
à ação de improbidade administrativa.
Sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa não são apenas os agentes
públicos (e aqui resta essencial a participação da sociedade no controle dos atos
administrativos, denunciando eventuais irregularidades aos órgãos competentes à
persecução e penalização dos agentes ímprobos), mas também terceiros que
induzam ou concorram para a prática da improbidade ou dela se beneficiem sob
qualquer forma – direta ou indireta.
Impende dizer, por outro lado, que a ação de improbidade administrativa não afasta
a concomitância de concomitantes mecanismos de controle, podendo o cidadão ou o
órgão controlador adotar todas as outras providências já mencionadas neste texto
(sejam elas medidas administrativas, judiciais ou mesmo constitucionais), posto que
eventual responsabilização em sede de ação de improbidade administrativa não
impede, muito menos afasta, possíveis sanções penais, civis e administrativos que se
afigurem aplicáveis à espécie.
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Por todo o exposto, pode-se concluir que são inúmeros os mecanismos de controle
dos atos administrativos, iniciando-se pelos controles internos que cada órgão ou
Poder deve exercer, passando pelos mecanismos de controle externo (mesmo que
ainda administrativos) e, por fim, não excluindo mecanismos judiciais de controle
direto, seja por meio de ações constitucionais ou pela atuação de órgãos legitimados
a promover a responsabilidade no âmbito judicial daqueles que agiram com desvio ou
abuso de poder no trato da coisa pública. De fato, mister se faz que a sociedade seja
cada vez mais informada a respeito destes instrumentos, para que possa,
eficazmente, zelar pelo efetivo exercício de sua cidadania.
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2- CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Cabe, neste ponto, lembrar a regra que diz que, enquanto na iniciativa privada tudo
pode ser feito desde que não caracterize descumprimento à lei, na administração
pública deve ser feito tudo o que a lei determina, exigindo-se, neste caso, controles
mais rigorosos e sofisticados.
Dentre os vários conceitos existentes na literatura especializada, destaca-se aquele
enunciado pelo Comitê de Auditoria do Instituto Americano de Contadores Públicos
certificados, o qual por sua abrangência e ampla divulgação, acabou tornando-se
referência internacional.
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“O Controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos e
medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a
exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas
operações e estimular o seguimento das políticas executivas prescritas”.
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consumado, todavia haja como mecanismo de motivação, uma vez que informada a
inconsistência em relatório, informa o administrador que buscará correção de
comportamento, no futuro. Se bem utilizado, o Controle Interno melhora a
organização da entidade, reduz à incidência de erros e evita a prática de fraudes (DE
CARVALHO; VIEIRA, 2016). A inexistência de Controle Interno traz como resultado a
não correção dos rumos, ocasionando desperdício por mau uso de recursos e
propiciando um ambiente favorável aos desvios. Consequentemente, é plausível
constatar que os Sistemas de Controle Interno destinam-se a evitar esses desvios.
Constata-se ainda, que o Controle Interno é um mecanismo de atuação natural das
organizações que desejam aferir o equilíbrio entre o que foi planejado e o que está
sendo feito, visando apontar as inconsistências e seus prováveis responsáveis para
realizar as correções cabíveis (DE SOUZA; KÜHL; RIBEIRO; CLEMENTE, 2008).
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artigo 70: “A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder” (BRASIL, 1988). Mais uma vez a previsão
constitucional da atuação do Controle Interno em âmbito federal, obriga os Estado e
Municípios a seguir no mesmo diapasão.
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alegação para não criá-lo. Os pesquisadores ressaltaram ainda que há pouca
disponibilidade de dados sobre a implementação do Sistema de Controle Interno em
outras regiões do Brasil, e que esse percentual tende a ser uma média nacional para
os municípios do mesmo porte, sendo provável uma pequena baixa no percentual.
Todavia, diante das informações de que estão sendo feitos estudos de implantação,
há uma forte tendência a mudanças nesses percentuais de implantação dos Sistemas
de Controle Interno municipais.
Apesar disso, Zanatta e Batistella (2013) em seus estudos sobre a relevância dos
Sistemas de Controle Interno para a Administração pública municipal, constatam que
o Controle Interno é intrínseco a totalidade dos atos e processos da administração
pública, e que de maneira nenhuma deva-se aceitar, nos dias atuais, chefes de
Poderes Executivo e Legislativo rejeitando a existência dos Controles, ou ainda, a
atuação desses em divergência com o preconizado pelos Tribunais de Contas
Estaduais e o arcabouço normativo federal. Enfatizam ainda, que a instalação desses
Sistemas é uma crescente, a realidade dos municípios está mudando, pois estes
estão implantando Unidades de Sistemas de Controle Interno. Também destacam
que, embora o Controle Externo determine reparação, incentivando a mudança no
proceder, ele não conhece os pormenores da gestão dos municípios, onde atua o
Controle Interno representando mais segurança ao gestor público municipal.
Em estudo mais recente, Soares e Scarpin (2015) analisaram o grau de eficiência dos
Controles Internos de 14 municípios (5% dos municípios do Estado) que compõem a
Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí – AMMVI, estado de Santa
Catarina. Com objetivo de classificar o grau de eficiência dos Controles Internos,
foram determinados os níveis: 1 – Ineficiente, 2 – Pouco eficiente, 3 –
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Com o objetivo de responder se diante das atuais estruturas de Controle Interno, qual
era o grau de eficiência dos Controles Internos dos municípios que compõem a região
da AMMVI, Soares e Scarpin (2015) concluíram que o Sistema de Controle Interno
precisa ser bem estruturado para poder agir e exercer as atribuições que lhe são
próprias, cooperando para o máximo desempenho das atividades cabíveis a
administração pública. A pesquisa apontou ainda que nos municípios de Pequeno
porte as práticas de Controle Interno são eficientes. Nos municípios de médio porte
também se observou o grau de eficientes. Já nos municípios de Grande porte
verificou-se vulnerabilidade na atuação dos Controles Internos, conferindo o grau de
Pouco eficiente. Concluindo, portanto, pela disparidade da eficiência dos Controles
Internos municipais, independentemente do porte dos municípios.
Ao estudarem a atuação dos Sistemas de Controle Internos governamentais
brasileiros, Davis e Blaschek (2006), verificaram que grande parte desses Sistemas
não tem buscado aproximação com relação à atividade controlada no tempo e no
espaço, não conseguindo identificar as situações que ocasionam a ineficiência,
continuando focadas em aspectos formais e legais, agindo a posteriori. Os autores
concluem que os Sistemas de Controle Interno na administração pública brasileira
que não inspecionam os atos praticados pelo administrador a priori, não reconhecem
situações que contribuem à ineficiência e não cooperam em definir mudanças, agindo
na contramão da tendência internacional, atuando de forma pouco eficiente,
desvirtualizando a missão primordial dos Controles Internos de agir a priori.
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3 - Fundamentação Legal do Controle Interno na
Administração Pública.
III – Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos
direitos e haveres da União.
O objetivo geral do Controle Interno é assegurar que não ocorram erros potenciais,
através do controle de causas, destacando-se entre os objetivos específicos, a serem
atingidos, os seguintes:
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• Antecipar-se, preventivamente, ao cometimento de erros, desperdícios, abusos,
práticas anti econômicas e fraudes;
Princípios de ordem normativa são aplicáveis aos sistemas de controle interno, e são:
o da legalidade, da legitimidade e da economicidade. O primeiro já foi explicitado na
parte dos princípios orçamentários; o segundo tem conceito mais tênue por se tratar
de denominação oriunda da Ciência Política; muitas vezes, chega a ser confundido
com o princípio da legalidade. Porém, basta saber que este tem significado mais
estrito, relacionado com a obediência à lei em sentido formal, ao passo que o da
legalidade decorre de um consenso social, da percepção da validade da lei. Vejamos
o que diz Bobbio (2002, p. 674):
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minimização de custos e gastos públicos e da maximização da receita e da
arrecadação, denotando ao máximo a adequação e equilíbrio entre estas duas
vertentes das finanças públicas.
Após esta breve visão dos princípios contidos no art. 70, da Constituição Federal de
88, temos os expressos no inciso II, do art. 74, a saber: eficácia e eficiência. Como
eficácia, podemos descrever tratar-se da relação entre o planejado nas ações
governamentais e alcançado na realidade, durante sua execução, estabelecendo-se
a constatação de sua mais perfeita adequação. Melhor descrição é dada por José
Affonso da Silva (2000, p. 655- 656), ao esclarecer este princípio como sendo: “o
melhor emprego dos recursos e meios (humanos, materiais e institucionais), para
melhor satisfazer às necessidades coletivas num regime de igualdade dos usuários”.
A melhor definição de eficiência foi dada por Modesto (2000), ilustre jurista da mais
recente geração, ao conceituá-la como:
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4 - CONTROLE EXTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O Controle Externo deve ser exercido em uma instância que esteja fora do âmbito do
ente fiscalizado, para que tenha maior grau de independência e efetividade em suas
ações.
A Lei 4.320/64 em seu artigo 81, define que o controle externo devera ser exercido
pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da Administração, a
guarda e legal emprego do recurso público e o cumprimento da Lei do Orçamento.
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Contas da União, abrangendo a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta:
“ O Controle Externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União”
5 - TRIBUNAL DE CONTAS
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Tribunal de Contas da União serão escolhidos de acordo com o disposto no § 2º do
art. 73, já os membros das Cortes estaduais serão, uniformemente, sete.
Compete-lhe, consoante o art. 71: emitir parecer prévio sobre as contas prestadas
anualmente pelo Presidente da República; julgar contas dos administrados e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da Administração direta e
indireta, inclusive contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; apreciar, para fins de registro,
a legalidade de atos de admissão de pessoal, a qualquer título; realizar, por iniciativa
própria, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira e orçamentária;
fiscalizar contas nacionais de empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe; fiscalizar a aplicação de recursos repassados pela União; prestar
informações de ordem contábil, financeira e orçamentária; aplicar as sanções
previstas em lei aos responsáveis em caso de ilegalidade de despesa ou
irregularidade de contas; assinar prazo para que órgão ou entidade em que foi
verificada ilegalidade adote as providências cabíveis; sustar, se não atendido, a
execução de ato impugnado, comunicando a decisão ao Congresso Nacional e;
relatar ao Poder competente acerca de irregularidades ou abusos apurados.
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O posicionamento do Tribunal de Contas da União acerca de irregularidades que
importem em multa ou débito tem se adstrito ao seu peculiar traço; primeiramente,
detecta-se a irregularidade, em seguida, inclui-se o nome no CADIN (Cadastro
Informativo dos débitos não quitados de órgãos e entidades federais) e, finalmente,
autoriza-se a cobrança judicial da dívida. Homologa-se a possibilidade de postular a
dívida em juízo, não a imediata conversão em título executivo, pois, como já se
afirmou suas decisões não têm força judicante . No caso do parecer prévio, pode
acompanhar ou não o posicionamento do Poder Legislativo, segundo José Afonso da
Silva, quando este está sufocado pelo autoritarismo ou pela perda de atribuições
básicas, a Corte de Contas sofre as conseqüências em grau mais profundo. In verbis:
“Ora, o princípio da prestação de contas da administração pública, direta e indireta,
constante do art. 34, VII, “d”, só tem eficácia de princípio do Estado democrático
enquanto as demais instituições de apuração dessas contas gozarem de autonomia
e prestígio para o cumprimento dessa elevada missão, do contrário tudo não passará
de mero exercício de formalidades vazias de resultados práticos”.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
Julgar as contas dos administradores e dos demais responsáveis por dinheiro, bens
e valores públicos;
Apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal e de concessão de
aposentadorias, reformas e pensões;
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Realizar inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial;
Composição do TCU
Um terço dos ministros do Tribunal de Conta da União serão escolhidos pelo
Presidente da República, indicados numa lista tríplice e com aprovação do Senado
Federal e outros dois terços serão escolhidos pelo Congresso Nacional e terão as
mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos
ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no
Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional,
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
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5.2 - FUNÇÕES ATRIBUÍDAS AOS TRIBUNAIS DE CONTAS
a) função técnico-opinativa (art. 71, I): dá-se quando o TC emite o parecer prévio
acerca das contas prestadas por agentes políticos, para fins de julgamento pelo
Legislativo;
b) função jurisdicional administrativa (art. 71, II): ocorre quando julga as contas
de servidores burocráticos responsáveis por dinheiros públicos;
d) função pericial (art. 71, IV): quando realiza auditorias sobre exame de atos e
fatos administrativos;
f) função fiscalizadora (art. 71, IX e X): quando fixa prazo para as entidades
corrigirem irregularidades e susta a execução de ato;
g) função investigativa (art. 74, parágrafo único): por último, ao apurar denúncias
de irregularidades e ilegalidades.
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exclusivas. 8.3.1 Auxílio ao Legislativo Quando apreciam as contas anuais dos
respectivos chefes do Executivo, em obediência ao comando contido no inciso I do
art. 71, os Tribunais estão exercendo função informativa de auxílio ao Legislativo, que
necessitará do parecer prévio elaborado e aprovado internamente pelo colegiado
daqueles Tribunais.
Auxílio ao Legislativo
Sob este aspecto, o parecer prévio aborda a totalidade da prestação de contas, sob
os aspectos orçamentário, financeiro, patrimonial, programático, econômico e
operacional. Opina, em sua conclusão, ou pela aprovação, ou aprovação com
ressalvas ou pela reprovação das contas. O Legislativo só aprecia e vota o parecer
prévio, e não as contas propriamente. Ele simplesmente aprova ou rejeita o parecer.
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contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados
de auditorias e inspeções realizadas;
EXCLUSIVAS
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erário público. (inciso II); à apreciação, para fins de registro, a legalidade dos atos
de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta,
incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório (inciso III); à
fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital
social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado
constitutivo (inciso V); à fiscalização da aplicação de quaisquer recursos
repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a Estado, Distrito Federal ou a Município (inciso VI); à aplicação aos
responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,
das sanções previstas em lei, que estabelecerão, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário (inciso VIII); à determinação de prazo
para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade (inciso IX); à sustação, se não
atendido, da execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal (inciso X); e, finalmente, à representação ao
Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados (inciso XI).
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6 - Diferenças entre controle interno e controle externo na
administração pública
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As formas de controles possuem funções recíprocas de fiscalizar, porém, possuem
características distintas.
Controle interno
Controle externo
O controle externo ocorre por meio de auditorias ou inspeções realizadas nas
atividades contábil, financeira, operacional e patrimonial de forma pontual para
garantir que a administração esteja agindo conforme determina as normas legais.
Vale lembrar que o controle interno tem caráter opinativo, pois não pode alterar o
modo de atuação da administração, já o controle externo possui poderes para impor
correções e aplicar sanções, caso haja irregularidades nos atos da administração.
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7 - OBJETIVO COMUM: BOA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS
Com esta análise sobre a integração dos controles externo e interno no sistema legal
brasileiro, chegamos ao final desta etapa, esperando ter esclarecido um pouco mais
este assunto que merece, tanto por parte dos dirigentes da Administração Pública,
quanto de seus participantes, o máximo de atenção e de empenho na sua aplicação.
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BIBLIOGRAFIA
Procu2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico
publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: JANNUCCI,
Alessander. Controles interno e externo da Administração Pública Conteudo Juridico,
Brasilia-DF: 26 fev 2020. Disponivel
em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/42274/controles-interno-
portaleducacaoecidadania.com.br/2018/12/as-funcoes-do-tribunal-de-contas-da.html
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