Wa0077.
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Portuguesa Santana
Estudante: Número:
Turma: 2º QUEBEC
Gabarito:
1 11
2 12
3 13
4 14
5 15
6 16
7 17
8 18
9 19
10 20
O futebol, o mais popular dos esportes brasileiros, paixão nacional, poderia ser exemplo de total alegria no
País se não fosse, por diversas vezes, palco de preconceitos e racismo, por parte de torcedores, jogadores,
técnicos, equipes, mídias, árbitros, enfim, os ataques podem vir de qualquer lado. Continuam a ocorrer
mesmo em uma época em que tantos movimentos antirracistas são criados e disseminados em todo o País.
Em 1917, o Diário Oficial carioca publicava a “lei do amadorismo”, medida que, indiretamente, constituía-se
em “proibição velada do preto”, tendo como consequência a exclusão de atletas negros no futebol. Hoje, os
protestos e os pronunciamentos em defesa da erradicação do preconceito e do racismo aumentam e é
importante saber quando, como e por que a questão racial foi incorporada à legislação do futebol brasileiro.
Elucidar essas questões é o intuito dos autores de um artigo da Revista Brasileira de Educação Física
e Esporte que discute como a legislação do futebol aborda as questões raciais. Os pesquisadores realizaram
uma pesquisa documental dos principais regulamentos e leis relacionadas ao futebol brasileiro.
A pesquisa não prescindiu do contexto histórico, focando o início da punição para um “crime que viola os
direitos humanos, através do futebol no Brasil”. Foram consultados, para esse estudo, códigos de ética e
conduta e também documentos oficiais da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) em defesa da justiça esportiva. As atitudes de combate ao racismo foram
aumentando, aos poucos, por parte dos organizadores do esporte, com deliberações mais bem-sucedidas
de impedir os atos racistas no futebol.
Os autores chamam a atenção para o fato de haver necessidade de políticas de educação atuando na
sociedade e a participação dos clubes na realização dessas políticas. No Brasil republicano, o esporte era
composto de uma elite econômica. Com a formação de “times improvisados pelos setores populares que o
praticavam em terrenos que ainda não haviam sido ocupados pelo processo de urbanização”, no século 20,
o futebol passa de esporte amador e elitista a profissionalizante, em que os “jovens bem-nascidos”
começam a dar lugar às camadas populares e aos negros. Surgem, no período, o talento do jogador
Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”, “que encantou o mundo na Copa de 1938, na França”, símbolo da
integração dos excluídos pelos clubes.
Em 2004, a Fifa apresentou seu Código de Ética proibindo “dirigentes, jogadores e agentes de agir de forma
discriminatória em relação a etnia, raça, cultura, política, religião, gênero ou idioma”, código esse
atualizado em 2020, apontando multas e interrupção de práticas esportivas quando da violação de algum
direito referido no documento. Segundo os autores, os “acordos e convenções internacionais” voltados aos
direitos humanos interferem positivamente nas leis do futebol brasileiro relacionadas ao racismo. Alerta-se
para a importância de detectar, revelar e eliminar o “falso mito da democracia racial” no Brasil, onde o
racismo e suas mazelas são os protagonistas diários nas ruas, nos jornais, TV e mídias.
No Brasil praticamente não há políticas públicas que preservem, eficazmente, os direitos sociais, humanos,
políticos, culturais e a saúde psicológica dos negros, principalmente. E, nas palavras dos autores, é
necessária “a promoção de uma educação para as relações étnico-raciais e para a pauta do fortalecimento
dos direitos humanos no Brasil através do esporte”.
( B ) o artigo 217 do Estatuto de Defesa do Torcedor é, para os autores, algo desnecessário para a
regulamentação do futebol.
( C ) há, na sociedade, uma necessidade de políticas educacionais e uma maior participação dos
clubes na disseminação de práticas e valores contra o racismo.
( D) o esporte não tem um espaço adequado para o debate acerca dos direitos humanos e das
relações étnico-raciais.
Eu arriaria a trouxa com facilidade. Tudo se descobre, sem dúvida. Que papéis haveria nos bolsos da
roupa que estava atrás da mala? Bilhetes de dr. Gouveia, correspondência do interior, a carteira vazia,
artigos manuscritos, recortes de jornais. Se algum desses papéis tivesse caído na estrada? Perdido, trinta anos
de cadeia, a imundície, os trabalhos dos encarcerados: fabricação de pentes, esteiras, objetos miúdos de
tartaruga. Faria um livro na prisão. Amarelo, papudo, faria um grande livro, que seria traduzido e circularia
em muitos países. Escrevê-lo-ia a lápis, em papel de embrulho, nas margens de jornais velhos. O carcereiro
me pediria umas explicações. Eu responderia: – “Isto é assim e assado.” Teria consideração, deixar-me-iam
escrever o livro. Dormiria numa rede e viveria afastado dos outros presos. A garganta doía-me, os beiços
cZolavam-se. Precisava beber água e pensava no caldo de bacalhau. Confessaria tudo, mostraria a roupa
rasgada, os bilhetes, as cartas, os artigos. Os olhos pestanejavam, e choravam lágrimas quentes que eu
enxugava na manga. Não podia ver bem a rua. As pernas teriam marchado para mim ou estacionariam no
paralelepípedo, indecisas?
( A ) em “Que papéis haveria nos bolsos da roupa”, em destaque, o verbo “haver” permanece no
singular por ser impessoal, apesar de seu sujeito “papéis” estar no plural.
A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos na oração pode ser feita de três formas distintas,
existindo regras definidas para cada uma dessas formas. Em próclise: pronome colocado antes do verbo;
Em ênclise: pronome colocado depois do verbo; Em mesóclise: pronome colocado no meio do verbo.
( A ) Ênclise.
( B ) Próclise
( C ) Mesóclise.
O anúncio traz uma chamada principal com dois períodos nos quais os verbos concordam com
sujeitos gramaticais diferentes. A respeito da concordância verbal, a opção do anunciante por essa
construção revela
( B ) inadequação, pois o mesmo sujeito não pode concordar com formas verbais distintas.
( C ) ambiguidade, pois “nós” e “a gente” concordam com o verbo na primeira pessoa do plural.
( D ) atenção à mudança, pois a expressão “a gente” concorda com a terceira pessoa do singular.
( E ) prolixidade, pois o sujeito explícito nos dois períodos concorda com as formas verbais
presentes.
Ó meio-dia confuso,
ó vinte-e-um de abril sinistro,
que intrigas de ouro e de sonho
houve em tua formação?
Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?
Na mesma cova do tempo
cai o castigo e o perdão.
Morre a tinta das sentenças
e o sangue dos enforcados...
– liras, espadas e cruzes
pura cinza agora são.
Na mesma cova, as palavras,
o secreto pensamento,
as coroas e os machados,
mentira e verdade estão.
( A ) “houve” e “Morre”.
( B ) “cai” e “Morre”.
( C ) “houve” e “cai”.
( D ) “é” e “estão”.
( E ) “são” e “estão”.
QUESTÃO 7
LISBOA – É a luz. Por mais que se conheça a capital portuguesa, é difícil não se encantar com a
sua luminosidade natural mesmo em dias nublados. Os brasileiros somos apaixonados. Muitos se mudaram,
outros tantos visitam com frequência. E não somos os únicos. Nos últimos anos, Lisboa tem atraído turistas
de toda a parte com sua mistura irresistível, perdoem o clichê e a rima, de novidade com antiguidade,
temperada com criatividade.
No trecho em que diz “Os brasileiros somos apaixonados.”, a autora promove uma forma de
concordância verbal incomum com a intenção de
QUESTÃO 8
QUESTÃO 9
O crescimento da cidade nas últimas décadas do século XIX propiciou a ocupação das várzeas dos rios e o surgimento
de novos bairros. Chácaras foram loteadas, e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas
para essas regiões.
( A ) Trata-se da forma verbal “propiciou”, que deveria estar no plural para concordar com
“últimas décadas”.
( B ) Trata-se da forma verbal “trouxeram”, que deveria estar no singular para concordar com
“construção”.
( C ) Trata-se do substantivo “ocupação”, que deveria estar no plural para concordar com
“várzeas”.
( E ) Trata-se da voz passiva em “foram loteadas”, já que o verbo não é transitivo direto.
QUESTÃO 10 –
"Afinal, quantos pobres têm o Brasil?" Essa frase foi título de recente reportagem publicada em um jornal
paulistano. Se interpretarmos literalmente o que está escrito, entenderemos que se pergunta qual é o número
de pobres que possuem o Brasil. O absurdo da indagação nos dá a certeza de que a intenção era outra:
afinal, quantos pobres o Brasil tem? Brasil é o sujeito da oração e pobres é o objeto direto. O verbo deve
concordar com o sujeito, não com o objeto. [...]
( D ) se o país realmente pode ter pessoas que possam ser consideradas pobres.
Com base nos pronomes empregados na charge, é correto afirmar que o(a)
( A ) pronome de tratamento deve concordar com o verbo em terceira pessoa do singular, como
acontece no diálogo.
( B ) pronome “seu”, da fala do pai, funciona também como pronome de tratamento, pois é a
forma popular de “senhor”.
( C ) personagem do pai fica bravo ao pensar que o filho está sendo irônico ao tratar o avô com um
pronome de tratamento para altas autoridades.
( D ) pronome de tratamento “senhor”, na fala do filho, contrasta com o termo “pegar”, usado
como sinônimo de “relacionar-se com alguém sem compromisso”.
( E ) charge reproduz uma fala e, por essa razão, a concordância do pronome de tratamento com o
verbo em terceira pessoa está incorreta, segundo a norma-padrão.
( B ) “são” não seguiu a norma-padrão, visto que “zoação” e “violência” estão no singular.
( C ) “estão” não seguiu a norma-padrão, mas, pelo uso coloquial, buscou aproximação com o
leitor.
( E ) “são” e “estão” fugiu da norma-padrão, pois eles não concordam com os sujeitos aos quais se
referem.
BARANIUK, Chris.
As palavras dentro de um texto devem se relacionar de forma que haja harmonização. Dessa
forma, na notícia, as palavras destacadas são
( D ) verbos principais e substantivos que foram flexionados para concordar com eles.
( E ) palavras que foram flexionadas por serem subordinadas a outras, não destacadas.
QUESTÃO 14 – Leia.
O que é preciso para ser feliz? De acordo com a palestrante motivacional e membro da Academia de Letras
do Brasil Central e de Uberlândia Anita Godoy, para ser feliz é preciso mudar. O primeiro livro da lista de
autotransformação da escritora é o É preciso mudar, uma trilogia do autoconhecimento. O livro mostra
que somos nós quem precisamos mudar a maneira de pensar, agir e ser.
A variante padrão da língua, em suas diretrizes para a concordância verbal, considera que, em
“somos nós quem precisamos mudar”, no último período do texto, houve um(a)
( A ) desvio da norma, pois o verbo “mudar” deveria estar flexionado, assumindo a forma
“mudarmos”.
( B ) desvio da norma, pois a concordância seria válida se estivesse na forma “precisa mudarmos”.
( C ) desvio da norma, pois a concordância de “precisar” deveria se dar com o pronome relativo.
( D ) adequação à norma, pois se pode concordar com o pronome pessoal ou com o relativo.
( E ) adequação à norma, pois a concordância está na única forma possível para esse caso.
É preciso pensar que o fenômeno do que se chama “mobilidade humana” intensificou-se muito nos últimos
anos. Que significa essa mobilidade para o mundo cultural no século XXI? A pergunta não se coloca apenas
para acadêmicos, para criadores e para consumidores de cultura. É uma questão controvertida, dir-se-ia até
mesmo explosiva, para os políticos. Pois as epidemias também viajam com os bilhões de viajantes – da aids
à xenofobia.
Há três formas bastante diversas de mobilidade humana. Em primeiro lugar, há o tráfego nacional e
internacional regular, ou seja, as viagens de negócios ou de lazer – sem contar as viagens normais entre a
casa e o trabalho. Em segundo lugar, há a emigração e a imigração, sejam deliberadas ou compulsórias.
Mas em terceiro lugar, desde o fim do século XX tem havido um fenômeno completamente novo, que
talvez possa ser chamado de transnacionalidade: pessoas que atravessam fronteiras sem dar a isso grande
importância, uma vez que sua existência não está presa a nenhum lugar ou país em particular.
Poucas décadas atrás, dificilmente haveria mais de uma dúzia dessas pessoas transnacionais, quase todas
constituindo-se, por exemplo, como estrelas do mundo da música, a mais internacional das artes. Hoje são
ao menos dezenas de milhares, e neste novo século haverá milhões. Uma parte importante das viagens a
negócios provavelmente já entra no domínio da transnacionalidade. É de se imaginar a multiplicidade de
efeitos que esse fenômeno fará sentir no universo das relações e das políticas, afetadas agora por essa nova
mobilidade transnacional.
(HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. Trad. Berilo Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p.
40-41)
( A ) À movimentação de tanta gente certamente seguirá, diante das consequências políticas que
dela resultam, um grande debate acerca dos ganhos e dos ônus dessas migrações.
( D ) Parecem ter havido não mais que uma dúzia de astros da música, décadas atrás, aos quais se
poderiam chamar de transnacionais, em razão da mobilidade de que se valiam.
( E ) Viagens de toda sorte, com as mais diferentes finalidades, houveram sempre, mas não na
dimensão da mobilidade humana que hoje se verifica em todas as partes do mundo.
QUESTÃO 16 – Leia.
Esperamos encontrar um significado para a nossa vida encaixando-nos em alguma narrativa já pronta sobre
o universo, mas, segundo a interpretação liberal do mundo, a verdade é exatamente o oposto. O universo
não me fornece um sentido. Eu dou um sentido ao universo. Não tenho um destino pré-fixado. Posso me
juntar a um circo ambulante, ir cantar num musical da Broadway ou me mudar para o Vale do Silício e
começar uma empresa. Estou livre para criar meu próprio modo de vida.
A narrativa liberal começa com uma narrativa da criação. Ela diz que a criação ocorre a todo momento, e que
eu sou o criador. Qual é então o objetivo da minha vida? Criar sentido sentindo, pensando, desejando e
inventando. Qualquer coisa que limite a liberdade humana de sentir, pensar, desejar e inventar está
limitando o sentido do universo. Por isso, a libertação dessas limitações é o ideal supremo.
A luta pela liberdade inclui tudo o que liberte as pessoas de repressões sociais, biológicas e físicas, seja
fazendo demonstrações contra ditadores brutais, ensinando meninas a ler, descobrindo uma cura para o
câncer ou construindo uma nave espacial. Em teoria, isto soa excitante e profundo. Infelizmente, a liberdade
e a criatividade humanas não são o que a narrativa liberal imagina. Até onde vai nosso entendimento
científico, não existe mágica por trás de nossas escolhas e criações.
(Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. Trad. Paulo Geiger São Paulo: Companhia das Letras,
2018, p. 365-366)
( A ) Não se devem atribuir aos indivíduos a responsabilidade por um sentido de vida que já se
incluiria ao seu destino.
( B ) Aos adeptos do pensamento liberal costumam ocorrer que tudo em sua vida depende da sua
capacidade pessoal de criação.
( C ) Tanto na Broadway como num circo podem oferecer-se para os indivíduos a chance da sua
realização pessoal.
Após 13 horas golpeando o canavial da fazenda com seu facão, o negro Romário chega, sob os últimos raios
de sol, ao barraco minúsculo onde vive trancafiado com outros três homens, igualmente escravizados e
negros. O espaço não tem janela, água tratada e conta apenas com duas camas. Apesar disso, ele precisa
comer os restos que o capataz lhe oferece e descansar: às 4h do dia seguinte, a labuta recomeça. Se resistir,
será agredido com chicotadas e pauladas.
A cena poderia estar registrada no diário de algum cronista que passou pelo Brasil colonial no século XVII
e visitou engenhos de açúcar no Recôncavo Baiano ou no litoral de Pernambuco.
Infelizmente, não é o caso. Embora subjugados pela miséria, Romário Rosa e seus companheiros de lida
eram homens livres até chegarem a uma fazenda na localidade de Angelim, em São Fidélis, no Norte
Fluminense. Enganados pelo proprietário, foram escravizados por mais de dez anos. No
dia 26 de abril, a polícia prendeu três pessoas: o fazendeiro, seu filho e o capataz.
Essa história pavorosa lembra uma passagem do livro "Formação do Brasil contemporâneo", de Caio Prado
Jr., publicado em 1942: "O passado, aquele passado colonial, aí ainda está, e bem saliente; em parte
modificado, é certo, mas presente em traços que não se deixam iludir." Nenhum país convive tanto tempo
com a escravidão impunemente. (...)
Passamos pelos períodos colonial, imperial e republicano sem enfrentar a questão agrária.
Herdamos uma estrutura excludente e concentradora de riquezas, mas não realizamos a reforma que
poderia diminuir as injustiças no campo e as pressões migratórias para as cidades. A consequência não é só
o trabalho escravo, mas o crescimento da violência nas áreas rurais, motivada por conflitos fundiários. (...)
Apesar dos exemplos, a nossa herança escravocrata não se restringe ao campo. Ela impregna as instituições,
o acesso a direitos fundamentais, as nossas relações cotidianas mais banais. Como escreveu Caio Prado,
aquele passado colonial ainda está presente naqueles quartinhos apertados construídos nos fundos dos
apartamentos; na resistência a reconhecer os direitos trabalhistas das empregadas domésticas; na proibição
de uma babá entrar num clube da Zona Sul sem seu distintivo uniforme; na criminalização do funk; no
êxtase provocado pelo justiçamento de um adolescente acorrentado a um poste; no assassinato de jovens
negros nas favelas; na negação da humanidade da massa carcerária brasileira...
Marcelo Freixo.
Assinale a alternativa que preenche CORRETA e respectivamente as lacunas, no que diz respeito
às normas de concordância verbal do seguinte enunciado:
"Tudo isso _______ fatos amplamente conhecidos e ___________________ muitas pessoas que
conhecem histórias como essas. ____________ séculos que o Brasil vive essa triste realidade."
No início do século XXI, um geneticista inglês chamado Anthony Monaco, professor da Universidade de
Oxford e integrante do Projeto Genoma Humano, anunciou a descoberta do que poderá ser o primeiro
gene que, aparentemente, está associado à competência linguística humana: o FOXP2. Monaco proclamou
sua possível descoberta após estudar diferentes gerações dos K. E., uma família inglesa de classe média. O
geneticista constatou que muitos membros dessa família possuíam distúrbios de linguagem, os quais não
pareciam estar associados a algum mero problema de desempenho linguístico, como língua presa, audição
ineficiente etc. Tais distúrbios diziam respeito à conjugação verbal, à distribuição e à referencialidade dos
pronomes, à elaboração de estruturas sintáticas complexas, como _______(1) orações subordinadas etc. O
interessante é que os avós, pais, filhos e netos da família K. E. não possuíam aparentemente nenhum outro
distúrbio cognitivo além desses problemas com o conhecimento linguístico. Monaco analisou amostras de
DNA dessa família e descobriu que uma única unidade de DNA de um único gene estava corrompida: o
FOXP2.
O FOXP2 é um dos 70 genes diferentes que _______(2) o cromossomo 7, que é responsável pela arquitetura
genética do cérebro humano. Ou seja, trata-se de um gene que cria neurônios, neurotransmissores e afins.
Esse gene, o FOXP2, possui 2.500 unidades de DNA, e só uma delas apresentava problemas na genética da
família K. E. Monaco estava convencido de que esse gene deveria ser, pelo menos em parte, responsável
pela capacidade linguística humana. Ele confirmou suas intuições quando descobriu o jovem inglês C. S.,
que não possuía parentesco com os K. E., mas apresentava os mesmos distúrbios linguísticos manifestados
pelos membros daquela família. Monaco analisou o FOXP2 de C. S. e constatou aquilo que presumia: C. S.
apresentava um defeito na mesma unidade de DNA do FOXP2 deficiente na família K. E. A partir desse
achado, o geneticista divulgou o que pode ser a descoberta do primeiro gene aparentemente responsável
pela genética da linguagem humana: o FOXP2.
A lógica subjacente _______(3) afirmação de Monaco é a seguinte: como parte do FOXP2 está danificada
nos K. E. e também em C. S., e isso parece ter como correlato comportamental dificuldades exclusivamente
linguísticas, então esse gene deve ser responsável pelas habilidades linguísticas deficientes nos K. E. e em
C. S. Se isso for verdadeiro, então, nas pessoas com o FOXP2 sem anomalias, esse gene deve ter a função de
produzir os neurônios que virão a formar as sinapses responsáveis pelo conhecimento linguístico.
Independentemente de as pesquisas de Anthony Monaco _______(4) a ser confirmadas ou não nas
pesquisas mais recentes sobre genética humana (e há, de fato, muitos geneticistas que as refutam com
muito bons argumentos e evidências), o importante é que elas abriram ou aprofundaram a discussão
a respeito dos fundamentos biológicos da linguagem humana.
( A ) às – compõe – à – vierem
( B ) as – compõem – a – vierem
( C ) às – compõe – a – virem
( D ) as – compõem – à – virem
( E ) as – compõem – à – vierem
Nuances
O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos muito próximos. Essa diferença é
apresentada considerando-se a(s)
( A ) alternâncias na sonoridade.
Não há vagas
Ferreira Gullar
preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
( B ) a forma singular se justifica, porque o sujeito posposto é simples e denota uma singularidade
em relação ao “homem sem estômago”.
( D ) o verbo está corretamente no singular, porque concorda apenas com o núcleo do sujeito mais
próximo, como que se referindo, implicitamente, a cada um dos demais núcleos separadamente,
singularizando-os.
( E ) o verbo está erroneamente no singular, pois ele se refere a um sujeito composto, devendo
obrigatoriamente estar no plural.