Aula - Processo Legislativo
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Curso: Direito
Tema: Processo Legislativo
Processo Legislativo
O processo legislativo compreende um procedimento comum ou ordinário e alguns procedimentos
especiais. O processo legislativo compreende um conjunto de formalidades que devem ser
estritamente observadas na elaboração das diversas espécies normativas. Esse conjunto de
formalidades garantem toda a coesão do ordenamento jurídico e são essenciais para a sua
construção. Os procedimentos das espécies normativas estão previstos na Constituição do Estado,
documento que serve de diretriz e dá estabilidade ao ordenamento jurídico.
O processo legislativo está disciplinado em nossa Constituição Federal entre os artigos 59 a 69.
O procedimento de uma emenda constitucional possui uma fase introdutória na qual, somente o
Presidente da República, um terço no mínimo dos membros da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal e mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
podem propor a realização de uma Emenda Constitucional.
O procedimento de uma emenda constitucional também possui uma fase constitutiva na qual haverá
uma deliberação parlamentar e uma deliberação executiva. A deliberação parlamentar consiste num
ato de discussão e votação realizado em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, para a
aprovação de uma emenda constitucional. Ocorrerá a aprovação se, em ambas as Casas do
Congresso Nacional nos dois turnos realizados, o projeto de emenda constitucional receber três
quintos dos votos dos respectivos membros. Na deliberação executiva não há a participação do
Presidente da República, uma vez que o titular do poder constituinte reformador é o Poder
Legislativo. Por derradeiro, o procedimento de uma emenda constitucional também apresenta uma
fase complementar, devendo a emenda constitucional ser promulgada pelas Mesas do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados. Já a competência para a publicação da emenda constitucional
é do Congresso Nacional.
Lei complementar e Lei Ordinária
Nos casos extraordinários de necessidade e urgência, o Governo poderá adotar, com única e
exclusiva responsabilidade, providências provisórias com força de lei, devendo apresentá-las
imediatamente à Câmara dos Deputados, para sua conversão em lei.
Todo o procedimento para aprovação da medida provisória está transcrito no
artigo 62 da Constituição Federal. A conversão da medida provisória em lei deverá ocorrer dentro de
um prazo de 60 (sessenta) dias. O prazo de conversão da medida provisória em lei terá início na data
da edição da medida provisória.
A votação da medida provisória será feita separadamente em cada uma das Casas e será submetida
ao Plenário das Casas do Congresso Nacional, iniciando-se pela Câmara dos Deputados (artigos 62,
§ 8º e 64, caput, da Constituição Federal).
Antes do exame de mérito da medida provisória, o Plenário de cada uma das Casas do Congresso
Nacional decidirá preliminarmente e por maioria simples, se a medida provisória atende aos
pressupostos constitucionais de relevância e urgência e sobre sua inadequação financeira ou
orçamentária da Medida Provisória (artigo 62, § 5º da Constituição Federal). Caso a Câmara dos
Deputados ou o Senado Federal decidam pelo não atendimento dos pressupostos constitucionais ou
pela inadequação financeira ou orçamentária da medida provisória, esta será arquivada.
Uma vez aprovada integralmente a medida provisória, será convertida em lei e será promulgada pelo
Presidente do Senado Federal remetendo ao Presidente da República que publicará a lei de
conversão.
Lei delegada
A lei delegada é um ato normativo elaborado e praticado pelo Presidente da República, em razão de
uma autorização dada pelo Poder Legislativo. Trata-se de uma delegação da função legislativa
modernamente aceita, desde que com limitações. É um mecanismo necessário para possibilitar a
eficiência do Estado e sua necessidade de maior agilidade e celeridade.
A lei delegada possui um processo legislativo especial. Dessa forma, as leis delegadas serão
elaboradas pelo Presidente da República que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
Uma vez encaminhada a solicitação ao Congresso Nacional, a mesma será submetida a votação
pelas Casas do Congresso Nacional, em sessão bicameral conjunta ou separada, e sendo aprovada
por maioria simples, terá a forma de uma resolução que especificará de forma obrigatória as regras
sobre seu conteúdo e os termos de seu exercício. Nessa etapa o Congresso Nacional poderá
estabelecer as restrições que entenda como sendo necessárias.
Com o retorno da resolução às mãos do Presidente da República, este irá elaborar o texto normativo,
promulgando-o e determinando sua publicação. Caso a ratificação parlamentar não seja uma
exigência, todo o processo legislativo se esgotará no interior do Poder Executivo. Porém, o
Congresso Nacional pode estabelecer na resolução que o projeto elaborado pelo Presidente da
República retorne ao Congresso Nacional para ser votado em sessão única, vedada a apresentação
de qualquer emenda.
Se o Congresso Nacional aprovar o projeto de lei em sua totalidade, o Presidente da República irá
promulgar e determinar a publicação, mas, se o Congresso Nacional rejeitar integralmente o projeto
de lei, este será arquivado, somente podendo ser reapresentado nos termos do
artigo 67 da Constituição Federal.
Decreto legislativo
O decreto legislativo é uma espécie normativa destinada a veicular as matérias de competência
exclusiva do Congresso Nacional, todas elas elencadas e previstas nos artigos 49 e 62 da Constituição
Federal.O processo legislativo de um decreto legislativo deverá ser realizado mediante instrução,
discussão e votação em ambas as Casas Legislativas. Se forem aprovados, serão promulgados pelo
Presidente do Senado Federal, na qualidade de Presidente do Congresso Nacional, que determinará a
sua publicação. O Presidente da República não participa do procedimento.
Resolução
A resolução é um ato praticado pelo Congresso Nacional destinado a regular matérias de competência
do Congresso Nacional, de competência privativa do Senado Federal ou de competência privativa da
Câmara dos Deputados. A resolução gera, em regra, efeitos internos, porém, há exceções nas quais os
efeitos gerados são externos. A resolução destina-se a regular matérias de administração interna, em
regra (MOTTA; 2007). Não chega a ser lei, nem chega a ser ato administrativo, é uma deliberação
político-administrativa que observa o processo legislativo, porém não está sujeita a sanção do Poder
Executivo.
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