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3.4 Agilidade Emocional

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04/11/2024, 23:29 Agilidade Emocional

Agilidade Emocional

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Economia circular Liderança Criatividade

Empreendedorismo Agilidade Emocional

A noção de “agilidade emocional” é o tema de um livro homônimo publicado em 2016


por Susan David. Sua tradução em língua portuguesa apareceu em 2018. Antes do
livro já havia também aparecido um artigo sobre o mesmo tema em 2013 na Harvard
Business Review. A grande repercussão deste artigo basicamente levou à expansão
para o formato de livro que se seguiu. O conceito de “agilidade emocional”,
desenvolvido pela psicóloga e pesquisadora Susan David, é de certa forma intrigante,
sobretudo pelo fato de que ela afirma, já no início, que o conceito oposto ao de
agilidade emocional é o de rigidez emocional. Os leitores certamente ficam
intrigados com isto, pois, à primeira vista, o conceito oposto ao de rigidez é o de
flexibilidade. Além disso, a noção de agilidade emocional é no mínimo inusitada. À
medida que a autora prossegue em sua exposição, vai ficando claro que há um
insight valioso por trás da noção de agilidade que não poderia ser adequadamente
expresso e articulado se ela utilizasse a expressão flexibilidade emocional. Esta,
naturalmente, é a minha interpretação e pode ser que a autora mesma diga que
apenas achou comercialmente melhor agilidade emocional em vez de flexibilidade
emocional. Acredito, no entanto, que o que sustenta esta interpretação é o fato de
que David defende que não se trata de ceder às emoções ou reprimi-las, senão de
instaurar um espaço de manobra diante de algo que é inevitável para os seres
humanos: sentir emoções.

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A questão mais importante no início é a seguinte: qual é o problema com as


emoções? Existe, para David, um lado bom e outro ruim no que diz respeito à nossa
vida emocional. Em várias circunstâncias as emoções nos guiam de forma segura e
são uma espécie de automatismo protetor: se podemos, afastamo-nos de pessoas e
situações que causam emoções ruins. Da mesma forma, queremos estar próximos
daqueles que nos deixam alegres, etc. A reação emocional também revela uma
compreensão de si, dos outros e do mundo. A indignação, por exemplo, aparece
quando alguém faz algo que julgamos que seja errado tal como humilhar a outra
pessoa. São as emoções que nos permitem agir e reagir em conformidade com
padrões éticos e morais estabelecidos nas comunidades nas quais vivemos. Como
tudo, no entanto, as emoções não são um guia sempre perfeito, elas muitas vezes nos
pregam peças. Para David, este aspecto é muito importante pois em muitas
circunstâncias não podemos contar com a correção do automatismo de nossas
emoções. Daí a relevância da noção de agilidade emocional, pois é por seu
intermédio que a autora quer articular a perspectiva de que podemos reagir ao modo
como reagimos naturalmente. Ter agilidade emocional significa ser capaz de ter esta
espécie de reação de segundo nível na qual o processo de simplesmente se deixar
levar pelas emoções é interrompido e a pessoa, de certo modo, consegue capturar ou
pegar na mão o sentimento que a está dominando. É a partir daí que uma reação
adequada poderá ser engendrada.

Um exemplo dado pela autora ilustra muito bem o que seria esta agilidade
emocional. Uma pessoa que tem uma imagem de si como alguém fracassado reagirá
automaticamente diante de uma situação em que alguém o coloca para baixo como
se aquilo estivesse acontecendo por culpa sua e não consegue aventar a
possibilidade de que o problema está no comportamento da pessoa que o está
menosprezando. A agilidade emocional, portanto, seria a capacidade de reagir a esta
primeira reação de uma forma mais reflexiva. Ela impediria que a pessoa sucumbisse
ao próprio sentimento e percebesse como ele é inadequado para avaliar o que
realmente está acontecendo.

Sem dúvida alguma todos nós gostaríamos de reagir de maneira ágil e


adequadamente às mais diversas situações nas quais o nosso aparato emocional é de
algum modo acionado. Como seria isto possível? Como desenvolver esta agilidade
emocional?

Neste aspecto, o livro recorre à tradição da psicologia e também da filosofia na


medida em que afirma que devemos compreender a nós mesmos. O que, no entanto,
significa compreendermos a nós mesmos? É óbvio que temos uma compreensão de
quem nós somos. Esta compreensão, no entanto, precisa ser investigada em suas
raízes. Trata-se, portanto, de levar à sério o dito grego “conhece a ti mesmo”. Para
David, todos nós temos histórias de vida que de uma forma ou outra moldaram a
compreensão que temos de nós mesmos. Eventos e experiências passadas tornaram-
se parte de quem somos. O problema que precisa ser enfrentado, segundo a autora, é
o seguinte: nossas emoções e nosso comportamento ficaram muito ligados ao
conjunto de elementos que constituem a nossa história de vida e algumas
experiências se tornaram determinantes. Relacionamentos abusivos, ambientes
violentos (como foi a situação na qual a própria autora viveu sua infância), submissão

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à autoridades, pressão e cobranças exageradas, etc. Podemos pensar muitos


ambientes nos quais experiências ruins ou boas foram determinantes. Trata-se, então,
de perceber de que maneira as emoções e comportamentos que serviam para lidar
com aquelas circunstâncias permanecem ainda de maneira automatizada em
ambientes totalmente distintos. Alguém que, por exemplo, viu seu pai tratar sua mãe
e as mulheres em geral com falta de respeito ou sem qualquer consideração poderá
repetir este comportamento. Alguém que sempre teve que se comportar de maneira
que seus sentimentos nunca viessem à tona (este exemplo é da autora) pelo fato de
que seu pai os utilizava para humilhá-lo ou algo semelhante poderá achar que nas
relações de trabalho precisa ser não apenas alguém que mantém uma fachada
impenetrável, mas que também não permite qualquer tipo de expressão por parte de
seus colegas. Haveria, segundo a autora, uma espécie de automatismo no
comportamento e nas emoções de cada pessoa que tem sua origem nas respectivas
histórias de vida. É este automatismo emocional e comportamental que precisará ser
compreendido em suas raízes de maneira a se conquistar e desenvolver uma
agilidade emocional, quer dizer, uma capacidade de parar e perceber que as
emoções e comportamentos que brotaram de modo automático poderão não ser
adequados nas atuais circunstâncias, eles são resquícios de vivências que ficaram
para trás.

Se agora nos voltarmos com mais atenção para a dimensão da atuação profissional,
perceberemos que não apenas nós, senão todas as outras pessoas possivelmente
terão dificuldades oriundas deste automatismo emocional. Ele irá dificultar as
relações e tornará o próprio ambiente de trabalho sempre um pouco carregado, quer
dizer, sempre existe a possibilidade, embora nem sempre ocorra, de que alguém atue
no piloto automático quando isto não é adequado. Pessoas em cargos de chefia e
liderança estarão mais protegidas dos efeitos colaterais de seu comportamento e do
comportamento de membros de suas equipes, mas isto ocorre apenas no curto
prazo. Pois o próprio funcionamento de pessoas nestas posições irá mais cedo ou
mais tarde aparecer de maneira negativa no modo como suas equipes os veem e,
também, pelo próprio desempenho abaixo do que seria possível e desejável. Se um
membro da equipe se dirige ao chefe e lhe diz que o seu comportamento não está
ajudando em nada a equipe, esta pessoa poderá eventualmente até ser afastada por
“desagradar o chefe”, mas o problema permanecerá e, com toda a certeza, ficará
ainda mais evidente com o passar do tempo.

Podemos pensar em como ser importante um espaço de abertura para a discussão


de tais questões, preferencialmente com um auxílio especializado. Do contrário, as
pessoas continuarão com estes pontos cegos em seu comportamento e aos outros só
restará “pisar em ovos” pelo fato de não ser possível qualquer tipo de manifestação
que busque uma melhora.

É até mesmo estranho pensar que muitas pessoas nunca tiveram oportunidade de
agir de maneira distinta, mas sempre a partir deste automatismo de suas emoções.
Nunca tiveram oportunidade e condições de adentrar este âmbito de reflexão para
liberarem também seu potencial intrínseco enquanto seres humanos que se
dedicam a uma profissão.

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Atividade
Nesta atividade nossa sugestão é que você escreva sobre a maneira como você
relaciona os tópicos discutidos com aspectos da profissão que você escolheu. O que
esta atividade tem de diferente em relação às outras é que nela, além de fazer mais
ou menos o que você fez antes, é necessário que você articule de que maneira você
vê as particularidades de sua profissão em contato com o que foi discutido.

Redija um parágrafo sobre cada um dos tópicos e faça a conexão com os elementos
específicos da profissão.

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