movimentos sociais
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Movimentos Populares
e Transformação
Material Teórico
História dos Movimentos Sociais
Revisão Textual:
Profª. Esp. Vera Lidia de Sá Cicaroni
História dos Movimentos Sociais
Esta unidade tem como tema principal os Movimentos Sociais no Brasil. O texto foi organizado
em fases históricas. Essa cronologia – baseada nos estudos de Gohn (2012) – contribui
para a percepção das ações coletivas, do ponto de vista não só da ordem de sucessão dos
acontecimentos, mas também das razões que levaram um acontecimento a outro.
A organização desta unidade apresenta o retorno a alguns assuntos já discutidos na unidade
anterior. Iniciamos situando as questões relativas à historicidade das divisões em classes
sociais. Também abordamos os movimentos identitários e culturais e, em seguida, pontuamos
os movimentos e as lutas sociais (como já citado) de acordo com a cronologia.
Fique atento a essa correlação de acontecimentos e observe a participação sociopolítica da
sociedade civil.
Para realizarmos aprofundamento da discussão acerca do tema, faremos uma atividade
reflexiva, com a escrita de um texto argumentativo. Participe dessa atividade, colocando em
prática o que foi estudado na unidade.
Como você já sabe, é muito importante aproveitar as indicações feitas no material teórico
e no material complementar. Elas favorecem a compreensão e completam o conteúdo
estudado, auxiliando-o no momento da realização das atividades tanto de sistematização do
conhecimento como de aprofundamento do tema.
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Unidade: História dos Movimentos Sociais
Contextualização
“Como pode o educador assumir o papel dirigente na sociedade se na sua formação o todo
social resume-se a uns poucos conhecimentos de métodos e técnicas pedagógicas ou a uma
história da educação que se perdeu no passado e nunca chega aos nossos dias? Como pode
uma nação esperar que as novas gerações sejam educadas para o progresso, o desenvolvimento
econômico e social, para a construção do bem-estar para todos, sem uma sólida formação
política?” (GADOTTI, 2010, p. 89).
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http://www.youtube.com/watch?v=406ujmrth_w
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1. Movimentos Sociais e Associações Civis
A conquista da cidadania, em nosso país, não se deu de modo linear e tranquilo, mas, ao
contrário, dependeu de várias lutas sociais.
Entretanto, apesar de ter sido uma grande conquista, ainda não se pode dizer que vivemos
em uma sociedade justa e igualitária. A esse respeito Cortella (2011) afirma:
“[...] a vida social é, também, uma vida política, isto é, configura-se como espaço de conquista
e manutenção de poder sobre os bens e pessoas, não havendo, ainda, sociedades complexas de
composição igualitárias.” (CORTELLA, 2011, p. 41).
É fato que as divisões de classe datam de muito tempo. Já no período clássico grego (V e IV
a.C.), pode-se observar a revelação de bases fundadoras da divisão de classes. Isso aparece
com maior evidência no Período Arcaico1, com a ocorrência de inúmeros conflitos sociais.
Seja em qual tempo for, as lutas e os movimentos sociais sempre são vistos como disfunções
da ordem social em vigor.
Segundo Gohn (2012), na história do nosso país, essas lutas pela conquista dos direitos ou
ações contra as injustiças que foram realizadas por diferentes classes e categorias aparecem nos
registros e estudos históricos como acontecimentos marginais. A respeito dessas manifestações,
a autora ainda ressalta que “várias transformaram-se em movimentos, lutas prolongadas ou até
guerras. Outras se institucionalizaram e foram incorporadas ou absorvidas pela sociedade civil
e política brasileira.” (GOHN, 2012, P. 7).
Na formação de classes sociais o poder econômico, ideológico e político é elemento constituinte
fundamental. E os “indivíduos dos grupos” são determinados pelo lugar que ocupam nessa
luta – dominados ou dominadores; subordinados ou mandantes; burgueses ou trabalhadores.
Portanto ser pertencente a uma classe implica a existência de problemas ou interesses comuns.
Mas a consciência de ser pertencente a uma determinada classe social não significa estar
satisfeito com essa condição; por isso muitas lutas foram desbravadas contra a dominação. Para
Gadotti (2010):
“Consciência de classe não significa apenas uma tomada de consciência
da realidade, acima de qualquer ato de transformação da sociedade. [...].
A libertação não se opera no interior da consciência dos homens, mas na
história que eles fazem.” (GADOTTI, 2010, p. 190).
Para conhecer um pouco mais sobre lutas de classes, leia o texto escrito por Carlos
Gomes sobre os antecedentes do capitalismo no site: http://www.eumed.net/libros-
gratis/2008a/372/LUTA%20DE%20CLASSES.htm
1 - Período após o período homérico, marcado pela consolidação de Cidades-Estado, principalmente as de Esparta, Tebas, Corinto e Atenas.
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Unidade: História dos Movimentos Sociais
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Leia o artigo de Joziane M. Fialho, no qual ela faz breves considerações sobre os Movimentos Sociais
no Brasil. Acesse: www.cptl.ufms.br/revista-geo/joziane.doc
Esses novos movimentos podem ter sua identidade configurada pelo gênero, pela etnia, ou
pela geração (geração: em defesa dos idosos, jovens, etc.).
Os novos movimentos sociais foram fortalecidos e impulsionados pela promulgação, em
1948, da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Constituindo ponto de referência na luta
contra a discriminação e a favor do reconhecimento dos direitos.
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3. Movimentos e Lutas Sociais no Brasil nos séculos XIX
Na história do Brasil, nos períodos do Império e Colônia, os conflitos existentes eram similares
em diferentes regiões, apesar da vasta extensão territorial e da falta de comunicação existente
em nosso país. Segundo Gohn (2012), no século XIX, as lutas tinham como herança as lutas
sociais do século XVIII, por isso vamos relembrar algumas delas.
No século XVIII, a luta social era movida pelo desejo de libertação da Metrópole; seus líderes
eram “liberais radicais” inspirados nos modelos da Revolução Francesa e Revolução Norte-
americana (GOHN, 2012).
Começaremos pela Inconfidência Mineira (1789). Participaram
desse movimento as elites intelectuais, mineradores ricos ou
proprietários rurais, clérigos e militares. Este foi o primeiro movimento
a determinar claramente as intenções de separação da Metrópole.
Ele se deu a partir de três dimensões: a dimensão econômica,
pois havia uma insatisfação com a cobrança abusiva de impostos;
dimensão política, que surgia de uma ordem interna, devido às
inúmeras arbitrariedades do, então, governador da Capitania de
quadro A resposta de Tiradentes, de
Minas Gerais; e a dimensão ideológica, pois o liberalismo inglês e Leopoldino de Faria
os filósofos da época, com suas ideias e produções, influenciaram
os inconfidentes. O desenrolar desse movimento foi conhecido
por todos. Com a delação de um dos participantes, Tiradentes – Degredo: Pena de
principal líder do movimento – foi enforcado e esquartejado e os desterro imposta a
demais participantes sofreram a pena do degredo. criminosos.
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Unidade: História dos Movimentos Sociais
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Constituição de 1824 1824
Os Chimagos 1831-35
Como podemos observar, foram várias as resistências e os combates nesse período. Alguns,
inclusive, de caráter internacional, como a Luta Sete Povos das Missões e a Guerra Cisplatina.
Esta, marcada por um conflito bélico entre Brasil e Argentina, resultando em muitas perdas,
tanto de vidas humanas quanto materiais, culminando na “perda da região de Cisplatina pelo
Brasil, dando origem à República do Uruguai.” (GOHN, 2012, p. 31.).
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Ainda é possível verificar que algumas lutas e movimentos colocavam-se contra o governo e
outras a favor, como “Caramurus (1832)”, que objetivava a volta de D. Pedro I e a restauração
do absolutismo; o “Movimento Cabanada (1832)” e “A Abrilada (1832)”, ambos de caráter
conservador, que também aspiravam à volta de D. Pedro I.
Mas a maioria revelava-se contrária às arbitrariedades do governo e caminhava em busca
de um governo Republicano. Com essa pretensão, encontramos a “Revolução Pernambucana”,
em 1817, – também conhecida como Revolução dos Padres, por ser composta por comerciantes
brasileiros e vários padres, destacando-se Frei Caneca – a qual chegou a tomar o poder em
Recife, mas que também culminou na derrota.
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Outras revoltas surgiram com sentido republicano e por reformas na Constituição. Podemos
citar a “Revolta dos Roma” (1829) e a “Revolta Popular, em Afogados” (1829-31), com sentido
republicano; e “Os Chimagos” (1831-35), com a perspectiva de reformas na Constituição,
a fim de “reforçar os poderes locais de representação nos municípios e evitar o excessivo
domínio do governo central” (GOHN, 2012, p.33). Essa revolta tinha em sua composição
liberais moderados.
Queremos ainda ressaltar três movimentos que ocorreram no primeiro período de século
XIX, devido à sua importância para a história dos movimentos sociais no Brasil. São eles: a
“Guerra dos Farrapos” (1835-45), “A Sabinada” (1837) e a “Revolução Praieira” (1847-49).
A mais longa revolta armada da nossa história, no século XIX, foi a Guerra dos Farrapos,
liderada pelos gaúchos que se organizavam em companhias de guerrilha, as quais “varreram
as tropas imperiais da região dos pampas”, mas foram “obrigados a se
render diante dos ataques das forças imperiais comandadas por Caxias e subjugado:
atacados ao sul pelos uruguaios” (Gohn, 2012, p. 35-36). Era composta submetido pela
por uma grande quantidade de homens livres, não proprietários e pobres. força das armas,
Eles foram subjugados, porém foram lhes concedidas várias condições dominado, reprimido.
nunca dadas, antes, a grupos revoltosos (GOHN, 2012).
A Sabinada foi uma revolta urbana na província da Bahia. Ela foi precedida de ampla
campanha de opinião, através da imprensa da época – essa é a grande diferenciação deste
movimento. Grupos maçons participavam dos movimentos. Chegaram a conseguir a adesão de
tropas do governo e proclamar a república na província, mas, a exemplo da “Cabanagem” e
dos “Farroupilhas”, também foi esmagada com grande brutalidade (GOHN, 2012).
A Revolta Praieira contou com participação marcante de elites intelectuais e políticas (a
exemplo da maioria dos movimentos dessa época), porém teve uma grande participação
popular – dois mil homens e armas. A marca dessa revolta foi a “perspectiva de mudança social
diferente da do projeto das oligarquias rurais latifundiárias” (GOHN, 2012, p.38). Defendiam a
Reforma Agrária e a abolição do latifúndio. Foi um movimento de defesa das camadas médias
urbanas: brancos, mulatos e negros livres. Em 1849 resolveram deflagrar a Revolução, a qual
durou dois meses, mas foram dominados pelas forças armadas legais e os seus líderes mortos
ou deportados (GOHN, 2012).
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Para exercitar o seu pensamento crítico, assista ao vídeo, atentando para a letra da música e condu-
zindo sua reflexão para o conteúdo desta unidade. https://www.youtube.com/watch?v=qbUo0wdEd4k
Reflita: “É possível se fortalecer frente às derrotas?”
Por esse recorte, é possível observar a fragilidade dos movimentos da época na sua concepção,
devido à falta de clareza nos projetos e de politização e à ambiguidade das alianças que foram
fatores contribuintes para sua derrota. E devemos assinalar que esses fatores “fizeram com que
as camadas populares fossem sempre as mais reprimidas.” (GOHN, 2012, p. 25).
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Unidade: História dos Movimentos Sociais
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Alguns desses movimentos foram: “Sociedade Artística Beneficente” (1859); “Sociedade
Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos” (1879); “Sociedade Suíça de Beneficência
Helvétia” (1880); “Sociedade Protetora dos Portugueses Desvalidos” (1885); “Associação
Beneficente dos Funcionários Públicos” (1888); “Sociedade Humanitária dos Empregados
no Comércio” (1888); “Associação de Socorros Mútuos Artes e Ofícios” (1889); “Sociedade
Beneficente dos Alfaiates de São Paulo” (1891); entre outros.
Também foi na segunda metade do século XIX que aconteceram a Revolta de Canudos
(1874 -1897) e o Movimento Republicano (1880 -1889).
A Revolta de Canudos tinha um cunho religioso; figurava-se, no início, como uma revolta
contra a cobrança de impostos. Após alguns anos, Canudos tornou-se um espaço geopolítico
totalmente distinto do território nacional, sendo procurado por milhares de pessoas. Foi
caracterizado pelos historiadores tradicionais como um movimento de fanatismo religioso e
pelos historiadores contemporâneos como um movimento de resistência e de caráter social-
libertário. (GOHN, 2012).
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Unidade: História dos Movimentos Sociais
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Para saber, mais leia o capítulo 1, páginas 61-81, de: GOHN, Maria da Glória. História dos mo-
vimentos e lutas sociais: a construção da cidadania dos brasileiros. – 7. ed. – São Paulo:
Edições Loyola, 2012.
A “Revolução Política” (1930) que levou Getúlio Vargas ao poder dá início a uma nova fase
na história brasileira.
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Trata-se da vitória de um projeto liberal industrializante, que em oposição
às elites conservadoras rurais, delineará com muita vagarosidade um
novo cenário para a nação: o urbano passa gradativamente a ser objeto
de atenção das políticas públicas, visando-se criar condições para o
adensamento da mão de obra, as indústrias crescem paulatinamente
na região sul do país, as correntes de imigração estrangeiras são
definitivamente substituídas pelas migrações nacionais, criam-se
legislações e ordenamentos jurídicos novos, o Estado passa a organizar
e a interferir na economia e na sociedade com mais vigor. Ainda que
as elites conservadoras tenham mantido suas influências junto ao poder
público, dada a redefinição das alianças políticas que estabelecem
no cenário do país, o caráter da luta social adquire novos contornos.
(GOHN, 2012, p. 82)
É nessa fase que vemos as camadas populares emergirem como atores históricos dentro
de um novo prisma, deixando de ser caso de polícia para transformarem-se em cidadãos com
alguns direitos, como os trabalhistas. Nessa fase (1930 -1945), houve várias lutas e movimentos,
entre eles, a “Marcha da Fome” (1931); o “Movimento dos Pioneiros da Educação” (1931), a
“Revolução Constitucionalista” (1932); a “Nova Constituição” (1934) e os “Movimentos de
Associações de Bairros”.
Os anos de 1945 a 1964 marcaram um período conhecido como populista ou nacional-
desenvolvimentista, devido às formas de participação social, pois, a partir do processo de
redemocratização, houve a retomada das disputas político-partidárias no país. Nessa fase os
movimentos reivindicaram várias questões. Esse período também corresponde à fase de grande
intervenção do Estado na economia, com o objetivo de criar condições básicas para a nova
etapa de acumulação do capital. Iniciou-se a intervenção do Estado na sociedade por meio de
políticas públicas de cunho clientelístico. Também se pode dizer que foi uma fase muito fértil
culturalmente (GOHN, 2012).
Agora adentramos um período de grande repressão na sociedade brasileira, a ditatura
militar (1964- 1974), um período de grande efervescência do movimento de esquerda no país.
Ocorreram várias lutas de resistência e protestos, resultando em prisões, torturas e perseguições.
Corresponde também à fase do milagre econômico, no qual as massas populares, em geral,
sofreram com o arrocho salarial, mas mantiveram-se caladas devido à necessidade do emprego
(GOHN, 2012).
As lutas pela redemocratização correspondem ao período de resistência e enfrentamento ao
regime militar, ocorrido nos anos de 1975 a 1982, sendo este um dos mais ricos “da História do
Brasil, no que diz respeito às lutas, movimentos e, sobretudo, projetos para o país.” (GOHN, 2012).
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Foi uma fase de crença na volta pela democracia em nosso país e na possibilidade de
mudanças históricas, não conseguidas no passado, a partir da força do povo, das camadas
populares organizadas. Gohn (2012) fala dessa esperança, apontando o desejo “dos excluídos”
da sociedade de serem os novos atores históricos:
A Nova República e a Restauração Democrática são apontadas por Gohn (2012) como uma
fase marcada pela negociação: a era dos direitos (1982-1995). Essa compreende a sexta fase do
mapeamento feito pela autora. Ela afirma que, apesar de ser o período mais curto, ele é repleto
de movimentos e lutas.
É um período de intensa movimentação social devido à característica da conjuntura política e
à dimensão dos problemas sociais, resultantes do aumento da população no país e também da
facilidade de divulgação e reprodução das ações coletivas através dos meios de comunicação
de massas. (GOHN, 2012).
Após quase duas décadas de indicações de governadores dos estados brasileiros pelo regime
militar, o povo conquista o poder do voto e de eleger seus representantes ao governo do estado
por meio de eleições diretas.
A década de 1980 foi marcada por muitas experiências político-sociais, como a “luta
pelas diretas já”, trazendo a implantação de um calendário político que trouxesse de volta as
eleições presidenciais e a redução do mandato do presidente. Houve, também, o surgimento
das Centrais Sindicais e a criação de entidades organizativas e de inúmeros movimentos
sociais (GOHN, 2012).
Contudo, junto com a volta do jogo democrático, veio a crise econômica, com altos índices
de inflação e o altíssimo número desemprego. Muitas greves foram deflagradas e houve tumulto
das massas, chegando ao extremo de saquearem mercados, fazerem linchamentos populares na
ânsia de fazer justiça com as próprias mãos, revelando um desespero social.
“Os anos de 1980 são fundamentais para a compreensão da construção da cidadania dos
pobres no Brasil, em novos parâmetros.” (GOHN, 2012, p. 126). Apesar das perdas em termos
econômicos, foi uma década muito positiva em termos políticos e culturais. Todavia foi uma
década que findou com a desmobilização e a descrença em massa (GOHN, 2012).
Nos ano de 1990, uma pequena luz de esperança voltou a fazer parte da história social
do Brasil, com o “Movimento pela Ética na Política”, culminando no impeachment do ex-
presidente Collor. Assim, as lutas sociais foram redefinidas, os movimentos sociais alteraram-se
substancialmente, chegando até, em alguns casos, a entrar em crise. “Surgem novos movimentos
sociais, centrados mais em questões éticas ou de revalorização da vida humana.” (GOHN,
2012, p. 127).
Dessa forma deslocou-se o eixo das reivindicações das questões econômicas para as questões
de moral, e retomou-se a questão dos direitos sociais tradicionais.
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Nesse cenário cresceu o número de “Organizações Não-Governamentais” (ONGs) e de
políticas de parcerias implementadas pelo poder público.
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Material Complementar
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Para conhecer um pouco mais sobre os Movimentos Sociais, acesse o site abaixo e leia a resenha
do livro: Novas Teorias dos Movimentos Sociais, de Maria da Glória Marcondes Gohn. São Paulo:
Edições Loyla, 2008.
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/715/71512786019.pdf
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Referências
CORTELLA, Mario Sérgio. A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos
e políticos. 14. ed. – São Paulo: Cortez, 2011.
______. Teorias dos movimentos sociais. 5.ed. São Paulo: Loyola, 2006.
______. Novas teorias dos movimentos sociais. São Paulo: Edições Loyola, 2008.
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Anotações
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