Resumo Prova Movimentos Sociais
Resumo Prova Movimentos Sociais
Resumo Prova Movimentos Sociais
Aula 1
Você verá que há várias formas de conceituar e categorizar o que denominamos “Movimentos Sociais”. Mas,
no que diz respeito à ordem de ação social, podemos dizer que há duas ordens bem definidas demovimentos
sociais: a) uma passiva e b) uma ativa, conforme a seguir. .Concebemos o primeiro tipo de ordem dentro da
nomenclatura passiva, pois, a forma pela qual o movimento social se articula para realizar seus objetivos
ocorre de modo bastante tranquilo. Trabalhos comunitários e de associações de bairro, grupos religiosos,
ONGs e empresas voltadas para a responsabilidade social, cujos propósitos se endereçam para a
multiplicação de bens e serviços sociais dentro de moldes e padrões determinados como um modo de vida tal
qual o modo seguido pelas classes hegemônicas, são exemplos de movimento social de ordem passiva. A
ordem de movimento social passiva é aquela em que determinadas pessoas socialmente adaptadas se
organizam de forma a ajudar outras menos privilegiadas, sem atritos social A ajuda refere-se à obtenção
concreta de benefícios que asseguram valores erguidos e mantidos na legalidade instituída pelas relações de
trabalho; valores esses voltados ao consumo, nos moldes capitalistas, sob o discurso do exercício da inserção
social e da cidadania. Tenta-se manter alguns elementos sócio estruturais de forma mais ampla, beneficiando
uma determinada camada ou grupo social dentro de uma organização previamente estruturada (como uma
escola, indústria ou mesmo o governo de um país). É visto como um movimento social de ordem passiva,
pois não se cria um atrito direto para mudar a organização social já estabelecida.
Aula 2
O líder será aquele capaz de engendrar nas pessoas o desejo de compartilhar uma transformação social.
Vamos ver agora cada um desses estágios em suas determinadas especificidades: Agitação – Segundo a
autora, é um estágio prolongado em que a população, apesar de insatisfeita, nada faz em termos de ação
rumo à união de grupos para o alcance de seus propósitos sociais, “talvez por não saber atuar” (p. 298). Tal
estágio é breve, pois a liderança capaz defende um discurso competente, cuja clareza de estratégias e fortes
apelos levam os participantes ao interesse de dividir suas forças e alcançar sua reta mobilização. E, em vez
de identificarmos nesse estágio a semente da inquietação, nota-se uma intensificação das tensões em face das
obrigações do cotidiano. Excitação A intranquilidade existente no estágio anterior, generalizada e vaga,
totalmente sem direcionamento para alcançar metas, dá lugar a uma canalização das tensões vividas por
determinados grupos. Cita os grupos migratórios como sendo aqueles que não carecem de uma organização
para direcionar os passos de sua ação. Aparece, então, a importância do líder, cujo discurso dá sentido e
propósitos para que determinadas coletividades sigam num mesmo endereçamento para a ação de
transformação na dinâmica Saudações, alunas e alunos de ensino a distância! social de que fazem parte. Do
contrário, o líder incompetente leva os membros inicialmente interessados à perda de interesse e à
desmobilização. Formalização Lakatos (1990) admite que alguns grupos podem não prescindir de
formalização.
Aula 3 A compreensão dos elementos propiciadores à formação dos movimentos sociais aponta para os
seguintes fenômenos, segundo o pensamento de Lakatos (1990): a) condições estruturais; b) motivos
individuais; c) condições sociais. Inicialmente, vamos apontar as condições estruturais que, socialmente,
inclinam pessoas a se aglutinarem para agir numa direção comum. O descontentamento social, o bloqueio
estrutural, o contato entre pessoas submetidas a uma mesma situação socioeconômica, a eficácia de ideias
que indiquem os motivos do descontentamento e uma ideologia oportuna às aspirações de uma determinada
coletividade formam um conjunto de condições prévias para impulsionar pessoas a agirem deforma
organizada rumo à transformação social. Uma vez entendidas essas condições iniciais, podemos considerar
os fatores individuais, conforme a ótica sociológica. FATORES INDIVIDUAIS. Ao permanecer nosso
pensamento sob a orientação de Lakatos (1990), ao lado das precondições estruturais há determinados fatores
individuais que propiciam a união de pessoas para formar um movimento social. São essas, segundo
Stockdale :a) descontentamento social – sentimento de inadequação ou de injustiça decorrente da estrutura
social vigente; b) bloqueio estrutural – barreiras levantadas pela estrutura social impedindo pessoas e grupos
de eliminarem a fonte que origina o seu descontentamento; c) contato – possibilidade de encontro e interação
por parte dos elementos descontentes, submetidos à mesma situação social; d) eficácia – consubstanciada na
expectativa do grupo de que uma ação particular proposta aliviará os motivos de descontentamento e trará
alterações desejadas na organização da sociedade; e) ideologia – conjunto de ideias e crenças que têm por
finalidade justificar a ação proposta. Qualquer um que se veja numa situação social desconfortável poderá
facilmente identificar os fatores citados como muito presentes em coletividades menos favorecidas.
Aula 4
Conforme o pensamento de Allain Tourraine (2002), observamos que os movimentos sociais podem ser
compreendidos como condutas coletivas. Tais condutas resultariam da ação das pessoas em determinadas
comunidades para defender, contestar, ou defender e contestar ao mesmo tempo, seus interesses de ordem
social. Tourraine, assim, define os movimentos sociais como “a ação conflitante de agentes das classes
sociais lutando pelo controle do sistema de ação histórica” (p. 283).Saudações, alunas e alunos de ensino a
distância! O autor deseja nos chamar a atenção para o fato de que os atores sociais estão em permanente
conflito para alcançar o poder. A partir disso, devemos situar a ação social conforme o espaço-tempo de
devidas representações, pelo que se escreve a história a que os atores sociais se encontram sujeitos. Os atores
sociais agem, nesse âmbito do cotidiano, mudando-o e sendo por ele transformados. A ação social dos
sujeitos se torna sempre um resultado de uma condição mal integrada dos conflitos sociais e das relações
entre atores e os mecanismos sociais, através do que se fundam as classes e as representações de força,
próprias dos conflitos sociais. Logo, vemos no pensamento de Tourraine as ideias de historicidade, tensão e
classe sociais, luta e ação. Na relação entre as pessoas, em que se constitui a realidade cotidiana, desenrola-se
o processo histórico.
Aula 5
AS INVASÕES E OS MOVIMENTOS SOCIAIS Em Londres, temos registros de invasões populares no
século XIX, no Hyde Park, que se tornaram famosas, apesar de terem sido espontâneas e desorganizadas.
Trata-se dos Mobs, denominação para “multidões revoltadas contra o custo de vida, as condições de moradia
e o desemprego.As ligas da Terra e do Trabalho surgiriam apenas no início de 1870”(GHON, 1991, p. 71).
Diferentemente do que se verifica na década de 1970, com a formação de favelas na Grande São Paulo, as
manifestações das ocupações de terra na década de 1980 forçaram negociações com o Estado, pois se tratava
de ocupações coletivas e organizadas cujo objetivo era estabelecer direitos de moradia popular, criando
polêmicas e conflitos, caso isso fosse necessário, o que significa que o Hyde Park representava um local
onde o poder econômico das classes hegemônicas estava presente. Logo, a manifestação de protesto
realizada pelas invasões naquele local não era por acaso, mas uma oposição clara às injustiças sociais
evidenciadas pelas desigualdades existentes. No Brasil, as invasões de terra se misturam com as lutas pela
moradia popular a cidade de São Paulo, lutas que fazem parte da própria história de urbanização da cidade.
Saudações, alunas e alunos de ensino a distância! O Movimento dos Sem-Terra faz parte dessa história e
destaca-se, em 1987, pelas manifestações da Zona Leste de São Paulo. Enquanto a imprensa denominava
suas ações de “invasões” de terra, seus líderes as denominavam “ocupações”.
Aula 6
O MST – MOVIMENTO DOS SEM-TERRA – Para os líderes do MST, lutar somente pela terra não é sufi
ciente para uma reforma social. A Educação, assim, torna-se não apenas um direito pelo qual também é
preciso mobilização, organização e lutas em nosso país, mas um desafio para a construção da autonomia. A
filosofia da Educação do MST parte do pressuposto da união de todos, pois o processo da Educação tem uma
dinâmica que abrange a participação das crianças, das mulheres, dos jovens e dos idosos, na tentativa de
construir novas relações e consciências. Desse processo não está apartada a participação de seus membros
em marchas, assembleias, cursos, caminhadas, trabalhos voluntários, gestos de solidariedade, ocupações,
entre outras mobilizações. A reunião de participantes do MST para aprender e ensinar o alfabeto encerra uma
prática, cujo propósito implica o exercício freiriano, em que o ato de ler e escrever a realidade e a vida que
experimentam ergue o reflexo de suas reais condições com vistas às mudanças sociais. Saudações, alunas e
alunos de ensino a distância! Até onde temos registro, o complexo do sistema de ensino do MST reúne um
universo de 1.800 escolas de Ensino Fundamental, com 160 mil crianças e adolescentes frequentando essas
unidades em acampamentos e assentamentos. A luta pela reforma agrária, assim, vai além da conquista da
terra e abrange a conquista da cidadania plena, cujo exercício exige a educação numa prática da autonomia
do pensamento. Este último, o pensamento, depende de um conjunto de informações e práticas próprias do
“estudar”.
Aula 7
Cursos de informática e estética substituem, no mercado do ensino profissionalizante atual, os antigos cursos
de datilografia e trabalhos manuais. Hoje em dia, muitos são os cursos voltados para o aluno se
profissionalizar em um determinado ramo técnico. Mas a autonomia necessária a decisões diante de fatos tão
novos resultantes da tecnologia do nosso tempo exige, sobretudo, uma pessoa saber pensar. Como lidar com
os celulares e as máquinas modernas sem dispor de tempo para, inicialmente, entendê-los? Apertar um dígito
errado poderá significar a perda de um número de telefone que nos é afetivamente valioso ou um trabalho
que nos custou muito escrever na tela de um computador. Por isso, em vez do TECNICISMO CLÁSSICO
herdado do know-how industrial americano cuja prática exigia apenas rapidez de movimentos ajustados à
velocidade das máquinas, objetivando o lucro através da manufaturado maior número de produtos possível –,
nos dias de hoje saber pensar é uma exigência essencial para o perfil do profissional contemporâneo. Mesmo
nos ambientes de produção industrial, saber pensar tornou-se uma exigência indispensável. Ao contrário de
centenas de operários distribuídos em diferentes seções de linha de produção, nas fábricas de ponta
encontram-se dois ou três engenheiros de produção cuidando de diferentes máquinas que operam no lugar de
centenas de homens. Lidar com a robótica, pela linha de produção, ou mesmo lidar com a informática
domiciliar, demanda uma pessoa ser capaz de ajustar suas decisões de comando para proceder de modo a
alcançar seus objetivos com a máquina a operar.
Aula 8
AS DIMENSÕES ECONÔMICA, AMBIENTAL E SOCIAL Na Cimeira do Rio de Janeiro, em 1992,
adotou-se o plano de sustentabilidade para o século XXI, em que se fixaram as três dimensões do
desenvolvimento sustentável: a dimensão econômica, a dimensão ambiental e a dimensão social, também
conhecidas pela expressão triple bottom line ou, ainda, pelos três Pês – People, Planet, Profit,como lhe
chamou a Shell, no seu relatório de sustentabilidade. A dimensão econômica tem, em seu eixo, a
representação de criar riqueza para todos pelo modo de produção e de consumo duráveis; a dimensão
ecológica reporta-se à conservação e gestão de recursos; a dimensão social reflete a necessidade ética em que
a equidade e a participação de todos os grupos sociais são indispensáveis para a promoção da qualidade de
vida do planeta. A economia do desenvolvimento sustentável demanda planejamento e visão de longo prazo,
abrangendo a área do ambiente (gerenciamento ambiental, transição do produto para o serviço, ecologia
industrial etc. ),a área social e os recursos humanos; por fi m, o geo circunstancial: desenvolvimento local e o
atual comportamento das multinacionais em diferentes países. A dimensão econômica da sustentabilidade diz
respeito ao impacto das empresas (bem como de outras organizações, como ONGs e mesmo governos) sobre
as possibilidades e condições econômicas das partes interessadas em desenvolver projetos variados tendo em
vista o sistema econômico em todos os níveis (capital ativo, passivo, recursos etc. ), de modo a poder pensar
em viabilizar a produção empresarial deforma necessária, inteligente e não – degradante ao meio. A
performance econômica abrange diferentes aspectos das interações econômicas que podem existir entre uma
organização e partes interessadas no desenvolvimento produtivo, incluindo os resultados tradicionalmente
apresentados nos balanços financeiros (bolsas de valores, tarifas de juros bancários, entre outros).
Aula 9
Esses direitos partiram dos seguintes pressupostos:Considerando que o reconhecimento da dignidade
inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o
fundamento da liberdade,da justiça e da paz no mundo;Movimentos Sociais, do Terceiro Setor Considerando
que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homem conduziram a atos de barbárie que revoltam a
consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e
de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem;Considerando
que é essencial a proteção dos direitos do Homem através de um regime de direito, para que o Homem não
seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e ao pressão;Considerando que é essencial
encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações;Considerando que, na Carta, os povos das
Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos fundamentais do Homem,na dignidade e no valor
da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declaram resolvidos a favorecer
o progresso social e a instaurar melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais
ampla;Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em cooperação com a
Organização das Nações Unidas,o respeito universal e efetivo dos direitos do Homem e das liberdades
fundamentais;Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta
importância para dar plena satisfação a tal compromisso:A Assembleia Geral proclama a presente Declaração
Universal dos Direitos Humanos como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fi m de
que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem,
pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por
medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e
efetivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados
soba sua jurisdição. Artigo 1°Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Com o fi m da Segunda Guerra e suas
atrocidades,o mundo se viu na necessidade de ir contra a barbárie humana, em busca da preservação da paz
mundial. Nesse sentido, paulatinamente, formou-se a Organização das Nações Unidas, que, em 1948, adotou
e proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Aula 10
CONCEITOS, CATEGORIAS, TIPOLOGIA, ESTÁGIOS DEFORMAÇÃO, CONDIÇÕES
ESTRUTURAIS E FATORES SOCIAIS FAVORÁVEIS À FORMAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Os movimentos sociais podem ser conceituados e categorizados de diversas formas. Há, entretanto, duas
ordens bem definidas de movimentos sociais: uma passiva e uma ativa. Nestas duas ordens encontramos
outros aspectos de tipificação de ordem sociológica, dependendo da natureza específica de cada movimento.
São esses tipos: a) migratórios; b) progressistas; c) conservacionistas ou de resistência; d) regressivos ou
reacionários; e) reformistas; f) expressivos; g) utópicos; e/ou revolucionários estágios de agitação, excitação,
formalização e institucionalização. Tal articulação, como vimos, poderá ser de ordem passiva ou ativa. Por
último, quanto aos fatores sociais relevantes para a formação demovimentos sociais, salientam-se as
correntes culturais, a desorganização social ou a anomia, e o descontentamento social como aspectos de
natureza sociológica propulsores para os movimentos sociais. CONDUTAS COLETIVAS. Os movimentos
sociais decorrem de uma dinâmica complexa entre os diferentes segmentos da sociedade. Seus membros
parecem dividir um sentimento comum de inadequação e injustiça social voltando-se para a união mediante a
impossibilidade de se adaptarem dentro de mecanismos estruturais legitimados, acabando por se articularem
para a gerência de ações capazes de afetar tais mecanismos dos sistemas sociais a fim de viabilizar sua
inserção social.
Aula 11
Neste novo módulo, apresentaremos a complexa rede que constitui a gênese do desenvolvimento cognitivo:
da origem das MOÇÕES humanas à tendência de VOLIÇÕES. Selecionando Deleuze e Guattari (1980) e seu
conceito de Rizoma para melhor elucidar o conceito de Rede, indicamos, a seguir, suas ideias básicas, a fi m
de que você possa entender como se realizam as interseções entre os campos da Educação, da moção e da
volição, no desencadeamento da ação capaz de transformar a face do mundo. Os bulbos, os tubérculos são
rizomas (...) até os animais o são em sua forma de matilha; ratos são rizomas. O rizoma nele mesmo tem
muitas formas diversas, desde sua extensão superficial ramificada em todos os sentidos até suas concreções
em bulbos e tubérculos. Ao longo das aulas, você se familiarizará com as condições biopsicossociais que
favorecem a ação participativa das pessoas no mundo. Ação que pode ser analisada pela complexa relação
estabelecida em rede e da qual dependem os Movimentos Sociais e a própria Educação; ação cujos
procedimentos encerram uma dinâmica de “encontros” e “bifurcações”, em dimensões múltiplas,
entrelaçadas em rede, constituindo o movimento da vida e do mundo. O RIZOMA COMO NOÇÃO DE
REDE: UM PARADIGMA TEÓRICO, CONFORME DELEUZE E GUATTARIO conceito de Rede funda
um avanço teórico cujo paradigma não se pode ignorar nos dias que correm. Este conceito explica a
realidade que se concretiza múltipla em direções diversas, atingindo e alterando nossas vidas. As tocas o são,
com todas as funções de habitat, de provisão, de deslocamento, de evasão e de ruptura.