PLANEJAMENTO CRAS LOURDES
PLANEJAMENTO CRAS LOURDES
PLANEJAMENTO CRAS LOURDES
Objetivo Geral:
Promover conscientização e diálogo sobre a violência contra a mulher, fortalecendo a
autoestima e o senso de coletividade do grupo, com base em histórias reais, teorias feministas
e o papel do psicólogo na prevenção e enfrentamento.
Muitas vezes, em relacionamentos abusivos, a mulher se dedica tanto à outra pessoa que
acaba esquecendo de si mesma. Essa estrofe fala sobre o desejo de ser vista e reconhecida
pelo parceiro, enquanto todo mundo percebe o esforço, menos ele. Vamos pensar no impacto
emocional disso. Questionamentos:
Uma importante filósofa e escritora francesa que ajudou a lançar as bases do feminismo
moderno. Sua obra mais conhecida, "O Segundo Sexo" (1949), discute como a sociedade
constrói o papel da mulher, criando desigualdades e opressões entre homens e mulheres. No
livro ‘O Segundo Sexo’, ela fala sobre como a mulher muitas vezes é vista como ‘o outro’ ou
seja, como algo inferior e diferente em relação ao homem, que é visto como o padrão
universal.
Beauvoir disse que, historicamente, os homens eram considerados o 'normal' ou o 'universal'.
Já as mulheres eram tratadas como algo 'à parte', como se fossem definidas apenas em relação
aos homens: esposa de alguém, mãe de alguém, ou alguém que precisa ser cuidada
Beauvoir também destaca que os papéis de gênero (o que "esperam" de homens e mulheres)
não são naturais, mas sim construções sociais.
Explicação para o grupo:
A frase indica que a biologia (nascimento com características femininas, como útero e seios)
não define automaticamente o que significa "ser mulher" em termos sociais, emocionais e
culturais. Para Beauvoir, as mulheres aprendem a ocupar uma posição subordinada porque a
sociedade patriarcal as ensina a se enxergar como "Outro"
Para Beauvoir, a libertação da mulher passa por desconstruir essas ideias de submissão e
inferioridade, rompendo com os papéis que sustentam a violência. Isso está diretamente
relacionado ao combate à violência contra a mulher:
Empoderar mulheres: Ensinar que elas têm direito à liberdade, à dignidade e ao respeito.
Educar a sociedade: Mostrar que a violência não é uma questão privada, mas uma forma de
opressão sistêmica que precisa ser combatida.
Reflexão (Lucas)
Simone de Beauvoir ajuda a entender que a violência contra a mulher não é um problema
individual ou isolado, mas um reflexo de um sistema patriarcal que constrói a mulher como
subordinada. Combater essa violência exige desconstruir esses papéis sociais, promover
igualdade de gênero e garantir que as mulheres tenham autonomia sobre suas vidas.
● Quando vocês eram jovens, como acham que a sociedade esperava que as mulheres
se comportassem?
● Quais eram os papéis mais comuns que as mulheres precisavam desempenhar
naquela época?"
Maria da Penha Maia Fernandes é uma mulher brasileira que se tornou um símbolo da luta
contra a violência doméstica após sofrer graves abusos por parte de seu então marido.
Durante anos, ela foi vítima de violência física e psicológica. Em 1983, após várias tentativas
de fugir, o agressor tentou matá-la, atirando contra ela enquanto dormia, deixando-a
paraplégica.
O caso de Maria da Penha ficou famoso porque a justiça brasileira demorou a agir diante da
gravidade dos abusos. Ela lutou por justiça por quase duas décadas, e seu caso se tornou um
marco na luta contra a violência doméstica no Brasil. Em 2006, a Lei Maria da Penha foi
sancionada, oferecendo mais proteção às mulheres vítimas de violência doméstica. Maria da
Penha continua sendo uma defensora dos direitos das mulheres e um símbolo de resistência.
“Ele começou a ser agressivo depois dos quatro anos de casados. Depois a gente ficou
observando, foi depois de ter sido naturalizado brasileiro. Então eu ficava me perguntando o
porquê da mudança. "O que eu fiz?". Você fica se perguntando. Ele era surpreendente. Eu não
sabia quando ele ia chegar de bom humor, de mau humor. Ele era mais de gritar, de mostrar
que ia partir para uma agressão. Você começa a recuar. Ele era agressivo principalmente com
as crianças. Isso era o que mais me feria.”
Eliza Samudio foi uma mulher brasileira que se tornou conhecida devido à tragédia que
envolveu sua morte, marcada por violência doméstica extrema. Eliza foi vítima de um
relacionamento abusivo com o jogador de futebol Bruno, que, em 2010, planejou e executou
o seu assassinato.
Ela foi desaparecida por meses, e seu corpo nunca foi completamente encontrado, mas as
evidências levaram à conclusão de que ela foi morta, possivelmente com a ajuda de
comparsas. Eliza já havia denunciado Bruno diversas vezes por agressões físicas e ameaças, e
seu caso se tornou um exemplo trágico de como a violência contra a mulher pode escalar,
culminando em assassinato.
“Quando ele [Bruno] diz que 300 anos em prisão perpétua não vai trazer a vítima de volta,
minha filha é essa vítima, assassinada, dada aos cães. Eu não pude enterrar seu corpo, não sei
se isso vai me ser dado um dia, se a Justiça vai conseguir fazer eles falarem o que fizeram
com o corpo da minha filha. Mas meu neto vai ter que viver com essa dúvida também? Se pra
mim é difícil, imagino pra ele. Porque na vida dele existe um peso a mais: foi o pai que
matou a mãe. Eu tento proteger sua inocência e sua infância, mostro foto da mãe, digo que ela
virou uma estrela no céu, em casa a gente não liga a televisão, ele tem contato com poucas
pessoas. Mas em algum ponto ele vai saber o que aconteceu e eu temo por esse momento.”
Luiza Brunet viveu um relacionamento abusivo com Lírio Parisotto, que começou nos anos
2000. Durante o relacionamento, Luiza foi vítima de violência física, psicológica e financeira.
A violência financeira se manifestou de diversas formas, como o controle absoluto sobre o
dinheiro dela e o isolamento em relação aos seus bens.
"Eu sempre tive uma família estruturada e sempre fui discreta em minha vida pessoal. É
doloroso aos 54 anos ter que me expor dessa maneira. Mas eu criei coragem, perdi o medo e a
vergonha por causa da situação que nós, mulheres, vivemos no Brasil. É um desrespeito em
relação à gente. O que mais nos inibe é a vergonha. Há mulheres com necessidade de ficar ao
lado do agressor por questões econômicas, porque está acostumada ou mesmo por achar que
a relação vai melhorar"
"Ele já me bateu, mas ele não me bateu tão forte. Ele me deu um empurrão, me pegou, me
deu um empurrão... eu fiquei assustada." Emilly também revelou que estava com roxos e que
Marcos ficou irritado quando ela mencionou isso, tentando minimizar a situação.”
Em 2020, a cantora falou abertamente sobre o abuso sexual que sofreu aos 14 anos na série
documental Anitta: Made in Honório, da Netflix. Sozinha e se gravando com uma câmera, ela
afirmou que se envolveu com um "homem autoritário" e que tinha "medo das reações dele
quando ele estava estressado". Assim, ela aceitou se relacionar com ele por receio do
comportamento dele.
"Quando eu cheguei lá, eu realizei que não era certo fazer aquilo por medo nem nada. Eu
falei que eu não queria mais, mas ele não ouviu. Ele não falou nada. Ele só seguiu fazendo o
que ele queria fazer. [...] Quando acabou, ele saiu, foi abrir uma cerveja, eu fiquei olhando
para a cama cheia de sangue", narrou. Em seguida, ela afirma que só tinha parado de pensar
que a culpa era dela há pouco tempo.
O psicólogo oferece um espaço de escuta sem julgamentos, onde a mulher pode compartilhar
suas experiências. É fundamental que ela se sinta segura para falar sobre o que está passando.
O psicólogo ajuda a vítima a compreender que tipos de violência ela pode estar sofrendo,
como a psicológica, que é menos visível mas extremamente prejudicial.
Por lei, o psicólogo deve notificar os casos de violência para que sejam registrados no sistema
de saúde. Isso ajuda a construir dados para criar políticas públicas e não compromete o sigilo
do atendimento. A notificação é obrigatória segundo a Lei Federal nº 10.778/2003. Trata-se
de um registro interno com fins epidemiológicos, encaminhado ao Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN). O objetivo é criar dados que subsidiem políticas públicas
eficazes para enfrentar a violência contra a mulher. O psicólogo que não realiza a notificação
torna-se omisso, comprometendo a construção de estratégias de intervenção.
O psicólogo deve atuar em parceria com a rede de proteção à mulher, que inclui:
● Delegacias especializadas.
● Serviços de saúde.
● Centros de referência.
● Abrigos e assistência social.
Além disso, deve contribuir para o fortalecimento dessa rede, promovendo a integração entre
os serviços.