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Maria Isabel

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UNIVERSIDADE SERRA GERAL

MARIA ISABEL ALVES SERAFIM

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Janaúba

2024
UNIVERSIDADE SERRA GERAL

MARIA ISABEL ALVES SERAFIM

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Artigo apresentado à Universidade Serra


Geral, como exigência para a conclusão do
curso de Pós-Graduação em Educação
Especial.

Janaúba

2024
RESUMO: A inclusão de alunos com deficiências nas escolas vem ocorrendo de
modo gradual. Dessa forma, é relevante assegurar esses direitos, por meio de
determinações legais, pesquisas e debates em relação a temática, mostrando a
relação da interação de discentes com deficiência nos ambientes educacionais,
enquanto cidadãos, com seus direitos delineados no desenvolvimento social e
intelectual. O lúdico faz parte da vida de toda criança. Atividades bem elaboradas
podem trazer resultados benéficos na vida do aluno inclusivo. O processo de
inclusão
impõe inúmeros desafios no ambiente escolar. Os vínculos afetivos do educando
com jogos, brinquedos e brincadeiras facilita na fase de adaptação na escola. O bom
relacionamento do aluno inclusivo com o professor de apoio é essencial para
construção de sua fidelidade com a escola e socialização com os colegas. O lúdico
pode contribuir positivamente no comportamento da criança no seu primeiro contato
com o âmbito escolar. A inclusão de alunos impõe inúmeros desafios aos
professores das salas de recurso/professor de apoio. O estudo se justifica uma vez
que a atividade lúdica norteia um trabalho pedagógico que visa o desenvolvimento
significativo do educando, pois a brincadeira e o jogo constituem um veículo
privilegiado de educação e favorecem o processo de ensino-aprendizagem.
Objetiva-se com este estudo observar como as atividades lúdicas promovem os
processos de inclusão escolar. Adotou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica
com base nos conceitos de
estudiosos sobre o assunto, foram utilizados artigos e livros para compreensão
do tema abordado. Portanto, o lúdico pode melhorar o aprendizado, como proposta
de alteração de paradigmas, de modo que propicie a inclusão, a oportunidade de
conhecer, de saber quais atividades pertinentes para o educando que possui
necessidade especial.

Palavras-chaves: ludicidade, educação especial, inclusão, necessidades especiais.


1- INTRODUÇÃO

Neste estudo busca-se entender a importância do lúdico no processo


inclusivo da criança na escola regular. Busca-se também, entender o recurso lúdico
como ponte de apoio para crianças em processo de inclusão, tendo como ponto
principal os benefícios que a criança pode adquirir através do lúdico.
O lúdico é um forte aliado aos instrumentos metodológicos para a criança, na
fase infantil pode se destacar inúmeros resultados positivos, capazes de promover
uma socialização com mais facilidade, da integração a inclusão, do lúdico a
aprendizagem e desenvolvimento cognitivo, intelectual e motor.
A pesquisa pretende apresentar os efeitos benéficos que a ludicidade
proporciona para a inclusão, a fins de refletir sobre as possibilidades de intervenção
no processo de ensino-aprendizagem com a utilização do lúdico como recurso
pedagógico.
Neste sentido, vale ressaltar a importância de identificar meios de conquistas,
adaptações e estímulos, adquirir a confiança no espaço escolar. A preparação do
professor de apoio é fundamental neste processo de adaptação e inclusão. O lúdico
contribui muito na socialização, controle da ansiedade e emoções, medos e
ansiedade.
A escola atual não deve adotar o lúdico somente como uma diversão, um
passatempo, mas também como integração construtiva e inovadora, pois o processo
inclusivo ainda caminha muito lentamente nas escolas, o lúdico é um excelente
recurso pedagógico neste sentido.
Procura se com o estudo responder o seguinte problema: Qual a importância
dos jogos lúdicos para a contribuição da aprendizagem e inclusão de alunos na
educação ?
O objetivo Geral é Observar como as atividades lúdicas promovem os
processos de inclusão escolar de uma criança especial. E os objetivos específicos:
são promover a interação das crianças através de estratégias lúdicas diversas;
pesquisar atividades que incentivem o raciocínio lógico como fonte de prazer e
diversão e identificar os jogos e brincadeiras como ferramenta de desenvolvimento
da criança autista.
O presente estudo se justifica uma vez que a atividade lúdica norteia um
trabalho pedagógico que visa o desenvolvimento significativo do educando, pois a
brincadeira e o jogo constituem um veículo privilegiado de educação e favorecem o
processo de ensino-aprendizagem. Eles fazem parte da infância, possibilitando que
a criança ultrapasse o mundo real, transformando-o em imaginário. Além disso, a
brincadeira é uma das formas encontradas para expressar sentimentos e desejos,
expor as emoções, além de reforçar os laços afetivos e elevar o nível de interesse
da criança com brincadeira. Diante disso, para atender a criança autista, são
necessários métodos e técnicas adaptadas para que a inclusão aconteça. Um
planejamento sistematizado em que as brincadeiras e jogos sejam aplicados
constantemente ajudando os alunos autistas a reconhecerem o mundo ao seu redor
que favoreça a interação entre os pares.
Adotou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica com base nos conceitos
de estudiosos sobre o assunto, no qual foram utilizados artigos e livros para
compreensão do tema abordado. Será feito uma explanação sobre o movimento
escolar e seus desafios no âmbito educativo, será mostrado também a ludicidade
como ponte para a aprendizagem e desenvolvimento infantil. Será abordada
também a necessidade das adaptações para a sala inclusiva nos dias atuais, e o
quanto um professor inteirado nas tecnologias pode ajudar das atividades
educativas especiais.
2 SALA INCLUSIVA E SUAS ADAPTAÇÕES

Atualmente não se pode pensar em inclusão sem adaptações curriculares,


estrutural e de recursos para facilitar a ação pedagógica no contexto inclusivo.
Pensando nisso, é importante ressaltar o quanto a inovação pode trazer novas
formas de ensinar de modo simples e prático. ( ARANHA, 2014).
A escola inclusiva deve receber o aluno com necessidades educativas
especiais de forma que não se sinta apenas incluso mas também integrado no
âmbito educacional.
Conforme Fátima ( 2014), o professor precisa aceitar o desafio da inclusão e
mobilizar outros professores independente da sua área de formação, oferecer
formas de facilitar a integração da criança para que a adaptação ocorra de modo
natural.

É necessário também organizar atividades individuais promovendo


autonomia, sendo que devem ser programadas dentro das possibilidades do
aluno. Elas são válidas para fixar conceitos e realizar um acompanhamento
mais pormenorizado do processo de cada aluno, comprovando o nível de
compreensão alcançado e detectando em que pontos encontram
dificuldades. (FÁTIMA, 2018, P 104)

Cada escola possui uma realidade diferente, então é necessário que haja um
trabalho de conscientização da equipe, ou seja um professor de apoio para ajudar o
professor e o aluno especial.
Para que a inclusão ocorra de forma leve e responsável, é fundamental
parcerias entre a escola, pais ou responsáveis e outros profissionais como
psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicopedagogos entre outros, dentro e fora
da escola. O processo de inclusão e autonomia não deve ser somente entre os
muros da escola, mas também na sociedade onde o educando está inserido
( ARANHA, 2014).
Sobre os recursos de tecnologias assistivas, Minetto (2018) ressalta que,
eliminar barreiras arquitetônicas, fazer adaptações necessárias ao espaço físico da
escola, incluindo banheiros, pátios, rampas, carteiras especiais, selecionar materiais
pedagógicos adaptados, dentre outros, são ações muito importantes.
Assim, é preciso considerar os materiais de apoio deve atender as limitações
de cada aluno, desde o objetivo mais simples como a fita crepe para prender a folha
de papel até os recursos mais sofisticado, partindo do ponto de vista tecnológico.
A comunidade escolar juntamente com os responsáveis pela criança, devem
conscientizar que todas as adaptações e investimentos são válidos para
proporcionar a autonomia do aluno e sua integração na sociedade (MINETTO,
2018).
As modalidades de tecnologias assistivas podem classificadas em
acessibilidade física, acessibilidade a computador, acessibilidade de internet, apoios
educativos e a comunicação.

2.1 LUDICIDADE COMO PONTE PARA A APRENDIZAGEM E


DESENVOLVIMENTO INFANTIL

A ludicidade deve ser pensada no sentido de sistematizar conhecimentos


teóricos e práticos para a utilização do lúdico como suporte pedagógico pelos
professores de apoio, em salas de recurso no processo adaptativo e inclusivo da
criança.
RAU (2015) sugere alguns jogos educativos como o cachorro e o osso,
explorando possibilidades de movimento, as cores, o corpo, a estátua dançante
entre outras.
A autora ainda classifica os jogos como:
• Jogos de regras: são aqueles que relacional à construção de limites por parte
da criança e seu contexto social e educativo.
• Jogos de exercício sensório-motor: A finalidade desse tipo é o prazer
funcional, é quando a criança realiza uma atividade sem valor instrumental,
mas que justifica por si mesma.
• Jogo simbólico: é a atividade lúdica manifestada sob a forma da imaginação e
de imitação;
• Jogos de construção: possibilita a reconstrução do real, uma cena visível ou
um acontecimento. A sua prática retorna aspectos da vida social, da vida do
trabalho, da vida optativa.
O lúdico é um recurso pedagógico que auxilia muito na aprendizagem e
desenvolvimento das crianças em processo de inclusão. Os resultados são
positivos através dos jogos, brinquedos e brincadeiras, a preparação do professor de
apoio/ sala de recursos é fundamental para construção de uma escola inclusiva
funcional.
O lúdico facilita a metodologia do professor de educação especial, pois o ato
de brincar é prazeroso para a criança, contribui para a socialização, facilita a
integração, contribui muito para aprendizagem, desenvolvimento cognitivo,
intelectual e motor. O lúdico contribui muito para a interação, controle da ansiedade
e emoções, medos e ansiedade ( RAU, 2015).

A inclusão escolar leva em consideração a pluralidade das culturas, a


complexidade das redes de interação humana. Não está limitada à inserção
de alunos com necessidades especiais nas redes regulares de ensino. Além
disso beneficia a todos os alunos excluídos das escolas regulares e
denuncia o caráter igualmente excludente de ensino tradicional ministrado
nas dalas de aula, motivando um profundo redimensionamento nos
processos de ensino de aprendizagem. (MACHADO 2019, P. 14)

Os professores especializados na área de educação Inclusiva passam por


inovações constantes no espaço educativo. Ainda é comum nas escolas se deparar
com professor inseguro, precisa haver maior preparação destes profissionais para
fazer um atendimento adequado para a criança especial.
Se a educação é inclusiva é preciso ter coerência entre o que é próprio do
ensino regular e o que é próprio do ensino especial, para isso é necessário
capacitação para entendimento do universo inclusivo ( MACHADO, 2019).
Nesta linha de raciocínio, vale ressaltar que o professor de apoio deve buscar
constantemente formas de intervenção no processo de ensino aprendizagem, a
utilização do lúdico no exercício das atividades é um excelente recurso, pois
proporciona meios de conquistas, propicia melhor adaptação e integração das
crianças em processo de inclusão, adquirir a confiança no espaço escolar
( SANTOS, 2016).
O autor ainda afirma que a escola atual deve adotar o lúdico como ponte para
uma integração construtiva e inovadora. O processo inclusivo precisa de muito
suporte dos órgãos competentes, pois ainda existem escolas que não apresenta
condições mínimas para atender alunos com Necessidades Especiais.
O lúdico é um excelente recurso pedagógico neste processo, o ato de brincar
é uma atividade que faz parte da vida de toda criança, deve ser utilizada de maneira
bem elaborada para contribuir no processo adaptativo, de aprendizagem e
desenvolvimento integral da criança.
O lúdico é um forte suporte pedagógico, pois atividades bem elaboradas
prende a atenção, se sentem seguros ao expor a criatividade, a visão crítica
enriquecendo o cotidiano infantil com a inserção de brinquedos e brincadeiras.
Ainda com o autor,

A escola é um elemento de transformação da sociedade, sua função é


contribuir, junto com outras instancias da vida social, para que essas
transformações se efetivem. Nesse sentido, o trabalho da escola deve
considerar as crianças como seres sociais e trabalhar com elas no sentido
de que sua integração seja construtiva. (FRIEDMANN 2006, P.54).

Atualmente um aspecto de grande importância ao profissional que atua na


educação infantil e ensino fundamental é a inclusão. A escola regular precisa estar
preparada fisicamente, com material didático adequado e com profissionais que
atendem essa demanda para que juntos possam contribuir para construção da
escola inclusiva ( SANTOS, 2016).
É comum nas escolas ouvir questionamentos inseguros por parte do
professor sobre as linguagens: artes visuais, música, dança teatro e dança. A lei de
Diretrizes e Bases da Educação Especial Nacional nº 9394/96 diz que:

A modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede


regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
Haverá, quando necessário serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. O
atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições especificas do aluno,
não for possível a sai integração nas classes comuns de ensino regular.

A legislação é clara em manter a inclusão desse aluno na escola regular,


neste raciocínio é importante e necessário que os professores conheçam e
aprofundem neste assunto para entender a importância da escola se preparara para
receber o aluno inclusivo.
Toda criança desde muito cedo já traz consigo uma manifestação
espontânea em alguma linguagem artística cabe ao adulto oferecer recursos
materiais. Já no período sensório motor começa a manifestar capacidades,
habilidades e potencialidades.
A ludicidade pode ser utilizada pelos profissionais de apoio, no processo de
desenvolvimento das habilidades e capacidades de um portador de necessidades
especiais. Por meio dos jogos, brinquedos e brincadeiras, a criança é capaz de
construir suas próprias manifestações.
Para o deficiente físico, o professor precisa conhecer as causas e o tipo de
deficiência, é importante planejar atividades de coordenação motora, como pinturas
com os dedos adaptado com fita adesiva, recursos lúdicos, promovendo a sensação
de capacidade na criança e principalmente, sua integração na sociedade.
Geralmente o deficiente auditivo apesar de não ouvir ou ouvir pouco, tem uma
grande percepção para a música devido sentir as vibrações, neste sentido o uso da
música é uma forma eficaz e alegre de desenvolver a fala natural.
O deficiente visual por exemplo costuma ser mais sensíveis às artes visuais,
como também para a criança que não possui a deficiência. Geralmente expressam
através da expressão, linguagens, interpretação, interpretação, reprodução de ideias
e imagens.

2.2 TIPOS DE LINGUAGENS ARTÍSTICAS

2.2.1 Música

Tendo como visão inicial que a música é uma ferramenta eficaz no processo
de inclusão, têm-se como embasamento que perante a formalização do Referencial
Curricular para a Educação Infantil (RCNEI):

A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de


expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio
da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A
música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações:
festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas
etc. (BRASIL, 1998, p. 45).

As atividades e conteúdos musicais estimula a criança em todas as etapas do


processo de inclusão a partir da utilização dos jogos como meio pedagógico. O
aspecto criativo e lúdico deve propiciar uma sensação de descoberta de habilidades,
a criança é capaz de atender seus desejos e interesses a partir de uma brincadeira.
A música proporciona expressão de sentimentos, emoções, alegrias,
reflexões, e ampliação dos conceitos musicais.

A música é uma linguagem universal, mas, com muitos dialetos, que variam
de cultura, envolvendo a maneira de tocar, de cantar, de organizar os sons
e de definir as notas básicas e seus intervalos (JEANDOT,1997, p.12).

O autor ainda, notifica-se ainda que:

O conceito da música varia de cultura para cultura. Embora a linguagem


verbal seja um meio de comunicação e de relacionamento entre os povos,
constatamos que ela não é universal, pois cada povo tem sua própria
maneira de expressão através da palavra, motivo pelo qual há milhares de
línguas espalhadas pelo globo terrestre (JEANDOT,1997, p.12).

Sabe-se que a música está presente na vida de todas as pessoas, porém


cada cultura traz consigo uma tradição histórica com gostos musicais variados. A
música é capaz de estimular a exploração de sons, exercita o controle do gesto, da
interpretação e leitura musical, desenvolve a prática da criação musical e da escrita.
Os elementos ligados a exploração sonora, criação e interpretação musical são para
este tipo de linguagem.
De acordo com Godoi (2011, p. 18):

Presente em diversas atividades da vida humana, a música se apresenta


também de muitas formas no contexto da educação infantil. Podemos ver
isso nas diversas situações, como nos momentos de chegada, hora do
lanche, nas comemorações escolares como danças, nas recreações e
festividades em geral. E não é diferente na vida das crianças em suas
relações com o mundo.
(GODOI 2011, P. 18)

Conforme o autor bem ressaltou, a música pode ser inserida em muitos


momentos da vida escolar, pois além de fazer parte da infância da criança, quando
utilizada como meio educativo, facilita na captação da mensagem, por exemplo, a
música na hora do lanche faz com que os alunos entendam que é necessário ter
horário e se alimentar corretamente para ficar forte e crescer.
De acordo com o autor Hentschke (2003), as funções da música no contexto
escolar são:

Auxiliar crianças, adolescentes e jovens no processo de apropriação,


transmissão e criação de práticas músico-culturais como parte da
construção de sua cidadania. O objetivo primeiro da educação musical é
facilitar o acesso à multiplicidade de manifestações musicais da nossa
cultura, bem como possibilitar a compreensão de manifestações musicais
de culturas mais distantes. Além disso, o trabalho com música envolve a
construção de identidades culturais de nossas crianças, adolescentes e
jovens e o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Nesse sentido, é
importante que a educação musical escolar, seja ela ministrada pelo
professor uni docente ou pelo professor de artes e/ou música, tenha como
propósito expandir o universo musical do aluno, isto é, proporcionarlhe a
vivência de manifestações musicais de diversos grupos sociais e culturais e
de diferentes gêneros musicais dentro da nossa própria cultura.
(HENTSCHKE 2013, P. 181)

Desenvolver a memória auditiva e gestual pela repetição de propostas feitas


pelas pessoas, introduz a noção de frase musical e ligação de uma ideia que existe
e a nova. Os professores podem utilizar este recurso como um meio eficaz de
preparo das habilidades requeridas para a alfabetização, numerais, cores, higiene e
muitos outros.
Ferreira (2002, p. 22), traz consigo e de forma compartilhada as seguintes
dicas para se trabalhar a música na educação infantil:
 O professor deverá iniciar as atividades a partir das percepções das crianças
em relação a si mesmo e a partir daí, com o ambiente próximo e o mundo
mais distante. Começando com os ritmos fáceis, melodias simples, pois isso é
fundamental.
 Mesmo recomendando que os professores iniciem as experiências musicais
com as crianças a partir de sons e ritmos que elas possam reproduzir com o
seu próprio corpo, lembramos que o canto é uma manifestação global da
música. E, pelo entusiasmo e alegria que desperta na criança, pode e deve
estar sendo desenvolvido ao lado de outras atividades.
 As brincadeiras musicais devem ser propostas de forma criativa e inovadora,
para se tornarem mais interessantes. O resultado do grau de satisfação das
crianças vai depender da atuação e entusiasmo do professor.
 O entusiasmo do professor poderá evitar, ainda, que a vivência musical se
transforme numa experiência passiva ou numa atividade de pouco interesse.
 O professor deve evitar impor atividades musicais. Ao invés de “ensinar
música”, deve apenas sugerir e orientar o desenvolvimento das atividades. É
necessário que a criança seja incentivada a descobrir, experimentar e criar
ritmos, sons e movimentos.
 Sempre que possível, as descobertas ou experimentações musicais devem
ser feitas em rodas, ao ar livre ou na própria sala. As demonstrações
individuais de cada criança feitas nas rodas favorecerão a concentração do
grupo que, em seguida, repetirá em conjunto. Dessa forma, todas as crianças
serão valorizadas e o grupo todo perceberá a diferença entre os sons e os
ritmos produzidos, individual e coletivamente.
A expressão musical da criança deverá ser vivenciada através da voz e do
movimento, da prática e da audição, em situações de criatividade e com a utilização
de material sonoro. É importante valorizar e aproveitar os conhecimentos que a
criança traz para a escola para em seguida introduzir as novidades.

2.2.2 Dança

A dança pode ser entendida como uma sequência ou ritmo de movimentos


corporais ao som musical.

O bebê, desde que nasce, e sem dúvida antes mesmo de nascer, já é


sensível aos ritmos, aos sons ritmados, à música, eles o incitam a se mexer
no berço, a fazer movimentos, atividades esta que se exerce segundo uma
certa cadência, constituição assim, desde já, uma forma de dança.
(GUYLAINE E BLOT 2022, P 161)

A dança é fundamental para que a criança harmonize de forma de forma


integrada as potencialidades cognitivas, motoras e afetivas. Proporciona a liberdade
de expressão, a socialização entre as crianças, é uma das maneiras de conhecer o
próprio corpo, fator contribuinte para o desenvolvimento integral. Santos (2016 p.47),
defende a ideia que,

Nessa prática, os alunos descobrem que o corpo, o gesto, o movimento, a


pausa, o olhar “falam” e oferecem muitas possibilidades de expressão. A
dança revela o potencial expressivo corporal da pessoa que, por sua vez,
consegue fazer transparente seus estados de ânimo e seus limites. A
atividade de dança é prazerosa e não competividade. (SANTOS 2016 P.47)

Atividades musicais promovem a interação e linguagem com o corpo e


gestos, se torna um espelho de emoções com diferentes formas de transmitir
sentimentos. A dança deve ser entendida pelos profissionais de educação especial e
regular como uma intervenção pedagógica funcional e não somente como um
passatempo ou uma atividade competitiva.
Assim segue os critérios de avaliação em dança apontados primeiramente
pelos PCN publicados no ano de 1997:
Compreender a estrutura e o funcionamento do corpo e os elementos que
compõe o seu movimento; interessar-se pela dança como atividade coletiva;
compreender e apreciar as diversas danças como manifestações culturais.
Sendo assim segue os critérios a seguir, pela publicação no ano de 1998:
 Saber mover-se como consciência, desenvoltura, qualidade e clareza dentro
de suas possibilidades de movimento e das escolhas que faz;
 Conhecer as diversas possiblidades dos processos criativos em dança e suas
interações com a sociedade;
 Tomar decisões próprias na organização dos processos criativos individuais e
de grupo em relação a movimentos, música, cenário e espaço cênico; -
Conhecer as principais correntes históricas da dança e as manifestações
populares e suas influências nos processos criativos pessoais;
 Saber expressar com desenvoltura, clareza, critério suas ideias e juízos de
valor a respeito das danças que cria e assiste.
A produção de ideia, construção, processo criativo, a ação e a intervenção
acontecem simultaneamente, sendo aluno e professor ativos no processo, pois
avaliando ensina e a avaliação se caracteriza como processo de ensino.

A dança deve estar conectada ao uso do corpo suas reais possiblidades.


Enquanto processo dinâmico, o professor deverá ser capaz de, tendo posse
dos dados da observação, contextualizar de formas criativas conteúdos
artísticos em relação aos das outras áreas de conhecimento assim como
aos do cotidiano dos alunos. Quanto às possiblidades corporais, falamos da
importância em analisar o movimento em sua multiplicidade, como um olhar
sobre a totalidade mas como respeito à individualidade. (ZAGONEL 2009
P,60)

Tendo conhecimento dos pressupostos apresentados, entende-se que o


professor deve desenvolver e elaborar suas atividades sempre respeitando os
interesses, as potencialidades e habilidades e as limitações da criança.
A criança em processo de inclusão precisa se sentir num ambiente de
acolhimento, segurara e de respeito, onde possa interagir e integrar-se com
liberdade e segurança sobre, com respeito aos seus limites e com consciência de
que suas atitudes refletem no bom andamento da proposta do grupo ou colegas.

2.2.3 Teatro
O teatro por sua vez, é uma forma coletiva classificada em várias etapas e
processos para sua elaboração e realização.
No âmbito escolar, os jogos teatrais ou jogos dramáticos podem ser
trabalhados em várias disciplinas, a partir de um planejamento desenvolvido a fins
de proporcionar aprendizagem e desenvolvimento integral para criança.
Assim, conforme Guylaine e Blot (2022), todo indivíduo, independentemente
do seu nível de instrução e da camada social na qual se insere, deve poder praticar
a atividade do teatro, com a finalidade de expressar e de criar.
O teatro proporciona maior integração, participação coletiva, cooperação,
reflexão e socialização de todo o grupo. Na capacidade de concentração, atenção,
observação, desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo, trabalho em equipe a partir
de uma obra conjunta.
A compreensão das regras do jogo, empenho pessoal, expressão,
organização, sensibilidade em ajudar o outro, despertar a capacidade de improviso,
potencializar habilidades etc.

O teatro auxilia o aluno a se expressar com o corpo, com a fala e como o


olhar; a buscar soluções criativas, inventando, adaptando e improvisando, a
ter disciplina de postura, de tempo e de lugar; a repetir uma ação inúmeras
vezes, aproximando-se gradativamente do que deve ser o melhor; a se
empenhar na busca da qualidade do que vai ser apresentado. A atuar em
equipe; a dirigir e ser dirigido, a se programar dentro de um orçamento
limitado, a avaliar e se auto avaliar. (SANTOS 2016, P.43).

Este tipo de atividade propicia a dramatização e a importância de todos os


elementos que fazem parte do teatro. Esta linguagem leva ao aluno expressar
diversos sentimentos que muitas vezes tem dificuldade de expressar através da fala,
no teatro a criança se solta, transmite seus sentimentos, emoções, tristezas,
alegrias, insegurança, medo, conquistas e revela suas habilidades.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O âmbito escolar é um espaço em que o professor e aluno vivem na busca


constante de conhecimento e aprendizagem. O lúdico é uma ferramenta muito
utilizada pelos professores de apoio, devido contribuir muito no processo adaptativo,
no desenvolvimento motor, intelectual e afetivo da criança.
A educação inclusiva constitui-se, portanto como uma proposta pedagógica
que assegura recursos e serviços para complementar ou suprir serviços
educacionais mais comuns.
O objetivo deste estudo foi alcançado com grande êxito, as pesquisas
contribuíram muito para a compreensão do tema. Acredita-se que o lúdico é muito
importante e fundamental para o processo de inclusão infantil.
Para a metodologia de pesquisa utilizada para elaboração deste estudo se fez
necessário a pesquisa qualitativa, sendo pesquisar a importância e a ligação entre o
lúdico e o processo de ligação infantil.
Para que se fosse possível a elaboração deste artigo foi fundamental a
pesquisa bibliográfica para compreensão do tema, com base nos autores que
defendem este tema.
Neste sentido vale destacar que o profissional da educação especial precisa
estar em processo permanente de aprendizado, deve elaborar atividades que
favoreçam a observação, exploração, associação, comparação, imaginação,
simbolização e expressão como cores, espaços planos e texturas.
Diante do estudo realizado, entende-se que o professor não deve se
acomodar em sua formação, deve pesquisar sempre novos métodos de ensino,
fazer capacitações e especializações para ampliar seus conhecimentos para levar
ao âmbito educacional.
A criança especial pode vivenciar de maneira natural situações que faz se
sentir encorajado a ampliar seus limites físico e cognitivo, a partir de uma brincadeira
como o teatro, brinquedo, dança, ao ouvir uma música, gestos etc.
Contudo vale ressaltar que infelizmente a realidade da escola regular atual
que atende crianças em processo de inclusão ainda precisa de muitas adequações,
é preciso se preocupar com a parte física, barras de apoio, rampas, banheiros
adaptados, marcações e cadeiras próprias para cadeirantes, recursos didáticos, e
entre outros, estes fatores são fundamentais para a construção da educação
inclusiva funcional.
Com base nos estudos feitos, a ludicidade além de ser um recurso muito
utilizado pelos professores de educação infantil e do ensino fundamental.
Para a atender a educação inclusiva não é diferente, os professores de apoio
defendem a ideia de que os jogos, brinquedos e brincadeiras propicia ao aluno em
processo de inclusão uma diversidade de benefícios, ajuda na cooperação e
integração com os outras crianças, favorece muito no desenvolvimento cognitivo,
motor, social e afetivo. A convivência com crianças da mesma idade é essencial para
que a própria criança se sinta integrada na escola
REFERÊNCIAS

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BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes


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FERREIRA, D. A. A importância da música na educação infantil. Rio de Janeiro.


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GIL, A. C., Métodos e técnicas de pesquisa social. Editora Atlas, São Paulo, 2006.
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