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Atividades Lúdicas Na Educação Especial

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ATIVIDADES LÚDICAS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Jhuliane Rodrigues Ferreira 1

RESUMO:

O brincar faz parte da infância e tem a capacidade de provocar estímulos


mentais agradáveis, trabalhando inconscientemente o raciocínio, a atenção,
concentração, coordenação motora e muitos outros aspectos da criança, faz com
que quando esta sofre adaptações necessárias e é usada como método pedagógico,
seja eficaz para o desenvolvimento dos mesmos.
Para que a pratica das atividades lúdicas sejam positivas quando aplicadas
na educação especial, é preciso que faça parte estratégia do professor durante todo
o processo com seus alunos e não somente uma parte aleatória, para que os alunos
possam tornar este método como uma forma auxiliadora para sua aprendizagem.
Buscar novas técnicas de aprendizagem para se trabalhar em sala de aula,
faz com que este processo se torne mais prazeroso e fácil; tais recursos tem a
capacidade de afetar os alunos em diversos aspectos, podendo alterar para melhor
a forme de comunicação, bem como de raciocínio dos mesmos; facilitando ainda a
visão de mundo do aluno.

Palavras-Chave:

Brincadeira; lúdico; aprendizagem; educação especial.

1Graduanda em Psicologia, pela UNIGRAN - Centro Universitário da Grande Dourados.


1 INTRODUÇÃO

Neste artigo abordaremos sobre os benefícios proporcionados a alunos


portadores de deficiência, pela ludicidade em sala de aula, bem como, sobre a
importância de adaptar e adquirir novas técnicas com o intuito de auxiliar a inclusão
dos alunos e a facilitar seu processo de aprendizagem.
Visto que o brincar faz parte da infância e que o mesmo tem a capacidade de
provocar estímulos mentais agradáveis, trabalhando inconscientemente o raciocínio,
a atenção, concentração, coordenação motora e muito outros aspectos da criança,
faz com que quando esta sofre adaptações necessárias e é usada como método
pedagógico, seja eficaz para o desenvolvimento dos mesmos.
A partir disto Freire e Schwartz (2005, apud FERNANDES, 2012, p. 15):
[...] ressaltam que a ludicidade associado a aspectos afetivos contribui para
a aquisição de habilidades específicas, privilegiando não só a construção do
conhecimento motor e técnico, mas uma dimensão mais afetiva, criativa e
humana. Esses autores também pontuam que o lúdico é capaz de ampliam
a gama de possibilidades pedagógicas, ao criar uma diversidade de ações
motoras básicas motivadas pela satisfação das expectativas e pelo respeito
às limitações e potencialidades.

Sendo assim o lúdico se torna essencial na educação infantil, pois por meio
dele a criança consegue desenvolver facilmente suas habilidades para o processo
da aprendizagem. Para Niles e Socha (2014, p. 82) “o educador deve direcionar toda
a atividade fazendo a brincadeira perder o caráter livre promovendo um caráter
pedagógico, promovendo interação social e o desenvolvimento de habilidades
intelectivas”.
A curiosidade que a gera na criança para participar da brincadeira traz alegre
para ela em realizar a tal atividade; assim é desejável conciliar esta curiosidade e
alegria da brincadeira com a aprendizagem escolar, pois brincando a criança
demonstra prazer em também aprender.
É importante salientar que no processo de ensino com alunos portadores de
deficiência, o educador deve sempre estar atento e conhecer a limitação destes
alunos, para que ele seja inserido no ensino regular como um todo; visto que para
isto ocorrer é necessário muitas vezes realizar adaptações em seus métodos de
ensinos, para que os mesmos sejam capazes de acompanhar os conteúdos em sala
de aula e desenvolva, além disto, a socialização, a autoconfiança, a motivação, a
superação e o prazer em estudar.
Neste contexto Mota e Pereira (p. 5) postulam que:
O ato de ensinar envolve sempre uma compreensão bem mais abrangente
do que o espaço restrito do professor na sala de aula ou às atividades
desenvolvidas pelos alunos. Tanto o professor quanto o aluno e a escola
encontram-se em contextos mais globais que interferem no processo
educativo e precisam ser levados em consideração na elaboração e
execução do ensino.

Os mesmos autores relatam ainda que “a aprendizagem tem um vínculo


direto com o meio social que circunscreve não só as condições de vida do individuo,
mas também a sua relação com o ambiente escolar e o estudo, sua percepção e
compreensão das matérias” (MOTA e PEREIRA, p. 10).
Para que a pratica das atividades lúdicas sejam positivas quando aplicadas
na educação especial, é preciso que faça parte estratégia do professor durante todo
o processo com seus alunos e não somente uma parte aleatória, para que os alunos
possam tornar este método como uma forma auxiliadora para sua aprendizagem.
Segundo o referencial Curricular da Educação Infantil (1998, p.23 apud
Dallabona 2004, p. 8):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras, e
aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para
o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser
e estar com o outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e
confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da
realidade social e cultural.

2 ATIVIDADES LÚDICAS

O brincar é uma característica essencial da infância, e o mesmo tem a


capacidade de oferecer a criança à exploração do mundo externo, através das
fantasias, dos desenhos, os jogos e cantigas. Tornando prazeroso e curioso o
mundo que se tem para descobrir.
As atividades lúdicas por sua vez se torna uma ferramenta facilitadora, por
meio do brincar, para se conseguir atingir com mais clareza o desenvolvimento do
mundo interno da criança, no qual se tem pouco acesso e de difícil compreensão do
sujeito, tornando assim, uma oportunidade natural da criança se desenvolver.
Segundo Ribas (1998, p.16) “a Ludoterapia é um modo de ajudar as crianças
a se ajudarem. A Ludoterapia baseia-se no fato de que as atividades lúdicas,
principal mente o jogo, é o meio natural de alto-expressão da criança”.
Sobre esta prática, Ribeiro (2013, p. 34), explica que:
A ludoterapia, por alguns designada de hora do jogo, pode, então, ser vista
com a finalidade de conhecer a realidade da criança, como técnica de
investigação e como possibilidade de intervenção, o mais precocemente
possível, num processo dinâmico que dá prioridade ao pensamento clínico e
emprega os instrumentos psicológicos e o próprio ludodiagnóstico de uma
forma flexível.

Calderal (2007, p.15), postula em seu artigo que “o brincar é um dos métodos
mais usuais de comportamento durante a infância, tornando-se um campo de ação
de grande estímulo e interesse para os profissionais no domínio do desenvolvimento
humano e educacional”.
A mesma autora ainda relata que “para Winnicot, a experiência da criança é
adquirida através da brincadeira e esta é uma parcela importante da sua vida. A
brincadeira é a prova evidente e constante da capacidade criadora, que quer dizer
vivência”. (WINNICOT, 1882, p. 163 apud CALDERAL, 2007, p. 15).
Neste contexto Ribas (1998, p. 26) explica que a atividade lúdica é
importante, pois:
O jogo, pelos seus relevantes poderes de coligar os dados perceptivos e
motores, desenvolver a capacidade cognitiva e afetiva, enriquecer a
linguagem, educar para a socialização tomou-se um dos instrumentos mais
eficazes para favorecer o desenvolvimento integral da personalidade.

Estes resultados positivos ocorrem pelo fato de que:


Os jogos produzem uma excitação mental agradável e exercem influencia
altamente fortificante. A felicidade assim obtida e o melhor dos tônicos. A
aceleração da circulação do sangue facilita o cumprimento de todas as
funções, tendendo, portanto, não só a alimentar e aumentar a saúde
existente, mas restaurá-Ia quando perdida. O extremo interesse que as
crianças denotam pelo jogo e a alegria com que a ele se entregam são tão
importantes quanto os exercícios que os acompanham (RIBAS, 1998, p.
29).

2.1. A IMPORTÂNCIA DE NOVAS TÉCNICAS PARA A APRENDIZAGEM

Segundo Wieczorkievicz (2017, p.12):

[...]a mudança política para criarmos ou desenvolvermos uma sociedade


mais ativa e politizada, com maiores possibilidades de construção de um
futuro melhor, começa pela escola, onde são apresentadas às futuras
gerações todas as possibilidades de conhecimentos e ideologias para a
formação de uma sociedade atuante e questionadora. É a partir desse
processo político e educacional que o estudante irá formar seu pensamento
crítico e seu conhecimento. Por este motivo se fazem necessárias todas as
atualizações e inovações do processo de aprendizagem dentro da escola, e
isto, por parte de toda a comunidade escolar. Afinal, a escola é a instituição
social base e primordial para todos os segmentos da sociedade, uma vez
que todas as áreas de conhecimento são passadas pela escola.

Buscar novas técnicas de aprendizagem para se trabalhar em sala de aula,


faz com que este processo se torne mais prazeroso e fácil; tais recursos tem a
capacidade de afetar os alunos em diversos aspectos, podendo alterar para melhor
a forme de comunicação, bem como de raciocínio dos mesmos; facilitando ainda a
visão de mundo do aluno.
Neste contexto vale ressaltar o que Masetto nos explica:
Estratégia e técnica não são a mesma coisa, o autor nos coloca que a
estratégia é um termo mais amplo que técnica. Estratégia é uma maneira de
se decidir sobre um conjunto de disposições, ou seja, são os meios que o
docente utiliza para facilitar a aprendizagem dos estudantes .Técnica são
recursos e meios materiais que estão relacionados aos instrumentos
utilizados para atingir determinados objetivos.(MASETTO, 2003, p.88 apud
BERGAMO, p. 02).

Usar metodologias diferenciadas para facilitar ou motivar a aprendizagem dos


alunos, é certamente uma escolha do professor e não uma obrigação didática; no
entanto é importante salientar que escolher novas técnicas não é garantia de
resultados somente positivos, pois é fundamental que os alunos também estejam
abertos para receber as novas experiências (BERGAMO, p. 07).
Quando falamos de maneiras diferentes de aprendizagem, não estamos nos
referindo apenas na tecnologia; no qual muitas escolas acreditam em dispositivos
eletrônicos como os computadores, mas sim, nos referimos em inovação dos
recursos pedagógicos, conseguindo ir bem além de simplesmente ensinar o
conteúdo aos alunos, mais ir, além disto, é compreender que os alunos precisam ser
motivados a aprender e que este processo não precisa ser repetitivo.
Para Wieczorkievicz (2017, p. 02) as novas técnicas educacionais tem um
papel fundamental no ensino aprendizagem e na colaboração da educação do país,
pois este processo deve estar em constante atualização para possuir as ferramentas
eficazes e contribuir com os alunos, preparando os mesmos para serem inseridos
futuramente no competitivo mercado de trabalho.
No lugar de um ambiente rígido ou cansativo, a sala de aula pode ser um
ambiente aberto a receber novas experiências; cabendo ao professor criar um
ambiente facilitador. Sendo assim a inovação no ensino deve-se ocorrer na intenção
de identificar as diversas capacidades de aprendizagem existentes nos alunos, visto
que novas metodologias devem sempre incentivar as habilidades dos mesmos.
2.2. BENEFÍCIOS DAS ATIVIDADES LÚDICAS COM ALUNOS ESPECIAIS

Noronha e Pinto (p.03), explicam que a educação especial se refere à


educação de alunos portadores de deficiências ou transtornos globais de
desenvolvimento; sendo assim a escola é organizada para atender as necessidades
especiais destes alunos e profissionais especializados como educador físico,
professor, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional devem
cooperar nestes atendimentos.
Os mesmo autores postulam que para receber estes alunos, é preciso se ter
uma educação inclusiva, no qual para eles:
É um processo em que se amplia à participação de todos os estudantes nos
estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da
cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que
estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística,
democrática que percebe o sujeito e suas singularidades tendo como
objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos
(NORONHA E PINTO, p.03).

Sendo assim, devem-se compreender os limites e as capacidades de cada


aluno, para que a partir disto seja possível alcançar resultados positivos da
aprendizagem como um todo. O professor juntamente com os outros profissionais
que lhe ajuda, como por exemplo, os monitores, coordenadores, psicólogos,
fonoaudiólogos e entre outros, devem estar atentos na individualidade de cada
aluno, para não generalizar a facilidade ou dificuldade de aprendizagem dos
mesmos.
Visto que, alunos especiais tendem a necessitar de metodologias também
especiais, pois existem limitações, podendo ser em diversos aspectos, mas que
sendo qual for possa ser que interfira em seu processo de aprendizagem e de
socialização em sala de aula.
Neste contexto, vale salientar que:
[...] o lúdico influencia no desenvolvimento do indivíduo e na sua vida social.
Brincando o indivíduo ultrapassa o que não está habituado a fazer e
apreende melhor o conhecimento. Por meio da brincadeira, a criança
envolve-se no jogo sente necessidade de partilhar com o outro. Brincando e
jogando, o jovem terá a oportunidade de desenvolver capacidades
indispensáveis na sua futura atuação profissional, tais como: atenção
afetividade, concentração, tomada de decisões, e outras habilidades
psicomotoras(BERGAMO, p. 04).
Diante disto, Ribeiro (2013, p. 33), relata que “o brinquedo e o jogo podem,
então, ser instrumentos utilizados por profissionais de saúde e de educação para
estimular o desenvolvimento infantil em todas as dimensões, o que inclui atividade
física, estímulo intelectual e socialização”.

Segundo Dallabona e Mendes (p. 07):


Brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço
para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o
pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz
desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As
interações que o brincar e o jogo oportunizam favorecem a superação do
egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia, e introduzem,
especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos
para a posse e o consumo.

Sendo assim torna-se notório que:


O lúdico viabiliza uma série de aprimoramentos em diversos âmbitos dos
desenvolvimentos, cognitivo, motor, social e afetivo. Através do brincar a
criança inventa, descobre, experimenta, adquire habilidades, desenvolve a
criatividade, auto-confiança, autonomia, expande o desenvolvimento da
linguagem, pensamento e atenção. Por meio de sua dinamicidade, o lúdico
proporciona além de situações prazerosas, o surgimento de
comportamentos e assimilação de regras sociais. Ajuda a desenvolver seu
intelecto, tornando claras suas emoções, angústias, ansiedades,
reconhecendo suas dificuldades, proporcionando assim soluções e
promovendo um enriquecimento na vida interior da criança. (DIAS,2013, p.
15).

Para tanto quando se busca novas maneiras de ensinar na sala de aula por
meio do lúdico, é possível atingir o interesse do aluno, bem como sua necessidade;
no entanto esta prática não proporciona apenas ao aluno um desenvolvimento de
aprendizagem, mas também faz com que aumente o vínculo afetivo entre
profissionais da escola e os alunos; trazendo ainda uma visão satisfatória da escola
por parte do aluno.

3 CONSIDERAÇÃO FINAIS

REFERÊNCIAS

BERGAMO, M.; O uso de metodologias diferenciadas em sala de aula: uma


experiência no ensino superior. Disponível em:
<http://univar.edu.br/revista/downloads/metodologiasdiferenciadas.pdf>. Acesso em:
27 de Set. 2017.
CALDERAL, F., C., O., D.; O uso do lúdico e da arteterapia no processo ensino-
aprendizagem do deficiente mental. Disponível em <http://tcconline.utp.br/wp-
content/uploads/2011/11/O-USO-DO-LUDICO-E-DA-ARTETERAPIA-NO-
PROCESSO-ENSINO-APRENDIZAGEM-DO-DEFICIENTE-MENTAL.pdf>. Acesso
em: 26 de Set. 2017.

DALLABONA, S., R.; MENDES, S., S.; O lúdico na educação infantil: jogar,
brincar, uma forma de educar. Disponível
em:<http://www.posuniasselvi.com.br/artigos/rev04-16.pdf>. Acesso em: 28 de Set.
2017.

RIBAS, R., V.; Ludoterapia na escola. Curitiba, 1998. Disponivel


em:<http://tcconline.utp.br/media/tcc/2015/06/LUDOTERAPIA-NA-ESCOLA..-.pdf>.
Acesso em: 26 de Set. 2017.

FERNANDES, I., C., B.; Atividades lúdicas no desenvolvimento do processo de


ensino-aprendizado de discentes no ambito escolar. Disponível
em:<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/4232/1/2012_InesCirleiBudskeFernandes.pdf
>. Acesso em: 28 de Set. de 2017.

MOTA, M., S., G.; PEREIRA, F., E., L.; DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM.
Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_desenvolvimento.pdf>. Acesso em:
30 de Set. de 2017.

NILES, R., P., J.; SOCHA, K.; Ágora: R. Divulg. Cient., v. 19, n. 1, p. 80-94, jan./jun. 2014
(ISSNe 2237-9010).

NORONHA, E., G.; PINTO, C., L.; Educação especial e educação inclusiva:
aproximações e convergências. Disponivel em:
<http://www.catolicaonline.com.br/semanapedagogia/trabalhos.pdf>. Acesso em: 28
de Set. 2017.

RIBEIRO, C., M., S.; O mutismo seletivo e a ludoterapia/ atividades lúdicas.


Disponívelem:<https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/4013/1/C%C3%A9liaRibe
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WIECZORKIEVICZ, A., K.; Novas técnicas de informação e comunicação para


facilitar o processo de aprendizagem. Caderno Intersaberes | vol. 6, n.7, p.1-13|
jan.jun| 2017| ISSN 2317 – 692x.

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