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Teorico 4

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Perícia, Avaliação

e Arbitragem
Material Teórico
Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Rodrigo De Souza Marin

Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Normas Brasilieras de Perícia
Contabil e Arbitragem

• Normas ou Sugestões?
• Normas Técnicas
• Normas Profissionais
• Arbitragem

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar os aspecto relevantes sobre as Normas Brasileiras
de Contabilidade aplicáveis à Perícia, destacando seus pontos
mais consideráveis.

ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, apresentaremos e discutiremos os aspectos relevantes sobre
as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis à Perícia.

É importante que você leia todo o material, inclusive o complementar, com


muita atenção, anotando as suas dúvidas para apresentar ao professor.

Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo
possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de
Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a vídeo-aula.

Bons estudos!
UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem

Contextualização
A Perícia Contábil constitui-se de um conjunto de procedimentos utilizados
por um profissional que domina profundamente contabilidade, com o intuito de
fornecer informações sobre o patrimônio das entidades físicas e jurídicas.

As informações levantadas darão origem a fatos definitivamente confiáveis e de


aceitação incontestável.

Para a execução dos trabalhos periciais (laudo ou parecer pericial contábil),


o perito-contador e o perito-assistente utilizam duas grandes ferramentas: a
experiência profissional e o conhecimento de normas jurídicas, profissionais e de
legislação pertinentes à matéria periciada.

Para que possa estabelecer um padrão de execução, foram criadas as Normas


aplicáveis à perícia, as quais apresentaremos nessa unidade.

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Normas ou Sugestões?
É considerável que seja exposto o que são as normas no âmbito das perícias, mas
especialmente, nas contábeis. Isso porque afeta principalmente à maneira de atuação
e obrigatoriedade ou não de serem examinadas pelo perito. (ALBERTO, 2012)

De toda forma, para se esclareça é importante diferenciarmos, através de uma


curta análise, três palavras que podem ser confundidas facilmente: princípios,
normas e padrões. Todavia, é importante se atentar para seus significados:

Princípios: considerado aquilo que é fundamental de uma determinada ciência,


e dele derivam as normas e os padrões, por que estes são demonstrações da
aplicação de determinada ciência.

Normas: são indícios comportamentais obrigatórios, podendo ser éticos ou


técnicos, que representa como deve ser o proceder do profissional de determinada
ciência na realidade objetiva e concreta.

Padrões: representa a maneira prática adotada pelos profissionais, ou seja, um


modelo concreto de prática que os profissionais admitem. (SÁ, 2011)

Das Normas
A matéria de Perícia Contábil, por sua relevância, passou a exigir que sobre ela
se determinassem, oficialmente, métodos a serem seguidos, específicos sobre a
questão. (ALONSO, 1975)

No contexto da área Pericial Contábil e das Normas Brasileiras de Contabilidades


(NBC’s), o Conselho Federal de Contabilidade, em atitude precursora, objetivando
preservar, por meio de auto-regulação, os interesses da sociedade, depois de
estudos que se começaram no fim do ano de 1990, expandiram-se durante 1991
e audiências públicas em 1992, publicou, através das Resoluções CFC 731 e 733,
de 22 de outubro de 1992 (DOU de 5/11/92), as Normas Técnicas de Perícia
Contábil (NBC.T.13) e as Normas Profissionais do Perito Contábil (NBC.P.2).
(ALBERTO, 2012)

Por meio da Resolução CFC nº 1243/09, as Resoluções CFC nº 858/99,


938/02, 939/02, 985/03, 1.021/05 e 1.041/05, publicadas no D.O.U., Seção
I, de 29/10/99, 11/06/02, 11/06/02, 11/06/02, 28/11/03, 22/04/05 e
22/09/05 ficaram revogadas à partir de 1 de janeiro de 2010. (SÁ, 2011)

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UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem

Normas Técnicas
NBC TP 1243
Esta norma tem por objetivo regulamentar princípios e métodos técnico-científicos
que devem ser consideradas pelo perito, quando da estruturação de perícia contábil,
na esfera judicial, extrajudicial, inclusive arbitral, através do esclarecimento dos pontos
de vista e das situações do processo, por instrumento de:
I. Exame;
II. Vistoria
III. Indagação;
IV. Investigação;
V. Arbitramento;
VI. Avaliação; ou,
VII. Certificação.

Conceito
Pelo que expõe o Item II a perícia contábil estabelece um conjunto de métodos
técnico-científicos que se destinam a conduzir à instância decisória itens de prova
essenciais para auxiliar a justa solução do processo, através do laudo pericial,
de acordo com as normas jurídicas e profissionais e também com a legislação
específica que for importante. (SÁ, 2011)
Explor

É indispensável a leitura na íntegra da Norma 1243/09. http://goo.gl/sJAgnz

Execução
De acordo com a Norma 1243, no que se refere à participação do perito-contador
assistente, o mesmo deve manter contato com o perito-contador, se colocando
à disposição para auxiliá-lo ou até mesmo para a execução conjunta da perícia.
Quando contratado, o perito-contador assistente manterá contato como advogado
da parte que o contratou, solicitando o dossiê completo do litígio para melhor
acompanhamento e conhecimento dos fatos dos atos processuais que pertence
à perícia. Em caso de recusa da participação, o perito contador pode autorizar o
acesso aos documentose aos componentes de prova arrecadados durante a perícia
ao assistente técnico, devendo o perito zelar pela segurança e guarda dos mesmos.

O perito deve ainda, registrar locais e datas das averiguações, nomes das
pessoas que o atenderam, livros, documentos ou quaisquer coisas examinadas ou
arrecadadas, dados e detalhes de interesse da perícia, assinando tais documentações
e juntando ao componente de prova original. (ALBERTO, 2012)

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Quando incluir equipe técnica, a perícia deverá ser realizada sob a supervisão
e orientação do perito, que terá responsabilidade sobre os trabalhos, e que deverá
certifica-se de que as pessoas contratadas estão em sua plena capacidade profissional
para a execução. (ALBERTO, 2012)

Procedimentos
Os procedimentos de perícia contábil objetivam basear as conclusões que serão
levadas ao laudo ou parecer pericial contábil, e estendem-se, total ou parcialmente,
de acordo com a categoria e a dificuldade da matéria, exame, vistoria, indagação,
investigação, arbitramento, mensuração, avaliação, e certificação, os quais serão
vistos com mais clareza:
I. Exame: significa a análise de livros, registros de operações e documentos.
II. Vistoria: é a averiguação que objetiva a apuração e certificação de
determinada situação, de maneira ocasional.
III. Indagação: procura de informações através de entrevista com conhecedores
do objeto ou de fato relacionadas à perícia.
IV. Investigação: é a pesquisa que visa trazer ao laudo ou parecer pericial
contábil quaisquer informações ou fatos ocultos.
V. Arbitramento: é a definição de valores ou solução de discórdia por critério
técnico-científico.
VI. Mensuração: significa o procedimento de quantificação e qualificação de
coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.
VII. Avaliação: trata-se da prática de designar o valor de coisas, bens, direitos,
obrigações, despesas e receitas.
VIII. Certificação: refere-se ao ato de comprovar a informação trazida ao
laudo pericial.

Uma vez concluídas as investigações, o perito-contador deverá apresentar


o laudo pericial juntamente com o perito-contador assistente, que por sua vez
apresentará o parecer, obedecendo os prazos. (SÁ, 2011)

Após a conclusão, caso seja solicitado cópia do laudo, o perito-contador deverá


fornecer ao perito-contado assistente mostrando-lhe a data em que o laudo será
protocolado.

Estando o laudo uma vez assinado tanto pelo perito-contador como pelo perito-
contador assistente, não deverá o assistente emitir parecer pericial contrário ao laudo.

Planejamento
Esta fase antecede as averiguações, cálculos e respostas aos quesitos, onde
o perito estabelece os procedimentos gerais dos exames a serem executados.
(ALBERTO, 2012)

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UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem

Objetivos do planejamento
Os objetivos do planejamento da perícia são:
a) Compreender o objeto da perícia com a finalidade de permitir a adoção de
procedimentos que levem à revelação da verdade, a qual auxiliará o juízo, ao
árbitro ou interessado para que possa realizar a tomada de decisão;
b) Estabelecer o tipo, o momento e a extensão dos exames a serem realizados;
c) Definir condições para que seja cumprido o prazo estabelecido.
d) Identificar possíveis problemas e riscos que possam decorrer no andamento
da perícia;
e) Identificar as leis aplicáveis ao objeto da perícia;
f) Definir como será o proceder da divisão de tarefas entre os membros da
equipe de trabalho.
g) Facilitar o desenvolvimento e revisão dos trabalhos.

Desenvolvimento do Planejamento
O planejamento deve ser sustentado
através de registro que facilite o entendimento Sobre este tema, a norma dispõe
detalhadamente como deve ser o
dos métodos a serem adotados e sirva de procedimento do perito-contador,
orientação adequada para a execução do por isso é importante a leitura da
trabalho. (SÁ, 2011) norma na íntegra.

O mesmo deve ser revisado e atualizado sempre que novos fatos surgirem no
decorrer da perícia.

Riscos e Custos
Nesta fase, objetivando elaborar a proposta de honorários, o perito deverá
analisar os riscos de responsabilidade civil, despesas com equipe e encargos sociais,
descrédito de equipamentos e despesas com manutenção do escritório.

Equipe Técnica
O planejamento deverá prever a supervisão do perito quando a perícia exigir a
necessidade de utilização de trabalho de terceiros, sendo o perito responsável pelos
trabalhos executados exclusivamente por sua equipe de apoio. (SÁ, 2011)

Cronograma
Para garantir a boa execução da perícia e também o cumprimento do prazo
estipulado, o planejamento deve conter um Cronograma.

O Cronograma de trabalho deve prever aas etapas e os períodos das realizações


destas, bem como deverá constar todos os itens necessários para a execução da
perícia, por exemplo, burocracias, deslocamentos, necessidade de trabalho de

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terceiros, pesquisas a serem realizadas, elaboração de caçulos e planilhas, prazo
de entrega do laudo e outros, e tudo isso para assegurar que todas as etapas
necessárias para elaboração de um laudo de qualidade serão cumpridas, devendo o
perito considerar com muito zelo:
a) o conteúdo da proposta de honorários apresentada pelo perito-contador e
aceita pelo juízo, pelo árbitro ou pelas partes no caso de perícia extrajudicial
ou pelo perito-contador assistente;
b) o prazo suficiente para solicitar e receber os documentos, bem como para a
execução e a entrega do trabalho;
c) a programação de viagens, quando necessárias.

Conclusão
A conclusão do planejamento dá-se a partir do momento que o perito-contador
conclui suas análises preliminares, dando origem à proposta de honorários,
quando for o caso.

Normas Profissionais
NBC 1244
Conceito
O perito-contador regularmente registrado no Conselho Regional de
Contabilidade, que exerce a atividade de forma pessoal tendo o pleno conhecimento
da matéria periciada, pode ser:
III. Nomeado: é o designado pelo juiz em perícia contábil judicial;
IV. Contratado: é o que atua em perícia contábil extrajudicial; e,
V. Escolhido: é o que exerce sua função em perícia arbitral.

Competência Profissional
Do item 4 da norma 1244, a competência técnica-científica presume que o
perito deve manter o nível adequado de seus conhecimentos da ciência contábil, das
Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação pertinente,
atualizando-se sempre. É necessário que o perito demonstre capacidade para:
a) pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no laudo
pericial contábil e no parecer pericial contábil;
b) realizar seus trabalhos com a observância da equidade significa que o perito-
contador e o perito-contador assistente devem atuar com igualdade de
direitos, adotando os preceitos legais, inerentes à profissão contábil.

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UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem

É importante ressaltar que se faz necessário a leitura na íntegra desta Norma.


Explor

Para isso, clique no link: http://goo.gl/mqACuk

Habilitação Profissional
Deve o perito comprovar a sua habilitação profissional através da Declaração de
Habilitação Profissional – DHP, de que trata a Resolução nº. 871/00.

O item nº. 7 desta norma estabelece que a DHP deve ser afixada abaixo da
assinatura do perito-contador ou do perito-contador assistente, e no caso de
DHP Eletrônica, deve ser colocada na primeira folha após a assinatura de cada
profissional, no laudo ou parecer pericial contábil.

Para que se tenha controle técnico dos laudos ou pareceres periciais contábeis,
os Conselhos Regionais de Contabilidade devem manter relatórios atualizados
contendo, pelo menos, identificação do número do processo e local de sua
tramitação, para os quais foram utilizados a DHP.

Educação continuada
O perito, no exercício de suas atividades, deve validar a participação em
programa de educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo Conselho
Federal de Contabilidade. (SÁ, 2011)

Independência
Deve o perito evitar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu
trabalho, para que possa manter a sua independência. (ALBERTO, 2012)

Impedimento e suspeição
São situações ou circunstâncias que impossibilita o perito de exercer,
regularmente, suas funções.

Para que o perito possa exercer suas atividades sem impedimento, é imprescindível
que o perito declare-se impedido dos itens que estabelece esta Norma.
16. Para que o perito possa exercer suas atividades com isenção, é fator
determinante que ele se declare impedido, após, nomeado, contratado,
escolhido ou indicado quando ocorrerem as situações previstas nesta Norma,
nos itens abaixo.
17. Quando nomeado em juízo, o perito deve dirigir petição, no prazo legal,
justificando a escusa ou o motivo do impedimento.
18. Quando indicado pela parte e não aceitando o encargo, o perito-contador
assistente deve comunicar a ela sua recusa, devidamente justificada por
escrito, com cópia ao juízo.

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Impedimento legal
Ocorre o impedimento legal quando o perito estiver envolvidos em pelo menos
uma das situações que prevê o Item 19 desta norma, sendo eles:
a) for parte do processo;
b) tiver atuado como perito contador contratado ou prestado depoimento como
testemunha no processo;
c) tiver mantido, nos últimos dois anos, ou mantenha com alguma das partes
ou seus procuradores, relação de trabalho como empregado, administrador
ou colaborador assalariado;
d) tiver cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha
colateral até o terceiro grau, postulando no processo ou entidades da qual
esses façam parte de seu quadro societário ou de direção;
e) tiver interesse, direto ou indireto, mediato ou imediato, por si, por seu cônjuge
ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o
terceiro grau, no resultado do trabalho pericial;
f) exercer cargo ou função incompatível com a atividade de perito-contador, em
função de impedimentos legais ou estatutários;
g) receber dádivas de interessados no processo;
h) subministrar meios para atender às despesas do litígio; e
i) receber quaisquer valores e benefícios, bens ou coisas sem autorização ou
conhecimento do juiz ou árbitro.

Impedimento técnico-científico
Previstas no Item 20 desta Norma, são motivos de impedimento técnico-científico:
a) a matéria em litígio não ser de sua especialidade;
b) a constatação de que os recursos humanos e materiais de sua estrutura
profissional não permitem assumir o encargo; cumprir os prazos nos trabalhos
em que o perito-contador for nomeado, contratado ou escolhido; ou em que
o perito-contador assistente for indicado;
c) ter o perito-contador da parte atuado para a outra parte litigante na condição
de consultor técnico ou contador responsável, direto ou indireto em atividade
contábil ou em processo no qual o objeto de perícia seja semelhante àquele
da discussão, sem previamente comunicar ao contratante.

Suspeição
Para que haja suspeição o perito-contador deve estar envolvido em um dos
casos que prevê o Item 22;
a) ser amigo íntimo de qualquer das partes;
b) ser inimigo capital de qualquer das partes;

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UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem

c) ser devedor ou credor em mora de qualquer das partes, dos seus cônjuges,
de parentes destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou
entidades das quais esses façam parte de seu quadro societário ou de direção;
d) ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma das partes ou dos seus cônjuges;
e) ser parceiro, empregador ou empregado de alguma das partes;
f) aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da
discussão; e
g) houver qualquer interesse no julgamento da causa em favor de alguma
das partes.

Sigilo
Em obediência ao Código de Ética Profissional do Contabilista o perito deve
assegurar o sigilo das informações a que teve acesso, proibida a sua divulgação,
salvo quando houver a obrigação legal de fazê-lo.

Responsabilidade
Deve o perito ter conhecimento das suas responsabilidades sociais, éticas,
profissionais e legais, a qual está sujeito a partir do momento em que aceita seu
encargo para execução de sua tarefa pericial, independente do seu âmbito.

Ética e Responsabilidade
Dentre a necessidade do cumprimento dos princípios éticos, em especial os
estabelecidos no Código de Ética Profissional do Contabilista e os previstos nesta
Norma, o perito-contador deve batalhar pela imparcialidade. Não se consideram
parcialidade os seguintes:
a) atender a uma das partes ou perito-contadores assistentes, desde que se
assegure igualdade de oportunidade à outra parte, quando solicitado;
b) trabalho técnico-científico anteriormente publicado pelo perito-contador
que verse sobre o tema objeto da perícia.

Responsabilidade civil e penal


A legislação civil prevê responsabilidades e penalidades para o profissional
que exerce a função de perito-contador, que consistem em multa, indenização e
inabilitação.

A legislação Penal prevê pena de multa, detenção e reclusão para os profissionais


que exercem a atividade pericial que vierem a descumprir as normas legais.

Zelo profissional
Pelo que apresenta, dentre outros itens, o item 37 desta Norma, compreende
como zelo profissional na realização dos trabalhos do perito:

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a) cumprir os prazos fixados pelo juiz em perícia judicial e nos termos
contratados em perícia extrajudicial, inclusive arbitral;
b) assumir a responsabilidade pessoal por todas as informações prestadas,
quesitos respondidos, procedimentos adotados, diligências realizadas, valores
apurados e conclusões apresentadas no Laudo Pericial Contábil e no Parecer
Pericial Contábil;
c) prestar os esclarecimentos determinados pelo juiz ou pelo árbitro, respeitados
os prazos legais ou contratuais;
d) propugnar pela celeridade processual, valendo-se dos meios que garantam
eficiência, segurança, publicidade dos atos periciais, economicidade, o
contraditório e a ampla defesa;
e) ser prudente, no limite dos aspectos técnico-científicos, e atento às
conseqüências advindas dos seus atos;

f) ser receptivo aos argumentos e críticas, po-


dendo ratificar ou retificar o posicionamen- É importante a análise desta
Norma na íntegra.
to anterior.

Esclarecimentos
O perito deve prestar esclarecimentos sobre o conteúdo do laudo ou parecer
pericial contábil em atendimento a determinação do juiz ou árbitro que preside o
feito ou pedido das partes para defesa de sua conduta técnica-profissional.

Utilização de trabalho de especialista


Desde que a matéria em questão requeira, o perito pode utilizar um especialista
de outras áreas para a realização do trabalho. Exemplos de trabalho de especialista:
analista de sistema, atuário, tecnólogo, geólogo, especialista em obras de artes e
outros avaliadores. Quando houver este caso, deve o especialista protocolizar o seu
laudo em juízo, podendo o perito-contador ou o perito-contador assistente apoiar-
se nas conclusões ali constantes.

Arbitragem
A arbitragem consiste num método de julgamento previsto pela Lei nº 9.307, de
23 de setembro de 1996, que se define como uma opção para o Poder Judiciário,
isso significa, em tempos atuais, onde os processos judiciais tardam muito a serem
julgados, a solução de conflitos por meio da arbitragem pode ser uma maneira
muito eficaz para a sociedade, uma vez que além de se formar numa atividade
jurisdicional particular, seu prazo é mais rápido para a solução, e, além disso, conta
com sigilo absoluto, para os casos onde a pessoa prefere a discrição do seu caso.
(BARBOZA et all, 2009)

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UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem

De acordo com Carrera Alvim, “Arbitragem é a instituição pela qual as pessoas


capazes de contratar confiam a árbitros, por elas indicados ou não, o julgamento
de seus litígios relativos a direitos transigíveis.1”

É considerável ressaltar que alguns itens que surgem precisamente nesta


definição, interpretam o “processo arbitral” e não a arbitragem em si. (BARBOZA
et all, 2009)

Ferreira (2010) assim define “arbitragem”:


“Arbitragem. S. f.9. Ato ou efeito de arbitrar; arbitração, arbitramento.
2. O julgamento, decisão ou veredicto de árbitro (s); arbítrio. ...”

Ainda nesse âmbito, define:


“Arbitrar.[Do lat. Arbitrare] V. t. d. 1. Julgar como árbitro. [Sin. (no
futebol): apitar.]182. Determinar, fixar(quantia) por arbítrio. 3. Decidir,
resolver, segundo a própria consciência: A r b i t r o u afastar-se do
convívio dos amigos.T. d. e i.4. Atribuir judicialmente; adjudicar.

Com base nestas observações, é possível afirmar o conceito de arbitragem


como: “decidir, resolver, segundo a sua própria consciência”. Logo, consiste num
parecer, opinião ou decisão expressada por alguém, que julga e resolve uma
determinada situação, de acordo com a sua consciência, digno deveredicto, sem
direito a recurso, não sendo possível a alteração do resultado mesmo que se
constate erro de arbitragem, desde que não haja defeitos que levem a nulidade
total. (ALVIM, 2000)

A arbitragem presume requisitos legais, declarados no artigo 1º da Lei


nº 9.307/96.
Explor

Para acessar a lei na íntegra, acesse: http://goo.gl/UO5xfD

Para que um litígio possa ser apreciado pelo árbitro, o que se entende como
instituída a arbitragem, são exigidos os seguintes requisitos:
I. A pessoa que institui a Arbitragem deve ser pessoa capaz de contratar;

II. O litígio deve versar sobre direitos patrimoniais disponíveis;

III. O contrato deve prever a arbitragem através da cláusula compromissória;

IV. Se não houver cláusula compromissória no contrato, devem as partes


firmar compromisso arbitral prévio;

V. Havendo a cláusula compromissória, devem as partes convalidar


através de ato a ser praticado perante o Árbitro ou Tribunal de Arbitragem,
firmando a convenção de arbitragem (compromisso arbitral); e As partes
deverão escolher os critérios e a qualidade da Arbitragem (conjunto de
regras a serem utilizadas).

1 J. E. Carrera Alvim, in Tratado Geral da Arbitragem – Interno, p. 13.

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Papel do Perito-Contador na Arbitragem
Conforme o que já foi exposto, a Arbitragem é uma alternativa que o Poder
Judiciário possui para solucionar amigavelmente conflitos2. Dessa forma, o papel
do árbitro, que assumirá papel de juiz, deverá ser o de julgar o requerimento com
imparcialidade. (ALMEIDA, 2012)

Diferença entre perícia contábil e Arbitragem


• Arbitragem: Método de julgamento de um processo, realizado de maneira
pacífica, ou seja, de acordo coma vontade de ambas as partes, diferente do
que acontece no litígio no Judiciário – onde uma parte deseja o processo e
outra resiste. Na arbitragem, por sua vez, as partes entendem que devem
conduzir para a solução do processo (ALVIM, 2000).

• Perícia Contábil: embora previste o mesmo fim que o julgamento arbitral


atingirá, não há qualquer conceito de julgamento, podendo conduzir até a
arbitragem de valores, baseado em juízos formados pelo perito. Porém, essa
arbitragem emitida no âmago do laudo pericial não tem qualquer peso de
julgamento do mérito da solicitação judicial, pois o julgador poderá, utilizando
como base o próprio laudo pericial, julgar de maneira diferente. (SÁ, 2011)

2 Jovi Barboza e Malú de Lourdes Darienzo, in Arbitragem no Brasil – solução amigável de conflitos,Projus,
2009, pág. 96.

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UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Resolução 1243
http://goo.gl/VqaSLp
Resolução 1244
http://goo.gl/E1KlZx
NBC PP 01 – Perito Contábil
http://goo.gl/7c15Pc

Livros
Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade
Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade. Auditoria e Perícia.
Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2008.
Perícia Contábil
SÁ, Lopes de. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1994.

Leitura
A Importância da Perícia Contábil nos Dias Atuais
http://goo.gl/ex6HBR

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Referências
ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil – 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.

ALONSO, José Rojo. Normas e procedimentos de perícia judicial. São Paulo:


Atlas, 1975.

BARBOZA, Jovi; DARIENZO, Malú de Lourdes. Arbitragem no Brasil – solução


amigável de conflitos. Projus, 2009, pág. 96

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 1.243 – disponível


em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1243.doc>

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 1.244 –disponível


em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001244>

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. 5.


ed. Curitiba: Positivo, 2010.

J. E. Carrera Alvim, in Tratado Geral da Arbitragem – Interno, p. 13.

LEI nº 9.307/96. CASA CIVIL. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/


ccivil_03/leis/L9307.htm>

SÁ, Antônio Lopes de. Perícia Contábil – 10ª ed.São Paulo: Atlas, 2011.

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