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DEFESA

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CASEBRE

ADVOGADOS ASSOCIADOS

AO EGREGE JUIZO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE CAMPOS GERAIS.

Autos do processo nº: 1234567891011121314151617181920

WESLEY DA SILVA, brasileiro, casado, profissão, RG nº 123456, CPF nº 123.456.789-10,


residente e domiciliado na Rua principal, 100 , CEP. Nº 31123-123, Campos Gerais/MG, por
sua procuradora infra-assinado (procuração em anexo), com escritório profissional descrito no
rodapé desta, onde recebe as devidas intimações, vem perante Vossas Excelências, com fulcro
no Artigo 278 do Código de Processo Civil, apresentar,

CONTESTAÇÃO, NA AÇÃO DE SUSPENSÃO DE VISITAS.

Que move em seu desfavor CARLA DA SILVA, qualificada na exordial, pelos motivos e razões
a seguir expostas:

I - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

O Requerente solicita o beneficio da justiça gratuita, pois atualmente é empresário autonomos,


tendo apenas como renda o lucro desse empreendimento com valor mensal líquido de R$ 5000,
00 ( cinco mil reais), ainda, prova se faz com a declaração anexa de hipossuficiência (anexar
documento). Sendo assim, percebe-se que o Requerido é pobre na acepção jurídica do termo e
bem por isto não possui condições de arcar com os encargos decorrentes do processo sem
prejuízo de seu sustento e de sua família, motivo pelo qual requer os benefícios da justiça
gratuita, preceituados no artigo 5.º, LXXIV da Carta Magna e do Art. 4º da Lei 1.060/50.

II – DOS FATOS

Procede aos fatos alegados na exordial de que o Requerido e a Requerente, foram casados sob o
Regime de Comunhão Parcial de Bens, desde o ano de 2018, neste município. Desta união
adveio o filho Julia da Silva, menor, nascido em 15/08/2012.

Ocorre, Excelência, que a Requerente abandonou o lar, e posteriormente foi decretado o


divorcio, contudo o requerente, retornando a morar sozinho, no endereço supracitado, próximo a

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casa da genitora e da escola da menor, para não alterar a rotina da menor. E, em decorrência do
processo de divorcio, foi determinada pelo douto magistrado a guarda unilateral, para a genitora
e ao requerente foram regradas as visitas, nos termos da sentença em anexo.

Acontece que agora a genitora impetrou um pedido de suspensão do direito de visitas, com base
em um suposto e absurdo abuso sexual, e uso excessivo de álcool e drogas ilícitas, ainda em
tempo cabe ressaltar que o requerente foi submetido a exames toxicológicos que comprovaram a
inverdade imputada ao requerente, bem como exames clínicos também comprovaram que a
menor não sofreu abusos ou violência sexual.

Ainda em tempo, será demonstrado que todas as acusações são parte de um plano da genitora
para cercear o direito de pai e filha, ao convívio familiar saudável, a genitora mente, articula e
pratica a alienação parental para com a filha, prejudicando a relação de pai e filha e causando
danos psicológicos profundos na menor.

III - DA GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

“Se os padrões sociais e culturais provocaram mudanças nas relações familiares, também as
provocaram nas relações paterno/materno-filiais. Assim, no momento em que ocorre a
separação do casal apresenta-se a guarda compartilhada como uma opção madura para uma
convivência entre pais e filhos. Nesse sentido, lembro o acórdão paradigmático do STJ [REsp
1.251.000-MG (2011/XXXXX-5)], pela pena da Ministra Nancy Andrighi, quando afirma que:

“A guarda compartilhada é o ideal a ser buscado no exercício do Poder Familiar entre pais
separados, mesmo que demandem deles reestruturações, concessões e adequações diversas, para
que seus filhos possam usufruir, durante sua formação, do ideal psicológico de duplo
referencial.” Ainda, “A custódia física conjunta é o ideal a ser buscado na fixação da guarda
compartilhada, porque sua implementação quebra a monoparentalidade na criação dos filhos,
fato corriqueiro na guarda unilateral, que é substituída pela implementação de condições
propícias à continuidade da existência de fontes bifrontais de exercício do Poder Familiar.”

E conclui a Ementa:

“A guarda compartilhada deve ser tida como regra, e a custódia física conjunta – sempre que
possível – como sua efetiva expressão.” Assim, a guarda compartilhada deve ser incentivada
pelos operadores de direito, para alcançar o ideal da plena proteção dos direitos fundamentais da
criança e do adolescente, o de conviver em família e ser criado por seus pais”.

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Inobstante demais doutrinas, o art. 21 da Lei 8069/90 ( Estatuto da Criança e do Adolescente),


independente das partes estarem convivendo sob o mesmo teto: “Art. 21. O poder familiar será
exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação
civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade
judiciária competente para a solução da divergência.”

No Código Civil:

“Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada...

§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma
equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses
dos filhos.

§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela
que melhor atender aos interesses dos filhos.

§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses
dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima
para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou
situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus
filhos.”

“Art. 1.584...

§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada,
salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.

§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda


compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em
orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão
equilibrada do tempo com o pai e com a mãe.”

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De outra banda, a Constituição Federal de 1988, assim prevê: “Art. 229. Os pais têm o dever
de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.”

Aquém-do-dever, a esfera legal vai além disto, prima-se pelo direito (moral e por conseqüência
legal) do pai, ora requerido, zelar pelo bom desenvolvimento, educação e saúde de sua prole.
Contudo, voluntaria ou involuntariamente, dificultando a presença do pai em ver a filho, não só
contraria a Legislação pertinente, mas obviamente obstrui a fiscalização e a manutenção da
educação da criança, embora em tenra idade, que em tese leva a ALIENAÇÃO PARENTAL,
uma conduta desnecessária ao ponto de vista do compartilhamento na criação e educação da
infante.

Assim, para que não se forme involuntariamente a alienação parental, dificultando as relações
pai e filho, e na atual conjectura do direito de família, pretende o requerente a GUARDA
COMPARTILHADA, na melhor forma da lei vigente. Pois o singelo direito de visita penalizaria
não só o Requerido, bem como a criança.

Vale dizer, Art. 227 da Carta Magna: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Em se tocando às responsabilidades dos pais e da família, segue o espírito da mencionada lei


(8.069/1990): Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio
da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e
comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias
entorpecentes.

Ainda, preleciona o art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais.

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Urge que não mais se pode aceitar o conceito atrasado e generalizado de que “o pai paga pensão
e a mãe cuida”. Desta forma, requer seja estabelecida a guarda compartilhada nos termos qua a
lei orienta:

Tendo em vistas que os dois genitores mantém residência e domicilio próximos um do outro e
também próximo a escola, clube e amigos da menor, não existe obstáculo para a guarda
compartilhada.

Cumpre salientar que a maneira a regular-se a guarda pretendida pela Requerente vai de
encontro com a realidade atual, quer pela evolução legal quem vem sofrendo o instituto, quer
pela própria característica familiar do caso concreto, momento em que o pai quer se fazer
presente no crescimento de seu filho.

IV – DOS ALIMENTOS

Segundo o ordenamento jurídico brasileiro no que tange aos alimentos é imperioso salientar os
diplomas 1.694 a 1.696 do CC/02, estes tratam da maneira pela qual é prestada à concessão de
alimentos, as condições para tal prestação e para quem pode ser pleiteada a concessão de
alimentos e ainda a obrigação recíproca entre os pais e filhos no que toca a prestação de
alimentos.

Neste sentido o artigo 1.694 do CC/02, in verbis:

“Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação”

§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos


recursos da pessoa obrigada.

§ 2º os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de


necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.

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O que foi acima denotado pelo diploma, se aplica de pronto ao caso em tela, visto que os
alimentos, a pensão alimentícia deve ser mensurada pelo juízo a partir do critério ou do
princípio da proporcionalidade, ou seja, analisando as reais necessidades do reclamante e
visualizando os recursos da pessoa obrigada. Logo se pode concluir perfeitamente que a menor,
enquanto na tutela do requerente, este deverá prover todos os recursos para a menor, incluindo
material, social, cultural. psicológico e acadêmico.

Porem quando se fala em guarda compartilhada e o tempo com cada genitor será equivalente,
logo se entende que cada genitor suportara com a parte do sustento da menor, portanto as
despesas serão dividas de forma igual.

A parte requerida se compromete em arcar com esse ônus acima descrito e direito a guarda

O que realmente o genitor espera nos deslinde deste processo é conseguir a guarda
compartilhada de sua filha, que o filha sinta a presença do pai na sua vida, não só
financeiramente assim como afetivamente.

V – DA ALIENAÇÃO PARENTAL

Segundo a lei especial de alienação parental LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010, esta trata
da maneira como um genitor, parente ou aquele que tenha a tutela, pode interferir no
desenvolvimento do menor, o conceito, as conseqüências e aplicidade da referido diploma serão
elencadas abaixo.

Em seu artigo 2º a lei 12318/2010, in verbis:

“Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do


adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo
ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental ... :

I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou


maternidade;

(...)

Com base no exposto, fica claro que a atitudes praticadas pela genitora da menor pode e deve
ser tipificado nos termos do art. 2º, inciso I do parágrafo único, da referida lei, uma vez que será
provado que a genitora atribui ao requerente ato de natureza imoral e de natureza ilícita,
diretamente a menor e na sua presença.

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Nosso ordenamento jurídico tem previsão

V – DOS BENS

O casal não adquiriu ou constituiu bens ao longo do relacionamento conjugal, inexistindo, pois
bens a partilhar.

VI - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

A) Sejam concedidos os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos da Lei 1.060/50, por
ser neste momento pessoa de poucos recursos para custear o mesmo;

B) A intimação da Requerente para que querendo responda o pedido contraposto, e ao final seja
julgado a procedência do pedido contraposto;

C) Que seja intimado o ilustre representante do Ministério Público para intervir em todos os atos
do processo;

D) A produção de provas no que especialmente pelo depoimento pessoal do Requerido, e


testemunhas indicada por esta defesa, juntada de documentos, expedição de ofícios, perícias e
demais provas pertinentes;

E) A TOTAL IMPROCEDÊNCIA do pedido inicial, concedendo a total procedência dos pedidos


desta contestação, para regulamentar a guarda do menor definindo-se a GUARDA
COMPARTILHADA nos termos do Art. 1.584, § 2o do Código Civil (alterado pela Lei 13.058
de 2014), no que se expõe:

I- Impreterivelmente o pai, ora Requerido deverá ser mantido informado a respeito da saúde da
menor;

II - O pai, Requerido, deverá sempre ser consultado e/ou informado pela Requerente no caso de
decisões sobre assuntos escolares;

III - sempre que houver necessidade e consenso entre as partes, o menor poderá ficar períodos
maiores como o Requerido;

IV - Quando da fase escolar, o Pai ficará com o menor por período de 15 dias, e após este a
menor ficara com a genitora por igual período, considerando que ambos os genitores moram no
mesmo bairro, tal instituto não causara dano a rotina escolar da menor;

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V - No momento oportuno, ou seja, nas férias de julho o Pai ficará com o menor a primeira
quinzena, e com a mãe na segunda, alternando a ordem anualmente;

VI - nas férias de verão a criança passará os primeiros 45 (quarenta e cinco) dias com o
Requerido, de dezembro a janeiro, e o restante com Mãe, alternando a ordem anualmente.

VII - a Requerente não poderá impedir o Requerido de ver seu filho, imotivadamente, desde que
as circunstâncias assim o permitam, sempre levado em consideração o bem-estar do menor, e o
bom-senso entre as partes;

VIII - quando a Requerente necessitar que o menor fique com o Autor, deverá avisá-lo com
antecedência mínima de 24 horas;- nos períodos de férias que o menor estiver com o Requerido
a mãe poderá ver acriança, conforme acordar com o Autor;

IX - nos períodos de férias que o Autor não estiver com a menor lhe será mantido o direito de
estar com a menor pelo regime acima descrito;

X - nas datas especiais, tais como aniversário de um dos pais ou outros familiares, dia dos pais,
dia das mães, o menor ficar com quem faça parte a comemoração.

F) A TOTAL IMPROCEDENCIA DO PEDIDO DE ALIMENTOS, em se tratando de guarda


compartilhada, pela natureza do instituto, cada genitor já observa 50% (cinqüenta por cento) das
despesas da menor, cabendo a divisão igual das despesas extraordinárias com saúde e educação.

Neste Termo,Pede deferimento.

Campos Gerais , 30 de outubro de 2024 .

CASEBRE ADVOGADOS ASSOCIADOS.

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