Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Cetoacidose

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

Cetoacidose diabética

Paulo Henrique Marques Silvano


Medicina
2024
1- Qual o motivo do paciente com cetoacidose diabética apresentar hiperpotassemia?
Como é o hálito destes pacientes?
A cetoacidose diabética (CAD) ocorre mais comumente em uma pessoa com diabetes tipo
1,
na qual a ausência de insulina leva ao aumento da liberação de ácidos graxos do tecido
adiposo,
em consequência da ausência de supressão da atividade da lipase das células adiposas, a
qual
degrada os triglicerídios em ácidos graxos e glicerol. O aumento nos níveis de ácidos
graxos
ocasiona a síntese de cetonas pelo fígado. A CAD pode ocorrer no início da doença, com
frequência
antes do diagnóstico, e também como uma complicação durante a evolução da doença
(NORRIS,
2021).
A hiperpotassemia consiste na concentração sérica de potássio > 5,5 mEq/L (> 5,5 mmol/L),
normalmente resultante de menor excreção renal de potássio ou movimento anormal do
potássio
para fora das células. Os níveis séricos de potássio podem estar normais ou elevados,
apesar da
depleção total do potássio que resulta da poliúria prolongada e dos vômitos (NORRIS,
2021).
O K+ corporal total é sempre diminuído (em cerca de 5 mEq/kg), mas a concentração sérica
do
íon pode ser normal, alta ou baixa. A hipocalemia é considerada o distúrbio eletrolítico com
maior
risco de vida durante o tratamento da CAD. A diminuição do potássio total se deve à perda
urinária
desse íon, embora a presença de vômitos também desempenhe seu papel na gênese do
processo.
Se ocorrer hipercalemia, esta se deve a deslocamento de potássio do meio intracelular para
o
extracelular devido à saída de água do interior das células por hiperglicemia (efeito
osmótico),
acidose metabólica e proteólise. Além disso, a insulinopenia diminui a entrada de íon
potássio nas
células, provocando permanência destes no meio extracelular (BARONE et al., 2007).
A deficiência de insulina estimula a lipase sensível a hormônio, com consequente
degradação
das reservas adiposas e aumento nos níveis de AGL. Quando esses AGL alcançam o
fígado, são
esterificados a acil-coenzima A graxo. A oxidação de moléculas de acil-coenzima A graxo
dentro
das mitocôndrias hepáticas produz corpos cetônicos (ácido acetoacético e ácido β-
hidroxibutírico).
A taxa de formação dos corpos cetônicos pode exceder a taxa pela qual podem ser
utilizados pelos
tecidos periféricos, levando à cetonemia e a cetonúria. Se a excreção urinária de cetonas
estiver
comprometida por desidratação, o resultado consiste em cetoacidose metabólica sistêmica.
A

liberação de aminoácidos cetogênicos pelo catabolismo das proteínas agrava o estado


cetótico
(KUMAR et al., 2023). O hálito tem um odor frutado característico produzido pelos
cetoácidos
voláteis presentes. Pode haver hipotensão e taquicardia resultantes de diminuição no
volume
sanguíneo (NORRIS, 2021).

Referências
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins & Cotran Patologia: Bases
Patológicas das Doenças. Grupo GEN, 2023.
NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Grupo GEN, 2021.
BARONE et al. Cetoacidose diabética em adultos: atualização de uma complicação antiga.
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 51, n.9, 2007.

Você também pode gostar