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Trabalho História Ditadura

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TRABALHO DE HISTÓRIA

DITADURA MILITAR NO BRASIL

E.E. PROFESSOR DOGIVAL BARROS GOMES

Maria Eduarda Aniceto Santos


SUMÁRIO

1. Introdução................................................................................................3

2. A Ditadura Militar de 1964 a 1985...........................................................4

3. As causas do golpe de Estado de 1964..................................................5

4. O ato institucional nº 5.............................................................................6

5. A censura durante a Ditadura Militar.......................................................7

6. Repressão...............................................................................................9

7. Tortura durante a ditadura......................................................................10

8. A Lei da Anistia e fim da Ditadura Militar no Brasil.................................11

9. As consequências para o Brasil..............................................................13

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INTRODUÇÂO

A Ditadura Militar no Brasil durou 21 anos (1964 – 1985), estabeleceu a


censura contra a imprensa, cultura, direitos políticos, perseguição a todos que
fossem contra o regime autoritário.

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A DITADURA MILITAR DE 1964 a 1985

A Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o golpe
militar em 31 de março de 1964, com a deposição do presidente João Goulart.

O regime militar durou 21 anos (1964-1985), estabeleceu a censura à


imprensa, restrição aos direitos políticos e perseguição policial aos opositores
do regime.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/user/register/

Presidente João Goulart

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AS CAUSAS DO GOLPE DE ESTADO DE 1964

Segundo relatos publicados pelo Departamento de Documentação Histórica


da Fundação Getúlio Vargas: "Os militares envolvidos no golpe de 1964
justificaram sua ação afirmando que o objetivo era restaurar a disciplina e a
hierarquia nas Forças Armadas e deter a "ameaça comunista" que, segundo
eles, pairava sobre o Brasil."

Em 17 de julho, sob a justificativa de que a reforma política e econômica


planejada pelo governo militar poderia não ser concluída até 31 de
janeiro de 1966, quando terminaria o mandato presidencial inaugurado em
1961, o Congresso aprovou a prorrogação do seu mandato até 15 de
março de 1967, adiando as eleições presidenciais para 3 de outubro de 1966.
Esta mudança fez com que alguns políticos que apoiaram o movimento
passassem a criticar o governo, a exemplo de Carlos Lacerda, que teve sua
pré-candidatura homologada pela União Democrática Nacional (UDN) ainda
em 8 de novembro de 1964. Na esteira dos Atos Institucionais, foram
expedidos Atos Complementares.

Nas eleições, realizadas em outubro de 1965, o governo venceu na maioria dos


estados mas foi derrotado nos dois mais importantes, Guanabara e Minas
Gerais, onde foram eleitos, respectivamente, Francisco Negrão de Lima e
Israel Pinheiro, apoiados pela coligação PSD/PTB. Em consequência disto, o
presidente Castelo Branco editou, em 27 de outubro de 1965, o Ato
Institucional nº 2, AI-2, que, entre outras medidas, extinguia os partidos
políticos, estabelecia eleições indiretas para a presidência da República,
facilitava a intervenção federal nos estados e autorizava o presidente da
República a cassar mandatos parlamentares e suspender os direitos políticos.
O que era um movimento militar passou a se constituir num regime, evoluindo
para uma linha dura no comando do marechal Artur da Costa e Silva (1967-
1969).

No âmbito social e econômico, algumas instituições, leis e projetos desse


governo, ainda em ativa hoje, são: Estatuto da Terra (1964), Banco Central do
Brasil (1964), Código Eleitoral Brasileiro (1965), Código Tributário
Nacional (1966), Banco da Amazônia (1966), FGTS (1966),
SUDAM (1966), Código de Mineração (1967) e Zona Franca de
Manaus (1967).

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ditadura_militar_brasileira

À direita da imagem, está Humberto Castello Branco, um dos líderes do


movimento golpista de 1964.

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O ATO INSTITUCIONAL N° 5
"O Ato Institucional nº 5, conhecido usualmente como AI-5, foi um decreto
emitido pela Ditadura Militar durante o governo de Artur da Costa e Silva no dia
13 de dezembro de 1968. O AI-5 é entendido como o marco que inaugurou o
período mais sombrio da ditadura e que concluiu uma transição que instaurou
de fato um período ditatorial no Brasil.
O AI-5 não deve ser interpretado como um “golpe dentro do golpe”, isto é, não
deve ser visto como resultado de uma queda de braços nos meios militares que
levou um grupo vitorioso a endurecer o regime. Ele deve ser enxergado como o
resultado final de um processo que foi implantando o autoritarismo no Brasil
pouco a pouco no período entre 1964 e 1968. Foi a conclusão de um processo
que visava a governar o Brasil de maneira autoritária em longo prazo.
Esse ato institucional foi apresentado à população brasileira em cadeia
nacional de rádio e foi lido pelo Ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e
Silva. Contava com doze artigos e trazia mudanças radicais para o Brasil. Por
meio desse decreto, foi proibida a garantia de habeas corpus em casos de
crimes políticos.
Também decretou o fechamento do Congresso Nacional, pela primeira vez
desde 1937, e autorizava o presidente a decretar estado de sítio por tempo
indeterminado, demitir pessoas do serviço público, cassar mandatos, confiscar
bens privados e intervir em todos os estados e municípios.
Por meio do AI-5, a Ditadura Militar iniciou o seu período mais rígido, e a
censura aos meios de comunicação e a tortura como prática dos agentes do
governo consolidaram-se como ações comuns da Ditadura Militar."
A partir de então, o sistema de vigilância de informações e espionagem da
ditadura passou a atuar de maneira muito mais livre, sem a possibilidade real
de um controle judicial dos abusos e violações dos direitos humanos por parte
dos militares.
Consequências do AI-5
O AI-5 deu ao presidente o direito de promover inúmeras ações arbitrárias e
reforçou a censura e a tortura como práticas da ditadura. Além disso, como
efeito imediato desse ato:
500 pessoas perderam seus direitos políticos;
5 juízes de instância, 95 deputados e 4 senadores perderam seus mandatos.

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Outro reflexo imediato do AI-5 foi que personalidades influentes da política
brasileira, como Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek, foram presos por
ordem dos militares. Além disso, intelectuais e artistas passaram a ser mais
perseguidos e 66 professores universitários foram demitidos.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br

A CENSURA DURANTE A DITADURA MILITAR

A censura foi uma das armas de que o regime militar se valeu para calar seus
opositores e impedir que qualquer tipo de mensagem contrária a seus
interesses fosse amplamente divulgada.

O regime militar usou de critérios políticos para censurar o jornalismo, ao passo


que, no a censura de artes e espetáculos, serviu-se principalmente de critérios
morais.

A censura passou por três fases durante a ditadura. A primeira se estendeu de


31 de março de 1964 à publicação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em
dezembro de 1968, e teve um momento mais intenso nos meses que
sucederam ao golpe, abrandando-se a partir de então.

Logo após a deposição de João Goulart (PTB), pequenos jornais de esquerda


ou ligados a Jango, como "Politika", "Folha da Semana" e "O Semanário" foram
depredados. O mesmo aconteceu com um dos grandes jornais da época, o
"Última Hora", por ser simpático ao presidente deposto. Já o "Correio da
Manhã", por denunciar os excessos dos militares, teve sua proprietária presa,
além da sede invadida e interditada.

A segunda coincidiu com a publicação do AI-5, em 13 de dezembro de 1968,


que institucionalizou o caráter ditatorial do regime e tornou a censura
implacável até o início do governo Geisel, em 1975.

Por fim, durante os governos Geisel, de 1975 a 1979, e Figueiredo, de 1979 a


1985, a censura tornou-se gradativamente mais leve, até o restabelecimento do
regime democrático.

Leis da censura prévia

O Decreto-Lei nº 1.077, de 21 de janeiro de 1970 instituiu a censura prévia,


exercida de dois modos: ou uma equipe de censores instalava-se
permanentemente na redação dos jornais e das revistas, para decidir o que
poderia ou não ser publicado, ou os veículos eram obrigados a enviar
antecipadamente o que pretendiam publicar para a Divisão de Censura do
Departamento de Polícia Federal, em Brasília.

O controle sobre a imprensa já havia sido regulamentado pela Lei nº 5.250, de


9 de fevereiro de 1967, a Lei de Imprensa, que obviamente restringia a

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liberdade de expressão. No entanto, a situação se tornou mais crítica com a
edição do AI-5, bem como com a do Decreto Lei nº 1.077.

Mas a censura também era exercida informalmente, por meio de telefonemas e


comunicados por escrito ("bilhetinhos") proibindo a publicação de determinados
assuntos. O governo também se utilizava da pressão econômica, retirando a
publicidade das empresas estatais dos órgãos de imprensa que o
contrariavam.

Em 1970, o "Jornal do Brasil", do Rio de Janeiro, perdeu 15% de sua receita,


sendo obrigado a "negociar" com os militares, isto é, a amenizar sua postura
crítica em relação ao governo.

Televisão

Problemas sociais e econômicos também tinham restrita sua divulgação, de


modo a evitar supostos estragos à imagem do país. Um exemplo bastante
significativo foi a censura ao noticiário referente à epidemia de meningite que
ocorreu no Brasil em 1974.

O teatro e a música popular também estavam na mira da Divisão de Censura.


No entanto, por ter se tornado o veículo de comunicação de maior audiência
durante as décadas de 1960 e 1970, a televisão sofreu censura, principalmente
nas novelas, os programas com mais popularidade.

Os capítulos tinham cenas cortadas e trechos alterados, e eram praticamente


reescritos pelos censores, o que resultava, muitas vezes, na adulteração do
sentido original que o autor tinha pretendido lhes dar.

Fonte: https://educacao.uol.com.br

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REPRESSÃO

A ditadura militar brasileira foi marcada pela atuação dentro do que se identifica
como uma espécie de “legalidade autoritária”. Para coibir todos aqueles que
ousaram contestar o regime mais diretamente – os chamados “subversivos” –
não deveria haver limite jurídico, ético ou moral. Assim, principalmente a partir
de 1968, o Estado brasileiro patrocinou uma repressão ao mesmo tempo legal
e ilegal, baseada em censura, vigilância, tortura sistemática, prisões ilegais e
desaparecimentos. A ditadura ficou marcada pelas prisões arbitrárias,
cassações, expurgos, tortura, execuções, desaparecimento de cadáveres e até
mesmo por atentados com bombas.

O aparato de repressão da ditadura deu-se por meio de diversos mecanismos.


O primeiro mecanismo foram os Atos Institucionais, o suporte jurídico que
possibilitava aos militares perseguir e aprisionar todos os que eram
considerados opositores do regime. Exemplificando, o AI-1 permitiu à ditadura
aprisionar pessoas, indiscriminadamente, em locais como navios e estádios de
futebol, e a expurgar pessoas do serviço público.

Por meio do AI-1, 4841 pessoas perderam seus direitos políticos, e 1313
militares foram colocados na reserva. Além disso, dezenas de juízes foram
expurgados, e 41 deputados tiveram seus mandatos cassados. Sindicatos,
como a Liga Camponesa, e instituições estudantis, como a UNE, também
sofreram com a repressão governamental.

Com o tempo, o direito da população de escolher seu presidente foi retirado por
meio do AI-2, decretado no final de 1965, e o AI-3 estabeleceu um sistema
bipartidário no Brasil. Os dois partidos que existiam era:

Aliança Renovadora Nacional (Arena): partido do regime;

Movimento Democrático Brasileiro (MDB): oposição consentida (ou seja, não


toda e qualquer oposição)."

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br

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TORTURA DURANTE A DITADURA

Durante o regime militar de 1964, os torturadores brasileiros eram, em sua


grande maioria, militares das forças armadas, em especial do exército. Os
principais centros de tortura no Brasil, nesta época, eram os Destacamentos de
Operações de Informação – Centros de Operações de Defesa Interna
(DOI/CODI), órgãos militares de defesa interna. No ano de 2006, Carlos Alberto
Brilhante Ustra, coronel do Exército Brasileiro e ex-chefe do DOI/CODI de São
Paulo, respondeu e foi condenado por crime de tortura e sequestro em um
tribunal militar.

Mas havia também torturadores civis, que atuavam sob ordens dos militares.
Um dos torturadores mais famosos e cruéis foi Sérgio Paranhos Fleury,
delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo,
que se utilizava de métodos brutais – e, por vezes, letais – para conseguir as
confissões de seus suspeitos, à revelia de seus chefes. Segundo o relatório
“Brasil: Nunca Mais”, pelo menos 1.918 prisioneiros políticos atestaram ter sido
torturados entre 1964 e 1979 (15 de março de 1979 era a data-limite do
período a ser investigado). O documento descreve 283 diferentes formas de
tortura utilizadas na época pelos órgãos de segurança.

No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, as ditaduras militares do Brasil
e de outros países da América do Sul criaram a chamada Operação Condor
para perseguir, torturar e eliminar opositores. Receberam o apoio de
especialistas militares norte-americanos ligados à Agência Central de
Inteligência (CIA), que ensinaram novas técnicas de tortura para obtenção de
informações. A Escola das Américas, instalada nos Estados Unidos, foi
identificada por historiadores e testemunhas como um centro de difusão de
técnicas de tortura. O americano Dan Mitrione foi um dos enviados americanos
que, posando como agente da Embaixada Americana no Brasil, treinou
policiais brasileiros em técnicas de tortura “científicas” para a obtenção de
informações de suspeitos presos. O torturador era tão maquiavélico que
utilizava de mendigos para dar demonstrações de suas técnicas. A história de
Mitrione no Brasil foi objeto do filme Estado de Sítio, de Costa-Gavras.

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Após a ditadura militar brasileira, ainda é comum serem relatados casos de
tortura no Brasil. Foram registradas na Secretaria Nacional de Direitos
Humanos 466 denúncias de tortura contra a população carcerária em 2013.
Para a sua tese de mestrado, a socióloga do Núcleo de Estudos da Violência
da Universidade de São Paulo (USP), Maria Gorete Marques acompanhou 181
agentes do Estado que estavam sendo processados por tortura e concluiu que
70% deles não foram punidos.

Fonte: https://nev.prp.usp.br/tortura/

A LEI DA ANISTIA E O FIM DA DITADURA MILITAR NO BRASIL

Anistia é o ato jurídico em que crimes políticos cometidos dentro de um


determinado período de tempo são esquecidos.

No Brasil, a Lei de Anistia de 1979, permitiu o retorno de todos os acusados de


crimes políticos no período do regime militar.

A luta pela anistia no Brasil se inicia tão logo houve a cassação de direitos
políticos a parlamentares por 10 anos em 1964.

No entanto, com o AI-5, esta reivindicação se intensifica porque este decreto foi
muito mais abrangente. Desta forma, em 1971, um grupo de parlamentares do
MDB acrescenta o pedido de anistia num documento do partido chamado
“Carta do Recife”.

O governo tratava as denúncias de tortura e maus-tratos como uma campanha


difamatória e tentava silenciar estas vozes.

Em 1973, porém, durante a eleição presidencial indireta, o candidato da


oposição Ulysses Guimarães faz um discurso demandando a anistia.

Igualmente, as mulheres se juntaram a esta luta com a criação do Movimento


Feminino pela Anistia (MFPA), em 1975. Esta ação é importante dentro do
quadro do Feminismo no Brasil.

O Manifesto lançado por esta organização conseguiu 16 mil assinaturas em


todo país. Em seguida, entidades civis como a Associação Brasileira de
Imprensa (ABI), a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) passam a apoiar abertamente à anistia.

o mesmo modo, o modelo econômico praticado pelos militares se esgotava e a


população começa a se organizar em tornos de associações como o
Movimento contra a Carestia de Vida, dentre outros.

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Durante o governo Geisel (1974-1979) houve uma tímida abertura política com
a revogação do AI-5. A morte do jornalista Vladimir Herzog foi um revés ao
governo, pois a União foi responsabilizada pelo seu falecimento.

Ao passar a faixa para seu sucessor, João Baptista Figueiredo (1918-1999),


este continuou com a política de abertura de Geisel (1907-1996).

No entanto, esta deveria ser controlada pelos militares e seus aliados civis,
deixando pouca margem de manobra para a oposição.

Cada vez mais ganhava a ideia de que a Anistia deveria ser “ampla, geral e
irrestrita”, ou seja, contemplar todos aqueles que praticaram atos em nome da
luta contra a ditadura.

Para chamar ainda mais a atenção da mídia, um grupo de prisioneiros políticos


encarcerados no Rio de Janeiro, começa uma greve de fome em 22 de julho.
Os grevistas recebem a visita do senador Petrônio Portela (Arena-AL) que fazia
parte da Comissão Mista que analisava um projeto de lei para a anistia.

Numa sessão de oito horas no Congresso dos Deputados, com discursos


exaltados e soldados a paisana nas galerias, os parlamentares aprovam a lei
da Anistia.

Assim, em 28 de agosto de 1979, o presidente Figueiredo sanciona a lei. Com


isto, políticos e intelectuais exilados puderam voltar ao país e profissionais
puderam reaver seus postos de trabalho.

A lei contemplou os crimes cometidos no período de 2 de setembro de 1961 a


15 de agosto de 1979. Ela garantia retorno dos exilados ao país;
restabelecimento dos direitos políticos suspensos de servidores da
administração direta e indireta; dos servidores do Legislativo e do Judiciário; de
fundações ligadas ao poder público.

Também estendia esses benefícios aos militares envolvidos em crimes


cometidos contra aqueles que foram detidos.

Na Lei de Anistia não foram contemplados com a anistia aqueles condenados


por crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentado. Esses processos
seguiram seu curso normal.

A anistia beneficiou imediatamente 100 presos políticos e 150 banidos. Cerca


de 2000 brasileiros puderam voltar ao país e dentre as pessoas que voltaram
rapidamente podemos citar: Fernando Gabeira, Hebert de Souza, o Betinho;
Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes, Márcio Moreira Alves, Miguel Arraes,
Francisco Julião.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/lei-da-anistia/

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AS CONSEQUÊNCIAS PARA O BRASIL

As consequências do grave período foram diversas. Uma das principais foi o


aprofundamento das desigualdades sociais e o aumento da miséria e da
pobreza, o que na época ficou marcado pela disparada absurda dos níveis de
inflação do país.

Além disso, a ditadura militar contraiu dívidas externas bilionárias com os


empréstimos para simular o crescimento econômico. A dívida, que
correspondia a 15,7% do PIB nacional no início da ditadura, foi entregue aos
civis com mais de 54% de comprometimento da soma de riquezas nacionais.

Outra consequência foi a de desaparecimentos nunca solucionados, além de


mortes em contextos suspeitos. Diferente de outros países que sofreram
ditaduras militares como a Argentina e o Chile, nunca houve julgamento dos
militares que cometeram crimes contra os seres humanos. Em 2011, criou-se a
Comissão Nacional da Verdade, que investigou muitos dos casos do período,
mas não houve julgamento por conta da Lei da Anistia de 1979.

O período reverbera até os dias de hoje, com defensores exaltando os métodos


de repressão do período e pedindo o retorno do regime de governo para a
política atual. Uma das principais consequências da ditadura militar no Brasil é
a atual organização política, que evoca resistências e apoios ao período
anterior ao da Nova República.

Em 1988, promulgou-se a Constituição Cidadã, definitiva até os dias de hoje,


assegurando direitos como a criação de institucionalização do SUS (Sistema
único de Saúde) e normativas quanto à liberdade geral dos cidadãos, com
cláusulas que não podem ser alteradas em nenhuma hipótese.

Apesar disso, todos os governos dos anos subsequentes foram impactados


pelas heranças econômicas e sociais do período da ditadura, com graves

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crises econômicas nos governos civis e a criação do Real como moeda oficial
brasileira em 1994, para tentar estabilizar a economia.

O legado de destruição da ditadura militar ainda não foi totalmente superado, e


coloca em tensão as instituições do país sempre que grupos apoiadores do
regime tentam evocar essas épocas, ou mesmo forçar qualquer tipo de retorno.

Fonte: https://www.pravaler.com.br/blog/dicas-de-estudo/ditadura-militar-no-
brasil/#quais-foram-as-consequencias-da-ditadura-militar-no-brasil

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