Filosofia 2 4p 2024 - 2s05
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SEMANA 05
paulo diniz
Filosofia Patrística
A Patrística refere-se ao período da Filosofia Cristã
que vai aproximadamente do século II até o século
V, e os principais filósofos desse período foram os
primeiros a estabelecer a base intelectual da
Filosofia Católica Medieval.
Esses pensadores influenciaram a teologia e a
filosofia da Idade Média, com um foco na integração
entre fé cristã e razão, e na adaptação das ideias
filosóficas da Grécia e Roma ao Cristianismo.
Herança Patrística
Integração Filosófica: Os filósofos da Patrística buscaram integrar as
ideias da filosofia grega (principalmente as de Platão e Aristóteles)
com os ensinamentos cristãos. Agostinho, por exemplo, foi
profundamente influenciado por Platão, mas também procurou
adaptar suas ideias à doutrina cristã.
Enfoque Teológico: A maioria desses pensadores tinha uma
preocupação central com a teologia e com a explicação da fé cristã, em
vez de um sistema filosófico puramente racionalista.
Fundação da Filosofia Medieval: As ideias de Agostinho,
especialmente, moldaram a filosofia medieval, especialmente em
relação à relação entre fé e razão, e a questão do mal e do livre-
arbítrio, que se tornariam centrais na filosofia escolástica medieval.
Razão e Imagem
O Concílio de Niceia II (787 d.C.) foi um dos momentos mais significativos na
história da Igreja Católica, pois lidou diretamente com a questão da
veneração das imagens, também conhecida como iconoclastia. Este concílio
abordou a controvérsia entre os defensores do culto das imagens e os
iconoclastas, que se opunham a tal prática, acreditando que a veneração de
imagens seria uma forma de idolatria.
Por outro lado, Santo Agostinho (354-430 d.C.), uma das figuras mais
influentes do cristianismo, discutiu questões teológicas que, indiretamente,
ajudaram a formar a base para a aceitação do culto das imagens dentro do
cristianismo, especialmente com relação à função das imagens como
"mediadoras" de valores espirituais.
Concílio de Niceia II
7ª Sessão (13 de outubro de 787)
O concílio emitiu uma declaração de fé sobre a veneração das imagens
sagradas. Onde foi determinado que:
"Como a cruz sagrada e vivificante está em toda a parte configurada como um
símbolo, assim também as imagens de Jesus Cristo, da Virgem Maria, dos santos
anjos, bem como das dos santos e outros homens piedosos e santos, devem ser
incorporadas no fabricação de vasos sagrados, tapeçarias, vestimentas, etc., e
expostos nas paredes das igrejas, nas casas e em todos os lugares visíveis, à beira
da estrada e em toda parte, para serem reverenciados por todos que pudessem
vê-los. Quanto mais eles são contemplados, mais eles se movem para a memória
fervorosa de seus protótipos. Portanto, é apropriado conceder-lhes uma
veneração fervorosa e reverente, não, no entanto, a verdadeira adoração que, de
acordo com nossa fé, pertence somente ao Ser Divino - pois a honra conferida à
imagem passa para o seu protótipo, e quem venerar a imagem venera nela a
realidade do que está ali representado".
Razão e Imagem
Análise
DEBRAY, Régis. A história das imagens. Tradução de
José Thomaz Brandi. 1. ed. São Paulo: Editora
Perspectiva, 2003
Em sua análise, Régis Debray mostra como a Igreja Católica, através do Concílio
de Niceia II e de outras decisões, permitiu o culto das imagens como um elemento
central na prática religiosa. Ele explica como essas imagens, longe de serem
vistas como ídolos, são ferramentas simbólicas que ajudam os fiéis a se conectar
com o divino, e como esse culto também tem um papel significativo na
organização social e política da Igreja.
Ao mesmo tempo, Debray reflete sobre como a iconoclastia, ao tentar abolir
essas imagens, não apenas questionava a prática religiosa, mas também desafiava
a ordem estabelecida e o poder da Igreja. A preservação e a legitimação do culto
das imagens, portanto, refletem a necessidade de mediação entre o divino e o
humano, além de seu papel na consolidação do poder da Igreja.
Esses pontos estão em sintonia com a tradição teológica católica pós-Concílio de
Niceia II, onde as imagens, como representações simbólicas do sagrado,
continuam a desempenhar um papel fundamental na vida litúrgica e na educação
dos fiéis.
1. A Função das Imagens no Catolicismo
"A Igreja Católica soube, ao contrário das outras religiões monoteístas,
encontrar uma utilidade pragmática para as imagens, dando-lhes uma
função de intermediação entre o fiel e a divindade, não como um
substituto da divindade, mas como uma porta para ela. Em sua luta
contra o iconoclasmo, ela defendeu a ideia de que as imagens eram
sacralizadas por sua relação simbólica com o sagrado e, por isso, dignas
de veneração."
DEBRAY, Régis. A história das imagens. Tradução de José Thomaz Brandi. 1. ed. São Paulo: Editora
Perspectiva, 2003
3. O Papel das Imagens na Transformação da Experiência Religiosa
"O culto das imagens, mais do que um simples ato de veneração, se
torna um catalisador da experiência religiosa. Ele permite ao fiel
transcender a realidade material e se conectar com o misterioso e o
transcendente, enquanto ao mesmo tempo oferece algo que ele pode
ver, tocar e venerar. A imagem torna-se, assim, uma representação do
invisível, uma ponte que facilita a relação com o divino."
DEBRAY, Régis. A história das imagens. Tradução de José Thomaz Brandi. 1. ed. São Paulo: Editora
Perspectiva, 2003
5. Iconoclastia e a Luta pelo Controle das Imagens
"A luta entre iconoclastas e iconófilos no contexto da Igreja Católica
reflete não só uma disputa teológica, mas uma luta pelo controle das
imagens, que se tornaram poderosas ferramentas de propaganda e
identidade. Ao permitir o culto das imagens, a Igreja Católica não estava
apenas promovendo uma prática religiosa, mas consolidando a presença
e o domínio da Igreja na vida cotidiana."
DEBRAY, Régis. A história das imagens. Tradução de José Thomaz Brandi. 1. ed. São Paulo: Editora
Perspectiva, 2003
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