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VA2 – DIREITO AMBIENTAL

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VA2 – DIREITO AMBIENTAL

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Conceito apontado pela RESOLUÇÃO DO CONAMA 237/97:

Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental


competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva
ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.

A Lei Complementar 140/2011 também reafirma o conceito de licenciamento:

Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se:

I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar


atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental;

NATUREZA JURÍDICA

Se trata de procedimento administrativo.

Conjunto de várias etapas/procedimentos que alcançará a expedição de licença ambiental

COMO FUNCIONARÁ O LICENCIAMENTO?

Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes etapas:

I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor,


dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de
licenciamento correspondente à licença a ser requerida;
II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos
documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;

III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos


documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias
técnicas, quando necessárias;

IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental


competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver
a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não
tenham sido satisfatórios;

V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;

VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental


competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver
reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido
satisfatórios;

VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;

VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida


publicidade.

ESPÉCIES DE AIA – AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

• EIA/RIMA – Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental


• Diagnóstico Ambiental
• Estudo de Impacto de Vizinhança

A REGRA é que havendo necessidade de AIA = Prazo de conclusão: 06 (seis) meses.

O prazo DOBRA quando houver EIA/RIMA

Prazo do EMPREENDEDOR para prestar esclarecimentos é de 4 (quatro) meses.


TRÍPLICE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

1. Responsabilidade Civil
• Reparatória;
• Responsabilidade objetiva Conduta + dano + nexo de causalidade;
• Obrigação de reparar o dano;
• Obrigação Propter Rem.

2. Responsabilidade Administrativa
• Preventiva;
• Responsabilidade subjetiva = depende de culpa ou dolo;
• Compete ao Executivo e legislativo. Órgãos que possuem obrigação de
estabelecerem normativas e medidas de controle para a proteção do meio
ambiente.

3. Responsabilidade Criminal
• Repressiva;
• Lei de Crimes Ambientais Lei 9.605/98;
• Responsabilidade subjetiva = depende de culpa ou dolo.

Constituição Federal/1988.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os


infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

RESPONSABILIDADES EM DIREITO CIVIL


1. Da responsabilidade contratual
• Art. 389, CC/2002;
• Deriva do descumprimento de um contrato.

2. Da responsabilidade extracontratual
• Arts. 186 e 927, CC/2002;
• Não prescinde de uma relação contratual.

TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

Art. 927, parágrafo único, CC/2002.

Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos


especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e
municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos
inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os
transgressores:

§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados
ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União
e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por
danos causados ao meio ambiente.

TEORIA DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA

Art. 927, CC/2002.

Ato ilícito (com dolo ou culpa) + Dano + Nexo causal (elo que liga o ato ilícito ao
dano)

Será fastada a responsabilidade se for comprovado:

1) Caso fortuito ou força maior;


2) Fato exclusivo da vítima
3) Fato de terceiro

PREVISÕES LEGAIS

SÚMULA N. 629, do STJ

“Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à


de não fazer cumulada com a de indenizar.”

POLUIÇÃO LÍCITA

Aquela poluição que ocorre amparada por regular licenciamento ambiental, realizada
dentro dos padrões de tolerância da legislação ambiental, excluindo, neste caso, a
responsabilidade administrativa ou criminal do poluidor.

No entanto, a poluição licenciada NÃO afasta a responsabilidade civil do poluidor,


pois a natureza da reparação civil não é sancionatória, mas sim reparatória.

TIPIFICAÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR

Política Nacional do Meio Ambiente, lei 6.938/1981

Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar


os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de re cursos ambientais
com fins econômicos.

Princípio do Poluidor Pagador serviu como fonte para a tipificação da responsabilidade


objetiva, prevista no parágrafo primeiro, do artigo 14, da lei 6.938/1981, que prevê:

“É o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou


reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade”.

TEORIA DO RISCO INTEGRAL

Acerca da teoria do risco integral e a prova do nexo de causalidade, eis o entendimento


do STJ – Superior Tribunal de Justiça: “[…] para o fim de apuração do nexo de
causalidade no dano ambiental, equiparam-se quem faz, quem não faz quando deveria
fazer, quem deixa fazer, quem não se importa que façam, quem financia para que façam,
e quem se beneficia quando outros fazem. […]” REsp 650.728/SC, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/10/2007, DJe 02/12/2009

Para memorizar o entendimento do SJT sobre a teoria do risco integral e a prova do nexo
de causalidade e, SE LEMBREM DA CANÇÃO ‘SOMOS QUEM PODEMOS SER’,
DO ENGENHEIROS DO HAWAII!
“Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão
Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem
Também tem
Também tem
Nós todos temos um pouco de culpa
Mas nós...
Somos quem podemos ser”

CÓDIGO FLORESTAL

Novo Código Florestal, lei 12.651/2012

Art. 2º As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação


nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a
todos os habitantes do país, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações
que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.

§ 2º As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao


sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do
imóvel rural.

RESPONSABILIDADES PENAL AMBIENTAL

Lei 9.605/1998, que dispõe sobre sanções penais e administrativas em face de atividades
lesivas ao meio ambiente

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta
Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente,
o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

É importante ponderar o DOLO ou CULPA do agente que incorre em crime


ambiental:

• Lei 9.605/1998:

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:

I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para


a saúde pública e para o meio ambiente;

II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse


ambiental;

III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.

____________

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e


penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida
por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas,
autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

____________

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.

____________

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação
imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 7 6 da Lei nº 9.099, de
26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia
composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de
comprovada impossibilidade.

DAS PENALIDADES

01 - Restritivas de liberdade

• Restritivas de liberdade Reclusão (para crimes mais graves);


• Detenção (para crimes menos graves);
• Prisão Simples (contravenções penais).

02 - Restritivas de direitos

Art. 8º As penas restritivas de direito são:

I - prestação de serviços à comunidade;

II - interdição temporária de direitos;

III - suspensão parcial ou total de atividades;

IV - prestação pecuniária;

V - recolhimento domiciliar.

03 – Multa

Cada artigo que tipifica os crimes dirá quando incidirá multa.

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