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Artes Para Educadores

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APOSTILA

ARTE PARA
EDUCADORES
PLANEJAMENTO CRIATIVO PARA EDUCADORES

O curso aqui proposto vem trazer uma breve reflexão acerca de uma proposta
pedagógica mais criativa para despertar o interesse e curiosidade dos alunos.
Tendo em vista as constantes mudanças no mundo pós pandemia e as novas
demandas em relação ao conhecimento formal , a arte deve ser utilizada como
meio estratégico de aprendizagem.

"A criatividade por si só é importante para se manter saudável, permanecer


conectada a si mesmo e ao mundo"
A ARTE NA HISTÓRIA DO HOMEM

A comunicação artística acompanha a história do homem. A expressão


gráfica foi a forma primária de comunicação humana. Segundo as pesquisas ,
inicialmente os homens se comunicavam pelo gestual que indicava o que
desejavam , depois avançaram para a representação gráfica e posteriormente
para a linguagem escrita. Assim como acontece no desenvolvimento infantil
quando as crianças desde começam a testar sua comunicação com o adulto
por meio do gestual, depois avançam para o desenho e posteriormente para a
escrita.

Isso nos leva a perceber que a arte como forma de expressão é essencial ao
desenvolvimento humano e se trabalhada com maior embasamento pode
fornecer informações importantes sobre o desenvolvimento integral do ser, seja
na coordenação motora, no olhar estético ou na ampliação do senso crítico.

A experiência artística da arte rupestre nos faz pensar nas marcas gráficas
deixadas pelos homens primitivos, registros gráficos (signos) nos permitiram
conhecer melhor a nossa origem.

A arte é uma ação humana intencional que recria a realidade material e


transforma o próprio sujeito numa concepção social e histórica do seu
psiquismo.

A arte aproxima os homens, como uma linguagem universal ela reverbera os


valores de um tempo histórico de forma autêntica. Uma pintura, um objeto
artesanal ou uma música falam muito sobre a história das civilizações e dos
laços que costuram a história do homem.

A arte, em toda a sua diversidade, é um componente essencial para uma


educação abrangente e para o pleno desenvolvimento do indivíduo.

As competências como a criatividade, colaboração e resolução imaginativa de


problemas, desenvolvem a resiliência, incentivam a apreciação pela
diversidade cultural e pela liberdade de expressão, e cultivam a inovação e as
habilidades do pensamento crítico. Além disso, a arte acelera a inclusão social
e a tolerância em nossas sociedades multiculturais e conectadas.

Para que essa consciência sobre a arte pode ser adquirida desde a mais tenra
idade, a escola precisa de ter convicção do importante papel da arte no
currículo escolar.
Educar pela arte

O educar é um processo de humanização, e a escola precisa reconhecer o ser


integral, que compreende o mundo por meio de signos, modificando e
reconfigurando seu saber. Conforme Vygotsky (1999, p. 315): Por meio da arte
vamos nos apropriando do espaço social, cada um no seu tempo e ritmo, pois
a arte existe pelo olhar individual de cada, são as experiências sensoriais nos
revelam o sentido de uma imagem.

Por meio da interação social, aprendemos e nos desenvolvemos, vamos


criando respostas e novas formas de agir no mundo, ampliando nossa atitude
de participação ativa.

Sabemos que, o ensino Fundamental é um momento escolar importante, é a


entrada definitiva à sociedade e suas complexidades. Se o espaço escolar
oferece uma abordagem democrática e criativa de construção do
conhecimento, o aluno vai ter uma melhor compreensão do universo adulto
dentro de suas possibilidades.

Assim torna-se necessário despertar a curiosidade acerca de temas


relacionados à vida social e real. De acordo com a Lei de Diretrizes básicas da
Educação em seu artigo com a redação dada pela Lei n 11.274, de 2006 diz
que: O ensino fundamental obrigatório, com duração de nove (nove) anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis (seis) anos de idade, terá por
objetivo a formação básica do cidadão.

E o papel do docente segue na sua importância, oferecendo condições para


transmitir o conhecimento ao aluno de forma consistente e significativa.

Sabendo que muitas vezes, a educação se mostra fragmentada e os


professores não tendo formação especializada em arte fazem abordagens
equivocadas em relação à aprendizagem visual e artística. Vemos persente no
consto escolar o tempo do desenho livre para compor horários ociosos e outras
demandas como falta de professor. Essa é uma importante evidência da falta
de capacitação ou aprimoramento cultural que precisa ser vista e reconstruída.
Reconstruir e ampliar qualquer conceito estético ou artístico deve ser tarefa
educacional cotidiana a fim de promover a cultura como um todo. O professor
deve trabalhar a arte como estratégia de aprendizagem geral, com caráter
sustentável, cultural e social integrado às outras disciplinas.

A escola como espaço social deve se abster de imagens estereotipadas que


inibem o senso estético e ético e propor o contato da criança com as obras de
artes, imagens do mundo com significado, criando novos repertórios
relacionando com suas experiências já estabelecidas em sua vida. O professor
deve mostrar aos alunos as diversas possibilidades que encontramos através
das expressões artísticas, considerando inúmeros elementos que compõem a
arte.

É necessário que o professor possibilite aos alunos o desenvolvimento de sua


percepção, imaginação, raciocínio, dentre outros aspectos que ajudarão no
processo de ensino aprendizagem, tornado os seres capazes de analisar,
refletir e emitir opiniões.

Estratégias criativas e ferramentas simbólicas educativas como os recursos


digitais podem estimular a criatividade do aluno, abrir caminhos para a
autonomia e construção de significados, sentidos, aprendizagem e regras
sociais.

No Brasil, o governo federal elaborou novas diretrizes para orientar os


professores educadores por meio da normatização de alguns fatores
fundamentais concernentes a cada disciplina. Esses parâmetros abrangem
tanto a rede pública, como a rede privada de ensino, conforme o nível de
escolaridade dos alunos. Sua meta é garantir aos educandos o direito de
usufruir dos conhecimentos necessários para o exercício da cidadania.

Os parâmetros curriculares Nacionais (PCNs) de artes: são características


desse novo marco curricular as reivindicações de identificar a área por arte (e
não mais por educação artística) e de incluí-la na estrutura curricular como
área com conteúdos próprios ligados á cultura artística, e não apenas como
atividade lúdica. (MARTINS; PISCOSQUE; GUERRA, 1998, p.13).
Assim, o processo de desenvolvimento e aprendizagem do aluno no ensino de
arte visa um conhecimento acerca de diferentes técnicas artísticas, recursos de
diversos e meios de comunicação e expressão criadora.

Através da arte o indivíduo desenvolverá a criatividade e as linguagens


estéticas e a imaginação criadora, através do desenho, da pintura e das
construções, ampliando a sensibilidade e as formas de interpretação e
representação de mundo.

Assim, os alunos vão desenvolver competências nas diversas modalidades da


área de arte, nas produções de trabalhos, ao apreciar, valorizar trabalhos
artísticos de diferentes povos e culturas produzidos ao longo da história.

Assim como os PCNS, vem sendo elaborada desde a proposição da BNCC -


Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) acerca do trabalho com a
prática de leitura. Ambos os documentos abordam o trabalho com múltiplas
linguagens: os PCN tratam de modo sucinto do uso de tecnologias,
evidenciando o uso do computador, do rádio e da televisão.

Já a BNCC detalha, em diferentes habilidades, a necessidade do trabalho com


imagens, sons e diferentes linguagens digitais. A Base Nacional Comum
torna os alunos os protagonistas do processo no ensino de Arte. No dia a dia,
eles podem não só ajudar a definir os temas a serem tratados, mas devem
sentir-se mais livres para criar, dando vazão à sensibilidade de maneira mais
plena, com a observação e incentivo do professor. Com esses conceitos, a
maneira de planejar as aulas e avaliações deve passar por transformações e
ampliar o conceito ético e estético vigente.

É necessário reconstruir o conceito de beleza e de arte, permitindo que desde


a mais tenra idade, as crianças acessem visualmente obras de tempos
históricos diversos e percebam os signos visuais que representam a sociedade.
A arte e o processo criativo

As grandes invenções que tanto contribuíram para o aprimoramento do


mundo e suas condições de vida partiram de um projeto gráfico.

Tudo começa com um desenho, cada objeto, cada móvel, meio de


transporte, cada pintura, escultura, cada figura começa com uma ideia
desenhada no papel.

Segundo Fetter. "Precisamos conhecer essas habilidades essenciais para


progredir e continuar criando arte." É como quaisquer outras coisas que
aprendemos, dessa forma as crianças precisam de experiências artísticas
e estéticas para se expressar e avançar na forma de comunicação com o
mundo cada vez mais visual.

Mas, para que o processo criativo seja significativo, os professores


precisam ter um olhar mais amplo sobre a expressão artística criadora.
Sabemos quer ao longo dos tempos nas escolas brasileiras à expressão
criativa era considerada uma atividade livre sem embasamento e talvez
por esse motivo tenha reverberado o conceito de lazer ou ocupação do
tempo de aprendizagem ocioso (isto é, "Aqui está um pedaço de papel,
desenhe o que quiser!"). Essa abordagem pode divertida e valiosa, mas
precisa de um objetivo maior.

Todas as linguagens artísticas são áreas de comunicação e


expressão, mas muitas vezes precisam de um direcionamento, uma
intenção para serem compreendidas.

A arte, como as outras disciplinas, tem etapas que auxiliam no processo


de aprendizagem geral. Quando as crianças desde cedo convivem com
imagens selecionadas, com obras de arte expostas em lugares públicos e
democráticos, ela vai percebendo as cores, as formas, ampliando seu
repertório cultural e artístico. A criança absorve as combinações de cores,
suas nuances e a diversidade artística existente.
Ao apreciar uma obra ou imagem ela vai dando um significado adequado
ao seu mundo e sua realidade, permitindo se expressar de forma mais
autêntica e pessoal.

O educar é um processo de humanização, e a escola precisa reconhecer o ser


integral, que compreende o mundo por meio de signos, modificando e
reconfigurando seu saber. Conforme Vygotsky (1999, p. 315): Por meio da arte
vamos nos apropriando do espaço social, cada um no seu tempo e ritmo, pois
a arte existe pelo olhar individual de cada, são as experiências sensoriais nos
revelam o sentido de uma imagem.

Por meio da interação social, aprendemos e nos desenvolvemos, vamos


criando respostas e novas formas de agir no mundo, ampliando nossa atitude
de participação ativa.

Sabemos que, o ensino Fundamental é um momento escolar importante, é a


entrada definitiva à sociedade e suas complexidades. Se o espaço escolar
oferece uma abordagem democrática e criativa de construção do
conhecimento, o aluno vai ter uma melhor compreensão do universo adulto
dentro de suas possibilidades.

Assim torna-se necessário despertar a curiosidade acerca de temas


relacionados à vida social e real. E o papel do docente segue na sua
importância, oferecendo condições para transmitir o conhecimento ao aluno de
forma consistente e significativa para a vida e para atuar na sociedade com
ética.

Sabendo que muitas vezes, a educação se mostra fragmentada e os


professores não tendo formação especializada em arte fazem abordagens
equivocadas em relação à aprendizagem visual e artística. Vemos persente no
consto escolar o tempo do desenho livre para compor horários ociosos e outras
demandas como falta de professor. Essa é uma importante evidência da falta
de capacitação ou aprimoramento cultural que precisa ser vista e reconstruída.

Reconstruir e ampliar qualquer conceito estético ou artístico deve ser tarefa


educacional cotidiana a fim de promover a cultura como um todo. O professor
deve trabalhar a arte como estratégia de aprendizagem geral, com caráter
sustentável, cultural e social integrado às outras disciplinas.

A escola como espaço social deve se abster de imagens estereotipadas que


inibem o senso estético e ético e propor o contato da criança com as obras de
artes, imagens do mundo com significado, criando novos repertórios
relacionando com suas experiências já estabelecidas em sua vida. O professor
deve mostrar aos alunos as diversas possibilidades que encontramos através
das expressões artísticas, considerando os inúmeros elementos que compõem
a arte.

É necessário que o professor possibilite aos alunos o desenvolvimento de sua


percepção, imaginação, raciocínio, dentre outros aspectos que ajudarão no
processo de ensino aprendizagem, tornando-os seres capazes de analisar,
refletir e emitir opiniões próprias.

Estratégias criativas e ferramentas simbólicas educativas como os recursos


digitais podem estimular a criatividade do aluno, abrir caminhos para a
autonomia e construção de significados, sentidos, aprendizagens e regras
sociais.

Uma proposta curricular centrada no aluno adota um programa escolar


constituído de conhecimento reconstruído pelo aluno a partir de suas próprias
referências culturais e individuais.

Segundo teóricos como Cesar Coll (2006), Emília Ferreiro e Ana Teberosky
(1988), o conhecimento é emancipador se envolver a participação do aluno e
se o professor assumir o papel de facilitador e construtor do conhecimento.

Diante de estudos e análises sobre programas escolares que promovem o


conhecimento como fator significativo da educação, o governo criou os
Parâmetros Curriculares Nacionais com temas transversais que compreendem
seis áreas: Ética (Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo, Solidariedade), Orientação
Sexual (Corpo: Matriz da sexualidade, relações de gênero, prevenções das
doenças sexualmente Transmissíveis), Meio Ambiente (Os ciclos da natureza,
sociedade e meio ambiente, manejo e conservação ambiental), Saúde
(autocuidado, vida coletiva), Pluralidade Cultural (Pluralidade Cultural e a Vida
das Crianças no Brasil, constituição da pluralidade cultural no Brasil, o Ser
Humano como agente social e produtor de cultura, Pluralidade Cultural e
Cidadania) e Trabalho e Consumo (Relações de Trabalho; Trabalho, Consumo,
Meio Ambiente e Saúde; Consumo, Meios de Comunicação de Massas,
Publicidade e Vendas; Direitos Humanos, Cidadania).

Os temas transversais expressam conceitos e valores básicos à democracia e


à cidadania e obedecem a questões importantes e urgentes para a sociedade
contemporânea. A ética, o meio ambiente, a saúde, o trabalho e o consumo, a
orientação sexual e a pluralidade cultural não são disciplinas autônomas, mas
temas que permeiam todas as áreas do conhecimento estão sendo
intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos
alunos e educadores em seu cotidiano.
Os Temas Transversais caracterizam-se por um conjunto de assuntos que
aparecem transversalizados em áreas determinadas do currículo, que se
constituem na necessidade de um trabalho mais significativo e expressivo de
temáticas sociais na escola. Alguns critérios utilizados para a sua constituição
se relacionam à urgência social, a abrangência nacional, à possibilidade de
ensino e aprendizagem na Educação Básica e no favorecimento à
compreensão do ensino/aprendizagem, assim como da realidade e da
participação social. São temas que envolvem um aprender sobre a realidade,
na realidade e da realidade, preocupando-se também em interferir na realidade
para transformá-la.

Diante da criação de temas curriculares tão atuais e reais, as novas diretrizes


exigem do programa curricular a construção de estratégias criativas como
facilitadoras da aprendizagem.

Com novas diretrizes e normatização de alguns fatores fundamentais, os


professores na era pós-moderna foram instigados a desenvolver um
planejamento mais amplo e democrático que desenvolva o senso de cidadania,
afim de garantir aos alunos o direito de usufruir dos conhecimentos básicos
necessários para participar ativamente da sociedade como citado
anteriormente.
Considerados como um novo marco curricular, os PCNs integram diretamente
a diversidade cultural ao conhecimento formal o que ressaltar a importância do
olhar estético, crítico e artístico à rotina escolar.

Sabemos que, através da arte o indivíduo desenvolve a criatividade, conhece


as diversas linguagens estéticas e desperta a sua imaginação criadora. Assim,
os alunos vão desenvolvendo competências nas diversas modalidades e vai
ressaltando sua identidade cultural.

Assim como os PCNS, foi elaborada a BNCC - Base Nacional Comum


Curricular (BRASIL, 2017) ambos os documentos políticos abordam o trabalho
com múltiplas linguagens expressivas.

A BNCC detalha, em diferentes habilidades, a necessidade do trabalho com as


diferentes formas de expressão. A Base Nacional Comum Curricular torna os
alunos os protagonistas do processo no ensino de Arte.

Esses programas foram criados com objetivo de enriquecer o programa


curricular vigente, mas ainda enfrentamos alguns obstáculos diante da
formação acadêmica na área da educação que não oferece um programa
cultural de formação aos educadores e o desenvolvimento no âmbito cultural se
é minimizado e pouco significativo.

No dia a dia, os professores podem definir seus temas e utilizar de diferentes


estratégias criativas para dar vazão à sensibilidade de maneira mais plena e
uma aprendizagem mais significativa. Mas, é preciso mais envolvimento no
panorama cultural e artístico do profissional para que se realize com mais
significado a construção do conhecimento de mundo.com mais significado e
valor. Quando um profissional da educação conhece sua identidade cultural,
participa de manifestações artísticas locais e mundiais, ele reconhece a
importância e transfere tal interesse aos seus alunos.

A forma de planejar suas aulas, com conceitos mais abertos, propõe uma
reconstrução de valores sócia cultural muito importante para a construção de
uma sociedade mais justa. Ao conhecer a cultura de cada região, ele desperta
a curiosidade do grupo para buscar influências e reavaliar nossas origens.
Se o professor integra a arte ao seu planejamento, ele pode transformar o
aprendizado em conhecimento geral. Uma imagem, uma obra de arte
analisada e refletida pelo seu simbolismo desperta o olhar crítico e torna
o aluno um agente ativo da sociedade. Com uma abordagem simples e
dialógica do professor, a escola vai contribuir significativamente na formação
do senso de cidadania.

É na escola que as crianças têm oportunidade de conhecer, apreciar, criticar,


dialogar, refletir e valorizar diversas culturas e manifestações artística culturais,
vivenciado as diferenças e desenvolvendo o respeito e valorizar a diversidade.

Por meio da apreciação de obras de arte possibilitamos ao aluno conhecer


outras culturas e perceber semelhanças e diferenças entre elas. Nesse sentido,
as manifestações artísticas como produtos de culturas diversas nos trazem
conhecimento de mundo e permite um olhar reflexivo sobre as verdades
veiculadas nas mídias e desperta assim o senso crítico dos alunos.

Estudos comprovam que a arte contribui positivamente na aprendizagem das


demais disciplinas curriculares, pois ela integra o cognitivo e o emocional.
Pensando assim, é de fundamental importância que os educadores elaborem
atividades que estimulem a imaginação, a comunicação expressiva e o pensar
crítico dos alunos. Dessa forma, eles aprendem a observar e traduzir seus
pensamentos em linguagem oral e escrita. O mundo contemporâneo com seu
excesso de informações requer cidadãos críticos, que reflitam as mensagens
divulgadas e que respondam a essas provocações.

Uma estratégia muito criativa é diariamente ou semanalmente expor imagem


atual , seja ela uma figura do jornal, revista ou obras de arte projetadas de
forma digital com abordagem social e atual. O conhecimento precisa estar
relacionado com a realidade do mundo e o professor pode ser um agente
transformador quando lança seu conteúdo de forma significativa e integrada à
contemporaneidade.

Quando o professor se abre para propostas lúdicas e criativas, ele


permite que a criança seja a protagonista do conhecimento e ao se
posicionar como facilitador da aprendizagem, ele vai sugerindo produções
mais ricas de elementos e desenvolvendo sua auto expressão e
criatividade. A música como linguagem artística é outro fator importante
para se integrar à rotina escolar. O professor deve oferecer experiências
musicais para agregar valor às atividades propostas, pois acalma e ajuda
a criança a focar no seu trabalho independente do conteúdo.
Experimentar o erudito e o popular enriquece os projetos escolares.
Sabemos que muitas comunidades mantém um repertório típico da
coletividade e precisam experimentar conhecer novos ritmos o que amplia
o repertório e possibilita novos olhares para a cultura em geral.

A linguagem das artes cênicas facilita a compreensão de conteúdos mais


abstratos, quando a criança dramatiza um fato ou acontecimento ela se
apropria da situação e transforma a experiência em conhecimento.

Pesquisas comprovam que o desenho aumenta a retenção da


aprendizagem em outras disciplinas, como na matemática, na leitura e
estudos sociais. É preciso desconstruir o conceito do desenho livre e
desenvolver a "alfabetização visual" (a capacidade de interpretar e pensar
criticamente sobre imagens visuais) isso traz benefícios diversos que
ajudam as crianças a ter sucesso no avançar das etapas escolares.

Quando o professor sugere um desenho livre, esse deve estar consciente


da importância do processo de criação e representação gráfica. Nesse
contexto deve-se pensar numa proposta temática adequada à faixa etária,
mas que interaja com o tema. O professor educador possui muitas vezes
uma noção básica das etapas de desenvolvimento do desenho e por meio
da representação gráfica pode avaliar o nível de maturação emocional do
seu grupo. Mas é importante que tenha o senso ético ativo afim de não
provocar bloqueio no processo criativo do aluno. Como exemplo,
podemos perceber a intervenção positiva do professor no conteúdo
cidades, onde o professor atua como facilitador professor e propõe uma
aula baseada no diálogo e na troca de informações acerca da paisagem
que o aluno conhece e como ele a percebe. Cada aluno ao descrever a
paisagem em que vive, desperta a curiosidade e a percepção de mundo
diversificado, o que difere dos livros didáticos que apresentam imagens
que muitas vezes o aluno não reconhece como importantes por não
conhecer.

Vivemos num país de grande dimensão territorial e que apresenta uma


diversidade cultural devido aos diferentes espaços geográficos e as
crianças precisam ser instigadas a pensar nessas diferenças, como na
região sul e norte do país, estimular a pesquisa que os recursos
tecnológicos nos permitem hoje, provocar reflexões como é o clima, como
vivem? As influências que são mais expressivas e marcantes para os
povos dessas regiões.

É interessante pensar no nosso programa curricular comum e rever


conceitos, aprofundando e ampliando a aprendizagem, pois como
conceito artístico, os conteúdos estipulados pela base curricular são
extensos e de certa forma podem ser considerados como “cubistas”, são
fragmentados e sem aprofundamento científico. Isso é notoriamente
percebido nas avaliações finais de ensino, com jovens que não sabem se
localizar no espaço territorial, não conhecem sua própria identidade
cultural.

Com o avanço da tecnologia é possível oferecer um conhecimento de


mundo com mais amplo e real, promover buscas em pesquisas e
questionar as verdades divulgadas nas mídias. Hoje podemos permitir
intercâmbio e trocas importantes com alunos de diferentes grupos étnicos
e permitir quer os alunos apresentem sua realidade sócio e cultural e
conheçam outras, isso é aprender, levar o conhecimento para a vida e
pensar em mudanças necessárias.

A História da arte nos traz importantes elementos que narram como


viviam as sociedades e através de reflexões os alunos desde a mais tenra
idade podemos despertar a sensibilidade do grupo para as reações
positivas e negativas da evolução humana.

Na arte rupestre como exemplo, o homem primitivo usava os recursos que


tinha para sua sobrevivência, pintava com sangue animal com minerais e
gordura e até hoje temos o sinal de sua existência, mas e o homem
moderno contemporâneo está preservando sua história, qual é a marca
que vamos deixar para o futuro?

Ao observar o mundo, as crianças vão refletindo suas experiências e


reverberando no ambiente escolar, quando estimuladas elas transforma o
desenho em documentos onde narram suas vivências e as lacunas e
carências. O desenho como instrumento pedagógico é um sinalizador que
deve ser utilizar para minimizar situações conflito e oferecer suporte para
promover o ambiente escolar.

Sabemos que, o desenho é a linguagem mais usada pela criança e essa


que vai ser usada na matemática, nas ciências ou nos estudos sociais,
incorporando significado ao conhecimento. Quando uma criança desenha
(cria) um esquema mental acerca de um conteúdo, ela memoriza e vai
compreendendo melhor tal conteúdo. Por exemplo, numa aula de
ciências, se ela desenha as etapas de uma metamorfose, ela aumenta
significativamente o seu nível de entendimento.

Hoje, existe uma diversidade de materiais alternativos e ecológicos para


serem manipulados e explorados, onde as crianças vão perceber a
urgência de se pensar na sustentabilidade e promove um olhar crítico
acerca da situação planetária.

O benefício de uma leitura de imagem seja de revista, mídias eletrônicas


ou uma obra de arte, visam uma melhor e mais ampla interpretação de
textos verbais, habilidade essa de valor inesgotável além de ser de fácil
acesso e inúmeras possibilidades de aprendizagem. As crianças e jovens
estão a cada dia acessando menos a leitura, muitas crianças e jovens só
leem os livros paradidáticos obrigatórios da escola, outras vezes nem o
fazem e acessam a sinopse digital.

Acessar o imaginário do aluno por meio da observação da ilustração dos


livros infantis e ir avançando na convivência com imagens mais ricas e
esteticamente elaboradas contribui muito para o desenvolvimento da
criança.
Uma estratégia muito criativa é diariamente ou semanalmente expor imagem
atual , seja ela uma figura do jornal, revista ou obras de arte projetadas de
forma digital com abordagem social e atual. O conhecimento precisa estar
relacionado com a realidade do mundo e o professor pode ser um agente
transformador quando lança seu conteúdo de forma significativa e integrada à
contemporaneidade.
Quando se tem uma imagem no livro ou atividade, peça a seus alunos para
observarem bem e assim possibilitar o exercício da percepção, se lhes traz
alguma memória, faça perguntas sobre o contexto da obra. Dessa forma, o
aluno vai se tornando um melhor observador, a atenção ao mundo visual como
citado anteriormente é de fundamental importância na era contemporânea.

A arte estimula a imaginação das crianças, permitindo-lhes sonhar e


pensar (e criar) grande ajuda a desenvolver a confiança e a autoestima.
Uma proposta curricular criativa visa à construção de estratégias para
desenvolver o cognitivo e o emocional de forma integrada, uma vez que cada
criança tem uma habilidade criativa única.

A arte está integralmente relacionada à educação infantil, as atividades


elaboradas de forma que o pensamento visual seja estimulado, mas no
decorrer da vida escolar a arte vai ocupando papel secundário no currículo
para dar espaço para ceder espaço ao chamado conhecimento formal, à língua
pátria e a matemática, desconsiderando o desenho e a expressão artística.

A arte e a matemática também precisam ser repensadas a integrar o


planejamento diário e assim facilitar a compreensão dos conceitos matemáticos
mais complexos. As linhas retas, os gráficos, as divisões de espaço, a simetria
dentre outros fatores estão presentes na construção de imagens e obras de
arte. Elaborar propostas com obras de arte de Wassily Kandinky, Piet Mondrian
e Mauricios Escher são ricamente oportunas para tornar o planejamento
escolar mais criativo.

Uma das peças de arte mais famosas, conhecida como Mona Lisa, pintada por
Leonardo Da Vinci, é desenhada de acordo com a Proporção Áurea. Ao longo
da pintura, a Mona Lisa tem muitos retângulos dourados. Ao desenhar um
círculo ao redor de seu rosto, podemos ver que também é dourado. Quando
dividimos o retângulo com uma linha desenhada sobre os olhos, obtemos outro
retângulo dourado, o que significa que os olhos têm uma proporção dourada do
comprimento da cabeça. Certos retângulos dourados podem ser desenhados
no resto do corpo, desde o pescoço até o topo das mãos.

Um dos pintores que usou a matemática em seus desenhos foi o artista russo
Wassily Kandinsky, mais conhecido por suas obras abstratas e por ser
professor na Bauhaus.

Kandinsky usou muitos conceitos matemáticos em seus trabalhos mais


abstratos. Círculos concêntricos, linhas abertas e fechadas, triângulos…

A geometria tem sido um elemento particular de interesse para o artista. Isso


não era inesperado, considerando que a Bauhaus tentou justamente ser uma
escola de arte e arquitetura que ampliasse o conceito de arte e mostrasse suas
muitas possibilidades, a curiosidade que Kandinsky tem pelos elementos
matemáticos faz todo o sentido.

O artista Piet Mondrian criou algumas composições por volta de 1930, que
deram origem ao Neoplasticismo, movimento de vanguarda que buscava
apresentar uma nova imagem da arte. Mondrian também usou conceitos
matemáticos para lançar as bases do neoplasticismo para chegar à conclusão.

A matemática nem sempre é evidente na arte, mas quando o professor leva


seu grupo a observar melhor, vai reconhecer que há muita simetria, geometria
e cálculo envolvidos na criação de belas artes. Muitas vezes, muitos artistas se
beneficiam de observações matemáticas, como a proporção áurea, para tornar
suas obras de arte realistas e de tirar o fôlego. A matemática também pode
explicar ângulos e perspectivas. Assim, há uma grande quantidade de
matemática envolvida na arte.

No Brasil, podemos explorar artistas brasileiros com seu caráter social e


estimular o pensamento crítico e solidário, como Portinari e os “retirantes”, as
paisagens secas da região nordeste. Tarsila do Amaral e as pequenas cidades
interioranas, a cultura popular e seus festejos.
O método de utilização do pensamento visual deve ser parte da rotina escolar e
consiste em perguntas básicas:

- O que está acontecendo nesta imagem?

-O que justifica essa sua ideia?

-O que mais podemos encontrar?

Esta abordagem desperta o olhar, é preciso ter tempo para observar de perto,
descrever o que eles veem e fornecer evidências para suas observações.
Dessa forma, o aluno ao ver uma imagem, entende seu simbolismo e reage a
ela.

Promover uma aprendizagem experiencial, aprender juntos com respostas


divergentes e variedade de abordagens são parte de um exercício para a vida.

Enquanto o professor no papel de facilitador vai respondendo aos comentários


e acrescentando informações, ele vai apresentando o conteúdo de forma mais
significativa. É muito importante que a escola seja um ambiente aberto à
cultura visual e sua diversidade, que respeita e promova as diferentes
identidades culturais.

Podemos utilizar música para trabalhar temas como cultura e identidade ou


tempos históricos, onde os alunos vão conhecer os ritmos e suas origens, além
da melodia e seu simbolismo.

Essas propostas envolvem diretamente o professor como facilitador, aquele


que dialoga e desenvolve a oralidade, que transforma uma hora aula teórica
em um fórum de discussões e opiniões e desperta habilidades diversas. Você
já pensou nos seus alunos se expressando com clareza? Desenvolver a
comunicação e oralidade é de suma importância no mundo globalizado que
vivemos.

Como dito, hoje a escola precisa se adaptar às novas necessidades,


principalmente no período pós-traumático vivido pelo planeta pós COVID.
A mídia tão invasiva, a veiculação da degradação humana e seus valores, são
fatores que exigem criatividade para a resolução dos problemas consequentes
e desenvolver a noção de mundo para se posicionar melhor é indispensável ao
ser humano.

O espaço escolar deve promover meios e estratégias de utilização do


pensamento visual, afim de despertar o olhar crítico e a participação ativa do
cidadão. Se uma criança tem acesso às informações sobre o contexto social e
político, aos conflitos familiares, ela tem direito de atuar, propor mudanças e
refletir sobre as questões de mundo. Isso é um avanço no caminho de uma
abordagem educacional mais significativa. Desenvolver a imaginação, a
expressão e a oralidade, auxilia o aluno a se manifestar e encontrar palavras
chave no seu vocabulário para se identificar.

As crianças se expressam com mais leveza e autenticidade, pois ainda não


estão contaminadas por conceitos preconceituosos. E por isso, a prática
escolar precisa ser reconstruída de forma mais criativa com estratégias mais
elaboradas e que promovam experiências pessoais significativas e sensoriais.
A aprendizagem se dá pelo ser integral, pelo corpo e mente envolvido.

Muitas vezes, a arte é vista como um luxo, mas pesquisas comprovam que
atividades criativas são de extrema importância na construção do
desenvolvimento infantil e hoje são muito acessíveis, desde que o professor
assuma seu papel de facilitador e tenha como foco o processo recíproco do
ensinar e aprender.

Além da necessidade de se desenvolver a expressividade dos alunos, a escola


hoje precisa despertar o senso ecológico ambiental, esclarecer aos alunos que
somos parte do meio ambiente e com nossas habilidades e competências
devemos preservar nosso planeta, seja evitando desgaste de matéria prima ou
reaproveitando material descartado.

Muitos dos suportes usados nas escolas poderiam ser menos agressivos ao
meio ambiente. Existem materiais que podem ser reaproveitados, muitos
artistas contemporâneos podem sugerir exemplos de obras criativas feitas a
partir de material orgânico reaproveitável e levar uma mensagem de esperança
ao mundo. A Land Art é um tipo de arte feita a partir de elementos naturais
encontrados e que são coletados e se transformam, muitas vezes são
considerados uma forma de arte efêmera e transitória, pois são registrados por
meio da fotografia, não poluem o ambiente e depois retornam à natureza.
Existem materiais naturais e orgânicos podem ser cuidadosamente coletados
na natureza e muitos materiais reciclados podem ser dispostos esteticamente
para que as crianças criem formas tridimensionais e repensem o planeta sua
riqueza.

Um fator importante para o planejamento criativo é o tempo escolar é muito


desafiador, mas com um planejamento bem elaborado, construído de forma
integrada com o interesse do grupo e com a organização prévia de materiais
podemos transformar o conteúdo em conhecimento significativo. Diante do
programa curricular e tempo escolar, o professor precisa criar estratégias para
que ele possa fazer pausas e ouvir seu aluno. Encorajando-os a expressar-se
oralmente, falar em tom de voz mais alta para ser ouvido, usar o gestual assim
como o professor. Isso é uma forma de arte, como um ator que quer ser ouvido
e assim provocar emoção e atenção do outro.

O professor tem um papel muito importante na construção do conhecimento e


como facilitador da aprendizagem ele pode promover um intercâmbio de ideias
e trocas de experiências muito significativas.

Sabemos que os grandes mestres da ciência e da arte, iniciaram seu percurso


de interesse e desenvolvimento de suas capacidades na infância e alcançaram
grandes descobertas e marcaram nossa história. Isso nos leva a refletir nas
diferentes inteligências e nas inúmeras inovações que virão no mundo exigindo
novas habilidades.

Além disso, diante da diversidade de conflitos no mundo contemporâneo, a


escola como espaço de conhecimento e aprendizagem precisa se reinventar e
possibilitar o desenvolvimento da capacidade criadora para que nossos alunos
atuem na resolução dos problemas e atuem como protagonistas de mudanças
dos paradigmas impostos até aqui e que não são amis tão importantes como
em épocas anteriores.
Encontre maneiras de permitir que os alunos personalizem a experiência do
conhecimento para aumentar a sua motivação. Dê aos alunos opções e
escolhas para decidir como direcionar seu processo de ensino e aprendizagem.

O professor educador deve se concentrar em dialogar com perguntas abertas e


assim diariamente ou semanalmente, criando momentos para os alunos
compartilharem suas observações uns com os outros.
Arte e Cultura visual

A cultura visual e a arte sempre estiveram presentes na história do homem,


como os grafismos encontrados nas paredes das cavernas, nas grandes
catedrais medievais e no decorrer da história.

No século XV, Leonardo da Vinci fez a seguinte observação sobre a narrativa


visual:

“... E você que deseja representar por palavras a forma do homem e todos os
aspectos de sua membrana, renuncie a essa ideia. Pois quanto mais
minuciosamente você teor, mais confina a mente do leitor e mais o impedir o
conhecimento da coisa limitada. E por isso é necessário desenhar e
descrever.”

Desde muito cedo, as crianças fazem a leitura do mundo por meio da intuição e
aos poucos vai aprendendo a linguagem pictórica. Por meio dos livros ela vai
se apropriando da linguagem visual e essas imagens desempenham um papel
importante com um meio narrativo que vai enriquecer e ampliar o repertório
cultural dessas.

Muitos dos movimentos envolvidos na criação de arte, como segurar um pincel


ou rabiscar com um giz de cera, são essenciais para o desenvolvimento das
habilidades motoras finas em crianças pequenas. As crianças a partir dos dois
ou três nãos devem ter espaço, papéis maiores para promover os movimentos
mais amplos e circulares.

A arte auxilia no Desenvolvimento da linguagem, pois para crianças muito


pequenas, fazer arte - ou apenas falar sobre ela - oferece oportunidades de
aprender palavras para nomear cores, formas e ações. No ensino fundamental,
os alunos ao usar palavras descritivas para discutir suas próprias criações ou
para falar sobre quais sentimentos são evocados quando veem diferentes
estilos de arte, desenvolvem a oralidade entre outros inúmeros benefícios.
Segundo estudiosos, a educação artística fortalece as habilidades de resolução
de problemas e pensamento crítico. A experiência de tomar decisões e fazer
escolhas no decorrer da criação de arte é transportada para outras partes da
vida. “Se eles estão explorando, pensando, experimentando e testando novas
ideias, a criatividade tem uma chance de florescer”.

“Os pais precisam estar cientes de que as crianças aprendem muito mais com
fontes gráficas agora do que no passado”, As crianças precisam saber mais
sobre o mundo do que apenas o que podem aprender por meio de textos e
números. A cultura visual contemporânea é carregada de simbolismos, signos
gráficos que exigem um olhar crítico e observador de crianças e jovens que são
alvo fácil da mídia.

A arte direciona os alunos a interpretar, criticar e usar as informações visuais e


como fazer escolhas com base nelas. O conhecimento sobre as artes visuais,
como o simbolismo gráfico, é especialmente importante para ajudar as crianças
a se tornarem consumidores inteligentes e a navegar em um mundo repleto de
logotipos de marketing e apelos midiáticos.

Utilizando obras de arte ícones para apresentar um tema de estudo, elabora-se


um objetivo de aula que seja capaz de amarrar conceitualmente todos os
conteúdos. Não devemos forneça fatos; interessante é contar uma história
que amarre conceitualmente todas as imagens. Contar uma história que se
relacione com a experiência dos alunos e da qual eles possam partir usando
sua capacidade de observação.

A Inventividade também é um recurso intelectual essencial, pois quando as


crianças são encorajadas a se expressar e assumir riscos na criação de arte,
elas desenvolvem um senso de inovação que será importante em suas vidas
adultas. “O tipo de pessoa que a sociedade precisa para avançar são pessoas
pensantes e inventivas que buscam novos caminhos e melhorias, não pessoas
que podem apenas seguir instruções”, diz Kohl. “A arte é uma forma de
estimular o processo e a experiência de pensar e fazer melhor!”.

A Conscientização cultural é outro fator de suma importância no


desenvolvimento integral. Vivemos em uma sociedade cada vez mais
diversificada, as imagens de diferentes grupos na mídia também podem
apresentar mensagens confusas. “Se uma criança está brincando com um
brinquedo que sugere um significado racista ou sexista, parte desse significado
se desenvolve por causa da estética do brinquedo - a cor, o formato, a textura
do cabelo”, diz Freedman. Ensinar as crianças a reconhecer as escolhas que
um artista ou designer faz ao retratar um assunto ajuda as crianças a entender
o conceito de que o que elas veem pode ser a interpretação de alguém da
realidade.

Estudos mostram que existe uma correlação entre a arte e outras realizações.
Os jovens que participam regularmente de atividades artísticas e culturais tem,
mais probabilidade de serem reconhecidos por seu desempenho acadêmico,
eles desenvolvem a expressão, oralidade e alcançam uma comunicação mais
objetiva e criativa para as demais áreas de atuação no mercado de trabalho. As
profissões atuais e as inúmeras que vão surgir sempre requerem criatividade,
olhar estético e comunicação abrangente.

A cultura visual integrada aos demais conteúdos escolares promove alguns


aspectos positivos:

Criatividade. Se as crianças tiverem prática de pensar criativamente, isso virá


naturalmente para elas agora e em sua carreira futura.

Melhor desempenho acadêmico. afirma que os jovens que participam


regularmente das artes (três horas por dia, três dias por semana durante um
ano inteiro) têm quatro vezes mais probabilidade de serem reconhecidos por
seu desempenho acadêmico, para participar em uma feira de matemática e
ciências ou para ganhar um prêmio por escrever um ensaio ou poema do que
as crianças que não participam. ”

Habilidades motoras. Isso se aplica principalmente a crianças mais novas que


fazem arte ou tocam um instrumento. Coisas simples como segurar um pincel e
rabiscar com um giz de cera são um elemento importante para o
desenvolvimento das habilidades motoras finas de uma criança.
Confiança. Subir no palco, dramatizar ou cantar dá às crianças a chance de
sair de sua zona de conforto, expressar-se artisticamente aumenta a
autoconfiança.

Foco. Conforme você persevera pintando, desenhando ou explorando um


novo material, o foco é fundamental. E certamente o foco é vital para apreender
melhor o conhecimento formal, bem como para realizar um trabalho mais tarde
na vida.

Colaboração. Muitas das linguagens artísticas exigem que as crianças


trabalhem juntas. Eles devem compartilhar responsabilidades e compromissos
para alcançar seu objetivo comum. As crianças aprendem que sua contribuição
para o grupo é fundamental para seu sucesso - mesmo que não tenham o
papel solo ou principal.

Responsabilidade. Assim como a colaboração, as crianças nas artes


aprendem que são responsáveis por suas contribuições para o grupo. Se
deixarem a bola cair ou errarem percebe que é importante assumir a
responsabilidade pelo que fizeram. Os erros fazem parte da vida, e aprender a
aceitá-los, consertá-los e seguir em frente será útil para as crianças à medida
que envelhecem.

A Arte deve ter uma conexão entre as outras disciplinas, afim de que as
crianças ampliem seu repertório cultural e sua noção de mundo.

Uma aprendizagem tão almejada nos processos pedagógicos é aquela que se


relacione com o mundo real, e o conhecimento acerca de outras culturas
aprimora e contribui para a valorização da diversidade, do respeito mútuo,
permitindo ao sujeito conhecer-se a si próprio, como ser histórico que mantém
ligações com o passado, tornando capaz de intervir no seu contexto,
modificando o futuro, assim, tendo consciência da importância da sua atuação,
percebendo que é um ser crítico, superando preconceitos e agindo socialmente
para transformar seu meio.

A aprendizagem de Arte precisa alcançar a experiência e a vivência artísticas


como prática social, permitindo que os alunos sejam protagonistas e criadores.
Desde as sociedades antigas, a arte fazia parte dos grupos humanos,
auxiliando-os na compreensão da realidade e proporcionando o
autoconhecimento. Na educação a arte contribui para o desenvolvimento
cognitivo, favorecendo o aprendizado através do lúdico-pedagógico, onde são
trabalhados valores morais, éticos e estéticos, que visam despertar e expandir
a criatividade do educando, focando a formação cidadã. Ressaltamos que a
criatividade é uma capacidade essencial do ser humano, que se expressa por
meio da Arte, é através da criatividade que as pessoas geram ideias,
comunicam e coloca-as em prática.

A arte está inserida em todas as disciplinas e o professor precisa se atentar


para um olhar mais embasado e criativo diante das imagens e situações
didáticas apresentadas.

O envolvimento nas artes está diretamente ligado à aprendizagem nas


demais disciplinas curriculares além de desenvolver habilidades como
a leitura, escrita, análise textual, desenvolvimento cognitivo,
pensamento crítico e habilidade verbal de expressão.

As Pesquisas comprovam que, quando uma criança está imersa numa


experiência artística, seja colorindo ou desenhando eles se conectam
profundamente com o mundo e vão se apropriando de suas ideias,
construindo e fortalecendo laços sociais e coesão comunitária.

Sabemos que existe uma lacuna entre as práticas pedagógicas da rede


pública e privada, por isso é necessário reconstruir o currículo de forma
mais criativa que amplie o repertório cultural de crianças e jovens de
forma simples e democrática.

Algumas formas de abordagem criativa no contexto escolar é usar as


artes como uma ferramenta de aprendizagem; como jogos e pesquisas
na história da arte e suas temáticas, incorporar conteúdo de valor
estético e ético com as várias linguagens artísticas como teatro, dança,
fotografia, desenho, dentre outras com contextualização e valor
integrado a outras disciplinas e a criação de um ambiente escolar rico
em artes e cultura (repertório eclético e diversidade musical no
ambiente escolar);

Embora possamos perceber alguns avanços no nosso currículo escolar,


é importante refletir:

“Quando você pensa sobre os objetivos da educação, existem três”,


"Estamos preparando crianças para empregos. Estamos preparando-as
para serem cidadãos. E estamos ensinando-as a serem seres humanos
que podem desfrutar das formas mais profundas de beleza. A terceira é
tão importante quanto às outras duas.”.

Embora o paradigma da alfabetização visual esteja emergindo rapidamente,


precisamos desenvolver a percepção; imaginação e
criação; conceituação; análise. Uma proposta curricular qualitativa deve
possibilitar aos professores uma capacitação cultural continuada, onde eles se
envolvam em atividades culturais de sua comunidade, se preparem para
relacionar o conteúdo com a realidade do mundo, o que a imagem artística
pode promover de forma fácil e eficiente.

Segundo a autora Ana Mae, no Brasil, preocupa-se com a integração da Arte a


outras disciplinas, mas de forma inadequada devida muitas vezes à falta de
capacitação dos professores na área cultural. A interdisciplinaridade é feita
entre especialistas das áreas, que se organizam em projetos.

Ana Mae ressalta a forte relação da arte com a aprendizagem geral e


desenvolvimento do raciocínio em outras áreas, “Na alfabetização, a criança
confunde as palavras lata e bola”. Por quê? Porque ela se apropria de
configurações: a palavra bola tem uma letra alta, uma baixa, uma alta e uma
baixa, a palavra lata também. Então elas se equivalem. A criança que trabalha
com arte, desenha, trabalha com pintura, rapidamente percebe a diferença, que
é o risco na letra T. Assim, seguem os benefícios de um planejamento
integrado com arte, tendo em vista o fator emocional que está interligado a todo
processo com ênfase no potencial criativo.
Podemos perceber que crianças e jovens foram altamente atingidas pela
educação remota que se impôs durante a pandemia e diante de um quadro de
urgência, a criatividade tornou-se uma habilidade essencial para lidar com as
mudanças e desafios que surgem. O apelo emocional na mídia ressoa ainda
nas mentes dos pequenos e jovens estudantes do mundo.

A necessidade especial vem sendo ressaltadas no ambiente escolar, e um


ambiente mais aberto ao diálogo, onde os alunos, crianças ou jovens possam
se expressar usar uma linguagem de comunicação artística para discursar
sobre suas ideias acerca do mundo que os cerca é um caminho novo a se
percorrer. Se o aluno consegue fazer uma leitura de mundo, ele se expressa
melhor, interpreta os fatos e constrói um conhecimento com significado. A
criatividade permite ao ser humano uma maior flexibilidade e senso de
adaptação às constantes mudanças.

Temos que desenvolver a capacidade de expressão dos alunos e permitir que


ele desenvolva sua estratégia comunicativa por meio das linguagens artísticas,
cantando, dramatizando, pintando ou desenhando como ele se vê no mundo.
Uma criança aprecia pega, sente a textura de uma planta, observa cores e
formas, expressas oralmente suas ideias e conceitos e depois a desenha. Esse
é um processo integral, usando os sentidos, a aprendizagem se faz.

A Arte é uma forma de comunicação necessária no mundo contemporâneo e


sua diversidade, a educação sócia emocional tão presente nos discursos
pedagógicos estão diretamente ligados à expressão artística que é a expressão
interna. Crianças e jovens se fazem ser ouvidas e percebidas por meio da arte,
como nas manifestações de arte urbana, onde os artistas potencializam a
diversidade e nos provocam reflexões importantes.

Sabemos que uma pessoa criativa se diferencia e pode buscar novas


possibilidades com muito maior chance de sucesso do que aquelas pessoas
com conceitos históricos enraizados. Uma criança criativa exige muito mais do
seu professor em relação ao aluno passivo e sem autonomia.
Segundo a autora acima citada, a educação artística também traz benefícios
profundos e de longo prazo para os estudantes. Ajuda a alcançar as diversas
necessidades de aprendizagem das crianças, abre caminho para a
aprendizagem ao longo da vida e promove a diversidade cultural, que inclui
resultados avançados da aprendizagem e a aquisição de novas habilidades, o
que beneficia estudantes de todas as idades. Música, teatro, dança, artes
visuais e educação em outras disciplinas artísticas criam resiliência,
autoconfiança e bem-estar, além de estimularem à curiosidade, a inspiração, a
criatividade e o respeito pela diversidade. Também podem apoiar o
desenvolvimento infantil por meio de uma educação à distância de qualidade,
com o uso de plataformas digitais.

A arte, em toda a sua diversidade, é um componente essencial de uma


educação abrangente para o pleno desenvolvimento do indivíduo. Atualmente,
as habilidades, os valores e os comportamentos promovidos pela educação
são meios importantes de sobrevivência em meio aos caos.

Essas competências – criatividade, colaboração e resolução imaginativa de


problemas – desenvolvem a resiliência, incentivam a apreciação pela
diversidade cultural e pela liberdade de expressão, e cultivam a inovação e as
habilidades do pensamento crítico. Como um vetor de diálogo no sentido mais
elevado, a arte acelera a inclusão social e a tolerância em nossas sociedades
multiculturais e conectadas.

A humanidade sempre se fez presente na história por meio da arte, seja pela
pintura rupestre, pelos artefatos de metal, da arte utilitária indígena, e são
esses artefatos que vão costurando a história e aproximando a humanidade. A
globalização que vem nos permitindo acessar outras culturas, perceber
semelhanças e diferenças, expressões e a urgência de um pensamento mais
humanizado e de caráter sustentável em relação ao planeta e à vida.

Conhecer os signos e símbolos gráficos visuais contribui diretamente para a


construção de sociedades mais humanizadas e pacíficas e a criatividade é o
meio mais eficiente, como uma chave para formar gerações capazes de
reinventar o mundo que herdaram, além de formar cidadãos tolerantes e
dinâmicos. A arte apoia a vitalidade das identidades culturais e enfatiza seus
vínculos com outras culturas, contribuindo assim para a construção de um
patrimônio a ser preservado.

A arte, em toda a sua diversidade, é um componente essencial para uma


educação abrangente que elenca como objetivo central o pleno
desenvolvimento dos indivíduos.

Construir um plano didático criativo é criar uma prática de exploração e


representação de experiências da criança. A arte é um meio pelo qual as
crianças podem explorar os conteúdos e comunicar suas ideias de forma
alternada com a língua escrita e falada, o que pode encorajar o aluno a se
expressar.

Importante salientar que no processo artístico inerente ao tema proposto, não


existe resposta certa ou errada, o aluno ao adotar uma linguagem artística para
representar sua compreensão acerca de uma temática, ele vai experimentar
várias maneiras de expressar sua ideia, apreciar diferentes significados e
reconstruir o conceito trabalhado, pois o conhecimento de mundo é subjetivo,
de que não existe "verdade" ou resposta correta, cada ser recebe e responde
de acordo com sua bagagem de vida.

Os pesquisadores também afirmam que as artes visuais, ao lado de outros


domínios das artes, são um meio principal através do qual a identidade cultural
e os valores associados são compartilhados com crianças pequenas.

Assim, ampliar o repertório cultural das crianças permite que elas sigam nos
seus ambientes familiares e reverberem o conhecimento assimilado na escola.
Quando o aluno se s ente valorizado e respeitado ele avança e conecta seu
conhecimento à sua realidade.

Um planejamento que integra a arte na sua rotina permite que as crianças


entrem em mundos imaginativos, sejam criativas e se envolvam em
pensamentos lúdicos. Ao desenvolver a imaginação, a criança desenvolve
habilidade de experimentar o novo e assim suas relações se tronam mais
empáticas. Se um criança convive num ambiente acolhedor e aberto onde suas
ideias podem ser refletidas pelo grupo ela passa a se aceitar e aceitar o outro.

A atividade criativa promove o pensamento de possibilidade desenvolve como


resolução de problemas, perseverança, colaboração e busca de apoio de
outras pessoas. Importante que as crianças tenham oportunidades de
conceituar sua própria ideia, além de oportunidades de criar em contextos de
grupo, Isso lhes dá espaços para mergulhar nas mais diferentes hipóteses e
possibilidades.

Ensinar as crianças a interpretar ou 'ler' os modos visuais de comunicação está


se tornando cada vez mais importante nesse século como as crianças estão
constantemente expostas a textos visuais e textos multimodais. Textos verbais
e não verbais são cada vez mais comuns no mundo e compreender os signos
que eles trazem é um exercício do cotidiano escolar, que pode discutir os
significados que foram transmitidos pelo artista ou ilustrador. Isso ajuda as
crianças a compreender que as imagens, assim como as histórias, são
construídas e comunicam mensagens.

Este é o importante passo para desenvolver a capacidade de analisar


criticamente textos visuais, uma habilidade vital em um mundo saturado por
imagens. Falar com as crianças sobre imagens também lhes permite
compreender que também elas têm a capacidade de criar imagens, de
comunicar ideias aos outros ou de explorar ideias por si próprias.

Para algumas crianças, a arte é o meio principal de processar suas


experiências. Para essas crianças, o envolvimento nas artes visuais pode
impactar seu bem-estar emocional, permitindo a transição para o dia ou para
um novo ambiente central.

Os professores desempenham papéis essenciais na forma como as crianças


vivenciam as artes visuais desde a primeira infância. Isso porque são eles que
criam o ambiente da sala de aula e decidem quais materiais estão disponíveis
para o trabalho com o grupo. A aprendizagem é uma experiência social, a
opinião diferente do outro, a manifestação do olhar do outro, as discussões
orientadas e a interação com o outro é que nos conduz À construção do
conhecimento.

A falta de confiança pessoal nas produções artísticas de todos os gêneros nos


leva a crer que por falta de embasamento teórico, muitos professores adotam
uma postura mais formal para dominar um conteúdo. Experiências de vida
escolar negativa marcam a vida de uma criança e os jovens da era
contemporânea exigem professores mais abertos e criativos para não entrarem
em competição com a tecnologia e seus recursos.

Quando os professores adotam uma abordagem mais moderada e criativa, ele


atua de forma a apoiar o processo individual de aprendizagem de cada criança,
eles co-constroem o entendimento com as crianças por meio da cultura visual e
ajudam as crianças a desenvolver habilidades e confiança para fomentar sua
base escolar.

O desenvolvimento profissional pedagógico quer hoje profissionais que tragam


impacto de diferentes abordagens a fim de propor uma reformulação do ensino,
tornando-o um conhecimento com o propósito evolutivo. A habilidade de
flexionar a imaginação e curiosidade dos alunos é uma das razões mais
profundas da educação.

Uma teoria interessante se baseia em uma ideia desenvolvida nos últimos anos
- que nosso cérebro é uma máquina de previsão. O cérebro usa "informações
para fazer previsões sobre o que podemos fazer a seguir - e mais importante, o
que precisamos fazer a seguir para sobreviver e prosperar", diz o estudioso
Kaimal.
Dicas práticas para a construção de um planejamento criativo:

Uma forma de integração entre o conhecimento formal e a realidade, é


despertar a curiosidade dos alunos, promover desafios e permitir que formulem
suas próprias perguntas sobre determinado tema, de forma que eles possam
dar continuidade ao processo de investigação e construção do conhecimento
de forma autônoma. E arte é um meio de fácil acesso e rica de elementos
significativos e está presente em todas as áreas do conhecimento.

Material e suportes:

UTILIZE os materiais disponíveis na sua escola, papel reaproveitável, imagens


selecionadas de revistas e jornais, tecidos, materiais orgânicos, lápis,
canetinhas, giz cera e cola que são materiais de fácil acesso. A riqueza de um
trabalho não se fixa no suporte e sim no conceito criado.

Temas:

-Alfabeto

-Cidades

-Animais

-Formas geométricas

-Cultura popular
Alfabeto

Apresentar às crianças a arte rupestre e explanar sobre a ação dos homens


primitivos de registrar seu cotidiano nas paredes das cavernas é uma maneira
criativa e instigante para se trabalhar na alfabetização. ( Importante salientar
que alguns estudiosos discutem se a pintura feita nos tetos das cavernas era
feita por jovens que ali viviam e que subiam nas costas um do outro para
alcançar o teto, usando material orgânico e natural, como sangue animal, terra,
gordura dentre outros elementos minerais que nos permitem criar tintas
variadas)

A escrita é de fundamental importância na educação básica e diante disso a


proposta de apresentar a origem dos hieróglifos egípcios também pode ser
positiva. Desperta a curiosidade e facilita a compreensão acerca dos signos
criados para registrar a história do povo egípcio.

Artista de Referência: Peter Blake

O artista inglês Peter Blake começou a explorar a arte do alfabeto, criando um


banquete de encontros tipográficos em seu portfólio de gravuras 'Alfabetos
Apropriados.

O interesse de Blake por letras e tipografia começou enquanto estudava Arte


no Gravesend Technical College, ele ganhou uma espécie de carimbos
artesanais no estilo itálico e se encantou pelo desenho de cada letra.

Começou a fazer colagens com letras diferentes que encontrava em revistas e


jornais e começou a criar um alfabeto para cada ocasião. Sua inspiração
também vem da sua infância, que o remete à inocência e nostalgia. Peter Blake
queria mostrar que o alfabeto não deve se limitar aos livros educativos, mas
poderia ser apropriado para produzir obras de arte visualmente deslumbrantes
que também são registros fascinantes da cultura moderna, aventuras
nostálgicas e experiências históricas dos artistas com a linguagem.
FAÇA uma seleção de letras em revistas e jornais, CRIE uma obra com as
iniciais do nome. APRECIE a obra do artista.

Artista de Referência: Chris Yoo,

Artista coreano criou o alfabeto monstro e seus alunos vão adorar criar o seu
próprio alfabeto monstro, depois de apreciar essa obra. Além de Basquiat, Yoo
cita influências artísticas que incluem Tim Burton, Hayao Miyazaki e Marc
Chagall. Mas sua principal influência é menos famosa: O primeiro 'artista' que
me inspirou foi seu pai. Seu pai não é um artista de profissão, ele é um
engenheiro de semicondutores. Mas desde criança, passavam horas
desenhando juntos. Quando sua família se mudou da Coréia para os Estados
Unidos, Yoo, de oito anos, teve alguns problemas para aprender inglês, que
foi quando seu amor pelas letras nasceu. Ele comprou um caderno de
composição e desenhou todo tipo de coisa e escrevia os substantivos e
verbos em coreano e inglês e como desenhista criou o alfabeto monstro.
O 'Alfabeto Monstro' de Chris Yoo

https://www.pinterest.cl/pin/579697783263327081/

Que tal CRIAR seu alfabeto de Monstro? OBSERVE as formas e o que te


sugere.
Animais

Os animais sempre foram fonte de inspiração para grandes artistas, seja na


fantasia do primitivismo, como Henri Rosseau com seus felinos nas florestas
gigantes tanto em relação aos animais domesticados de Aldemir Martins.

Artista de Referência: Henri Rousseau

Nasceu no interior da França, em 1844 na família de um funileiro; ele foi


forçado a trabalhar lá quando pequeno. Ele mudou de escola várias vezes
devido à crise financeira da sua família, mas não desistiu e manteve suas
habilidades artísticas, como autodidata, aprendeu música e desenho,
avançando para a pintura. Ele dizia que seu professor era a natureza.
Suas pinturas mais conhecidas retratam cenas de selva, embora ele nunca
tenha saído da França ou visto uma selva. Ele se inspirava nas ilustrações dos
livros infantis e dizia que a infância era o lugar da imaginação.

www.pinterest.com

Que tal PESQUISAR um animal que você gosta, onde ele vive como se
alimenta e criar uma imagem surreal? Importante lembrar que a paisagem
também é da sua imaginação, o artista Rousseau adora flores gigantes.
Artista de Referência: Aldemir Martins

Artista brasileiro que nasceu no Ceará, mais tarde foi para São Paulo onde
desenvolveu seu trabalho, com cores e formas simples. Ele começou a
desenhar ainda no colégio militar onde estudou e logo ressaltou seu talento e
criatividade. Suas cores exóticas nos animais atraíram o olhar dos
apreciadores de arte, Aldemir era considerado por muitos um artista à frente de
seu tempo, pois produzia muito, trabalhava muito e sabia muito bem vender e
dar valor a suas obras. Ao mesmo tempo, era solidário. Quando convidado a
uma exposição ou para um trabalho, era comum que levasse amigos consigo,
dava oportunidades e ajudava os que precisavam de trabalhos no momento.

Tecnicamente, ele se preocupava mais com as cores do que com as formas.


Fazia o “Jogo livre das cores”. Pessoalmente, tinha “alegria de viver”, era “um
trabalhador que não pensa em morrer”. Viajava todo ano a Paris e a única
saudade que sentia era de ser livre, já que tinha muitas obrigações, porém
muita vontade de fazer.

APRECIE as obras desse artista. Você conhece aos animais brasileiros?


PESQUISE sobre os animais em extinção no nosso país. Que tal homenagear
e chamar a atenção para essa questão?

DESCREVA E DESENHE o seu animal de estimação? EXPERIMENTE usar


cores diferentes para retratar seu bichinho.

https://www.galerialiviadoblas.com.br/
Cidades

Artista de Referência: Paul Klee

Foi um artista suíço-alemão, considerado como um dos mais famosos do


século XX. Seu trabalho foi influenciado pelo expressionismo, era uma arte
mais emocional com cores e formas geométricas. Seus eram músicos e desde
criança era muito influenciado para o mundo das artes, assim quando ficou
jovem foi estudar na academia de arte da Alemanha. Ele fez mais de dez mil
obras de pinturas, desenhos, gravuras que estão espalhadas pelo mundo.
Ele fez uma série de obras com o tema cidades e retratava cidades frias e com
formas acumuladas.

www.pinterest.com.br

. Artista de Referência: Antoni Gaudí

Foi um arquiteto espanhol conhecido como Gaudí o artista. Ele nasceu na


Catalunha e tornou-se o líder do modernismo espanhol. Suas obras tem um
estilo marcante com curvas, cores e formas divertidas e inovadoras. Gaudí era
muito religioso e sua maior obra foi a Catedral da Sagrada família que ressalta
a cidade de Barcelona com suas altas torres que ele idealizou para alcançar o
céu e assim aproximar o homem de Deus. Infelizmente essa grande obra do
artista ainda foi finalizada após 100 anos de construção, mas é um marco da
cidade.

Sete de suas obras foram declaradas Patrimônio da


Humanidade pela UNESCO. São elas:

O Parque Güell, o Palau Güell e a Casa Milà; a fachada da Natividade,


a cripta e a abside da Sagrada Família, a Casa Vicens e a Casa Batlló em
Barcelona, e a cripta da Colònia Güell em Santa Coloma de Cervelló.

Seu trabalho tem um estilo orgânico inspirado na natureza. Gaudí raramente


desenhava planos detalhados de suas obras, preferindo criá-las como modelos
tridimensionais em escala e ia acrescentando os detalhes com pequenas peças
de cerâmica coloridas.

Você conhece alguma obra arquitetônica, uma construção na sua cidade que
tenha o mosaico como base? Você já ouviu falar do artista Athos Bulcão que
também utilizava o azulejo e cerâmicas nas suas obras?

PESQUISE sua cidade, sua arquitetura e seus artistas. CRIE um projeto e


decore-o com o mosaico, pode usar revista, jornais e reaproveitar material
criando uma bela obra de arte.
Cultura Popular

Conhecer nossa cultura é o primeiro passo para preservá-la. Muitos artistas


brasileiros se inspiram na diversidade cultural brasileira para criar suas obras.
Artista de Referência: Tarsila do Amaral

A artista Tarsila do Amaral é uma artista brasileira, que desde criança adorava
desenhar o que via, quando ia passar férias na fazenda de seu pai, ficava
desenhando os pequenos animais que via e criava figuras para ilustrar as
histórias que ouvia. Ela cresceu e apoiada pela família, foi estudar arte na
Europa onde conheceu várias artistas famosos e desenvolveu o seu trabalhos.
Inspirada pela cultura popular brasileira, Tarsila retratou bem as cidades
interioranas e sua religiosidade, as feiras com suas cores que potencializam
nossa brasilidade.

No ano de 2022, comemoramos o centenário da semana de 22, que foi um dos


eventos culturais mais marcantes do nosso país e que abriu caminhos para
novos artistas se apresentarem para o mundo.

Você já vivenciou festas de quermesse, festas religiosas e culturais?


DESCREVA para o seu grupo.

O pescador, 1925 A feira, 1925.

APRECIE as obras da artista, FAÇA um desenho releitura de uma obra da


artista ou faça download da imagem , cole num papelão com cola e pincel para
aderir melhor e RECORTE em formas geométricas diversas, agora monte seu
quebra cabeças.
Artista de Referência: Cândido Portinari

Artista brasileiro que retratou o Brasil dos trabalhadores, da infância livre nas
ruas com jogos e brincadeiras. O artista retratou bem os brinquedos comuns na
sua infância e nos remete à memória da liberdade do brincar, correr e jogar
bola na rua, isso é possível onde você mora?

www.pinterest.com

Você conhece esses brinquedos? PESQUISE com seus pais e avós os


brinquedos de infância. Que tal CRIAR e EXPOR brinquedos artesanais para
outros conhecerem?
Formas geométricas

Artista de Referência: Piet Mondrian

Ele nasceu na Holanda em 1872, conheceu vários artistas de estilos


distintos do seu, e o cubismo lhe impressionou e inspirou a ideia de
organizar o mundo após a guerra, com linhas, formas retas e cores
primárias. Era como se ele quisesse mostra ao mundo a possibilidade de se
manter a harmonia e a paz num mundo tão violento e de guerras. Usava
linhas horizontais e verticais em preto como forças, muros para separar e
proteger. Uma grade de linhas perfeitamente paralelas com cruzamentos e
cores que se conectavam.

Que tal ORGANIZAR as ideias com linhas retas e cores primárias? FAÇA uma
releitura com fita durex preta e abuse das cores primárias.

Artista de Referência: KANDINSKY

Wassily Kandinsky foi um pintor , gravador e teórico da arte russa . Ele foi uma
figura importante na arte moderna e pintou algumas das
primeiras obras abstratas modernas. Sua arte mudou várias vezes durante sua
vida pois ele era fascinado pelas cores, estudou arte na Academia de Moscou
e sempre teve a música como fonte de inspiração para suas criações.
Kandinsky sentiu que podia expressar sentimentos e música pelas cores e
formas nas suas pinturas, Por exemplo achava que a cor amarela tinha o som
de um trompete, as formas circulares e triangulares eram as suas preferidas.

https://artsandculture.google.com/experiment/play-akandinsky/sgF5ivv105ukhA

DISPONIBILIZE uma música erudita para seus alunos apreciarem, mesmo que
cause estranheza, deixe-os conhecer e apreciar, CONVERSE com a turma
sobre as sensações provocadas e proponha uma criação abstracionista com
formas geométricas e cores intensas. UTILIZE o google art & projects, com o
link indicado e aproveite!!!
IMAGENS
Referências bibliográficas:

BARBOSA, Ana R. M. Ludicidade e aprendizagem na Educação infantil/ 1


edição- Curitiba, PR: CRV, 2016.

BARBOSA, Ana. Mãe, Arte e Educação no Brasil. São Paulo: perspectiva 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF,
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Being Visual: Raising a Generation of Innovative Thinkers- Por Bette Fetter

CAMARGO, Fausto. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para


fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre- 2018

CURY, Carlos; Magali Reis e Teodoro A. C. Zanardi – BNCC- Base Nacional


Comum Curricular – São Paulo: Cortez 2018. FREIRE, Paulo. Pedagogia da
Autonomia: Saberes Necessários à Práticas Educativas. São Paulo, Paz e
Terra- 1996 MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. (PCNs) Arte. 1997
MUNARI, Alberto. Jean Piaget / Alberto Munari; tradução e organização:

FARIA, Ana Lucia G. de Faria;

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VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores (J. cipolla Neto, LSM Barreto, & S. c.
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BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A,
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