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Pancreatite

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Abdome Agudo

1. Anamnese
1.1 Investigar a dor (Localização, irradiação, cronologia, qualidade, intensidade, fatores de melhora/piora, outras
manifestações)
1.1.1 Localização:

1.1.2 Irradiação:
 Pancreatite aguda: Dorso
1.1.3 Cronologia:
 Pancreatite aguda: Inicio súbito com progressivo da intensidade. Geralmente se inicia 12-16h após
libação alimentar no caso das de origem biliar ou 12-24h após libação alcoólica nas de origem
alcoólica.
 Pancreatite crônica: Dor que evolui de forma lenta e progressiva, exacerbada pela alimentação
1.1.4 Qualidade:
 Pancreatite aguda: dor continua, de forte intensidade, “em facada”
 Pancreatite crônica: dor constante ou intermitente
1.1.5 Fatores de melhora/piora:
 Pancreatite aguda: melhora a dor quando o paciente se inclina pra frente, ou em decúbito lateral
com joelhos fletidos.
 Pancreatite crônica: piora com a alimentação
1.1.6 Outras manifestações
 Pancreatite aguda: pode ocorrer vômitos que persistem mesmo após o esvaziamento gástrico e
icterícia nas de causas biliares.
 Pancreatite crônica: esteatorreia, diabetes mellitus
1.2 Investigar fatores de risco (alcoolismo, tabagismo, cirurgias prévias etc.)
1.3 Investigar história de morbidades previas e atuais, incluindo o uso de medicamentos
1.4 Investigar história familiar
1.5 Em mulheres, investigar ciclo menstrual e afecções ginecológicas.
2. Exame Físico
2.1 Ectoscopia (estado geral e sinais vitais)
 Pancreatite aguda: paciente agitado, em busca de posição no leito que acalme a dor, pode se acompanhar
de febre e rebaixamento do nível de consciência, alguns pacientes podem apresentar icterícia. Pode ocorrer
necrose gordurosa subcutânea na pele.
2.2. Cardiopulmonar:
 Pancreatite aguda: pode apresentar derrame pleural (mais comum ao lado esquerdo, porem pode ser
bilateral)
2.3. Exame Abdominal (inspeção, ausculta, palpação, percussão)
 Pancreatite aguda:
o Inspeção: distensão abdominal, necrose gordurosa subcutânea (paniculite), sinais de hemorragia
retroperitoneal (Cullen, Grey-Turner, Fox)
o Ausculta: Diminuição do peristaltismo
o Palpação: Pode apresentar dor a compressão/descompressão em níveis variados; massa inflamatória
em andar superior do abdome
2.2.5. Exame bimanual da pelve em mulheres, pode ser complementado pelo exame especular.
2.2.6. Exame retal (buscar dor, massas, sangue retal)
3. Exames Complementares
3.1. Laboratórios (“rotina”: hemograma, glicemia, cetonemia, ureia, creatinina, ALT, AST, fosfatase alcalina,
bilirrubina, amilase, lipase, lactato, bicarbonato, eletrólitos, gasometria, EAS e Beta-HCG)
 Pancreatite aguda:
o Inespecíficos: Leucocitose com desvio a esquerda, elevação do hematócrito, aumento de
ureia e creatinina; Trombocitopenia, alargamento do TAP e PTT; Alcalose metabólica
hipoclorêmica e hipocalêmica; Glicemia elevada; Hipoalbuminemia; Hipocalcemia;
Hiperbilirrubinemia; ALT e AST elevados.
o Específicos: Amilase (se eleva dentro de 2-12h e retornam ao normal entre 3-6 dias, tem
baixa especificidade), Lipase (maior especificidade, se eleva junto com a amilase mas
persiste elevada por mais tempo)
 Pancreatite crônica: Testes secretórios negativos, amilase e lipase normais ou pouco elevadas.
3.2. Exames de Imagem (“rotina”: Rx de tórax PA, abdome em ortostase e em decúbito dorsal AP)
 Rx:
o Pancreatite aguda: Tórax (atelectasia nos segmentos pulmonares inferiores, elevação do
diafragma, derrame pleural a esquerda ou bilateral) Abdome (útil para excluir outros
diagnósticos, pode mostrar alça sentinela, sinal da amputação do cólon
o Pancreatite crônica: Calcificações pancreáticas
 Ultrassonografia (útil para ver fígado, vesícula, vias biliares, pâncreas, rins, apêndice útero e anexos,
liquido intra-abdominal.
o Pancreatite aguda: Útil para ver lama/cálculos biliares.
 Tomografia computadorizada de abdome
o Pancreatite aguda: Exame de eleição, avalia aumento difuso ou localizado do órgão,
presença de coleções fluidas, borramento da gordura perirrenal e peripancreática. Deve ser
realizada ao ingresso e repetida entre 3-5 dias
o Pancreatite crônica: ducto dilatado e atrofia de parênquima, calcificação pancreática

4. Abordagem geral
4.1. Avaliar se tem instabilidade hemodinâmica (avaliar sinais vitais e nível de consciência): caso presente, se
deve prontamente obter acesso venoso periférico, monitorização cardíaca, suplementação de oxigênio nos casos
necessários, iniciar reposição volêmica adequada, avaliar necessidade de hemoderivados
4.2. Oferecer alívio sintomático logo que necessário: Analgesia e antieméticos devem ser feitos
prontamente. As melhores drogas são os opioides, AINES podem ser utilizados em doenças ginecológicas, cólicas
ureterais e biliar (se deve tomar cuidado com sangramento). Como antieméticos, a Metoclopramida pode ser usada
porém não é recomendada por causar confusão mental, sendo assim a indicação é que se utilize a Ondasetrona.
4.3. Excluir gravidez e doenças pélvicas nas mulheres: Exame físico, Beta-HCG, USG.
4.4. Definir se o tratamento é clinico ou cirúrgico: Coletar história clinica detalhada, fazer exame físico
minucioso e checar resultado dos primeiros exames (em caso de dúvida, se pode deixar o paciente na emergência e
reavaliar a cada 2h, durante 12h)

5. Abordagem especifica
5.1. Pancreatite aguda:
 Definir a causa: Droga (suspender); Biliar (CPRE); Alcóolica
 Definir a gravidade: Pancreatite grave = Ranson ≥ 3; apache ≥ 8; disfunção orgânica; complicação local;
complicação sistêmica
 Definir o tratamento:
o Pancreatite leve: repouso, analgesia (meperidina, ofentanil), antieméticos (ondasetrona), dieta zero
(posteriormente iniciada com cautela), infusão de líquidos e eletrólitos, cateter nasogástrico em
caso de distensão abdominal
o Pancreatite grave: Reposição volêmica (grandes volumes de RL, débito urinário de 0,5ml/h);
providenciar vaga em UTI; antibioticoprofilaxia (controverso, se faz com imipenem); suporte
nutricional (nutrição enteral por cateter nasogástrico); considerar abordagem das vias biliares (CPRE
nas primeiras 48-72h); outras medidas (inibidores de H2 e de bomba de prótons, descompressão
nasogástrico, dialise peritoneal, somatostatina, glucagon, calcitonina)
 Acompanhar o desenvolvimento de complicações:
o Coleção fluida aguda: conduta expectante
o Necrose pancreática e peripancreática: se estéril, o tratamento é conservador; se infectada, se deve
realizar necrosectomia e antibioticoterapia sistêmica
o Pseudocisto pancreático: coleção fluida que persiste por mais de 4-6 semanas, a conduta é a
drenagem.
 Antes da alta: colecistectomia videolaparoscópica.

X.X. Resumos

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