Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Diretrizes Para a Melhoria Dos Sistemas

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 233

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

MARCELA MIRANDA DE OLIVEIRA PIRES

DIRETRIZES PARA A MELHORIA DOS SISTEMAS E


PROCESSOS CONSTRUTIVOS NA IMPLANTAÇÃO DE
ESTAÇÕES RÁDIO BASE

CAMPINAS
2019
MARCELA MIRANDA DE OLIVEIRA PIRES

DIRETRIZES PARA A MELHORIA DOS SISTEMAS E


PROCESSOS CONSTRUTIVOS NA IMPLANTAÇÃO DE
ESTAÇÕES RÁDIO BASE

Dissertação de Mestrado apresentada à


Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura
e Urbanismo da Unicamp, para obtenção do
título de Mestra em Engenharia Civil, na
área de Construção.

Orientadora: Profa. Dra. Patricia Stella Pucharelli Fontanini

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA


DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA MARCELA
MIRANDA DE OLIVEIRA PIRES E ORIENTADA PELA PROFA.
DRA. PATRICIA STELLA PUCHARELLI FONTANINI.

ASSINATURA DA ORIENTADORA

______________________________________

CAMPINAS
2019
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E
URBANISMO

DIRETRIZES PARA A MELHORIA DOS SISTEMAS E


PROCESSOS CONSTRUTIVOS NA IMPLANTAÇÃO DE
ESTAÇÕES RÁDIO BASE

MARCELA MIRANDA DE OLIVEIRA PIRES

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Profa. Dra. Patricia Stella Pucharelli Fontanini


Presidente e Orientadora / Universidade Estadual de Campinas

Prof. Dr. Michel Daoud Yacoub


Universidade Estadual de Campinas

Profa. Dra. Lia Toledo Moreira Mota


Pontifícia Universidade Católica de Campinas

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no


SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da
Unidade.

Campinas, 31 de janeiro de 2019


DEDICATÓRIA

À minha mãe Graça, por tudo que representa em minha vida

Ao meu esposo Uiatã, pela paciência e apoio durante todos os momentos

Aos meus irmãos, pelo amor e apoio em todas as minhas escolhas

Dedico este trabalho a todos vocês, meu MUITO OBRIGADA por tudo!
EPÍGRAFE

“O progresso não pode ser gerado quando estamos


satisfeitos com as situações existentes”

Taiichi Ohno
AGRADECIMENTO

À Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e a Faculdade de Engenharia


Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC), agradeço pela oportunidade de realização do
Mestrado e pela infraestrutura de suporte.

À Profa. Dra. Patricia Stella Pucharelli Fontanini, pelo período de orientação,


compartilhamento dos conhecimentos e pela confiança em me aceitar como
pesquisadora do LabTec.

Minha gratidão eterna à minha mãe Graça Maria, que sempre me ensinou a ter
persistência em todos os momentos da vida. Me ensinou que a educação e
conhecimento são riquezas que ninguém pode nos tirar.

Agradeço ao meu esposo Uiatã, pelos momentos de incentivo e companheirismo,


sempre ao meu lado com amor, amizade e união. Esse apoio fez toda a diferença,
principalmente nos momentos mais difíceis.

Aos meus irmãos Rodrigo, Dayse, Fernanda e Grazielle, pelo apoio e palavras
carinhosas em todos os momentos. Agradeço pela união, pois ela é muito
importante para os laços de família em tempos de distância.

Meus sinceros agradecimentos aos meus grandes amigos Phelipe Ruiz e Deborah
Chan, pelos momentos de compartilhamento de conhecimento, aprendizado e
amizade. Agradeço a toda equipe do LabTec e aos amigos que sempre emitiram
boas energias durante essa caminhada.

Agradeço à empresa que permitiu ser possível a realização deste trabalho, a partir
de uma parceria e confiança. Graças a todos que me receberam, foi possível realizar
o estudo de caso e obter informações necessárias para os resultados almejados.

Agradeço a todos aqueles que despenderam um pouco do tempo para responder


aos questionários e participar desta pesquisa. Foi fundamental a contribuição de
todos e sou muito grata ao compartilhamento destas experiências.
RESUMO

A implantação de Estações Rádio Base (ERB) é necessária para a ampliação do


sistema de telefonia das empresas de telecomunicações. Composta por uma cadeia
produtiva de diferentes sistemas e processos construtivos, a implantação de ERBs
requer maior controle nos prazos destas obras. Compreender a execução dos
processos construtivos é fundamental, a fim de evitar desperdícios e possível
impacto na entrega final, ocasionando em atraso no funcionamento das estações.
Assim, esta pesquisa teve como objetivo principal propor diretrizes para a melhoria
dos sistemas e processos construtivos na implantação de ERBs. Como objetivos
específicos estudou-se a identificação dos problemas nas interfaces da cadeia de
suprimentos das ERBs, o entendimento do lead time do processo construtivo
durante essa implantação e análise de possíveis impactos nos prazos das obras, a
partir das escolhas dos sistemas construtivos nas ERBs. Como estratégia de
pesquisa foi adotado o design science research (DSR), cujo método permite propor
soluções práticas para o mundo real. Como parte do método, foi realizado um
estudo de caso na obra de uma operadora de telecomunicações do Brasil. A
pesquisa consistiu nas seguintes etapas: realização do mapeamento sistemático da
literatura (MSL), para proporcionar melhor conscientização do problema de
pesquisa, aplicação do questionário diagnóstico que permitiu o melhor entendimento
dos envolvidos nos processos produtivos de ERBs, a identificação dos processos a
partir da coleta de dados das entrevistas semiestruturadas, análise dos sistemas
construtivos utilizados, avaliação de documentos e projetos do estudo de caso,
utilização da ferramenta de mapa de fluxo de valor para desenhar o estado atual dos
processos construtivos e identificar os desperdícios, análise dos dados e elaboração
das diretrizes. Por fim, realizou-se a aplicação de um questionário de diretrizes finais
permitindo a avaliação destas por profissionais da área. Os resultados obtidos ao
final da pesquisa retratam as diretrizes baseadas nos pontos observados dos
sistemas e processos construtivos da implantação de uma ERB. Outra contribuição
relevante é o preenchimento da lacuna encontrada no mapeamento sistemático da
literatura. A lacuna detectada foi a falta de informação sobre o detalhamento dos
sistemas e processos construtivos de ERB. Sendo percebido que grande parte das
pesquisas está direcionada às áreas de demandas energéticas e térmicas de ERBs.
Assim, essa pesquisa contribuiu para a compreensão e sistematização dos
processos construtivos que envolvem a implantação de ERBs no âmbito da
Engenharia Civil, contribuindo para a condução de futuros estudos, além de servir
como material didático para as organizações promoverem melhorias na implantação
de ERBs.
Palavras-Chave: estação rádio base, sistemas construtivos, telecomunicações,
processos construtivos.
ABSTRACT

The implementation of Radio Base Stations (RBS) is necessary for the expansion of
the telephone system of telecommunications companies. Composed of a productive
chain of different systems and constructive processes, the implementation of RBSs
requires greater control in the terms of these works. Understanding the execution of
the constructive processes is fundamental, in order to avoid waste and possible
impact on the final delivery, causing in delay the operation of the stations. This
research had as main objective to propose guidelines for the improvement of the
systems and constructive processes in the implantation of Radio Base Stations
(RBS). The specific objectives were to identify the problems in the supply chain
interfaces of the RBSs, the understanding of the lead time of the construction
process during this implementation and the analysis of possible impacts on the
timeframe of the works, based on the choices of the building systems in the RBSs.
As research strategy was adopted the design science research (DSR), whose
method allows to propose practical solutions for the real world. As part of the method,
a case study was carried out on the work of a Brazilian telecommunications operator.
The research consisted of the following steps: systematic literature mapping, to
provide better awareness of the research problem, application of the diagnostic
questionnaire that allowed the better understanding of those involved in the
production processes of RBSs, identification of processes from the collection of data
from semi-structured interviews, analysis of construction systems used, evaluation of
documents and case study projects, use of the value stream map tool to design the
current state of construction processes and identify waste, data analysis and
elaboration of the guidelines. Finally, a final guidelines questionnaire was applied
allowing the evaluation of these by professionals in the area. The results obtained at
the end of the research portray the guidelines based on the observed points of the
systems and constructive processes of the implantation of RBS. Another relevant
contribution is the filling of the gap found in the systematic literature mapping. The
gap detected was the lack of information on the detail of RBS systems and
construction processes. It is noticed that a great part of the researches are directed
to the areas of energy and thermal demands of RBSs. Thus, this research
contributed to the understanding and systematization of the constructive processes
that involve the implantation of radio base stations in the scope of Civil Engineering.
Contributing to the conduction of future studies, besides serving as didactic material
for the organizations to promote improvements in the implantation of RBSs.
Keywords: radio base station, construction systems, telecommunications,
constructive processes.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Validação junto ao Comitê de Ética .......................................................... 28

Figura 2 - Etapas para realização do MSL ................................................................ 30

Figura 3 - Fluxo das atividades ................................................................................. 30

Figura 4 - Quantidade de artigos por etapa do MSL ................................................. 34

Figura 5 - Período de maior incidência de pesquisas ................................................ 35

Figura 6 - Artigos por base de dados e etapas seguidas .......................................... 35

Figura 7 - Distribuição geográfica.............................................................................. 36

Figura 8 - Classificação pela temática ....................................................................... 37

Figura 9 - Telefones fixos em operação, período de 1882 - 1929 ............................. 40

Figura 10 - Taxa de crescimento do serviço, período de 1973 - 1997 ...................... 43

Figura 11 - Evolução do serviço móvel ..................................................................... 43

Figura 12 - Evolução pós privatização ...................................................................... 45

Figura 13 - Foto ilustrativa de uma ERB ................................................................... 46

Figura 14 - ERB e a cobertura da rede móvel ........................................................... 47

Figura 15 - O papel da ERB no sistema de telefonia móvel ...................................... 48

Figura 16 - Quantidade de ERBs do SMP ................................................................. 48

Figura 17 - Quantidade de ERB implantada por operadora (2014-Ago/2018) .......... 49

Figura 18 - Percentual de ERB por região e operadora (Base Jun/2018) ................. 50

Figura 19 - Utilização do modelo SCR-194/SCR-195 ............................................... 51

Figura 20 - Modelo SCR-300 em uso ........................................................................ 52

Figura 21 - Modelo SCR-536..................................................................................... 52

Figura 22 - Rádio telefone móvel (0G) ...................................................................... 53

Figura 23 - Motorola DynaTAC 8000X (1G) .............................................................. 54

Figura 24 - Sistema FDMA ........................................................................................ 56


Figura 25 - Sistema TDMA ........................................................................................ 58

Figura 26 - Tecnologia CDMA ................................................................................... 59

Figura 27 - Serviço de SMS em uma ERB ................................................................ 61

Figura 28 - Funcionamento de uma rede WiMAX ..................................................... 66

Figura 29 - Rede LTE ................................................................................................ 67

Figura 30 - Evolução das tecnologias 1G a 5G ......................................................... 68

Figura 31 - Processo de padronização do padrão IMT-2020 .................................... 71

Figura 32 - Linha do tempo dos aparelhos de telefonia móvel .................................. 73

Figura 33 - Fundação para torre estaiada ................................................................. 79

Figura 34 - Fundação tipo tubulão............................................................................. 80

Figura 35 - Fundação tipo radier ............................................................................... 80

Figura 36 - Fundação tipo estaca raiz ....................................................................... 81

Figura 37 - Torre tipo estaiada .................................................................................. 82

Figura 38 - Torre tipo monotubular ............................................................................ 83

Figura 39 - Torre tipo triangular autoportante ............................................................ 84

Figura 40 - Abrigos metálicos .................................................................................... 86

Figura 41 - Abrigo subterrâneo.................................................................................. 86

Figura 42 - Gabinete Outdoor.................................................................................... 86

Figura 43 - Diagrama da malha de aterramento em uma ERB ................................. 87

Figura 44 - Diagrama do sistema geral de energia ................................................... 89

Figura 45 - Sistema de alimentação com energia fotovoltaica e GMG ...................... 90

Figura 46 - Etapas de aplicação da ferramenta MFV ................................................ 99

Figura 47 - Exemplo de Mapa do Estado Atual ....................................................... 101

Figura 48 - Exemplo de Mapa do Estado Futuro ..................................................... 102

Figura 49 - Modelo de processo de DSR ................................................................ 107


Figura 50 - Delineamento da pesquisa .................................................................... 109

Figura 51 - Tipos de ferramentas utilizadas ............................................................ 115

Figura 52 - Responsáveis pelos desvios nos prazos de implantação ..................... 116

Figura 53 - Medição da satisfação da cadeia de suprimentos pela empresa .......... 117

Figura 54 - Melhorias na implantação com a definição de processos ..................... 118

Figura 55 - Justificativa para escolha dos sistemas construtivos ............................ 118

Figura 56 - Melhorias para a implantação de ERBs ................................................ 119

Figura 57 - Quantidade de ERBs no estado do Ceará ............................................ 121

Figura 58 - Maior concentração na capital Fortaleza .............................................. 121

Figura 59 - ERBs atualmente em implantação ........................................................ 122

Figura 60 - Perfil de sondagem da Estação AA....................................................... 123

Figura 61 - Fundação tipo radier (Estação AA) ....................................................... 124

Figura 62 - Torre Metálica Autoportante (Estação AA) ............................................ 125

Figura 63 - Chumbador (Estação AA) ..................................................................... 126

Figura 64 - Planta de locação da ERB AA .............................................................. 127

Figura 65 - Cronograma de implantação da estação AA ......................................... 130

Figura 66 - Mapa do Estado Atual Esquemático ..................................................... 132

Figura 67 - Mapa do Estado Atual Completo........................................................... 134

Figura 68 - Locação da obra ................................................................................... 135

Figura 69 - Escavação do radier ............................................................................. 136

Figura 70 - Entrega dos chumbadores na obra ....................................................... 136

Figura 71 - Montagem da armação ......................................................................... 137

Figura 72 - Cordoalha e haste de aterramento........................................................ 137

Figura 73 - Instalação do chumbador ...................................................................... 138

Figura 74 - Conferência do nivelamento do chumbador .......................................... 138


Figura 75 - Conferência do gabarito do chumbador ................................................ 139

Figura 76 - Concretagem da fundação .................................................................... 139

Figura 77 - Caminhão betoneira .............................................................................. 140

Figura 78 - Teste de slump ..................................................................................... 140

Figura 79 - Moldes dos corpos de prova ................................................................. 141

Figura 80 - Mapa do Estado Atual da Fase 1 .......................................................... 142

Figura 81 - Viga baldrame com a forma e armação ................................................ 143

Figura 82 - Vala para passagem do eletroduto ....................................................... 144

Figura 83 - Execução de caixas de passagem ........................................................ 144

Figura 84 - Base do abrigo metálico ........................................................................ 145

Figura 85 - Armação do abrigo metálico ................................................................. 145

Figura 86 - Acabamento após a concretagem......................................................... 146

Figura 87 - Eletrodutos instalados ........................................................................... 146

Figura 88 - Instalação do mourão de concreto ........................................................ 147

Figura 89 - Betoneira utilizada para a concretagem das vigas ................................ 147

Figura 90 - Concretagem da viga baldrame ............................................................ 148

Figura 91 - Malha de aterramento ........................................................................... 148

Figura 92 - Portão instalado .................................................................................... 149

Figura 93 - Alambrado e concertina instalados ....................................................... 149

Figura 94 - Tampa da caixa de passagem e inspeção de aterramento ................... 150

Figura 95 - Aplicação da brita.................................................................................. 150

Figura 96 - Mapa do Estado Atual da Fase 2 .......................................................... 151

Figura 97 - Instalação do montante ......................................................................... 152

Figura 98 - Peças dispostas para a pré-montagem................................................. 153

Figura 99 - Montagem da torre ................................................................................ 153


Figura 100 - Montagem do suporte das antenas ..................................................... 154

Figura 101 - Cabo guia instalado ............................................................................ 155

Figura 102 - Guarda corpo instalado ....................................................................... 155

Figura 103 - Terminal para interligação ................................................................... 156

Figura 104 - Interligação a malha de aterramento................................................... 156

Figura 105 - Mapa do Estado Atual da Fase 3 ........................................................ 157

Figura 106 - Mapa do Estado Atual da Fase 4 ........................................................ 160

Figura 107 - Mapa do Estado Atual da Fase 5 ........................................................ 163

Figura 108 - Mapa do Estado Atual da Fase 6 ........................................................ 165

Figura 109 - Mapa do Estado Futuro Completo ...................................................... 167

Figura 110 - Diretrizes elaboradas .......................................................................... 175

Figura 111 - Nível do cargo dos participantes ......................................................... 189

Figura 112 - Área de atuação .................................................................................. 189

Figura 113 - Validação das diretrizes ...................................................................... 190

Figura 114 - Planta de locação da ERB AA............................................................. 219

Figura 115 - Planta de identificação dos elementos (ERB AA) ............................... 220

Figura 116 - Planta de elétrica e dados (EL e FO) da ERB AA ............................... 221

Figura 117 - Planta de aterramento da ERB AA...................................................... 222


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Considerações acerca das bases de dados ............................................. 33

Tabela 2 - Áreas utilizadas para classificação dos estudos ...................................... 36

Tabela 3 - Área de atuação após privatização .......................................................... 44

Tabela 4 - Sistemas Móveis 1G ................................................................................ 57

Tabela 5 - Dois principais padrões de tecnologia 3G ................................................ 64

Tabela 6 - Evoluções do sistema UMTS ................................................................... 64

Tabela 7 - Compilação final dos resultados do MSL ............................................... 209


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AMPS - Advanced Mobile Phone system
ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações
CAPEX - Capital Expenditure
CBT - Código Brasileiro de Telecomunicações
CCC - Central de Comutação e Controle
CD - Centro de Distribuição
CDMA - Code Divison Multiple Access
CEPT - European Conference of Postal and Telecommunications
Administrations
CNET - Centro Nacional de Estudos das Telecomunicações
COMAR - Comando Aéreo Regional
CONTEL - Conselho Nacional de Telecomunicações
CPqD - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
CTB - Companhia Telefônica Brasileira
EDGE - Enhanced Data Rates for Global Evolution
ERB - Estação Rádio Base
ETSI - European Telecommunication Standard Institute
FCC - Federal Communications Commission
FDMA - Frequency Divison Multiple Access
GPRS - General Packet Radio Service
GSM - Global System for Mobile Communications
HDTV - High-Definition Television
HPSA - High Speed Packet Access
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers
IMT-2000 - International Mobile Telecommunications-2000
IMTS - Improved Mobile Telephone System
IoT - Internet of Things
IP - Internet Protocol
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
ITU - International Telecommunication Union
LTE - Long Term Evolution
MFV - Mapeamento de Fluxo de Valor
MIMO - Multiple-Input and Multiple-Output
MoU - Memorandum of Understanding
MSL - Mapeamento Sistemático da Literatura
MTS - Mobile Telephone System
NMT - Nordic Mobile Telephone
NOC - Network Operations Center
OPEX - Operational Expenditure
PBDCT - Plano Básico de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico
SAT - Site Acceptance Test
SBTS - Sistema Brasileiro de Telecomunicações por Satélite
SIM - Subscriber Identity Module
SMC - Serviço Móvel Celular
SMP - Serviço Móvel Pessoal
SMS - Short Message Service
TACS - Total Access communication system
TDMA - Time Divison Multiple Access
TD-SCDMA - Time Division-Synchronous CDMA
TELEBRAS - Telecomunicações Brasileiras S/A
TELEBRASIL - Associação Brasileira de Telecomunicação
TPS - Toyota Production System
3GPP - 3rd Generation Partnership Project
UMTS - Universal Mobile Telecommunications System
WiMAX - Worldwide Interoperability for Microwave Access
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 22

1.1. CONTEXTO E JUSTIFICATIVA ..................................................................... 22

1.2. OBJETIVOS ................................................................................................... 26

1.3. DELIMITAÇÃO ............................................................................................... 26

1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO....................................................................... 27

1.5. COMITÊ DE ÉTICA ........................................................................................ 28

2. MAPEAMENTO SISTEMÁTICO DA LITERATURA (MSL) .................................. 29

2.1. DESCRIÇÃO DO MAPEAMENTO SISTEMÁTICO DA LITERATURA ........... 29

2.2. SEQUÊNCIA DE ETAPAS PARA A CONDUÇÃO DO MSL .......................... 29

2.3. RESULTADOS OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DO MSL ............................. 34

3. A EVOLUÇÃO DA TELEFONIA MÓVEL NO BRASIL ......................................... 39

3.1. PERÍODO PRÉ-PRIVATIZAÇÃO ................................................................... 39

3.2. PERÍODO PÓS PRIVATIZAÇÃO ................................................................... 45

3.3. AS ESTAÇÕES RÁDIO BASE NO BRASIL ................................................... 46

3.4. O INÍCIO DO TELEFONE MÓVEL ................................................................. 50

3.5. TECNOLOGIAS 0G E 1G .............................................................................. 53

3.6. SISTEMAS DA TECNOLOGIA 1G ................................................................. 55

3.6.1. SISTEMA FDMA (FREQUENCY DIVISION MULTIPLE ACCESS) .......... 55

3.7. TECNOLOGIA 2G .......................................................................................... 57

3.7.1. SISTEMA TDMA (TIME DIVISION MULTIPLE ACCESS) ........................ 57


3.7.2. SISTEMA CDMA (CODE DIVISION MULTIPLE ACCESS) ...................... 58
3.7.3. GSM (GLOBAL SYSTEM FOR MOBILE COMMUNICATIONS) ............... 60

3.8. TECNOLOGIA 3G .......................................................................................... 62

3.9. TECNOLOGIA 4G .......................................................................................... 65


3.9.1. WIMAX (WORLDWIDE INTEROPERABILITY FOR MICROWAVE
ACCESS)............................................................................................................ 66
3.9.2. LTE (LONG TERM EVOLUTION) ............................................................. 67

3.10. TECNOLOGIA 5G ........................................................................................ 68

3.11. A EVOLUÇÃO DOS APARELHOS .............................................................. 71

4. A IMPLANTAÇÃO DA ESTAÇÃO RÁDIO BASE ................................................ 74

4.1. LEGISLAÇÃO VIGENTE ................................................................................ 74

4.2. VISTORIA EM CAMPO (SITE SURVEY) ....................................................... 75

4.3. AQUISIÇÃO DO LOCAL (SITE ACQUISITION)............................................. 76

4.4. PROJETO DO SISTEMA DE INFRAESTRUTURA ........................................ 77

4.5. IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS .................................... 78

4.5.1. FUNDAÇÃO DA TORRE AUTOPORTANTE ............................................ 78


4.5.2. TORRES PARA TELECOMUNICAÇÕES ................................................ 81
4.5.3. ABRIGO PARA EQUIPAMENTOS (SHELTER) ....................................... 84
4.5.4. SISTEMA DE ATERRAMENTO................................................................ 87
4.5.5. SISTEMA DE ENERGIA ........................................................................... 88
4.5.6. CERCAMENTO E PAVIMENTAÇÃO ....................................................... 90

4.6. TESTES DE FUNCIONAMENTO................................................................... 92

5. CADEIA DE SUPRIMENTOS NA IMPLANTAÇÃO DE UMA ERB ...................... 93

5.1. CONCEITOS GERAIS DA CADEIA DE SUPRIMENTOS .............................. 93

5.2. CADEIA DE SUPRIMENTOS NO SETOR DAS TELECOMUNICAÇÕES ..... 94

5.3. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DA ERB .................................... 95

6. MENTALIDADE ENXUTA E MAPEAMENTO DE FLUXO DE VALOR ................ 97

6.1. CONCEITOS GERAIS DE MENTALIDADE ENXUTA.................................... 97

6.2. MAPEAMENTO DE FLUXO DE VALOR (MFV) ............................................. 98

6.3. ANÁLISE DE PROCESSOS UTILIZANDO MFV .......................................... 102

7. MÉTODO DE PESQUISA ................................................................................... 105


7.1. DESIGN SCIENCE RESEARCH (DSR) ....................................................... 105

7.2. ESTUDO DE CASO ..................................................................................... 106

7.3. ESCOLHA DO MÉTODO ............................................................................. 107

7.4. DELINEAMENTO ......................................................................................... 108

7.4.1. CONSCIENTIZAÇÃO DO PROBLEMA (1) ............................................. 110


7.4.2. DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS PARA A SOLUÇÃO (2) ........................ 110
7.4.3. CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ARTEFATO (3) ....................... 110
7.4.4. DEMONSTRAÇÃO DO ARTEFATO (4) ................................................. 111
7.4.5. VALIDAÇÃO DO ARTEFATO (5) ........................................................... 111
7.4.6. COMUNICAÇÃO .................................................................................... 112

8. RESULTADOS .................................................................................................... 113

8.1. QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO ................................................................ 113

8.1.1. ANÁLISE DAS RESPOSTAS ................................................................. 115

8.2. ESTUDO DE CASO ..................................................................................... 120

8.2.1. DETALHES DA OBRA............................................................................ 120


8.2.2. SISTEMAS CONSTRUTIVOS ................................................................ 122
8.2.3. PROCESSOS CONSTRUTIVOS............................................................ 129
8.2.4. MAPA DO ESTADO ATUAL ................................................................... 131
8.2.5. MAPA DO ESTADO FUTURO ............................................................... 166

9. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 173

9.1. PRINCIPAIS PONTOS IDENTIFICADOS PARA A ELABORAÇÃO DAS


DIRETRIZES ....................................................................................................... 173

9.2. DIRETRIZES PARA A MELHORIA DOS SISTEMAS E PROCESSOS


CONSTRUTIVOS................................................................................................ 175

9.2.1. MONITORAMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................. 175


9.2.2. SISTEMATIZAÇÃO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO E
CONTROLE...................................................................................................... 178
9.2.3. ATRIBUIÇÃO DE ATIVIDADES POR RESPONSÁVEIS ........................ 181
9.2.4. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE FORNECEDORES....................... 183
9.2.5. ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ................................................ 184
9.2.6. MONITORAMENTO E CONTROLE DOS FLUXOS FÍSICOS ................ 185
9.2.7. ANÁLISE DA VARIABILIDADE NOS PROCESSOS .............................. 185
9.2.8. INTERAÇÃO COM O SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE ........... 186

9.3. QUESTIONÁRIO DE DIRETRIZES ............................................................. 187

9.3.1. ANÁLISE DAS RESPOSTAS ................................................................. 188

10. CONCLUSÃO ................................................................................................... 192

10.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 192

10.2. LIMITAÇÕES ENCONTRADAS ................................................................. 193

10.3. SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS ................................................ 194

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 196

APÊNDICE A - PLANILHA FINAL DO MSL........................................................... 209

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO ................................................. 211

APÊNDICE C - CRONOGRAMA DA ERB AA ....................................................... 215

APÊNDICE D - PROJETO DE FUNDAÇÃO DA ERB AA ...................................... 217

APÊNDICE E - PROJETOS DA ERB AA ............................................................... 219

APÊNDICE F - QUESTIONÁRIO DIRETRIZES...................................................... 223

ANEXO A - ÍCONES DO MAPEAMENTO DE FLUXO DE VALOR ....................... 231


Capítulo 1 - Introdução 22

1. INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta o contexto e justificativas que deram origem a


essa pesquisa, assim como os objetivos propostos para obter os resultados
desejados, delimitação, a validação junto ao comitê de ética e estrutura de trabalho
para o desenvolvimento deste estudo.

1.1. Contexto e Justificativa

O período de pós privatização do setor de telecomunicações no Brasil,


iniciado em 1998, rendeu um legado para muitas operadoras de telecomunicações
que atuam no setor. Melhorou também a cadeia de suprimentos que atende a essas
empresas, tais como, os fabricantes de equipamentos, torres e antenas, os
prestadores de serviços de montagem de torres, instaladoras de rádios e
empreiteiras que atuam na construção da infraestrutura das ERBs. Essa fase
permitiu o avanço brasileiro no desenvolvimento da telefonia móvel e investimento
na infraestrutura de telecomunicações pelas operadoras do setor, ocasionando um
aumento na disponibilidade deste serviço em diferentes estados do país (NEGRÃO,
2007; MIRANDA NETO; 2008).

Para acompanhar o mercado mundial, o Brasil necessitava de uma


ampliação da sua infraestrutura de telecomunicações, que possibilitou atender à
demanda interna. Como o Brasil dependia da importação dos equipamentos e pelas
dificuldades encontradas, também dedicava uma parte de investimento à pesquisa e
desenvolvimento mantendo o interesse das empresas em investimento no país
(NEGRÃO, 2007).

À medida em que a evolução ocorria nos padrões das redes, também


eram desenvolvidos equipamentos compatíveis com essas novas gerações. Os
principais laboratórios são: o CPqD pela Telebrás, o Bell Labs da Western Eletric e
AT&T pelos Estados Unidos, o CNET da France Telecom pela França (NERIS
JUNIOR; FUCIDJI; GOMES, 2014). O BT Labs, pela Inglaterra, Bell Northern
Research (BNR), pelo Canadá, NTT Basic Research Laboratories, pelo Japão, Telia,
pela Suécia, Sonera, pela Finlândia (essas duas tiveram uma fusão e o nome mais
recente é Telia Company), a World Telecom Labs (WTL), pela Bélgica e a Deutsche
Bundespost, pela Alemanha.
Capítulo 1 - Introdução 23

As demandas tecnológicas têm crescido e para atendê-las com


integridade e qualidade, as operadoras de telefonia necessitam ampliar o sistema, o
que significa implantar mais ERBs (FERREIRA JUNIOR, 2012). É possível encontrar
na literatura a evolução tecnológica gerada após melhorias nos padrões de
protocolos já existentes. A cada evolução, havia a preocupação de que o protocolo
fosse compatível com o anterior, permitindo mínimas adequações nas ERBs
existentes (EZHILARASAN; DINAKARAN, 2017; GUIRGUIS et al., 2017).

Compreender o sistema de telefonia celular e o funcionamento de uma


ligação a partir do telefone móvel proporciona um entendimento conceitual de uma
ERB. A rede de telefonia celular divide regiões geográficas a partir de células
(origem do termo “celular”). Cada célula é atendida por uma ERB, sendo que cada
estação é composta por antenas com transmissores e receptores de sinal. Um com
junto de ERBs é atendido por uma central telefônica, chamada Central de
Comutação e Controle (CCC) (MATHAR; SCHMEINK, 2002; SANG et al., 2008;
CHEN; ZHAO, 2014).

Ao realizar uma ligação de um telefone celular, este estabelece uma


conexão com a ERB correspondente à célula onde o mesmo se encontra. Por sua
vez, a ERB estabelece uma ligação com a central que localizará a célula do telefone
de destino para assim se completar a ligação. No caso de ser um telefone fixo, a
CCC localizará a central telefônica fixa correspondente. Durante uma ligação, a
chamada pode ser trocada de célula. Dessa maneira, as ligações podem ser
realizadas durante o período em que o usuário esteja em movimento (SHINODA,
2000; ALVES, 2013).

A infraestrutura para uma ERB é composta pelos sistemas essenciais ao


funcionamento dos equipamentos, evitando ao máximo a interrupção por fatores
externos tais como, descargas atmosféricas, incêndios ou interrupção de energia
(SOARES NETO, 2015). A implantação de uma ERB requer planejamento para
todas as atividades que devem ser conciliadas antes e durante o processo
construtivo, pois as várias etapas que precedem o início da obra precisam ser
detalhadas a fim de evitar interrupções e desperdícios durante a implantação
(LEHENKARI; MIETTINEN, 2002).
Capítulo 1 - Introdução 24

Este tema contempla diferentes áreas do conhecimento, sendo abordado


neste estudo pela ótica da Engenharia Civil, uma vez que a área da construção civil
influencia diretamente nas obras de infraestrutura para o setor das
telecomunicações. Uma infraestrutura bem executada pode gerar condições mais
favoráveis aos usuários e aos equipamentos do sistema de telecomunicações,
aumentando ainda a confiabilidade e qualidade do sistema (SOARES NETO, 2015).

Obras com características peculiares como esta merecem atenção pelo


fato de que um bom conhecimento da cadeia de suprimentos permite melhor
planejamento das atividades, evitando desperdícios. A utilização do conceito de
mentalidade enxuta na cadeia de suprimentos tem sido encontrada em diferentes
estudos com o objetivo de identificar a origem dos desperdícios na construção civil
(VRIJHOEF, 1998; VRIJHOEF et al., 2001; ARBULU; TOMMELEIN, 2002;
AZAMBUJA, 2002; LONDON; KENLEY, 2001; SHIMIZU; CARDOSO, 2002;
JOBIM; JOBIM FILHO, 2001; POLAT; BALLARD, 2003; FONTANINI, 2004).

Para entender a cadeia de suprimentos, faz-se necessária uma análise da


complexidade dos processos construtivos e quantificação dos recursos envolvidos
nos processos, permitindo, assim, uma identificação dos agentes dentro da cadeia
produtiva (FONTANINI, 2009). A dificuldade de controle de variados fornecedores e,
em alguns casos, a logística diferenciada para atendimento às localidades remotas
ocasiona atrasos nos cronogramas de implantação das ERBs (MPWANYA; VAN
HEERDEN, 2017).

É importante a busca de melhorias no desenvolvimento de produtos ou


serviços. Melhorar o desempenho operacional e os processos são atividades
fundamentais para os avanços tecnológicos e resultados financeiros positivos
podem ser encontrados (CORRÊA; CORRÊA, 2013). Conhecer e entender cada
etapa ou processo produtivo são formas de análise do desempenho para busca da
excelência e melhoria continua.

Mentalidade enxuta, produção enxuta ou também conhecida como


modelo TPS (Toyota Production System) de produção foi disseminado pelo mercado
como um modelo de produção, cujo objetivo principal era eliminar desperdícios ou
atividades que não agregavam valor ao cliente final. Segundo Lustosa et al. (2008) o
objetivo principal da mentalidade enxuta era a redução do tempo entre a colocação
Capítulo 1 - Introdução 25

do pedido do produto (início do processo produtivo) e a entrega do produto ao


cliente (fim do processo produtivo).

Mouritsen, Skjott-Larsen, Kotzab (2003) e Womack, Jones (2004) também


corroboram com a importância da aplicação de uma mentalidade enxuta para
melhoria nos processos produtivos como planejamento estratégico das
organizações, possibilitando a redução do tempo entre o pedido do cliente até a
fabricação e entrega dos produtos, minimizando os desperdícios que não agregam
valor ao produto final.

A identificação do estado atual do processo produtivo é uma avaliação


importante a ser feita, pois ao se conhecer a situação atual, é possível identificar as
oportunidades de melhoria (DENNIS, 2009). O mapeamento de fluxo de valor (MFV)
é uma ferramenta importante para a organização da análise de possibilidades de
melhoria (ROTHER; SHOOK, 2004).

O mapeamento de fluxo de valor é chamado no Sistema Toyota de


Produção de diagrama de fluxo de material e informação (DENNIS, 2009). É uma
ferramenta que desenha os fluxos da produção e do projeto do produto. Deve-se
descrever o fluxo da concepção ao lançamento do produto, do projeto e da aquisição
de matéria-prima até a entrega ao consumidor (LUSTOSA et al., 2008). Segundo
Kach et al. (2014) o mapeamento de fluxo de valor tem se mostrado uma ferramenta
necessária para o correto gerenciamento do processo produtivo, permitindo a
identificação dos pontos fortes e fracos da cadeia produtiva.

Kach et al. (2014) destacam também que a aplicação do MFV constante


permite a identificação das causas básicas dos desperdícios para a construção do
cenário ideal, a partir do fluxo dos processos. A literatura contribuiu com variados
casos de aplicação do mapeamento de fluxo de valor, seja na manufatura, no
escritório de projetos, na construção civil e outras áreas de prestação de serviços
(REIS, 2014; DE LIMA; DE ASSUNÇÃO; ALVES, 2010; SANTOS, 2014;
PASQUALINI, 2005; SILVA; SERRA; LORENZON, 2016; LACERDA, 2013; DE
SOUZA; ALVES, 2012).

Segundo Ferreira Júnior (2012) a implantação de ERBs faz parte de um


projeto e requer um bom planejamento e gerenciamento do processo construtivo.
Acredita-se que a partir de uma análise das etapas de implantação é possível
Capítulo 1 - Introdução 26

identificar pontos de melhoria, proposta que precisa passar pelo crivo de


profissionais do setor a fim de ser replicada.

A ausência de estudos de mapeamento dos sistemas e processos


construtivos das ERBs e o gerenciamento dos processos são as premissas para a
condução desta pesquisa. Tal ausência pode ser justificada a partir da lacuna de
conhecimento encontrada durante a aplicação do Mapeamento Sistemático da
Literatura (MSL), apresentado no Capítulo 2.

1.2. Objetivos

O objetivo principal dessa pesquisa é propor diretrizes para a melhoria


dos sistemas e processos construtivos envolvidos na implantação de ERB.

Pretende-se ainda como objetivos específicos:

I. Identificar problemas nas interfaces da cadeia de suprimentos


(fornecedores e construtores) das ERBs.

II. Quantificar o lead time do processo construtivo de implantação de


ERBs.

III. Entender os impactos nos prazos das obras, a partir das escolhas dos
sistemas construtivos das ERBs.

1.3. Delimitação

As principais delimitações desta pesquisa estão relacionadas ao contexto


do estudo de caso em que foi analisada. O estudo de caso descreve a implantação
de uma ERB, do início ao fim da construção. Neste contexto, não foi considerada a
fase de aquisição do terreno, o processo de licenciamento e a fase de planejamento
estratégico da empresa principal e dos fornecedores.

Na pesquisa não foram contempladas as ERBs adaptadas para receber o


sistema de telefonia móvel, ou seja, edificações prontas que foram adaptadas para
se transformar em uma ERB e também estações denominadas Rooftops, que são
estações em topo de edifícios.
Capítulo 1 - Introdução 27

1.4. Estrutura do trabalho

O presente trabalho foi estruturado em dez capítulos. O primeiro capítulo


compreende o contexto e a problemática que justificam a origem da pesquisa, assim
como os objetivos pretendidos e as limitações encontradas.

O segundo capítulo apresenta o MSL, que é a primeira etapa para o


método de pesquisa, possibilitando enxergar as lacunas de conhecimento na área e
uma melhor conscientização do problema de pesquisa.

O terceiro capítulo apresenta a evolução da telefonia móvel no Brasil,


baseado em estudos da literatura de diferentes áreas, possibilitando ao leitor um
entendimento histórico do surgimento das primeiras tecnologias e o desenvolvimento
até os dias atuais.

O quarto capítulo apresenta os detalhes técnicos das etapas de


implantação de uma ERB, a fim de ilustrar os principais sistemas construtivos que
caracterizam uma ERB.

O quinto capítulo apresenta a literatura de autores de diferentes áreas, no


que tange à cadeia de suprimentos no setor de telecomunicações, abordando os
principais conceitos e composição da cadeia produtiva do setor.

O sexto capítulo apresenta os principais conceitos da mentalidade enxuta


e a ferramenta de MFV. O capítulo ainda aborda os conceitos importantes e casos
relatados na literatura que permitiram avaliar a sua aplicabilidade dentro da proposta
da pesquisa.

O sétimo capítulo descreve o método escolhido para o desenvolvimento


da pesquisa, assim como o delineamento para a realização das fases do trabalho.

O oitavo capítulo apresenta os resultados obtidos durante o


desenvolvimento da pesquisa, os resultados originados a partir da aplicação do
questionário diagnóstico, além da descrição detalhada do estudo de caso.

O nono capítulo discute os resultados após as análises feitas entre estudo


de caso e a literatura, dentro dos limites da pesquisa. Apresenta ainda, os pontos
que levaram a elaboração das diretrizes e o questionário de validação das diretrizes.
Capítulo 1 - Introdução 28

O último capítulo apresenta as principais conclusões e limitações


encontradas. Também descreve outras lacunas sobre o tema que identificam futuras
oportunidades de trabalhos.

1.5. Comitê de ética

A pesquisa foi protocolada junto ao Comitê de Ética em 14/11/2017, sob o


número 78577817.3.0000.5404 e passou por análise inicial dos documentos e
cronograma. A submissão e aprovação possibilitou um maior esclarecimento e
segurança das informações durante a coleta de dados, tanto para a Universidade
quanto ao pesquisador e demais envolvidos. A Figura 1 apresenta os dados
principais da pesquisa junto ao Comitê de Ética.

Figura 1 - Validação junto ao Comitê de Ética

Fonte: Página do Comitê de Ética na Plataforma Brasil1.

1 Disponível em: <http://plataformabrasil.saude.gov.br/login.jsf>. Acesso em Abr.2018.


Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 29

2. MAPEAMENTO SISTEMÁTICO DA LITERATURA (MSL)

A importância de se conscientizar sobre o problema de pesquisa


encontrado foi realizada aplicando a ferramenta de mapeamento sistemático da
literatura. Neste capítulo, estão apresentadas as etapas para a utilização desta
ferramenta. Também serão apresentados os resultados encontrados após realizar
essa atividade de busca nas principais bases de dados, para entender quais
questões os pesquisadores, em diferentes países, têm buscado responder acerca
das ERBs.

2.1. Descrição do mapeamento sistemático da literatura

Dresch, Lacerda e Antunes Júnior (2015) abordam a importância de


busca na investigação sistemática para compreender o que já foi pesquisado e o
que ainda não foi em relação a um determinado tema que o pesquisador pretende
responder. Os autores reforçam que essa investigação permite conhecer melhor os
estudos existentes, verificar os métodos aplicados, resultados encontrados e
perguntas respondidas.

Ruiz e Granja (2013) e Cavalcante et al. (2016) também trouxeram


considerações importantes do MSL, relatando os benefícios da ferramenta para uma
investigação e análise da relevância ao tema em que se pretende estudar. Os
autores ainda declararam que o bom uso da ferramenta possibilita refinamento da
questão de pesquisa que se pretende atuar, evitando, dessa forma, pesquisas
desnecessárias ou repetição de métodos que não irão atingir o resultado pretendido.

O mapeamento sistemático da literatura realizado neste trabalho, permitiu


vislumbrar quais estudos foram realizados e quais questões ainda não foram
respondidas, possibilitando um aumento no conhecimento e otimização do tempo,
evitando pesquisas repetitivas ou desnecessárias.

2.2. Sequência de etapas para a condução do MSL

O mapeamento sistemático da literatura é aplicado a partir de uma


sequência de etapas. São definidos os passos a serem seguidos e entre eles está a
definição dos termos a serem usados na busca, a seleção da base de dados que
serão utilizadas na pesquisa, a formulação das “strings” ou termos de busca, os
Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 30

critérios de seleção e avaliação da aderência dos resultados, além da compilação e


extração dos dados obtidos para análise.

A pesquisa em publicações deve ser constante, pois são atualizadas


rapidamente e o mapeamento está sempre limitado a data em que ele foi realizado.
A seguir, observam-se na Figura 2 as etapas do MSL sugeridas por Ruiz e Granja
(2013).

Figura 2 - Etapas para realização do MSL

Fonte: RUIZ; GRANJA (2013).

A partir das informações encontradas na literatura, foi possível definir um


fluxo de etapas para a aplicação da ferramenta na pesquisa. Dessa forma, foi
realizada uma etapa de cada vez, para que criasse um fluxo. Como informado no
capítulo 1, a pesquisa está relacionada às ERBs e às áreas de construção civil e
telecomunicações. A Figura 3 possibilita a visualização do fluxo adotado:

Figura 3 - Fluxo das atividades

Fonte: autoria própria.


Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 31

O ciclo pode ser realizado mais de uma vez, caso seja necessário, ou até
que se obtenham resultados condizentes com as necessidades. Caso a questão da
pesquisa esteja ampla, é possível que haja uma redefinição dos termos de busca. A
análise macro dos resultados encontrados permitirá identificar a aderência ao tema e
confirmação dos termos de busca mais adequados.

I. Definição dos termos de busca:

Para elaboração dos termos de busca é importante saber quais palavras


representam o tema que está sendo estudado e, sua relação com o seu significado
em inglês, porque a definição das palavras a serem buscadas está diretamente
relacionada à qualidade dos resultados a serem encontrados.

O elemento principal da pesquisa, a ERB, apresenta variadas


terminologias em inglês, dentre elas temos: radio base station (RBS), base
transceiver station (BTS), cell site, base station subsystem (BSS), base station
controller (BSC), telecommunication base station, base station, node-B. Todos os
termos foram utilizados e analisados, a cada busca, para identificar o nível de
aderência.

Nas buscas percebeu-se que os termos base transceiver station (BTS) e


radio base station (RBS) aparecem no uso da tecnologia GSM, base station
subsystem (BSS), node-B e base station controller (BSC) apresentam resultados
relacionados a tecnologia 3G. No geral, percebeu-se que a maioria dos termos
apresentam estudos relacionados à tecnologia, à rede ou ao sistema das estações.
Assim foi possível identificar que as palavras cell site e base station continham
resultados mais aderentes ao tema desta pesquisa, por esse motivo, foram adotados
os seguintes termos para a busca: "telecommunication" AND ("cell site" OR "base
station") AND "construction" AND "lean".

II. Seleção da base de dados:

A escolha da base de dados é importante a fim de que se obtenha


resultados de qualidade durante as buscas, para que sejam de entidades
reconhecidas no meio acadêmico possibilitando confiabilidade nos documentos
encontrados, para o MSL da pesquisa, foram definidas as seguintes bases de
dados:
Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 32

 Periódicos CAPES;

 EBSCO Host;

 Scopus;

 Web of Science;

 Scielo;

 ProQuest;

 Science Direct;

 Emerald Insight;

III. Formulação das strings de busca:

A formulação das strings depende das duas etapas anteriores e está


relacionada a obtenção de resultados eficazes ou a necessidade de revisar os
termos de busca caso necessário. As dificuldades encontradas nos termos de
busca, foram citadas no item 01, então as buscas partiram com os termos
"telecommunication" AND ("cell site" OR "base station") AND "construction" AND
"lean".

IV. Definição do critério para seleção:

É importante definir os critérios para seleção nas bases de dados. Os


critérios a serem estabelecidos podem estar relacionados ao idioma, a área de
estudo, ano de publicação, entre outros. A definição de critérios poderá restringir o
número de resultados, sendo útil para os casos em que se utiliza palavras chave
genéricas.

Para os termos informados, foram utilizados apenas palavras em inglês,


pois o mapeamento também foi limitado a obtenção de resultados apenas nos
seguintes idiomas:

 Português;

 Inglês;

 Espanhol;
Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 33

Além da limitação pelo idioma, também foi considerado como critério de


seleção o período de publicação. Para o MSL foram considerados apenas estudos
realizados do ano de 2000 até a atualidade. Esse limite foi adotado em função do
histórico crescente de informações relacionadas à internet e à tecnologia.

Houve a necessidade de aplicação de alguns filtros, em função dos


resultados obtidos, por não apresentarem aderência ao tema. As considerações e
exceções aplicadas nas bases de dados estão representadas na Tabela 1. Outro
critério de busca relevante foi considerar a busca dos termos apenas pelo título. O
objetivo deste critério foi criar a possibilidade de obter maior restrição e
direcionamento para resultados mais aderentes.

Tabela 1 - Considerações acerca das bases de dados


Quantidade de
Base de Dados Considerações
resultados
Como permite busca de apenas duas palavras, foram considerada as palavras
Periódicos CAPES 18
"telecommunication" AND "construction".
Considerada a busca apenas em Revistas, Journals e Periódicos, encontrando 149
EBSCO Host resultados. Então aplicou-se filtro de assunto relacionado a engenharia, tecnologia ou 17
similares.
Scopus Não há considerações relevantes e não houve necessidade de filtros. 5
Necessário aplicação de filtro para considerar resultados das categorias: Operations
research management science, Civil Engineering, Construction Building Technology,
Web of Science Management, Materials Science Ceranics, Metallurgy Metallurgical Engineering . Então 13
foram obtidos 29 resultados, que passaram pela leitura de resumos para filtro de
aderência.
Scielo Essa base foi selecionada, mas excluída por não apresentar resultados. 0
ProQuest Não há considerações relevantes e não houve necessidade de filtros. 17
Como permite busca de apenas duas palavras, foi considerada as palavras
Science Direct 15
"telecommunication" AND "base station" .
Como não foram encontrados resultados considerando a busca apenas no título, foi
Emerald Insight 13
expandida a busca geral.
Total de resultados obtidos 98

Fonte: autoria própria.

V. Codificação e extração dos dados:

A codificação e extração dos dados dependerá de cada base de dados e


também do selecionador que definirá a melhor forma de extração dos dados. Para
essa pesquisa foram consideradas extrações de acordo com as limitações de cada
base de dados e depois armazenadas em planilha do Excel.

VI. Análise dos dados:

É importante uma análise prévia dos dados encontrados para remoção


dos itens duplicados ou fora do assunto pretendido, e que é feito inicialmente a partir
da leitura dos títulos. Caso seja apresentado um grande número de resultados,
Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 34

então faz-se necessário avaliar a aplicação de filtros na base de dados. As exceções


e considerações de cada base de dados são apresentadas na Tabela 1. Como
critério de seleção dos artigos aderentes, avaliou-se os resultados com a leitura dos
resumos.

VII. Síntese dos dados obtidos:

Após a análise detalhada dos resumos dos artigos e confirmada a sua


aderência com o assunto pretendido, iniciou-se a leitura dos textos. A leitura
possibilitou a categorização e acréscimo de mais estudos a partir da análise da bola
de neve.

VIII. Bola de neve:

Bola de neve é um termo usado para encontrar outros estudos


relacionados aos artigos já selecionados, a partir da citação de outros autores que
também já estudaram o assunto. Neste momento, também é possível, se deparar
com estudos não encontrados nas bases de dados, como por exemplo, algumas
teses e dissertações recém defendidas.

2.3. Resultados obtidos com a aplicação do MSL

Após seguir os passos descritos no item anterior, foi realizada a análise


dos dados resultantes do MSL e compilados em planilha. A compilação resultou no
sequenciamento das etapas apresentadas na Figura 4. Esta figura demonstra que
após compilação, havia 98 resultados. Em seguida aplicou-se a remoção das
duplicatas e depois procedeu-se à leitura dos resumos para retirar os artigos não
aderentes. A partir da leitura completa somaram os estudos da bola de neve,
totalizando ao final 57 artigos que eram relevantes ao tema (Tabela 7 apresentada
no Apêndice A).

Figura 4 - Quantidade de artigos por etapa do MSL


98
92

100
QUANTIDADE DE ESTUDOS

90
80 57
70
60 38
50
19
40
30
20
10
0
Inicial Remoção Duplicatas Leitura Resumo Bola de Neve Final

ETAPAS REALIZADAS

Fonte: autoria própria.


Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 35

A partir dos 57 artigos obtidos, foi possível realizar comparações e


análises. Na Figura 5, observa-se que no período de 2009 a 2011, o tema obteve
uma abordagem maior no meio acadêmico. Nos anos seguintes, constatou-se uma
queda e, nos últimos três anos o assunto voltou novamente a ser discutido nas
revistas científicas. Uma concentração de 11% em 2015, 9% em 2016 e 12% em
2017.

Figura 5 - Período de maior incidência de pesquisas


8
12%
7
11%
QUANTIDADE DE ESTUDOS

6
9%
5

0
1994
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013

2015
2016
2014

2017
ANO DE PUBLICAÇÃO

Fonte: autoria própria.

Constatou-se que a base de dados que mais agregou conhecimento na


forma de artigos foi a Web of Science. A Figura 6 justifica essa afirmação, pois a
maior quantidade de artigos relevantes, após a realização de todas as etapas, foi
encontrado na base de dados Web of Science.

Figura 6 - Artigos por base de dados e etapas seguidas

OUTROS

EMERALD
BASE DE DADOS

SCIENCE DIRECT

WEB OF SCIENCE

PROQUEST

SCOPUS

CAPES

EBSCO

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

QUANTIDADE DE ESTUDOS
INÍCIO PÓS REMOÇÃO DUPLICATAS LEITURA RESUMO BOLA DE NEVE

Fonte: autoria própria.


Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 36

Outra análise realizada foi relativa à procedência dos artigos, dividindo as


publicações por países. Na Figura 7, os países que se destacam na publicação dos
artigos foram: China, Brasil e depois Estados Unidos. Têm-se percebido grande
interesse da China nos avanços tecnológicos e investimento no setor de
telecomunicações. Observou-se uma baixa quantidade de estudos encontrados na
Finlândia, Japão e demais países Europeus que até então possuíam uma grande
dedicação nas pesquisas e desenvolvimento de produtos tecnológicos em
telecomunicações.

Figura 7 - Distribuição geográfica


16
QUANTIDADE DE ESTUDOS

14
12
10
8
6
4
2
0

LOCALIDADE DA PUBLICAÇÃO

Fonte: autoria própria.

A leitura dos artigos permitiu a identificação dos principais temas. A


classificação dos artigos por áreas temáticas está demonstrada na Tabela 2. A partir
das temáticas identificadas, foi possível elaborar a Figura 8 e avaliar lacunas de
conhecimento, conforme análise a ser realizada nos próximos parágrafos.

Tabela 2 - Áreas utilizadas para classificação dos estudos


Área principal Sub área de estudo
Cadeia de Suprimentos Processos/Gestão
Construção Processos/Gestão
Consumo de energia
Dissipação térmica
Estação Rádio Base Processos/Gestão
Sistema de energia solar
Sistemas Construtivos
Cadeia de Suprimentos
Revisão Sistemática
Infraestrutura
Compartilhamento de Infraestrutura
Desenvolvimento do setor
Telecomunicação Investimento público
Processos/Gestão
Sustentabilidade

Fonte: autoria própria.


Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 37

O objetivo principal da caracterização dos artigos foi realizar uma


demonstração dos principais tema, como pode ser verificado na Figura 8. Esta
atividade de distribuição por temas permitiu visualizar as áreas e identificar as
maiores áreas de estudos. A tabela completa com a caracterização de todos os
artigos pode ser vista no Apêndice A.

A Figura 8 descrever em primeiro lugar as pesquisas relacionadas às


ERBs, contudo não são estudos da Engenharia Civil, mas das equipes de
Engenharia Elétrica que estão com esforços dedicados a entender e melhorar a
eficiência energética e dissipação térmica das estações, ou melhor dizendo dos
abrigos de equipamentos. Em segundo lugar, encontra-se estudos relacionados ao
desenvolvimento do setor de telecomunicações pelas áreas de Economia e
Administração.

Em terceiro lugar percebe-se a concentração de estudos relacionados a


sistemas construtivos de ERBs, são estudos que tratam de elementos das estações
como torre, sistema de aterramento, etc. Contudo nenhuma pesquisa foi encontrada
abordando todos os sistemas construtivos da estação, apenas análises individuais.

Figura 8 - Classificação pela temática


1º 3º 2º

10

9
QUANTIDADE DE ESTUDOS

0
Processos/Gestão

Processos/Gestão

Processos/Gestão

Processos/Gestão
Cadeia de Suprimentos

Desenvolvimento do setor
Infraestrutura
Sistemas Construtivos
Sistema de energia solar

Investimento público
Dissipação térmica

Sustentabilidade
Compartilhamento de Infraestrutura
Consumo de energia

Cadeia de Construção Estação Rádio Base Revisão Sistemática Telecomunicação


Suprimentos

CLASSIFICAÇÃO DAS TEMÁTICAS

Fonte: autoria própria.

Após a realização do MSL e diante dos resultados encontrados, foi


iniciada a etapa de análises. A primeira análise foi relativa à relevância do tema.
Assim identificou-se que a relevância deste trabalho está embasada no fato de ser
um tema que atualmente vem sendo discutido em importantes revistas. A
Capítulo 2 - Mapeamento Sistemático da Literatura (MSL) 38

abrangência do tema se observa com o envolvimento de diversos países, de


diferentes continentes. O principal item de estudo (sistemas construtivos) não
aparece entre os temas mais estudados, portanto essa pesquisa contribuirá com as
demais pesquisas existentes, por se tratar de uma abordagem relacionada ao
assunto pesquisado.

A análise relacionada aos temas estudados permitiu identificar as lacunas


de conhecimento na área das telecomunicações. A principal lacuna identificada é a
ausência de estudos que tratam da relação da cadeia de suprimentos com os
sistemas e processos construtivos da ERB.

Essa pesquisa tem por objetivo preencher essa lacuna e possibilitar uma
compreensão dos processos construtivos envolvidos neste tipo de obra, desenhando
os processos a partir de estudos reais e validando com pessoas que atuam na área
e na academia. Dessa forma, pode-se comparar os resultados encontrados com os
resultados obtidos na literatura existente, colaborando para o embasamento de
novas pesquisas que surgirem relativas a este tema.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 39

3. A EVOLUÇÃO DA TELEFONIA MÓVEL NO BRASIL

A evolução da telefonia móvel no Brasil decorre de marcos importantes da


história mundial, acerca da invenção do telefone, estudos do som e da luz, ou a
comunicação em geral. Neste capítulo, são descritos os principais fatos do caminho
percorrido pela telefonia móvel no Brasil, e principalmente os marcos mais
importantes do início da telefonia móvel no Brasil até a atualidade.

3.1. Período pré-privatização

O nascimento das telecomunicações no Brasil ocorreu no ano de 1860,


época em que foi criado o primeiro regulamento que estabelecia tarifas e sigilo das
comunicações. Neste início, os serviços eram exclusivos de uso do Estado, mas
logo depois, foi estendido ao público (VIANNA, 1976). Em 1870, ocorreu a
autorização para operações de longa distância, com o lançamento de cabos
submarinos. Desta forma, foi possível estabelecer comunicações entre algumas
cidades.

A primeira concessão ocorreu no ano de 1879, e dentro de um prazo de


10 anos foi feito o fornecimento gratuito de aparelhos. Haveria apenas a cobrança
de uma taxa mensal (definida pelo Governo Imperial). A partir dessa data, o Governo
regulamentou novas concessões e, com o passar dos anos, ocorreram alterações
nos serviços de telefonia. Mesmo após a Proclamação da República, a concessão
permaneceu sob os poderes dos Estados, ocasionando descontrole no crescimento
destes serviços (LINS, 2017).

A Figura 9 apresenta a quantidade de telefones fixos em operação


durante o período de 1882 a 1929. Percebe-se o crescimento da prestação de
serviços a partir do ano de 1913, bem como um aumento na quantidade de telefones
em operação, de aproximadamente 80 mil, no ano de 1921, para 160 mil assinantes
no ano de 1929, ou seja, a quantidade de usuários dobrou num período de apenas 8
anos. Esse crescimento se deu pela criação da empresa Companhia Telefônica
Brasileira (CTB), que recebeu este nome em 1923, pois havia sido fundada pela
empresa canadense Brazilian Traction em 1916. A CTB se expandiu pelo Brasil e,
após ser subdividida entre os anos de 1962 a 1973, deu origem às empresas
Telemig, Telest, Telesp e Telerj (VERGARA; PINTO, 1998; IACHAN, 2006).
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 40

Figura 9 - Telefones fixos em operação, período de 1882 - 1929

Fonte: adaptado de LINS (2017).

O marco que serviu de referencial para regulamentar o serviço de


telecomunicações no Brasil foi o Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel),
criado pelo presidente Jânio Quadros em 1961. No ano seguinte, o Brasil passou a
seguir também o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) e em meio a um
período de turbulência política, após o golpe de 1964, surge a empresa Embratel,
como solução para melhoria nos serviços, como investimento em infraestrutura,
possibilidade de expansão e fiscalização (REIS, 2010).

Foi a partir desse período, que a Embratel expandiu o sistema de


telefonia, utilizando linhas troncos, em sua maior parte utilizando o enlace de
microondas. A empresa Embratel teve em sua trajetória, uma grande capacidade de
crescimento e conexão do Brasil com o mundo a partir das tecnologias utilizadas,
principalmente quando ainda era uma empresa estatal (PEREIRA FILHO, 2002).

Contando com uma infraestrutura precária, a Embratel conseguiu operar e


durante esse mesmo período, em meados de 1970, a mesma construía a estação de
comunicação via satélite no Rio de Janeiro. Segundo Christiano (1998), a Embratel
tinha, até 1972, uma infraestrutura composta de aproximadamente 200 estações
terrenas, 300 torres metálicas e 40 centrais interurbanas. Há relatos ainda que, se
comparado com os demais serviços da época, o serviço prestado pela Embratel foi
considerado bom, mas faltava ainda a integração com as demais empresas que
atuavam no mesmo período.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 41

Na década de 70, a Embratel apresentou grande expansão dos serviços,


mas ainda permanecia a necessidade de melhorias na qualidade dos serviços de
telefonia e grande necessidade de investimento na infraestrutura. Foi então que em
1972 criou-se a empresa Telebrás, incorporada por operadoras locais (22
subsidiárias e 4 associadas) sendo a Embratel uma dessas empresas subsidiárias.
A Telebrás surgiu com o conceito de uma organização mais flexível, onde seu
objetivo era aplicar a política geral de telecomunicações (SHIMA, 2011).

Neste período iniciou-se o monopólio do serviço de telefonia no Brasil,


pois, ao final de 1974, a Telebrás controlava 81% da telefonia do país (OLIVEIRA,
2006). A outra parte do mercado (19%) era composta de empresas independentes,
como a Companhia Rio-grandense de Telecomunicações (CRT, pertencente ao
governo do Estado do Rio Grande do Sul), a Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto
(Ceterp, operadora municipal de Ribeirão Preto - SP), a Serviços de Comunicações
de Londrina (Sercomtel, operadora municipal de Londrina - PR) e a Companhia
Telefônica do Brasil Central, (CTBC, a única empresa privada no setor, operando na
região do Triângulo Mineiro) (WOHLERS; OLIVA, 1998).

A quantidade de infraestrutura necessária pelas empresas, bem como a


demanda de equipamentos importados, defasagem tecnológica, entre outros,
impediram a empresa principal (Telebrás) de cumprir alguns prazos e foi então que o
governo decidiu fabricar equipamentos no Brasil (TRINDADE; TRINDADE, 2004;
LINS, 2017). Neste período, a Telebrás trabalhava em conjunto com o importante
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD). Este importante centro de pesquisa,
foi criado em 1976 como parte do segundo Plano Básico de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (PBDCT II).

A criação do CPqD foi de suma importância, pois o centro desenvolveu


casos de sucesso, como a central Trópico, a fabricação de fibra ótica, a transmissão
de voz e dados, o telefone público a cartão, entre outras pesquisas. O CPqD
funcionava como uma incubadora de pesquisas até o nível de protótipo/modelo,
desenvolvendo em escala e depois, a tecnologia era encaminhada para a indústria
(SHIMA, 2007). Havia ainda os serviços de consultoria técnica na área, normas e
outras recomendações denominadas “Práticas Telebrás” (REIS, 2010).
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 42

Na década de 80, a Embratel obteve a concessão para uso dos satélites.


Neste período surgiu o Sistema Brasileiro de Telecomunicações por Satélite (SBTS)
com o lançamento de satélites chamados de Brasilsat I e Brasilsat II. Este período
foi um marco tecnológico importante, pois com o uso do satélite, houve uma maior
capacidade para realização de chamadas simultâneas, televisão analógica,
transmissão de dados, entre outros serviços.

O período que compreendeu as décadas de 1980 e 1990 não foi


motivador, do ponto de vista econômico para o Brasil. O período apresentou graves
problemas econômicos, provocando uma grande exposição internacional, com um
crescente nível de inflação anual, e situações que ocasionaram alterações tarifárias
e hiperinflação, chegando, no período mais crítico, com a inflação anual na casa de
dois dígitos. Este cenário desprendeu a atenção do governo para propor alternativas
para suportar as dificuldades do período e, neste momento, em 1994, surge o “Plano
Real” (LINS, 2017).

Com as decisões tomadas pelo governo para melhoria da situação


econômica, o setor das telecomunicações foi afetado por uma depressão nas tarifas,
ocasionando uma queda na receita, além da falta efetiva de investimento no setor.
Havia também a queda na qualidade dos serviços prestados. O momento econômico
ainda era instável para o setor de telecomunicações, que não tinha reajuste de
tarifas, bem como outros, setores que padeciam da qualidade de serviço por falta de
investimento financeiros, por exemplo o setor de energia (REIS, 2010).

A Figura 10 apresenta a taxa de crescimento do serviço telefônico no


período de 1973 a 1997. Percebe-se que houve uma queda drástica na década de
80, em relação à década anterior. Segundo Lins (2017), parte dessa decadência
ocorreu pela incapacidade de a Telebrás atender à demanda do setor.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 43

Figura 10 - Taxa de crescimento do serviço, período de 1973 - 1997

Fonte: adaptado de LINS (2017).

Mesmo diante de todas as dificuldades do setor, a Telebrás esforçou-se


para expandir. Uma das tecnologias que propiciou o crescimento foi o Serviço Móvel
Celular (SMC). Inicialmente, considerado item de luxo, tanto o aparelho quanto o
custo da ligação eram muito elevados. A telefonia celular, assim como, a tecnologia
do telefone fixo, logo chamou a atenção dos usuários e ganhou rapidamente muitos
consumidores. A Figura 11 ilustra o crescimento do serviço móvel, que mais tarde
viria a ter problemas com a grande demanda e, consequentemente com a
insatisfação dos usuários pela falta de qualidade do serviço prestado.

Figura 11 - Evolução do serviço móvel

Fonte: adaptado de ANATEL (2015).


Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 44

O sistema passou por melhorias na segunda parte da década de 90. O


custo para se ter uma linha telefônica, seja fixa ou móvel, era muito alto em termos
financeiros. Nem todos tinham acesso à tecnologia, pois exigia tempo e dinheiro
para se conseguir uma linha telefônica. O tempo de espera podia chegar até a 5
anos. Nesse período, o Brasil passou pela primeira grande reforma no setor. Então
em 1997, ocorreu a aprovação da Lei Geral das Telecomunicações, redefinindo o
atual sistema institucional e criando também a ANATEL (Agência Nacional de
Telecomunicações).

No ano de 1998, outra grande mudança ocorre, a qual foi considerada a


maior privatização do país. Transcorreu o leilão da Telebrás, que foi dividida em três
empresas de telefonia fixa, oito de telefonia móvel e uma de longa distância.
Geograficamente, houve a divisão em três regiões, em que estas empresas
atuariam. A Embratel permaneceu como empresa responsável pelos serviços das
chamadas de longa distância (PEDROSO, 2015). O Estado reconhecia que não
possuía capacidade financeira para expandir o setor de telecomunicações, esse era
o argumento utilizado para a privatização das empresas de telecomunicações com o
objetivo de redução do déficit do Estado (PEREIRA FILHO, 2002).

A Tabela 3 retrata a distribuição geográfica, após a privatização, por


nome de empresa e região, e onde cada empresa iria prestar os serviços de
telecomunicações.

Tabela 3 - Área de atuação após privatização


REGIÃO ÁREA DE ABRANGÊNCIA INCUMBENTS EMPRESA ESPELHO
Estados do Rio de Janeiro, Minas
Gerais, Espírito Santo, à região Tele-Norte /
I Vésper
Nordeste e aos Estados do Pará, Nordeste / Leste
Amapá, Amazonas e Roraima.
Distrito Federal, à região Sul, e aos
Estados de Mato Grosso do Sul,
II Tele Centro-Sul GVT
Mato Grosso, Goiás, Tocantins,
Rondônia e Acre.
III Estado de São Paulo. Telesp Vésper SP
IV Embratel (Longa Distância). MCI Intelig (Consórcio Bonari)

Fonte: PEDROSO (2015); MIRANDA NETTO (2008).


Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 45

3.2. Período pós privatização

Após a privatização houve crescimento considerável no setor. As


empresas estavam comprometidas em investir na infraestrutura e na expansão da
telefonia móvel. A população, com demanda reprimida, que ainda não havia sido
atendida, estava cheia de expectativa com relação à possibilidade de ter acesso aos
serviços (ARRAES, 1999). Pereira Filho (2002), relata a preocupação em relação à
capacidade do Estado, que passou a contar apenas com o controle das metas
operacionais pela ANATEL, gerenciar o nível de qualidade dos serviços prestados.

Em paralelo, a nova agência regulamentadora criada (ANATEL), tinha


autonomia para atuar em defesa dos usuários junto às operadoras e, também,
fiscalizar o cumprimento de exigências legais, quanto a prestação de serviços e
controle da infraestrutura disponibilizada pelas empresas para implantação de seus
sistemas. A Figura 12 mostra o rápido crescimento da telefonia móvel, a partir da
privatização. Em 1998, o número de linhas praticamente dobrou nos três primeiros
anos.

Figura 12 - Evolução pós privatização

Fonte: adaptado de LINS (2017).

O crescimento da telefonia móvel foi rapidamente verificado. Os usuários


logo identificaram sua preferência (NEGRÃO, 2007) e o mercado dedicado ao
telefone móvel estava em grande ascensão pela tecnologia e o desenvolvimento,
bem como as tecnologias voltadas para a computação, televisão, entre outros. A
privatização, de certa forma, permitiu o investimento em infraestrutura, operação e
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 46

instalação, para atender à demanda que surgia da telefonia móvel. A implantação de


ERBs foram necessárias para atender a demanda de telefones celulares (MIRANDA
NETO, 2008).

3.3. As estações rádio base no Brasil

O sistema de telefonia celular começou a ser comercializado no Brasil,


mais precisamente, no Rio de Janeiro, por volta de 1990. O custo era menor do que
o de um sistema de telefonia fixa e as operadoras necessitavam apenas de algumas
ERBs. No início, para comercializar 10.000 (dez mil) linhas, havia 30 (trinta) ERBs no
Rio de Janeiro.

Segundo Negrão (2007), as empresas buscavam consolidação no


mercado da telefonia móvel. Já existia avanço nas tecnologias ao redor do mundo,
aumentando a conectividade. O mercado estava bem competitivo e para suprir a
demanda das operadoras, surgiram empresas para a construção de ERBs,
implantação e integração das redes de comunicação.

A ERB, também conhecida pelos termos “cell site”, site,


“telecommunication base station” ou simplesmente “base station”, é a estrutura
física, onde são instalados os equipamentos e antenas de um sistema de telefonia
celular para a estação fixa, responsável pela comunicação entre os terminais móveis
Figura 13.

Figura 13 - Foto ilustrativa de uma ERB2

Fonte: TELEBRASIL (2017).

2 A foto apresenta apenas uma ilustração da ERB, a descrição detalhada será apresentada em
capítulo específico para este item (Capítulo 4).
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 47

Pode-se dizer que a ERB é uma estação fixa com que os terminais
móveis se comunicam dentro do sistema de telefonia celular. Para que seja possível
entender a funcionalidade de uma ERB é necessário que se entendam alguns
conceitos básicos do funcionamento da telefonia celular. A rede de telefonia celular
divide uma região geográfica em seções, denominadas células (por isso o termo
celular), vide Figura 14.

Cada célula dispõe uma ERB, que possui suas antenas com receptores e
transmissores e, está ligada a uma central telefônica (MAIA et al., 2002). Quando se
inicia uma chamada pelo telefone celular, o celular estabelece uma conexão com a
ERB, que cobre a célula de onde a chamada é originada. Então a ERB se comunica
com a central que detectará a célula do número de destino. Caso seja um telefone
fixo, a localização será da central telefônica correspondente ao número de destino.

Figura 14 - ERB e a cobertura da rede móvel

Fonte: VILLAMARIM JUNIOR (2016).

A Figura 15 mostra uma visão geral das ERBs, seus usuários, a CCC e a
rede fixa de telefonia. De um modo geral, a CCC possui uma estrutura similar às
centrais telefônicas de comutação. Contudo ela possui funções específicas da
telefonia celular, como alocação de frequências, supervisão das ERBs, localização
das estações móveis, roaming das estações móveis visitantes, entre outras (TUDE;
DE SOUSA, 2007).
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 48

Figura 15 - O papel da ERB no sistema de telefonia móvel

Fonte: TELEBRASIL (2017).

A Figura 16 apresenta o crescimento da quantidade de ERBs implantadas


no período de 2002 ao 1º trimestre de 2018 no Brasil. Percebe-se que a partir de
2008 eram implantadas uma média de 20.000 ERBs a cada 4 anos.

Figura 16 - Quantidade de ERBs do SMP

Fonte: TELEBRASIL (2018).

O alto custo de manutenção e instalação em localidades remotas fez com


que cidades mais afastadas dos grandes centros urbanos permanecessem sem
acesso aos serviços. Para operar o sistema também, as operadoras acabaram
terceirizando os serviços, o que aumentou o número de empresas com serviço
especializado em telecomunicações. Segundo Miranda Neto (2008), as operadoras
também aceleravam para cumprir as metas estabelecidas pela Anatel, contudo a
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 49

agência reguladora tinha deficiências em controlar e incentivar a expansão para que


as operadoras pudessem atender a localidades ainda sem acesso.

Um dos fatores que também contribuiu para a consolidação do mercado


da telefonia móvel no Brasil foi a alteração do perfil dos consumidores, bem como as
relações sociais virtuais e o desenvolvimento da tecnologia mundial dos mesmos. A
Figura 17 apresenta o número de ERBs implantadas desde 2014 pelas principais
operadoras do Brasil. É possível identificar um aumento de ERBs e principalmente,
um grande aumento de instalações de ERBs do ano de 2016 para 2017 da
operadora Claro S.A.

Figura 17 - Quantidade de ERB implantada por operadora (2014-Ago/2018)


25.000
Quantidade de estações rádio base

20.000

15.000

10.000

5.000

0
2014 2015 2016 1T17 2T17 3T17 nov/17
Vivo 17.249 19.520 20.662 21.002 21.090 21.087 22.736
TIM 15.443 17.667 20.092 20.533 20.664 20.664 22.300
Claro 15.159 15.666 16.228 16.508 16.635 16.635 18.685
Oi 15.797 16.592 17.562 17.583 17.583 17.583 17.588
Nextel 5.899 6.152 7.475 9.400 9.523 9.523 7.342
Outras 638 667 728 740 748 745 754
Ano

Fonte: autoria própria, baseado nos dados fornecidos pela TELEBRASIL (2018).

A Figura 18 demonstra o percentual de ERBs de cada operadora por


região do Brasil até o período de junho/2018, informação obtida no site da
TELEBRASIL (2018). É possível identificar que as regiões menos atendidas são as
regiões com menor quantidade de ERBs. Nas regiões Centro Oeste e Norte há
escassez de fornecimento do serviço, ou seja, há menor oferta do serviço. Há
também algumas operadoras que se destacam por não prestar o serviço em todas
as regiões do país, como é o caso da Algar, Ligue Telecomunicação e Sercomtel.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 50

Figura 18 - Percentual de ERB por região e operadora (Base Jun/2018)

Fonte: autoria própria, baseado nos dados fornecidos pela TELEBRASIL (2018).

Este apanhado histórico permite identificar que a privatização do setor de


telecomunicações no Brasil, que mesmo criticada por muitas pessoas, apresentou
fatores positivos no que diz respeito a evolução da tecnologia celular. Após esse
período houve a entrada de outras empresas, gerando empregos e expansão do
sistema de telefonia móvel em locais mais remotos. Atualmente, ainda há locais sem
acesso à internet e telefonia móvel, como regiões mais remotas, sem cobertura de
sinal. Em contrapartida, as regiões sul, sudeste e nordeste do país agrupam uma
diversidade de operadoras atuando para disponibilizar o sistema.

3.4. O início do telefone móvel

Como o foco principal desta pesquisa está ligado às ERBs para


atendimento à telefonia celular, se faz necessário compreender como ocorreu a
evolução desta tecnologia. Assim é importante o entendimento histórico dos
primeiros aparelhos celulares e as respectivas transformações em seu
compreendendo as principais motivações e seus envolvidos.

As comunicações utilizando a tecnologia semelhante ao telefone móvel


foram as comunicações via rádio analógicas, que comunicavam os meios de
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 51

transporte da época, como navios e trens. Este foi o início da comunicação


analógica, mas somente após a Segunda Guerra Mundial é que ocorreram avanços
para o desenvolvimento de um aparelho portátil que permitisse ligações com
maiores distâncias (AGAR, 2013).

Os engenheiros da época estudavam a tecnologia, mas algumas


publicações nem sequer foram divulgadas (AGAR, 2013). Havia muitas incertezas
com relação as técnicas de utilização das frequências, mas com a guerra houve a
necessidade imediata da aplicação da tecnologia para uso militar, tanto em rádios
quanto radares, que também utilizavam altas frequências.

A Figura 19 apresenta como era o aparelho SCR-194/SCR-195,


denominado o primeiro “walkie talkie”, produzido pela U.S. Army Signal Corps
Engineering Laboratories. Eles foram utilizados como meio de comunicação móvel,
durante a Segunda Guerra, pelos soldados da companhia de infantaria Americana.
Os aparelhos pesavam cerca de 25 quilos (kg) e atingiam uma área de cobertura de
aproximadamente 8 quilômetros (km).

Figura 19 - Utilização do modelo SCR-194/SCR-195

Fonte: Página de fotos militares no Olive-Drab3

3 Disponível em: <https://olive-drab.com/od_electronics_scr194.php>. Acesso em Fev.2018.


Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 52

Depois, surgiu o modelo SCR-300, o primeiro rádio FM desenvolvido pela


Motorola para a U.S. Military, como pode ser visto na Figura 20. Ele substituiu o
modelo SCR-194/195 em aproximadamente 50.000 (cinquenta mil) unidades para
uso na Segunda Guerra pelas Forças Aliadas. Este modelo pesava entre 32 a 38
quilos (kg) e tinha uma área de cobertura de aproximadamente 5 quilômetros (km).

Figura 20 - Modelo SCR-300 em uso

Fonte: Página de fotos militares no Olive-Drab 4

Figura 21 - Modelo SCR-536

Fonte: Página de fotos militares no Olive-Drab 5

Após dois anos, a empresa Motorola produziu 130.000 (cento e trinta mil)
unidades de um novo modelo, denominado o primeiro “handie talkie”. O modelo

4 Disponível em: <http://ftp.olive-drab.com/od_electronics_scr300.php>. Acesso em Fev.2018.


5 Disponível em: <http://ftp.olive-drab.com/od_electronics_scr536.php>. Acesso em Fev.2018.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 53

SCR-536 pesava cerca de cinco quilos (kg) e tinha alcance de 1,6 quilômetros (km),
também teve uso durante a Segunda Guerra e era o modelo considerado mais
próximo de um telefone móvel, já se diferenciando dos rádios portáteis militares,
conforme exemplificado na Figura 21.

3.5. Tecnologias 0G e 1G

Os aparelhos considerados a geração zero da telefonia móvel, foram


chamados de Mobile Telephone System (MTS). Segundo Agar (2013), eram
equipamentos pesados e muito caros. Estes foram os primeiros equipamentos a
serem comercializados. Os mesmos foram introduzidos pela empresa Bell Systems.
Logo após, surgiu o sucessor, chamado de Improved Mobile Telephone System
(IMTS), mas nenhum destes aparelhos da geração zero eram considerados
celulares, porque suportavam poucas chamadas simultâneas e ainda tinham alto
custo para o mercado tradicional.

A Figura 22 apresenta uma ilustração do sistema, considerado o pré-


celular. Esses aparelhos eram instalados em carros, ocupavam muito espaço e
gastavam muita bateria, ocasionando a perda de eficiência elétrica nos veículos,
além de realizarem apenas duas ligações (LACOHÉE; WAKEFORD; PEARSON,
2003).

Figura 22 - Rádio telefone móvel (0G)

Fonte: Página do primeiro rádio móvel na Wikipedia6

6 Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Mobile_radio_telephone>. Acesso em Fev.2018.


Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 54

Em 1973, a empresa Motorola apresentou um protótipo do primeiro


aparelho de celular da geração um. A partir deste período, ocorreram avanços em
outras partes do mundo. Em 1979, foi comercializada a primeira rede celular
automatizada no Japão, a Nippon Telegraph and Telephone e em 1981, foi lançado
na Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia, o sistema Nordic Mobile Telephone
(NMT). Estima-se que apenas na Suécia havia cerca de 20.000 (vinte mil) usuários,
dentre eles caminhoneiros e trabalhadores da construção civil (LACOHÉE;
WAKEFORD; PEARSON, 2003). A tecnologia NMT já se espalhava em toda a
Europa, com exceção da Alemanha, França, Itália e Grã-Bretanha, que estudavam
como desenvolver sistemas próprios, o que viria gerar futuramente os sistemas C-
450 e Radicom 2000, que operavam na Alemanha e França respectivamente.

Em 1982, a empresa Motorola conseguiu comercializar o primeiro


aparelho da primeira geração, denominado de DynaTAC 8000x (Figura 23). O
aparelho pesava cerca de 794 gramas (g) e tinha 33 centímetros (cm) de altura, com
capacidade para memorizar até 30 números, bateria com autonomia de 8 horas. o
aparelho passou pela aprovação da Federal Communications Commission (FCC). O
órgão FCC possui atividades semelhantes à Anatel (no caso do Brasil) e é
responsável por regular todas as comunicações, das nacionais ás internacionais, de
rádio, televisão, satélite, fibra e cabo (FCC, 2018).

Figura 23 - Motorola DynaTAC 8000X (1G)

Fonte: Página do Motorola DynaTAC na Wikipedia7

7 Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Motorola_DynaTAC>. Acesso em Fev.2018.


Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 55

3.6. Sistemas da tecnologia 1G

Os sistemas de tecnologia 1G podem ser descritos com base nas


considerações de Tondare, Panchal e Kushnure (2014). Os autores relatam os
principais aspectos desta geração, como:

 Desde o início apresentou um crescimento de 35-50%, cerca de 20


milhões de usuários;

 Utilizava técnicas analógicas e a transmissão em voz;

 Utilizava o sistema FDMA (Frequency Division Multiple Access);

 Aplicava um gerenciamento da memória, telefone sem fio, telefone


celular e rádio móvel privado;

 Utilizava sistemas da 1G: Advanced Mobile Phone system (AMPS),


Nordic Mobile Telephone (NMT), Total Access communication
system (TACS).

Almeida (2013) considera que este primeiro sistema até permitia uma boa
área de cobertura, porém limitava a quantidade de usuários. Havia uma maior
demanda de serviços do que a disponibilização de alocações de espectro. Assim era
possível entender que, para aumento da capacidade, era necessária reestruturação
desse sistema.

A regulamentação feita pela FCC em 1981 permitiu compreender que o


conceito do celular estava completamente descoberto e isso tornou possível
trabalhar a capacidade de atendimento. O conceito celular então foi colocado como
um sistema de alta capacidade, que permitia a divisão por canais, do espectro
disponível. Estes canais seriam utilizados a partir de uma reserva agrupada,
formando células para atender a determinada área geográfica, podendo ser
reutilizada em diferentes áreas (RODRIGUES, 2000; ALMEIDA, 2013).

3.6.1. Sistema FDMA (Frequency Division Multiple Access)

É importante discorrer acerca da tecnologia 1G e do sistema que era


utilizado na época, pois estes desafiavam as operadoras na busca de
desenvolvimento para que fosse possível aumentar a capacidade dos serviços. Uma
definição que podemos utilizar para esse sistema, de forma simples, é o da
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 56

International Telecommunication Union (ITU). A ITU define FDMA como um sistema


comumente utilizado nas redes analógicas de primeira geração da telefonia celular.
A técnica utilizada consiste no acesso múltiplo com divisão das frequências e utiliza
dois canais para cada comunicação, sendo um para o transmissor e outro para o
receptor. O canal é fechado para o usuário, ou seja, há um canal para cada usuário.
A Figura 24 ilustra o sistema de uma forma geral.

Figura 24 - Sistema FDMA

Fonte: BARROS (2017).

O sistema FDMA podia também ser utilizado no sinal digital, mas este não
era o único problema para a necessidade de avanço no sistema. O sistema FDMA
não era seguro e necessitava de filtros de alto desempenho no hardware de rádio.
Em 1986, praticamente 80% do total mundial utilizava os sistemas AMPS e NMT, os
países escandinavos contribuíram positivamente para que os outros países
buscassem definição de um padrão comum e solução para os problemas modulares
do sistema digital (NERIS JUNIOR, FUCIDJI e GOMES, 2014).

A NMT teve papel importante para o desenvolvimento da padronização


para a rede celular (LEHENKARI; MIETTINEN, 2002), o que iria originar o Global
System for Mobile Communications (GSM), grande sucesso na segunda geração
(2G) da telefonia celular (ACKER, 2014). Os principais sistemas utilizados durante a
1G podem ser comparados na Tabela 4. Todos os sistemas permitiam apenas
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 57

transmissão de voz. Estes sistemas ainda precisavam ser melhorados, pois faltava
qualidade, integração, além de serem inseguros e incompatíveis.

Tabela 4 - Sistemas Móveis 1G


AMPS TACS NMT C450 NTT
PARÂMETROS DO SISTEMA (EUA) (REINO (ESCANDINÁVIA) (ALEMANHA,
(JAPÃO)
(BRASIL) UNIDO) (GRÃ-BRETANHA) OCIDENTAL)
Frequência de transmissão
870–890 935–960 463-467,5 461,3-465,74 870-885
(MHz)
- base 825–845 890–915 453-457,5 451,3-455,74 925-940
- móvel
Espaçamento entre banda de
45 45 10 10 55
transmissão e recepção (MHz)
Largura de canal (kHz) 30 25 25 20 25
666 (NES) /
Número de canais 1000 180 222 600
832 (ES)
5 (urbano)
Raio de Cobertura da Base (km) fev/25 2 – 20 1,8 – 40 5 – 30 10
(suburbano)

Sinal de áudio FM FM FM FM FM
- modulação ±12 ±9,5 ±5 ±4 ±5
Sinais de controle FSK FSK FSK FSK FSK
- modulação ±8 ±6,4 ±3,5 ±2,5 ±4,5
Taxa de transmissão de dados
10 8 1,2 5,28 0,3
(kbps)

Fonte: ALMEIDA (2013).

3.7. Tecnologia 2G

Diante da necessidade de atendimento de um maior número de usuários,


principalmente para o uso de dados além de voz, é identificada a necessidade de
mudança para a tecnologia digital (FUENTELSAZ; MAÍCAS; POLO, 2008), o acesso
das novas técnicas TDMA e CDMA pactua para melhoria nos serviços de dados.
Pensar em padronização para algo não material (protocolos de rede) e construído
por uma infraestrutura de linhas terrestres era um desafio, mas a necessidade de
uma infraestrutura mundial que possibilitasse a mobilidade global do uso dos
celulares (AGAR, 2013), era o objetivo final, assim as pessoas poderiam se
comunicar, independente da sua localização.

3.7.1. Sistema TDMA (Time Division Multiple Access)

De acordo com as definições da International Telecommunication Union


(ITU), o TDMA é um sistema de acesso múltiplo por divisão do tempo. Ele otimiza o
espectro dividindo as frequências em intervalos de tempo. Desta forma, todos os
canais são utilizados pelo usuário por um curto período de tempo em uma chamada.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 58

A ERB muda de forma contínua, de usuário para usuário no canal. Uma forma
ilustrativa do funcionamento deste sistema, pode ser visto na Figura 25, a seguir.

Figura 25 - Sistema TDMA

Fonte: BARROS (2017).

O sistema possibilita maior capacidade espectral, melhor qualidade nas


ligações, criptografia da informação e tráfego de dados na rede. Esses benefícios
melhoram a forma de prestação de serviços, pois os usuários possuem baterias com
vida útil ampliada, minimiza as interferências nas ligações, carrega uma taxa de
dados maior, o que permite serviços de fax, dados e voz, mensagens de texto e até
aplicativos como multimídia e videoconferência.

3.7.2. Sistema CDMA (Code Division Multiple Access)

O sistema CDMA foi conceituado pela International Telecommunication


Union (ITU) como um sistema de acesso múltiplo dividido por código, ou seja, utiliza
diferentes códigos em um mesmo tempo e mesma frequência. Ele utiliza a
tecnologia denominada espectro espalhado. É considerado o mais adequado para
criptografia das transmissões, baseado em utilizações já anteriores para fins
militares.

Neste sistema, todos os usuários estão espalhados pelos espectros,


assim como todas as transmissões estão espalhadas pelas bandas, contudo cada
usuário é codificado. Isso é o que os diferencia dentro do espectro (Figura 26),
permitindo que variadas ERBs se comunicam com os terminais ao mesmo tempo.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 59

Figura 26 - Tecnologia CDMA

Fonte: BARROS (2017).

Esse sistema é dominante na tecnologia 3G ou IMT-2000, mas também


utilizado na tecnologia 2G. A tecnologia CDMA apresenta melhor performance em
aplicativos de multimídia. Diferentemente do sistema TDMA, a transferência de uma
ERB para outra não é brusca, então a possibilidade de queda é menor,
proporcionando melhor qualidade de sinal e maior segurança, já que as chamadas
são codificadas.

A tecnologia digital se espalhou rapidamente pela Europa, conforme dito


por Fuentelsaz, Maícas e Polo (2008). Um dos motivos para o crescente
desenvolvimento decorre de problemas a serem resolvidos nas primeiras etapas. Em
1982, a European Conference of Postal and Telecommunications Administrations
(CEPT) decidiu estabelecer os padrões necessários e criou um grupo que teria como
responsabilidades definir especificações e padrões. O nome proposto era Group
Special Mobile, que futuramente passou a se chamar Global System for Mobile
Communications (GSM) (ACKER, 2014; AGAR, 2013; FUENTELSAZ; MAÍCAS;
POLO, 2008).

Em 1985 vários países assinaram um acordo para seguirem os padrões


estabelecidos pelo grupo. Um ano após o acordo, foi elaborada uma diretiva
decretando que para o futuro das telecomunicações móveis devia ser mantido um
espectro de banda de 900 MHz. Após alguns anos e algumas mudanças, o grupo se
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 60

tornou comitê técnico e passou a constituir o European Telecommunication Standard


Institute (ETSI) e a banda definida em 900 MHz foi alterada para 1800 MHz.

É importante identificar que a abertura dos padrões pelo ETSI, a partir do


GSM, ocasionou em um crescimento mundial no desenvolvimento das próximas
tecnologias. Todas as partes interessadas tinham acesso às informações para
trabalharem em suas áreas de pesquisa e desenvolvimento de forma conjunta, fosse
para novos sistemas, quanto novos equipamentos. Como consequência, houve
maior participação dos países no desenvolvimento dos produtos e foi possível testá-
los. Desta forma eram identificadas as falhas e corrigidas antes de serem
comercializados os aparelhos celulares (ACKER, 2014).

3.7.3. GSM (Global System for Mobile Communications)

Após assinatura do Memorandum of Understanding (MoU) em 1987, com


a participação de operadoras e reguladores de 13 países, a tecnologia prometia
expansão rápida, já que existia no acordo a meta de introdução dos padrões até
1992 pelos envolvidos (ACKER, 2014). Em 1992, a tecnologia GSM já estava
implantada em um pequeno número de países europeus (FUENTELSAZ; MAÍCAS;
POLO, 2008) e, em 1996, já existiam167 operadoras de 103 países dentro do MoU.

A implantação da tecnologia GSM foi estabelecida em fases. Uma destas


estabelecia que as operadoras deveriam implantar o SMS no primeiro momento,
mas como havia limitações, as únicas mensagens recebidas no início eram das
operadoras, comunicando que existia no correio mensagens de voz. Outra exigência
importante definia que os equipamentos deveriam conter interface, sendo
equipamentos padronizados GSM. Havia ainda definições de frequência da largura
de banda para operação e serviços.

Durante a implantação das fases do GSM, foram ocorrendo


reformulações. Neste período, apareceram os primeiros serviços de transmissão de
dados, como fax, serviços de localização e mensagens de texto (SMS) que podiam
ser trocadas entre usuários. A disponibilização destes serviços demandou uma
adequação nos aparelhos celulares. Uma delas foi o surgimento do cartão
subscriber identify module (SIM), um tipo de “cartão inteligente” que permitia às
operadoras identificar, controlar e armazenar dados dos aparelhos celulares de
tecnologia GSM.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 61

Em 1991, foi criado o primeiro cartão SIM. Ele detinha número único para
cada aparelho existente no mundo e é utilizado até os dias atuais. A função principal
é a autenticação do usuário na rede GSM, ou seja, o usuário pode trocar de
aparelho celular, mas ao colocar o seu cartão SIM em outro aparelho, ele buscará
na rede as identificações e localização do usuário.

Figura 27 - Serviço de SMS em uma ERB

Fonte: Página de Como funciona o SMS no Slide Share8

À medida que a tecnologia GSM foi melhorada, o cartão SIM também


recebeu adequações nas funções e na composição física. Os cartões atuais
possuem tamanhos mínimos. Também ocorriam adequações na ERB, já que o
serviço de SMS utiliza um servidor que provê, o recebimento, identificação do
usuário de destino e envio da mensagem. A Figura 27 retrata, de forma genérica,
como é o processo de envio (celular X), depois sua identificação no ambiente
centralizado e posterior envio ao destino (celular Y).

Fuentelsaz, Maícas e Polo (2008) relatam as evoluções do sistema GSM


nos últimos anos. Uma delas é a melhoria nos serviços de transmissão de dados,
que atualmente possuem alta demanda a partir dos aparelhos smartphones. Essas

8 Disponível em: <https://pt.slideshare.net/hprauber/envio-e-recebimento-sms> Acesso em Fev.2018.


Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 62

evoluções receberam os nomes de GPRS (General Packet Radio Service) e EDGE


(Enhanced Data Rates for Global Evolution). Ambas permitem maiores taxas de
transferências de dados, assim os usuários conseguem mais rapidez durante a
utilização de serviços de dados em seus aparelhos celulares.

Com as evoluções do GSM, aumentou a estabilidade no uso e


consequentemente o número de inscritos no MoU. Assim em 2005 havia 675
operadoras, representando 210 países (FUENTELSAZ; MAÍCAS; POLO, 2008).
Com o mercado europeu consolidado e a tecnologia GSM estabilizada, ainda existia
necessidade de ampliação da tecnologia móvel. Então, ocorreu o desenvolvimento
da tecnologia 2G para a 3G, que neste caso não seria substituta, mas sim
aprimorada para as necessidades de atendimento das demandas dos serviços de
multimídia.

3.8. Tecnologia 3G

Segundo Tondare, Panchal e Kushnure (2014) a tecnologia 3G chega na


indústria trazendo grandes mudanças. Assim como a tecnologia 2G, seu foco
principal é o aumento da largura de banda para trafegar dados. Ao aumentar a
velocidade de tráfego dos dados, possibilitou-se o aumento do número de serviços a
serem disponibilizados, como vídeo-chamada, acesso à internet móvel,
transmissões ao vivo, entre outros.

As tecnologias que no início foram desenvolvidas para transmissão de


voz, estavam se adaptando a um novo cenário. Os esforços estavam dedicados à
transmissão de dados e aumento da capacidade para tráfego. Então, em 1999 a ITU
aprovou um novo padrão global que permitiria a aplicação da tecnologia 3G. Este
recebeu o nome de IMT-2000. Esse novo padrão estabelecia recomendações para o
avanço da tecnologia 3G e também que recomendava interfaces entre a tecnologia
anterior, como aparelhos celulares e ERBs, possibilitando o avanço da tecnologia de
forma gradativa.

Fora da Europa, outros países trabalhavam no avanço da tecnologia 2G,


conforme relatado por Neris Junior, Fucidji e Gomes (2014). Nos Estado Unidos, a
empresa Qualcomm analisava um sistema, que prometia ser tão grande quanto o
GSM, denominado cdmaOne. No Japão, a NTT DoCoMo também trabalhava em um
padrão global, o W-CDMA, conhecido como WideBand CDMA, aprovado pelas
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 63

empresas Nokia e Ericsson. Tanto nos Estados Unidos, quanto no Japão, essas
tecnologias eram versões melhoradas do CDMA.

Em 2000 já estavam ocorrendo os primeiros leilões da Europa para a


tecnologia 3G. As empresas que utilizavam até então o GSM, faziam uso da versão
evoluída que foi denominada de Universal Mobile Telecommunications System
(UMTS). As redes 3G prometiam revolucionar a indústria de eletrônicos, porque os
aparelhos celulares estariam com mais recursos. Contudo havia ainda uma
preocupação em se manter a compatibilidade com a versão anterior. Assim, era
importante que os novos produtos e as ERBs continuassem compatíveis com o
sistema anterior (NERIS JUNIOR; FUCIDJI; GOMES, 2014).

No Brasil, a tecnologia 3G não foi introduzida de forma tão rápida. A


primeira operadora a entrar com a tecnologia, foi a empresa Vivo, que em 2004
operava com a tecnologia CDMA 1x-EVDO. Essa tecnologia é da família dos
padrões da CDMA-2000, aprovadas dentro da ITU e sucessoras da cdmaOne. Não
é compatível com o W-CDMA, mas podemos dizer que esses padrões começaram
na tecnologia 2G, os quais foram melhorados para se enquadrarem nos padrões e
serem considerados 3G.

De acordo com Tondare, Panchal e Kushnure (2014), algumas definições


da ITU permitiram caracterizar se o protocolo de rede era considerado 3G. Alguns
requisitos mínimos eram definidos para as normas IMT-2000, ter velocidade alta não
era o que definia ser 3G. Os padrões eram: mínimo de velocidade de 2Mbit/s para
usuários estacionários ou ambulantes e 348kbit/s em um veículo em movimento.

A tecnologia 3G não atendeu às expectativas de lançamento e demorou a


cair no gosto dos usuários. Havia diferenciação dos preços de pacotes de dados
pelas operadoras, falta de investimento em infraestrutura para expansão, já que as
operadoras estavam com dívidas acumuladas, ocasionando falta de cobertura em
grandes áreas.

Fuentelsaz, Maícas e Polo (2008), após fazerem uma análise da transição


da tecnologia 2G para 3G na Europa, chegaram à conclusão que, se comparada
entre os países, o Reino Unido deu um passo à frente dos demais países. É possível
perceber que a condução do desenvolvimento realmente surtiu maior efeito na
Europa do que nos Estados Unidos, por exemplo. Entretanto, o Japão com seus
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 64

próprios padrões, avançou e desafiou fabricantes após lançar a fototelefonia,


denominada i-mode. Os dois principais padrões da tecnologia 3G podem ser vistos
na Tabela 5, nesta tabela é possível identificar a banda que utilizavam e de quais
tecnologias eles foram sucessores.

Tabela 5 - Dois principais padrões de tecnologia 3G


Padrão Principal UMTS CDMA 2000
Padrão WCDMA/HSDPA EV-DO
Banda por portadora 5 MHz 1,25 MHz
Evolução das operadoras que utilizam GSM CDMA
Orgão que define a padronização 3GPP 3GPP2

Fonte: TELECO (2017).

O padrão UMTS também passou por evoluções. O objetivo foi aumentar


taxas de transmissão de dados. A partir do aumento das taxas de transmissão
surgiram as atualizações denominadas HSPA e HSPA+. Estas atualizações
permitiram aumentar as velocidades do sistema no uplink e no downlink. Isso
significa que a transmissão de dados entre celular e estação base (uplink) e depois
estação base para celular (downlink) era otimizada. A Tabela 6 apresenta as
evoluções do sistema UMTS, o início de operação e também as capacidades de
taxas de transferências.

Tabela 6 - Evoluções do sistema UMTS


- WCDMA HSDPA HSPA HSPA+
Especificação (Releases) Release-99 Release-5 Release-6 Releases-7 e 8
Taxa dados Máxima Possível
384/384 (Kbit/s) 7.200/384 (Kbit/s) 14,4/5,8 (Mbit/s) 42/11,5 (Mbit/s)
(Downlink / Uplink)
Especificação Publicada mar/00 jun/02 mar/05 Dez/07 e Dez/08
Início de Operação Comercial dez/02 dez/05 fev/07 jun/09

Fonte: TELECO (2017).

Os serviços de pacote de dados da família WCDMA otimizam a


transferência de dados, como foi feito para a transmissão de voz. A diferença é que
neste caso, utilizam duplexação9 por divisão de frequência (FDD) ou por divisão de
tempo (TDD). No caso da FDD as bandas são diferentes para transmissão e
recepção, já na TDD são utilizadas a mesma banda, mas de forma alterada, ainda

9 Duplexação é quando existe um dispositivo Transmissor e outro Receptor, sendo que os dois
podem transmitir dados simultaneamente em ambos os sentidos.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 65

existe uma variante que é a TD-SCDMA que foi desenvolvida para ser usada apenas
na China.

O desenvolvimento para melhorias nos protocolos não parava e


extensões do 3G já estavam sendo discutidas pelos grupos 3GPP e 3GPP2. Criou-
se havia se uma necessidade de utilização da tecnologia sem fio avançada, uma
delas denominada de multiple-input and multiple-output (MIMO). O MIMO é um
método para multiplicar a capacidade de um rádio com múltiplas antenas
transmissoras e receptoras, bem como foi possível, ao longo do mesmo canal de
rádio, enviar e receber sinal de dados.

Neste período, a tecnologia 3G já continha especificações parciais para


atender os requisitos do IMT-Advanced, ou tecnologia 4G que foram publicados em
2008 pela ITU. A partir disso já se discutia a respeito dos padrões Long Term
Evolution (LTE) e Worldwide Interoperability for Microwave Access (WiMax), esse
era o próximo passo para o 4G, que também viria com o desafio de se manter
competitivo pelos próximos 10 anos.

3.9. Tecnologia 4G

Em 2010 foi lançada a tecnologia 4G, pela empresa Telia Sonera da


Finlândia. Os requisitos da ITU pelo IMT-Advanced para a comercialização da
tecnologia 4G permitia uma revolução na tecnologia, não apenas para a telefonia
móvel, mas para qualquer forma de acesso à Internet. Pode-se citar uma banda
larga móvel baseada em IP (Internet Protocol)10 para modems sem fio, smartphones,
dispositivos portáteis que utilizam a internet, telefonia IP, serviços de jogos e
multimídia online, televisão de alta definição (HDTV), entre outros, como
interoperabilidade com padrões sem fio existentes (TONDARE; PANCHAL;
KUSHNURE, 2014).

Algumas modificações na arquitetura do sistema foram necessárias para


atender aos requisitos definidos pela ITU. Há dúvidas inclusive acerca da definição
do atendimento ou não dos requisitos para ser classificado em 4G, pois a ITU define
que o sistema somente é 4G se for capaz de atingir 100 Mbps quando em

10O protocolo IP (Internet Protocol) é uma espécie de “endereço virtual”, onde são enviados os
pacotes de dados trocados entre dois equipamentos.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 66

movimento e 1Gbps quando o usuário estiver parado. Portanto, tecnicamente as


redes LTE e WiMAX somente foram caracterizadas como 4G após flexibilização por
parte da ITU, por questões comerciais e por estas também incorporarem as
interfaces MIMO e OFDM.

A combinação dos métodos MIMO e OFDM, foi a que se mostrou mais


prática para taxas de dados mais altas, conforme descrito por Iglesias (2014). O
método OFDM trabalha com maior eficiência espectral. Isso é possível pela divisão
de banda do sinal em partes, a partir de modulação e multiplexação. Iglesias (2014)
ainda descreve que essa forma de trabalho minimiza interferência, tanto para o
envio quanto a extração da informação, que ocorrem de forma individual.

3.9.1. WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access)

O padrão WiMAX surgiu em 2002, pelo Institute of Electrical and


Electronics Engineers (IEEE). É similar ao padrão Wi-Fi também originado no IEEE.
Ambos permitem maior alcance do sinal, possibilitando sinais de Internet em
grandes distâncias e maiores velocidades. O WiMAX possui, como principal
benefício, o acesso em locais sem infraestrutura física para o acesso de banda
larga, e utiliza a tecnologia OFDMA tanto no downlink quanto no uplink
(EZHILARASAN; DINAKARAN, 2017).

Figura 28 - Funcionamento de uma rede WiMAX

Fonte: IGLESIAS (2014).

O propósito de evolução deste padrão foi se comunicar com outras


tecnologias e melhorar a taxa de transmissão exigida para a tecnologia 4G, que são
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 67

100Mbps na alta mobilidade e 1Gbps no acesso fixo. A Figura 28 apresenta um


exemplo do funcionamento de uma rede WiMAX. Para cobertura são utilizadas
estações separadas com várias antenas, cobrindo uma distância de 50 km. A
ligação entre as estações é feita por ondas de rádios.

3.9.2. LTE (Long Term Evolution)

O padrão LTE teve seu lançamento em 2009 e combina o uso das


tecnologias MIMO e OFDMA. Também foi criado para ser compatível com as redes
GSM e HSPA. Dessa forma o LTE permite que haja continuidade dos serviços após
a mudança. Tondare, Panchal e Kushnure (2014) confirmam essas observações
quando descrevem os benefícios do LTE e o uso eficiente do espectro, permitindo
largura de banda de 1.25 MHz a 20 MHz e possibilitando a aplicação em maiores
locais além de interoperabilidade com sistemas legados.

Segundo Iglesias (2014), a arquitetura de rede do sistema LTE passou


por alterações. As ERBs receberam mais funcionalidades e mais recursos. É
possível perceber que o fato de este sistema não ser classificado como 4G faz com
que ele esteja em processo de desenvolvimento e passa a receber o nome de LTE-
Advanced, com o objetivo de atender aos requisitos estabelecidos pela ITU.

Figura 29 - Rede LTE

Fonte: IGLESIAS (2014).


Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 68

A Figura 29 apresenta como a rede LTE está em sua arquitetura de


interface com as demais tecnologias, uma delas é a compatibilidade com a rede
GSM. Pela figura também é possível identificar a tecnologia como uma característica
de uma rede de arquitetura simples.

Ao considerar o conceito do 4G de usar a tecnologia em qualquer lugar a


qualquer momento, destaca-se a importância de adotar como premissas a
otimização do uso de espectro, troca de pacotes em ambiente IP, grande
capacidade de usuários simultâneos, banda mínima de 100 Mbps para usuários
móveis e 1 Gbit/s para estações fixas, interoperabilidade entre os diversos padrões
de redes sem fio, para permanecer na busca e desenvolvimento da tecnologia.

3.10. Tecnologia 5G

Tondare, Panchal e Kushnure (2014) comparam seus estudos do avanço


da tecnologia de 1G a 4.5G, a partir de uma abordagem de cada geração. Concluem
que para os avanços do 4G devem ser levados em considerações os problemas do
3G, principalmente pela baixa demanda de usuários. Ainda consideram que a
tecnologia 5G deve ser centrada nos usuários e nas questões de segurança. A
Figura 30 foi extraída do respectivo estudo e demonstra como a evolução ocorreu
nas gerações, possibilitando mais disponibilidade de serviços aos usuários ao longo
dos anos em cada geração.

Figura 30 - Evolução das tecnologias 1G a 5G

Fonte: TONDARE; PANCHAL; KUSHNURE (2014).


Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 69

A necessidade de interação dos mais variados equipamentos da


tecnologia sem fio e padrões de transmissão múltipla exigirão requisitos dos rádios,
como mais recursos e flexibilidade para interoperabilidade com outros serviços.
Outra questão discutida é o processamento de sinais, pois serão necessárias
técnicas que permitam a transmissão das informações em pacotes pela rede de
dados com mitigação de interferências externas (SGANZERLA; RUCKER, 2010).

Ezhilarasan e Dinakaran (2017) apresentam um estudo geral, entre as 03


últimas gerações e, no que diz respeito à tecnologia 5G, entende-se que existe uma
busca de desenvolvimento pelo padrão 3GPP na tecnologia LTE. A busca pela
conectividade em qualquer momento com o mínimo de interrupção é um dos
requisitos, além de serviços inteligentes, como o caso da Internet of Things (IoT) a
eficiência energética, infraestrutura de comunicação segura e interoperabilidade com
sistemas anteriores.

Encontram-se requisitos semelhantes para a tecnologia 5G e para a


comunicação máquina a máquina ou também conhecida como Internet das coisas.
Esta última utiliza o padrão 3GPP com a tecnologia LTE-IoT, com compatibilidade
com as versões anteriores e ambas requerem maior cobertura, principalmente a IoT,
que poderá ser usada em locais fechados ou enclausurados, requerendo assim
melhor cobertura (GUIRGUIS et al., 2017).

Iannacci (2017) também relata em seu estudo, a evolução da transição do


4G-LTE para a tecnologia da quinta geração. Ele mostra os desafios que o 5G ainda
enfrentará. Um dos principais desafios está relacionado ao tráfego de dados da IoT
que será demandado dentro do 5G. Esse é um dos pontos de atenção pois, segundo
o autor, há previsões de que o aumento do tráfego de dados seja bem superior,
chegando a uma demanda de 10Gb/s para cada usuário individual dentro da quinta
geração.

O desenvolvimento do padrão IMT-2020 iniciou em 2012 na ITU. As


atividades reuniam, de forma paralela, estudos já em desenvolvimento por diferentes
lugares do mundo em relação a 5G. A partir de uma parceria com as partes
interessadas na tecnologia móvel, foi possível em 2015 obter uma visão do grupo de
trabalho de radiocomunicações da ITU o futuro da tecnologia móvel 5G. Essas
definições serão importantes para a World Radiocommunication Conference 2019.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 70

Essa conferência ocorre a cada 3 a 4 anos e permite, quando aplicável, a revisão da


regulamentação de radiocomunicações, tanto no que diz respeito ao uso de espectro
e órbitas dos satélites.

As operadoras Chinesas se declararam no caminho para que consigam


lançar em 2020 a rede 5G e há previsões de que até 2025 a China obtenha 39% do
mercado global da tecnologia 5G. Em 2017 a China Mobile e a Huawei já testavam a
cobertura 5G, a empresa China Mobile em parceira com a fabricante ZTE realizaram
um teste ao vivo na cidade de Guangdong, quando a ZTE utilizou sua ERB nova de
3.5 GHz conseguindo uma velocidade de download em um único usuário de 2Gb/s
usando espectro de 100 MHz (ITU NEWS, 2017).

Atualmente, a tecnologia se encontra em fases finais de desenvolvimento.


Dentre algumas notícias mais recentes, encontra-se que ocorreu em fevereiro de
2018 o Mobile World Congress em Barcelona. Em um discurso, Houlin Zhao (ITU
Secretary-General) comparou a tecnologia 5G com a inteligência artificial,
computação em nuvem e a internet das coisas.

Houlin Zhao, relatou os desafios na confiabilidade, a evolução que a


tecnologia deverá trazer para o setor industrial e, por fim, reafirmou a
responsabilidade da ITU no desenvolvimento da tecnologia 5G. Além do
fornecimento do espectro e a parceria em conjunto com governo e indústria para os
investimentos necessários de infraestrutura. Outra questão apontada no discurso se
refere aos benefícios que a tecnologia trará para o futuro, dentre eles a IoT,
realidade virtual aumentada e demais comunicações de banda larga.

Na Figura 31, é possível verificar uma prévia do processo e cronograma


de padronização do padrão IMT-2020, que atualmente entrou na fase de definições,
essa imagem foi publicada por Houlin Zhao em 26 de fevereiro de 2018 na rede
social twitter em nome da ITU.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 71

Figura 31 - Processo de padronização do padrão IMT-2020

Fonte: Página da ITU no TWITTER11.

3.11. A evolução dos aparelhos

As subseções anteriores apresentaram como a tecnologia foi se


desenvolvendo ao longo dos últimos anos, até os dias atuais. Assim como a
tecnologia mudou, também houve mudanças nos aparelhos celulares ou dispositivos
móveis, como atualmente têm sido nomeados. Neris Junior, Fucidji e Gomes (2014)
faz uma análise dessas mudanças e citou um ponto chave na história, quando a
partir de literaturas existentes, ele relatou que até 1970, os laboratórios que
desenvolviam e testavam os equipamentos eram ligados às operadoras de telefonia
móvel. Essa situação representava um monopólio do mercado, em que as
operadoras detinham todo o conhecimento tecnológico. As principais são, o
laboratório Bell Labs, da AT&T e o CNET da France Telecom.

11 Disponível em: < https://twitter.com/itu> Acesso em Fev.2018.


Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 72

As mudanças do setor ocorreram a partir de 1970 e o mercado começou


a se abrir. Passou a se basear na concorrência em plataformas e com uma
produção pautada na eletrônica, se tornando equiparado ao mercado de
computadores. As tecnologias foram avançando gerações. Assim como os
equipamentos, pois estes precisam ser adequar as necessidades, como inserção do
SIM card, tecnologias que permitiam envio de mensagens de texto, registros de
imagens com melhor qualidade para chamadas de vídeo, conexão com a internet,
entre outros.

Desde então a concorrência aumentou. Algumas empresas se destacaram e


aumentaram seus investimentos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento. Um
destes exemplos é a Nokia, quando comprou a fabricante de aparelhos GPS Navteq
em 2007, que permitiu melhor desenvolvimento nos aparelhos otimizando memória e
permitindo conexão sem fio.

Da primeira geração, em que os aparelhos foram desenvolvidos para


transmissão de voz utilizando sistema analógico, até os dias atuais, quando o
desenvolvimento conseguiu transformar o aparelho celular em um dispositivo móvel
que registra imagens e vídeos em alta resolução, acessa a internet, faz chamadas
de vídeo para qualquer lugar do mundo, possui diversos aplicativos, GPS entre
outros, se passaram 39 anos.

A Figura 32 representa os marcos desse período, os principais momentos


que contribuíram para a evolução tecnológica, que ainda não chegou ao fim. A
busca incessante pelos avanços tecnológicos persiste na indústria de
telecomunicações, quebrar paradigmas e possibilitar aos usuários usufruir das
facilidades tecnológicas mantêm o mercado ativo e favorece a economia do setor.
Capítulo 3 - A evolução da telefonia móvel no Brasil 73

Figura 32 - Linha do tempo dos aparelhos de telefonia móvel

Fonte: autoria própria.


Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 74

4. A IMPLANTAÇÃO DA ESTAÇÃO RÁDIO BASE

Neste capítulo serão descritos os processos necessários para a


implantação de uma ERB: as etapas de licenciamento e órgãos reguladores do
setor, os levantamentos em campo para a realização dos projetos, os sistemas
construtivos e as documentações pertinentes a ERB para a operação.

4.1. Legislação vigente

O órgão regulador internacional é a ITU (International Telecommunication


Union) e o Brasil também segue suas recomendações. O país está presente nas
discussões acerca das padronizações pelo Ministério das Comunicações, este
representado pela ANATEL.

A ANATEL é a reguladora no Brasil e, com base no Plano de Distribuição,


Destinação e Distribuição de Faixas de Frequência, determina as faixas a serem
utilizadas. Esse plano é revisado, sempre que necessário, e as frequências
regulamentadas seguem as recomendações da ITU. A ANATEL outorga serviços e
não tecnologia (SOARES NETO, 2015).

Entre as principais leis que regem o sistema, pode-se citar a Lei nº 13.116
de 2015, que estabelece normas gerais para a implantação e compartilhamento de
infraestrutura de telecomunicações, a Lei nº 9.472 de 1997 – Lei Geral de
Telecomunicações, a Lei nº 10.257 de 2001 e a Lei nº 11.934 de 2009, que assim
como a Resolução nº 303 de 2002 da ANATEL, apresenta limites para à exposição
humana à radiação, item este que constantemente aparece como tema em
pesquisas acadêmicas.

No tocante à legislação para a implantação de uma ERB, pode-se dizer


que não há uma lei única, uma vez que, os municípios detêm competência
constitucional perante os interesses sociais em cada cidade. Há ainda limitações
para alturas das torres em ERBs próximas a aeródromos. Neste caso, deve ser
consultado o Comando Aéreo Regional (COMAR). Em situações de áreas com
tombamento histórico, deverá ser tratado via Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN). Também pode-se citar as licenças junto ao Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) que
avaliará os impactos ao meio ambiente.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 75

4.2. Vistoria em campo (Site Survey)

Após estudo de viabilidade da rede é realizada a vistoria em campo. Essa


é uma etapa importante para determinação da viabilidade de instalação ou
compartilhamento de uma ERB, pois é nesta etapa que serão levantados os
principais requisitos para a definição do local onde será instalada a ERB. Segundo
Ribeiro (2017) a vistoria em campo é realizada em etapas:

 Planejamento e estudo teórico: é nesta etapa que ocorre o


planejamento da vistoria em campo com informações preliminares
do local ou, caso seja em uma ERB já existente, a análise é feita
em cima de relatórios, fotos, projetos, memoriais, sendo o máximo
de informações possíveis coletadas no local. Nos casos em que a
vistoria será para definição do local, é importante que haja análises
prévias de mapas e reuniões com todos os envolvidos.

 Coleta de dados no local: nesta etapa registram-se as coordenadas


geográficas do local, com uso de equipamento GPS, mapeando e
delimitando a área pretendida, registro fotográfico, identificação e
planejamento dos recursos necessários para a instalação do
sistema, como acessos ao local, energia elétrica, topografia do
terreno, medição ôhmica do solo, etc. Para os casos de avaliação
do possível compartilhamento de uma ERB, deverão ser feitas as
mesmas avaliações, contudo analisando também as limitações a
partir da infraestrutura já existente (passagem de cabos,
alimentação elétrica, sistema de proteção contra descargas
atmosféricas, capacidade estrutural da torre, etc), assim como
testes e medição para avaliar possíveis interferências dos
equipamentos já instalados. Todos esses dados serão coletados
em campo.

De acordo com Soares Neto (2015), para o levantamento em campo, é


necessário um estudo teórico preliminar do enlace12, pois a partir da visita ao local

12Enlace ou link é a ligação entre dois pontos, neste caso, duas ERBs. A ligação pode ser via rádio
ou via cabeamento.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 76

poderão ser realizadas correções necessárias, como: levantamentos topográficos,


medição da vegetação (obstáculos) ou de azimutes com o auxílio de bússolas. A
vistoria em campo deve ser feita de forma planejada e integrada, possibilitando
registrar todas as informações que atendam os responsáveis pelo dimensionamento
do sistema.

Liu, Zhu e Qi (2014) relatam a preocupação com a medição da resistência


elétrica do solo e entende-se que essa é realmente uma etapa importante durante a
vistoria em campo, pois essa medição registra os níveis ôhmicos do solo para
garantir que irão atender às especificações de projeto. Isso ocorre para garantir que,
caso aquele local seja escolhido, não haverá necessidade de ajuste do solo para
atender os níveis ôhmicos desejados, uma vez que essa atividade requer custo
elevado.

4.3. Aquisição do local (Site Acquisition)

O processo de aquisição do local somente ocorre para os casos em que a


ERB será implantada em locais não pertencentes às operadoras ou empresas
responsáveis pelo gerenciamento da ERB. É um levantamento feito para identificar o
responsável pelo terreno ou edificação onde se pretende instalar a ERB. Nessa
etapa, são feitos levantamentos em cartórios, prefeituras, órgãos que permitam
avaliar a situação da propriedade para uma negociação de compra ou locação.

Existem empresas especializadas nesta etapa, que fazem desde o


processo de identificação até os trâmites burocráticos e contratuais. Também é uma
etapa realizada em conjunto com o site survey e licenciamento. Assim a empresa faz
todo o processo de escolha e determinação do local, aquisição e até a emissão das
licenças junto aos órgãos competentes.

As etapas de aquisição e licenciamento são as que demandam maior


tempo de execução da ERB, pois elas não possuem tempo determinado pelos
órgãos responsáveis. Também porque cada município tem uma legislação diferente.
A partir da área de cobertura definida no estudo de viabilidade da ERB, são
comumente considerados três pontos a serem definidos posteriormente. Geralmente
é escolhido o que mais se adequa às questões técnicas e facilidade em aquisição.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 77

4.4. Projeto do Sistema de Infraestrutura

Após levantamento das condições, validação com as equipes


responsáveis pelo dimensionamento do sistema, aquisição do local e licenciamentos
(HENRIQUES; MARTINS, 2009), são necessárias ações para realização do projeto
detalhado da infraestrutura necessária. São eles:

 Investigação geotécnica (sondagem);

 Levantamento planialtimétrico;

 Demarcação topográfica do terreno;

 Levantamento da infraestrutura e possíveis interferências físicas do


terreno.

Com o recebimento de todos os dados citados acima, é possível iniciar o


projeto executivo da ERB. Dependendo da característica do sistema, poderá haver
os seguintes projetos:

 Projeto de fundação da torre autoportante;

 Projeto estrutural da torre com memorial de cálculo e caderno de


montagem;

 Projeto arquitetônico do abrigo para equipamentos;

 Projeto de aterramento e sistema de proteção contra descargas


atmosféricas;

 Projeto de fundação do abrigo;

 Projeto de entrada de energia;

 Projeto de prevenção e combate a incêndio;

 Projeto de alimentação elétrica da ERB;

 Projeto do sistema de energia alternativa (GMG, painel solar,


baterias);

 Projeto de climatização do abrigo;

 Memoriais descritivos.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 78

Com os projetos prontos, definem-se os fornecedores e o cronograma. A


partir destes dados é possível iniciar o processo construtivo dos elementos que
compõem a ERB.

4.5. Implantação dos Sistemas Construtivos

Segundo Soares Neto (2015), os sistemas de infraestrutura bem


dimensionados permitem aumento na vida útil do sistema. Pode-se dizer que é neste
momento que será escolhido o sistema construtivo a ser utilizado. No mercado, há
opções diferenciadas de tipos de torres ou postes para a instalação das antenas,
assim como abrigos ou armários para equipamentos. Nas próximas subseções serão
descritos os principais elementos que compõem uma ERB.

4.5.1. Fundação da torre autoportante

O projeto de fundação da torre é elaborado a partir de algumas


considerações técnicas, sendo as principais delas os esforços estabelecidos em
normativas, a documentação da investigação geotécnica realizada anteriormente
(esta etapa é de muita importância, pois também avalia o nível de lençol freático),
topografia do terreno (que permitirá prever ações mitigadoras de voçorocas e
contenções) e, em alguns casos, deve se incluir avaliação de abalos sísmicos.
Segundo Chaves (2004) há também a necessidade de proteções que contribuam
com a vida útil, o desempenho e a integridade dessas estruturas, como:

 Proteção física: tem o objetivo de proteger a fundação de possíveis


desmoronamentos ao redor. Assim são realizadas obras de
drenagem, contenções, etc;

 Proteção química: utilizada em solos com alto teor de acidez. Esse


tipo de proteção minimiza os efeitos de corrosão na armadura;

 Proteção galvânica: utilizada em solos de baixa resistividade


elétrica, a fim de impedir corrosões da armadura.

Chaves (2004) apresenta também em seu trabalho os tipos de fundações


geralmente utilizadas nas torres de telecomunicações, sendo que o método
construtivo escolhido deve levar em consideração os fatores técnicos e também
econômicos. A seguir, serão descritos os principais tipos utilizados nas ERBs.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 79

1. Fundações especiais para estais;

2. Tubulão;

3. Radier;

4. Estaca moldada in loco.

Fundações especiais para estais: este tipo de fundação é utilizada em


torres estaiadas, que são torres metálicas indicadas para antenas menores e áreas
com grande espaço físico para fixação dos estais. As fundações para receber os
estais podem ser placas, estacas, blocos, barras de ancoragem ou até com
chumbadores, nos casos de rochas.

Figura 33 - Fundação para torre estaiada

Fonte: Página da empresa DIMATIX13.

Tubulão: é um tipo de fundação profunda, a ser utilizado quando a


resistência do solo não permite a fundação rasa. Possui vantagem de ser menos
agressivo à vizinhança em termos de vibrações. O volume de escavação é menor,
mas requer alto nível de cuidados com a segurança dos operários.

13 Disponível em: <http://www.dimatix.com.br/base-torre-estaiada>. Acesso em Out.2018.


Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 80

Figura 34 - Fundação tipo tubulão

Fonte: Página da empresa CAD Addict14.

Radier: é o tipo de fundação rasa, geralmente utilizada em solos com


maior resistência e também em condições em que os esforços da estrutura são
menores. É um tipo de bloco único, ou laje grande, atuando em profundidades de
1,50 a 3,00 m, pequenas em relação à sua dimensão.

Figura 35 - Fundação tipo radier

Fonte: Página da empresa Agil15.

14 Disponível em: <http://www.cad-addict.com/2014/01/revit-families-brazilian-tubulao-family.html>.


Acesso em Out.2018.
15 Disponível em: <http://www.agilpc.com.br/atividades-detalhes.php?id=16>. Acesso em Out.2018.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 81

Estaca moldada in loco: essa fundação pode ser escolhida por fatores
diversos. Um deles pode ser a limitação de espaço físico para construção de um
radier. Um tipo de estaca comum utilizado para torres de telecomunicações é a
estaca raiz, um tipo de estaca feita no local com injeção de argamassa em alta
pressão. Possui condições favoráveis para trabalho em áreas com espaço limitado.
Atinge grandes profundidades inclusive em solo rochoso.

Figura 36 - Fundação tipo estaca raiz

Fonte: Página da empresa Engesol16.


4.5.2. Torres para telecomunicações

A escolha do tipo de torre é definida por sua capacidade nominal, em


função da quantidade de antenas, tipo das antenas, espaço físico e também um dos
parâmetros de grande importância, que é a ação do vento (variável em cada região
do país e área de exposição da antena). Além das torres, dependendo da demanda
da ERB, podem ser considerados postes circulares, geralmente escolhidos para
ERBs com capacidades menores. A seguir é possível ver uma breve explicação, de
cada tipo de torre utilizada para antenas de telecomunicações e as imagens
ilustrativas de cada uma.

1. Torre estaiada;

2. Torre monotubular, monoposte ou tubular;

3. Torre autoportante triangular ou quadrada.

Disponível em: <http://www.engesol.eng.br/index.php/nossos-servicos/55-estacas-raiz>. Acesso em


16

Out.2018.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 82

Torre estaiada: são torres de seção transversal triangular ou quadrada,


constituídas por um corpo metálico esbelto formado por módulos de 3 metros cada,
chamado de mastro, fixo por estais ao longo de sua extensão, contendo montantes,
diagonais, horizontais e barras de travamentos, com ligações aparafusadas ou
soldadas. Os estais são constituídos por cordoalhas de aço fixadas ao longo do
mastro da estrutura e às fundações laterais de ancoragem. Estas torres são as mais
econômicas e fáceis de montar, porém, exigem um terreno relativamente grande
para a sua instalação, na ordem de dez vezes a área daquele utilizado em uma
estrutura autoportante de mesma altura.

Figura 37 - Torre tipo estaiada

Fonte: Página da empresa Witzler17.

Torre monotubular, monoposte ou tubular: é uma torre rápida, de


simples execução, com seção única de 6 m cada, fabricada com aço galvanizado e
pode ser dimensionada para receber complementos, como suportes e plataformas.
A praticidade na instalação é um dos fatores que colocam esse tipo de torre em

17 Disponível em: <http://www.witzler.com.br/torres-metalicas/>. Acesso em Out.2018.


Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 83

vantagem, mas possui limites de altura que impedem sua viabilidade em


determinados projetos.

Figura 38 - Torre tipo monotubular

Fonte: Página da empresa Seccional18.

Torre autoportante triangular ou quadrada: são estruturas metálicas


em aço galvanizado distribuídas em módulos e seções variáveis, ou seja, a base é
maior e o topo menor. Possui maior capacidade nominal, dependendo do fabricante
pode ter alturas de até 150 m, composta por montantes (estruturas principais,
fixadas nos chumbadores da fundação) e interligadas por cantoneiras, formando
treliças. Assim, como as torres tubulares, estas recebem acessórios, como
plataformas internas de descanso, escada, cabos de proteção trava queda,
plataformas externas ou superiores de trabalho, sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e suporte para as antenas.

18 Disponível em: <https://www.seccional.com.br/produto/monotubular-telecom/>. Acesso em


Out.2018.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 84

Figura 39 - Torre tipo triangular autoportante

Fonte: Página da empresa Seccional19.

O Ministério da Aeronáutica dispõe, a partir da portaria Nº 957/GC3/2015,


regras para sinalização de obstáculos próximos às áreas dos aeródromos,
permitindo a identificação destes objetos pelas aeronaves. A sinalização exigida é a
partir de visualização noturna e/ou diurna, com pintura e lâmpadas, podendo variar o
tipo e quantidade de acordo com a altura do obstáculo e distância do observador.

4.5.3. Abrigo para equipamentos (Shelter)

Ribeiro (2017) define shelter como um abrigo para armazenamento dos


equipamentos elétrico e eletrônicos da ERB. Ele ainda declara que o tipo de abrigo
será definido de acordo com a capacidade de espaço físico necessárias e a duração
deste abrigo, que pode ser temporária ou permanente.

Há ERBs em que o abrigo é metálico, pré-moldado ou construído no local,


seja de alvenaria ou elementos inovadores, como o caso do PVC concreto. Em
algumas ERBs não há abrigo para equipamentos. Isso ocorre quando o sistema é

19 Disponível em: < https://www.seccional.com.br/produto/triangular-telecom/>. Acesso em Out.2018.


Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 85

considerado outdoor. Neste caso, os equipamentos ficam em gabinetes ou armários


metálicos, ou simplesmente em suportes, quando estes são robustecidos e
apropriados para ficar expostos às intempéries.

Soares Neto (2015) descreve a interface entre abrigo e torre como “o


esteiramento de passagem dos cabos que descem da torre e a instalação de
conectores que passam por uma placa de interface e entram nos rádios instalados
em racks”. O autor ainda explica que em muitos casos há a necessidade de
climatização, já que os equipamentos suportam até 50º C e dependendo da região
há temperaturas elevadas. Também podem ocorrer a instalação de dutos vedados
para a dissipação do calor interno gerado pelos equipamentos dentro do abrigo. As
principais funções do abrigo são:

 Ter dimensões suficientes para condicionar os equipamentos;

 Prover telemetria20 (dependendo do nível de criticidade do sistema,


pode haver controle de acesso, temperatura, umidade, etc.);

 Prover sistema de segurança contra furtos e roubos;

 Prover proteção contra invasões de roedores, cobras e insetos;

 Prover iluminação e alimentação elétrica;

 Prover sistema de prevenção e combate a incêndio;

 Prover sistema de proteção contra descargas atmosféricas;

 Ser estanque à água;

 Prover sistema de climatização eficiente.

A seguir, a Figura 40, Figura 41 e Figura 42 possibilitam, a partir de fotos


reais, compreender os tipos de abrigo citados neste capítulo.

20 Telemetria é o nome dado a medidas registradas e monitoradas remotamente. No caso das ERBs

é uma forma de monitorar elementos dentro do abrigo de telecomunicações como, a temperatura,


umidade, alarmes de abertura de porta ou demais sensores e informações de outros equipamentos
que a empresa queira receber remotamente em um local em que o operador recebe e trabalha esses
dados. Pode estar relacionada à segurança ou às condições para que o sistema esteja operando sem
interrupções, as informações podem ser transmitidas pelo próprio sistema de rádio enlace.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 86

Figura 40 - Abrigos metálicos

Fonte: Página da empresa Clemar Engenharia21.

Figura 41 - Abrigo subterrâneo

Fonte: Página da empresa Clemar Engenharia22.

Figura 42 - Gabinete Outdoor

Fonte: Página da empresa DKL Telecom23.

21 Disponível em: <http://www.clemar.com.br/areas.html?id=9&tipo=24>. Acesso em Out.2018.


22 Disponível em: <http://www.clemar.com.br/areas.html?id=9&tipo=23>. Acesso em Out.2018.
23 Disponível em: <https://www.dkl.com.br/produtos-1>. Acesso em Out.2018.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 87

4.5.4. Sistema de aterramento

Segundo Soares Neto (2015), o sistema de aterramento da ERB é


primordial para a segurança desta, atuando inclusive na proteção contra descargas
atmosféricas. Ainda é relatada a importância de se obter uma malha, em que o
sistema de para-raios da torre e demais elementos estejam interligados, em pontos
distintos desta malha de aterramento, contornando toda a estação.

Maluf e Martins (2004) descrevem a importância do sistema de


aterramento em uma estação de telecomunicações, tanto no sentido de proteção
humana quanto dos equipamentos ali instalados. Declaram, ainda, que a qualidade
de um projeto de aterramento em uma estação depende de alguns fatores, entre
eles, o tipo de solo e os equipamentos que ali se encontram instalados. A Figura 43
demonstra quais são estes elementos e como eles estão interligados dentro da
malha deste sistema.

Figura 43 - Diagrama da malha de aterramento em uma ERB

Fonte: adaptado de MALUF; MARTINS (2004).

É possível encontrar na literatura, pesquisas que identificam as interfaces


entre o solo, o projeto de aterramento e as descargas atmosféricas. Também há
estudos que apontam à relação dos danos no sistema de energia da ERB e às
descargas atmosféricas.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 88

Segundo Liu, Zhu e Qi (2014) há estudos identificando que 90% de falhas


em equipamentos são provocadas por descargas atmosféricas, considerando,
portanto, que os danos estão relacionados ao sistema de aterramento. Estes dados
motivam a preocupação em se realizar um sistema de aterramento compatível com
os equipamentos elétricos e eletrônicos dentro dos abrigos.

4.5.5. Sistema de energia

São encontradas na literatura24 publicações recentes acerca das


preocupações envolvendo as demandas energéticas dentro das ERBs, também
sobre as dissipações térmicas dentro dos abrigos, principalmente em países como
China e Índia.

De acordo com Soares Neto (2015), o diagrama do sistema de energia


elétrica é composto pelas três principais fontes de energia dentro de uma estação:

 Energia AC (alternating current): fornecida pela concessionária;

 Energia AC (alternating current): fornecida por um grupo motor


gerador;

 Energia DC (direct current): fornecida por um sistema de células


fotovoltaicas.

O diagrama apresentado por S oares Neto (2015) para o sistema de


energia com seus elementos pode ser visto na Figura 44. A energia em corrente
alternada (AC) é fornecida pela empresa concessionária. Sua tensão pode ser 127
ou 220 volts, bifásica ou trifásica, dependendo da região em que for a estação.

Seguindo a sequência do diagrama (Figura 44), percebe-se que a energia


segue AC até o retificador que transforma em DC25, e continua seu caminho pelas
baterias, passa pelo inversor que transforma novamente para o sistema de controle.
Um elemento a ser considerado, que pode ser visto no diagrama fornecendo energia
AC é o grupo motor-gerador. Ele pode ser fixo ou móvel, ou seja, ele pode ficar full

24Essa informação foi obtida durante o processo de mapeamento sistemático da literatura, conforme
resultados apresentados no capítulo 2.
25A corrente contínua (CC) ou também DC (direct current) é originada a partir de fontes como
baterias ou células de energia fotovoltaica. Na ERB, esse tipo de energia pode ser produzida a partir
de energia alternada, como no caso de um inversor ou um motor gerador.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 89

time na estação, entrando em funcionamento na falta de energia ou ser enviado


quando necessário.

Figura 44 - Diagrama do sistema geral de energia

Fonte: adaptado de SOARES NETO (2015).

Outra fonte de energia para estações de telecomunicações, que têm sido


discutidas, principalmente na Europa e Estados Unidos (SOARES NETO, 2015) é a
energia fotovoltaica. É possível encontrar também em Fabbri, Paschero e Mascioli
(2013) o estudo que destaca a importância de soluções de energia independentes e
apresenta uma visão geral das principais soluções a serem aplicadas para
armazenamento de energia.

A Figura 45 apresenta um dos exemplos de energia utilizada em ERBs


remotas, sem fornecimento de energia por concessionária, mas que devido a custo
elevado de investimento ainda inviabiliza a optar por esse sistema, que em alguns
casos pode-se trabalhar o sistema fotovoltaico em conjunto com o grupo motor
gerador.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 90

Figura 45 - Sistema de alimentação com energia fotovoltaica e GMG

Fonte: adaptado de SOARES NETO (2015).

Os consumos elevados de energia dentro do abrigo são uma


preocupação quando se possuem ERBs autônomas, e as ERBs que são mais
afastadas e que, em alguns casos, necessitam de manutenções com maior
periodicidade. Fabbri et al. (2011) apresenta em seu estudo uma forma de controlar
o consumo de energia dentro do abrigo, a partir de uma proposta de trocadores de
calor, uma vez que estes otimizam os consumos dos equipamentos de ar
condicionado. Contudo é importante destacar que escolhas dos sistemas
construtivos dos abrigos que possam se mostrar tão eficientes quanto, mas cabe um
estudo mais aprofundado.

Outros elementos que compõem o sistema de energia são os dutos e


caixas de passagem. Estes itens são importantes de serem executados e planejados
para a interligação dos sistemas de energia dentro da ERB, ainda sem a
pavimentação final, uma vez que são subterrâneos. As caixas podem ser pré-
moldadas ou em alvenaria e, precisam ser constituídas de tampas com identificação,
o dimensionamento das caixas e dutos, que serão feitos conforme normativas
aplicáveis.

4.5.6. Cercamento e pavimentação

Após construção da fundação, montagem da torre, instalação do abrigo e


sistema de energia elétrica, é o momento de apresentar os itens finais da
infraestrutura física da ERB:

 Portão;

 Mourão de concreto;

 Viga Baldrame;
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 91

 Concertina26;

 Alambrado;

 Muro;

 Pavimentação.

Portão: as dimensões do portão serão realizadas em projeto, contudo é


comumente utilizada a largura de 3,00 m (1,50 m cada folha), altura total de 2,80 m,
sendo 2,30 m do portão e 0,50 m de arame farpado ou concertina. As grapas
deverão ser chumbadas nos pilares de concreto e todas as peças deverão ser
galvanizadas a fogo e os tubos fechados no topo. Para os casos em que o
fechamento for em alvenaria, o portão deverá receber chapa de aço galvanizado.

Mourão de concreto: a instalação de cada mourão deve ocorrer a uma


distância de 2,50m cada um, a altura ideal é de 3,20 m. Os mourões devem ter
quatro furos transversais para permitir a passagem dos arames lisos galvanizados
que esticam o alambrado. Os furos servirão também para passagem dos arames
farpados galvanizado, para a proteção na parte superior do fechamento. Os
mourões instalados nas extremidades do terreno devem ter um travamento em duas
direções.

Viga Baldrame: essa tem como função dar suporte aos mourões e
portão, protegendo o site contra erosão do solo e escoamento da brita. O
dimensionamento da viga baldrame é apresentado em projeto, é interessante que a
base da viga baldrame esteja, no mínimo, 10 cm abaixo do nível do solo.

Concertina: as concertinas deverão ser instaladas em todo o perímetro


do site, sobre muro ou alambrado, conforme especificação do projeto. A concertina
metálica de aço inoxidável ou de aço galvanizado com 40cm de diâmetro e 20cm de
espaçamento entre as espiras, fixadas todas à arames de suportes entre os perfis.

Alambrado: será utilizado alambrado em arame liso galvanizado n° 12


bwg malha 2” com altura de 2,00m.

26Concertina é considerada a evolução do arame farpado, originada nas cercas utilizadas em ações
militares que ficavam no solo como função de barreira. Como barreira de segurança, é utilizada em
muros, alambrados, cercas, entre outros. É de aço inoxidável e possui lâminas pontiagudas, cortantes
e penetrantes.
Capítulo 4 - A implantação da ESTAÇÃO RÁDIO BASE 92

Muro: quando não for realizado o fechamento em alambrado, este poderá


ser em alvenaria de bloco de concreto (0,14x0,19x0,39m), entremeados com
pilaretes de concreto a cada 2,50m e altura de 2,40 m, amarrados por cinta de
concreto (dentro de bloco canaleta) na altura intermediária, no topo, e viga baldrame
na base. Nos locais dos pilares, deverá ser executado uma “broca”, com 2,00 m de
profundidade e em sequência do pilar até o topo do muro. O acabamento do muro
será em chapisco, em ambos os lados e caso haja vizinhança é importante a
instalação de rufos para evitar infiltrações.

Pavimentação: a área interna da estação, após recomposição do solo,


ao finalizar todas as valas, é feita com aplicação de manta geotêxtil em todo o
perímetro para evitar surgimento de vegetação, após a aplicação da manta, deverão
ser colocadas uma mistura de britas nº 1 e 2, de boa qualidade a uma espessura de
7 cm. É importante garantir um transpasse de 30 cm de uma folha de manta sobre a
outra, para garantir a cobertura total do solo, verificando também áreas próximas ao
concreto que podem ficar restos de terra. Quando necessário deverão ser feitas
calçadas, meio fio e para os locais que não há vizinhança, pode se espalhar brita por
50 cm ao perímetro externo da estação, para melhor acabamento.

4.6. Testes de funcionamento

Os testes são para verificar o funcionamento do sistema e seus


componentes, após o término da infraestrutura são passados os cabeamentos,
instalados os rádios, switches, roteadores, entre outros equipamentos necessários
que podem variar de acordo com a tecnologia de cada estação. Também são
realizados os alinhamentos das antenas, testes de interferências e medições para
análise e validação do sistema. Além de testes conjuntos para certificar a
funcionalidade do sistema de energia, identificações de todos os elementos, cabos,
equipamentos e registros fotográficos que farão parte do livro histórico para serem
utilizados durante os períodos de manutenções da estação.
Capítulo 5 - Cadeia de suprimentos na implantação de uma ERB 93

5. CADEIA DE SUPRIMENTOS NA IMPLANTAÇÃO DE UMA ERB

Compreender os processos construtivos, identificando aqueles


fundamentais para o sucesso de uma implantação é uma atividade necessária,
quando se trata de obras de característica linear, principalmente por envolvimento
de diferentes fornecedores na cadeia de suprimentos, tornando-se um complicador.
Neste capítulo, será apresentado o que existe na literatura para descrever a
importância da cadeia de suprimentos e como ela é identificada nos processos
construtivos para a implantação de uma ERB.

5.1. Conceitos gerais da cadeia de suprimentos

A cadeia de suprimentos dentro do processo de implantação de uma ERB


envolve variados fornecedores de materiais e serviços, além do processo logístico
que requer transportes para localidades remotas, algumas vezes dispondo apenas
de meio fluvial. Fontanini (2009) relata que para o dimensionamento da cadeia é
preciso entender o nível de complexidade dos processos construtivos e a quantidade
de envolvidos nestes processos. Dessa forma também é possível identificar os
agentes dentro da estrutura da cadeia.

Entender a cadeia de suprimentos e sua contribuição no valor do produto


final é importante. É o conjunto de todos os estágios envolvidos, seja de maneira
direta ou indireta no atendimento de um pedido (CHOPRA; MEINDL, 2003). A cadeia
de suprimentos na indústria das telecomunicações é composta de fabricantes,
fornecedores, transportadoras, depósitos e o próprio cliente.

Segundo Ballou (2009) o planejamento é parte fundamental na cadeia de


suprimentos. Há estratégicas que precisam ser desenvolvidas e, ao avaliar a cadeia
suprimentos da indústria de telecomunicações, mais precisamente a implantação de
ERBs, há duas importantes análises que são a estratégia de estoque e de
transporte.

Como estratégia de estoque, Ballou (2009) descreve o gerenciamento do


estoque como método para a disponibilização dos produtos. Neste ponto cabe
destacar um eficiente controle de estoque que permita a distribuição de produtos
para cada etapa do processo construtivo da ERB, evitando excessos de materiais na
obra. Neste caso Ballou (2009) relata o estoque de múltiplos estágios. São os casos
Capítulo 5 - Cadeia de suprimentos na implantação de uma ERB 94

em que não são colocados estoques em locais separados, mas o controle conjunto
em níveis, permitindo redução das quantidades.

Gerenciamento de transporte é outra estratégia descrita por Ballou


(2009), onde as análises que devem ser feitas para as tomadas de decisão são
avaliações desde o custo até o tempo de atendimento das entregas. Neste ponto, é
possível relacionar as entregas dos materiais nas obras de implantação das ERBs
com uma estratégia de decisão do momento mais apropriado para envio dos
materiais, otimizando o frete, dependendo da localização.

Segundo Chopra e Meindl (2003) o sucesso na cadeia de suprimento


pode ser obtido a partir do alinhamento estratégico de quatro elementos. São eles:
estoque, transporte, instalações e informação. Para melhor entendimento, pode se
descrever de maneira genérica seu impacto e sua definição a seguir.

 Estoque: é a matéria prima, os produtos em processamento ou


produto acabado dentro da cadeia. Seu controle permite maior
eficiência dentro da cadeia produtiva.

 Transporte: é o estoque em movimento e a escolha pelo tipo de


transporte deverá ser planejada de forma que ele seja justo e
atenda ao tempo necessário.

 Instalações: são os locais físicos em que os estoques são


armazenados, montados ou fabricados. Contribui positivamente
para um controle de estoque e um transporte eficiente.

 Informação: é fator importante em todos os momentos da cadeia,


pois é a informação do estoque, do transporte e das instalações é
que formam um fluxo de comunicação assertiva dentro da cadeia.

5.2. Cadeia de suprimentos no setor das telecomunicações

Mouritsen, Skjott-Larsen e Kotzab (2003) ressaltam a importância da


integração da cadeia de suprimentos e a comunicação entre as partes, pois se a
empresa responsável pelo produto é focada e a cadeia é colaborativa, a partir da
troca de experiências, ambas as partes só têm a ganhar. Afirmam ainda que a
participação da cadeia no início do ciclo de vida do produto é importante para a
governança intermediária. Os autores citam o caso da empresa Nokia, a qual realiza
Capítulo 5 - Cadeia de suprimentos na implantação de uma ERB 95

a construção dos novos modelos de ERB perto do departamento de pesquisa e


desenvolvimento (P&D), na sua própria fábrica em Oulu, na Finlândia. Apenas
depois de amadurecido é que o projeto é aplicado em grande escala.

Mpwanya e Van Heerden (2017) apontam que as operadoras de telefonia


móvel consolidem seus relacionamentos estratégicos com a cadeia de suprimentos,
aumentando a participação da infraestrutura de rede e a busca pela eficiência
operacional para redução dos custos. Ainda consideram que, para algumas
operadoras, as despesas de capital (Capex)27 chegam a ser superiores às despesas
operacionais (Opex)28. Também reforçam a importância de conhecer a cadeia de
suprimentos e definição de valor para cada elemento dentro desta, a fim de que a
busca pela redução dos custos não interfira na qualidade do serviço prestado.

Algumas operadoras optam por fazer a terceirização dos serviços de


implantação e manutenção das estações. Essa decisão aumenta a necessidade de
gestão na cadeira de fornecedores, pois deve ser realizado um maior controle das
entregas de cada um para que o impacto seja minimizado em casos de atrasos.
Outra opção que tem ocorrido entre as operadoras é a de compartilhamento da
estação, reduzindo assim as despesas de Capex (MPWANYA; VAN HEERDEN,
2017).

Por se tratar de uma obra com características específicas, o


gerenciamento da cadeia de suprimentos é primordial (ISATTO, 1996; SILVA;
CARDOSO, 1999). Conforme relatado por Mpwanya e Van Heerden (2017), um
prestador de serviço pode influenciar em outro e esses atrasos podem acarretar em
um efeito negativo no prazo de entrega do produto final, neste caso a ERB.

5.3. Gestão da cadeia de suprimentos da ERB

Fontanini (2009) descreve as preocupações e estudos existentes quando


o assunto é cadeia de suprimentos na construção civil. A característica do setor é

27 Capex é o custo de investimento. No caso das operadoras é o custo para aquisição de recursos
físicos. O principal deles é a infraestrutura da ERB, como a torre, sua fundação, a antena, o abrigo
para os equipamentos, o sistema de energia, equipamentos e a integração do sistema.
28 Opex é o custo para manter o sistema em atividade. São as manutenções nas redes físicas e
lógicas. É um custo considerável, pois a funcionalidade do sistema está condicionada a uma
manutenção adequada.
Capítulo 5 - Cadeia de suprimentos na implantação de uma ERB 96

motivo de estudos que procuram identificar ferramentas que possibilitem melhor


gerenciamento dessa cadeia que possui grande variedade de insumos.

Erol, Dikmen e Birgonu (2017) confirmam que o atraso é um dos grandes


problemas durante o processo construtivo e que a mentalidade enxuta pode
colaborar com seus conceitos e ferramentas. Entretanto, defende que o ideal é a
integração com o método do caminho crítico para um melhor gerenciamento dos
atrasos. Entender os processos dentro da cadeia produtiva é a melhor maneira de
avaliar qual a forma mais adequada de gerenciamento que pode ser utilizada.

Por envolver variados agentes na cadeira produtiva, a prevenção de


riscos e atrasos se torna tarefa fundamental em obras de ERB. Essa informação
pode ser confirmada no estudo de Dang (2017), o qual utiliza o conceito de
gerenciamento do valor agregado para analisar custos da implantação de ERB
devido às suas peculiaridades. O autor confirma a existência de incertezas que
provocam atrasos em obras de implantação de ERBs e reconhece a possibilidade de
execução deste tipo de obra dentro do prazo e com qualidade desde que seja
realizado o controle integrado de planejamento, custos e análise das incertezas.

Como pode ser visto em Szajubok, Alencar e Almeida (2006) algumas


obras optam pela aquisição produtos em quantidade maior do que a necessário, por
otimização de transporte, por oscilação dos preços dos insumos e isso acarreta em
maior gerenciamento do estoque. Também pode apresentar perdas pela falta de
controle dos produtos no estoque e custos adicional para gerenciamento do estoque
(FONTANINI, 2009).

Azambuja e Formoso (2003) também descrevem a importância do


gerenciamento da cadeia de suprimentos na construção civil pelo cenário em que o
setor se encontra. Os autores descrevem estudos que identificam as perdas ou
atividades que não agregam valor dentro das obras. Tais estudos apontam que os
principais motivos para perdas é a falta de controle dentro da cadeia de suprimentos.
Considerando que a implantação de uma ERB se encontra no cenário da construção
civil, pode-se certificar que o gerenciamento da cadeia de suprimentos é
comprovado na literatura e deve receber a devida atenção.
Capítulo 6 - Mentalidade enxuta e mapeamento de fluxo de valor 97

6. MENTALIDADE ENXUTA E MAPEAMENTO DE FLUXO DE VALOR

É de fundamental importância o gerenciamento das informações dentro


do processo de produção da construção civil, principalmente pelo número de
agentes envolvidos no processo. Neste capítulo será possível entender melhor a
mentalidade enxuta, esse sistema de produção eficaz em combater desperdícios na
construção civil e também a ferramenta capaz de auxiliar nessa análise, o
mapeamento de fluxo de valor.

6.1. Conceitos gerais de mentalidade enxuta

A mentalidade enxuta ou lean thinking são terminologias originadas na


produção enxuta ou lean production. Womack e Jones (2004) descrevem a
problemática de eliminação de desperdícios aplicando esses conceitos nas
empresas. Segundo os autores, a mentalidade enxuta possui como base cinco
princípios: valor, fluxo de valor, fluxo, produção puxada e perfeição.

 Valor: pode ser considerado como sendo tudo que o cliente esteja
disposto a pagar, pode ser uma cor diferenciada, a marca, a
embalagem ou até mesmo a forma de pagamento.

 Fluxo de valor: são as atividades a serem realizadas para criar


valor ao cliente. Está relacionado ao projeto, produção e entrega
dos produtos ou serviços da empresa para o cliente.

 Fluxo: é a continuidade da produção de um item, ser produzido de


maneira contínua, um item por vez ou a partir de lotes. A produção
em fases, desde que cada uma realize apenas o que for
necessário para que a próxima etapa dê a sequência.

 Produção puxada: é a produção feita a partir de uma sinalização do


cliente. A produção começa com a demanda, evitando trabalhos
desnecessários.

 Perfeição: é a busca pela melhoria de maneira contínua, ou seja,


um sentimento de insatisfação com as condições atuais e, ao
mesmo tempo, o incentivo para melhorar.
Capítulo 6 - Mentalidade enxuta e mapeamento de fluxo de valor 98

Definição de valor é considerado um dos cinco princípios citados acima e


demonstra a devida importância no processo produtivo do produto que está sendo
produzido, desde seu desenvolvimento até a entrega final ao cliente (WOMACK;
JONES, 2004). Definir o valor é uma atividade que nem todas as empresas fazem,
mas é necessária para que a organização possa melhorar seu produto, ou algum
processo, e essa etapa está diretamente ligada ao desperdício.

No conceito da mentalidade enxuta, desperdício é todo recurso aplicado


em alguma atividade que não agrega valor para o cliente. Conforme descrito por
Ohno (1988), dentro do processo produtivo é possível identificar sete tipos de
desperdícios: produção excessiva, movimentação, transporte, estoque, atividades
desnecessárias, defeitos e espera.

Dentro do conceito para a aplicação da mentalidade enxuta há algumas


técnicas que permitem a redução de desperdícios, como: kanban (cartões
informativos para a otimização da produção), just-in-time (produção é acionada a
partir da demanda do cliente), 5S (cinco sensos originado das técnicas japonesas
que aplicados podem contribuir com a organização e limpeza do ambiente), entre
outros. Algumas empresas tentam aplicar a mentalidade enxuta a partir da aplicação
isolada das técnicas citadas, contudo para que seja possível obter resultados
positivos é necessário que ocorra uma mudança cultural (JONES; WOMACK, 2004).

Observar e identificar o fluxo produtivo como um todo é fator fundamental


para identificar os desperdícios e trabalhar em um processo produtivo contínuo.
Esse é o objetivo de descrever e avaliar todas as etapas que compõem o processo
produtivo de um produto. Uma das ferramentas utilizadas para avaliar o fluxo de
valor dentro do processo produtivo é o mapeamento de fluxo de valor (MFV).

6.2. Mapeamento de fluxo de valor (MFV)

Mapeamento de fluxo de valor é um método apresentador por Rother e


Shook (2004) que permite desenhar todas as etapas dentro do processo produtivo.
É uma forma de visualizar e entender os fluxos dos insumos e das informações
dentro da cadeia produtiva. A partir da realização deste mapeamento é possível
enxergar melhor, do início ao fim, todos os processos, avaliando pontos de
desperdício (FONTANINI; PICCHI, 2005).
Capítulo 6 - Mentalidade enxuta e mapeamento de fluxo de valor 99

A aplicação dessa ferramenta demonstra todo o caminho percorrido para


a obtenção do produto final. Trata se de um mapa que apresenta a aquisição dos
insumos, a comunicação, o estoque, o transporte e todo o percurso das etapas até o
produto final. Esse método é realizado em duas etapas, uma delas é como as
etapas acontecem no tempo atual e após a conclusão é realizada a análise e um
novo desenho demonstrando o cenário ideal, ou seja, as ações de correção dos
desperdícios identificados e até que se encontre o caminho ideal.

A Figura 46 apresenta as etapas para o processo de aplicação da


ferramenta MFV. É possível perceber que o fluxo entre o desenho do estado atual e
o desenho do estado futuro se repetem. O motivo dessa repetição é que a cada
análise do estado atual, mesmo que melhorado, são realizadas novas avaliações e
aplicação de ações de melhoria até que seja possível encontrar o fluxo ideal.

Figura 46 - Etapas de aplicação da ferramenta MFV

Fonte: ROTHER; SHOOK (2004).

O mapa do estado atual refletirá o fluxo atual das informações, insumos e


processos em geral passando por todas as áreas, do início ao fim do processo
produtivo. O desenho é apresentado de forma simples, utilizando ícones padrão
(vide Anexo A) que permitirão identificar todos os elementos necessários. É
importante que o mapa seja elaborado a partir da observação em tempo real dos
processos, seja no chão de fábrica ou no canteiro de obras.

É necessário identificar todas as etapas, considerar estoque e tempo em


que são realizados. Algumas considerações devem ser seguidas, conforme abaixo:
Capítulo 6 - Mentalidade enxuta e mapeamento de fluxo de valor 100

 Tempo de ciclo (T/C): é o tempo em que se leva para realizar um


ciclo de atividade, seja ela de uma pesagem, um carregamento ou
descarregamento, a preparação de um material, podendo se dizer
também que é o tempo entre um processo e outro.

 Número de pessoas: Essa informação é colocada dentro da caixa


de processo e se refere a quantidade de pessoas envolvidas
naquele processo / atividade / etapa.

 Tempo de trabalho: É o tempo efetivo, devendo desconsiderar os


tempos utilizados com descanso, alimentação ou reuniões.

 Lead time: É o tempo em que a empresa recebe o pedido do


cliente até o momento em que o produto fica pronto para entrega.

Rother e Shook (2004) colocam algumas outras considerações


necessárias, uma delas é a unidade de tempo, geralmente, considerada em
segundos tanto para os tempos de trabalho, quanto para os tempos de ciclo. Já o
lead time é considerado em dias e tem ainda o tempo de agregação de valor, este
tempo é registrado apenas para as atividades que agregam valor.

A partir do mapa do estado atual em mãos, é possível avaliar as


atividades que realmente agregam valor e entender em quais locais estão os
desperdícios. Rother e Shook (2004) alertam para os cuidados que se deve ter antes
de traçar o mapa do estado futuro, pois este será o mapa do processo a ser
buscado. Então é importante uma visão realista e crítica do processo atual e a
família de produtos da empresa.

A Figura 47 nos mostra um pouco do que foi descrito nesta subseção. É


possível enxergar os ícones e suas respectivas atividades e tempos dentro do
processo.
Capítulo 6 - Mentalidade enxuta e mapeamento de fluxo de valor 101

Figura 47 - Exemplo de Mapa do Estado Atual

Fonte: ROTHER; SHOOK (2004).

As principais considerações a serem feitas para uma determinação do


mapa do estado futuro são:

 Demandas do cliente e os tempos necessários para fabricação;

 Avaliar a existência de um supermercado29 ou a fabricação direta


para a entrega ao cliente;

 Analisar em quais processos pode se ter fluxo contínuo;

 Avaliar em quais locais serão colocados os sistemas puxados, ou


seja, aquele que irão acionar a atividade seguinte ou início do
processo;

 Identificar as melhorias a serem feitas para implementar o fluxo de


valor.

O objetivo do mapa do estado futuro é reduzir os tempos de entrega do


produto final. A partir da eliminação dos desperdícios, essa etapa está dentro das
ações de implementação e pode ocorrer de forma faseada. A seguir, a Figura 48

29 Supermercado é o estoque controlado de produtos e é comumente utilizado no sistema de


produção puxada. A produção puxada é um método de controle de produção que tenta eliminar a
produção em excesso (JONES; WOMACK, 2004).
Capítulo 6 - Mentalidade enxuta e mapeamento de fluxo de valor 102

demonstra as adequações realizadas a partir do mapa do estado atual são possíveis


algumas mudanças, mas as principais são: a inserção de alguns supermercados,
uma produção puxada, além da eliminação de estoques com um resultado final de
redução do lead time.

Figura 48 - Exemplo de Mapa do Estado Futuro

Fonte: ROTHER; SHOOK (2004).

6.3. Análise de processos utilizando MFV

O MFV é uma ferramenta da mentalidade enxuta que têm se mostrado útil


para análise de processos no ramo da construção civil. Lacerda (2013) cita
exemplos de casos da literatura, em que ocorreu a aplicação da ferramenta além da
cadeia de suprimentos, como em obras da área de construção civil e em processos
da engenharia, tanto na parte de projetos, quanto na área administrativa. Pires e
Fontanini (2017) aplicaram a ferramenta na área de telecomunicações, a partir de
um estudo de caso em abrigo para equipamentos de telecomunicações de uma
ERB, o abrigo que era moldado in loco e utilizava a tecnologia PVC concreto.

Outro autor encontrado na literatura que confirma o uso do MFV como


ferramenta para obras de característica linear e que, a partir dos conceitos da
mentalidade enxuta, cria meios de aplicar o fluxo contínuo, evitando atrasos é
Capítulo 6 - Mentalidade enxuta e mapeamento de fluxo de valor 103

evidenciado em Bulhões (2009). A partir da aplicação dessa ferramenta e também


da linha de balanço, o autor descreveu os pontos positivos encontrados com o uso
desta ferramenta, assim como algumas dificuldades encontradas para a aplicação
do MFV adequado aos processos da obra estudada, principalmente para os casos
de atividades simultâneas.

A implantação de ERBs, dependendo do projeto, se apresenta como obra


de característica linear30. Esse tipo de obra requer atenção na gestão do fluxo das
atividades, de maneira a ocorrer fluxo contínuo, evitando assim interrupções que
acarretam desperdícios. Ala-Risku et al. (2010) mostram essa importância em sua
análise, a partir de um projeto em larga escala na implantação de ERBs, utilizando o
gerenciamento da cadeia de suprimentos, rastreamento de estoque e a atenção
dedicada devido à complexidade do projeto permitiu resultados positivos, entre eles,
redução dos prazos de entrega e aumento da satisfação do cliente.

Outros estudos também na área da telefonia móvel apresentam a


importância e os benefícios encontrados no planejamento contínuo das atividades
deste setor, pois como dito anteriormente, possui a complexidade por envolver
grande número de agentes na cadeia produtiva. Collin (2003) apresenta em seu
estudo de caso, em uma operadora da rede GSM na Europa, a necessidade de
redução no prazo de entrega das implantações de ERBs. Collin e Lorenzin (2006)
retratam um estudo dentro da empresa Nokia Networks, acerca da necessidade de
se fazer mais com menos, utilizando os conceitos de planejamento contínuo para
melhoria no gerenciamento da cadeia de suprimentos de forma ágil.

A implantação de ERB é composta pelo processo produtivo de uma


família de produtos, como a torre, o abrigo de equipamentos, o sistema de energia, o
cercamento ou alambrado e portão, além das informações antes e depois do início
da obra e toda a parte documental. Uma maneira mais eficiente de mapear essa
família de produtos é a partir do mapeamento de fluxo de valor estendido.

30A característica linear está associada a ao comportamento da obra, no caso da ERB é uma obra
com estágios bem definidos e previsíveis, todas as informações são levantadas no início, permitindo
o planejamento detalhado. Um exemplo, a montagem da torre não pode ocorrer antes da própria
fundação da torre e as atividades de infraestrutura ou qualquer outra, não podem ocorrer durante a
montagem da torre.
Capítulo 6 - Mentalidade enxuta e mapeamento de fluxo de valor 104

Segundo Jones e Womack (2004) o fluxo de valor estendido é toda a


ação desde a obtenção da matéria prima até o produto acabado nas mãos do
consumidor. Os autores ainda descrevem que esse mapa pode ser utilizado para
produtos que ainda estão em fase de planejamento, assim o fluxo deverá
corresponder da mesma maneira.

Este tipo de mapa é composto por dois fluxos: pedidos originados do


cliente ao departamento de suprimentos (previsões que geram pedidos de compras)
e a matéria-prima ou recursos até o produto acabado e entregue ao cliente (JONES;
WOMACK, 2004).
Capítulo 7 - Método de pesquisa 105

7. MÉTODO DE PESQUISA

O método definido para a condução da pesquisa é o design science


research, utilizando dados reais a partir de um estudo de caso. Este método
mostrou-se mais adequado por buscar soluções em situações reais e passar pela
avaliação de especialistas.

7.1. Design Science Research (DSR)

O método design science research, também conhecido como constructive


research, tem sido comumente utilizado nas pesquisas de determinadas áreas de
estudos. Uma destas áreas é a de Ciências Tecnológicas. O interesse pelo método
tem ocorrido devido à necessidade de pesquisas com maior rigor e relevâncias,
estudos que não fiquem apenas no meio acadêmico, mas que sejam aplicáveis no
mundo real, traduzindo a linguagem da academia para gestores, sendo possível
maior aplicabilidade e solução de problemas do cotidiano.

De acordo com Dresch, Lacerda e Antunes Júnior (2015), um dos


responsáveis pelo surgimento e disseminação do conhecimento deste método de
estudo, foi Herbert Simon, ao publicar em 1969 o livro “As ciências do artificial”.
Mesmo sendo voltado para as áreas de gestão, pesquisadores de qualquer área,
que buscam atingir soluções práticas para problemas teóricos, têm se interessado
desde então por esta forma de condução dos estudos.

Segundo Dresch, Lacerda e Antunes Júnior (2015), outro grande


propulsor do assunto foi Van Aken, que também criticava a falta de relevância nos
estudos publicados. Ratificava a importância de estudos que fizessem link entre o
mundo teórico e prático. Autores distintos descreveram métodos, a fim de que
pudesse aplicar a design Science. Os métodos são semelhantes, contudo há
diferenças entre nomenclaturas, pois estas variam de acordo com o conceito que
cada autor possui em relação ao design science.

Com o objetivo de se obter uma investigação mais assertiva foi proposto


dentro do método DSR o estudo de caso. A conexão entre esses dois métodos
permite uma observação pelo estudo de caso e uma condução com respaldo técnico
pelo método DSR possibilitando maior replicação em casos futuros ou até mesmo
dentro das empresas.
Capítulo 7 - Método de pesquisa 106

7.2. Estudo de caso

O estudo de caso é um método comumente utilizado em pesquisas de


diferentes áreas. É um método para um estudo intenso e árduo de um ou mais
objetivos, possibilitando um conhecimento vasto e minucioso (GIL, 2002). O objetivo
do estudo de caso é descrever, detalhar e explicar o objeto, podendo ser esta uma
pessoa, uma instituição, um grupo de pessoas, um evento, etc.

Segundo Yin (2005), o estudo de caso alcança com a clareza do


planejamento, da coleta e da análise dos dados. O autor também confirma que a
escolha poderá ser de um caso único ou múltiplos casos, com questionamentos
qualitativos ou quantitativos. Gil (2002) descreve o estudo de caso como um método
sem roteiro endurecido quanto ao delineamento e apresenta quatro etapas que
podem ser seguidas para a condução do estudo.

 Definição do caso: Essa primeira etapa consiste nas definições


acerca do estudo de caso. Requer que o pesquisador faça uma
análise prévia de quais dados precisam ser coletados que
caracterizem o objeto de estudo em sua totalidade.

 Coleta de dados: Essa etapa será o momento de coleta dos dados


e estes podem ser obtidos pela observação, análise documental,
entrevistas, aplicação de questionários, etc. Podem ser utilizados
procedimentos qualitativos e quantitativos.

 Seleção análise e interpretação dos dados: A terceira etapa


além de selecionar os dados requer também interpretá-los. Nessa
fase é realizada uma análise criteriosa dos dados a serem
utilizados dentro das limitações do estudo. Dentro da interpretação
é importante que se evitem julgamentos implícitos, procurando
imparcialidade durante essa etapa.

 Elaboração do relatório: É a última etapa e o momento em que


serão relatadas as informações. É importante que seja descrita a
maneira de coleta dos dados, as teorias que foram consideradas
de base e o relato da validade dos dados. O relatório precisa ser
conciso e assertivo, podendo ser um relatório final ou parcial.
Capítulo 7 - Método de pesquisa 107

7.3. Escolha do método

A design science foi escolhida como método para desenvolvimento desta


pesquisa, após considerar os seguintes elementos:

 É um método conhecido e tem sido comumente utilizado na


comunidade acadêmica para desenvolver artefatos;

 Possui um processo de condução faseado, permitindo analisar


cada processo seguido no desenvolvimento da pesquisa.

A fim de se obter uma pesquisa robusta, e também como forma de auxílio


para descrição de todos os processos da design science, foi utilizado o modelo de
processos de Peffers et al. (2007), caracterizado e adaptado na Figura 49. Pela
figura, é possível se orientar, pelas 6 etapas que formam o processo, as quais serão
detalhadas nos próximos itens.

Figura 49 - Modelo de processo de DSR

Fonte: adaptado de Peffers et al. (2007).

I. Identificação do problema e motivação: Durante essa primeira etapa é preciso


descrever os motivos principais que levaram a existência da pesquisa, avaliando
ainda sua relevância, qual foi o problema identificado e quais as perspectivas
para a solução deste.

II. Definição dos objetivos para a solução: Após identificar e caracterizar o


problema, na primeira etapa, definem-se as expectativas de resultados para
resolução do problema mapeado.
Capítulo 7 - Método de pesquisa 108

III. Criação e desenvolvimento do artefato: O método de pesquisa design science


possui como característica principal, a criação de um artefato para solucionar um
problema real. É nesta etapa que se realiza essa atividade onde é importante
que sejam feitas considerações relevantes para a criação deste artefato, como
sustentação na literatura, desenhar o escopo e descreve o desenvolvimento
para atingir os objetivos propostos.

IV. Demonstração do artefato: Após criação do artefato, há o momento de


demonstrar como ele será utilizado. As formas de teste podem ser aplicadas por
experimentos, simulações, entre outras, que, geralmente, são definidas na etapa
anterior.

V. Validação do artefato: Nesta etapa, ocorre a validação de requisitos do


artefato. Os requisitos definidos como forma de resolução do problema serão
verificados e, caso não aprovados, é possível retornar a etapa de
desenvolvimento e criação para readequação ou mudança do artefato.

VI. Comunicação: Neste momento ocorrem as comunicações às partes


interessadas no assunto, podendo ser as academias, profissionais da área,
patrocinadores, entre outros. É importante que a comunicação seja clara e
apresente o rigor da pesquisa, se foi possível atingir o objetivo esperado e qual
foi o caminho percorrido pelo pesquisador.

7.4. Delineamento

As etapas para desenvolvimento desta pesquisa, foram elaboradas a


partir dos processos descritos anteriormente, baseados principalmente na literatura.
Conforme apresentado no Capítulo 2, o processo de conhecimento profundo da
literatura foi acrescido a partir do método descrito por Alturki, Gable e Bandara
(2011).

A Figura 50 descreve as etapas do delineamento desta pesquisa,


adaptada do método de Peffers et al. (2007). Incluíram ao método proposto as
saídas (produtos gerados a cada etapa) obtidas durante a condução do estudo. O
delineamento permite orientação das entradas e saídas de informações e os
resultados obtidos a cada etapa, possibilitando uma melhor visualização da
condução desta pesquisa.
Capítulo 7 - Método de pesquisa 109

Figura 50 - Delineamento da pesquisa

Fonte: autoria própria.


Capítulo 7 - Método de pesquisa 110

7.4.1. Conscientização do problema (1)

Essa etapa foi fundamental no início da pesquisa, pois, a partir do


mapeamento sistemático da literatura, teve-se uma visão mais detalhada sobre o
tema e aprofundou-se no problema inicialmente identificado. A partir dos resultados
do mapeamento foi possível identificar a lacuna de conhecimento nos processos
construtivos das ERBs. Desta forma, verificou-se a possibilidade de criar diretrizes
que possibilitem melhorias nos sistemas e processos construtivos em implantação
das ERBs.

Outro fator importante foi a aplicação do Questionário Diagnóstico,


inicialmente aplicado ao público tanto da academia e das empresas do setor. O
questionário foi aplicado apenas de forma eletrônica, a partir da plataforma Google
Forms. O modelo do questionário utilizado encontra-se no Apêndice B. A aplicação
do questionário permitiu confirmar a lacuna referente ao problema de pesquisa
inicialmente identificado e também o conhecimento do público acerca do assunto.

7.4.2. Definição dos objetivos para a solução (2)

Após confirmar, nos resultados do MSL, a ausência de aplicação do


método DSR para elaboração de melhores práticas no planejamento e gestão das
obras de implantação das ERBs, foi possível estabelecer o artefato identificado para
esse problema: diretrizes.

Os resultados do MSL, assim como o refinamento a partir das respostas


recebidas com a aplicação do questionário, permitiram definir o método e artefato.
Também permitiu entender que o assunto apresentado é relevante e proverá
contribuições significativas em áreas distintas da academia, despertando o interesse
dos colegas da Engenharia Elétrica, Economia, Administração, entre outros para
entender a cadeia produtiva e os processos construtivos atualmente aplicados.

7.4.3. Criação e desenvolvimento do artefato (3)

O artefato é criado a partir de estudo real e embasamento da literatura


existente. Essa pesquisa utilizará um estudo de caso da implantação de uma ERB
de uma operadora de telecomunicações do Brasil. Serão demonstradas todas as
etapas de implantação dessa ERB. Esses relatos foram feitos a partir da análise
Capítulo 7 - Método de pesquisa 111

documental, projetos e cronograma para melhor entendimento de cada etapa deste


tipo de obra.

A partir da análise dos processos para a implantação dessa estação do


estudo de caso, foi elaborado um mapa de fluxo do estado atual e validado pelo
gestor responsável pela obra. Na sequência foram avaliadas as condições para
proposta de um mapa do estado futuro, identificando os pontos de desperdício.
Desta forma foi possível identificar a dimensão da cadeia produtiva e sugerir
melhorias em algumas etapas do processo de implantação da ERB observada.

7.4.4. Demonstração do artefato (4)

Com as informações mapeadas, foi possível uma análise crítica de


atendimento dos prazos, impactos gerados, se houve riscos mapeados ou como foi
realizada a gestão destes prazos, se os envolvidos tinham conhecimento da cadeia
produtiva e se a escolha dos sistemas construtivos impactou em algum momento do
processo de forma positiva ou negativa.

Após análise dos resultados encontrados, e de entrevista com os


envolvidos da obra, houve um comparativo desta situação de caso real com os
resultados encontrados pelo MSL, a literatura e as respostas obtidas no
Questionário Diagnóstico. Assim foi possível elaborar as diretrizes que permitirão
aos tomadores de decisão trabalhar os processos para gerenciar melhor os sistemas
e processos construtivos para a implantação das ERBs.

As diretrizes foram elaboradas em uma linguagem técnica, direcionada ao


público avaliador. Permitindo durante o processo de validação, o entendimento tanto
dos avaliadores da área acadêmica, quanto aos que estão lidando diariamente com
esse assunto em suas obras e projetos. Também são diretrizes passíveis de
aplicação durante o período de planejamento, mas que atendam também a
possíveis mudanças de decisão durante o andamento das obras, permitindo
tomadas de decisão para minimizar impactos negativos nos cronogramas das ERBs.

7.4.5. Validação do artefato (5)

As diretrizes foram validadas a partir de um questionário encaminhado


eletronicamente, via plataforma Google Forms. Foram enviadas as diretrizes e o
Capítulo 7 - Método de pesquisa 112

questionário, denominado Questionário de Diretrizes para os especialistas da área


tanto da academia quanto de empresas.

Essa etapa é importante pois transmite se as diretrizes correspondem


com a realidade e a possibilidade de aplicabilidade por aqueles que no dia a dia são
responsáveis pelas tomadas de decisão e gerenciamento destas obras. Os
avaliadores tiveram a liberdade de sugerir alterações para nova análise e adaptação
de uma versão final.

7.4.6. Comunicação

A comunicação formal se dá pela própria universidade em seu banco de


dados, após trâmites de aprovação da pesquisa. Contudo uma vez publicada a
pesquisa no banco de dados, as empresas participantes também serão
comunicadas para identificar os resultados finais e futuras oportunidades de
estudos.
Capítulo 8 - Resultados 113

8. RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados obtidos durante a realização da


pesquisa. Serão apresentados os dados obtidos a partir da aplicação do
Questionário Diagnóstico e as informações observadas e registradas através da
realização do Estudo de Caso em uma obra de implantação de ERB.

8.1. Questionário Diagnóstico

A lista de participantes foi composta de docentes, pesquisadores,


fornecedores de produtos e prestadores de serviço na área de telecomunicações,
relacionados à implantação de ERBs, montagem de torres, rádios e antenas. Há
também consultores, empresas de projetos e colaboradores das principais
operadoras de telefonia do país. O objetivo era direcionar o questionário para um
público que tivesse conhecimento técnico das ERBs e seus processos construtivos.
Obteve-se o contato de 60 pessoas que, receberam o questionário eletrônico via
plataforma Google Forms.

O questionário completo, pode ser visto no Apêndice B. O mesmo ficou


disponível na plataforma online durante um mês para os participantes. Cada um
recebeu um e-mail com o respectivo link da plataforma. O questionário era composto
de 15 perguntas, sendo essas perguntas distribuídas da seguinte forma:

 Questões 01 e 02 estavam relacionadas ao preenchimento do


TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido). Esse termo é
uma exigência do Comitê de Ética e permite ao entrevistado estar
ciente das condições e seus direitos durante a participação da
pesquisa. Caso o participante não concorde com as condições do
termo, ele não poderá responder ao questionário.

 Questões 03 a 08 foram elaboradas para caracterização dos


participantes, composta por perguntas gerais relacionadas à idade,
formação, tempo e cargo na empresa que atual e nível de
conhecimento na área de telecomunicações.

 Questões 09 a 11 buscavam entender a maneira que desenvolviam


o planejamento das obras de ERBs e como os participantes, ou
suas empresas, gerenciavam os prazos das obras.
Capítulo 8 - Resultados 114

 A questão 12 estava relacionada aos sistemas construtivos e


procurava compreender o agente motivados das escolhas destes
sistemas. Envolvendo mais a fase de planejamento estratégico e
como as empresas atuam na definição desses sistemas.

 A questão 13 buscava saber acerca dos indicadores de


desempenho da cadeia de suprimentos. Uma questão com objetivo
de identificar a atuação da cadeia dentro dos processos de
implantação da ERB e, ao mesmo tempo, identificar o controle e
monitoramento da empresa sobre seus fornecedores.

 A questão 14 estava relacionada a gestão dos processos a fim de


identificar a opinião dos participantes sobre a participação nos
processos e assim avaliar se estes estão abertos a mudanças.

 A questão 15 visa obter uma visão geral dos participantes com


relação as melhorias identificadas nas futuras implantações de
ERBs (inferiu-se que há melhorias a serem realizadas). Buscando
situações dentro da experiência dos participantes. Assim como a
questão 14 contribuiu durante a elaboração das diretrizes.

Como participação efetiva na pesquisa, obtiveram-se 15 questionários


respondidos, equivalente a 25% de participação. Dentre os efetivos participantes
estão fornecedores e prestadores de serviço na área de telecomunicações,
professores e colaboradores de algumas operadoras de telefonia do país. Ainda
sobre o perfil dos participantes efetivos, 60% destes possuem nível de escolaridade
de pós-graduação e 40% ocupam cargo gerencial na empresa em que estão
atualmente. Essa informação é importante, pois entende-se que estes profissionais
são tomadores de decisão em algum momento, dentro do processo em que atuam.

Um fator que também foi obtido dentro das questões relacionadas ao


perfil do participante é que todos consideram seu nível de conhecimento na área de
telecomunicações entre alto e muito alto, sendo que 33,3% consideram como muito
alto seu nível de conhecimento. Houve apenas um participante que declarou possuir
mais de 10 anos na empresa atual e considera seu nível de conhecimento muito alto
Capítulo 8 - Resultados 115

e não foi encontrado nenhum participante em cargo de Direção que declarou grande
conhecimento.

8.1.1. Análise das respostas

As primeiras perguntas do questionário foram direcionadas para conhecer


o perfil do participante e as demais perguntas foram direcionadas ao tema da
pesquisa e entender a opinião dos participantes em relação às suas experiências
vividas na implantação de ERBs. Suas respostas foram analisadas e serão
comentadas nas figuras a seguir.

Um dos questionamentos buscava saber quais as ferramentas atualmente


utilizadas pelas empresas para gerenciar os prazos de implantação das ERBs e com
que frequência as obras ocorrem dentro dos prazos planejados. A Figura 51
demonstra que a maioria das empresas dos entrevistados utiliza como ferramenta
de controle o Excel para acompanhamento dos prazos. No aspecto de atendimento
aos prazos, 80% declararam que as obras quase sempre ocorrem dentro do prazo.
O restante informou que os prazos quase nunca são atendidos e foi possível
perceber que essas empresas utilizam apenas o Excel como ferramenta de
acompanhamento.

Figura 51 - Tipos de ferramentas utilizadas

Ferramenta própria
Tipo de ferramenta utilizada para

Excel e Oracle
planeamento

Apenas MS Project

MS Project e Excel

Apenas excel

0 2 4 6 8 10

Quantidade

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 116

Buscou-se entender na opinião dos participantes, quais seriam os


principais agentes dos prazos, ou seja, identificar os principais causadores dos
atrasos na implantação das ERBs. A Figura 52 mostra que o principal responsável,
na opinião dos participantes, é a cadeia de fornecedores. Em segundo lugar,
apontaram a falta de planejamento. Aqui cabe uma reflexão acerca da definição de
valor ao cliente, até que ponto as empresas apresentam aos seus fornecedores
envolvidos no processo quais atividades agregam valor e são importantes para
atender determinadas atividades, ou seja, manter o fluxo contínuo.

Figura 52 - Responsáveis pelos desvios nos prazos de implantação

Adequação do projeto à realidade de campo


Responsáveis pelos desvios nos

Retirada de chaves para acesso


Leis e Licenças
Burocracia
prazos

Outros
Projetos Inadequados
Falta de planejamento 2º
Falta de recursos
Desempenho da cadeia de suprimentos 1º
Logística

0 2 4 6 8 10 12

Nº de respostas

Fonte: autoria própria.

A Figura 53 pode ser comparada com outra resposta obtida pelos


participantes, que está relacionada a indicadores de desempenho da cadeia de
suprimentos. Ao serem questionados da maneira como é realizada a medição da
satisfação da cadeia de suprimentos na empresa, percebe-se que esse termômetro
fica sob responsabilidade do engenheiro da obra.

Como pode ser visto na Figura 53, percebe-se que 73,3% declararam que
as empresas em que atuam medem a satisfação por meio de indicadores que são
controlados pelos gerentes das obras. É possível perceber que talvez algumas
empresas não estejam com seus processos bem mapeados e os responsáveis bem
definidos, pois se a cadeia de suprimentos é a principal responsável pelos atrasos
nos prazos de implantação, então é importante que sejam definidos indicadores
específicos para analisar seu desempenho. Este papel não cabe apenas ao Gerente
Capítulo 8 - Resultados 117

da obra, mas principalmente à área de Supply Chain, que é responsável pela


seleção e contratação destes agentes.

Figura 53 - Medição da satisfação da cadeia de suprimentos pela empresa

Sentimento do Gerente da Obra


Medição da satisfação da cadeia de

Não são medidos


Relatórios Sistema ERP
Pesquisa de satisfação
suprimentos

Outros
Indicadores controlados pelo Gerente 73,3%
Pesquisas pela área de Supply Chain
Reuniões Periódicas
Indicadores do SGQ

0 2 4 6 8 10 12

Nº de respostas
Fonte: autoria própria.

A ausência ou definição de processos pode contribuir negativamente para


todo o processo produtivo e gerar desperdícios. O mapeamento de processos é uma
ferramenta importante para identificar esses possíveis desperdícios ou pontos de
melhoria em determinado processo. A literatura nos mostra que a definição de valor
e enxergar os processos de forma clara permitem identificar os desperdícios e
melhorar processos para tornar a produção mais efetiva.

Outra questão apresentada no questionário que procura entender a


opinião dos participantes em relação à definição de processos e os benefícios para a
implantação de ERBs pode ser vista na Figura 54. Nesta figura, é possível perceber
que 60% dos participantes acredita que, ao definir os processos é possível uma
melhoria conjunta de planejamento e execução das obras. O restante dos
participantes (40%), acreditam que a melhoria também ocorrerá nestas atividades.
Destes 40%, metade entende que será apenas no planejamento e a outra metade
na execução da obra.
Capítulo 8 - Resultados 118

Pontos de melhoria após definição Figura 54 - Melhorias na implantação com a definição de processos

Melhor execução da obra 20%


dos processos

Melhor planejamento 20%

Melhor planejamento e execução da obra 60%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Percentual de respostas

Fonte: autoria própria.

O questionário buscou também identificar a maneira com que as


empresas definem seus sistemas construtivos. Conforme literatura apresentada, há
diferentes sistemas construtivos para os abrigos e outros elementos da ERB, uma
vez que sua composição dependerá da demanda do sistema a ser instalado para
aquele local e recursos disponíveis. A resposta é apresentada na Figura 55, que
demonstra em primeiro lugar que a escolha é feita para os sistemas de menor custo
e, em segundo, que atendam as normas técnicas.

Figura 55 - Justificativa para escolha dos sistemas construtivos

Normas técnicas nacionais e



Escolha dos sistemas construtivos

internacionais

Análise minuciosa para cada escolha

Menor custo 1º

Melhores Práticas Telebrás

De acordo com a prática e anos de


experiência

0 2 4 6 8 10 12 14

Nº de respostas

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 119

Uma análise da Figura 55 é a comparação e relação com a questão de nº


15. O fechamento do questionário procura identificar na opinião dos participantes
acerca de melhorias durante a implantação. As respostas estão demonstradas na
Figura 56, onde percebe-se que em primeiro lugar é apontada a necessidade de
sistemas construtivos mais rápidos e eficazes, e em segundo, maior engajamento
dos parceiros.

Assim pode-se entender que se atualmente os sistemas construtivos são


definidos pelo baixo custo, talvez não estejam sendo escolhidos sistemas rápidos,
caso contrário este item não iria aparecer como principal item a ser melhorado.
Outra questão é o engajamento dos parceiros, na qual, retomando o conceito de
valor, indica que, provavelmente, aquele fornecedor ou prestador de serviço que
oferece o menor custo, não entende o conceito de valor e seu papel na cadeia
podendo gerar retrabalhos e em alguns casos elevando o custo final da obra.

Figura 56 - Melhorias para a implantação de ERBs

Outros
Pontos a serem melhorados

Sistemas construtivos mais rápidos e



eficazes

Maior engajamento de parceiros


(clientes e fornecedores)

Dedicação de maior tempo em planejamento

Execução da obra por empresas mais


estruturadas

0 2 4 6 8 10

Quantidade de respostas

Fonte: autoria própria.

Ao final do questionário foi disponibilizado um espaço para comentário, no


qual alguns dos participantes relataram dificuldades das empresas em desenvolver
melhor seus projetos, a fim de que haja redução no custo final, dificuldades nos
processos de licenciamento que geram prazos maiores que o planejado, pois
dependem de outras áreas. Também foi apontada a necessidade de baixo custo de
empresas pequenas, que acabam oferecendo serviços de menor qualidade, e
equipe desqualificada para a implantação das ERBs.
Capítulo 8 - Resultados 120

8.2. Estudo de Caso

O principal objetivo do estudo de caso foi acompanhar todos os processos


e sistemas construtivos durante a implantação de uma ERB. Assim, procurou-se
entender a estrutura da empresa, seus processos internos, como ocorrem as etapas
que antecedem a implantação até a entrega ao cliente final.

O entendimento de todos os processos construtivos, da estrutura da


empresa e dos envolvidos no projeto permitiu entender os motivos das decisões em
cada etapa e principalmente o desenho dos mapas de fluxo de valor dos estados
atual e futuro. Assim, foi possível identificar os desperdícios no mapa atual e propor
melhorias no mapa do estado futuro.

8.2.1. Detalhes da obra

A descrição do caso real foi realizada em uma obra da Empresa X,


denominada desta forma, a fim de garantir seu anonimato. A Empresa X está
localizada na região Sul do Brasil e realiza serviços de implantação de ERBs para
diferentes operadoras de telefonia no país. Há também prestação de serviços para
outras empresas que também necessitam de uma ERB, mas para outros fins.

O objeto de contrato entre as empresas contemplava a implantação de


uma ERB em um terreno já adquirido pela empresa contratante. Além da
implantação, a Empresa X deveria executar a ativação dessa ERB com outros dois
enlaces recém implantados ao mesmo cliente nesta localidade.

Cada ERB recebe uma nomenclatura única que varia de empresa para
empresa. Neste estudo de caso, a ERB foi denominada de ERB AA e teve sua
implantação no estado do Ceará. Atualmente, o estado conta com mais de três mil
ERBs31, operadas por cinco diferentes empresas de telefonia celular. A Figura 57 e
Figura 58 ilustram a distribuição geográfica das torres no estado e mais
precisamente sua aglomeração na capital Fortaleza.

31Dados obtidos em <http://telecocare.teleco.cl9.com.br/telebrasil/erbs/. Acesso em Out.2018.


Capítulo 8 - Resultados 121

Figura 57 - Quantidade de ERBs no estado do Ceará

Fonte: TELEBRASIL (2018).

Figura 58 - Maior concentração na capital Fortaleza

Fonte: TELEBRASIL (2018).

A Figura 59 representa as ERBs em implantação pela Empresa X na


cidade de Fortaleza (CE). Cada torre no mapa simboliza uma ERB, sendo que a
ERB AA foi destacada com um círculo vermelho. As ERBs foram implantadas em
períodos diferenciados do ano por decisão da própria empresa.
Capítulo 8 - Resultados 122

Figura 59 - ERBs atualmente em implantação

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


8.2.2. Sistemas Construtivos

O sistema construtivo de uma ERB é o conjunto de elementos que


compõem a estação. Os materiais que constituem a torre, o abrigo, o alambrado, a
pavimentação, o portão e materiais elétricos formam juntos, este sistema construtivo.
A ERB AA teve seus sistemas construtivos definidos durante as fases de
levantamento em campo e de acordo com as necessidades do projeto, ou seja, o
sistema a ser instalado na estação.

O responsável pelo projeto relatou que as definições dos componentes da


ERB são feitas considerando o sistema que a ERB vai receber em suas instalações
e premissas do projeto inicial. Estas premissas englobam a posição das antenas na
torre, topografia do terreno, quantidade de equipamentos dentro do abrigo, consumo
de energia e dissipação térmica dentro do abrigo, entre outros.

O responsável descreveu ainda que, além dos requisitos contratuais do


cliente, são realizados estudos pela equipe de engenharia da empresa contratada
permitindo busca de soluções alternativas e viabilidade financeira. Devido às
despesas com subcontratações e logística, há momentos em que o projeto se torna
inviável do ponto de vista financeiro. Então ele descreve a importância de avaliação
das melhores soluções que sejam técnica e financeiramente viáveis.
Capítulo 8 - Resultados 123

Antes de se realizar o projeto de fundação, a empresa realizou a


sondagem durante as atividades de levantamento de campo (Site Survey). Os
relatórios de sondagem e as informações da estrutura da torre metálica são
documentos fundamentais para a elaboração do projeto de fundação da torre.

Figura 60 - Perfil de sondagem da Estação AA

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).

A Figura 60 representa um dos perfis de sondagem realizado no futuro


local da Estação AA. O relatório da empresa contratada descreveu ainda
informações relativas ao nível de água no solo, onde constava uma profundidade de
0,90 a 0,95 metros. Para este caso recomendou-se a escolha da fundação tipo
estaca raiz com diâmetro de 31,0 m e profundidade de 12,0 m as estacas. Contudo,
Capítulo 8 - Resultados 124

durante os cálculos para o dimensionamento da fundação, foi possível escolher a


fundação radier conforme detalhe visto na Figura 61 e o projeto completo no
Apêndice D.

Figura 61 - Fundação tipo radier (Estação AA)

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).

A fundação foi definida a partir de duas considerações: a primeira é o tipo


da torre, pois a partir dessa informação é que foram retirados os carregamentos,
peso da estrutura e análise de exposição ao vento. A segunda consideração é a
resistência do solo, obtida a partir da sondagem. O tipo de torre definida é a torre
metálica autoportante quadrada com altura de 60 metros. A altura da torre foi
Capítulo 8 - Resultados 125

definida como necessidade de posicionamento das antenas e essa análise é feita no


início do projeto e durante a etapa de levantamento em campo (Site Survey).

Figura 62 - Torre Metálica Autoportante (Estação AA)

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Capítulo 8 - Resultados 126

A Figura 62 ilustra uma elevação da Estação AA representando a altura


da torre definida. As principais características da torre metálica e seus acessórios
utilizados nessa estação foram:

 Perfis laminados em aço SAC-350, utilizados nas colunas da torre;

 Perfis laminados em aço A-572 G50, utilizados nas diagonais,


barras horizontais e travamentos;

 Chapas planas e conformadas em aço ASTM-A36, utilizadas em


flange base;

 Chapas planas e conformadas em aço SAC-350, utilizadas em


talas de emenda, chapas de ligação e nos montantes;

 Chumbadores em aço SAE-1045;

 Metal Solda – Eletrodo ER 7056, especificação ASW-A5-18-79;

 Parafusos estruturais com diâmetro igual ou superior a 12,70 mm,


conforme ASTM-A325. Parafusos de 9,53 mm de diâmetro,
conforme ASTM-A307, utilizados para fixar pisos de plataformas,
guarda-corpos, esteiras, escada entre outros.

O chumbador citado entre os acessórios da torre, possui função


importante e fundamental na estrutura. O chumbador é concretado juntamente com
a fundação e possui a função de ligação da torre com a fundação, exercendo assim
uma função estrutural.

Figura 63 - Chumbador (Estação AA)

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Capítulo 8 - Resultados 127

Conforme relatado pelo responsável da obra, uma das atividades de


suma importância é o correto posicionamento e alinhamento dos chumbadores antes
da concretagem. A Figura 63 ilustra o chumbador utilizado na ERB AA, suas
dimensões e as medidas necessárias para o correto posicionamento. Segundo o
responsável pela obra, antes da realização da concretagem, é realizada uma
conferência do posicionamento e nivelamento dos chumbadores.

Após as definições do tipo de fundação, torre e chumbador, são


realizados os demais detalhamentos em projeto da ERB. Foi possível perceber que
o projeto de uma ERB possui em média de 20 a 30 folhas, contudo o responsável da
obra relatou que essa quantidade pode variar em cada tipologia de ERB. A Figura 64
representa a planta de localização da ERB e de acordo com o responsável pela obra
é um detalhamento muito importante para garantir a correta locação da obra.

Figura 64 - Planta de locação da ERB AA

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Capítulo 8 - Resultados 128

A planta de locação e as principais folhas do projeto da ERB AA estão


disponíveis no Apêndice E. Em relação aos sistemas construtivos escolhidos para a
ERB AA, além da fundação e da torre metálica já citados, podem-se descrever ainda
os seguintes elementos:

I. Viga baldrame: definidas nas dimensões 0,20 x 0,40 m, com


acabamento na própria forma, alinhada e pintada na cor concreto.

II. Alambrado: o fechamento é de alambrado em tela de aço


galvanizado de 2" do fio 12, fixado em mourões de concreto de
altura total externa equivalente a 2,60m.

III. Portão: estrutura tubular de aço galvanizado, com largura de


4,00m e altura de 2,40m. Fechado em tela de arame liso 2”
galvanizado nº12 BWG, malha 2x2”. Chumbado em pilares de
concreto através de grapas reforçadas colocadas em três pontos
dos montantes.

IV. Padrão de Energia: padrão com altura máxima de 2,0 m e largura


de acordo com as especificações da concessionária de energia.
Após a instalação do medidor, é feita a colocação de grade de
proteção com cadeado de segredo e cinta nicropress.

V. Dutos subterrâneos: os eletrodutos são instalados em valas de


0,40 m de profundidade e 0,20 m de largura. São de PVC rígido
conforme dimensões especificadas em projeto, seja para elétrica
ou para fibra ótica. Possuem arame guia em seu interior e
acabamento nas extremidades com espuma expansiva.

VI. Caixas de passagem de dutos: as caixas de passagem de


elétrica e fibra ótica são de alvenaria e possuem as seguintes
dimensões: 0,6 x 0,6 x 0,8 m e as caixas de inspeção de
aterramento 0,3 x 0,3 x 0,8 m. Todas as tampas possuem as
seguintes identificações: EL – elétrica, FO – fibra ótica e AT –
aterramento.

VII. Aterramento: composto por cordoalhas para aterramento dos


equipamentos, abrigo metálico, tela de fechamento da estação,
Capítulo 8 - Resultados 129

portão, esteiramento para passagem dos cabos e para-raios


possuem dimensão de 50 mm² em cobre nu. Haste de aterramento
tipo Copperweld com núcleo de aço 1020, revestimento de cobre,
por deposição eletrolítica e camada alta, mínimo de 245 microns ø
5/8” e comprimento de 3,0 metros utilizadas com conectores tipo
FCI na malha de aterramento.

VIII. Pavimentação: Revestimento com manta geotêxtil em toda a parte


interna da ERB e após colocação da manta há uma camada de
brita nº 1 e 2 com espessura de 0,10 m em todas as áreas.

IX. Abrigo Metálico: constituído de perfis de aço laminado


galvanizado a fogo, similar a uma caixa hermética, térmica e
acústica. Dimensões: 5,0 x 2,5 x 2,8 m. Possui sistema de
climatização, prevenção e combate a incêndio e energia elétrica.

X. Sistema de Energia: composto por sistema retificador e baterias.


Têm as funções de estabilizar a alimentação dos equipamentos e
agir em caso de falhas na alimentação pela concessionária de
energia durante determinado tempo.

8.2.3. Processos Construtivos

O processo construtivo de uma ERB é definido pelo conjunto de


atividades, técnicas e procedimentos para a execução dos sistemas construtivos.
Pode-se dizer que o método como é realizada a montagem da torre, a montagem da
armadura e a concretagem da fundação, a escavação das valas para instalação do
sistema de aterramento, entre outros, forma uma sequência de etapas, denominada
de processo. Após a definição dos sistemas construtivos da ERB, ocorre a etapa de
planejamento para a implantação.

A ERB AA teve sua implantação iniciada em janeiro de 2018, contudo as


etapas que antecedem o projeto começaram um ano antes da implantação. A
empresa explicou que existem variadas etapas que antecedem o início da obra e
pode variar de escopo de um contrato para outro, dependendo do objetivo do cliente.
No caso da ERB AA, a Empresa X foi contratada para a implantação da ERB e
Capítulo 8 - Resultados 130

também para realizar os estudos e levantamentos de campo que antecedem o início


da obra.

Figura 65 - Cronograma de implantação da estação AA

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Capítulo 8 - Resultados 131

A Figura 65 corresponde ao cronograma de implantação da estação AA.


Esse cronograma é acompanhado pelo Gerente da Obra, o qual também possui
como responsabilidade o acompanhamento e a comunicação junto aos fornecedores
acerca do andamento das atividades. O cronograma detalhado, contemplando todas
as atividades que antecedem a implantação, pode ser observado no Apêndice C.

Antes do início da obra, é realizada uma reunião de alinhamento com os


envolvidos da obra. Nessa reunião são discutidos os principais pontos de atenção da
localização da obra, considerando processo logístico, acesso a obra e as
características do projeto com seu respectivo cronograma. Nesta reunião são
apresentados o cronograma e os projetos com o objetivo de esclarecimento das
possíveis dúvidas que irão surgir durante a obra.

A reunião é realizada no próprio local da obra, apenas com a equipe das


atividades de construção. O responsável pela obra informou que os demais
envolvidos (empresa de instalação do abrigo, montagem da torre e instalação do
sistema de energia e dos equipamentos) recebem o cronograma por meio eletrônico.

A equipe de construção é a primeira equipe a atuar na obra. Para o caso


da ERB AA todas as atividades foram gerenciadas pela própria empresa, com duas
equipes diferentes. Uma empresa ficou responsável pela montagem da torre e a
empresa construtora ficou responsável por todas as outras etapas, desde a
construção de toda a estação até a instalação do abrigo metálico e do sistema de
energia.

8.2.4. Mapa do estado atual

O acompanhamento do cronograma da obra permite avaliar o andamento


das atividades. Contudo não é efetivo o suficiente para identificar falhas no
processo, retrabalhos e desperdícios. Assim, para que fosse possível enxergar
melhor todo o processo construtivo da ERB AA, foi realizado o mapa de fluxo de
valor. Por ser um mapa extenso, devido à grande quantidade de atividades, foi
necessário elaborar um mapa esquemático (Figura 66) seguido pelo mapa de fluxo
completo (Figura 67) o qual será sequenciado pela descrição de cada fase
apresentada nestes mapas.
Capítulo 8 - Resultados 132

Figura 66 - Mapa do Estado Atual Esquemático

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 133

A Figura 66 representa o mapa esquemático com a distribuição de fases


dos processos de implantação da ERB AA, conforme abaixo:

 Fase 1: Representa as etapas para a construção da fundação tipo


radier para a torre metálica.

 Fase 2: São todas as etapas do processo construtivo de


infraestrutura da ERB. Consiste na fundação do abrigo, nas caixas
de passagem dos dutos subterrâneos e do sistema de aterramento,
dutos de energia e fibra ótica, alimentação elétrica, aterramento,
portão e fechamento da ERB.

 Fase 3: Representa as atividades de montagem da torre metálica.

 Fase 4: São as etapas de instalação do abrigo de equipamentos e


o sistema de energia.

 Fase 5: Instalação dos equipamentos nos racks e na torre para


funcionamento do enlace.

 Fase 6: É a fase final do processo de implantação, uma vez que,


corresponde as atividades para entrega da ERB ao cliente.

Os processos são gerenciados pela caixa central cuja identificação


principal é o de Controle da Produção. Essa denominação é genérica, pois pode
variar de acordo com a estrutura de cada empresa. É o setor da empresa que
controla as atividades pertinentes ao produto final, nesse caso, a implantação da
ERB. O departamento de Controle da Produção atua em conjunto com o Gerente do
Projeto ou a área que é responsável pelos projetos da empresa. Todas as
comunicações são feitas via meio eletrônico, representado pelas setas pretas entre
cliente, produção e fornecedores.

As cinco primeiras fases possuem interface direta com os fornecedores na


cadeia de suprimentos. Há entrega de materiais ou equipamentos em todas essas
fases, o que está representado no mapa com a seta e cada caminhão, saindo do
fornecedor em direção a cada fase. A legenda referente ao mapa de fluxo de valor
com a descrição dos principais itens pode ser vista no Anexo A. A Figura 67
representa o mapa completo da implantação.
Capítulo 8 - Resultados

Figura 67 - Mapa do Estado Atual Completo

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 135

A fase 1 representa as atividades iniciais e o processo de realização da


fundação para a torre. No caso da ERB AA é uma fundação tipo radier, portanto o
processo mapeado é para esse tipo de fundação. A seguir, é possível descrever a
duração de cada atividade e quantidade de funcionários trabalhando em cada uma,
na sequência descrita no mapa da fase 1, conforme Figura 80.

Locação da obra: A atividade consiste na marcação das dimensões da


obra de acordo com o projeto (Figura 68). É marcado o perímetro da ERB, assim
como, a posição da fundação da torre, o abrigo e cada elemento da estação. Essa
etapa possui dois operários trabalhando em um único turno. Sua duração total é de
dez dias. Nesta etapa, ocorre a entrega dos primeiros insumos da obra, como: areia,
brita, madeira, aço, cimento, entre outros.

Figura 68 - Locação da obra32

Fonte: autoria própria.

Escavação da fundação: Nesta etapa, ocorre a retirada da terra no local


em que será realizado o radier. Há o auxílio de uma máquina retroescavadeira
(Figura 69) e quatro operários. A duração total é de 12 dias. No final dessa etapa é
entregue o chumbador (Figura 70) que será colocado juntamente com a armadura
da fundação.

32 Esta figura foi alterada digitalmente para garantir o sigilo dos envolvidos no estudo de caso.
Capítulo 8 - Resultados 136

Figura 69 - Escavação do radier

Fonte: autoria própria.

Figura 70 - Entrega dos chumbadores na obra

Fonte: autoria própria.

Montagem da armação: No início desta etapa pode ser visto um


triângulo com a duração de seis dias. Este ícone representa o estoque do
chumbador que já foi entregue na obra, portanto é considerado um estoque até que
seja instalado na armação. A montagem da armação é realizada por dois operários
(Figura 71) e possui duração total de três dias.
Capítulo 8 - Resultados 137

Figura 71 - Montagem da armação33

Fonte: autoria própria.

Montagem da malha e hastes de aterramento: O sistema de malha de


aterramento contempla toda a área da ERB. Antes da concretagem e fechamento da
armação são colocadas as hastes e cordoalhas que ficarão dentro da fundação
(Figura 72). A atividade é realizada por dois operários e possui duração total de três
(dias).

Figura 72 - Cordoalha e haste de aterramento

Fonte: autoria própria.

33 Esta figura foi alterada digitalmente para garantir o sigilo dos envolvidos no estudo de caso.
Capítulo 8 - Resultados 138

Instalação do chumbador: A instalação, neste caso, ocorreu em 27 dias


após a chegada do chumbador na obra. O processo de instalação consiste no
posicionamento do chumbador dentro do bloco da fundação (Figura 73). Como a
torre da ERB AA é quadrada, então são quatro chumbadores, um para cada
montante da torre. A instalação ocorre em um dia e é realizada por quatro operários.
Nesta etapa ocorreu a conferência do posicionamento dos chumbadores conforme
gabarito e nivelamento (Figura 74 e Figura 75).

Figura 73 - Instalação do chumbador34

Fonte: autoria própria.

Figura 74 - Conferência do nivelamento do chumbador

Fonte: autoria própria.

34 Esta figura foi alterada digitalmente para garantir o sigilo dos envolvidos no estudo de caso.
Capítulo 8 - Resultados 139

Figura 75 - Conferência do gabarito do chumbador

Fonte: autoria própria.

Conferência pré-concretagem: A conferência foi realizada por dois


funcionários. Um é o Engenheiro responsável pela obra e o outro é o Encarregado
da obra. Eles realizam a conferência de todas as peças da armação conforme o
projeto. Essa atividade é realizada um dia antes da concretagem.

Concretagem da fundação: A concretagem da fundação (Figura 76)


possui duração variada pelo volume de concreto do radier. O volume de concreto
previsto para a fundação da ERB AA foi de 40 m³. A atividade foi realizada durante
um dia, seis operários envolvidos e o caminhão betoneira (Figura 77).

Figura 76 - Concretagem da fundação

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 140

Figura 77 - Caminhão betoneira

Fonte: autoria própria.

Antes da aplicação do concreto é realizado o teste de slump (Figura 78)


para conferir a trabalhabilidade do concreto e são moldados os corpos de prova
(Figura 79) para conferência da resistência do concreto (controle tecnológico) nas
idades de 7 e 28 dias. A resistência deverá atender as especificações de projeto.

Figura 78 - Teste de slump

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 141

Figura 79 - Moldes dos corpos de prova

Fonte: autoria própria.

Análise do relatório e liberação da montagem: Após a concretagem,


espera-se 7 dias para que os primeiros moldes de corpos de prova (Figura 79)
sejam rompidos. Após o rompimento, é possível analisar a resistência do concreto
aos 7 dias e ser liberada a montagem da torre. O responsável pela obra relatou que
a montagem da torre somente é liberada caso o concreto apresente uma resistência
mínima de 150 kgf/cm². Uma vez que a resistência final prevista em projeto é de 250
kgf/cm² (28 dias). No caso da ERB AA a resistência correspondeu ao esperado.

A duração total da fase 1, ou o tempo de processamento, foi de 32 dias


corridos. O tempo de processamento ou tempo de agregação de valor é a somatória
dos tempos de ciclo. Esse tempo é apresentado dentro da caixa de dados como T/C,
é a frequência com que um processo é completado

O lead time calculado para a fase 1 foi de 66 dias. O lead time é o tempo
total de duração para a realização de um produto. É o tempo do início ao fim
contemplando todos os tempos do processo, como: estoque, interrupções,
movimentação no fluxo físico, etc.
Capítulo 8 - Resultados 142

Figura 80 - Mapa do Estado Atual da Fase 1


CONTROLE DA
Planejamento Estratégico PRODUÇÃO
(Previsão Mensal)
Previsão Anual e Mensal
GERENTE DO PROJETO
Pedido de compra semanal
FORNECEDORES para início da produção
Pedidos Mensais CLIENTE FINAL

Acompanhamento Semanal

Chumbador+
Torre+Antena

FASE 2

Empreiteiro Obra
Civil e Elétrica

Chumbador

Insumos F01

Locação da Escavação da Montagem da Montagem da malha e Instalação do Conferência pré Concretagem Análise do relatório e
obra fundação E armação E hastes de aterramento E chumbador concretagem da fundação E liberação da montagem

2 4 2 2 4 2 6 1
6 dias 9 dias 12 dias 7 dias
T/C = 10 dias T/C = 12 dias T/C = 3 dias T/C = 3 dias T/C = 1 dia T/C = 1 dia T/C = 1 dia T/C = 1 dia
TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0
Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1

Lead Time de
6 dias 9 dias 12 dias 0 0 7 dias Produção = 66 dias
0
10 dias 12 dias 3 dias 3 dias 1 dia 1 dia 1 dia 1 dia Tempo de
Processamento =
32 dias

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 143

A fase 2 foi o processo mais longo da ERB AA, por ser a infraestrutura de
toda a ERB. Nesta fase, foram executadas as instalações elétricas e de fibra ótica, o
fechamento e acesso, a fundação para o abrigo e o sistema de aterramento. A
seguir, pode-se verificar a descrição de cada etapa desse processo construtivo
conforme sequência apresentada na Figura 96.

Escavação das valas: Essa atividade foi realizada manualmente por


quatro operários em seis dias. Consiste na retirada de terra para execução da viga
baldrame em todo o perímetro da ERB. O projeto da ERB AA previa fechamento em
alambrado com mourões e a viga baldrame serve de base para o apoio destes
elementos.

Armação da viga baldrame: Ao ser concluída a escavação, foi possível


colocar a armadura da viga baldrame (Figura 81). A armadura foi montada por
quatro operários em dois dias. O Engenheiro responsável pela obra informou que a
armadura foi comprada cortada e dobrada. Os dois dias de duração são para o
posicionamento da armação nas valas.

Figura 81 - Viga baldrame com a forma e armação

Fonte: autoria própria.

Escavação dos dutos: Essa atividade consiste na escavação das valas


para a passagem dos dutos subterrâneos de energia e fibra ótica (Figura 82). Os
dutos subterrâneos da ERB AA podem ser vistos na Figura 116 do Apêndice E. A
atividade de escavação foi realizada manualmente por dois operários em dois dias.
Capítulo 8 - Resultados 144

Figura 82 - Vala para passagem do eletroduto

Fonte: autoria própria.

Execução das caixas de passagem: As caixas para passagem dos


dutos da ERB AA (Figura 83) foram executadas por dois operários em quatro dias.
Também foi utilizada uma betoneira para o apoio na produção da massa utilizada na
execução das caixas.

Figura 83 - Execução de caixas de passagem

Fonte: autoria própria.

Escavação da fundação do abrigo: A fundação para instalação do


abrigo é simples (Figura 84), tipo radier, pois foi dimensionada para receber o peso
do abrigo e equipamentos. Assim, o volume escavado era pequeno e foi possível
realizar a atividade em um único dia por dois operários.
Capítulo 8 - Resultados 145

Figura 84 - Base do abrigo metálico

Fonte: autoria própria.

Armação da fundação: Por ser uma fundação simples, não foi


necessária grande quantidade de aço e este também foi comprado cortado e
dobrado. Para essa atividade, foram utilizados dois operários e a duração foi de um
dia (Figura 85).

Figura 85 - Armação do abrigo metálico

Fonte: autoria própria.

Concretagem da fundação: Nesta etapa são entregues os demais


insumos a serem utilizados na fase 2. A concretagem da fundação durou um único
dia e contou com quatro operários e um caminhão betoneira que forneceu o
concreto. A Figura 86 representa a atividade de acabamento na base, após a
concretagem O Engenheiro responsável pela obra informou que, em alguns casos, a
concretagem da fundação da torre é feita juntamente com a concretagem da
fundação do abrigo, mas não foi o caso da obra da ERB AA.
Capítulo 8 - Resultados 146

Figura 86 - Acabamento após a concretagem

Fonte: autoria própria.

Instalação dos dutos: A instalação dos dutos subterrâneos foi feita por
dois operários em dois dias. Um dia foi para a colocação dos dutos e o segundo
para o aterro das valas em que os dutos foram colocados. No caso da Figura 87, o
eletroduto está concretado na base.

Figura 87 - Eletrodutos instalados

Fonte: autoria própria.

Instalação dos mourões: A instalação dos mourões foi realizada em dois


dias por dois operários. Essa atividade consiste no posicionamento e alinhamento
dos mourões na vida baldrame para que possa ocorrer a concretagem e fixação
destes na viga (Figura 88).
Capítulo 8 - Resultados 147

Figura 88 - Instalação do mourão de concreto

Fonte: autoria própria.

Concretagem da viga baldrame: Após a colocação dos mourões, é


realizada a concretagem da viga baldrame no perímetro da ERB. É uma atividade
realizada em um único dia por três operários e há o uso da betoneira para a
produção do concreto que preenche as vigas (Figura 90 e Figura 89).

Figura 89 - Betoneira utilizada para a concretagem das vigas

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 148

Figura 90 - Concretagem da viga baldrame

Fonte: autoria própria.

Execução da malha de aterramento: A malha de aterramento consiste


na colocação das hastes, passagem das cordoalhas e grampos em que serão
fixadas (Figura 91). A atividade teve a duração de três dias e foi realizada por quatro
funcionários. Após a instalação da malha, as valas foram novamente aterradas e o
solo compactado, para evitar erosões.

Figura 91 - Malha de aterramento

Fonte: autoria própria.

Execução do padrão de energia: O padrão de energia foi executado por


dois operários em dois dias. O padrão é comprado pronto, contudo os dois dias são
para a instalação e acabamento com mureta em alvenaria.

Instalação do alambrado e portão: A instalação do alambrado e do


portão garantem maior segurança a área da obra e futuramente da ERB (Figura 92 e
Capítulo 8 - Resultados 149

Figura 93). Foi uma atividade realizada por quatro operários e durou seis
dias. Foi fixado o portão e instalado o alambrado e a concertina em todo o perímetro
da ERB.

Figura 92 - Portão instalado

Fonte: autoria própria.

Figura 93 - Alambrado e concertina instalados

Fonte: autoria própria.

Instalação das tampas das caixas de passagem: As tampas das caixas


de passagem de elétrica, fibra ótica e aterramento foi concluída em dois dias e
realizada por dois operários. Foi uma atividade de instalação, vedação e
identificação das tampas (Figura 94).
Capítulo 8 - Resultados 150

Figura 94 - Tampa da caixa de passagem e inspeção de aterramento

Fonte: autoria própria.

Colocação da brita: Após concluída todas as atividades, foi aplicada a


manta geotêxtil e a brita para a pavimentação da ERB (Figura 95). Essa atividade foi
realizada por dois operários em um dia e permitiu a chegada das peças da torre e
sua colocação dentro da área da ERB sem contato com o solo, evitando sujeira nas
peças.

Figura 95 - Aplicação da brita

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 151

Figura 96 - Mapa do Estado Atual da Fase 2


CONTROLE DA PRODUÇÃO
Planejamento Estratégico
GERENTE DO PROJETO
(Previsão Mensal)
Previsão Anual e Mensal
Pedido de compra semanal
Acompanhamento Semanal
para início da produção Pedidos Mensais
CLIENTE FINAL
FORNECEDORES

Chumbador FASE 1

Chumbador+
Torre+Antena
Insumos F01
FASE 3

Empreiteiro Obra Civil Insumos F02


e Elétrica

Escavação Armação da viga Escavação Execução das caixas Escavação Armação da Concretagem E Instalação Instalação Concretagem
das valas baldrame dutos de passagem fundação abrigo fundação da fundação dos dutos E mourões E viga baldrame

4 4 2 2 2 2 4 2 2 3
1 dia 3 dias 5 dias
T/C = 6 dias T/C = 2 dias T/C = 2 dias T/C = 4 dias T/C = 1 dia T/C = 1 dia T/C = 1 dia T/C = 2 dias T/C = 2 dias T/C = 1 dia
TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0
Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1

E
6 dias
Execução da malha Execução do Instalação Instalação tampas Colocação da
de aterramento E padrão de energia E Alambrado e Portão E caixas de passagem E brita

4 2 4 2 2
9 dias 11 dias 17 dias 26 dias
T/C = 3 dias T/C = 2 dias T/C = 6 dias T/C = 2 dias T/C = 1 dia
TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0 TR = 0
Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1 Turno = 1
Lead Time de
Produção = 114
0 0 0 15 dias 9 dias 11 dias 17 dias 26 dias dias
6 dias 2 dias 2 dias 4 dias 11 dias 2 dias 6 dias 2 dias 1 dia Tempo de
Processamento =
36 dias

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 152

A fase 3 é iniciada somente após o término da fase 2. É o processo de


montagem da torre metálica, seus acessórios e antena. Conforme relatado pelo
Engenheiro responsável pela obra da ERB AA, nenhuma atividade pode ser
executada em paralelo por medidas de segurança. Isso ocorre, porque qualquer
atividade estaria em baixo da torre e durante a montagem há risco de queda de
peças. A seguir, pode-se verificar a descrição de cada etapa do processo construtivo
da fase 3, conforme apresentado na Figura 105.

Conferência pré-montagem: A fase 3 se inicia com a entrega da torre na


obra. A torre chega na obra em peças individuais e pintadas. A conferência feita
antes da montagem ocorre a partir da lista de materiais e das peças que possuem
um código de identificação. A lista de materiais é parte do Caderno de Montagem,
documento enviado juntamente com a torre que se refere as instruções de
montagem da torre. A atividade é realizada pela equipe de montagem (4 operários) e
dura um dia.

Instalação dos montantes: Os montantes são as peças principais da


torre e sua instalação é feita a partir do seu posicionamento e fixação nos
chumbadores da fundação. É uma etapa executada por cinco operários e possui
duração de um dia.

Figura 97 - Instalação do montante35

Fonte: autoria própria.

35 Esta figura foi alterada digitalmente para garantir o sigilo dos envolvidos no estudo de caso.
Capítulo 8 - Resultados 153

Pré-montagem em solo: A pré-montagem da torre é uma atividade de


montagem das peças menores em solo. Assim, ocorre a subida de peças maiores
permitindo mais agilidade durante a montagem. É uma atividade realizada por cinco
operários e possui duração de três dias. A Figura 98 apresenta as peças
organizadas para início da pré-montagem.

Figura 98 - Peças dispostas para a pré-montagem

Fonte: autoria própria

Montagem da torre: O processo de montagem da torre possui duração


variada. Essa duração varia pela altura da torre e também pelo clima, caso esteja
chovendo, com neblina, possibilidade de tempestade ou muito vento. Caso as peças
estejam molhadas, não há atividade por medidas de segurança. A montagem da
torre da ERB AA teve duração de 15 dias e foi realizada por cinco operários (Figura
99)

Figura 99 - Montagem da torre

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 154

Montagem do suporte da antena e para-raios: Após a montagem da


estrutura, ocorre a instalação do suporte de fixação da antena e o para-raios, que
fica no topo da torre. Foi uma atividade com duração de um dia e realizada por três
operários.

Figura 100 - Montagem do suporte das antenas

Fonte: autoria própria.

Instalação das antenas: Foi relatado pelo Engenheiro responsável pela


obra que as antenas são posicionadas nos azimutes pré-aprovados pelo setor de
Engenharia. Portanto, o azimute indicado no Caderno de Montagem deve ser o
mesmo aprovado anteriormente. A instalação das antenas ocorreu em um dia e foi
feita por cinco operários.

Instalação do sistema de segurança: O sistema de segurança da torre


é composto pelo cabo de apoio que é fixado em toda a esteira vertical localizada no
centro da torre. Ao subir na torre, utiliza-se um equipamento de segurança individual
que é fixado neste cabo. A instalação ocorreu no final da montagem por três
operários e teve duração de um dia.
Capítulo 8 - Resultados 155

Figura 101 - Cabo guia instalado

Fonte: autoria própria.

Figura 102 - Guarda corpo instalado

Fonte: autoria própria.

Instalação do balizamento e esteiramento: O balizamento é a


iluminação noturna de segurança das torres. O esteiramento é a estrutura cuja
função é de fixação dos cabos que saem do abrigo e seguem para as antenas
instaladas na torre. As atividades foram realizadas por três operários e teve duração
de dois dias.
Capítulo 8 - Resultados 156

Teste de verticalidade: O teste de verticalidade é executado ao final da


montagem. De maneira simples, pode-se dizer que sua função é certificar que a
torre está no prumo correto. O teste foi realizado por dois topógrafos com duração
de um dia. Após o teste há um laudo certificando a verticalidade da estrutura.

Interligação à malha de aterramento: Após a conclusão da montagem


da torre, foram fixados os pontos indicados em projeto na malha de aterramento da
estação. Por ser uma estrutura sujeita a descargas atmosféricas constantemente, a
fixação deve ocorrer logo após a montagem. A atividade durou um dia e foi realizada
por dois operários.

Figura 103 - Terminal para interligação

Fonte: autoria própria.

Figura 104 - Interligação a malha de aterramento

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 157

Figura 105 - Mapa do Estado Atual da Fase 3

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 158

A fase 4 é o processo de instalação do abrigo e sistema de energia. Esse


processo somente é iniciado após a montagem da torre. O processo foi iniciado com
a entrega do abrigo na obra. O tempo de processamento da fase 4 foi de 12 dias. As
atividades de cada etapa do processo podem ser vistas na Figura 106 e estão
descritas a seguir.

Posicionamento do abrigo no local: Essa atividade se refere ao


posicionamento do abrigo metálico na base da fundação. Também é executada a
interligação dos pontos de aterramento da malha nas bases metálicas do abrigo.
Essa atividade foi realizada em um único dia e foram necessários três operários para
sua conclusão.

Integração ao sistema de energia: Após o posicionamento do abrigo, é


feito a conexão dos cabos nos quadros elétricos dentro do abrigo. A passagem e
conexão de cabos é realizada em um único dia por três operários.

Teste do sistema de climatização: Com o abrigo energizado, é possível


realizar os testes de climatização. Os testes foram realizados para as configurações
do sistema de climatização. O Engenheiro responsável pela obra informou que o
sistema é monitorado e precisa estar nas configurações padrões, evitando alertas
desnecessários na central de monitoramento36 da estação. A atividade foi realizada
em três dias por dois técnicos.

Teste do sistema de energia: O abrigo interligado à energia e o sistema


de climatização testado, é feito os testes no sistema de energia. Conferência da
alimentação dos quadros, luminárias, sistema de detecção de incêndio e tomadas. O
sistema foi testado em três dias por dois técnicos.

Instalação do sistema de energia: A instalação do rack para receber os


equipamentos, a fonte de alimentação e baterias são as atividades realizadas logo
após os testes de energia do abrigo. O sistema de energia instalado nessa atividade
é responsável pela alimentação dos equipamentos de comunicação em caso de falta
de energia da rede concessionária. As atividades são realizadas em um único dia
por três técnicos.

36 A central de monitoramento também recebe o nome de NOC (Network Operations Center). É o


local responsável pelo gerenciamento da rede, ou seja, é o local que monitora e controla o nível de
serviço que está sendo prestado.
Capítulo 8 - Resultados 159

Integração ao sistema de aterramento: A atividade de integração ao


sistema de aterramento é feita para assegurar que todos os racks, o sistema de
energia, quadros elétricos e o abrigo estejam interligados a malha de aterramento da
estação conforme projeto. É uma atividade executada em um único dia por dois
técnicos.

Teste integrado do sistema de energia da estação: Após todas as


instalações concluídas, é realizado um teste integrado para evitar falhas durante a
instalação dos equipamentos de comunicação. Conforme relatado pelo Engenheiro
responsável da obra, os testes também permitem garantir que a estação já esteja
sendo visualizada pela central de monitoramento. As atividades duraram dois dias e
foram realizadas por dois técnicos.
Capítulo 8 - Resultados 160

Figura 106 - Mapa do Estado Atual da Fase 4

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 161

A instalação dos equipamentos de comunicação é o processo da fase 5 e


pode ser visto mais detalhadamente na Figura 107. Esse processo possui tempo
total de processamento de 11 dias. Os equipamentos de comunicação são
entregues na ERB no primeiro dia de instalação e, por ficarem estocados alguns
dias na ERB, provocam um lead time de 20 dias no processo. Segundo relatos do
Engenheiro responsável pela implantação da ERB, a empresa instaladora é
responsável pelas instalações dentro do abrigo e também na torre. A sequência de
atividades que compõe esse processo pode ser vista a seguir.

Vistoria em campo: A atividade de vistoria em campo ocorre para


validação dos técnicos instaladores dos equipamentos de rede das condições da
instalação conforme previsto em projeto. Essa atividade foi realizada em um único
dia e foram necessários três técnicos para a conclusão. Foi relatado que são
verificados desde o correto posicionamento das antenas até as instalações elétricas
dentro do abrigo.

Alinhamento e ajuste fino das antenas: Essa atividade corresponde ao


alinhamento de uma antena com a antena de outra ponta. Conforme relatado pelo
responsável da implantação, é a garantia de que as duas pontas estão de acordo
para que possa seguir com a conexão de cabos e instalação dos equipamentos. A
atividade foi realizada em dois dias por três técnicos.

Instalação outdoor: É a passagem dos cabos de comunicação em toda a


extensão da esteira da torre até o equipamento que é instalado na parte traseira das
antenas. Nesta atividade também foram feitos pontos estratégicos de aterramento, a
partir de uma barra metálica fixada na estrutura da torre. A atividade teve duração de
dois dias e foi realizada por três técnicos.

Instalação indoor: A instalação indoor corresponde a todos os


equipamentos que foram instalados no rack dentro do abrigo. São passados cabos
elétricos entre o sistema de energia para alimentação dos equipamentos. Também é
feito o aterramento dos equipamentos na própria estrutura do rack. A instalação foi
concluída em dois dias por dois técnicos.
Capítulo 8 - Resultados 162

Teste do sistema: O teste do sistema verifica o funcionamento do


enlace, ou seja, ponta a ponta. A certificação de que um sinal se repete na outra
ERB é o objetivo do teste. Os testes foram realizados em dois dias por três técnicos.

Conferência e etiquetagem: Todos os cabos que conectam um


equipamento ao outro recebem etiquetas de identificação e um cartão com a
descrição correspondente a transmissão. Os cabos que foram fixados na esteira da
torre também recebem uma etiqueta. Contudo, são de material metálico para ficar
expostos a intempéries. É uma atividade executada em um único dia por dois
técnicos.

Elaboração de relatório de conformidade: Ao final das instalações e


testes, há um relatório descrevendo a conclusão da fase de implantação do sistema
de comunicação. Um técnico elabora o documento descritivo das conformidades da
ERB. O relatório contém todas as informações necessárias para a operação e
manutenção da ERB.
Capítulo 8 - Resultados 163

Figura 107 - Mapa do Estado Atual da Fase 5

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 164

O último processo da implantação da ERB AA foi denominado de fase 6,


caracterizada pela entrega do produto ao cliente. O tempo de processamento e o
lead time foi de três dias, conforme pode ser visto na Figura 108. A sequência de
atividades nesta fase é curta e pode ser vista a seguir.

Vistoria final para entrega: A vistoria final foi realizada em um único dia
pelo Engenheiro responsável pela obra. Essa atividade tinha como objetivo avaliar
toda a ERB para identificar possíveis falhas.

Entrega do Site Book: O livro de documentos ou, conforme denominado


pelas operadoras de site book, foi composto por todos os documentos e projetos
necessários para a operação e manutenção da ERB AA pelo cliente. O livro é
revisado durante um dia por um colaborador do setor de implantação, responsável
por essa atividade. O site book foi preparado para ser entregue ao cliente durante o
SAT (Site Acceptance Test).

Realização do SAT (Site Acceptance Test): Corresponde ao teste de


aceitação final no local. O teste foi realizado em um único dia e contou com a
participação de dois profissionais técnicos do cliente e o Engenheiro responsável
pela obra da ERB AA. Os testes foram desde inspeções visuais até o funcionamento
dos equipamentos, incluindo o acesso remoto da central de monitoramento.
Capítulo 8 - Resultados 165

Figura 108 - Mapa do Estado Atual da Fase 6

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 166

O mapa do estado atual foi apresentado à equipe de Gestão da obra da


ERB AA. Houveram algumas discussões e ajustes para que fosse replicado no
mapa o correto entendimento dos processos construtivos. A equipe demonstrou
surpresa em relação ao prazo de quase um ano para a implantação da ERB. A
princípio, percebeu-se que, ao construir mais de uma ERB simultaneamente, essa
duração era diluída e não se fazia o controle efetivo de planejamento,
impossibilitando avaliar os desvios nos prazos e impactos na cadeia produtiva.

8.2.5. Mapa do estado futuro

Segundo Rother e Shook (2004), o primeiro passo para se obter uma


produção enxuta é enxergando os excessos de produção. Esses excessos nem
sempre são encontrados no desperdício óbvio. Algumas vezes se faz necessário
identificar as causas básicas para pensar em soluções originais. Assim, foi
informado à equipe de Gestão da obra que seria elaborado um mapa do estado
futuro, após avaliação das possíveis melhorias vislumbradas nos processos
construtivos da ERB AA.

O objetivo de desenhar o mapa do fluxo de valor futuro da ERB AA, foi


demonstrar aos responsáveis da gestão da obra uma maneira de identificar causas
básicas de desperdícios que impactam em uma produção enxuta. Um dos Gestores
da obra se mostrou interessado em identificar as diferenças de tempo de
processamento e o lead time. Esse interesse ocorreu, pois, foram identificados no
mapa do estado atual, atividades que gastam longo tempo de execução e estoques
que acabam contabilizando desnecessariamente e criando um alto lead time no
processo.

A Figura 109 representa o mapa do estado futuro completo,


demonstrando todas as possibilidades de melhorias, a fim de se obter uma produção
enxuta. O mapa futuro também foi apresentado à equipe de Gestão da ERB AA para
avaliação da implantação das melhorias, sendo que a equipe deveria concordar e
confirmar a possibilidade de implementação das melhorias sugeridas.
Capítulo 8 - Resultados

Figura 109 - Mapa do Estado Futuro Completo

Fonte: autoria própria.


Capítulo 8 - Resultados 168

A seguir, estão descritas as contribuições de ajuste no processo


produtivo, conforme apresentado no mapa de fluxo de valor futuro da Figura 109. As
sugestões de adequação no processo construtivo, feitas a partir das análises do
mapa do estado atual. Os ajustes foram criados a fim de permitir que um processo
seja realizado somente quando o processo seguinte necessitar, permitindo
interligação entre os processos, do cliente ao fornecedor, criando um fluxo regular.

8.2.5.1. Criação de um Centro de Distribuição (CD):

Diante da possibilidade de realização de obras simultâneas, os Gestores


confirmaram que ao serem executadas obras de ERB simultaneamente, assim como
os recursos são compartilhados, também é possível compartilhar os insumos. Foi
feita a sugestão de criação de um Centro de Distribuição (CD), possibilitando o
armazenamento dos materiais de construção. Esse armazenamento permitiria a
entrega de materiais nas fases 1 e 2. As quatro atividades responsáveis por puxar o
estoque controlado são:

I. Fase 1: montagem da armação.

II. Fase 2: concretagem da fundação.

III. Fase 2: execução da malha de aterramento.

IV. Fase 2: instalação das tampas das caixas de passagem.

Antes de iniciar a atividade de montagem da armação da Fase 1, o


responsável pela obra deve solicitar a retirada dos insumos do centro de
distribuição. Na Fase 2, a entrega deverá ocorrer com periodicidade semanal,
contudo deverá ser acompanhado pelo responsável da obra. Deve ser garantido que
não esteja ocorrendo entregas desnecessárias, criando estoques na obra.

8.2.5.2. Eliminação de estoques

A eliminação de estoques está conectada principalmente com a criação


do centro de distribuição e, em outros casos, com o remanejamento de atividades. A
criação do CD permitiu eliminar os estoques de insumos de construção, permitindo
que os insumos sejam entregues no momento de serem utilizados.

As mudanças de atividades e criação do CD permitiu uma redução de 21


dias no lead time da Fase 1. Um impacto maior, pôde ser visto na Fase 2 que, ao
Capítulo 8 - Resultados 169

realizar as alterações, permitiu uma redução de 78 dias no lead time. O estoque é


considerado um desperdício por não agregar valor ao produto, a sua eliminação ou
remanejamento fazem parte da criação de uma produção enxuta.

8.2.5.3. Fluxo de trabalho puxado

A criação de um fluxo de trabalho puxado permite que um processo


somente seja feito ao receber uma demanda. Assim, todo o processo passa a ser
puxado a partir do pedido do cliente. A última atividade de cada fase é responsável
por puxar o processo da fase anterior.

Durante a concepção do planejamento, a última atividade será a atividade


marco, pois será a data limite para a conclusão da respectiva fase. Portanto, essa
última atividade será responsável por puxar todo o processo da fase. É importante
que o planejamento da obra seja feito da maneira mais assertiva possível, evitando
excesso nas margens de segurança dos prazos.

Podem-se denominar essas atividades como processo puxador. O


processo puxador é responsável por determinar o ritmo de todas as outras
atividades e qualquer impacto no processo puxador haverá também em todas as
outras atividades dentro do processo. É importante garantir o controle do processo
puxador de cada fase do processo produtivo da ERB, uma vez que, cada fase passa
a atuar em fluxo contínuo, ou seja, uma atividade somente começa quando termina
a outra.

8.2.5.4. Atividades de inspeção

A inspeção pode ser encontrada dentre os sete tipos de desperdícios que


prejudicam a implantação de uma mentalidade enxuta em um sistema produtivo
Ohno (1997). Há ainda outras atividades que não agregam valor ao produto, como:
transporte, espera, movimentação, armazenamento, processamento e produção em
excesso.

A atividade de inspeção é caracterizada dentro de correções e controle,


ou seja, todas as atividades responsáveis por garantir a qualidade do produto devem
ser previstas dentro dos requisitos de execução (SELIG; POSSAMAI e NETO, 1995;
VIANA; et al., 2017). A seguir, serão apresentadas as principais atividades de
inspeção encontradas no mapa do estado atual da ERB AA:
Capítulo 8 - Resultados 170

I. Fase 1: Conferência pré-concretagem.

II. Fase 3: Conferência pré-concretagem.

III. Fase 5: Vistoria em campo.

IV. Fase 6: Vistoria final para entrega.

No mapa do estado futuro, todas essas atividades foram removidas do


processo de implantação da ERB por serem consideradas atividades que não
agregam valor. Em consulta aos responsáveis pela obra, foi identificado que essas
atividades existem para intensificar a conferência e evitar retrabalhos. Foi
esclarecido aos responsáveis pela obra que, se a conferência ou inspeção se tornar
parte do cotidiano de todos os envolvidos no processo, não há necessidade de criar
uma atividade para este fim. Após esclarecido este conceito, outras atividades
também foram remanejadas nos processos construtivos:

I. Fase 3: Interligação à malha de aterramento.

II. Fase 4: Integração ao sistema de energia.

III. Fase 4: Teste do Sistema de Energia.

IV. Fase 4: Instalação do sistema de energia.

V. Fase 5: Teste do sistema.

VI. Fase 5: Conferência e etiquetagem.

Todas as atividades acima foram remanejadas para serem realizadas com


outra atividade ou por serem consideradas atividades que devem ocorrer com a
atividade principal, como é o caso dos testes. A equipe da obra solicitou uma forma
de identificar atividades que o responsável da obra precisa redobrar a atenção no
acompanhamento. Assim, essas atividades receberam um ícone de óculos, cujo
sinônimo é vá-ver, entre essas atividades estão:

I. Fase 1: Instalação do chumbador.

II. Fase 2: Armação da fundação.

III. Fase 3: Teste de verticalidade.

IV. Fase 4: Após a instalação indoor e antes do teste do sistema.


Capítulo 8 - Resultados 171

8.2.5.5. Melhoria contínua

Durante as conversas com a equipe de Gestão da implantação da ERB


AA, foram identificadas oportunidades de melhoria nos processos. Essas sugestões
foram demonstradas no mapa de fluxo futuro com um balão em formato de estrela,
denominado de explosão kaizen. A palavra kaizen é de origem japonesa e significa
mudança para melhor ou melhoria (DE ARAÚJO; RENTES, 2006; ROTHER;
SHOOK, 2004).

Comumente utilizada na mentalidade enxuta, está ligada a metodologia


de melhoria contínua seja pessoal ou profissional, neste caso, está relacionada a
melhoria contínua nos processos. As oportunidades de melhorias identificadas na
análise dos processos atuais e apresentadas no mapa futuro são:

Fase 1: Duração das atividades de locação da obra e escavação: A


equipe identificou uma necessidade de rediscutir a duração destas atividades.
Houve um reconhecimento de que a duração de dez dias para a atividade de
locação da obra e 12 dias para a escavação do radier podem estar
superdimensionadas. Assim, a equipe identificou que poderá ser discutido
internamente uma alteração nesse processo que permita otimizar o tempo destas
atividades e consequentemente reduzir o tempo de processamento da Fase 1.

Fase 3: Otimização da montagem: A Fase 3 foi identificada como a fase


mais crítica por todos os envolvidos. Há dificuldade em otimização do estoque e da
duração no prazo de montagem. Outro fator impossível de se controlar está
relacionado à chuva, neblina ou qualquer situação de mau tempo que impossibilite a
montagem da torre. Sendo assim, foi criada a possibilidade de avaliar a colocação
de equipamento que permita a otimização dos prazos de montagem.

Fase 5: Check list final: A equipe de Gestão da obra identificou a


ausência de procedimento para garantir que a instalação esteja conforme
expectativa do cliente. Assim, foi sugerida a criação de um check list constando os
principais requisitos contratuais e dos projetos para que sejam verificados nas
etapas finais da implantação. A equipe de Gestão assegurou que a melhoria seria
discutida pelas áreas atuantes neste processo e que um modelo de check list seria
elaborado e acordado por todos.
Capítulo 8 - Resultados 172

As oportunidades de melhoria ou identificação das causas básicas de


desperdícios foram resultados de um trabalho conjunto entre a pesquisadora e a
equipe de Gestão responsável pela obra da ERB AA. Ao elaborar o mapa de fluxo
do estado atual, a pesquisadora possibilitou que os atores dos processos
enxergassem as fontes básicas de desperdícios e pontos a serem avaliados e
melhorados. As sugestões colocadas no mapa futuro reduziram 11 dias no tempo de
processamento e de 109 dias no lead time. A pouca variação no tempo de
processamento pode ser justificada pela não alteração na duração das atividades a
pedido da equipe de Gestão da obra.

Por ser o primeiro mapa do estado futuro, ficou esclarecido para os


Gestores que a produção enxuta faz parte de um fluxo de melhoria contínua. Assim,
ao aplicar o mapa do estado futuro pela primeira vez, é preciso monitorar e
posteriormente realizar um novo mapa do estado atual, depois novamente um mapa
futuro. Esse monitoramento contínuo, permitirá avaliar cada vez mais, pontos a
serem melhorados nos processos.

Para as oportunidades de melhorias, foram utilizados os sete


procedimentos de um fluxo de valor enxuto citados por Rother e Shook (2004),
conforme citados a seguir:

 Produzir de acordo com sua frequência de produção;

 Desenvolver um fluxo contínuo;

 Utilizar o estoque controlado quando o fluxo contínuo não for


possível;

 Tentar aplicar um processo puxador;

 Distribuir a produção de diferentes produtos;

 Aplicar o nivelamento de produção;

 Desenvolver a habilidade de fazer todo dia, utilizar o tempo


disponível.
Capítulo 9 - Discussão 173

9. DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta as principais considerações acerca do estudo de


caso, sua conexão com os resultados obtidos no MSL e o questionário diagnóstico.
As análises foram feitas diante destes pontos e resultaram em uma proposta de
melhorias que foram elaboradas em formato de diretrizes. Na sequência, estas
foram apresentadas e avaliadas por profissionais da área, a partir de um
questionário denominado Questionário de Diretrizes (Apêndice F).

9.1. Principais pontos identificados para a elaboração das diretrizes

O acompanhamento dos processos construtivos da ERB AA possibilitou o


desenho do mapa do estado atual. O mapa permitiu enxergar pontos importantes a
serem avaliados para a implantação de um fluxo enxuto. A retirada de desperdícios
básicos seria suficiente para iniciar o trabalho de mentalidade enxuta e melhoria nos
processos. A identificação das interfaces com a cadeia de suprimentos e o conceito
de valor permitiram a criação dos mapas de fluxo de valor. Essa situação corrobora
com os exemplos de Mpwanya e Van Heerden (2017) dentro da área de
telecomunicações.

O mapa do estado futuro foi uma oportunidade de treinamento junto à


equipe de Gestão, a fim de avaliar o conceito de valor nos processos. Entender
quais as atividades agregam ou não valor ao produto foi um treinamento importante
e a equipe se mostrou interessada em colaborar e aplicar os conceitos futuramente.
Rother e Shook (2004), Dennis (2009), Lustosa et al. (2008) e Kach et al. (2014)
exemplificaram a necessidade de criação do mapa de fluxo de valor para o
entendimento dos processos. Tal constatação ocorreu para o estudo de caso da
ERB AA junto aos responsáveis pela Gestão da obra.

Ao observar os sistemas e processos construtivos da implantação da ERB


AA foi possível identificar semelhanças com as descrições feitas por Ribeiro (2017) e
Soares Neto (2015). Os autores descreveram sistemas construtivos bem parecidos
com aqueles que foram utilizados na obra da ERB AA. Também foram constatadas
as mesmas criticidades em alguns processos, como o caso da vistoria em campo
(Site Survey).
Capítulo 9 - Discussão 174

Os conhecimentos da literatura e a experiência vivenciada com a


implantação da ERB AA permitiu identificar pontos importantes que podem estar
deficientes nas empresas de implantação de ERBs. Ao colocar esses pontos em
formato de diretrizes, é possível gerar melhorias para os processos construtivos e
obter ganhos no lead time, com maior qualidade e menor custo. Os principais pontos
identificados e que serão tratados no formato de diretrizes são:

Planejamento estratégico insuficiente ou não divulgado


corretamente: Percebeu-se que o planejamento estratégico foi elaborado no início
do projeto, mas depois não foi visto em nenhum outro processo. A princípio
identificou-se falta de acompanhamento das partes interessadas, falta de
conhecimento nos custos previstos para cada fase e falta de controle dos prazos.

Deficiência no detalhamento de projetos: Foi identificada a ausência de


alguns detalhamentos nos projetos, como por exemplo, ausência de cotas, detalhes
do aterramento, detalhe das instalações dentro do abrigo, etc. Tal situação pode
ocorrer por falta de clareza nos requisitos do cliente ou da área técnica ao elaborar e
conferir os desenhos. Essa deficiência permitiu questionamentos e interrupções de
algumas atividades até que fossem esclarecidas as dúvidas.

Definição de responsabilidades: Conhecendo a estrutura


organizacional da empresa e os papéis durante a realização da obra, não ficaram
claras as responsabilidades de cada Gestor da obra e dos demais envolvidos no
processo de implantação. Essa falta de definição foi constatada na ineficiência de
comunicação e no gerenciamento da obra e de toda a cadeia de fornecedores.

Acompanhamento do cronograma: Percebeu-se uma constante


mudança no cronograma das atividades e nos prazos de duração. Uma falta de
controle nos prazos e a falta de conhecimento nas datas de término das fases pelo
não conhecimento do cronograma por todos.

Ausência de procedimentos: Verificou-se que as equipes de operação


realizam as atividades baseando-se na experiência própria, às vezes, adquiridas em
outras empresas. A falta de padronização nos processos construtivos e até
procedimentos para a realização de determinada atividade não garantia a qualidade
final.
Capítulo 9 - Discussão 175

Falta de controle da qualidade: Não foram identificados indicadores de


desempenho, medição de resultados ou metas estabelecidas. Alguns indicadores
que existiam estavam desatualizados. Não foi encontrada a medição de satisfação
do cliente e o Engenheiro responsável pela obra informou que não consegue realizar
esses acompanhamentos.

O estudo de Dang (2017) avaliou prazos e custos a partir do método de


valor agregado em ERB com conhecimentos de gestão de projetos. É um estudo
recente e que pode ser identificado em uma das constatações desta pesquisa. A
ausência do planejamento e controle de custos foi um dos problemas identificados
nessa pesquisa e que deu origem a uma das diretrizes que podem ser vistas na
sequência.

9.2. Diretrizes para a Melhoria dos Sistemas e Processos Construtivos

Após analisar uma implantação do início ao fim, a partir do estudo de


caso apresentado e os conhecimentos adquiridos a partir do MSL, da literatura e do
Questionário Diagnóstico, foi possível identificar pontos necessários a serem
abordados nas diretrizes para a melhoria dos sistemas e processos construtivos na
implantação de ERB. As diretrizes elaboradas serão apresentadas na Figura 110 e
detalhadas na sequência .

Figura 110 - Diretrizes elaboradas

Fonte: autoria própria.


9.2.1. Monitoramento do Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico é a etapa inicial e que antecede toda a etapa


de implantação da ERB. É fundamental que seja dedicado tempo a essa atividade
para minimizar possíveis desvios de prazos e desperdícios por desvio nos fluxos
Capítulo 9 - Discussão 176

físicos. Dedicar tempo à elaboração do planejamento estratégico não significa


resultados positivos, pois é preciso garantir que o planejamento esteja sendo
seguido. Uma das maneiras que permitirá garantir a aplicação é o monitoramento
nas atividades que antecedem a implantação até o final da entrega ao cliente.

9.2.1.1. Requisitos

Durante todo o processo de planejamento estratégico é necessário que


sejam respeitados os requisitos iniciais do projeto. Os requisitos são comumente
levantados durante a fase contratual e indicam as expectativas do cliente em relação
ao produto contratado. Também se faz necessário o desdobramento pela equipe
técnica. Por essa razão é importante o envolvimento de um ponto focal com
conhecimentos técnicos durante a fase de planejamento estratégico.

A presença de um ponto focal para a análise e desdobramento dos


requisitos permitirá avaliar impactos relacionados ao processo de licenciamento,
uma vez que as atividades de licenciamento são aquelas que demandam maior
tempo dentro do projeto da ERB. Outro fator que também demandará tempo e
poderá ser avaliado pelo ponto focal técnico será a atividade de Site Acquisition,
pois é nessa etapa que será verificado o requisito do local de implantação. Poderá
ser uma locação, uma concessão, compra do terreno, entre outros.

Ao analisar os requisitos, também será possível melhor alocação de


recursos de acordo com a especificidade do projeto verificando possíveis
subcontratações e distribuição de pessoal de acordo com outros projetos da
empresa. Ao levar em consideração as expectativas do cliente e os requisitos
técnicos de acordo com as exigências normativas e de legislação, é possível garantir
maior satisfação ao final do projeto e da implantação.

9.2.1.2. Projetos

A análise e verificação dos requisitos são atividades necessárias para a


elaboração de um bom projeto. O projeto elaborado a partir dos requisitos
contratuais e técnicos permitirá chegar mais perto de atingir as expectativas do
cliente. Pensando também na parte técnica, ao verificar os requisitos, e garanti-los
em projeto, é possível escolher sistemas tecnológicos mais compatíveis
considerando a relação custo-benefício.
Capítulo 9 - Discussão 177

A obra de implantação de uma ERB possui característica linear. Isso


significa que é uma obra de repetição. Essa característica pode ocasionar falhas em
projeto, pelo fato de que as estações são praticamente iguais. Realizar uma
atividade repetidamente pode acarretar excesso de confiança, provocando erros
tanto em projeto quanto durante a execução.

O responsável pela implantação precisa garantir confiabilidade nas


informações que serão repassadas à equipe e sempre manter contato com o
responsável pelo projeto. A equipe de projetos precisa estabelecer boa comunicação
e feedback com a equipe de implantação, garantindo que os projetos estão de
acordo com o entendimento de todos e que a solução adotada seja passível de
implantação. É importante manter sempre os projetos atualizados e que todas as
revisões sejam comunicadas aos envolvidos.

9.2.1.3. Orçamento

Um orçamento assertivo depende de projetos bem elaborados para que


seja possível um levantamento de quantitativos eficiente. Também se faz necessário
o cumprimento de duas etapas importantes no planejamento estratégico do projeto
de implantação de uma ERB, essas etapas são: Site Survey e Site Acquisition.
Essas etapas são fundamentais para previsão de custos que vão além do processo
construtivo, são custos relacionados a possíveis contratações extras, como: locação,
aquisição de um terreno, licenciamentos diferenciados, etc.

9.2.1.4. Cronograma Físico-Financeiro

A elaboração de um cronograma físico-financeiro permitirá monitorar os


custos previstos (orçados) com os custos executados (realizados). As bases para o
cronograma físico-financeiro são, o orçamento e o cronograma da implantação. Essa
ferramenta necessita de um colaborador responsável para a alimentação dos dados
durante todo o processo de implantação e servirá para análise ao final da obra.

Os resultados obtidos permitem que lições aprendidas sejam aplicadas


nos futuros projetos. Durante a obra, o cronograma físico-financeiro permitirá
projeções nos resultados da obra e, caso estes sejam negativos, é possível tomada
de decisão para minimizar ou até eliminar prejuízos. Os dados ao final serão
históricos para futuras obras, avaliando necessidade de alteração na escolha de
Capítulo 9 - Discussão 178

sistemas construtivos mais rápidos ou economicamente mais viáveis. É uma


importante ferramenta de controle e monitoramento das obras, mas que poucas
empresas fazem uso por exigir tempo de dedicação de um ou mais envolvidos no
projeto e obra.

9.2.2. Sistematização do Processo de Planejamento e Controle

A necessidade de estabelecer um processo que permita melhor interface


entre as áreas de planejamento estratégico do projeto, concepção e execução
possui como objetivo a retroalimentação das informações durante todo o processo
de implantação. Criar pontos focais em cada área e definir periodicidade para as
reuniões com todos os envolvidos permitirá a eficiência da comunicação e
alinhamento entre as partes envolvidas.

A dinâmica de definir um grupo, estabelecer o formato do processo de


comunicação entre o grupo, os objetivos e a periodicidade de reuniões são a
sistemática para o funcionamento desse processo. Planejamento e controle são
atividades de monitoramento que permitem aos tomadores de decisão receber
informações necessárias para momentos chave dentro do processo construtivo.
Esse é o objetivo de sistematizar um processo de planejamento e controle.

9.2.2.1. Gerenciamento dos Custos

Gerenciar os custos envolve toda a cadeia produtiva, pois os custos


inicialmente previstos na etapa de orçamento podem sofrer alterações no decorrer
da obra por motivos variados e, em grande parte, a origem está nos próprios
fornecedores. Por vezes, um orçamento mal elaborado, um risco não previsto ou
outros problemas externos provocam custos adicionais aos fornecedores e estes
tentam repassar às empresas durante a obra.

Uma boa comunicação e um bom relacionamento dentro da cadeia


produtiva minimizam situações de conflitos financeiros entre as partes. Contudo, não
é apenas nos fornecedores que pode estar o problema. Ocasionalmente soluções
técnicas adotadas podem se comportar de maneira negativa dentro do processo
construtivo, impactando financeiramente nos custos da obra. Ao gerenciar os custos
durante todo o processo construtivo é possível identificar pontos de atenção e tomar
as ações necessárias que minimizarão ou eliminarão os impactos negativos.
Capítulo 9 - Discussão 179

9.2.2.2. Gerenciamento dos Prazos e Recursos

Durante a fase de planejamento são definidos os prazos para cada


atividade e os recursos necessários, sejam estes de pessoas, equipamentos ou
materiais. Gerenciar as durações dessas atividades e estes recursos é importante
para garantir o prazo final da entrega. Isso se faz necessário pois, durante a obra,
podem ocorrer a necessidade de replanejamento por força maior, uma delas
relacionada ao clima. É importante avaliar a padronização e a compra programada
dos materiais integrantes da curva A37, são os itens mais importantes para um bom
resultado financeiro. Assim, é importante um bom planejamento para a compra
destes insumos e a possibilidade de padronização devido à similaridade das
estações.

Em condições de chuva algumas atividades são interrompidas numa obra


de implantação de ERB. Esse período pode ser maior do que o previsto nos riscos e
ocasionar atrasos. Neste momento é possível realocar recursos para reduzir esses
impactos nos prazos de conclusão. As atividades que mais sofrem esses problemas
são: infraestrutura civil e elétrica, montagem da torre e instalação dos equipamentos
da rede.

9.2.2.3. Gerenciamento da Segurança

O problema de condições climáticas é um dos itens pertinentes à garantia


da segurança durante a implantação da ERB. Garantir a segurança de todos é
obrigatório por questões normativas e legais, portanto é de suma importância o
gerenciamento da segurança.

O gerenciamento é realizado desde o início da implantação, ou, melhor


dizendo, desde a etapa de planejamento e contratação dos prestadores de serviço.
A verificação da segurança é feita na contratação de pessoas capacitadas e
habilitadas para a realização de determinadas atividades. No caso da obra de
implantação de ERB, há exigências de treinamentos específicos, como o caso de
trabalho de altura (NR35) e atividades envolvendo instalações elétricas (NR10).

37 Curva A é uma das classificações de estoque. Está relacionada aos itens de estoque que possuem
alto valor de demanda ou consumo. A classificação é feita em A, B ou C e varia de uma empresa
para outra, pois cada empresa classifica seu estoque de acordo com a sua demanda (VAGO et al.
(2013).
Capítulo 9 - Discussão 180

É necessário garantir que as empresas contratadas forneçam os


Equipamentos de Proteção Individual (EPI) aos funcionários e estes sejam treinados
para seu uso. As condições durante a permanência na obra também devem seguir
normativas, como o caso da NR18. A redução de acidentes e a garantia da
segurança são objetivos ao realizar o gerenciamento da segurança nas etapas de
planejamento, contratação e execução da obra.

9.2.2.4. Gerenciamento da Comunicação

O excesso de e-mails e outras maneiras de se comunicar, como o uso de


aplicativos de mensagens, têm provocado acúmulo de comunicação dentro de uma
organização e, mesmo assim, não tem se mostrado ferramentas eficientes para
garantir a comunicação assertiva.

Garantir que a informação esteja alinhada com todos os envolvidos é uma


tarefa fundamental e pode ser obtida através de e-mail, mas com o cuidado
necessário para que todos consigam realizar suas tarefas e não fiquem prejudicados
por terem caixas de correio eletrônico cheias.

É possível garantir que ações imediatas sejam tratadas por telefone, se


houver mais envolvidos, um conference call pode ser suficiente e ao final do dia um
relatório gerencial enviado a todos os envolvidos para alinhamento dos
acontecimentos. Reuniões periódicas estabelecidas pelos grupos de
acompanhamento e controle também são efetivas para acompanhamento semanal
das tarefas e nivelamento de informações dos projetos e do cronograma.

9.2.2.5. Gerenciamento Ambiental

A ERB é considerada um produto caracterizado pelos seus riscos


ambientais e gerenciar os aspectos ambientais desse tipo de obra é uma atividade
necessária do início ao fim. Para que seja possível estabelecer e cumprir exigências
legais ambientais é importante gerenciar, durante a concepção do projeto, os
licenciamentos necessários e manter os órgãos responsáveis com as informações
necessárias para a comprovação do cumprimento das exigências legais.

O gerenciamento durante a fase de concepção do projeto poderá garantir


que as equipes técnicas estejam projetando dentro dos limites de radiação
determinados, assim como avaliar possíveis remoções de indivíduos arbóreos e
Capítulo 9 - Discussão 181

demais impactos ambientais na futura área da ERB. Também é preciso verificar a


destinação correta dos resíduos durante toda a implantação, assim como os
aspectos ambientais de ruídos, fauna ou flora que possam existir dentro dos
perímetros da obra.

Há também a necessidade de gerenciamento fora do perímetro da obra,


pois há resíduos gerados durante as atividades no entorno da ERB, como:
construção de estradas de acesso, remoção de vegetação ou construção de energia
pela concessionária. Assim, ao realizar o planejamento, é necessário considerar
além dos limites da ERB, quando houver obra no entorno.

9.2.3. Atribuição de atividades por responsáveis

É possível estabelecer uma melhor comunicação dentro dos processos


quando cada indivíduo entende seu papel e suas atividades. A importância de
identificar as atividades que agregam valor ao produto é fundamental para que cada
um identifique sua função e importância dentro do processo.

Ao mapear os processos, identificando os retrabalhos e as falhas, é


possível trabalhar com a conscientização de todos os envolvidos no processo. O
Mapa de Fluxo de Valor (MFV) é uma ferramenta interessante para a organização
trabalhar esse pensamento enxuto nas equipes. O projeto de implantação de uma
ERB envolve equipe multidisciplinar, técnica, operacional e administrativa e cada um
precisa entender claramente seu papel dentro desses vários processos que
envolvem a entrega de um produto.

A falta de comunicação e definição de atividades com os respectivos


atores ocasiona sobreposição de atividades e geram retrabalhos. Isso ocorre porque
duas pessoas podem estar realizando a mesma atividade dentro do processo,
quando há atividades importantes que não estão sendo verificadas por ninguém.
Mapear os processos, elaborar fluxos e envolver as áreas permite enxergar melhor e
identificar perdas e propor melhorias.

9.2.3.1. Cronograma macro das etapas

Elaborar mais um cronograma pode parecer tarefa desnecessária,


contudo é perceptível que o cronograma detalhado muitas vezes não é entendido
por todos. Então é possível extrair do cronograma principal os milestones ou, como
Capítulo 9 - Discussão 182

é chamado no português, marcos do projeto. O objetivo de apresentar os marcos é


melhorar a comunicação, uma vez que metas podem ser estabelecidas ao
analisarem datas principais em que as atividades devem acontecer.

Um cronograma macro apresentará apenas etapas principais dentro do


projeto. Alguns exemplos são:

 Término da armação da fundação da torre: ao apresentar a data


dessa atividade, será possível estabelecer a meta para concluir a
armação dentro do prazo estabelecido e a concretagem ocorrer na
data prevista.

 Conclusão da infraestrutura elétrica: ao trabalhar com a data final


de conclusão da infraestrutura elétrica, será possível instalar o
abrigo metálico e o sistema de energia para receber os
equipamentos de comunicação.

 Entrega do abrigo metálico na obra: esse marco deverá ser


trabalhado tanto com o fornecedor em fábrica quanto com a equipe
da obra. O fornecedor deverá considerar que sua equipe de
produção esteja trabalhando com essa meta e o empreiteiro da
obra também precisar garantir que as instalações estarão
concluídas até essa data.

Esses são apenas alguns exemplos e podem variar pelos sistemas


construtivos aplicados na ERB. Contudo a essência é a mesma e o marco deve ser
sempre relacionado à etapa crítica, ou aquela que, caso não ocorra dentro do prazo,
poderá impactar em todo o cronograma da obra.

9.2.3.2. Mapeamento e análise dos riscos

Em um projeto e obra de implantação de ERB há riscos previsíveis e os


imprevisíveis e, para que os impactos sejam menores, é importante identificar,
mapear e controlar, pelo menos, os riscos previsíveis. O levantamento e
identificação dos principais riscos devem ser considerados na etapa de
planejamento estratégico, uma vez que, dependo do risco, será necessário criar
buffer no cronograma para a duração da atividade que poderá ser impactada.
Capítulo 9 - Discussão 183

Os riscos também podem ser identificados durante a execução da obra ou


ainda em fase de projeto. Ele pode estar relacionado a uma atividade de
licenciamento, problemas na cadeia produtiva, eventos naturais, segurança, entre
outros. A necessidade de controlar e monitorar é justamente para evita-los, pois, um
risco mapeado é um ponto de atenção, já um risco que ocorreu deixa de ser risco e
passa a ser lição aprendida.

O mapeamento possibilita identificar o risco e classificar seu respectivo


grau de impacto. Os impactos podem estar relacionados tanto ao prazo quanto ao
custo. A classificação permitirá identificar o seu grau de impacto dentro do processo
construtivo e na entrega do produto final. O objetivo de monitorar e controlar riscos é
evitar que eles ocorram e assim, manter a comunicação junto aos tomadores de
decisão.

9.2.4. Gerenciamento da Cadeia de Fornecedores

A cadeia de fornecedores precisa estar presente desde o início para um


bom alinhamento de suas atribuições e responsabilidades nos prazos de entrega. O
gerenciamento da cadeia produtiva é feito pelo monitoramento e controle dos
fornecedores. As principais ferramentas para este monitoramento e controle são, o
cronograma físico-financeiro e cronograma macro. Além das ferramentas é preciso
definir reuniões periódicas, permitindo melhor acompanhamento e alinhamento da
comunicação.

A participação da cadeia produtiva desde o início permite entendimento


dos fornecedores para os riscos previstos e até a contribuição deles para mapear
riscos. As discussões de soluções técnicas inovadoras podem contribuir para a
equipe técnica na definição de soluções. É possível trabalhar com soluções
alternativas, dependendo da complexidade do projeto ou até mesmo utilizar
soluções para teste, que podem ser necessárias em futuros projetos.

O gerenciamento da cadeia de fornecedores possui como principal


objetivo prevenir desvios de processos, principalmente pelo fato de que, a
implantação de uma ERB, requer diferentes fornecedores, diferente lead time na
entrega dos produtos e atuação em momentos distintos na obra. Toda essa
preocupação é pertinente para evitar atrasos ou escolhas erradas, que podem
Capítulo 9 - Discussão 184

impactar no resultado financeiro, então o monitoramento e controle é obtido com o


gerenciamento da cadeia produtiva.

Outro fator importante é a criação do processo de avaliação dos


fornecedores. O requisito de avaliação deve ser definido pela área ou segmento e
estabelecer uma periodicidade. Os indicadores da cadeia produtiva devem estar de
acordo com as metas de atendimento dos cronogramas ou demanda.

9.2.5. Elaboração de Procedimentos

O mapeamento de fluxo de valor, ao ser utilizado no processo de


implantação de uma ERB permite enxergar pequenos desvios nos processos
construtivos, um deles é o retrabalho e demais atividades que geram desperdícios
na obra. Os perceber os desvios de processos e questionar aos envolvidos da obra,
percebe-se falta de comunicação para a realização de determinada atividades e
muitas poderiam ser resolvidas com a criação de procedimentos.

Após identificar algumas oportunidades de melhorias para a realização de


atividades da implantação da ERB, percebe-se uma necessidade de cobrir itens
mínimos com procedimentos para padronização. Sendo assim, a mesma aplicação
em uma obra deverá ser feita a outra. Os principais itens serão apresentados a
seguir:

 Sondagem (execução de sondagem a percussão);

 Abertura de obra (locação da obra, projetos, placa de identificação,


banheiro químico, energia provisória, etc.);

 Movimentação de terra (corte, aterro, arrimo);

 Energia Definitiva (energia da concessionária);

 Locação de estrutura e gabarito;

 Execução de fundação (radier, tubulão e estaca raiz);

 Execução de concreto em obra (betoneira ou usina móvel),


incluindo a verificação do concreto usinado por empresas
fornecedoras locais.

 Rebaixamento de lençol freático;


Capítulo 9 - Discussão 185

 Controle tecnológico (moldagem de corpos de prova);

 Montagem de estrutura vertical (gabarito e chumbador, torre


metálica, poste de concreto ou metálico, balizamento diurno e
noturno, suporte para antenas, para-raios, etc.);

 Aterramento (instalação de equipamentos, implantação do sistema


de malha, medição da resistência);

 Construção de acesso

 Infraestrutura Civil (caixas de passagem, fechamento, base para


equipamentos, pavimentação);

 Sistema de segurança e meio ambiente (identificação da obra,


condições para trabalho em altura, identificação dos resíduos de
obra, separação e armazenamento dos materiais de construção).

9.2.6. Monitoramento e Controle dos fluxos físicos

A área de implantação de uma ERB é comumente pequena na maioria


dos casos e, por essa razão, há uma necessidade de planejamento no
posicionamento do local de armazenagem de material e montagem da armação,
permitindo que os fluxos físicos não estejam prejudicados. Uma fundação tipo radier,
dependendo do tamanho da torre, pode ocupar um espaço muito grande dentro da
obra. Então, durante a locação da obra, deve-se verificar se todos os detalhes de
projeto.

O monitoramento e controle dos fluxos físicos precisa ser feito pelo


responsável da obra, geralmente o Encarregado. Ao verificar situações que esteja
colocando risco de segurança ou paradas desnecessárias aos operários deve ser
tomada ação imediata e registrado no diário da obra. Um exemplo claro é a de
montagem da torre, quando esta atividade estiver sendo executada, não poderão ser
realizadas nenhuma outra atividade na parte inferior devido risco de queda.

9.2.7. Análise da variabilidade nos processos

Todo o gerenciamento, monitoramento, controle e elaboração de


procedimentos permitirão aos gestores tomar ações mitigadoras para um melhor
acompanhamento de todas as atividades pertinentes ao projeto. A análise para
Capítulo 9 - Discussão 186

identificação de viabilidade nos processos poderá ser feita de duas maneiras, uma
seria a partir de auditoria nos processos e outra seria na retroalimentação das
equipes multidisciplinares.

A opção de se fazer uma auditoria em processos requer a definição de


um departamento que teria essa função, podendo ser a área de Gestão da
Qualidade. O fato de ser uma área externa a participação ativa nos processos é que
será uma visão neutra, permitindo ainda avaliar se há processos obsoletos ou que
necessitem de readequação. Se for a partir da retroalimentação das equipes
multidisciplinares poderá ser uma tarefa a mais e por vezes pode não ser realizada,
prejudicando uma avaliação efetiva.

A possibilidade de auditorias esporádicas pela área de Gestão da


Qualidade é promissora, uma vez que indicadores poderão ser criados para medir e
avaliar os principais causadores dos desvios nos processos. A análise feita por uma
área fora das atividades operacionais das tarefas pode contribuir na proposta de
processos mais eficazes e até treinamentos para os casos necessários.

9.2.8. Interação com o Sistema de Gestão da Qualidade

O setor de Gestão da Qualidade existe nas empresas para garantir o


controle e monitoramento do sistema de gestão da qualidade e serve de apoio as
demais áreas das organizações. Qualquer produto que a empresa proverá necessita
de requisitos mínimos, que sejam validados por uma equipe especializada em
controle e inspeção, garantindo que o produto esteja dentro dos padrões de
conformidade até a entrega ao cliente.

No caso do setor de telecomunicações não deverá ser diferente, ainda


mais para um produto tão complexo e com uma cadeia produtiva variada, como o
caso da implantação de uma ERB. Por esses motivos é importante uma maior
interação com a área responsável pelo sistema da qualidade, uma vez que, sua
atuação poderá ocorrer em toda a cadeia produtiva e contribuir de forma positiva
para apoio nos controle e monitoramentos dos processos produtivos.

9.2.8.1. Níveis de qualidade na aceitação final

Uma das contribuições do sistema de controle da qualidade em


implantação de ERBs é nos níveis de aceitação final. A equipe da qualidade poderá
Capítulo 9 - Discussão 187

colaborar com os procedimentos de execução das atividades (conforme citado no


item 9.2.5) e analisar seu comportamento durante o processo construtivo.

Elaboração de procedimentos de verificação e inspeção dentro das


atividades construtivas evitam a criação de tarefas especificas para a inspeção e
também a contribuição com grupos de kaizen, conforme demonstrado no mapa de
fluxo de valor futuro. Todas essas melhorias poderão ser medidas nos níveis de
aceitação final pelo cliente, garantindo que elas sejam aplicadas dentro dos
processos de trabalho.

9.2.8.2. Reunião de Análise Crítica

Ao término dos projetos e de cada implantação de uma ERB, deverá ser


prevista uma reunião de análise crítica. O objetivo principal dessa reunião é avaliar
os principais pontos positivos e negativos, durante o processo de implantação.
Também deverão ser avaliados e identificados os principais causadores de desvio
de prazos para registro de lições aprendidas. É importante a participação das áreas
de Suprimentos e Diretoria de Implantação na reunião, permitindo a coleta dos
dados apresentados para análise e implementação nas próximas obras.

Os resultados obtidos em uma reunião de análise crítica permitirão avaliar


toda a cadeia produtiva e também uma avaliação interna da própria organização. Ao
identificar problemas na cadeia produtiva, estes poderão ser tratados por ações nas
áreas de Supply Chain. As avaliações internas também são importantes para as
equipes multidisciplinares verificarem melhorias nos próximos projetos, sejam estes
na concepção, no planejamento e até nas escolhas dos sistemas construtivos.

9.3. Questionário de Diretrizes

O objetivo de aplicar o Questionário de Diretrizes foi para validar as


diretrizes elaboradas por profissionais da área de telecomunicações. Assim, a lista
de participantes foi composta de docentes, pesquisadores, fornecedores e
prestadores de serviço na área de telecomunicações, principalmente as atividades
relacionadas à implantação de ERBs, montagem de torres, rádios e antenas.
Também foram considerados consultores e empresas de projetos, além de
colaboradores das principais operadoras de telefonia do país.
Capítulo 9 - Discussão 188

A necessidade de um público com conhecimento técnico das ERBs e


seus processos construtivos ocasionou a exclusão de contatos de docentes, pois ao
receberem os formulários, estes foram recusados com a alegação de falta de
conhecimento técnico para tal validação. O questionário eletrônico foi enviado via
plataforma Google Forms à 64 profissionais do setor.

O questionário completo, pode ser visto no Apêndice F. O mesmo ficou


disponível na plataforma online durante 20 dias para os participantes, cada um
recebeu um e-mail com o respectivo link da plataforma. O questionário foi composto
inicialmente pelo TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido). Uma
exigência do Comitê de Ética que garante ao entrevistado esclarecimento das
condições, riscos e objetivos do questionário. Também é apresentado os direitos do
entrevistado durante a participação da pesquisa. O participante somente consegue
responder ao questionário, caso concorde com as condições do termo.

Após concordar com o termo, o participante tinha acesso a cinco


perguntas que permitiria melhor conhecimento do seu perfil e da empresa em que
atua. As demais perguntas do questionário eram apenas para validação das
diretrizes, perguntas diretas e um espaço para contribuições. As diretrizes foram
colocadas da forma mais objetiva possível, possibilitando tomar o menor tempo
possível dos participantes.

9.3.1. Análise das respostas

Foram obtidas dez respostas em relação aos 64 questionários aplicados,


uma participação equivalente a 15,6%. O perfil dos participantes em relação à idade
foi de 10% com idade superior a 51 anos, 60% com idade entre 41 a 50 anos e 30%
na faixa etária de 31 a 40 anos. O grau de escolaridade apresentado pelos
participantes foi de 10% com nível de Doutorado, 60% com nível de pós-graduação
e 30% com nível superior completo. A Figura 111 apresenta o nível do cargo em que
os participantes ocupam na empresa. É importante informar que 60% ocupam cargo
Gerencial, o que, para a validação das diretrizes, é uma informação importante, pois
são pessoas responsáveis pela tomada de decisão.
Capítulo 9 - Discussão 189

Figura 111 - Nível do cargo dos participantes

Fonte: autoria própria.

Em relação ao perfil da empresa em que atuam, foi declarado que 10%


atuam em empresas com mais de 1.000 (mil) funcionários, 40% em empresas com
quantidade de funcionários na faixa de 100 a 500, 40% atuam em empresa que
possui de 99 a 499 funcionários e 10% atuam em empresas com quantidade inferior
a 99 funcionários. Ainda, no que se refere à estrutura da empresa, a Figura 112
demonstra que 90% dos participantes atuam na área de implantação. Essa
informação é crucial para a validação das diretrizes, uma vez que, são os
profissionais que possuem a experiência na implantação das ERBs, para cuja
pesquisa está direcionada.

Figura 112 - Área de atuação

Fonte: autoria própria.


Capítulo 9 - Discussão 190

Conforme pode ser visto no Apêndice F, a partir do Questionário de


Diretrizes aplicado aos participantes, a validação das diretrizes teve questionamento
direto. Assim, as opções de respostas eram sim, não ou alguma consideração a ser
feita pelos participantes. A Figura 113 corresponde à validação das diretrizes pelos
participantes.

Figura 113 - Validação das diretrizes

Fonte: autoria própria.

É importante ressaltar que 80% dos participantes aprovaram as diretrizes


propostas. Houve 10% que não concordaram com as diretrizes 3 (Atribuição de
atividades por responsáveis) e 8 (Interação com o Sistema de Gestão da
Qualidade). Foi justificado que as reprovações ocorreram pelo porte da empresa em
que este participante atua. Segundo a justificativa, a empresa possui atividades bem
direcionadas e não há departamento de gestão da qualidade.

Houve 10% que realizaram contribuições para revisão de algumas


diretrizes. Todas as sugestões foram consideradas pertinentes e incrementadas nas
respectivas diretrizes. A seguir, podem ser visto os comentários apontados e a
respectiva diretriz.

 Diretriz 2.5 – Gerenciamento Ambiental: Foi sugerido


acrescentar a necessidade de gerenciamento fora do perímetro da
obra. Segundo o participante, há resíduos gerados durante as
atividades no entorno da ERB, como: construção de estradas de
Capítulo 9 - Discussão 191

acesso, remoção de vegetação ou construção de energia pela


concessionária. Então, a sugestão é que o planejamento possa
abranger além dos limites da ERB.

 Diretriz 4 – Gerenciamento da Cadeia de Fornecedores: A


sugestão é que seja acrescentado à diretriz o processo de
avaliação dos fornecedores. O requisito de avaliação deve ser
definido pela área ou segmento e estabelecer uma periodicidade.
Os indicadores da cadeia produtiva devem estar de acordo com as
metas de atendimento dos cronogramas ou demanda.

 Diretriz 5 – Elaboração de Procedimentos: Foi sugerida a


criação de procedimento para a verificação do concreto usinado
por empresas fornecedoras locais. Considera-se que este
procedimento possa reduzir os custos de contratação e melhorar
os índices de margem da operação.

 Diretriz 8.2 – Reunião de análise crítica: A sugestão é o


incremento da participação das áreas de Suprimentos e Diretoria
de Implantação na reunião de análise crítica de encerramento.
Acredita-se que após a coleta dos dados apresentados na reunião,
estes sejam implementados nas próximas obras.

Em todas as questões, foram deixados espaços para comentários, assim


como ao final do questionário. Uma contribuição muito pertinente, e que será
apontada no próximo capítulo, como sugestão de trabalhos futuros é a seguinte:
Uma tendência muito forte nas empresas envolvidas com a execução de uma
infraestrutura para ERBs é a utilização de aplicativos específicos para divulgação
dos reports semanais às equipes multidisciplinares, bem como, a retroalimentação
de informações do cronograma físico do projeto.

Outro ponto importante que foi sugerido nos comentários finais é no


tocante aos custos, pois dada a similaridade entre as obras, a padronização e a
compra programada dos materiais integrantes da curva A, são os itens mais
importantes para um bom resultado financeiro. Assim, é importante um bom
planejamento para a compra destes insumos.
Capítulo 10 - Conclusão 192

10. CONCLUSÃO

Neste capítulo, estão relatadas as conclusões finais da pesquisa, as


limitações encontradas durante a condução, as contribuições para a academia e
mercado corporativo e sugestões para a continuidade de trabalhos futuramente.

10.1. Considerações finais

A cadeia de suprimentos do setor de telecomunicações é extensa e


complexa. Apenas avaliando a implantação de ERBs, percebe-se que ainda há
diferentes processos construtivos e fornecedores envolvidos. Principalmente pelo
fato de que as empresas de telecomunicações, frequentemente, subcontratam
empresas para a implantação de suas ERBs.

O objetivo principal foi elaborar diretrizes que permitissem a melhoria dos


sistemas e processos construtivos durante a implantação de ERBs. Foi possível
alcançar o objetivo a partir da condução de todas as etapas do estudo. Uma etapa
importante foi a participação de profissionais da área de implantação de ERBs. Ao
validarem as diretrizes, estes colaboraram com sugestões pertinentes para a
adequação das mesmas. Assim, foi possível concluir que, dentro das limitações, a
pesquisa agregou informações técnicas pertinentes à lacuna, identificada no início
do trabalho, entre as áreas de telecomunicações e construção civil.

Um dos objetivos desta pesquisa foi identificar problemas nas interfaces


da cadeia de suprimentos durante o processo de implantação da ERB. O estudo de
caso real permitiu compreender os processos construtivos e a interface com a
cadeia de suprimentos. Foi possível constatar a complexidade da cadeia produtiva
para a obra de implantação de ERB e as principais interfaces entre os fornecedores.
Também se constatou que o escopo de uma obra diferencia entre um fornecedor e
outro, dependendo do escopo contratado.

Quantificar o lead time do processo construtivo de implantação de ERB


também foi outro objetivo finalizado ao final dessa pesquisa. A realização do mapa
do estado atual permitiu descrever os processos construtivos individuais de cada
fase e visualizar tanto os tempos de processamento, quanto o lead time de
implantação geral da ERB. Com a elaboração do mapa do estado futuro, foi possível
vislumbrar melhorias nestes tempos, a partir da eliminação de desperdícios básicos.
Capítulo 10 - Conclusão 193

Ainda sobre os objetivos específicos, havia o interesse no entendimento


da maneira em que eram definidos os sistemas construtivos da ERB e como essas
escolhas impactavam nos prazos da implantação da ERB. Tal situação foi
constatada no estudo de caso observado. A partir do estudo de caso, foi possível
entender que as escolhas são feitas por motivos distintos e, ainda, essas escolhas
podem estar relacionadas aos requisitos contratuais e por decisões técnicas. Foi
identificado que há uma equipe de Engenharia atuando na elaboração dos projetos,
procurando atender a tecnologia conforme as normas e ainda viabilizando
financeiramente a partir das escolhas pontuadas.

Conclui-se que o método utilizado se mostrou eficiente para a condução


do estudo, principalmente por ter sido utilizado um caso real dentro da pesquisa
construtiva (Design Science Research). A busca na literatura, a partir do MSL
confirmou as lacunas de conhecimento em estudos da construção civil dentro da
área de telecomunicações, mais precisamente, nas obras de implantação de ERBs.
O MSL, o estudo da literatura e o questionário diagnóstico formaram um conjunto de
resultados que embasaram a condução do estudo de caso e a análise dos
processos construtivos da ERB.

Assim, essa dissertação vem para contribuir com um detalhamento dos


sistemas e processos construtivos de uma obra de ERB, possibilitando maior
conhecimento para aqueles que atuam na elaboração de projetos de
telecomunicações. Outra contribuição relevante são as diretrizes que permitem as
empresas que atuam no setor avaliar possíveis adequações na estrutura ou
procedimentos dentro dos departamentos de implantação das ERBs e escopo das
contratações ou avaliações da sua cadeia produtiva.

10.2. Limitações encontradas

A pesquisa foi limitada à um estudo de caso real de uma ERB no estado


do Ceará. Uma das principais limitações ocorreu pela dificuldade em obtenção de
estudos de casos acessíveis dentro da indústria de telecomunicações. A grande
quantidade de fornecedores atuando no setor permitiu maior compartilhamento de
informações, mas ainda se observam limitações na interface entre empresas pela
própria estrutura organizacional.
Capítulo 10 - Conclusão 194

A ERB estudada tinha dimensões de 15 x 17 metros, composta por uma


torre metálica de 60 metros de altura. A fundação foi do tipo radier e um abrigo
metálico para o armazenamento dos equipamentos de comunicação. A limitação
está relacionada aos sistemas construtivos citados, pois o mapeamento foi realizado
do processo construtivo destes sistemas. Assim, considera-se que a limitação está
principalmente em relação à fundação, uma vez que, no caso de uma fundação tipo
estaca raíz, por exemplo, seria outro processo construtivo.

Acredita-se que as ERBs possuem grande similaridade, se não pelo fato


da altura e tipo das torres e do tipo das fundações, que variam de acordo com o solo
e peso a ser suportado da torre. Há ainda ERBs com sistema de energia renovável,
sejam energia solar ou eólica. São sistemas cujo processo construtivo é diferenciado
e não foram abordados no estudo de caso desta pesquisa.

10.3. Sugestão de trabalhos futuros

Durante a condução da pesquisa, ocorreram questionamentos


relacionados aos processos construtivos de ERBs, mas que não foram abordados
pelas limitações do estudo de caso. Entretanto, indicam futuras oportunidades de
pesquisas a fim de corroborar com esta pesquisa e manter a conexão da Engenharia
Civil, Elétrica e Telecomunicações. As oportunidades reconhecidas são:

a) Realizar um mapeamento de processos em obras de implantação


simultânea. Ou seja, mapear processos de, pelo menos, duas
obras de implantação que estejam sendo executadas ao mesmo
tempo.

b) Avaliar em operadoras de telecomunicações a abordagem das


diretrizes propostas nesta pesquisa, em seus processos
organizacionais. Essa avaliação, pode ser feita em forma de estudo
de caso interno, a partir da área de Gestão da Qualidade.

c) Uma oportunidade de ampliação desta pesquisa foi sugerida por


um dos participantes e está relacionada ao acompanhamento das
obras. Utilizar aplicativos de celulares que enviam os reports
(andamento) das obras semanalmente. A avaliação desse
Capítulo 10 - Conclusão 195

aplicativo poderá servir com melhorias no aplicativo existente ou a


criação de um.

d) A possibilidade de análise dos processos de implantação da ERB,


poderia ocorrer desde o início, incluindo as atividades de vistoria
em campo (Site Survey) e aquisição do local de implantação (Site
Acquisition), além das fases de concepção do projeto e
planejamento. Esse mapeamento poderá sugerir desperdícios
básicos e melhoria nos processos internos das empresas.
Referências 196

REFERÊNCIAS

ACKER, A. Born networked records: A history of the short message service format.
University of California, Los Angeles, 2014.

AGAR, J. Constant touch: A global history of the mobile phone. Icon Books Ltd,
2013.

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES (ANATEL). Relatórios


Consolidados. 2015. Disponível em:<http://www.anatel.gov.br/dados/2015-02-04-
18-43-59>. Acesso em: fev.2018.

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES (ANATEL). Resolução nº 303, de


2 de julho de 2002. Aprova o regulamento sobre limitação da exposição a
campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos na faixa de frequência entre
9kHz e 300 GHz. Brasília, DF. 2002.

ALA-RISKU, T. et al. Site inventory tracking in the project supply chain: problem
description and solution proposal in a very large telecom project. Supply Chain
Management: An International Journal, v. 15, n. 3, p. 252-260, 2010.

ALMEIDA, M. A. F. R. Introdução ao LTE – Long Term Evolution. 2013.


Disponível em: http://www.teleco.com.br/tutoriais.asp, acesso em: fev.2018.

ALTURKI, A.; GABLE, G. G.; BANDARA, W. A design science research roadmap. In:
International Conference on Design Science Research in Information Systems.
Springer, Berlin, Heidelberg, 2011. p. 107-123.

ALVES, R. F. C. Redes de terras associadas a estações de telecomunicações.


Tese (Doutorado) – Departamento de Engenharia Eletrotécnica do Instituto Superior
de Engenharia do Porto. Portugal. 2013.

ARBULU, J. R.; TOMMELEIN, D. I. Value stream analysis of construction supply


chain: case study on pipe supports used in power plants. In: Conference of the
International Group for Lean Construction, 10. Proceedings...Gramado, RS:
UFRGS: IGLC, 2002.
Referências 197

ARRAES, F. P. O setor de telecomunicações no Brasil: desempenho e


perspectivas. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em
Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÃO (TELEBRASIL). Mapa de


ERBs Brasil (Antenas). 2016. Disponível
em:<http://www.telebrasil.org.br/panorama-do-setor/mapa-de-erbs-antenas>. Acesso
em: fev. 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÃO (TELEBRASIL). Base de


dados-Indicadores de Comunicação Móvel. 2017. Disponível em:<
http://www.telebrasil.org.br/panorama-do-setor/consulta-a-base-de-dados>. Acesso
em: fev. 2018.

AZAMBUJA, M.M. B. Processo de projeto e Instalação de elevadores em


edifícios: diagnóstico e propostas de melhoria. 2002. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.

AZAMBUJA, M. M. B.; FORMOSO, C. T. Diretrizes para a melhoria dos processos


de projeto, aquisição e instalação de elevadores utilizando conceitos de gestão da
cadeia de suprimentos. Ambiente construído: revista da Associação Nacional de
Tecnologia do Ambiente Construído. Porto Alegre, RS. Vol. 3, n. 3 (jul./set. 2003),
p. 77-94, 2003.

BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Logística Empresarial.


Porto Alegre. Bookman Editora, 2009.

BARROS, F. A. R. Notas de aula. Redes de Comunicações 1. Universidade do


Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2017.

BRASIL. Decreto-Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997. Dispõe sobre a


organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de
um órgão regulador e outros aspectos institucionais. Brasília, DF. 1997.

BRASIL. Decreto-Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os artigos.


182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política
urbana. Brasília, DF. 2001.
Referências 198

BRASIL. Decreto-Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009. Dispõe sobre limites à


exposição humana a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos.
Brasília, DF. 2009.

BRASIL. Decreto-Lei nº 13.116, de 20 de abril de 2015. Normas Gerais para


Implementação e Compartilhamento da Infraestrutura de Telecomunicações.
Brasília, DF. nº75, 2015.

BULHÕES, I. R. Diretrizes para implementação de fluxo contínuo na construção


civil: uma abordagem baseada na Mentalidade Enxuta. Tese (Doutorado) –
Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2009.

CAVALCANTE, E. et al. On the interplay of Internet of Things and Cloud Computing:


A systematic mapping study. Computer Communications, v. 89, p. 17-33, 2016.

CHAVES, R. A. Fundações de Torres de Linhas de Transmissão e de


Telecomunicação. Dissertação (Mestrado) – Engenharia de Estruturas,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.

CHEN, S.; ZHAO, J. The requirements, challenges, and technologies for 5G of


terrestrial mobile telecommunication. IEEE communications magazine, v. 52, n. 5,
p. 36-43, 2014.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Estratégia,


Planejamento e Operação. In: Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos:
Estratégia, Planejamento e Operação. Pearson Prentice Hall, São Paulo. 2003.

CHRISTIANO, L. EMBRATEL: Interligando o Brasil ao Infinito. Memória histórica


da EMBRATEL, 1965/1997. Editorial, 1998.

COLLIN, J. Selecting the right supply chain for a customer in project business:
an action research study in the mobile communications infrastructure industry.
PhD dissertation in Industrial Engineering and Management, Helsinki University of
Technology, Helsinki, 2003.
Referências 199

COLLIN, J.; LORENZIN, D. Plan for supply chain agility at Nokia: lessons from the
mobile infrastructure industry. International Journal of Physical Distribution &
Logistics Management, v. 36, n. 6, p. 418-430, 2006

COMANDO DA AERONÁUTICA. Portaria nº 957/GC3, de 9 de julho de 2015.


Dispõe sobre as restrições aos objetos projetados no espaço aéreo que
possam afetar adversamente a segurança ou a regularidade das operações
aéreas. Brasilia, DF. 2015.

CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de Produção e Operações:


Manufatura e Serviços: Uma Abordagem Estratégica. Editora Atlas SA, 2ª edição,
São Paulo, 2013.

DANG, G. Example Application of Cost and Schedule Equilibrium Control Model in


Communication Base Station Construction Project Based on Earned Value Method.
In: 9th International Economics, Management and Education Technology
Conference (IEMETC 2017). Taiyuan, China, July 12-14, 2017.

DE ARAUJO, C. A. C.; RENTES, A. F. A metodologia kaizen na condução de


processos de mudança em sistemas de produção enxuta. Revista Gestão
Industrial, v. 2, n. 2, 2006.

DE BRITO PIAU, D.; CARRIJO, G. A. Projeto de dimensionamento de enlace de


rádio. Ciência & Engenharia, v. 23, n. 2, p. 81-90.2014.

DE LIMA, M. M. X.; DE ASSUNÇÃO, L. R. B.; ALVES, T. C. L. Mapeamento do fluxo


de valor do projeto executivo de arquitetura em um órgão público. Gestão &
Tecnologia de Projetos, v. 5, n. 1, p. 24-55, 2010.

DE SOUZA, J.P.E.; ALVES, J.M. Mapeamento de Fluxo de Valor Integrado ao


Sistema de Gestão da Qualidade: Uma Aplicação Aeroespacial. XXXII Encontro
Nacional de Engenharia de Produção. Bento Gonçalves, RS, 2012.

DENNIS, P. Produção lean simplificada. 2 ed. Bookman Editora, Porto Alegre,


2009.
Referências 200

DRESCH, A.; LACERDA, D. P.; ANTUNES JÚNIOR, J. A. V. Design science


research: método de pesquisa para avanço da ciência e tecnologia. Porto
Alegre: Bookman Editora, 2015.

EROL, H.; DIKMEN, I.; BIRGONUL M. T. A Construction Delay Analysis Approach


Based on Lean Principles. In: 25th Annual Conference of the International Group
for Lean Construction. Heraklion, Greece, 9-12 Jul 2017. pp. 645-653.

EZHILARASAN, E.; DINAKARAN, M. A Review on mobile technologies: 3G, 4G and


5G. In:Recent Trends and Challenges in Computational Models (ICRTCCM),
2017 Second International Conference on. IEEE, 2017. p. 369-373.

FABBRI, G.; PASCHERO, M.; MASCIOLI, F. M. F. Innovative energy supply and


storage systems for telecom radio base stations. In:Industrial Electronics (ISIE),
2013 IEEE International Symposium on. IEEE, 2013. p. 1-6.

FABBRI, G. et al. Control and optimisation of power consumption in Radio Base


stations. In:Telecommunications Energy Conference (INTELEC), 2011 IEEE 33rd
International. IEEE, 2011. p. 1-6.

FERREIRA JUNIOR, M.M. Construções de Estações Rádio Base. Minas


Gerais.Trabalho Final do Curso de Especialização em Construção Civil – Escola de
Engenharia. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.

FONTANINI, P. S. P. Mentalidade Enxuta no fluxo de suprimentos da


construção civil - Aplicação de macro mapeamento na cadeia de fornecedores
de esquadrias de alumínio. Campinas, São Paulo, 2004. 259 f. Dissertação
(Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

FONTANINI, P. S. P. Análise do impacto potencial da aplicação dos princípios


da mentalidade enxuta nos indicadores de desempenho da cadeia de
suprimentos da construção civil a partir de simulação. Tese (Doutorado) –
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2009.

FONTANINI, P. S. P.; PICCHI, F. A. Lean Thinking em processos administrativos –


Mapeamento do fluxo de aprovação de projetos na Prefeitura. IV SIBRAGEC:
Referências 201

Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção, I ELAGEC:


Encontro Latino Americano de Gestão e Economia da Construção, 2005.

FUENTELSAZ, L.; MAÍCAS, J. P.; POLO, Y. The evolution of mobile communications


in Europe: The transition from the second to the third generation.
Telecommunications Policy, v. 32, n. 6, p. 436-449, 2008.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, v. 5, n. 61, p. 16-17,


2002.

GUIRGUIS, S. et al. M2M communications: Enablement in 4G LTE, deployment


considerations and evolution path to 5G. In: Wireless Networks and Mobile
Communications (WINCOM), 2017 International Conference on. IEEE, 2017. p.
1-8.

HENRIQUES, A. M. J.; MARTINS, V.A. Implantação de Estações Rádio Base


(ERBs). 2009. Disponível em: http://www.teleco.com.br/tutoriais.asp, acesso em:
mar.2018.

IACHAN, A. C. S. Fios e Fibras: Vivendo a Privatização das Telecomunicações


no Rio de Janeiro. Dissertação de mestrado profissionalizante em Bens Culturais e
Projetos Sociais. Rio de Janeiro: CPDOC/FGV. 2006.

IANNACCI, J. RF-MEMS technology: An enabling solution in the transition from 4G-


LTE to 5G mobile applications. In: SENSORS, 2017 IEEE. IEEE, 2017. p. 1-3.

IGLESIAS, F. D. S. C. Análise da viabilidade de indicadores de infraestrutura e


confiabilidade de redes móveis 4G. Monografia (Graduação) – Universidade de
Brasília, UNB - Brasília, 2014.

INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION (ITU) NEWS. China expected


to lead 5G deployment as trials pick up pace. 2017. Disponível em:
<http://news.itu.int/china-5g-deployment/>. Acesso em: fev. 2018.

ISATTO, E. L. As relações entre empresas construtoras de edificações e seus


fornecedores de materiais. 1996. 152f. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Escola de Engenharia, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1996.
Referências 202

JOBIM, M. S. S.; JOBIM FILHO, H. Proposta de integração das cadeias de


suprimentos da indústria da construção civil. In: Simpósio Brasileiro de Gestão da
Qualidade e Organização do Trabalho, 2. Anais...Fortaleza, CE: SIBRAGEC, 2001.

JONES, D. T.; WOMACK, J. P. Enxergando o todo: mapeando o fluxo de valor


estendido. Lean Institute Brasil, 2004.

KACH, S. C. et al. Mapeamento do fluxo de valor: Otimização do processo produtivo


sob a ótica da engenharia de produção. Simpósio de Excelência em Gestão e
Tecnologia, v. 11, 2014.

LACERDA, S. D. S. Proposição de melhorias na fase de pré construção em


universidade pública utilizando o Mapeamento de Fluxo de Valor: Estudo de
Caso. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013.

LACOHÉE, H.; WAKEFORD, N.; PEARSON, I. A social history of the mobile


telephone with a view of its future. BT Technology Journal, v. 21, n. 3, p. 203-211,
2003.

LEHENKARI, J.; MIETTINEN, R. Standardisation in the construction of a large


technological system—the case of the Nordic mobile telephone
system.Telecommunications policy, v. 26, n. 3-4, p. 109-127, 2002.

LINS, B. F. E. Histórico da legislação de telecomunicações no Brasil. Câmara


dos Deputados, Brasília. 2017.

LIU, J.; ZHU, Q.; QI, Z. Study on critical lightning protection and grounding
technologies for radio base station. In: Lightning Protection (ICLP), 2014
International Conference o. IEEE, 2014. p. 1610-1615.

LONDON, K. A.; KENLEY, R. An industrial organization economic supply chain


approach for the construction industry: a review. Construction Management and
Economics, v. 19, p. 777-788, 2001.

LUSTOSA, L. J. et al. Planejamento e controle da produção. 4ª reimpressão.


Elsevier Brasil, Rio de Janeiro, 2008.
Referências 203

MAIA, C. C. et al. Apoio multicritério à decisão da escolha da localização de uma


estação Rádio Base. XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2002.

MALUF, A. J.; MARTINS, V. A. Aterramento em Sites de Telecomunicações.


2004. Disponível em: http://www.teleco.com.br/tutoriais.asp, acesso em: mar.2018.

MATHAR, R.; SCHMEINK, M. Integrated optimal cell site selection and frequency
allocation for cellular radio networks. Telecommunication Systems, v. 21, n. 2-4, p.
339-347, 2002.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Portaria nº 508, 29 de abril de 2016. NR 10 -


Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Diário Oficial da União,
Poder Executivo, Brasília, DF, 29 abr. 2016.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Portaria nº 4, 4 de julho de 1995. NR 18 - Condições


e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção. Diário Oficial da
União, Poder Executivo, Brasília, DF, 4 jul. 1995.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Portaria nº 1.113, 21 de setembro de 2016. NR 35 -


Trabalho em Altura. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 21 set.
2016.

MIRANDA NETO, J. Q. D. Redes, Território e Competitividade: A Estratégia das


Empresas de Telefonia Celular no Estado do Pará. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Geografia, Universidade Federal do Pará, Belém, 2008.

MOURITSEN, J.; SKJØTT-LARSEN, T.; KOTZAB, H. Exploring the contours of


supply chain management. Integrated Manufacturing Systems, v. 14, n. 8, p. 686-
695, 2003.

MPWANYA, M. F.; VAN HEERDEN, C. H. A supply chain cost reduction framework


for the South African mobile phone industry. South African Journal of Economic
and Management Sciences, v. 20, n. 1, p. 1-13, 2017.

NEGRÃO, J. M. G. Terceirização e Identidade Organizacional: Um Estudo Das


Manifestações De Integração, Diferenciação e Fragmentação No Setor De
Telecomunicações em Minas Gerais, Dissertação (Mestrado) – Universidade
Fundação Mineira de Educação e Cultura – Belo Horizonte, 2007.
Referências 204

NERIS JUNIOR, C.; FUCIDJI, J. R.; GOMES, R. Trajetórias tecnológicas da indústria


de telefonia móvel: um exame prospectivo de tecnologias emergentes. Economia e
Sociedade, p. 395-431, 2014.

OHNO, T. Just-in-time for Today and Tomorrow. Tradução de Joseph P.


Schmelzeis, Productivity Press, 1988.

OHNO, T. O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala.


Porto Alegre: Bookman, 1997.

OLIVEIRA, E. Q. Renascem as Telecomunicações: Volume II – Construção e


Operação do Sistema. São Paulo: Landscape. 2006.

PASQUALINI, F. Fluxo de valor na construção de edificações habitacionais:


estudo de caso em uma construtora de Porto Alegre/RS. Dissertação (Mestrado)
– Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em
Administração, Porto Alegre, 2005.

PEDROSO, T. B. Gestão de Projetos I: Terceirizações e Aquisições de


Infraestrutura em Telecomunicações. 2015. Disponível em:
http://www.teleco.com.br/tutoriais.asp, acesso em: fev.2018.

PEFFERS, K. et al. A design science research methodology for information systems


research. Journal of management information systems, v. 24, n. 3, p. 45-77,
2007.

PEREIRA FILHO, J. E. A Embratel: da era da intervenção ao tempo da competição.


Revista de Sociologia e Política, n. 18, 2002.

PIRES, M. M. O.; FONTANINI, P. S. P. Análise do processo construtivo do sistema


pvc concreto para abrigo de equipamentos – Um estudo de caso de mapeamento de
fluxo de valor. 1º Workshop de Tecnologia de Processos e Sistemas
Construtivos - TECSIC. Campinas, 2017.

POLAT, G.; BALLARD, G. Construction Supply chains: Turkish Supply-Chain


Configurations for Cut and Bent Rebar. In: Conference of the International Group for
Lean Construction, 11. Proceedings...Blacksburg, VA, USA: IGLC, 2003
Referências 205

REIS, S. A. A Eficiência do Modelo Básico de Assinatura para Expansão das


Telecomunicações Brasileiras. 2010. Disponível em:
http://www.teleco.com.br/tutoriais.asp, acesso em: jul.2018.

REIS, T. Aplicação da mentalidade enxuta no fluxo de negócios da construção


civil a partir do mapeamento do fluxo de valor: estudo de caso. Dissertação
(Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

RIBEIRO, A. F. S. Implantação de projeto de radiocomunicação tetra na faixa de


frequência UHF em aeroportos. Revista Inova Ciência & Tecnologia/Innovative
Science & Technology Journal, v. 2, n. 3, p. 22-32, 2017.

RODRIGUES, M. E. D. C. Telefonia Celular. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia


Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Elétrica, Rio
de Janeiro, 2000.

ROTHER, M.; SHOOK, J. Aprendendo a enxergar. Tradução de José Roberto


Ferro e Telma Rodriguez. São Paulo: Lean Institute Brasil, baseado na versão
original 1.3, 2004.

RUIZ, J. A.; GRANJA, A. D. Um mapeamento sistemático da literatura sobre a


relação entre valor e colaboração na construção. 8º Simpósio Brasileiro de Gestão
e Economia da Construção Inovação e Sustentabilidade (SIBRAGEC). Salvador,
2013.

SANG, A. et al. Coordinated load balancing, handoff/cell-site selection, and


scheduling in multi-cell packet data systems. Wireless Networks, v. 14, n. 1, p. 103-
120, 2008.

SANTOS, A. P. Proposta de melhoria no processo de solicitações de reparo em


equipamentos: mapeamento de fluxo de valor (MFV): estudo de caso. 104 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Tecnológica Federal
do Paraná, Curitiba, 2014.

SELIG, P. M.; POSSAMAI, O.; NETO, F. J. K. A Inter-relação entre a Capacidade e a


Melhoria do Valor de uma Empresa. In: Anais do Congresso Brasileiro de Custos-
ABC. 1995.
Referências 206

SGANZERLA, A. R.; RUCKER, L. H. D. A. Estudo Comparativo entre as redes 3G


e 4G. Curso de Sistemas e Segurança de Redes, Curitiba. 2010.

SHIMA, W. T. O desmonte do sistema setorial de inovação em


telecomunicações no Brasil e o surgimento de um novo arranjo institucional.
Revista Eptic, v. 9, n. 2, 2011.

SHIMIZU, J. Y.; CARDOSO, F.F. Subcontracting and Cooperation Network in


Building Construction: a Literature Review. In: Conference of the International
Group for Lean Construction INTERNATIONAL, 10.,Proceedings...Gramado: IGLC,
2002.

SHINODA, A. A. Simulador de uma rede celular baseada no sistema FDMA


(AMPS/TDMA). Seminário: Ciências Exatas e Tecnológicas, v. 21, n. 4, p. 47-51,
2000.

SILVA, F.B.; CARDOSO, F.F. Conceitos e perspectivas para a organização da


logística em empresas construtoras de edifícios. In: Simpósio Brasileiro de Gestão
da Qualidade e Organização do Trabalho, 1999. Recife. Anais... Recife: UPE,
ANTAC, 1999. P 20-29.

SILVA, C.; SERRA, S.; LORENZON, I. MFV Como ferramenta para análise do fluxo
de informações em um escritório de engenharia. In: Encontro Nacional de
Tecnologia do Ambiente Construído, 16., São Paulo. Anais... Porto Alegre: ANTAC,
2016.

SOARES NETO, V. Projetos de telecomunicações: metodologias, técnicas e


análises. Edição 1. São Paulo: Erica, 2015.

SZAJUBOK, N. K.; ALENCAR, L. H.; ALMEIDA, A.T. Modelo de gerenciamento de


materiais na construção civil utilizando avaliação multicritério. v.16 n.2 São
Paulo. 2006. ISSN 0103-6513.

TELECO. Inteligência em Telecomunicações. Relatórios de dados. 2017.


Disponível em:<http://consult.teleco.com.br/relatorios.asp>. Acesso em: mar.2018.
Referências 207

TONDARE, S. M.; PANCHAL, S. D.; KUSHNURE, D. T. Evolutionary steps from 1G


to 4.5 G. International Journal of Advanced Research in Computer and
Communication Engineering, v. 3, n. 4, p. 6164, 2014.

TRINDADE, D. F.; TRINDADE, L. S. P. As telecomunicações no Brasil: do


segundo império até o regime militar. Instituto Superior de Educação Oswaldo Cruz.
2004. Disponível em:<http://www.oswaldocruz.br/download/artigos/social14.pdf>.
Acesso em: jul.2018.
TUDE, E.; DE SOUSA, J.L. Telefonia Celular no Brasil. 2007. Disponível em:
http://www.teleco.com.br/tutoriais.asp, acesso em: jul.2018.
VAGO, F. R. M. et al. A importância do gerenciamento de estoque por meio da
ferramenta curva ABC. Revista Sociais e Humanas, v. 26, n. 3, p. 638-655, 2013.

VERGARA, S. C.; PINTO, M. C. S. “Cultura e mudança organizacional: o caso


Telerj”. Revista de Administração Contemporânea, 2 (2): 63-84. 1998

VIANA, A. L. et al. Redução de custos que não agregam valor via melhoria de
processos: Estudo de caso na produção de móveis. Revista Espacios, v. 38, n. 43,
p. 15, 2017.

VIANNA, G. Direito de Telecomunicações. Rio de Janeiro: Ed. Rio. 1976

VILLAMARIM JUNIOR, J. A. Análise da viabilidade técnica-econômica de um


sistema eólico-fotovoltaico com conexão à rede elétrica suprindo uma estação
rádio base de telefonia celular no estado de São Paulo. Dissertação (Mestrado) –
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – Departamento de Engenharia de
Energia e Automação Elétricas – São Paulo, 2007.

VRIJHOEF, R. Co-makership in construction: towards construction supply chain


management. Delft University of Technology/VTT Building Technology, Espoo,
1998.

VRIJHOEF, R. et al. Understanding construction supply chains: an alternative


interpretation. In: Proceedings of 9th International Group for Lean Construction
Conference. p. 185-199, 2001.
Referências 208

WOHLERS, M.; OLIVA, R. Investimento e privatização das telecomunicações no


Brasil: dois vetores da mesma estratégia. Comissão Econômica para América Latina
(CEPAL). Escritório Brasília, 1998.

WOMACK, J. P.; JONES, D. T. A Mentalidade Enxuta nas Empresas: elimine os


desperdícios e crie riqueza. Tradução de Ana Beatriz Rodrigues e Priscilla Martins
Celeste, 11.ed. Rio de Janeiro, Editora Campus Ltda. 2004.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3 ed. Porto Alegre:


Bookman, 2005. 212 p.
Apêndice A - Planilha Final do MSL 209

APÊNDICE A - PLANILHA FINAL DO MSL

Tabela 7 - Compilação final dos resultados do MSL


TIPO DE
ITEM TITULO AUTORES ANO LOCAL BASE DE DADOS PUBLICADO EM CLASSE SUB CLASSE COMENTÁRIO
DOCUMENTO
DEVELOPING SPECIFICATIONS FOR CELLULAR- Journal of construction engineering and
1 JC Woolery 1994 EUA ASCE LIBRARY ARTIGO Estação Rádio Base Sistemas Construtivos Desenvolvimento das estações rádio base
TELEPHONE BASE STATIONS management
DESIGN OF A RAPID RESPONSE AND HIGH EFFICIENCY
SERVICE BY LEAN PRODUCTION PRINCIPLES: Processos de serviço de telecomunicação
2 Luis Cuatrecasas Arbos 2002 Espanha SCIENCEDIRECT ARTIGO International Journal of Production Economics Telecomunicação Processos/Gestão
METHODOLOGY AND EVALUATION OF VARIABILITY OF utilizando metodologia lean
PERFORMANCE
MERGERS AND ACQUISITIONS IN THE Growth & Change. Summer2003, Vol. 34 Issue 3, Fusões e aquisições do mercado das
3 Warf, Barney 2003 EUA EBSCO ARTIGO Telecomunicação Desenvolvimento do setor
TELECOMMUNICATIONS INDUSTRY. p321-344. 24p. telecomunicações
EXPLORING THE CONTOURS OF SUPPLY CHAIN
4 Jan Mouritsen, Tage Skjøtt‐Larsen, Herbert 2003 Dinamarca EMERALD ARTIGO Integrated Manufacturing Systems Cadeia de Suprimentos Processos/Gestão Supply chain management (SCM)
MANAGEMENT
Kotzab
THE NEW INTERNATIONAL TRADE REGIME IN
Emerging Markets Finance & Trade. Jan2004, Vol. Desenvolvimento e transição da economia
5 TELECOMMUNICATION SERVICES AND NETWORK Cowhey, Peter 2004 EUA EBSCO ARTIGO Telecomunicação Desenvolvimento do setor
40 Issue 1, p59-94. 36p. no mercado das telecomunicações
MODERNIZATION IN TRANSITION ECONOMIES.
2nd International Conference on Electric Utility
ON THE ANALYSIS OF A CELLULAR MOBILE Analise do consumo de energia nas
6 Wang, JC; Hsu, B 2004 Hong Kong WEB OF SCIENCE ARTIGO Deregulation, Restructuring and Power Estação Rádio Base Consumo de energia
TELECOMMUNICATION ELECTRICAL POWER SYSTEM estações
Technologies
TAXONOMY FOR OUTSIDE PLANT CONSTRUCTION IN
Journal of Infrastructure Systems, June 2005, Infraestrutura de telecomunicação e o
7 TELECOMMUNICATION INFRASTRUCTURE: SUPPORTING T. E. El-Diraby and F. Briceno 2005 Canada CAPES ARTIGO Telecomunicação Processos/Gestão
Vol.11(2), pp.110-121 gerenciamento de projetos. Equipe virtual.
KNOWLEDGE-BASED VIRTUAL TEAMING
AS INFRA-ESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES NAS
BIBLIOTECA DIGITAL 6ª Conferência da Associação Portuguesa de Uma análise do crescimento na área de
8 REGIÕES PERIFÉRICAS: O PAPEL DOS FUNDOS Pereira, João Paulo 2005 Portugal ARTIGO Telecomunicação Desenvolvimento do setor
DO IPB Sistemas de Informação telecomunicações
PÚBLICOS
PLAN FOR SUPPLY CHAIN AGILITY AT NOKIA: LESSONS International Journal of Physical Distribution & Gerenciamento da cadeia de suprimentos
9 Jari Collin, Dennis Lorenzin 2006 Itália EMERALD ARTIGO Cadeia de Suprimentos Processos/Gestão
FROM THE MOBILE INFRASTRUCTURE INDUSTRY Logistics Management na industia da telecom
STRUCTURAL APPLICATION OF GRC IN Construction and Building Materials, 2007, Torre de telecomunicação fabricada com
10 Ferreira, J.G. ; Branco, F.A. 2007 Portugal CAPES ARTIGO Estação Rádio Base Sistemas Construtivos
TELECOMMUNICATION TOWERS Vol.21(1), pp.19-28 concreto adicionado de fibra de vidro
PV-DIESEL POWER SUPPLY MONITOR SYSTEM FOR BASE Yang, L ; Chen, WX ; Wang, JX ; Ye, QH; Solar World Congress of the International-Solar- Alimentação de estação rádio base
11 2007 China WEB OF SCIENCE ARTIGO Estação Rádio Base Sistema de energia solar
STATION OF TELECOMMUNICATION AT REMOTE AREA Cheng, JC Energy-Society utilizando sistema solar
Development Southern Africa Vol. 25, No. 4, Condições econômicas da política urbana
12 A NOTE ON INFRASTRUCTURE QUALITY IN SOUTH AFRICA. Fourie, Johan 2008 Africa do Sul EBSCO ARTIGO Telecomunicação Investimento público
October 2008 na Africa do Sul
STUDY ON ENERGY EFFICIENT ENVELOPE DESIGN FOR
13 Zhang, YF ; Chen, Y ; Wu, J ; Meng, QL 2008 China WEB OF SCIENCE ARTIGO ENERGY AND BUILDINGS Estação Rádio Base Dissipação térmica Análise da dissipação de energia
TELECOMMUNICATION BASE STATION IN GUANGZHOU
CONNECTED: EXPLORING THE EXTRAORDINARY Demanda de serviços de telecomunicação
14 DEMAND FOR TELECOMS SERVICES IN POST-COLLAPSE Collins, Greg 2009 Somalia EBSCO ARTIGO Mobilities. Jul2009, Vol. 4 Issue 2, p203-223. 21p. Telecomunicação Desenvolvimento do setor por trás da indústria de telecomunicações
SOMALIA. na Somália
STUDY OF VENTILATION COOLING TECHNOLOGY FOR
15 Yi Chen, Yufeng Zhang, Qinglin Meng 2009 China SCIENCEDIRECT ARTIGO Energy and Buildings Estação Rádio Base Dissipação térmica Análise térmica em estações da China
TELECOMMUNICATION BASE STATIONS IN GUANGZHOU
5th International Workshop on Energy and
AN EXPERIMENTAL STUDY OF THE OPERATIONAL
Environment of Residential Buildings/3rd
16 CHARACTERISTICS OF FREE COOLING BOX FOR A Liu, AQ ; Gao, YB ; Liu, J 2009 China WEB OF SCIENCE ARTIGO Estação Rádio Base Consumo de energia Análise da dissipação de energia
International Conference on Built Environment and
TELECOMMUNICATION BASE STATION
Public Health
DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAÇÃO DE FLUXO
BIBLIOTECA DIGITAL Fluxo contínuo na construção com
17 CONTÍNUO NA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ABORDAGEM Bulhões, I. 2009 Brasil ARTIGO Universidade Estadual de Campinas Construção Processos/Gestão
DA UNICAMP metodologia Lean
BASEADA NA MENTALIDADE ENXUTA
METODOLOGIA LEAN CONSTRUCTION APLICADA AO
SETOR DE GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE Lean aplicado nos projetos de energia e
18 ENERGIA NA COORDENAÇÃO DE PROJETOS DA AB Feitosa, CAC Fontanini, LC Duclos 2009 Brasil PROQUEST ARTIGO REBRAE - Revista Brasileira de Estratégia Construção Processos/Gestão coordenação de projetos da construção
CONSTRUÇÃO CIVIL PARA AUMENTO DA civil
COMPETITIVIDADE
TELECOM INFRASTRUCTURE SHARING AS A STRATEGY
DIGITAL
FOR COST OPTIMIZATION AND REVENUE GENERATION : A Blekinge Institute of Technology, School of Compartilhamento de Análise do compartilhamento de
19 E Onuzuruike 2009 Nigéria VETENSKAPLIGA ARTIGO Telecomunicação
CASE STUDY OF MTN NIGERIA/ZAIN NIGERIA Management Infraestrutura infraestrutura de telecom na Nigéria
ARKIVET
COLLOCATION
Principais fatores que contribuem para o
SIGNIFICANT FACTORS CAUSING COST OVERRUNS IN Oko John Ameh ; Aliu Adebayo Soyingbe ; Journal of Construction in Developing Countries, 01
20 2010 Malasia CAPES ARTIGO Telecomunicação Desenvolvimento do setor alto custo em projetos de telecom na
TELECOMMUNICATION PROJECTS IN NIGERIA Koleola Tunwase Odusami December 2010, Vol.15(2), pp.49-67
Nigéria.
SITE INVENTORY TRACKING IN THE PROJECT SUPPLY
Ala‐Risku, Jari Collin, Jan Holmström, Cadeia de fornecedores para construção
21 CHAIN: PROBLEM DESCRIPTION AND SOLUTION 2010 Finlandia EMERALD ARTIGO Supply Chain Management: An International Journal Cadeia de Suprimentos Processos/Gestão
Juha‐Pekka Vuorinen, de um site de telecomunicação
PROPOSAL IN A VERY LARGE TELECOM PROJECT
OPTIMUM HYBRID PHOTOVOLTAIC-BASED SOLUTION FOR
22 J.K. Kaldellis 2010 Grécia SCIENCEDIRECT ARTIGO Renewable Energy Estação Rádio Base Consumo de energia Estação de energia híbrida
REMOTE TELECOMMUNICATION STATIONS
Lecture Notes in Computer Science (including
ARCHITECTURAL DESCRIPTIONS AS BOUNDARY subseries Lecture Notes in Artificial Intelligence and Processos lean e agile a partir de um
23 Pareto, L., Eriksson, P., Ehnebom, S. 2010 Suécia SCOPUS ARTIGO Telecomunicação Processos/Gestão
OBJECTS IN SYSTEM AND DESIGN WORK Lecture Notes in Bioinformatics) estudo de caso na telecom
6395 LNCS(PART 2), pp. 406-419
CFD MODELING OF ENVIRONMENTAL SYSTEM OPTIONS
Muralidharan, B; Mariam, FAI; Menon, AR;
24 USED FOR COOLING OF TELECOMMUNICATION 2010 EUA WEB OF SCIENCE ARTIGO 14th International Heat Transfer Conference Estação Rádio Base Dissipação térmica Uso do abrigo de equipamentos
Mynampati, VNP; Agonafer, D; Hendrix, M
SHELTERS
CFD MODELING AND THERMAL TEST RESULTS FOR 32nd Annual International Telecommunications Analise do consumo de energia nas
25 Hendrix, M; Allen, L 2010 EUA WEB OF SCIENCE ARTIGO Estação Rádio Base Consumo de energia
TELECOMMUNICATIONS SHELTER COOLING SYSTEMS Energy Conference estações
SIGNIFICANT FACTORS CAUSING COST OVERRUNS IN Elevação dos custos em projetos de
26 OJ Ameh, AA Soyingbe 2010 Nigéria COVENANT UNIVERSITY ARTIGO Journal of Construction in Developing Countries Telecomunicação Processos/Gestão
TELECOMMUNICATION PROJECTS IN NIGERIA infraestrutura de telecom
Apêndice A - Planilha Final do MSL 210

TIPO DE
ITEM TITULO AUTORES ANO LOCAL BASE DE DADOS PUBLICADO EM CLASSE SUB CLASSE COMENTÁRIO
DOCUMENTO
FRAGILE LINKS, FROZEN IDENTITIES: THE GOVERNANCE Período de 1944-53 e a história das
History & Technology. Sep2011, Vol. 27 Issue 3,
27 OF TELECOMMUNICATION NETWORKS AND EUROPE Laborie, Leonard 2011 Europa EBSCO ARTIGO Telecomunicação Desenvolvimento do setor telecomunicações pela International
p311-330. 20p
(1944-53). Telecommunication Union (ITU)
CORPORATE SITE SELECTION AND ACQUISITION IN A Processo de aquisição de estações rádio
28 2011 Nigéria EMERALD ARTIGO Journal of Corporate Real Estate Estação Rádio Base Processos/Gestão
NIGERIAN GSM COMMUNICATION COMPANY Timothy Tunde Oladokun base na Nigéria
MINIMUM LONG-TERM COST SOLUTION FOR REMOTE
Soluções para economia de energia
29 TELECOMMUNICATION STATIONS ON THE BASIS OF J.K. Kaldellis, I. Ninou, D. Zafirakis 2011 Grécia SCIENCEDIRECT ARTIGO Energy Policy Estação Rádio Base Sistema de energia solar
utilizando energia fotovoltaica
PHOTOVOLTAIC-BASED HYBRID POWER SYSTEMS
ENERGY PERFORMANCE ANALYSIS ON
30 Tu, R ; Liu, XH ; Li, Z ; Jiang, Y 2011 China WEB OF SCIENCE ARTIGO ENERGY AND BUILDINGS Estação Rádio Base Dissipação térmica Análise da dissipação de energia
TELECOMMUNICATION BASE STATION
ESTUDO DE CASO DE “COOPETIÇÃO” NO Análise da redução de custo com
XIV Simpósio de Administração da Produção, Compartilhamento de
31 COMPARTILHAMENTO DE INFRA-ESTRUTURA ENTRE Zampese, E.R.S.; Zilber, M.A. 2011 Brasil EMERALD ARTIGO Telecomunicação compartilhamento de infraestrutura de
Logística e Operações Internacionais Infraestrutura
OPERADORAS DE TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL telecom
PROPOSTA DE ARQUITETURA PARA CONTROLAR ASSOCIAÇÃO
VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Monitoramento dos equipamentos para
32 CLIMATIZAÇÃO E SUPERVISIONAR SALAS DE EH Enari, DR dos Santos Facchini, FM Facchini 2011 Brasil EDUCACIONAL DOM ARTIGO Estação Rádio Base Dissipação térmica
Tecnologia controle de temperatura
EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES BOSCO – AEDB
LIGHTNING PROTECTION SCENARIOS OF
33 COMMUNICATION TOWER SITES; HUMAN HAZARDS AND C Gomes, AG Diego 2011 Malasia SCIENCE DIRECT ARTIGO Safety science Estação Rádio Base Sistemas Construtivos Avaliação do sistema de aterramento
EQUIPMENT DAMAGE

APPLICATION OF SIX SIGMA AT CELL SITE Hakeem Ur Rehman , Muhammad Asif , Melhoria na construção de uma estação
34 2012 Paquistão EMERALD ARTIGO Asian Journal on Quality Estação Rádio Base Processos/Gestão
CONSTRUCTION: A CASE STUDY Muhammad Aamir Saeed , Muhammad Asim rádio base com aplicação de six sigma
Akbar , Muhammad Usman Awan
STUDY OF VENTILATION COOLING TECHNOLOGY FOR
35 TELECOMMUNICATION BASE STATIONS: CONTROL Yi Chen, Yufeng Zhang, Qinglin Meng 2012 China SCIENCEDIRECT ARTIGO Energy and Buildings Estação Rádio Base Dissipação térmica Tecnologia da refrigeração e ventilação
STRATEGY AND APPLICATION STRATEGY
INCREASING POWER CONSUMPTION AWARENESS IN IEEE 34th International Telecommunications Analise do consumo de energia nas
36 Cohen, MS 2012 EUA WEB OF SCIENCE ARTIGO Estação Rádio Base Consumo de energia
CRITICAL COMMUNICATIONS SITES WITH FUEL CELLS Energy Conference (INTELEC) estações
Degree Programme in Wireless Communications
POWERING REMOTE AREA BASE STATIONS BY Dissertação sobre o consumo de energia
37 Tahir Ali Raza 2017 Finlândia UNIVERSITY OF OULU ARTIGO Engineering. Estação rádio base Consumo de energia
RENEWABLE ENERGY em estações rádio base
Master’s Thesis
ENERGY-SAVING ANALYSIS OF TELECOMMUNICATION Avaliação do consumo e estocagem de
38 Zhou, F ; Chen, J; Ma, GY ; Liu, ZL 2013 China WEB OF SCIENCE ARTIGO ENERGY AND BUILDINGS Estação Rádio Base Consumo de energia
BASE STATION WITH THERMOSYPHON HEAT EXCHANGER energia nas estações rádio base da China
MÉTODOS PARA SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO DE FORNECEDORES NA INDÚSTRIA DA XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA Análise da revisão sistemática acerca da
39 J Denicol, RA Cassel 2013 Brasil ABEPRO ARTIGO Revisão Sistemática Cadeia de Suprimentos
CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA DE PRODUCAO cadeia de suprimentos da construção civil
LITERATURA
PERFORMANCE OF A FREE-AIR COOLING SYSTEM FOR
Xiaoqin Sun, Quan Zhang, Mario A. Medina, Sistema de ar condicionado livre na
40 TELECOMMUNICATIONS BASE STATIONS USING PHASE 2014 China SCIENCEDIRECT ARTIGO Applied Energy Estação Rádio Base Dissipação térmica
Shuguang Liao estação rádio base
CHANGE MATERIALS (PCMS): IN-SITU TESTS
OPTIMIZATION ON PERFORMANCE OF THE LATENT HEAT
Li Yantong, Zhang Quan, Sun Xiaoqin, Du Redução de energia em estação rádio
41 STORAGE UNIT (LHSU) IN TELECOMMUNICATIONS BASE 2015 China SCIENCEDIRECT ARTIGO Energy Procedia Estação Rádio Base Consumo de energia
Yaxing, Liao Shuguang base
STATIONS (TBSS) IN CHINA
ESTIMATING THE ADAPTABILITY OF PHASE CHANGE
Hengyu Zhang, Xiaoqin Sun, Quan Zhang, Análise comparativa do fluxo térmico do
42 MATERIAL BOARD ON BUILDING ENVELOPE OF 2015 China SCIENCEDIRECT ARTIGO Procedia Engineering Estação Rádio Base Dissipação térmica
Shuguang Liao, Yecong He abrigo de equipamentos
TELECOMMUNICATIONS BASE STATIONS
9th International Symposium on Heating Ventilation
EXPERIMENTAL INVESTIGATION OF GRAVITY HEAT PIPE
Zhang, LY ; Liu, YY ; Liu, X ; Meng, XZ ; Guo, X ; and Air Conditioning ISHVAC Joint with the 3rd
43 EXCHANGER APPLIED IN COMMUNICATION BASE 2015 China WEB OF SCIENCE ARTIGO Estação Rádio Base Dissipação térmica Análise témica do abrigo de equipamentos
Zhang, LH International Conference on Building Energy and
STATION
Environment COBEE
AN INVESTIGATION OF THE SUSTAINABILITY OF STEEL
JKUAT INSTITUTIONAL JOMO KENYATTA UNIVERSITY OF Análise do grau de sustentabilidade na
44 CONSTRUCTION TECHNOLOGIES IN MOBILE Otieno, M.A. 2015 Kenia ARTIGO Telecomunicação Desenvolvimento do setor
REPOSITORY AGRICULTURE AND TECHNOLOGY industria da telecomunicação no Kenia
TELECOMMUNICATION INDUSTRY IN KENYA
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS ESTAÇÕES DE RÁDIO BIBLIOTECA DIGITAL Aspectos técnicos e normativos das
45 Pereira, E. C. 2015 Brasil ARTIGO Universidade Federal do Ceará Estação Rádio Base Sistemas Construtivos
BASE NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA DA UFC estações rádio base
ENERGY OPTIMISATION OF HYBRID OFF-GRID SYSTEM
Journal on Wireless Communications Estações rádio base em localidades
46 FOR REMOTE TELECOMMUNICATION BASE STATION MH Alsharif, R Nordin, M Ismail 2015 Malasia SPRINGER ARTIGO Estação Rádio Base Consumo de energia
and Networking remotas e a energia
DEPLOYMENT IN MALAYSIA
HOW TO ASSESS AND MANAGE ENERGY PERFORMANCE
Tian-Jian Yang, Yue-Jun Zhang, Su Tang, Jing Análise comparativa de consumo de
47 OF NUMEROUS TELECOMMUNICATION BASE STATIONS: 2016 China SCIENCEDIRECT ARTIGO Applied Energy Estação Rádio Base Consumo de energia
Zhang energia em estação rádio base na China
EVIDENCE IN CHINA
DESIGN AND ANALYSIS OF STEADY STATE THERMAL International Conference on Electronic, Information Análise témica do abrigo de equipamentos
48 Dong, Bing ; Luo, Deyu 2016 China WEB OF SCIENCE ARTIGO Estação Rádio Base Dissipação térmica
PHYSICAL MODEL FOR COMMUNICATION BASE STATION Technology and Intellectualization (ICEITI) de acordo com a incidência de sol

SOLAR POWERED CELLULAR BASE STATIONS: CURRENT Crescente demanda de telecom e os


49 V Chamola, B Sikdar 2016 Singapura RESEARCH GATE ARTIGO IEEE Communications Magazine Telecomunicação Sustentabilidade
SCENARIO, ISSUES AND PROPOSED SOLUTIONS desafios com a energia e meio ambiente
INFRASTRUCTURE FINANCING ANDDEVELOPMENT: A International Journal of Critical Infrastructure Revisão da literatura nas base de dados
50 Kumarin A. ; Sharma A.K. 2016 India SCIENCE DIRECT ARTIGO Revisão Sistemática Infraestrutura
BIBLIOMETRIC REVIEW Protection acerca de infraestrutura de 89 a 15
SITE SHARING AND COST OPTIMIZATION IN TELECOM RWANDA UNIVERSITY Compartilhamento de Análise do compartilhamento de
51 E Mihigo 2016 Ruanda ARTIGO University of Rwanda Telecomunicação
INDUSTRY, A CASE STUDY OF RWANDA LIBRARY Infraestrutura infraestrutura de telecom em Ruanda
GREEN AND SUSTAINABLE CELLULAR BASE STATIONS: Alsharif, Mohammed H; Jeong, Kim; Jin Hong Sustentabilidade e direcionamento para
52 2017 Korea PROQUEST ARTIGO Materials Science & Engineering Database Telecomunicação Sustentabilidade
AN OVERVIEW AND FUTURE RESEARCH DIRECTIONS Kim futuros estudos
HYBRID OFF-GRID SPV/WTG POWER SYSTEM FOR
REMOTE CELLULAR BASE STATIONS TOWARDS GREEN Sustentabilidade no sistema de energia
53 Alsharif, Mohammed H; Jeong, Kim. 2017 Korea PROQUEST ARTIGO Materials Science & Engineering Database Telecomunicação Sustentabilidade
AND SUSTAINABLE CELLULAR NETWORKS IN SOUTH das estações rádio base na Coreia Sul
KOREA
EXAMPLE APPLICATION OF COST AND SCHEDULE
EQUILIBRIUM CONTROL MODEL IN COMMUNICATION BASE 9th International Economics, Management and
54 Dang, Guoqing 2017 China WEB OF SCIENCE ARTIGO Estação Rádio Base Processos/Gestão Gestão de projetos de estação rádio base
STATION CONSTRUCTION PROJECT BASED ON EARNED Education Technology Conference (IEMET)
VALUE METHOD
3G-5G SPECTRUM BUNDLING: STRATEGIES FOR RAPID
World Congress on Engineering and Computer
55 TECHNOLOGY ADOPTION FOR THE 5G COMMUNICATION Idachaba, FE 2017 EUA WEB OF SCIENCE ARTIGO Telecomunicação Desenvolvimento do setor O futuro da tecnologia 5G
Science, WCES 2017
STANDARD
A CONSTRUCTION DELAY ANALYSIS APPROACH BASED 25th Annual Conference of the International Group Análise em atraso de obras utilizando
56 Erol H; Dikmen I; Birgonul M.T. 2017 Grécia RESEARCH GATE ARTIGO Construção Processos/Gestão
ON LEAN PRINCIPLES for Lean Construction princípios Lean
EVENTOS DE INTERRUPÇÃO: ESTUDO EM ESTAÇÕES
BIBLIOTECA DIGITAL DISSERTAÇÃO DE Análise de eventos de interrupção em
57 RÁDIO BASE (ERBS) DE UMA OPERADORA DE Cunha, G.C. 2017 Brasil Universidade Federal da Bahia Estação Rádio Base Sistemas Construtivos
DA UFBA MESTRADO estação rádio base
TELEFONIA MÓVEL

Fonte: autoria própria.


Apêndice B - Questionário Diagnóstico 211

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO


Apêndice B - Questionário Diagnóstico 212
Apêndice B - Questionário Diagnóstico 213
Apêndice B - Questionário Diagnóstico 214
Apêndice C - Cronograma da ERB AA 215

APÊNDICE C - CRONOGRAMA DA ERB AA


Apêndice C - Cronograma da ERB AA 216
Apêndice D - Projeto de Fundação da ERB AA 217

APÊNDICE D - PROJETO DE FUNDAÇÃO DA ERB AA

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Apêndice D - Projeto de Fundação da ERB AA 218

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Apêndice E - Projetos da ERB AA 219

APÊNDICE E - PROJETOS DA ERB AA

Figura 114 - Planta de locação da ERB AA

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Apêndice E - Projetos da ERB AA 220

Figura 115 - Planta de identificação dos elementos (ERB AA)

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Apêndice E - Projetos da ERB AA 221

Figura 116 - Planta de elétrica e dados (EL e FO) da ERB AA

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Apêndice E - Projetos da ERB AA 222

Figura 117 - Planta de aterramento da ERB AA

Fonte: Acervo da Empresa X (2018).


Apêndice F - Questionário Diretrizes 223

APÊNDICE F - QUESTIONÁRIO DIRETRIZES


Apêndice F - Questionário Diretrizes 224
Apêndice F - Questionário Diretrizes 225
Apêndice F - Questionário Diretrizes 226
Apêndice F - Questionário Diretrizes 227
Apêndice F - Questionário Diretrizes 228
Apêndice F - Questionário Diretrizes 229
Apêndice F - Questionário Diretrizes 230
Anexo A - Ícones do Mapeamento de Fluxo de Valor 231

ANEXO A - ÍCONES DO MAPEAMENTO DE FLUXO DE VALOR

Ícone do Fluxo de
Representa Nota
Materiais
Uma caixa de processo equivale a uma área defluxo.
Processo de Todos os processos devem seridentificados.
Produção Também usado paradepartamentos como de
controle de produção.

Usado para mostrar clientes, fornecedores e


Fontes Externas
processos de produção externos.

T/C
TR
Usado para registrar informações relativas a um
Turnos Caixa de Dados
Refugo
processo de manufatura, departamento, cliente etc.

Estoque Quantidade e tempo devem ser anotados.


E

Entrega por
Mostra a frequência de entregas
caminhão

Movimento de Material é produzido e movido para frente antes do


materiais de forma processo seguinte precisar; geralmente baseado em
Empurrada uma programação.

Movimento de
Um estoque controlado de peças que é utilizado
produtos
para a programação da produção em um processo
acabados para o
anterior.
cliente

Um estoque controlado de peças que é utilizado


Supermercado para a programação da produção em um processo
anterior.

Puxada de materiais, geralmente de um


Retirada
supermercado.

Fluxo sequencial: Indica um dispositivo para limitar a quantidade e


FIFO primeiro a entrar, garantir o fluxo de material (FIFO) entre os
primeiro a sair processos. A quantidade máxima deve ser anotada.

Fonte: adaptado de Rother e Shook (2004).


Anexo A - Ícones do Mapeamento de Fluxo de Valor 232

Ícone do Fluxo de
Representa Nota
Informações

Fluxo de informação Por exemplo, programação de produção dada por meio


manual de papel

Fluxo de informação Por exemplo, programação de produção dada por meio


eletrônico de um e-mail

Caixa de Informação Detalha uma informação de um fluxo de informações

Kanban de Produção
“Um por container”. Um cartão ou dispositivo que avisa
(linhas pontilhadas
um processo quanto do que pode ser produzido e dá
indicam a rota do
permissão para faze-lo.
Kanban)
Kanban de Retirada
(linhas pontilhadas Um cartão ou dispositivo que instrui o movimentador de
indicam a rota do material para obter e transferir peças.
Kanban)
Kanban de “Um por lote”. Sinaliza quando um ponto de reposição
Sinalização (linhas é alcançado e outro lote precisa ser produzido. Usado
pontilhadas indicam a quando o processo fornecedor deve produzir em lotes
rota do Kanban) por causa de trocas necessárias.
Dá instrução para produzir imediatamente uma
Bola para Puxada quantidade e tipo pré-determinado, geralmente uma
sequenciada unidade. Um sistema puxado para processos de
submontagem sem usar um supermercado.

Local onde o Kanban é coletado e mantido para


Posto Kanban
transferência.

Kanban chegando em
lotes

Ferramenta para interceptar lotes de Kanban e nivelar


OXOX Nivelamento de Carga
o seu volume e mix por um período de tempo.

Programação da Ajuste da programação com base na verificação dos


produção "vá ver" níveis de estoque.

Fonte: adaptado de Rother e Shook (2004).


Anexo A - Ícones do Mapeamento de Fluxo de Valor 233

Ícones Gerais Representa Nota

Destaca as melhorias necessárias em processos


Necessidade de
específicos que são fundamentais para se chegar ao
k aizen
fluxo de valor desejado.

Estoque de
“Pulmão” ou “estoque de segurança”, se inevitáveis,
segurança ou
devem ser anotados.
Pulmão

Operador Representa uma pessoa vista de cima.

Fonte: adaptado de Rother e Shook (2004).

Ícone do Fluxo de
Representa Nota
Equipamentos

Retroescavadeira Representa o equipamento de retroescavadeira.

Betoneira Representa o equipamento betoneira.

Caminhão
Representa um caminhão betoneira.
Betoneira

Fonte: autoria própria

Você também pode gostar