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Eleição - EBD

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ESCOLA BÍBLICA

TEMA: A ORDEM DA SALVAÇÃO [Ordo Salutis]

O termo ordo salutis foi usado pelos primeiros teólogos reformados modernos para denotar o processo
redentivo. A ordem da salvação descreve o processo pelo qual a obra da salvação, realizada em Cristo, é
subjetivamente realizada no coração e na vida dos pecadores. Descreve em sua ordem lógica e em suas
interrelações, os vários movimentos do Espírito Santo na aplicação da obra da redenção.

Ela não é algo desconexo, mas uma operação única, bela e intecional operada pela Trindade para sua
própria glória. E como se dá? Veja Rm 8:29-30

Eleição - Luiz Correia - A eleição é o manancial onde flui e fluirá toda atividade salvífica.
Chamado - Bruno Mendes
Regeneração - Lucas B.
Conversão - Yuri
Justificação - Pedro P.
Adoção – Joir -14/10
Santificação – Adriano – 28/10
Perseverança - Matheus F. 04/11
Glorificação - Daniel Vasconcelos – 11/11

ELEIÇÃO

Definição: Deus no exercício de sua soberania escolheu na eternidade por graça alguns para serem recipientes
da sua salvação e o fez não baseado nos méritos ou na futura fé destes.

Predestinação e Eleição: Acuradamente falando, eleição é um ramo da predestinação, o último sendo um termo mais
abrangente do que o primeiro. Predestinação se relaciona com todas as criaturas, coisas e eventos; mas eleição é
restrita aos seres racionais - anjos e humanos. Como a palavra predestinar significa, Deus desde toda a eternidade
soberanamente ordenou e imutavelmente determinou a história e destino de cada uma e todas Suas criaturas.[A.W. Pink]

Observações:

a. Há uma ignorância sobre essa doutrina. Muitos não conhecemde fato a doutrina da eleição, e por tanto
vivem a atacar esptantalhos. Alguém disse que essa doutrina não é tão dificil de entender, mas de
engolir muitas vezes por nosso orgulho.
b. Há um preconceito sobre essa doutrina. É um alimento pesado, muito nutritivo para aqueles que podem
ingerir, mas muito indigesto para aqueles cujo sistema espiritual está fora de ordem.
c. Há um desprezo sobre essa doutrina. Muitos acham perca de tempo e motivo apenas de confusão e
divisão na igreja. Ela gera confusão e divisão. Antes tem seu lugar, não pode ser exagerada e nem
desprezada.

Mas essa doutrina é foi revelada sendo assim é vital, importante, faz parte integral do Evagelho, é prática e
necessária a igreja.

1. A Natureza da Eleição

a. É bíblica

Mateus 24:22 Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias
serão abreviados.
João 15:16 Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
João 17:9 É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;
Atos 13:48 Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam
sido destinados para a vida eterna.
Romanos 8:29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu
Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
Efésios 1.4 assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e
em amor
Efésios 1:11 nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas
as coisas conforme o conselho da sua vontade,
Colossenses 3:12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade,
de humildade, de mansidão, de longanimidade.
1 Tessalonicenses 1.4 reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição,
2 Tessalonicenses 2:13 Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus
vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade,
2 Timóteo 1:9 que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria
determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,
1 Pedro 1:1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia,
Ásia e Bitínia, eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do
sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas
Apocalipse3. 5 O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da
Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
Apocalipse 13:8 e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da
Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
Apocalipse 20.15 E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.

b. É soberana [Ef 1:9, 11, Rm 9:14-18]

A compreensão da eleição está fundamentada na compreensão da pessoa de Deus. Quem é esse Deus que
elege? A glória de Deus está ligada a sua soberania [Ex 3:19]. A Glória de Deus consiste na demonstração de
sua graça e misericórdia a quem lhe apraz. Deus é absolutamente livre de restrições. Sua escolha de mostrar
misericórdia a uma pessoa e não a outra, tem origem no mistério de sua soberana vontade, não na vontade de
suas criaturas. [Sl 115]

Nada existe, fora de Deus, que constrange a sua misericordiosa eleição de minha pessoa. Sua escolha se
fundamenta em si mesmo. Ele escolhe livremente, independente ou incondicionalmente de qualquer condição
em nós. A doutrina da Eleição é enraizada na natureza de Deus. O seu próprio nome, sua própria glória

A base da misericórdia de Deus não é a MINHA VONTADE, mas a DELE. Quando ESCOLHO a Deus, é
porque ele ME ESCOLHEU primeiro. Minha vontade não é soberana nem auto determinante. A de DEUS, é!
“Ele tem misericórdia de quem quer ter misericórdia”.

c. É gratuita [Rm 11:5,6]. A eleição vem pela graça, e a graça exclui o mérito humano.

d. É eterna [At 13:48, Ef 1:4-5]

Lucas registra a pregação de Paulo na sinagoga de Psídia. Vários se convertem. O Espírito Santo, por
intermédio de Lucas, registra o fato do ponto de vista de Deus, indicando como devemos entender as
conversões: “E creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”. Em outras palavras – não foi a
crença daquelas pessoas que determinou o destino delas à vida eterna, por Deus. É exatamente o oposto: a
ordenação prévia de Deus determinou QUEM iria crer. Fé é um dom de Deus e a salvação pela graça é
derramada incondicionalmente sobre quem Deus quer. A eleição por parte de Deus precedeu a fé e a tornou
possível. Esta é a razão decisiva por que alguns creem e outros não.

De modo semelhante, Jesus disse aos judeus: “Vós não credes porque não sois das minhas ovelhas” (Jo 10.26).
Observe novamente: ele não disse: “Vós não sois minhas ovelhas porque não creem”. Quem são as ovelhas é
algo que Deus resolve antes de chegarmos a crer. Isto é a base e o elemento que capacita o nosso crer.
Cremos porque somos as ovelhas eleitas de Deus, e não o contrário (Ver também João 8.47, 18.37).

Você não se torna um filho de Deus por sua própria iniciativa. Deus o torna um filho de Deus por adoção,
mudando a sua natureza de tal modo que você pode crer (João 1.13 – “os quais não nasceram do sangue nem da
vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”)!

e. É incondicional [Rm 9:10-12]

Em Romanos 9, Paulo enfatizou a incondicionalidade da eleição [v.11]. A eleição de Deus é preservada em


sua incondicionalidade porque foi realizada antes de sermos nascidos ou de havermos feito qualquer bem ou
mal.

É incondicional porque não há nenhuma condição que o homem tenha de satisfazer antes de Deus escolher
salvá-lo. O homem está morto em delitos e pecados. Por isso, não há nenhuma condição que ele possa satisfazer
antes que Deus escolha salvá-lo de sua morte.

Não estamos dizendo que a salvação final é incondicional. Não é. Por exemplo, temos de satisfazer a condição
de fé em Cristo para herdarmos a vida eterna. Mas a fé não é a condição para a eleição. É exatamente o
contrário. A eleição é uma condição para a fé. Porque nos escolheu desde a fundação do mundo, Deus
comprou a nossa redenção na cruz, nos deu vida espiritual por graça irresistível e nos trouxe à fé.

A ilustração de Jacó e Esaú [Rm 9:10-16]

Paulo ilustra a incondicionalidade com Esaú e Jacó deixando claro que a eleição de Deus - a escolha livre e
incondicional - é o que garante que a palavra de Deus não pode falhar.

Paulo começa “E não ela somente...” o mesmo ocorreu com Rebeca e Isaque, quando eles conceberam Esaú e
Jacó. Ele demonstra uma segunda ilustração ainda mais convincente da eleição incondicional de Deus do que a
de Isaque sobre Ismael.

1. O primeiro é que Jacó e Esaú eram gêmeos. Eles estavam no mesmo útero. Isso chama a atenção para o
fato de que as distinções entre eles eram mínimas. Nada há que os distingue um do outro. As condições
do nascimento serão quase idênticas. Portanto, qualquer escolha entre eles seria baseada em Deus, e não
neles.

2. A segunda diferença de Isaque e Ismael foi que Jacó e Esaú foram concebidos com os mesmos
pais. Paulo chama atenção sobre isto: “concebido de um só” [v.10]. Alguém poderia ter dito sobre
Ismael: "É claro que Deus não o escolheu como filho da promessa. Ele não tinha uma mãe judaica.
Hagar era gentia". Mas Paulo diz: "Não, você perdeu o ponto, e eu vou esclarecer isso com Jacó e Esaú.
Eles estavam no mesmo útero e tiveram um pai e não dois pais diferentes". Ele está sistematicamente
eliminando as distinções humanas que podem restringir a eleição de Deus um sobre o outro. Ele está
dizendo que a eleição é baseada em Deus, e não no homem.

3. Então, no versículo 11, fica claro a questão da eleição incondicional [Veja v.11]. "Já fora lhe dito...”
[v.12a – Gn 25:23]. A citação simplesmente deixa claro que Deus decide o destino desses dois filhos e
as nações que eles representam antes de nascerem. E para torná-lo ainda mais claro para nós, Paulo não
diz apenas, eles ainda não nasceram quando Deus decidiu seus destinos, ele também diz: "eles não
fizeram nada de bom ou ruim". E para remover a possível objeção de que ele escolheu o mais velho
porque o mais antigo o merece, ele escolhe o mais novo.

Deus escolheu Jacó sobre Esaú antes de nascerem ou terem feito algo bom ou ruim. Não era o comportamento
deles, nem a atitude deles, nem a fé, nem os pais, que moviam Deus para escolher Jacó e não Esaú. A escolha
era incondicional. Estava enraizada em Deus sozinho e não no homem.

[1] Não é por presciência [Rm 8:29 – conhecer é relacionamento pessoal]


[2] Não é “coletiva” é pessoal -

Sei que alguns intérpretes dizem que Romanos 9 não tem nada a ver com a eleição de indivíduos para seus
destinos eternos, mas apenas trata de pessoas em contexto de coletividade, desempenhando seus papéis
históricos. A questão mais profunda que Paulo estava tratando não era por que Israel, como nação, tinha este
ou aquele papel histórico, e sim que indivíduos em Israel eram anátemas e separados de Cristo. Em outras
palavras, destinos eternos individuais estão realmente em jogo. [Rm 16:13, Rm 9:11-13]

2. Objeções a Eleição

1. É injusta – O que está por trás da objeção [9:19-24]. Deus não tem obrigação de salvar ninguém. Deus
escolhe a quem quer! [Rm 9:14, Veja II Pe 2:4, não poupou os anjos.

É de assustar – dizem que uma senhora chegou para Spurgeon e perguntou – Como pode Deus não escolher
Esaú? Como pode Deus se aborrecer dele? Spurgeon – Como pode Deus amar Jacó? Como pode ele o
escolher?

2. É fatalista – Devemos e temos que chamar as pessoas ao arrependimento e a fé. É necessário crer. O
homem é responsável por crer.
3. Nos torna robos – Se Deus escolhe, então nos tornamos robôs. Temos vontade genuina e capacidade de
escolha.
4. Se opõe a evagelização – Pelo contrário a eleiçao é um estímulo ao evangelismo [At 18:9, II Tm 2:10].
A eleição é a garantia que haverá sucesso na evangelização.

3. Os Efeitos da Eleição

Por que Deus revelou essa doutrina? É fato que ela se mal entendida pode gerar orgulho, presunção,
complacência e preguiça. Mas se pode ser um pedra de tropeço para quem acolhe erradamente, é também para
aqueles que a rejeitam ou se opõem. Esses sofrem desnecessariamente!

a. Gera consolo [Rm 8:28-29]

Rm 8:28 tem seu fundamento em Rm 8:29. De eternidade a eternidade Deus tem agido visando o bem do seu
povo.

b. Gera humildade

Precisamos nos concentrar no fato de que a nossa fé é uma dádiva não merecida. Estávamos mortos em nossos
delitos e pecados. Deus na sua soberana e livre graça, nos reviveu. Qualquer traço de obediência em sua vida é
o produto da graça de Deus em sua vida. Isso deveria tirar qualquer orgulho de nossas vidas.

c. Gera segurança/encorajamento [Rm 8:33ss]

d. Gera vida santa [Cl 3:12ss]

e. Gera esperança

Esperança para o pior dos pecadores. Se alguém não conhece a Cristo e não tem a salvação, não ache que o seu
passado de pecado é um obstáculo intransponível para Deus (Is 1.18).

f. Gera adoração [Ef 1:3,5-6,12, I Ts 1:2,4, II Ts 2:13]

A salvação, toda pertence ao Senhor, ele é o autor e consumador da salvação. Por que Deus escolheu a mim?
Por que eu? Porque ele quis, por sua misericórdia isso pareceu bem. E aí pare, ponha fim a questão, cesse as
perguntas e começe a adorar.

Escolhido, não por qualquer bem em mim,


Despetado, para da ira fugir;
Ao lado do Salvador, ocultado,
E pelo Espírito, santificado.
Ensina-me a mostrar na terra, Senhor,
Pelo meu amor, quanto sou devedor. [Murray M’Cheyne – Mârei Mxen]

Bibliografia:

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