Praticum Processo Penal
Praticum Processo Penal
Praticum Processo Penal
11.09.2023
Código penal
Código processo penal
Email — ruisilvaleal15@gmail.com
Bibliografia:
Direito processual penal — Germano Marques da Silva
Figueiredo Dias
Professor Paulo Pinto Albuquerque — CCP
Sites dos tribunais de recurso
Publicações de peças processuais, requerimentos simulados e verdadeiros no campus
Avaliação:
2 testes escritos
1° — 30% da nota final — 20 de outubro às 17:30 às 20:30
2° — 45% da nota final — 15 de dezembro das 17:30 às 20:30 — toda a matéria desde
o início.
1ª folha — Título do trabalho, nome dos 6 alunos que compõem o grupo e número
correspondente;
2ª folha — Índice;
3ª folha — Introdução — Em que consta o trabalho, considerações sobre o tema em
geral — uma página, até uma página e meia.
MATÉRIA:
O que nós tratamos no processo criminal, é a situação factual, que vamos ao tribunal
tentar entender se se verificou ou não, de que forma e quem teve a responsabilidade.
Quando estou a inquirir uma testemunha, eu pergunto-lhe factos, por exemplo
“Quantas pessoas iam atravessar a rua? Em que local da estrada foi o atropelamento?
De que lado é que vinha o automóvel que a atropelou? A que velocidade viria? Ouviu
travagem? Ouviu pneus a raspar no chão?”
Mentalmente relacionamos a pergunta dos factos com a norma substantiva, a norma
jurídica. Qualquer crime tem um elemento subjetivo (causar a outrem um
desfavorecimento) e um objetivo, mas isso não se pergunta à testemunha. A esta
perguntam-se os factos.
Todos os processos são constituídos por peças processuais, desde o auto de notícia, o
depoimento de diversas pessoas, do arguido, do queixoso, das testemunhas, até ao
despacho final do inquérito, à acusação ou/e arquivamento, pode ser requerido a
abertura da instrução. No fim de cada fase processual, há sempre uma decisão final.
Não há nenhuma norma que especifique como devem ser feitos os requerimentos.
Temos um conjunto de normas que leva a que se entenda a forma de obter um
requerimento. Por tal, nos REQUERIMENTOS ORAIS, DITA-SE O REQUERIMENTO NO
GRAVADOR e está feito. De seguida, o juiz cumpre o contraditório, artigo 327º — está
no julgamento. Antes de decidir, o juiz tem de ouvir toda a gente. Se houve
requerimento, o juiz tem de decidir, mas antes da decisão, tem de ouvir o MP e o
assistente, se houver testemunhas idem, tem de ouvir toda a gente, não apenas tendo
por base um requerimento, mas sim toda a gente, depois de cumprir o contraditório. O
pp do contraditório tem a sua plenitude na fase de julgamento.
O CPP é direito constitucional aplicado.
Exemplo:
O requerimento é feito pelo requerente — António Manuel Pereira Mendes da Silva,
Qualidade do requerente no processo — arguido nos autos acima referenciados,
Assistente — Maria Albertina dos Santos Melo,
Quero no final um inquérito deduzir uma acusação — quem tem competência para
receber ou rejeitar a acusação? Não é o MP, é o juiz de julgamento — Artigo 311º CPP.
Vou dirigir a minha acusação ao juiz de direito apesar de ainda estar no inquérito.
Quero arrolar testemunhas ao processo. Quem tem competência para decidir que
provas se devem submeter em inquérito? É o MP.
Duas regras:
A quem dirijo o processo? À entidade que tem competência.
Onde o entrego? Onde está o processo.
Fulcro do requerimento: Factos num compartimento e depois o direito noutro
compartimento. Acaba-se os factos vem a fundamentação, dizer o porquê de dar
determinados factos como provados e outros como não.
Justificação de uma falta: ordem lógica e cronológica, para a situação quero justificar
naquele momento, por exemplo, fui notificado para estar presente no dia x, mas estou
doente, com atestado de 5 dias e anexo o atestado.
Temos de pensar sempre em quem vai ler o processo, pensar sempre no outro. Há que
ser lógico, cronológico, simples e sintético, o mais possível claro e objetivo.
Artigos 116º e 117º, nº2 CPP: Quem foi notificado regularmente e não justificar a falta,
no mínimo pagará 204 euros. Artigo 117º nº2: como justifico a falta – porque faltei,
onde posso ser encontrado e quanto tempo vai durar este impedimento. Se faltar uma
das três coisas, a falta será considerada injustificada.
O requerimento tem de ser feito na própria data — se o motivo for imprevisível.
Se for previsível deve ser feito com uma dada antecedência (exemplo: viagem de
trabalho) — artigo 117º, nº2. Quando termina, na esquerda diz “junta”: atestado
médico. Depois identifica-se o Advogado.
Tem em baixo o nome do Advogado, o número de cédula, o endereço de email, o
número telefónico, a morada, etc.
Não nos referimos nunca à 1ª pessoa, ou seja, não se diz “Pretendo”, “Requeiro”,
será sempre “Requer” ou “Pretende”.
25.09.2023
REQUERIMENTOS ORAIS: Requerimentos feitos em plena diligência. Também pode
haver diligência nos recursos.
No inquérito também pode haver diligências. Pode o MP dirigir, presidir à diligência.,
até pode haver inquirição de testemunhas, ou pode ser requerida renovação da prova.
Se o processo não estiver em segredo de justiça, os advogados também podem estar.
Artigos 356º e 357º — Porque é que será que quando o processo não está em segredo
de justiça se pede para alertar o seguinte “Se o MP dirigir, presidir numa inquirição de
testemunhas, faça favor de verificar se ele está presente” Porque se houver
problema, vão ler o que a testemunha disse ao MP lá atrás, para ter certeza que
corresponde à verdade. — pelo nº3 do 356 — fase da audiência de julgamento. Este
artigo retrata que em julgamento temos um processo que pode ser grande ou pequeno
e que teve pelo menos a fase de inquérito. Pode-se passar de uma acusação na fase de
inquérito para o julgamento, quando se chega ao julgamento sabe-se sempre com toda
a certeza que houve inquérito, uma vez que a instrução é opcional, pode ser passada à
frente.
Normalmente, na fase de inquérito, foram ouvidas testemunhas no inquérito, é a prova
rainha.
Diz quais as declarações que podem ser lidas em julgamento, há declarações que se
podem ler em julgamento, mas há outras que não podem. As declarações prestadas
em inquérito, pela polícia, ou funcionários do tribunal/secretaria (equivalente ao OPC
quando há diligencia de prova), por regra, não podem ser lidas em julgamento — as
declarações feitas no inquérito por testemunhas, partes civis, o assistente, perante a
polícia não podem ser lidas em julgamento.
Não é necessário que haja contradições ou falta de memória da testemunha quando
isto acontece, pois por exemplo, no inquérito diz que é verde e no julgamento vem
dizer que era rosa.
Se houver contradição ou falta de memória, aplica-se o nº3 do artigo 356º, quando na
instrução ou inquérito houve um juiz ou o MP a fazer as perguntas.
Julgamento marcado para hoje às 14h. Há um arguido que foi notificado regularmente
para estar presente. No dia de ontem à noite, o arguido telefonou ao advogado e disse
que estava com muita tosse, com muita gripe e muita febre, não podendo ir ao
julgamento amanhã. Vai ter que arranjar um atestado médico e a falta tem de ser
justificada o mais tardar quinta-feira tem de entregar (hoje é segunda) — 3 dias úteis,
Indica que amanhã não irá e justifica a falta.
Hoje, o advogado vai ao julgamento e leva o requerimento todo escrito, para não se
perder tempo e como é escrito, leva todas as informações necessárias, que vimos na
aula passada.
Temos de integrar as normas com os factos — artigos 116º e 117º — o arguido foi
regularmente notificado, portanto se faltar, tem de pagar duas UC´s, ou seja, no
mínimo, paga 204€. O juiz pode aplicar mais.
Para além disso, fica condenado ao disposto na parte final do nº2 do artigo 116º. Para
isto não acontecer e não apanhar isto, tem de requerer que a falta seja considerada
justificada, comunicada com 5 dias de antecedência, sendo PREVISÍVEL. Aqui não seria
assim, uma vez que não foi.
Assim, teria de comunicar, de acordo com o artigo 117º CPP, indicação do respetivo
motivo, o local onde o faltoso se podia encontrar e a duração — artigo 117º, nº2 CPP.
Caso se esqueça de um destes elementos, a falta é considerada não justificada pelo
juiz.
Se for alegada a doença, a prova desta encontra-se no nº3 do artigo 117º CPP,
apresenta atestado médico e caso não consiga no tempo previsto, podem ser
apresentados até ao 3º dia útil seguinte.
Caso se aperceba que o atestado é falso, o médico comete um crime.
Requerimento escrito:
Tribunal judicial da comarca do Porto
Pelo exposto,
REQUER
JUNTA :
Atestado Médico.
O advogado,
Artigo 97º, nº5 CPP Quem decide tem de dizer a razão de ter decidido assim, a razão
de facto e de direito.
Tudo isto fica gravado e vai ser transcrito pelo funcionário, e é sempre obrigatório
gravar o julgamento artigo 364ºCPP. Tem de ser sempre gravado. Porque é que será
que se grava a audiência? Se alguém recorrer e disser que o A tinha uma arma no
bolso, tem de se poder contradizer com base naquilo que foi dito em julgamento,
assim, ouvindo as gravações sabe-se como é que o juiz deu como provado.
Se quiser impugnar esta decisão e dizer que o juiz está errado e está a ver mal o
problema, uma vez que disse que o arguido tem uma arma na mão, apenas porque o
José disse. Contudo, aquilo que se pretende, é avisar o senhor Juiz, que se esqueceu
que existem mais 3 testemunhas que estavam presentes e afirmam que o José está a
mentir e apenas diz isto, para colocar o amante na cadeia.
Como é que num recurso se impugna, do ponto de vista da matéria de facto? Houve
tempos longos em que não se gravava o julgamento, logo quando se dava como
provado algo, ficava e pronto, não era possível demonstrar o que as pessoas disseram.
Hoje, temos a agravação, que veio permitir o recurso da matéria de facto, de forma a
dar como provada ou não provada, podendo ainda transcrever as partes convenientes.
EXEMPLO:
Estamos em julgamento por um crime de violência doméstica e eu sou advogada do
arguido. O arguido e a assistente estão separados há alguns anos.
O arguido prestou declarações, está acusado de insistentemente ter abordado a ex-
mulher e a ter insultado de filha da puta, de cabra, outras inúmeras ofensas e
perguntando como é que é possível estar com outro homem — Um caso que foi
identificado como violência doméstica.
Ele afirma que realmente fez isso, mas fez porque esse homem que vive com a mulher
e com os filhos menores, um deles autista, ameaçou de morte a ex mulher (assistente
no processo), dizendo que a matava com uma faca e a seguir ameaçou matar os filhos.
Conta ainda que, em pânico, a mulher, quando o companheiro saiu de casa, telefonou-
lhe a pedir ajuda porque tinha acontecido aquilo, para ele ir buscar os filhos, que
estavam já à porta cá em baixo.
Diz ele “Eu fui e trouxe-os para casa. No momento de tensão disse-lhe isso, mas nunca
por motivos de ciúmes, mas sim por preocupação em relação a eles.”
Passa a instância para o advogado, sendo que a lei permite apenas fazer questões à
assistente, por intermédio do juiz.
Diz o advogado ao juiz — “Quero juntar o auto de notícias (7 de janeiro de 2015) da
PSP, em que se diz que ela chamou a polícia, que quando chegaram ela estava em
pânico, e já se encontrava sozinha, sendo que só queria sair de lá o mais rapidamente
possível, por medo dela e dos filhos.
Este auto não foi junto ao processo.
Em que parte do CPP, está o julgamento? Encontra-se no intervalo do 311º ao artigo
350º. Qual a norma que permite juntar a produção de meio de prova? Artigo 340º, nº1
CPP. Demonstra que a atuação do arguido foi em defesa dos filhos e nada que ver com
ciúmes, relativamente à assistente.
Vai requerer isto, olhando SEMPRE para o artigo 340º, nº1 e na parte geral, no artigo
360º, nº1 CPP.
Parte especial do código: 311º-380º. Há uma norma que permite pedir ao tribunal que
não consta do processo, que é o artigo 340º, nº1 CPP.
Este auto de notícia é necessário para a descoberta da verdade, porque revela o
motivo do ex-marido estar no meio, ou seja, porque ela lhe ligou, por ter sido
ameaçada, mais os filhos, pelo companheiro.
Digo ao juiz que quero juntar o auto de notícia porque é essencial, mas tenho de
pensar que para o juiz pode não ser. Imaginemos que requeri, mas o MP diz que não é
necessário, tem logo o apoio do advogado e o juiz acaba por indeferir.
Arguido que pediu a junção ao auto pode pedir, se não for aceite pelo tribunal é
legitimo, artigo 400º, nº1, alínea b).
Se o juiz indeferir como é que se pode fazer para juntar, visto que não se pode
requerer? Tem de se arguir a nulidade, se demonstrar que o auto de notícia é
necessário e essencial para a descoberta da verdade (artigo 120º, nº2, alínea d).
O auto de notícia faz fé e juízo, artigo 99º, nº5 CPP que remete para o 169º.
Pensar no que pode acontecer a seguir e para isso tem de estar pronto, sendo
essencial o auto de notícia, para a produção de prova e descoberta da verdade.
Venho requer Artigo 120º, nº3, a): Tenho de arguir nulidade antes que não esteja
terminado, “quero que vossa excelência se digne a declarar”. Saber se há uma nulidade
ou não há uma nulidade não depende da resolução do tribunal.
Artigo 410º, nº3 Nulidade que ainda não está sanável. Se ainda não invocou a
nulidade no julgamento, ela já está sanável, já não sendo possível recorrer.
RESUMO:
O advogado do arguido requer que se junte o auto de notícia.
O juiz cumpre o contraditório.
O juiz indefere.
O advogado volta a pedir a palavra para o requerimento.
O advogado não pode recorrer, artigo 401º, b).
Não consegue arguir nulidade e diz ser necessário essencial à descoberta da verdade.
Requer a declaração de nulidade.
O juiz em princípio indefere o requerimento de nulidade.
Aqui pode o advogado recorrer, artigo 410º.
Arguido
Ofendido — queixoso, assistente
Partes civis— pessoas que tiveram dano com a prática do crime, tendo direito a ser
indemnizadas do prejuízo.
Temos no processo penal o arguido, que tem direitos fundamentais, como o princípio
da presunção de inocência, princípio pro reu, princípios que protegem o direito do
arguido, ninguém pode ser presumivelmente culpado, ninguém está obrigado a
confessar um crime. Basta colocarmo-nos no lugar do arguido para entender logo.
Obviamente que o ofendido também tem direito, mas não são tão assertivos quanto
estes. Não pode sofrer de vitimização secundária.
Em termos de recursos, temos um artigo fundamental na CRP, que é o artigo 32º, que
fala dos direitos de defesa do arguido, logo no nº1 que o processo criminal assegura
todas as garantias de defesa, sendo que em 1997, acrescentou-se uma parte final
“incluindo o recurso”.
Através do direito processual penal, nós aplicamos os princípios e DLGs previstos na
CRP.
Quando se fala em defesa de direito, fala-se em arguido e quando este for condenado
tem direito a recorrer pelo menos uma vez a sentença, uma instância de recurso.
Há uma lei de recursos que diz que em qualquer CRP no final tem a lei que regula os
recursos para o TC.
PARTES DO CÓDIGO:
Apenas podemos recorrer nestes artigos — aplicam-se a decisões dos juízes e nunca
do MP — 399º a 436º
Recursos para a relação, artigos 427º a 431º — Se a lei não permitir que se
recorra para o Supremo. Primeiro vamos ao primeiro artigo, ao 432º, chegamos
lá e vimos quando se recorre, o nº1, alínea a), alínea b), alínea c) e alínea d),
nestes casos recorremos para o STJ. Se couber neste artigo é para o Supremo,
se não couber numa destas alíneas, então segue para a relação — diz-nos o
427º CPP.
O artigo 411º, nº1 fala de 30 dias no corpo do nº1, depois tem 3 alíneas, que
refere quando é que o prazo começa a recorrer. Por exemplo, o juiz leu hoje a
sentença, quando é que começa a correr o prazo? Quando dá entrada na
secretaria. Na plataforma informática citius está a data do depósito da
sentença, se estiver lá a notificação, é porque está realmente. A partir da
notificação da decisão do despacho. O tribunal enviou o despacho da decisão.
Envia-se notificação em 29 de setembro de 2023 — Tem 3 dias seguidos de
correio — 1 de outubro — se for dia útil considera-se notificado dia 1. Se a data
de notificação for quarta — sábado— é dia útil? Não, passa para domingo.
Domingo é dia útil? Não, então passa para segunda — artigo 313º CPP — não
sai no teste.
O Carlos viu o António a insultar a Beatriz, a chamar-lhe cabra, mas para dar início
ao processo criminal, precisa que a maria apresente a queixa criminal, mas logo a
seguir, verifica-se que o crime particular depende da constituição de assistente e o MP
tem de avisar a queixosa. Para que o processo continue ela tem de se constituir
assistente em 10 dias e demonstrar no processo que o fez, que venha requerer ao
processo a sua constituição como assistente e que pague uma taxa de justiça e depois a
entidade com competência vai decidir se esta pode intervir no processo ou não. Ainda
vai precisar, posteriormente, que o assistente deduza uma acusação antes do MP e se o
assistente não o fizer, o MP não pode fazer nada — crime particular de injúria.
Exemplo: Automóvel parado. No crime público, o MP entra no carro sozinho sem dizer
nada a ninguém, põe o carro a trabalhar sozinho, o MP tem conhecimento do crime e,
só por si, manda abrir o processo criminal. Só necessita de dar ignição. Nos crimes
semipúblicos (artigo 49.o CPP), o MP entra no carro, mete a chave na ignição, dá à
chave, mas o carro não trabalha, precisa que venha o titular do direito (ofendido) dar
um empurrão no carro – queixa – e o MP vai até ao fim do processo sem precisar de
mais nada ou então, o carro para quando o ofendido quer desistir do processo. O
processo só existe enquanto o ofendido quiser. Por fim, nos crimes particulares, o MP
tenta entrar no carro e pôr a trabalhar, não consegue e precisa que o ofendido dê um
empurrão, o carro anda, o carro perde velocidade e precisa de mais um outro
empurrão, voltando a andar com a constituição de assistente, que pode ser em
simultâneo com a queixa ou passado pouco tempo. De seguida, o carro anda bastante
tempo sozinho e depois perde velocidade (no final do inquérito, quando as
investigações estão prontas). Falta o 3.o empurrão – falta que o queixoso volte com a
sua acusação e o MP acusa em 2.o lugar. O assistente decide se acusa ou não, se não
acusar o MP não pode fazer nada.
No artigo 188ºCP: Na alínea b) até ao ponto e virgula também se aplica à alínea a).
Artigo 205º, nº4 CP — Tem aqui uma norma, o artigo 206º CP, de forma em que a
extinção da responsabilidade criminal pode ser acordada. Caso não se verifique o 206º,
o artigo 205º, nº4, alínea a), alínea b) e nº5, são crimes públicos.
O legislador só́ diz que depende de queixa o que está no nº 1, o que está para a frente
não depende de queixa, porque é de valor elevado ou consideravelmente elevado (art.
202.o/a e b CP), pelo que é crime público.
Artigo 164º CP — Se houver violação de pessoa que não seja menor, é semipúblico,
depende de queixa Remete para o artigo 178º
Violação de menor — natureza do crime: Pública.
Crime de violência doméstica — Deveria ser público na maior parte das vezes. Cada
caso é um caso. O crime de violência doméstica acontece com uma frequência que
ninguém imagina. O crime sendo público, significa que terceiros (por exemplo, vizinho),
podem intervir e chamar a polícia, poderá proteger a vítima.
Exemplo: O António vai ao supermercado, hoje está aberto, mete no carrinho um saco
de arroz, pão e farinha e depois olha para uma cerveja e mete-a no bolso. Fecha o
casaco, vai para a caixa, paga o que leva no carrinho, e não paga a cerveja. O segurança
apanha-o e aborda-o — CRIME DE FURTO — Se no teste sair o crime de furto que é de
valor diminuto, temos do artigo 203º CP e no artigo 207.o/2 CP – acusação particular;
crime particular. REMETER DO 203º PARA O 207º, passa a crime particular. Sendo
particular, acresce e implica inúmeras despesas para o ofendido.
Sempre que se fala em queixa, nos semipúblicos e particulares, isso significa que o
ofendido tem um prazo para apresentar a queixa, quer nos semipúblicos, quer nos
particulares.
A queixa tem de ser apresentada num prazo que está previsto no artigo 115º CP.
Sempre que se fala em queixa nos crimes semipúblicos e nos crimes particulares isso
significa que a pessoa vítima do crime tem um prazo para apresentar a queixa.
No crime particular a acusação só pode ser deduzida se houver indícios da prática do
crime. Qualquer das maneiras em ambos os crimes falamos de queixa e que de ser
apresentada no prazo do artigo 115º CP. É um prazo de caducidade, não se suspendem,
nem se interrompem, como por exemplo ocorre no prazo de prescrição.
REQUER
A advogada, x.
OUTRO CASO QUE O PROF DEU:
DIAP
1ºsecção
Tribunal Judicial da Comarca do Porto
Instância Local Criminal do Porto – J1
Processo nº 276/09.079.PRT
Requer a V. Exª.
A advogada, Albertina.
Nos crimes particulares, para além da queixa ainda temos a constituição de assistente,
que tem de ser requerida, nós aqui estamos no artigo 68º do CPP. Se no crime
particular, o queixoso não se constituir assistente, o MP tem de arquivar o processo.
Se o MP continuar o processo, mesmo NÃO havendo assistente, constitui uma
ilegitimidade e estaremos perante vícios, como é o caso da nulidade e
Artigo 48º CPP.
Artigo 50º CPP — apresentação de queixa.
Renúncia: Aqui renuncia-se a um direito de queixa, que ainda não foi exercido.
Desistência: A desistência é depois de apresentada a queixa.
09.10.2023
DIAP — 3ª secção
Processo nº3495/17.0T9PRT
Inquérito
Marta Ferreira da Silva, ofendida nos autos acima referenciados, em que é arguido José
Antunes Pereira, vem expor e requerer o seguinte:
Requer
A v. exa, nos termos do disposto dos artigos 68º, nº1, alínea a), nº3 alínea b), 70º, 519º,
nº1, do CPP e artigo 8º, nº1 do regulamento das custas processuais, se digne admiti-lo
a intervir nos autos na qualidade de assistente.
O advogado,
CADERNO I — corrigir na primeira frase, uma vez que hoje já não se diz Exmo.
procurador-adjunto, mas sim, procurador da República. O agente da PSP foi ao local
onde dizem que houve um crime, vai ao local, recolhe tudo o que são provas e com a
sua experiência sabe o que interessa. Enão interessa, então vai escrever isto tudo no
auto de notícias, um escrito em que se dá notícia de alguma coisa, informasse o MP
(quem dirige o inquérito), do que viu no local — parte especial do CPP, artigo 243º.
O agente da psp refere o dia, as horas e em que local aconteceu isto, diz que foi
chamado lá porque duas pessoas estavam detidas, ao chegar ao local encontrou duas
pessoas a dizer que tinham detido outros dois indivíduos. Recolhe o nome das
testemunhas.
As 4 testemunhas contaram tudo o que. Viram, disseram que o AF tinha uma pistola e
que pegou nela, como viu a arma e a apreendeu, o agente diz o tipo de arma que
estava no local.
O polícia diz que no local, estava uma grande mancha de sangue humano, os indícios
assim o apontavam, uma vez que houve um disparo contra uma pessoa. Diz ainda que
estava lá o invólucro e o calibre da respetiva arma.
O polícia também vai ouvir os detidos, não apenas as testemunhas.
Quanto à vítima, que ele deveria ouvir, disseram que foi levada par ao hospital, dizendo
que estava a ser operada naquele momento.
Crime contra a vida, crime grave, constitui-os como arguidos, estão nas celas e está a
informar disto, o MP.
Artigo 243º CPP — O agente da polícia deve informar o MP de tudo aquilo que entenda
ser importante, para que o MP possa abrir o inquérito e possa perceber o que é que
aconteceu ali naquele local, sendo i portante o trabalho da polícia no momento dos
factos, recolhe a provas fundamentais que vêm a provar a prática dos crimes em causa.
Crimes em causa:
Aqui não haveria crime de ameaça, pois é um mal futuro e aqui é um mal presente,
pois ele dispara, no momento em que o diz.
A detenção é uma medida cautelar, pois se a pessoa ficar em liberdade pode acontecer
algo grave.
Artigo 254º CPP — o detido vai ter de ser sempre presente a um juiz.
A detenção tem um prazo máximo de 48 horas, não pode ir além disso. Só pode ter
lugar com objetivo e finalidades previstas na lei, não havendo outras, artigo 254º CPP.
Tem a finalidade para no prazo máximo de 48 horas, o detido ser presente a
julgamento ou o primeiro interrogatório a juiz, ou para aplicação de uma medida de
coação. É detido e quem detém sabe que tem de ser rápido, pois só tem 48 horas. Esta
detenção pode visar (é o MP), o julgamento sob forma sumária, artigo 381º CPP ou
então o primeiro interrogatório judicial de arguido detido, artigo 141º. O processo
sumário destina-se a julgar os detidos em flagrante delito.
Artigo 27º CRP — A liberdade e a segurança, são direitos invioláveis, todos tem direito.
Crimes semipúblicos — artigo 255º CPP, nº3 — criem de ameaça, crimes de ofensa à
integridade física — pode haver detenção em flagrante delito? Pode, mas tem que
respeitar o nº3 deste artigo, tem de atender ao prazo de 6 meses no crime de ofensa à
integridade física. A detenção é possível, mas só se mantem, logo após a apresentação
da queixa.
E nos crimes particulares, pode haver detenção em flagrante delito? Não, apenas a
identificação do infrator, artigo 255, nº4 CPP. Nunca há lugar no julgamento a
procedimento sumário.
Quer o juiz, quer o MP para puderem ordenar a detenção fora de flagrante delito,
tem de se verificar estes casos da alínea a), b) ou c) do artigo 257º, nº1 CPP — são
requisitos alternativos, uma vez que tem um “ou” seguido de um “;”. Basta preencher
apenas um dos requisitos do nº1.
Já em relação ao nº2 já são cumulativos, pois tem o “e”. Tem de preencher os
requisitos todos.
Artigo 204º CPP — nenhuma medida de coação pode ser aplicada, sendo que no
momento não houver em concreto uma destas situações — fuga ou perigo de fuga
(alínea a)), haver perigo de perturbação no decurso do inquérito (alínea b), OU então o
perigo em razão da natureza ou da continuidade da atividade criminosa (alínea c) —
Exemplo: Crime de violência doméstica. A senhora agredida corre perigo se o marido,
nesse dia continuar em casa, porque está alcoolizado. Se isto for constatado, pode
também o juiz ou o MP (porque pode haver prisão preventiva) ordenar detenção do
marido, para proteger a vítima. Se eles não detiverem o arguido quase de certeza que a
vítima vai ser novamente agredida.
Qualquer uma destas situações têm que ser articuladas com as finalidades do art. 254º
CPP.
Nº2 – As autoridades de polícia criminal (art. 1.o/d CPP) podem ordenar a detenção
fora de flagrante delito, por iniciativa própria, não depende nem do juiz nem do MP.
Elementos da PJ, segundo o artigo 1º/d CPP são considerados autoridades de polícia
criminal. No entanto, têm que se verificar todas as situações das alíneas do número.
Estes requisitos são cumulativos, se não se verificar um
deles, já não pode ordenar a detenção.
Se não comunicar ao arguido que ele é obrigado a responder sobre a sua identidade,
e ele não responde, está a cometer um crime, de que não tem conhecimento.
Artigo 58º, nº4 CPP — O agente da polícia tem de notificar ao MP. A constituição de
arguido, de forma a validar.
O Bento podia ter sido constituído arguido? O MP pode instaurar inquérito contra o
bento? Não há queixa. O Bento disparou? Disse que o matava? Instigou? Não. Apenas
lhe chamou nomes em particular. O ofendido está no hospital em bloco operatório,
logo não pode apresentar queixa, na ambulância também não conseguia, uma vez que
quem ia com ele seria o bombeiro e o médico, não ia a polícia.
O MP quando lhe chegar o processo, vindo da polícia, não pode validar como arguido,
o Bento.
O Bento não podia ter sido detido, nem constituído arguido e o MP ordenou a sua
imputação e não validou, uma vez que a injuria é um crime particular e não há queixa
por parte do ofendido. Se estas normas forem violadas, todas as declarações dessa
pessoa constituída como arguido, não valem como prova, artigo 58, nº6 CPP — é uma
prova proibida.
Ver o 58º, nº6 parte final e ver o artigo 118º, nº3 do CPP — prova proibida. A prova
proibida nunca passa. A grande diferença entre nulidade e prova proibida é que a
nulidade mesmo que insanável fica sanada com o trânsito julgado da prova final. A
prova proibida sobrevive ao caso julgado e pode ser fundamentado de recurso de
revisão, só pode ser interposto depois de transitado em julgado a o recurso de revisão.
Artigo 449º, nº1, alínea e) CPP.
Artigo 120 2 d), 1ª parte e artigo 58º nº5 — se prestar declarações alem desse vício da
nulidade do 120º, nº 2 d), essas declarações porque não foi cumprido o número 1 do
58º, não poderão ser utilizadas como prova.
Viola-se a lei, a lei diz que a violação é uma nulidade, quando se verifica esta nulidade
significa que há́ uma violação de formalidades, no regime das provas proibidas, há
uma violação dos direitos fundamentais.
Quando não estiver presente o vicio, há lugar a uma irregularidade e não uma
nulidade.
Constituição arguido:
Comunicada que é arguida e que, portanto, tem direitos e deveres, tendo estes de
lhe ser explicados.
Vai ser sujeito a TIR — única medida de coação que pode não ser aplicada por um
juiz. Pode ser feito pelo MP ou pela polícia.
A prisão preventiva não é uma pena, diz-se ao arguido “és presumivelmente inocente,
mas, entretanto, vais preso”.
Significa que neste caso, a polícia teve de dizer verbalmente aquelas pessoas, ao
António Freitas e Bento Silva que eram arguidos, ou seja estão lhe a ser imputados a
prática de um crime de factos criminosos, e agora ao senhor porque é arguido tem
direitos e deveres — artigo 61º e explicá-los.
Caso não preste declarações e se remeta ao silêncio, é legítimo, pois como arguido não
se comete nenhum crime. Como testemunha, já se é obrigado a falar.
Não se deve tirar proveito do silêncio do artigo.
O legislador teve o cuidado de no artigo 68º, tem de comunicar por escrito e
oralmente, comunicando os seus direitos, explicando-os. O legislador faz isto, porque
ser arguido implica desde logo que a liberdade dessa pessoa possa ir para a cadeia,
logo antes de responder sobre o que quer que seja, tem de ter conhecimento que
pode manter-se em silêncio.
A CRP, no artigo 32º, nº1, diz que o arguido tem todos os direitos, todas as garantias de
defesa.
Comunicar ao MP para a validação — quem dirige o inquérito.
O Bento Silva que foi detido e constituído arguido podia ter sido detido e constituído
arguido? Não, porque era um crime particular, porque não houve queixa, porque não
matou ninguém. O Bento nem sequer instigou, não disse ao António Freitas “dispara!”.
Se não houve queixa, não pode haver inquérito contra ele e o crime particular também
depende de queixa, artigo 50º.
O MP não pode validar, pois não pode haver processo contra o Bento. Vai mandar a
polícia libertá-lo imediatamente, pois nem sequer podiam tê-lo levado.
Todas estas formalidades que constam do artigo 58º, o nº7 atualmente, diz que a
omissão ou violação das formalidades previstas nos números anteriores tem como
consequências que as declarações prestadas não podem ser utilizadas como prova —
prova proibida — qual é o vício? Proibição de prova.
Porque é que não é uma nulidade? Tem que haver uma norma que diga que há
nulidade, o que no caso não havia, logo não havia violação dessa norma , depois
vamos ao outro que diz que se a lei nada disser, é uma irregularidade — artigo 118º,
nº3 CPP.
Neste título V nunca mais se fala em provas proibidas.
Não colocaram o 126º nas nulidades, meteram-no na produção de prova.
A maior parte da jurisprudência, quer na primeira instância, quer na relação, quer
supremo, têm tendência a dizer que a produção de prova é uma prova insanável, o que
o nosso professor não concorda, este acha que a prova proibida não é nulidade.
Quando é que a nulidade fica sanada? Caso julgado, acabou o processo, não se pode
falar mais nada daquilo.
Se há uma prova proibida, posso reverter a situação através de um recurso de revisão.
Por ser uma prova proibida, tão grave, tem o condão de ressuscitar o processo, a prova
proibida sobrevive ao caso julgado.
O vício que resulta da prova proibida, é o da inexistência, nunca existiu.
Este artigo 58º, nº6 do nosso código, nº7 agora — é uma prova proibida.
Artigo 32º, nº8 CRP aparece depois do 126º CPP, ma só legislador traz-nos a
interpretação que faz desse 32º, nº8 da CRP. Quando diz que são nulas, não é nulidade
nenhuma, é uma prova proibida, está apenas a dizer que não pode valer como prova.
Assim, transporta para o artigo 126º — Métodos proibidos de prova — são nulas, NÃO
PODENDO SER UTILIZADAS, as provas obtidas por tortura, etc.
O nº3 refere também isto, “SALVO se houver o consentimento” — a prova deixa de ser
produzida se o visado consentir. O legislador com a lei 48/2007, vem dizer para alterar
o nº3, alterando o “são nulas” para colocar “não podendo ser utilizadas”.
O artigo 59º, nº4 remete para o artigo 58º, ou seja, a violação deste 59º, implica
que tudo o que aquela pessoa disser, não vale como prova e depois, caso surja um
advogado que lhe explique tal, acaba por invocar a prova proibida.
Procuração forense
Título “procuração”, nome do cliente, casado ou solteiro maior (estado civil), profissão,
residência, NIF, constitui seu bastante procurador (...), o nome do Advogado (...). Não
nos tratamos por Senhor Dr. se formos nós a escrever pelo cliente, escrevemos apenas
o nome.
Constitui seu bastante procurador – art. 61.o/1/e CPP.
Transmissão da procuração – substalecimento (substalecer/transmitir os poderes
estabelecidos). Pode ser definitivamente, deixando de ser advogado para sempre no
caso, temos que dizer que substabelecemos sem reserva ou apenas para aquele ato,
substalecemos com reserva.
Se não tiver capacidade económica, passa para nomeação da ordem dos advogados a
pedido do tribunal.
Artigo 64º, nº1 Há casos em que a lei diz que o arguido tem de estar
obrigatoriamente com advogado. Sempre que está detido ou preso, o advogado tem de
estar lá — se não estiver lá advogado, como procede? Qual é o vício? NÃO ESTÁ DITO
no artigo 64º qual é o vicio — Então, mas se não cumprir, qual é o vicio? Aqui não diz,
mas pode estar previsto no próprio regime, no artigo 119º e no artigo 120º, porque
pode lá estar e aqui verifica-se, no artigo 119º, alínea c). A norma não refere as
palavras “sob pena de nulidade”, mas por não dizer, não podemos assumir de imediato
uma irregularidade, antes disso é necessário ir aos artigos 119º e 120º CPP.
Artigo 321º, nº1 — “sob pena de nulidade INSANÁVEL — está aqui dito, mas por vezes
sucede que só refira nulidade e então não vamos afirmar que seja relativa, ela pode
também ser insanável, temos é que verificar as alíneas do artigo 119º. Sempre que a lei
fala em nulidade, temos que vir ao 119º, ver se porventura é mais do que nulidade e é
também insanável, bastando conseguir integrá-la numa das alíneas. Se não
conseguimos integrá-la no artigo 119º, então é porque é prova relativa, prevista no
artigo 120º, nº2 CPP.
Artigo 120º :
AUTORIDADE JUDICIÁRIA — APENAS Juiz e MP, não É NUNCA o investigador da polícia
judiciária.
Por exemplo o artigo 356º, nº3 CPP — testemunhas que em julgamento porventura
perderam a memória, se antes em inquérito prestaram depoimento prante um juiz,
logo cumprindo o corpo do nº3, esse depoimento pode-se ler.
Antecipação do julgamento — Uma testemunha que está com uma doença muito grave
e que se presume que não vai aguentar viva até à data do julgamento, então ouve-se
imediatamente. Em inquérito, vamos ter uma espécie de julgamento antecipado, só
para ouvir aquela testemunha, em que estejam todos presentes.
Nos crimes de violência doméstica, nos abusos sexuais de menores, faz-se sempre as
declarações para memória futura.
Podemos antecipar quer no inquérito, quer na instrução.
Depois de uma detenção, a regra é que o arguido é levado à presença do MP, artigo
259º, alínea b) e aí entramos imediatamente no primeiro interrogatório não judicial de
arguido detido, entrando no 143º CPP.
O nº1 do 143º diz-nos que é presente ao MP, que o pode ouvir rapidamente. Ele está
detido, logo estamos a correr contra o tempo — 48 horas no máximo.
Artigo 141º CPP — O nº1 diz que o arguido detido que não seja sujeito a processo
sumário, então se não for libertado tem de ser sujeito a interrogatório pelo juiz nesse
prazo de 48 horas, fazendo a conjugação com o artigo 28º, nº1 da CRP, que diz que a
detenção será submetida no prazo máximo de 48 horas, a apreciação judicial. O juiz
não pode interromper o interrogatório para ir ouvir outro processo, pois as 48 horas
vão passar. A única interrupção que pode fazer é para comer e dormir.
A partir do momento em que começa a ouvir o primeiro, interrompe-se o prazo de 48
horas para o primeiro. Assim, quando começa o interrogatório, eles chamam-nos para
os identificar logo e aguardam lá fora, assim suspende o prazo de 48 horas. O problema
é se forem 100, 300 ou 600 arguidos.
Tudo isto fica no auto, todas as informações fica a contar do auto de interrogatório
judicial de arguido e logo a seguir o juiz pergunta ao arguido se este quer prestar
declarações.
Interrogatório — É sempre do arguido. Não é das testemunhas.
Inquirição — Testemunhas.
Artigo 141º, nº6 CPP — Ninguém interrompe. Começa o juiz “Então conte lá o que
aconteceu” e o arguido conta a história. Por vezes tem cortes. Só quando o juiz acaba é
que pergunta ao MP se quer realizar alguma questão e o juiz decide se autoriza ou não.
Posteriormente, faz o mesmo com o advogado.
Foi tudo alterado pela lei 20/2013. Vamos poder reproduzir as declarações
anteriores perante o advogado, com o juiz, com a advertência de que tudo o que disse
lá atrás perante o MP ou juiz, pode ser utilizado futuramente.
Para que se possa ler as declarações prestadas pelo arguido, são necessários 3
pressupostos:
Que essas declarações tenham sido feitas perante autoridade judiciária (artigo 1º/b
CPP);
Que nesse interrogatório tenha estado presente o advogado (artigo 64º/1/b e
141º/2 CPP);
Que antes de começar o interrogatório o arguido tenha sido advertido que tem
direito ao silêncio, mas que se não utilizar esse direito as declarações vão ser utilizadas
em julgamento (artigo 141.º/4/b CPP).
Este interrogatório, quando feito pelo juiz, em regra, é sempre gravado, artigo 141º,
nº6 CPP. Neste, apenas estão presentes, o juiz, o procurador do MP, o advogado e o
arguido. O ARGUIDO APENAS RESPONDE ÀS PERGUNTAS que quiser.
Quando não se trata deste interrogatório, aplicamos o artigo 144º CPP.
O nº1 diz que se aplica as regras do 141º com as devidas adaptações — em
julgamento não se aplica o 141º, nº2. No julgamento pode estar presente quem quiser,
é público. No debate instrutório também é público.
No inquérito o MP pode alegar OPC e aplica-se também as regras do 141º, com duas
exceções, duas regras que a polícia não pode usar, trata-se da alínea e) e da alínea d).
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06.11.2023
Artigo 357º, nº1, b) CPP — O que se pode ler é o interrogatório judicial perante
autoridade judiciária. Temos a exceção do 144º, nº2 em que a polícia não pode dizer
que o que vai dizer pode ser utilizado em julgamento. Não permite que seja usado em
julgamento.
Artigo 144º, nº2 CPP — A polícia não pode usar a alínea 2), do nº4 do artigo 141º. Vai
dizer ao arguido quais os factos imputados, mas não vai dizer sobre as provas que tem
no processo. A polícia não pode fazer juízos de valor acusatória relativamente a
nenhuma prova.
Artigo 103º, nº3, 4 e 5 CPP— Estes interrogatórios, nunca podem ocorrer entre a meia-
noite e as sete da manhã, a não ser que o arguido solicite ou então nos casos do artigo
174º, nº5, a). Não podem durar mais do que 4 horas seguidas, tem de fazer um
intervalo de 1 hora, depois pode continuar mais 4 horas, mas mais do que isto não.
Tudo isto se não for cumprido, todas as declarações que o arguido prestar, é prova
proibida — são nulas, não podendo ser utilizadas.
Outro exemplo é o artigo 147º CPP — Não tem valor como meio de prova, nº3 do 118º,
é prova proibida.
Depoimento obtido mediante tortura — prova proibida. No 32º, nº8 é tudo prova
proibida.
Escutas telefónicas — artigo 34º CRP. Se não for autorizada por um juiz, a escuta
telefónica não é nula, nem irregular, é prova proibida. Para ser válida, tem que ser
autorizada pelo juiz.
O TIR é a medida de coação por excelência, porque ao contrário do que se diz muitas
vezes, o professor entende que o TIR é a medida de coação que melhor cumpre as suas
funções. Por algum motivo, todo e qualquer arguido que seja constituído como tal
obrigatoriamente tem de prestar TIR.
No momento, em que é constituído arguido presta TIR (artigo 196º CPP). Para o
professor, a mais importante de todas.
Se o arguido mudar de residência ou se ausentar da residência por mais de 5 dias
(exemplo: vai de férias para o Algarve) tem de comunicar esse facto ao tribunal e se
não o fizer, pode aplicar-se o perigo de fuga e pensar-se em prisão preventiva. É o juiz
exclusivamente que pode aplicar medidas de coação.
À exceção do TIR, que pode ser aplicado por qualquer entidade judiciária ou OPC, que
é obrigatório para todo e qualquer arguido, seja qual for o crime imputado, existem
outras medidas de coação.
Depois, podem ser impostas, sob esse TIR, qualquer outra medida de coação que se
entenda necessária.
As medidas de coação, sejam elas quais forem, são medidas que limitam a liberdade
de uma pessoa. Qualquer medida de coação limita a liberdade porque, por exemplo,
não podemos mudar de residência por mais de 5 dias sem informar da nova residência
(artigo 196.o/3/b CPP), no caso do TIR, tal como noutras medidas.
À exceção do TIR, qualquer medida de coação só pode ser aplicada por um juiz. Só o
juiz é que pode aplicar, o MP nunca pode fazê-lo, nem os OPC, porque nos termos do
artigo 194º/1 CPP refere isso. Tem que haver requerimento do MP ou tem que se ouvir
o MP (no caso de a medida de coação ser aplicada depois do inquérito, oficiosamente)
mas quem decide aplicar a medida de coação é, em exclusivo, o juiz – ou o JIC na fase
de inquérito ou instrução ou o juiz de julgamento na fase de julgamento.
Artigo 196º CPP – É constituído arguido, presta TIR, pela entidade que está a fazer a
constituição de arguido, que pode ser um agente policial, o MP ou outro.
Em relação a todas as outras medidas já não é assim, o MP não pode aplicar medidas
de coação, tal como o OPC.
O juiz tem uma função muito importante no momento de decidir. É preciso ter além de
vocação, uma formação ética e moral acima da média e isso aprende-se e é preciso ter
um sentido de imparcialidade muito grande. Ao juiz só se pede que decida. Profere
despachos e sentenças.
Artigo 195º CPP — Quando o juiz tem de decidir sobre uma medica de coação, tem de
decidir qual é o crime, pois as normas que preveem a medida de coação preveem a
pena máxima. Dependendo do crime, pode haver situações em que o crime não
admite nenhuma medida de coação, como o crime de multa — a violação da detenção
de alimentos.
O mesmo crime, mas agravado, já implica pena de prisão.
Antes de poder aplicar uma medida de coação, lembrando-se das exigências
processuais. Quais são estas exigências? As previstas no artigo 204º, nº1. O que se diz
quanto às pessoas singulares, é que tem de ir sempre ao 204º, se não se verificar
nenhum desses perigos, então não pode ser aplicada nenhuma medida de coação.
Estes perigos têm de ser concretos.
O juiz, antes de aplicar a medida de coação, tem de recorrer a este artigo e se não
encontrar nenhum destes perigos no caso concreto, não pode aplicar nenhuma medida
de coação, a não ser o TIR.
Exemplo 1 — O arguido comprou bilhete só de ida para o Brasil ou está a vender todo o
seu património e fez uma festa de despedida – pode estar indiciado o perigo de fuga.
Não é porque roubou que há perigo de fuga só por si, tem de haver algo que indicie o
perigo de fuga.
O juiz, antes de decidir se aplica a medida de coação, tem que perguntar a si mesmo,
se naquele caso concreto, naquele processo e com aquele arguido se há ou não, na
verdade, algum destes perigos do artigo 204º CPP e se pode aplicar medida de coação.
Temos que conjugar o artigo 191.o CPP e o 204.o CPP. Se não há perigo não aplica
medida de coação. Se há perigo, vai ter que ir ao artigo 193º CPP onde se fala dos
princípios da necessidade, adequação, proporcionalidade e subsidiariedade.
Se houver algum perigo, então é necessário.
Primeiro temos o princípio da necessidade e o da adequação.
As medidas têm que ser necessárias para acautelar os perigos do artigo 204.o CPP. O
juiz faz o raciocínio de que se ele vai fugir é necessário aplicar a medida.
O artigo 193º CPP fala dos princípios de uma certa ordem porque temos que a seguir.
Depois de responder a esta pergunta tem de perguntar: Qual é a medida de coação
que vai ser adequada para evitar que aquele crime se torne realidade? Tem de ver qual
é a medida adequada, entrando em funcionamento o princípio da adequação. Tem que
ver qual é a intensidade do perigo.
Depois de encontrada a medida, vai afiná-la de acordo com o princípio da
proporcionalidade:
O juiz tem que, antes de mais, ver e fazer um raciocínio em 3 fases – Aplica o princípio
da necessidade, depois, se ele se verifica, o princípio da adequação e depois o princípio
da proporcionalidade. O juiz terá que exercer sob si próprio um autocontrolo sucessivo
e sistemático, por degraus. Ele vai aplicando os 3 princípios, racionando os 3 princípios
e ajuda o juiz a controlar-se e a raciocinar lenta e paulatinamente cada uma das
circunstâncias em causa. Se ele perceber que esta é a forma adequada para aplicar a
medida de coação, ele tem um grande índice de sucesso no afastamento dos perigos.
Só deve aplicar a prisão preventiva na última das últimas, é excecional. Se achar que
nenhuma presente dos artigos 197º ao 200º, deva ser aplicada, então é que se verifica:
Se quiser optar pela privação total tem de fazer apelo ao princípio da subsidiariedade.
Mini resumo:
Entre a prisão domiciliária e a prisão preventiva, optamos pela primeira se ela for
suficiente e adequada e garantir que aquele perigo fica salvaguardado.
Aplicamos a prisão preventiva se houver indícios de que o perigo não fica
salvaguardado. Mas, é perigoso porque estamos a meter um presumível inocente na
prisão.
Só pode ser aplicada a medida de coação por um juiz e este tem que conjugar o artigo
204º e o 193º CPP – aplicando os princípios da necessidade, adequação e
proporcionalidade. Há perigo do artigo 204º CPP? Se não houver, não se aplica a
medida. Se houver, é necessário aplicar a medida de coação. E agora, qual é a medida
adequada a evitar o perigo do artigo 204º CPP (a caução é a menos grave e a prisão
preventiva é a mais grave)? Qual é a medida que afasta o perigo médio? Em função da
intensidade do perigo, verificamos qual a medida adequada a afastar. Depois de saber
qual é a medida que podemos aplicar abstratamente, vamos afinar a medida.
Artigos 227º e 228º CPP— Quando é que se pode aplicar uma caução económica.
Espécie de fiança, é uma caução se não pagar de uma maneira, paga de outra, é uma
garantia. Se essa caução não for prestada, pode haver um arresto. Isto aqui não tem
que ver nada com o artigo 204º, apenas tem que ver com medidas de garantia
económica e patrimonial.
No final o arguido é obrigado a pagar as custas, não paga e está lá o arresto preventivo
ou a caução económica a prevenir.
Artigo 191º CPP— Caução carcerária NÃO SE DIZ PAGAR CAUÇÃO, DIZ-SE prestar
caução, porque se houve um comportamento adequado, no final do processo, vai ser
devolvido.
Artigo 219º CPP: Sempre que é aplicada uma medida de coação, o arguido pode
recorrer. No TIR não pode. De resto sim.
Se não existisse o 219º, íamos ter uma decisão que depende da livre resolução do juiz,
o juiz é que precisa de produzir. Corríamos o risco de haver jurisprudência que seria
irrecorrível e à cautela, aplica-se o 219º CPP.
Acórdão AUJ nº16/2014 — É admissível o recurso do MP, em situação que indefere OU
DECLARA EXTINTA A medida de coação — O professor NÃO CONCORDA. Da situação
que não aplicar, apenas o MP pode recorrer, o assistente não pode.
Há uma situação prevista pela lei 94/2021 que veio alterar o artigo 400º, nº1, alínea c):
O juiz na primeira instância não aplica nenhuma medida de coação, o MP recorre para
o tribunal da relação porque não concorda e o TR aplica a medida de coação,
suspende-se a atividade no exercício da advocacia — é a primeira vez que o arguido
está perante uma medida de coação prejudicial, ofensiva da sua liberdade, não
podendo recorrer.
Mesmo sendo a primeira vez, não pode recorrer? Só por estarmos perante o tribunal
da relação? NESTAS SITUAÇÕES, pode-se recorrer da relação para o supremo.
O artigo 194º/ 1 CPP diz que, sempre com exceção do TIR, as medidas de coação e de
garantia patrimonial têm que ser aplicadas por despacho do juiz.
Durante o inquérito, esta aplicação faz-se a requerimento do MP, depois do inquérito
ouve-se o MP.
Seja em que fase for, só o juiz pode aplicar as medidas de coação. No inquérito, só
pode o juiz aplicar as medidas de coação se o MP o pedir, o requerer.
Portanto, o juiz no inquérito, mesmo que queira, não pode aplicar nenhuma medida de
coação se o MP não o requerer – princípio do pedido.
O pedido do MP ao juiz para que aplique uma medida de coação durante o inquérito é
a promoção do MP e só este é que faz iniciar o procedimento de aplicação da medida
de coação. Se o MP não requerer, o juiz não pode aplicar a medida de coação.
Princípio do pedido funciona em pleno.
Se o juiz quiser durante o inquérito aplicar uma medida de coação sem o MP o pedir
não o pode fazer e se o fizer estamos perante uma nulidade.
Depois do inquérito, ou seja, na fase de instrução, julgamento ou recurso após a
sentença, é o juiz que aplica a medida de coação, mas pode decidir sozinho, sem o
pedido do MP, mas terá sempre que ouvir o MP. Tem que proferir despacho,
notificando o MP dessa pretensão de aplicar a medida de coação. Mesmo que o MP
diga que não concorda com a aplicação da medida de coação aqui, porque não
estamos no inquérito, o juiz pode aplicar essa medida na mesma.
No inquérito, se o MP não requerer, o juiz não pode aplicar medida de coação, ao
passo que, nas fases subsequentes, mesmo que o MP não queira, o juiz pode aplicar a
medida, tem que ouvir a opinião do MP. Se não ouvir o MP, estamos perante nulidade.
A violação de qualquer um dos ditames do nº1 implica sempre nulidade. Isto é assim
desde 2007, que foi alterado, porque não se fazia referência à nulidade.
Qual é esta nulidade? O artigo 118º CPP tem 3 números, nos 2 primeiros retira-se que
só há nulidade quando a lei expressamente disser que estamos perante uma nulidade.
A lei também refere as nulidades insanáveis (artigo 119º CPP), como a audiência
pública do artigo 321.o CPP, apesar de esta nulidade insanável não estar referida no
artigo 119º CPP, mas está referida no corpo desse artigo.
O facto de não se dizer que não é insanável, não significa que não o seja. Se
conseguirmos integrar esta nulidade do artigo 194º CPP numa das alíneas do artigo
119º CPP é nulidade insanável (absolutas), se não conseguirmos é nulidade relativa
dependente de arguição.
ASSIM:
Ouvir não significa a requerimento do MP. O juiz só pode aplicar medida de coação
se o MP requerer.
Nas fases posteriores, o juiz pode aplicar por sua iniciativa, não depende de notícia
promoção do MP, apenas tem de ouvir e promover NÃO É ouvir, logo não se aplica o
119º, b).
Se no julgamento o juiz aplicar uma medida de coação SEM OUVIR O MP então não se
trata de uma nulidade insanável, mas sim uma nulidade RELATIVA, porque está previsto
no artigo 194º, nº1.
Artigo 194, nº2 CPP — alíneas a e c) do artigo 204º — Se estiver em causa o perigo
de fuga ou de continuação da atividade criminosa, ou o perigo de grave perturbação da
ordem e tranquilidade pública. Não estando em causa a alínea b) do 204º CPP, no
inquérito, o MP requer a aplicação de uma medida de coação e diz que é prisão
domiciliaria, por exemplo, o juiz se vir que se verificam estes crimes, pode aplicar a
prisão preventiva, porque é o que diz o 194º, nº1.
Imaginemos que o MP pede a prisão domiciliária porque há perigo de fuga e o juiz diz
que não, pois não há perigo nenhum, o que há é perigo de continuação da atividade
criminosa, isto é, não se aplica a alínea a), mas a alínea c) e decide antes aplicar prisão
preventiva. — Existe algum requerimento do MP a pedir medida de coação com base
na alínea c)? Não, logo se não existir, diz-nos o nº1 do artigo 194º, que se não houver
nenhum requerimento, estamos perante uma nulidade e essa nulidade é insanável,
porque falta a promoção do MP.
PÁGINA 62.
17.11.2023
2ª aula de Recursos:
310º CPP — a decisão instrutória, no final da fase de instrução, tem de haver sempre
uma decisão a encerrar essa fase. O inquérito começa, declara-se. O inquérito termina,
declara-se o término e por aí vai.
A fase de instrução termina com a decisão instrutória, pode-se recorrer de todas as
decisões instrutórias, excetuando as que estão no nº1.
No despacho final do inquérito, proferido pelo MP, já não se pode recorrer, porque é
uma decisão do MP. Quando se fala em recursos, é apenas decidir recursos de um juiz,
NUNCA do MP.
O despacho do juiz que se designa dia para a marcação do dia do julgamento. Não
se pode recorrer.
Artigo 291º, nº2 CPP — fase de instrução — estamos em instrução, requeiro ao juiz a
inquirição de uma testemunha. O juiz não aceita, não se pode recorrer, só se pode
reclamar, ou seja, reclamar para o mesmo juiz que disse que não, reclama-se das
nulidades e argui-se nulidade e depois, se o despacho for do JUIZ (não do MP), é
possível recorrer e recorre-se das decisões. Não é uma decisão irrecorrível, há algumas
que são — artigo
Artigo 400º CPP — Muito importante, DIZ QUAIS são os casos em que não posso
recorrer, no entanto, não é um elenco taxativo, porque menciona nos demais casos
precisos da lei.
Artigo 407º, nº2, alínea a), alínea b), alínea c) CPP — Refere os recursos que sobem
imediatamente.
Artigo 411º CPP — O prazo de qualquer recurso é de 30 dias, apesar do que diz o
artigo 219º CPP, a não ser que se trate de um caso de especial complexidade.
Não está nenhuma referência no nº3 do 407º CPP, mas está no nº1 “SOBEM
IMEDIATAMENTE”.
Imaginemos: O juiz dizer que o recurso fica retido e só sobe com recurso da sentença.
Subir nos Autos: O recurso vai subir ao tribunal superior com o processo
inteiro. Nº1 e nº2 do 407º, recursos que ficaram retidos.
2. Motivação do recurso
3. Conclusões do recurso
20.11.2023
Na fase de instrução, o juiz pode aplicar uma medida de coação sem que haja
requerimento do MP? Depois da fase de inquérito, pode aplicar medidas de coação,
desde que ouvido o MP — fases a seguir ao inquérito — Instrução, julgamento e
recurso — Qual é a diferença entre o requerimento do MP e ouvido o MP? O MP tem
de responder? Não.
No inquérito, o juiz não pode aplicar nenhuma medida de coação, sem que o MP peça
— sobe nulidade insanável, artigo 119º, alínea b) CPP.
E na instrução? Já pode ser aplicada, mas o MP tem de ser ouvido. Tem de ouvir o MP,
antes de aplicar uma medida de coação.
Diferença “a requerimento do MP” = tem de ser ele a pedir; “ouvido o MP”= ouve o
MP, este não tem de dizer nada.
No inquérito não se pode aplicar uma medida de coação sem que o MP peça, se
não, há nulidade insanável.
Na instrução, o juiz tem de ouvir o MP. O juiz pode por sua livre iniciativa aplicar a
medida de coação que bem entender, só tem de ouvir o MP. Se o MP não responder, o
juiz pode aplicar. Se o MP diz que só pode aplicar caução pode na mesma o juiz aplicar
prisão preventiva.
ARTIGO 194º
No inquérito, se o MP não requerer, o juiz não pode aplicar medida de coação, ao
passo que, nas fases subsequentes, mesmo que o MP não queira, o juiz pode aplicar a
medida, tem que ouvir a opinião do MP.
Se não ouvir o MP, estamos perante nulidade relativa.
A violação de qualquer um dos ditames do nº 1 implica sempre nulidade.
Isto é assim desde 2007, que foi alterado, porque não se fazia referência à nulidade.
Qual é esta nulidade?
O artigo 118º CPP tem 3 números, nos 2 primeiros retira-se que só há nulidade quando
a lei expressamente disser que estamos perante uma nulidade.
A lei também refere as nulidades insanáveis no artigo 119º CPP, como a audiência
pública do artigo 321º CPP, apesar de esta nulidade insanável não estar referida no
artigo 119º CPP, mas está referida no corpo desse artigo.
O facto de não se dizer que não é insanável, não significa que não o seja.
Se conseguirmos integrar esta nulidade do artigo 194º.
O CPP numa das alíneas do artigo 119º CPP é nulidade insanável (absolutas). Se não
conseguirmos é nulidade relativa dependente de arguição.
O artigo 194º CPP consagra o princípio do pedido, tem que haver uma promoção do
MP para que o juiz possa aplicar a medida de coação no âmbito do inquérito. Se essa
promoção não existir, que ao fim e ao cabo é o requerimento, estamos perante uma
nulidade do artigo 119º/b CPP, ou seja, é uma nulidade insanável, mesmo que o
artigo não o diga.
Se a norma diz que é uma nulidade, então pode ser relativa ou absoluta.
Vamos ver se conseguimos integrar no 119º, consigo? Então é absoluta, insanável.
Não consigo, é relativa.
Se conseguirmos enquadrar nas duas (aqui até conseguíamos, através da alínea d), do
120º), então aplicamos a mais grave, que é a insanável, a do artigo 119º.
Ouvir o MP não é dependente de promoção do MP. Temos uma nulidade, pois o 194º,
nº1, diz que é uma nulidade. Se não dissesse, já se entendia que uma nulidade relativa,
pois é obrigatório ouvir, mas como havia jurisprudência diferenciada, o legislador
acrescentou, sob pena do 48/2007, a nulidade.
AC. nº1/2006
Direito de presença — Direito de o arguido estar presente naquele ato, seja audiência,
julgamento, interrogatório.
Direito de audiência — Direito de o arguidos er ouvido.
Estamos num inquérito, o MP requer uma medida de coação e o fundamento para isto
é o seguinte — (só se pode aplicar MC se houver um perigo do 204º), é o perigo de
fuga, alínea a) e o juiz diz “muito bem, realmente há perigo de fuga, mas não chega, é
necessária a permanência de habitação”, aplicar uma medida de coação mais grave do
que a que tinha. A prisão domiciliária é mais grave que a caução.
Artigo 194º, nº2 — Durante o inquérito, é possível com base nas alíneas a) e c) do
204º.
O MP pede uma caução de 1000€ e o juiz aplica uma caução de 1500€ — É mais grave.
O juiz pode fazê-lo porque o MP requereu nos termos da alínea a) do 204º.
O MP pede uma caução, para o arguido que toma essa iniciativa, com base no 204º,
alínea a), e o juiz decide que caução é muito pouco e aplica a prisão preventiva—
Contudo, o juiz diz que o que há é perigo de continuação da ação criminosa e não a
alínea a) de perigo de fuga. Pode o juiz aplicar a medida mais grave?
Há algum requerimento do MP com fundamento na alínea c) do 204º? Não. Apenas
tem requerimento do MP quanto à alínea a).
O juiz aplicou uma medida de coação durante o inquérito, com base num
requerimento que não foi pedido pelo MP. Havia um requerimento quanto à alínea a) e
não quanto à alínea c) — ALTERAÇÃO DO FUNDAMENTO — Logo, temos uma
nulidade insanável, artigo 119º, b), pois o juiz não pode aplicar uma medida de
coação, sem que o MP tenha feito requerimento sem ela. Sem requerimento, não pode
aplicar nenhuma medida de coação.
Neste nº2, em nenhum lado se fala de nulidade.
O nº3 fala de nulidade.
No entanto, o MP baseia-se na alínea a) e o juiz aplica a medida com base na alínea c),
mesmo que o nº2 do 204º não refira, temos nulidade.
Há jurisprudência noutro sentido — o que interessa é que haja requerimento, não
interessa qual a alínea que se pretende aplicar.
Nº3: Pode aplicar menos grave ou igual ou nenhuma. Mais grave não. Se o fizer, temos
uma nulidade insanável, artigo 119º, b), pois falta promoção do MP, na medida de
coação mais grave.
Nº4, artigo 194º CPP: A lei 94/2021 alterou o CPP, o CP, a lei dos crimes e da
responsabilidade dos cargos políticos, o CSC. Neste nº4, diz-se que antes do juiz aplicar
uma MP, previamente, tem de ouvir o arguido, mas acrescentou, uma audição
presencial, o arguido tem de estar presente. O professor acha que devia ter ainda “sob
pena de nulidade insanável”. Antes do juiz proferir o despacho com base no nº1 do
194º, o juiz tem de ouvir o arguido presencialmente e só não o faz se houver
impossibilidade de o fazer, fundamentando devidamente no despacho. Pode o arguido
estar doente, mas aqui pode ser ouvido em casa.
Pode ter lugar durante o primeiro interrogatório judiciário, não tem de ser ali, pode ser
noutra altura, dali a uma semana, um mês, quando o MP entender requerer, se ainda
estiver em inquérito. Isto significa que o arguido tem de ser ouvido, não pode apenas
ser ouvido quanto aos factos que o MP declarou.
Trata-se aqui de um ato obrigatório que não foi cumprido, artigo 120º, nº2 d), 1ª
parte — nulidade relativa.
Situação em que o arguido está presente, mas o juiz não ouve o arguido que está
presente — aqui NÃO há ausência do arguido, mas temos falta de audição do arguido,
que é um ato obrigatório, resulta de insuficiência do inquérito, logo aplica-se o 120º,
nº2, d), nulidade relativa.
Artigo 445º, nº3 CPP — Não é obrigatório como diz o acórdão, mas se decidir de forma
contrária, tem de fundamentar. Outrora, havia em vez de acórdãos, havia assentos que
estavam previstos no CC e o assento fazia lei, era obrigatório como se fosse uma lei.
Nº6 — Depois de o ouvir, então aí é que vai proferir o despacho. Tem de conter tudo o
que diz estas 4 alínea sob pena de nulidade, é uma nulidade relativa, tem de ser
arguida.
Estamos no âmbito de uma nulidade relativa, artigo 120º, qual é o prazo em questão
para se arguir nulidade? Aplica-se o nº3. Se o arguido estiver presente, aplica-se a
alínea a), tem de ser logo, “antes que o ato esteja terminado”.
Caso o arguido NÃO ESTEJA presente, aplica-se a alínea c) do artigo 120º, nesta alínea,
caso haja arquivamento, não se diz anda, pois o arguido não vai dizer nada. Se for
acusação, então temos 5 dias para invocar a nulidade, após a notificação do despacho
que tiver encerrado o inquérito.
Ou seja:
Se o arguido estiver presente e o juiz ler o despacho sobre medidas de coação, e faltar
um dos requisitos no nº6, tem 5 dias para arguir a nulidade, conforme o artigo 120º,
nº3. Se o arguido estiver presente aplica-se a alínea a) do nº3 do 120º, se não estiver
presente aplica-se a alínea c) do nº3, do 120º.
Os factos referidos no despacho, não podem ser diferentes, nem podem ser outros que
tenha sido comunicado ao arguido. O despacho tem de referir os factos todos da alínea
a), tem de dizer quais são os factos, as provas a não ser que ponha gravemente em
causa a investigação.
Muita das vezes o inquérito está em sujeito a segredo de justiça, e por isso não
sabemos o que está contra ele. Mas só não se sabe se puser gravemente em causa a
investigação.
Alínea b) — se não disser gravemente em causa, tem de dizer quais são as provas.
Se dizer quais são as provas e isso puser em causa a investigação, então não diz. Mas
isto, só em casos muito excecionais, situações extremas é que o juiz omite os factos
criminosas imputadas.
Nº7 — Neste despacho não podem ser tomados em conta factos que não tenham sido
comunicados.
Qual é o vício? Não consigo aqui meter no artigo 119º CPP, uma vez que, tudo o que
respeita ao 119º é apenas a ausência do arguido e do defensor, quando a lei exija a sua
presença.
Será apenas uma irregularidade, mas o professor vê aqui uma inconstitucionalidade,
isto é, se nós interpretarmos o artigo 61º, nº1, alínea c) e este 194º, nº7, se o
interpretarmos no sentido de que nada impede que se esconda ao arguido os factos
imputados, isto viola claramente o artigo 32º, nº1 CRP, que diz que o processo penal
assegura todas as garantias de defesa e eu não posso defender-se, se não souber os
factos criminosos que me estão a ser imputados.
A jurisprudência diz que estamos perante uma irregularidade. Se não for invocada no
prazo legal de 3 dias, fica sanada, o prof diz que não pode ser assim, pois tem um vicio
pior de inconstitucionalidade da alínea c) e d) do 61º CPP. Como é que há defesa, se há
omissão de direitos? Há definitivamente incoerência.
Livros:
Breviário de Direito Processual Constitucional (Recurso de Constitucionalidade);
Os Recursos de Fiscalização Concreta na Lei e na Jurisprudência do Tribunal
Constitucional
Nº8: Podem consultar o processo, a não ser que esteja em segredo de justiça.
Artigo 401º, alínea b) CPP: Não se pode recorrer de despachos e decisões que
dependem da livre resolução do tribunal.
Dos despachos que não apliquem MC, o artigo 219º CPP não se refere a eles.
4.12.2023
Esta outra testemunha falou no documento, é melhor a bordar esse documento
também. o MP vai montando o puzzle que lhe chegue.
Artigo 262º — conjunto de diligências de prova com vista a saber quem foi o seu
agente, tudo sendo reduzido a escrito — auto de interrogatório de arguido, auto de
testemunhas, auto de inquirição.
Não há crime vai pelo nº1, há crime mas não há provas suficientes, é no nº2, a
notificação vem no nº3.
Todas as fases têm uma decisão final. Todas as fases tem um despacho final, que
aqui é de acusação ou de arquivamento.
Por onde é que começa, começa sempre pelo arquivamento par alimpar aquilo que
não interessa — despacho saneador, que é para retirar do processo o que não interessa
— Aqui pronuncia ou não pronuncia. Se vai arquivar ou acusar, começa primeiro por
limpar, faz um despacho de não pronuncia, deixa uma linha e pronúncia. Na sentença é
igual, primeiro absolve e depois condena. Tirar do processo o que não interessa.
Como é que se faz uma acusação? Ver no campus “Acusação MP e acusação com
alteração de factos e de qualificação jurídica”
Ofensa ao corpo e à saúde da vítima — nesta frase temos os elementos “quando, onde
e porquê”, elementos objetivos do 143º.
A seguir vêm as lesões causadas, tem de existir no corpo ou na saúde e para isso vai a
vítima ao instituto legal, faz-se a perícia forense e depois ficamos com o relatório
forense.
O arguido agiu com dolo? Possui representação e vontade? Agiu de forma livre,
voluntária e consciente?
Depois, temos a norma jurídica que constitui o crime, crime de ofensa à integridade
física simples, p.p. (previsto e punível), pelo artigo 143º CP.
O MP apenas promove, quem aplica é o juiz e nunca o MP – Pode propor alterar para
uma medida de coação mais grave.
Artigo 283º, nº3 — Esta acusação tem de conter sobre pena de nulidade, estes
elementos todos.
O FACTO DE QUANDO sou notificado do artigo 183º e ainda não sou assistente, não há
problema nenhum, constituo-me assistente na própria acusação, requerimento —
desde que seja admitido como tal, venho deduzir acusação” — página 3 “Acusação
MP e acusação com alteração de factos e de qualificação jurídica”
O assistente pode também deduzir acusação pelos mesmos factos da acusação do MP,
por parte desses factos ou por outros factos diferentes da acusação do MP, desde que
não importem na alteração substancial.
A segunda acusação, pode ser pelos factos da primeira ou pelos mesmos outros, desde
que esses outros não consubstanciam numa alteração substancial dos factos que estão
na acusação do MP.
1. Alteração substancial dos factos Artigo 1º, alínea f) CPP — “é aquela (refere-
se à alteração de factos — grande importância) que uma vez alterados os
factos, leva a um crime diverso, mais grave ou menos grave ou então leva essa
alteração, porque eu alterei factos, estou no mesmo crime, mas mais agravado
— o que se quer dizer, face ao 284º, nº1, se ao descrever os factos na segunda,
descrevo factos diferentes ou adiciono factos que só por si conduzem a um
crime diferente, já estou numa alteração substancial. Se falo em factos
diferentes que têm por consequência um crime diferente daquele que se fala
na primeira acusação, temos uma alteração substancial dos factos, que é de tal
maneira grave que leva a crime diferente ou a sanções mais gravosas. Por causa
de novos factos, estamos num crime novo.
Exemplo:
O MP diz — O António deu um murro no José — hematoma na face.
O assistente diz — o António deu um murro no José e a seguir deferiu uma faca
no intestino deste, colocando-o em perigo de vida— crime diverso mais grave.
2. Alteração não substancial dos factos Por causa dos novos factos, não se
chegou a crime diverso, nem a sanções mais gravosas. Continua-se no mesmo
crime, menos com factos novos, não se chega a um crime diferente.
Isto porque o arguido não pode ser apanhado de surpresa com factos novos, é
acusado do crime A e vem a ser punido pelo crime B. há que deixar defender-se —
princípio da vinculação temática, para garantir as defesas dos arguidos. Quando somos
arguidos percebemos logo.
Trabalho CJC — Ressocialização de cadeia = 0 =Não porque quer, mas porque foi
obrigado, logo tem que ter o mínimo de condições.
Nº5 — Alteração da qualificação jurídica da mesma maneira que trata a alteração não
substancial. Se o juiz durante a instrução, verifica que há uma alteração da qualificação
jurídica, crime de roubo do 210º, nº2, ou pode haver, o juiz está. Apensar nisto, então
está neste nº5 que tem de cumprir o nº1. Se não comunica ao arguido a alteração
substancial ou da qualificação, e repara na alteração, temos aqui um vício — falta da
promoção do processo pelo MP, nos termos do artigo 48º. É discutido, mas se o juiz
não transmite os factos, em regra estamos perante uma nulidade insanável do 119º,
alínea b) CPP. Transmitido está tudo.
Se durante a instrução, o juiz chega a conclusão de que há uma alteração substancial
vamos pelo artigo 30º, nº3. Que diz que não pode porque há alteração do crime ou de
sanções — não pode tomar em consideração esta alteração, nem pode arquivar o
processo, tem de ir ao fim, ainda que entenda que há alteração substancial.
Se o juiz profere uma alteração instrutória substancial dos factos — tem um vício,
artigo 309º CPP — esta nulidade tem de ser arguida no prazo de 8 dias, pois se não for,
fica sanada. Se assim é na alteração substancial, tem igualmente de ser assim na não
substancial e na da qualificação jurídica. Seria nulidade insanável, se não tivéssemos o
309º, mas como temos, não pode ser mais gravosa do que a alteração substancial.
Aqui na instrução, o que temos é as três alterações como nulidade relativa.
Os vícios da alteração substancial e da qualificação — trata-se de vícios que NÃO
FORAM TRANSMITIDOS, a conhecer, ao arguido. Se foram dados a conhecer, aqui já
não há vício nenhum.
Crime diverso pode ser considerado crime menos grave? Há jurisprudência que diz que
não é alteração substancial, porque beneficia o arguido. O professor diz que é.
Julgamento — Alteração não substancial está artigo 358º, nº1 — SE VIR QUE HÁ
UMA NÃO alteração substancial, o juiz tem de comunicá-la ao arguido e não pode
introduzi-la na sentença, sem previamente comunicá-la ao arguido e dando ao arguido
o prazo para se defender (por exemplo para indicar nova prova ou nova testemunha e
junta ao processo, durante esse prazo) que seja o estritamente necessário e o tribunal
é que decide, suspendendo a audiência durante esses dias. É possível, tendo como
termo de comparação a acusação do MP ou o despacho de pronúncia. Muitas vezes
isto sucede no momento da sentença. Se não comunica antes e introduz esses novos
factos na sentença, sem dar conhecimento prévio ao arguido, temos presente o artigo
379º, nº1, alínea b) — nulidade da sentença e o nº2 diz-nos que é uma nulidade
insanável, o tribunal pode suprir nulidade e pode ser reconhecida em recurso
oficiosamente, sem ser invocada.
Quanto à alteração substancial, temos o 359º, nº1, que não é permitido, a não ser que
arguido, MP e assistente, estejam de acordo, como nos diz o nº3 do artigo 359º CPP.
Em regra o arguido não está de acordo e basta um não estar de acordo, para o juiz ter
não poder ir por aí, logo se introduzir, sem que o arguido queira, temos uma nulidade.
Esta alteração não pode levar à extinção da sentença, tem de continuar o julgamento.
Nº2, artigo 359º CPP — Comunica ao MP os novos factos e se quiser, o MP abre
inquérito contra esses novos factos.
Se o juiz na sentença introduzir uma alteração substancial dos factos, sem que o
arguido esteja de acordo, o que temos outra vez é uma nulidade da sentença, 379º,
nº1, alínea b) e nº2.
A alteração da qualificação jurídica está no artigo 358º, n3 CPP.
Ou então, o contrário:
Ou:
28/11/23
O despacho sobre MC não está mencionado no 408º, logo, o recurso tem efeito
não suspensivo, a contrario do disposto do 408º.
Artigo 400º/1, c): Se recorreu para a relação e a relação decidiu recurso. Não é
um acórdão que condena ou absolve;
Artigo 345º: não diz que perguntas não posso fazer. Tenho de ir à parte geral.
Artigo 138º: diz que perguntas não posso fazer à testemunha. Por exemplo, perguntas
sugestivas.
Artigo 275º
Artigo 283º/2: consideram-se suficientes os indícios sempre que por força deles
resultar possibilidade razoável de vir a ser aplicado ao arguido uma pena ou medida de
segurança. O MP tem de ler o processo e refletir se aquilo em julgamento leva a
absolvição ou condenação- deve fazer um juízo de prognose.
ARQUIVAMENTO:
Nº1: arquivamento mais forte. Há uma certeza de que não houve crime. Muito
difícil haver reabertura do inquérito.
Nº2: aqui ainda pode vir a ser aberto se houver indícios. Se alguém foi assassinado e
não sei quem foi, arquivo nos termos do 277º/2.
• Sempre que há um arquivamento, tem de dizer se é pelo nº1 ou nº2 e o
arquivamento vai ser notificado ao arguido, assistente, denunciante, partes civis, etc.
Há casos em que se arquiva quando a lei prevê dispensa de pena – quando a norma
prevê a dispensa de pena, o MP
ACUSAÇÃO
• 283º, 284º e 285º
• Deduzida quando há indícios suficientes
2. Crimes particulares:
Primeiro assistente e só depois MP 285º/1 e 4.
Se o assistente deduzir acusação particular em primeiro lugar, o MP deduz acusação
em segundo lugar
O MP só pode fazê-lo se o assistente o tiver feito e tem 5 dias para deduzir esta
acusação.
Tem menos dias porque o MP conhece o processo.
Se o MP entender deduzir acusação em primeiro lugar, é nulidade insanável por
falta de legitimidade do MP 50º + 119º, b). se o assistente, notificado, não deduza
acusação particular no prazo de 10 dias, o MP, ainda que entenda que tenha indícios,
não pode deduzir acusação porque não tem legitimidade.
Se não houver instrução, vão as duas acusações para julgamento.