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MARTINS et al, 2023

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REVISTA OBSERVATORIO DE LA ECONOMIA LATINOAMERICANA

Curitiba, v.21, n.8, p. 8313-8347. 2023.

ISSN: 1696-8352

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): uma revisão


sistemática da literatura do período 2010 a 2022

The Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): a systematic


review of the literature from the period 2010 to 2022
DOI: 10.55905/oelv21n8-029

Recebimento dos originais: 10/07/2023


Aceitação para publicação: 07/08/2023

Geany Cleide Carvalho Martins


Doutora em Agronomia
Instituição: Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
Endereço: Av. Maj. Francisco Mariano, s/n, Monte Alegre - PA, CEP: 68220-000
E-mail: geany.martins@ufopa.edu.br

Wânia Mendonça dos Santos


Mestra em Ciência Animal
Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA)
Endereço: Rodovia BR 316, km 61, Castanhal - PA, CEP: 68740-970
E-mail: wmsan.84@gmail.com

Maria Lúcia Bahia Lopes


Doutora em Economia Aplicada
Instituição: Universidade da Amazônia (UNAMA)
Endereço: Av. Alcindo Cacela, 287, Belém – PA, CEP: 66060-000
E-mail: malubahialopes7@gmail.com

Gisalda Carvalho Filgueiras


Doutora em Ciências Agrárias
Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA)
Endereço: Rua Augusto Corrêa, 01, Belém - PA, CEP: 66075-110
E-mail: gisalda.filgueiras@gmail.com

Nilson Luiz Costa


Doutor em Ciências Agrárias
Instituição: Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Endereço: Av. Independência, 3751, Palmeira das Missões - RS, CEP: 98300-000
E-mail: nilson.costa@ufsm.br

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Janayna Galvão de Araújo


Doutora em Ecologia Aquática e Pesca
Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA)
Endereço: Avenida Perimetral, 2651, Belém – PA, CEP: 66077-530
E-mail: janaynagalvao@yahoo.com.br

João Paulo Borges de Loureiro


Doutor em Agronomia
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Endereço: Av. Presidente Tancredo Neves, 2501, Belém – PA, CEP: 66077-830
E-mail: joaopaulo_loureiro@hotmail.com

Marcos Antônio Souza dos Santos


Doutor em Ciência Animal
Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Endereço: Av. Presidente Tancredo Neves, 2501, Belém – PA, CEP: 66077-830
E-mail: marcos.santos@ufra.edu.br

RESUMO
Este artigo tem como objetivo realizar revisão sistemática da literatura, analisando traba-
lhos científicos que trataram sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
e a agricultura familiar, no período de 2010 a 2022, considerando a vinculação estabele-
cida pela Lei 11.947/2009. Foram utilizados 99 artigos divididos em seis categorias de
acordo com o escopo dominante do estudo: Legislação do PNAE e sua vinculação com a
agricultura familiar, Agricultura familiar e acesso ao PNAE, Gestão do PNAE, Conselhos
de Alimentação Escolar (CAE), Nutrição PNAE e PNAE diante da COVID-19. A pes-
quisa encontrou trabalhos que, de um lado, mostram avanços em relação a execução do
Programa, como aumento das aquisições da agricultura familiar, oferta de alimentos mais
saudáveis para alimentação escolar, e de outro, resultados que sinalizam que ainda há
muito o que se fazer para se atingir um desempenho satisfatório do Programa, como pouca
interação de gestores locais com agricultores familiares, agricultores familiares pouco or-
ganizados, falta de estrutura para atuação dos Conselhos de Alimentação Escolar e falta
de equipamentos para armazenamento de alimentos in natura. Todos esses entraves im-
pedem maior compra de produtos da agricultura familiar e portanto, dificultam o atendi-
mento da aquisição mínima de 30% com recursos do programa.

Palavras-chave: agricultura familiar, alimentação escolar, segurança alimentar,


Conselho de Alimentação Escolar.

ABSTRACT
This article aims to carry out a systematic review of the literature, analyzing scientific
works that dealt with the Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) and family
farming, from 2010 to 2022, considering the link established by Law 11.947/2009. We
used 99 articles divided into six categories according to the dominant scope of the study:
Legislation of the PNAE and its link with family farming, Family farming and access to

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the PNAE, Management of the PNAE, Conselhos de Alimentação Escolar (CAE),


Nutrition PNAE and PNAE in the face of COVID-19. The research found works that, on
the one hand, show advances in relation to the execution of the Program, such as an
increase in purchases from family farming, offering healthier foods for school feeding,
and on the other, results that indicate that there is still much to be done. to achieve a
satisfactory performance of the Program, such as little interaction between local managers
and family farmers, poorly organized family farmers, lack of structure for the Conselhos
de Alimentação Escolar and lack of equipment for storing in natura food. All these
obstacles prevent greater purchases of products from family farming and, therefore, make
it difficult to meet the minimum purchase of 30% with program resources.

Keywords: family farming, school feeding, food safety, Conselho de Alimentação


Escolar.

1 INTRODUÇÃO
A alimentação escolar se constitui uma prática alimentar relevante nas escolas
públicas brasileiras de ensino fundamental e médio. Segundo Almeida (2014) a
alimentação fornecida pelas escolas é fundamental para a formação cognitiva e evolução
psicofísica de estudantes, auxiliando aspectos físico-motor, intelectual, afetivo-
emocional, social e econômico. Além de ter como objetivo a oferta de alimentos
saudáveis para contribuir com um rendimento escolar satisfatório (SILVA et al., 2019a),
o ato de realizar refeições na escola configura importante processo na influência de
construir hábitos alimentares e de identidades de crianças e adolescentes. A alimentação
escolar é campo de amplo interesse de diversas áreas do conhecimento, bem como dos
poderes públicos brasileiros (SILVA; GEHLEN; SCHULTZ, 2016).
Na década de 1950, o governo federal efetivou um plano nacional de alimentação
escolar e nutrição, denominado de Conjuntura Alimentar e o Problema da Nutrição no
Brasil. Ao longo dos anos o plano passou por constantes evoluções, das quais, em 1979,
tornou-se o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) com objetivo de suprir,
parcialmente, as demandas nutricionais dos alunos de toda a rede pública da educação
básica, através da oferta de, no mínimo, uma refeição diária, objetivando atender os
requisitos nutricionais referentes ao período em que estes se encontravam na escola
(PARIZOTTO; BREITENBACH, 2021).

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O PNAE é uma política pública gerenciada pelo Fundo Nacional de


Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do Ministério da Educação (MEC),
que atende de forma complementar todos os alunos matriculados na educação básica das
escolas públicas, federais, filantrópicas, comunitárias e confessionais do país, segundo os
princípios do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e da Segurança
Alimentar e Nutricional (SAN) (SANTOS; COSTA; BANDEIRA, 2016; BRASIL,
2022).
Esta política pública teve um importante avanço no ano de 2009 com a publicação
da Lei nº 11.947. Esta Lei criou um elo institucional entre a alimentação escolar e a
agricultura familiar local ou regional, configurando um grande passo para a promoção da
agricultura familiar (TRICHES, 2015). De acordo com o artigo 14 da referida Lei, é
obrigatório que no mínimo 30% dos recursos financeiros repassados aos Estados,
municípios e Distrito Federal pelo FNDE, destinados à aquisição de alimentos para o
PNAE devem ser adquiridos diretamente da agricultura familiar, do empreendedor
familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma
agrária, as comunidades tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas (BRASIL,
2022), através de chamadas públicas de compras, com dispensas de licitações.
A dispensa do processo licitatório torna o processo mais abrangente para acesso
dos agricultores ao PNAE. Entretanto, é necessário aos agricultores serem reconhecidos
formalmente através da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), podendo ser do tipo:
DAP Física, de caráter individual e DAP Jurídica, no caso de organizações formais (como
associações e cooperativas), para que tenham acesso às políticas públicas (SANTOS;
ARAÚJO, 2021). Além disso, é necessário atender a requisitos estabelecidos na Lei,
como emissão de documento fiscal correspondente aos produtos, fornecimento de forma
constante e regular de gêneros alimentícios e ainda possuir condições higiênico-sanitárias
adequadas entre outros (BRASIL, 2022).
Esta Lei é de grande importância para o fortalecimento e desenvolvimento
econômico e regional das cadeias curtas de abastecimento alimentar, uma vez que
promove a aproximação de produtores e consumidores, implicando na redução da
participação de agentes intermediários durante o processo de comercialização (LOPES;

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BASSO; BRUM, 2019). Esta configuração permitiu abertura de novos mercados para os
agricultores familiares e aquisição de produtos de maior qualidade para as escolas e com
produtos mais frescos e locais (BONEZ, 2015), haja vista que agricultura familiar ocupa
um papel fundamental na cadeia alimentar no Brasil.
Este artigo objetiva realizar revisão sistemática da literatura sobre as temáticas
relacionadas ao PNAE e a agricultura familiar, buscando identificar de forma abrangente,
a evolução da bibliografia sobre o assunto, procurando identificar a importância do
Programa para a agricultura familiar, dada a relevância que envolve a temática no que diz
respeito a nutrição, saúde, segurança alimentar, desenvolvimento econômico local,
produção de alimentos, dentre outros aspectos.

2 METODOLOGIA
Foi realizada uma ampla pesquisa bibliográfica na base eletrônica do Portal de
Periódicos Capes por possuir abrangente cobertura de base de dados. O Portal Periódicos
Capes oferece quatro opções de refinamento e busca a palavra dentro delas, que são:
qualquer campo (qualquer parte do artigo), título (está contido no título), autor/criador
(entre os autores) e assunto (faz parte do assunto do documento). A opção “qualquer
campo” foi selecionada como forma de não restringir a busca. O banco de dados também
oferece a opção de selecionar ano e idioma, além da opção apenas periódicos revisados
por pares e, no presente trabalho, essa opção foi selecionada.
Os descritores utilizados para capturar os artigos na base de dados, com seus
respectivos termos em inglês foram “programa nacional de alimentação escolar (national
school feeding program)” AND “agricultura familiar (family farming)”. Estudos
duplicados na base de dados foram eliminados. Foram identificados estudos relevantes
publicados entre janeiro de 2010 e dezembro de 2022. O ano de início de 2010 foi
escolhido devido à Lei 11.947 do PNAE ser promulgada no ano anterior, 2009, que trata
da oferta de alimentos concedida aos alunos das escolas públicas.

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2.1 CRITÉRIO DE INCLUSÃO/EXCLUSÃO


Os critérios de inclusão foram: a) estudos publicados em idiomas Português e
Inglês acerca do PNAE e sua relação com a agricultura familiar em periódicos nas áreas
de conhecimento Ciências Sociais e áreas correlatas, b) publicações científicas revisadas
por pares, c) período do estudo (2010–2022). Foi realizada uma leitura criteriosa
destacando os que se enquadraram nos critérios de inclusão e que contemplaram o
objetivo proposto, para viabilizar o resultado da pesquisa de forma objetiva. Foram
incluídos os artigos publicados em língua portuguesa e inglesa, nos últimos doze anos,
com texto completo, disponível online, com acesso livre. Desse modo, foram desprezados
quaisquer outros materiais publicados que não continham informações e dados suficientes
para serem analisados, ainda que o tema fosse de interesse da pesquisa. Artigos que não
obedeceram ao recorte temporal do período estudado, resumos, teses, e trabalhos que não
foram publicados em periódicos foram excluídos.
Foi utilizado o fluxograma de quatro etapas do método PRISMA, o qual consiste
em um checklist que objetiva auxiliar os autores a melhorarem o relato de revisões
sistemáticas e suas meta-análises (LIBERATI et al., 2009). O fluxograma de seleção
relacionado à identificação e seleção dos artigos encontra-se na Figura 1 detalhando o
processo de busca e seleção dos artigos nas bases de dados.
A Figura 1 apresenta o fluxograma PRISMA da revisão detalhando o processo de
seleção dos estudos.

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Figura 1- Diagrama de fluxo PRISMA dos artigos originais incluídos na revisão sistemática.

Fonte: Elaborado a partir de Liberati et al. (2009).

O total de retorno de 543 registros correspondeu aos termos de pesquisa e 437


foram incluídos em análises posteriores após a triagem de títulos e resumos. Desses, 215
foram excluídos das análises posteriores, restando apenas 222 estudos elegíveis para
leitura na íntegra. Desses, 123 foram excluídos, sendo selecionados 99 artigos em texto
completo que foram usados neste estudo.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os artigos selecionados foram alocados em categorias com base nos focos
predominantes dos objetos de pesquisa referentes ao Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE). A seguir são discutidos os resultados para cada uma das categoriais.

3.1 LEGISLAÇÃO DO PNAE E SUA VINCULAÇÃO COM A AGRICULTURA


FAMILIAR
A construção do vínculo entre a agricultura familiar com as compras públicas no
Brasil teve seu início no final da década de 1980, após demandas que foram fortalecidas,
principalmente por grupos ligados aos movimentos sociais e ao segmento produtivo
familiar, os quais reivindicavam participação nas decisões das políticas públicas, bem
como a viabilização da comercialização para o mercado institucional (SCHWARTZMAN
et al., 2017). A Lei no 8.666/1993 (BRASIL, 2022) que então estabelecia as regras para
licitações e contratos da Administração Pública, exigia condições burocráticas e
requisitos que se constituíam em entraves para o acesso desses grupos aos processos
licitatórios do Estado.
A Lei 11.947/2009 veio para possibilitar a aquisição de alimentos locais da
agricultura familiar para alimentação escolar, e ao mesmo tempo ampliar o acesso aos
mercados institucionais, a exemplo do PAA, criado em 2003 (SCHWARTZMAN et al.,
2017), sem a necessidade de processo licitatório, passando a ser realizado por meio de
chamadas públicas. Houve a necessidade de organização de gestores e agricultores para
a efetivação desta normativa nos diferentes contextos brasileiros e assim contribuir tanto
para o desenvolvimento econômico local, como para o fornecimento de refeições aos
escolares que atendam aos princípios de uma alimentação saudável e adequada
(SARAIVA et al., 2013).
Contudo, mesmo existindo a possibilidade de dispensa de licitação, que reduz a
burocracia para que agricultores familiares possam vender para entes públicos, nem todos
os municípios conseguem cumprir a Lei. Em Santana do Livramento (RS), por exemplo,
o descumprimento deve-se a demora na elaboração dos documentos necessários para as
chamadas públicas por parte da prefeitura e a falta de documentação dos agricultores

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(TROIAN; BREINTENBACH, 2020). Outros entraves como a percepção, pelos gestores


locais, de que o preço dos produtos é elevado e desconhecimento acerca dos alimentos
produzidos localmente, também dificultam o cumprimento da norma.
Em Itapeva/SP antes da obrigatoriedade de destinação de 30% do recurso
repassado pelo Governo Federal para compra da agricultura familiar, que ocorreu em
2009, Procópio, Oliveira e Borsatto (2015) constataram que o PNAE estava sendo
executado sem dificuldades. Entretanto, após a atualização da lei e sua execução no ano
de 2010, com a nova modalidade de aquisição de gêneros alimentícios, por meio da
chamada pública, se depararam com dois problemas a serem solucionados, um
envolvendo a compra da agricultura familiar, que não se encontrava organizada para
atender a demanda de alimentos da Secretaria de Educação e outro eram os parâmetros
legais para realizar as compras via contratos por chamada pública, sendo solucionado,
apenas no ano de 2013, após a contratação de uma consultoria com fins de orientação
para proceder com a utilização da chamada pública (PROCÓPIO; OLIVEIRA;
BORSATTO, 2015), considerando que licitação e chamada pública são procedimentos
distintos para a realização de compras públicas.
Em estudo sobre aquisições da agricultura familiar para o PNAE em 17
municípios Paraibanos, entre 2011 e 2015, Andrade, Araújo e Santos (2019) verificaram
que na maioria deles (11) houve crescimento dos percentuais dos valores executados bem
acima do limite mínimo estabelecido de 30%. Entretanto, quando a análise se voltou para
a totalidade dos municípios do estado foi verificado que a maioria, 90%, não cumpria
com a exigência legal.
Resultados semelhantes em relação ao Artigo 14, da Lei 11.947/2009, foram
encontrados em outros estudos em diferentes regiões. O trabalho realizado em municípios
mineiros por Anjos, Lopes Filho e Horta (2022), identificou que um pouco mais de
metade dos municípios do estado de Minas Gerais cumpriu a exigência legal de 30% de
compra de produtos da agricultura familiar para atender o PNAE. Já em estudo,
considerando as cinco regiões do Brasil foi constatado que no período de 2013 a 2017
apenas a região Sul, com média de 40,4%, cumpre o uso de 30% ou mais dos recursos do
PNAE para aquisições da agricultura familiar, para aplicação na alimentação escolar

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(OLIVEIRA et al., 2022). Mesmo quando a análise se volta para as capitais brasileiras,
que dispõem de mais estrutura que as regiões interioranas de seus respectivos estados, os
resultados ainda estão muito aquém dos valores estabelecidos, como mostraram Andrade,
Araújo e Santos (2019) que apenas um terço dessas cumpriu com o mínimo de 30% das
aquisições de agricultores familiares, entre 2011 e 2017.
Surgem impasses nas etapas de compra, armazenamento e distribuição dos
alimentos de origem animal, destinados à alimentação escolar, como dificuldades no
descritivo dos produtos, no atendimento às regras dos procedimentos licitatórios e na
elaboração dos padrões de qualidade, alertando para a necessidade de revisão dos
processos de elaboração dos editais e suas cláusulas, referentes a penalidades
administrativas e análises sensoriais (BASTOS et al., 2019).
Outra questão importante foi observada em estudo de Aguiar e Calil (2016) em
relação a deficiência dos gestores em observar a legislação do PNAE, no que se refere a
qualidade e segurança dos alimentos, situação constatada pelas falhas verificadas nos
editais de chamadas públicas, em que faltam especificação técnica sobre os alimentos,
embalagem, transporte, dentre outras exigências. Os autores observaram que apesar de
grande parte das Entidades Executoras contar com a presença do profissional de nutrição,
como responsável técnico pela alimentação escolar, este fato não contribuiu para uma
melhor adequação das especificações técnicas nas chamadas públicas.
A dificuldade em atender os requisitos da legislação do PNAE, como a
contratação de recursos humanos em carga horária suficiente, prover infraestrutura
propícia para a produção de alimentos e dispor de infraestrutura para certificação de
produtores, como abatedouros legalizados, ainda é uma realidade em muitos municípios
brasileiros (FERRO et al., 2019). Isso pode ocasionar na devolução do orçamento
recebido do programa sem execução, reflexo de entraves na operacionalização dos
recursos (VILELA et al., 2019).
As questões de caráter regulatório necessitam, para que sejam efetivadas, de
capacitação, bem como, de estrutura que proporcione corpo técnico necessário para, por
exemplo, elaboração de chamadas devidamente enquadradas de acordo com a norma
vigente e conforme a necessidade da comunidade (AGUIAR; CALIL, 2016). O

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cumprimento das exigências legais relacionadas ao PNAE também depende de órgãos de


controle e fiscalização. A má gestão dos recursos públicos e falta de fiscalização por parte
da sociedade e instituições competentes, somado ao desinteresse e desinformação por
parte dos agricultores podem estar relacionados com a fraca relação entre poder público
e agricultura familiar. Tal resultado mostrou que ainda há um longo caminho a ser
percorrido para que a Lei seja atendida (ANDRADE; ARAÚJO; SANTOS, 2019).

3.2 AGRICULTURA FAMILIAR E O ACESO AO PNAE


A participação dos agricultores familiares no PNAE vai além do contexto da
geração de renda, posto que a aquisição de produtos não está relacionada apenas ao
mercado, também cumprem papel como atores sociais relevantes na produção de
alimentos, participam em associações, de negociações políticas dentre outras atividades,
que em razão do Programa, estimulam o exercício da cidadania (SILVA; GEHLEN;
SCHULTZ, 2016), além de serem importantes instrumentos no apontamento das
dificuldades enfrentadas durante o processo de fornecimento de alimentos para o poder
público (MARQUES; BARATA; ALVES, 2016).
Dada a importância dos agricultores familiares na execução do PNAE, a
organização destes resultam na formação de cooperativas agropecuárias para o
fortalecimento social e econômico destes atores, uma vez que há o aumento na renda e
no escoamento da produção, gerando desenvolvimento na própria comunidade, aumento
na diversificação e volume da produção, além de contribuir para a permanência dos
jovens no campo em virtude da oferta de trabalho, além disso, essa forma de organização
também é capaz de provocar mudanças na matriz produtiva dos cooperados, no sentido
de maior diversificação produtiva, ao invés de uma especialização voltada para uma
commodity (SILVA; DIAS; AMORIM JUNIOR, 2015; MEDEIROS et al., 2016;
SOUZA; ALMEIDA, 2017; CRUZ; ASSIS, 2019; MONTEIRO; JACOSKI; POLI, 2020;
SOUZA; BEZERRA, 2021).
Conforme apontam Kraemer, Villela e Vianna (2019), Elias et al. (2019) e Lopes,
Basso e Brum (2019), o PNAE apresenta significativo potencial na melhoria das
condições de vida dos agricultores familiares se tornando relevante no processo de

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desenvolvimento rural sustentável local/regional, em especial com a eliminação de


intermediários, gerando incentivos à produção local, diversificação da produção e ao
surgimento de pequenas cooperativas agroindustriais. A criação de associações, nem
sempre se dá como resultado de um processo de enraizamento social, no caso da
implementação do mercado institucional do PNAE, no município de Patos de Minas, o
imediatismo e a desconfiança por parte dos agricultores fez parte do processo, em que os
agentes públicos locais foram os protagonistas da criação da Associação e os agricultores
participaram como coadjuvantes. Contudo, a falta de tecido social, nesse caso, dificultou
o desenvolvimento organizacional (LIMA; OLIVEIRA, 2020).
Dada a importância das cooperativas e das associações nas redes de
implementação da política pública, é necessário que o Estado brasileiro apoie tais
ferramentas, por meio de articulações entre diversos atores envolvidos e de processos de
planejamento e monitoramento da execução do PNAE e de fortalecimento do
cooperativismo e do associativismo (MOREIRA et al., 2021). Ademais, a existência do
programa não é garantia que as cooperativas vão conseguir comercializar seus produtos,
como exposto por Costa, Amorim Junior e Silva (2015), pois o processo de aquisição de
alimentos para merenda escolar envolve um conjunto de atores sociais, gestores públicos,
prefeituras, secretarias de educação, entre outros. Assim, se faz necessário a formação e
capacitação dos cooperados em atividades relacionadas à gestão, ao cooperativismo e às
atividades de agroindustrialização, pautadas nas políticas de assistência técnica e
extensão rural de acompanhamento sistemático e contínuo, fundamentais para garantir
que os agricultores estejam aptos a gerirem suas cooperativas (SZINWELSKI et al.,
2015), pois a falta de capacitação dos agricultores familiares implica na dificuldade de
adentrar no programa (AIRES et al., 2021).
As leis e resoluções que regem o Programa, particularmente a Lei no 11.947 de
2009, apesar dos desafios para a sua implementação, possibilitam um empoderamento da
agricultura familiar, uma vez que as relações entre agricultores familiares e poder público
ainda são um desafio, principalmente, por conta da fragilidade da organização dos
agricultores familiares (MOURA, 2014; CASTRO, 2018). Dessa forma, a agricultura
familiar enquanto promotora de alimentação saudável e segura vem cumprindo esse papel

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na medida em que participa do processo de fornecimento (GONÇALVES; BACCARI,


2018). É por meio das relações sociais e das negociações que emergem novas regras e
novos acordos que ajudam a regular os comportamentos e a modelar a forma como o
PNAE é executado na prática. As relações sociais, estruturadas em rede, não ocorrem em
um vácuo institucional, mas encorajadas ou desestimuladas por diferentes dispositivos
institucionais, alguns formais, associados à burocracia pública, outros informais,
acordados entre os próprios atores no âmbito de suas interações (FREITAS; FREITAS,
2020; VILELA et al., 2021).
Lourenzani e Cardoso (2019) e Tasca, Deggerone e Paris, (2020) destacam a
importância da participação dos agricultores no espaço de comercialização, promovendo
a distribuição de renda, incentivando a produção agroalimentar familiar, a economia
local, o escoamento e diversificação da produção, práticas agroecológicas e a organização
social e coletiva dos agricultores familiares. Dessa forma, a implementação do PNAE
necessita de três pilares básicos: recursos financeiros, agentes da política e sistema
normativo que rege o programa (ANTONIOLLI; CRISTOFOLI, 2021).
Para implementar a alimentação escolar com produtos sustentáveis é necessário
comprometimento efetivo dos atores envolvidos no processo, comunidade escolar,
produtores rurais, pais e, principalmente, os gestores públicos, na busca de uma cultura
de sustentabilidade, devendo-se entender o programa mais como um serviço de saúde do
que como um serviço comercial, de forma a consolidá-lo como um direito social (EL
TUGOZ; BERTOLINI, 2016).
As alterações operacionalizadas na legislação do PNAE permitiram o avanço na
construção de arranjos institucionais por uma participação mais efetiva dos atores sociais
envolvidos na implementação do programa, promovendo melhoria na qualidade dos
componentes da alimentação escolar, em meio a entraves quantitativos e de regulação
ainda existentes (PÔVOA; VINHA, 2019; PAULI; SCHULZ; ZAJONZ, 2020; SOUZA;
BEZERRA, 2021). Entretanto, alguns anos após a modificação da lei do PNAE a
participação dos agricultores familiares ainda era baixa, especialmente em assentamentos
(SOUZA-ESQUERDO; BERGAMASCO, 2014; MACEDO et al., 2017), assim como
em Reservas Extrativistas (RESEX), em que se destaca o caso da RESEX Tapajós-

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Arapiuns no estado do Pará, em que há disponibilidade para a comercialização dos


gêneros junto ao PNAE para as escolas da RESEX, entretanto se faz necessário a
articulação com as entidades responsáveis pela alimentação escolar, bem como recursos
para melhorar a infraestrutura de armazenamento e beneficiamento de alimentos nas
escolas (COELHO; SPÍNOLA, 2022).
De acordo com Gregolin et al. (2017) o planejamento da compra da agricultura
familiar para a alimentação escolar deve ser uma demanda assumida como articulação
territorial, em que os editais de chamada pública passariam a ser discutidos entre as
prefeituras e as organizações dos agricultores, e a oferta de produtos provenientes de
organizações de diversos municípios conhecidas por todos os nutricionistas.

3.3 GESTÃO DO PNAE


O PNAE foi criado em 1979 tendo a gestão dos seus recursos descentralizada a
partir de 1995, quando o Governo Federal passou a transferir recursos para o Distrito
Federal, estados e municípios. Durante o período de descentralização compreendido entre
1995 e 2020 os reajustes do investimento no PNAE foram maiores que o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o valor médio da cesta básica. O Governo
Federal investiu mais recursos no programa ao longo do período de descentralização,
atingido assim um maior número de alunos atendidos (NERO; GARCIA; ALMASSY
JUNIOR, 2022). O Programa inspirou outros países da América do Sul e africanos, em
razão de sua repercussão positiva, sendo instituído a partir da descentralização de
recursos, valorização dos hábitos alimentares locais e regionais, proporcionando, de
forma concreta, o desenvolvimento de uma política que engloba educação e saúde
(BASTOS et al., 2019).
Em se tratando dos recursos repassados para as unidades executoras, a gestão pode
ser centralizada, descentralizada, semi-descentralizada e terceirizada. Na gestão
centralizada todo o planejamento, execução e armazenamento é realizado por único setor
responsável do município. Quando a gestão é descentralizada os recursos são repassados
para as escolas para aquisição e armazenamento dos alimentos. Na semi-descentralizada
apenas parte dos alimentos são adquiridos pela escola e no caso da terceirização uma

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empresa é contratada para produzir a merenda, com compras, fiscalização e definição de


cardápio exercidos pela prefeitura. O conhecimento dessas diferentes formas de executar
os recursos do PNAE, suas vantagens e desvantagens, permite realizar uma escolha
consciente de acordo com a realidade e necessidades das diferentes regiões do país
(SANTOS; COSTA; BANDEIRA, 2016).
A gestão municipal deve atuar de forma intersetorial e promover ações
participativas para envolver os sujeitos com potencial interesse no PNAE. Em que pese
os entraves enfrentados para a aquisição de alimentos para a merenda escolar via PNAE,
no município de Marapanim, estado do Pará, Chaves, Maneschy e Barbosa (2017)
verificaram que o município, mesmo recebendo os repasses do PNAE, não houve
fornecimento de alimentação escolar no mês em que ocorreu os repasses do referido
recurso, mesmo o município possuindo produção agropecuária diversificada com
potencial para atender a demanda do PNAE. Dessa forma se evidenciou a ausência de
sistematização dos dados da produção agropecuária para orientar programas e ações
municipais. Em outro município do estado, Curuçá, Ramos et al. (2017) destacam a pouca
troca de informações entre as partes envolvidas como um fator limitante para a
participação dos agricultores familiares na comercialização de produtos para a
alimentação escolar.
O desempenho na execução do Programa pode estar relacionado a atuação do ente
executor. Em trabalhos realizados por Pauli, Schulz e Zajonz (2016), foi possível
constatar fraca atuação do estado em relação ao fornecimento de infraestrutura adequada
para que as escolas atendessem as diretrizes e normas do PNAE, como falta de
equipamento para receber alimentos in natura. Os maiores investimentos verificados pela
rede municipal na compra de alimentos de agricultores familiares em comparação com
aqueles da rede estadual do RS foram em razão de decisões políticas e da forma de gestão,
que nesse caso, nos municípios era centralizada e nas escolas estaduais, a
operacionalização era descentralizada ou escolarizada (TASCA; DEGGERONE; PARIS,
2020). A não adoção de chamada única (centralização das aquisições) pelos municípios
do referido estado, dificulta maior aquisição de alimentos da agricultura familiar em
decorrência da descentralização gerar maiores custos operacionais, e, portanto, mais

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burocracia, pois ao invés de se elaborar um único processo, o agricultor familiar, a


cooperativa ou associação, terá que apresentar propostas para as chamadas de cada
unidade executora do município (BASSO; LOPES; AMARAL, 2019).
As chamadas públicas unificadas qualificam a operacionalização do PNAE
facilitando a execução do programa para as escolas, ampliando a participação da
agricultura familiar regional (BASSO; LOPES; AMARAL, 2019). Entretanto, Cruz e
Assis (2021) chamam atenção para a necessidade de melhoria nas chamadas públicas, no
cumprimento dos contratos, nos preços e no respeito à sazonalidade dos produtos, e nas
articulações entre envolvidos, inclusive internamente às organizações da agricultura
familiar.
Quando há uma eficiente estrutura organizacional e administrativa, esta é capaz
de executar a política pública, no que tange a higiene e adequação, de maneira que atenda
as exigências estabelecidas pela Food and Agriculture Organization (FAO) e demais
instâncias governamentais, é o reflexo de uma gestão eficiente e capaz de gerir cuidados
com cardápio, inclusive nos casos especiais (BORGES; DE LORENZO; RIBEIRO,
2019). Kroth et al. (2019), reforçam a eficácia do PNAE, no que diz respeito a atingir
seus principais objetivos, em termos de fortalecimento da agricultura familiar, de
proporcionar melhor qualidade nutricional para os alunos e de promover o
desenvolvimento local/regional, entretanto, esses resultados poderiam ser ainda maiores
se a governança fosse mais robusta com vistas à ampliação e eficiência desta política. A
observância das obrigações legais do mercado institucional do PNAE, como as exigências
fitossanitárias, por exemplo, exige uma compreensão e comunicação clara entre gestores,
técnicos e agricultores para o cumprimento efetivo da lei, sendo este uma grande
oportunidade para a agricultura familiar, quando atingem os objetivos propostos pelo
programa (HECKLER et al., 2017).
A necessidade de atualização e capacitação dos gestores públicos municipais que
envolvem secretários, nutricionistas, técnicos da administração, setor de compras e CAE,
não deve ser negligenciada, uma vez que estes são agentes que direcionam a execução do
programa (NOGUEIRA et al., 2020; PORRUA et al., 2020), assim como os gestores das
escolas ainda encontram insuficiências quantitativas na operacionalização da oferta de

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alimentos aos estudantes (PAULI et al., 2020), além disso, a falta de profissionais
compondo quadro técnico no setor de alimentação escolar e o desconhecimento por parte
dos municípios de pontos fundamentais da legislação que rege a compra da agricultura
familiar para o PNAE, afetam negativamente a sua execução com aquisições inferiores a
30% (MACHADO et al., 2021).

3.4 CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR


O CAE, criado em junho de 2000, é um órgão colegiado de caráter fiscalizador,
permanente, deliberativo e de assessoramento, instituído no âmbito dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. É composto por, no mínimo, sete membros titulares e
seus respectivos suplentes, sendo, representantes do Poder Executivo, trabalhadores da
educação e discentes, entidades civis e pais de alunos. Sua principal função é zelar pela
concretização da alimentação escolar de qualidade, por meio da fiscalização dos recursos
públicos repassados pelo FNDE, devendo ser complementado por recursos dos Estados,
Distrito Federal e Municípios, para a execução do Programa Nacional de Alimentação
Escolar – PNAE (BRASIL, 2022; NERO; GARCIA; ALMASSY JUNIOR, 2022). Sob
essa ótica, o CAE exerce um importante papel de fiscalização na execução do PNAE. O
conselho deve estar perto daqueles que recebem os benefícios de seus serviços (SILVA
et al., 2017).
Os CAEs têm a função de controle social, no sentido de que a sociedade exerce
mando sobre as ações e gastos do Estado. Assim, para que esse papel seja exercido é
necessário que, de um lado, o Estado cumpra com sua atribuição de garantir as condições
que permitam ao conselho realizar suas funções, e de outro, exista uma sociedade civil
consciente e disposta a praticar sua participação cidadã nesses espaços representativos.
Na ausência desse ambiente institucional, o conselho pode se resumir a um simples
aparato burocrático imperativo para o recebimento de recursos governamentais (LOPES;
DOULA, 2019).
Assim, o CAE apresenta um papel relevante para a gestão do PNAE, mas seus
desafios e limitantes se evidenciam ao se analisar algumas poucas atribuições, como o

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acompanhamento às escolas e a prestação de informações sobre a sua atuação (PORRUA


et al., 2020; SILVA; MUNIZ, 2022).
A falta de atuação verificada em muitos trabalhos está relacionada a falta de
estrutura, que compete ao poder público municipal disponibilizar, como espaço para
reuniões, transporte para a realização das visitas as escolas e capacitação. A falta desses
recursos constitui barreiras e limitações para o desempenho das atividades do CAE
(LOPES et al., 2017; LOPES; DOULA, 2019; CASTRO et al., 2020). Em alguns casos
foi verificada a ausência de conhecimento sobre o Programa por membros de conselhos
(MARQUES et al., 2017). Já nos municípios paranaenses, Silva e Muniz (2022),
destacaram a falta de transparência dos conselhos, o que dificulta a atuação participativa
e promotora de uma gestão democrática do PNAE.
A ausência de parecer técnico pode estar relacionada a falta de capacitação,
identificada em pesquisa realizada com 37 conselheiros paraenses, em que 73% dos
entrevistados declararam não ter recebido capacitação, o que pode implicar em
dificuldades para elaboração de pareceres técnicos, prestação de contas, monitoramento
da qualidade dos alimentos, acompanhamento de processo licitatório, bem como, na
ausência de capacidade técnica para detectar irregularidades na execução dos recursos,
podendo estar relacionado ao fato de 95% dos entrevistados terem afirmado não haver
constatado irregularidades nas prestações de contas (CASTRO et al., 2020; LOPES,
BASSO; BRUM, 2019).
Em trabalho realizado em quatro municípios paulistas, dos quais dois estavam
sendo investigado por corrupção em um esquema que ficou conhecido como “máfia da
merenda”, Silva et al. (2017), constataram que mesmo com reiterados descumprimentos
da legislação em relação a aplicação de 30% dos recursos do PNAE para aquisição de
produtos alimentícios da agricultura familiar, as justificativas da entidade executora para
tal fato não constavam no parecer do CAE, bem como, não foram encontradas
informações sobre as medidas tomadas em relação a essa ocorrência. Também
observaram que os pareceres não forneciam elementos que associassem os municípios a
esquemas de corrupção, o que pode caracterizar omissão ou insuficiente atuação dos
CAEs no acompanhamento e fiscalização do Programa (SIQUEIRA et al., 2014).

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Nestes termos, a falta de estrutura para a atuação dos CAEs afeta sua
independência e autonomia em relação ao Poder Executivo municipal para realização de
suas atribuições, e consequentemente compromete o controle social, quando não dispõem
de lugar apropriado e nem de equipamentos necessários, deixando-os dependentes de
empréstimos e da conveniência de outros órgãos (LOPES; BASSO; BRUM, 2019)
gerando questionamentos se as políticas do PNAE estão de fato sendo efetivadas (SILVA;
DANELON, 2013; LIMA; OLIVEIRA; GUARDACHESKI, 2016; CASTRO et al.,
2020). Dessa forma, os representantes dos Conselhos são agentes de suma importância
para a reprodução social dos produtores rurais para o benefício alimentar e nutricional de
alunos, sendo necessária a participação assídua dos seus membros, dentre outros fatores
e cautela para que suas funções não sofram interferências de interesses, principalmente,
políticos partidários (SILVA; HESPANHOL, 2020).
Alexandre et al., (2016) observaram que em municípios onde o CAE teve papel
atuante, com envolvimento dos conselheiros na construção dos planos de ação para
resolução dos obstáculos, se constituiu em uma vantagem para proposição de estratégias
mais assertivas e coerentes com a realidade local.

3.5 NUTRIÇÃO PNAE


A alimentação escolar é considerada uma necessidade básica aos alunos durante
sua permanência na escola, visando melhorar a capacidade de aprendizagem, formar bons
hábitos alimentares, manter o aluno na escola; portanto, deve suprir, parcialmente, as
necessidades nutricionais diárias dos alunos (DECKER; STRACK; GIOVANONI,
2013). Dessa forma, o atendimento das necessidades nutricionais, assim como o
planejamento das refeições distribuídas nas escolas são fundamentais para contribuir para
complementar a ingestão de energia e nutrientes necessários para o crescimento e
desenvolvimento (PEGOLO; SILVA, 2010). De acordo com Scarparo et al. (2010), ações
junto à comunidade acadêmica (professores, estudantes e técnicos), promovem a reflexão,
o estudo e as ações acerca da temática alimentação escolar, e possibilitam a integração da
sociedade e do Estado, ao atuar com políticas públicas como o PNAE. Cabe ressaltar que
o programa contempla a consolidação da alimentação enquanto direito humano

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fundamental conforme previsto na legislação brasileira, devendo levar em consideração


que dimensões simbólicas são capazes de afetar o consumo da alimentação escolar
(PAIVA; FREITAS; SANTOS, 2016).
Se observa a necessidade de levar em consideração as diferenças regionais e
culturais para o preparo das refeições, com incorporação de novos produtos de acordo
com a disponibilidade de alimentos em cada local, conforme a lista de produtos
considerados básicos pelo FNDE, favorecendo maior variabilidade dos cardápios (DIAS
et al., 2012) contemplando alimentos com fontes de proteínas, cálcio e fibras, todos em
uma única refeição, sem elevar de forma altamente dispendiosa os custos da refeição. Em
alguns casos o cardápio da alimentação escolar não é cumprido em sua totalidade
sofrendo alterações e adaptações, podendo comprometer o valor nutricional das refeições
(TOLEDO et al., 2012), aliado à problemática dos recursos repassados pelo Governo
Federal juntamente com os disponibilizados pelos governos estadual e municipal como
sendo insuficientes para a elaboração de cardápios que atendam adequadamente às
recomendações nutricionais diárias para crianças (SANTOS; SPÍNELLI; RONCAGLIA,
2021).
O quantitativo de municípios brasileiros com nutricionistas cadastrados no
SINUTRI/FNDE evoluiu no período de 2003 a 2011. A despeito dos muitos avanços na
legislação do PNAE, observa-se ainda certa desigualdade na distribuição dos
nutricionistas entre as regiões do Brasil, sendo a Região Norte aquela com menor
percentual de municípios cobertos por nutricionistas em 2011 (CHAVES et al., 2013). O
número de nutricionistas abaixo do estipulado por lei, dificulta a execução das atividades
previstas (SANTOS et al., 2019), em função da carência de responsáveis técnicos pela
execução do programa.
A elaboração de cardápios otimizados por meio do uso de software é uma
realidade que utiliza técnicas de Inteligência Artificial para elaborar, automaticamente e
de forma rápida, cardápios nutricionais semanais para a Alimentação Escolar, com isso,
o sistema contribui para a elaboração de cardápios nutritivos e de menor custo, além de
facilitar o trabalho do nutricionista que despende de muito tempo para essa tarefa, uma
vez que ele necessita de exercer outras funções de sua responsabilidade (MOREIRA et

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al., 2017; SILVA et al., 2018). Cabe ressaltar a importância do planejamento adequado
dos cardápios e a adoção de práticas de educação nutricional para melhorar a adequação
das necessidades nutricionais dos estudantes (SILVA et al., 2019b; SOUSA et al., 2019;
SANTOS et al., 2019).
A condição corporal de alunos com casos de magreza, magreza severa e obesidade
sinaliza a necessidade de um planejamento para a execução de políticas públicas com
vistas a proporcionar um estado nutricional adequado aos escolares do ensino
fundamental (AUGUSTO-RUIZ et al., 2020). Tendo em vista a importância de
adequação da alimentação de acordo com as diferentes demandas nutricionais, também
se faz necessário conhecimento a respeito de situações em que há restrições alimentares
de estudantes, como apontam Ramos et al. (2021), sinalizando a necessidade de
implementação de abordagens nutricionais envolvendo as crianças, famílias e a escola a
fim de proporcionar maior segurança aos pais em relação aos alimentos ofertados.
O PNAE avançou nas questões alimentares e nutricionais, tendo em vista a
obrigatoriedade, imposta pela Lei Federal n. 11.947/2009, de aquisição de alimentos
oriundos da agricultura familiar para a alimentação escolar, reforçada pela Resolução
CD/FNDE n. 38/2009, em conjunto com a ampliação e o detalhamento sobre
recomendações nutricionais e alimentares para o programa, para isso a partir da referida
Lei, estipulou parâmetros para aquisição de alimentos processados e proibiu
ultraprocessados como refrigerantes, sucos artificiais, embutidos, doces, dentre outros
(TAGLIETTI; TEO, 2021; CANELLA et al., 2022). Assim, o nutricionista configura
importante promotor em coordenar ações de educação alimentar e nutricional no
ambiente escolar, sendo fundamental compreender sua percepção quanto às atividades
educativas sobre alimentação e nutrição desenvolvidas no âmbito do programa
(SANTOS; CARVALHO, 2021).

3.6 PNAE DIANTE DA COVID-19


Durante o acontecimento da pandemia da Covid-19, que resultou em suspensão
das aulas presenciais, foram adotadas estratégias como distribuição de kits ou refeições
para escolares, se possível mantendo o caráter universal da política ou beneficiando

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estudantes das famílias elegíveis para receber o Auxílio Emergencial; ampliar o valor
repassado pelo PNAE para os municípios com Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) baixo e muito baixo; manter e incentivar a aquisição de alimentos da agricultura
familiar como forma atenuar a insegurança alimentar dos estudantes (TRIVELLATO et
al., 2019; AMORIM; RIBEIRO JUNIOR; BANDONI, 2020; SILVA et al., 2021). Da
mesma forma que Silva et al. (2020) reforçam a importância do PNAE como instrumento
de garantia de segurança alimentar e nutricional e de resiliência social também no rural,
em especial no contexto da referida pandemia. Se faz importante traçar estratégias de
gestão de crises associadas às políticas públicas, além de novos marcos regulatórios para
promover a sinergia PAA-PNAE (ZIMMERMANN; ELEUTERIO; GARCÍA, 2021).
Por falta de critério em cumprir com o PNAE, nesse período de suspensão de aulas
presenciais, o governo federal deu autonomia para governos locais e ao mesmo tempo
permitiu diversas formas de distribuição dos alimentos, inclusive concessão de auxílio
financeiro. Várias unidades da federação realizaram distribuição de alimentos e/ou
repasse de recursos fazendo recorte social dos mais vulneráveis, o que contrariou
princípios da universalidade e direito à alimentação como prevê o Programa, além de
caracterizar o retrocesso do assistencialismo que há décadas foi substituído pela
universalidade e equidade. Nestes termos, a aquisição e distribuição de alimentos, durante
a pandemia, deve seguir as recomendações do PNAE, anteriores e publicadas durante a
pandemia (SPERANDIO; MORAIS, 2021).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo objetivou a elaboração de revisão sistemática de artigos relacionados
ao PNAE e a agricultura familiar. O Programa passou a ser vinculado a agricultura
familiar a partir de 2009, com a promulgação da Lei 11.947/2009, que determinou a
destinação de no mínimo 30% dos recursos para aquisições da agricultura familiar.
Passados mais de onze anos o atendimento dessa exigência ainda é um desafio para
muitos municípios brasileiros. Os recursos da chamada pública, trazido pela referida Lei,
em substituição ao processo licitatório veio para simplificar o acesso.

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Mas muitos são os entraves enfrentados pelos agricultores familiares, assentados


da reforma agrária, quilombolas e indígenas para acessarem o Programa. Desde a
dificuldade na relação com o poder público, passando pelas fragilidades em se organizar,
falta de capacitação sobre o Programa, a burocracia, visto que a chamada reduz mas não
elimina a burocracia, o que requer conhecimento sobre o assunto. A quantidade,
diversidade e regularidade da produção também são apontadas como limitantes. Contudo,
o Programa foi concebido de forma a estimular a organização dos agricultores familiares,
e por conseguinte a produção local, em relação a quantidade e diversidade, promovendo
assim a segurança alimentar e proporcionado a produção de alimentos saudáveis para
serem fornecidos para a alimentação escolar, viabilizando também melhoria da renda dos
agricultores.
A forma de como gerir os recursos também é um ponto importante para a execução
dos recursos do PNAE. O município pode escolher se irá realizar gestão centralizada,
descentralizada, semi-descentralizada ou terceirizada. Os investimentos, de
responsabilidade do gestor local, em pessoal, equipamentos para armazenar alimentos
irão depender dessa escolha. Além disso, o desempenho do programa depende da atuação
da gestão, em conhecer a produção familiar local, interagir e promover ações
participativas com esses agricultores, bem como, atualização e capacitação dos
responsáveis pela gestão local, como secretários, técnicos administrativos, nutricionistas
e CAE.
O conselho de alimentação escolar tem papel de fiscalizar, deliberar e assessorar
a execução do PNAE em relação as aquisições, armazenamento de alimentos,
regularidade e qualidade da merenda e prestação de contas. Com essas atribuições e
responsabilidades robustas esse conselho necessita de um corpo de membros capacitados
e com os devidos recursos necessários para realização de suas atribuições. Entretanto,
como a literatura observou, na maioria dos casos, a realidade é bem diferente. Os CAEs
em geral, são pouco atuantes em razão de falta de capacitação, falta de estrutura para
trabalharem, como espaço para reuniões e transporte para realização das visitas as escolas.
Constatação que coloca em cheque o efetivo papel de controle social atribuído ao
conselho, enquanto instituto que representa a sociedade no acompanhamento,

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coordenação e fiscalização de uma política pública, que visa fornecer alimentação


saudável e de qualidade.
Faz parte das diretrizes do PNAE que a alimentação escolar, além de saudável
deve respeitar as diferenças regionais e culturais, com cardápios que considerem a
disponibilidade de produtos locais. Dentre as várias atribuições do profissional de
nutrição está a elaboração do cardápio. São os responsáveis técnicos pela execução do
Programa, cuja distribuição pelas regiões do Brasil ainda é muito desigual, sendo a região
Norte a que apresentou menor percentual de municípios cobertos por esse profissional.
Mesmo com recursos tecnológicos de inteligência artificial já utilizada, para elaboração
de cardápios, o que proporciona redução de tempo e custo para essa tarefa, as atribuições
do nutricionista vão muito além disso, estão relacionadas a educação alimentar e
nutricional, identificação da produção local e articulação com produtores familiares,
dentre outras para o planejamento alimentar escolar.
Durante a pandemia, na fase de suspensão das aulas presenciais, algumas formas
de fornecimento da alimentação escolar foram adotadas. Verificou-se que alguns
governantes descumpriram com as regras do Programa, no que se refere a universalidade
da política pública, estabelecendo recorte social para distribuição de alimentos ou
recursos.
Os estudos sobre o PNAE e agricultura familiar mostram alguns avanços e
melhorias na execução da política, mas ainda revelam muitas dificuldades e barreiras a
serem superadas para um desempenho satisfatório do cumprimento das determinações do
Programa.

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REFERÊNCIAS

AGUIAR, J. A.; CALIL, R. M. Análise e avaliação das especificações dos alimentos


contidas em editais de chamadas públicas do PNAE. Vigilância Sanitária em Debate,
Rio de Janeiro, RJ, v. 4, n. 2, p. 79-87, 2016.

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