Ai - Gratuidade - Litigância de Má Fé
Ai - Gratuidade - Litigância de Má Fé
Ai - Gratuidade - Litigância de Má Fé
24/09/2021
Número: 0701962-16.2021.8.07.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 6ª Turma Cível
Órgão julgador: Gabinete do Des. Arquibaldo Carneiro
Última distribuição : 20/01/2021
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0706131-26.2020.8.07.0018
Assuntos: Entidades Sem Fins Lucrativos, Assistência Judiciária Gratuita
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
INSTITUTO BRASILEIRO DE POLITICAS PUBLICAS
(AGRAVANTE)
GUILHERME GUERRA REIS (ADVOGADO)
DISTRITO FEDERAL (AGRAVADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
22616513 19/01/2021 Agravo Agravo
20:45
22616514 19/01/2021 AGRAVO DE INSTRUMENTO - JUSTIÇA Petição
20:45 GRATUITA - MULTA - LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ
22616515 19/01/2021 DOC 01- NOTIFICAÇÃO DE COBRANÇA Documento de Comprovação
20:45
22616516 19/01/2021 DOC 02 -Relatório de desligamentos- outubro- Documento de Comprovação
20:45 dezembro 2019 e janeiro-maio 2020
22616517 19/01/2021 DOC 03- ACORDO COLETIVO- REDIÇÃO Documento de Comprovação
20:45 SALÁRIO
22616518 19/01/2021 DOC 04 DECISÃO JUDICIAL LOKIN DOWN Documento de Comprovação
20:45
22616519 19/01/2021 DOC 05 DECRETO 312020 Documento de Comprovação
20:45
22616520 19/01/2021 DOC 06 DECISÃO STJ Documento de Comprovação
20:45
22616521 19/01/2021 16-Nota Documento de Comprovação
20:45 Explicativa2019_Balanço_ECD_2019_ENVIADO_
ECD_2019-2020
22616522 19/01/2021 15- Documento de Comprovação
20:45 DRE_ECD_2019_Balanço_ECD_2019_ENVIADO_
ECD_2019-2020
22616523 19/01/2021 14- Documento de Comprovação
20:45 Balanço_ECD_2019_Balanço_ECD_2019_ENVIA
DO_ECD_2019-2020
22618308 20/01/2021 Certidão Certidão
11:53
22620850 20/01/2021 Certidão Certidão
12:22
22621547 20/01/2021 Certidão Certidão
12:36
22632376 20/01/2021 Decisão Decisão
19:13
22816501 29/01/2021 Certidão de disponibilização Certidão de disponibilização
02:16
23003364 04/02/2021 Agravo Interno Agravo Interno
17:50
23003365 04/02/2021 Agravo Interno 0701962-16.2021.8.07.0000 Agravo Interno
17:50
23002802 04/02/2021 Certidão Certidão
18:02
23002803 04/02/2021 Certidão Certidão
18:03
23247807 12/02/2021 Despacho Despacho
20:00
23682580 02/03/2021 Contrarrazões Contrarrazões
11:29
23682581 02/03/2021 Outros Documentos Outros Documentos
11:29
23687039 02/03/2021 Certidão Certidão
13:03
24097545 16/03/2021 Contrarrazões Contrarrazões
13:37
24108030 16/03/2021 Certidão Certidão
15:30
24108033 16/03/2021 Certidão Certidão
15:30
24457793 29/03/2021 Intimação de Pauta Intimação de Pauta
11:18
25428764 06/05/2021 Certidão de julgamento Certidão
14:49
25489395 10/05/2021 Acórdão Acórdão
18:52
24284358 10/05/2021 Voto do Magistrado Voto
18:52
24283635 10/05/2021 Relatório Relatório
18:52
24284411 10/05/2021 Ementa Ementa
18:52
25758111 19/05/2021 Certidão de disponibilização Certidão de disponibilização
02:16
25913819 25/05/2021 Certidão Certidão
11:33
26417176 12/06/2021 Certidão Certidão
08:01
26417177 12/06/2021 Certidão Certidão
08:02
26427086 14/06/2021 Ofício entre Órgãos Julgadores Ofício entre Órgãos Julgadores
10:04
26427087 14/06/2021 Certidão de Trânsito Anexo
10:04
26427088 14/06/2021 Acórdão Anexo
10:04
Segue anexo agravo em pdf
Termos em que,
Pede e Espera Deferimento.
Egrégio Tribunal,
Eminentes Julgadores,
Assim ajuizou a ação principal para se ver restituída dos imposto de ISS pago
indevidamente nos últimos cinco anos por preencher todos os requisitos contidos no
artigo 14, do Código Tributário Nacional, ou seja, que não distribui “qualquer parcela de
seu patrimônio ou de suas rendas a qualquer título” (inc. I do artigo 14 do CTN), aplica
“integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais” (inc. II do artigo 14 do CTN), e, mantem, “escrituração de suas receitas e
despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão” (inc.
III do artigo 14 do CTN).
Não obstante, conforme será exposto nas razões do recurso, merece reforma a decisão
de origem.
04 – DO MÉRITO
A parte Autora é uma organização sem fins lucrativos, integrante do Terceiro Setor, por
conseguinte, constituído como organização não governamental, atuando como parceiro
do poder público na aplicação de políticas públicas junto aos órgãos coletivos
especialmente na qualidade de Entidade Beneficente de Assistência Social na Área da
saúde.
Inicialmente cabe frisar que ao contrário do que fundamenta a juíza “a quo” sobre o
balanço patrimonial de 2019, a Agravante foi deficitária na importância de R$ 61.580,
11 ( sessenta e um mil reais, quinhentos e oitenta reais e onze centavos).
Lado outro, a emissão das notas fiscais junto à inicial referente a prestação de serviços
do contratos firmados com o Ente Público, conforme anexos - DOC 04, cujo objeto é
exatamente o exercício das finalidades estatutárias da Agravante, demonstra que os
tomadores dos seus serviços vem retendo o imposto incidente sobre o serviço - ISS, o
que levou ao ajuizamento da ação principal, conforme é possível perceber das notas
fiscais emitidas pela Autora – DOC 05 e 06, nas quais consta a mensagem de que o “ISS
RETIDO PELO TOMADOR”.
Deste modo, as notas fiscais emitidas não evidenciam que a Agravante possui recursos
para arcar com as despesas processuais, pelo contrário, as notas fiscais comprovam que
a Agravante está sendo tributada indevidamente, mesmo prestando serviços de
responsabilidade Estatal e com ofensa ao texto constitucional, como será demonstrado
na fase de instrução, e, possuir vultuosas notas fiscais, não é argumento para
indeferimento do benefício de justiça gratuita, visto que seu déficit supera o superávit.
Frisa-se que suas despesas são altas em razão de seu porte, o que está devidamente
comprovado nos autos e balanço patrimonial. O que adveio também com o cenário da
pandemia, que através de prova evidente e robusta foi demonstrado para a juíza de piso
e ignorado, tanto os fatos quanto os documentos apresentados.
Registra que, ter receitas não é o bastante para que a Agravante figure no polo com
capacidade financeira. Para arcar com as despesas processuais a Agravante teria que,
no mínimo, ser superavitária em suas receitas, o que evidentemente não é o caso,
ficando demonstrado através de seu balanço patrimonial de 2019, anexo.
Assim, aclarar os fatos, dado seu zelo na prestação de suas atividades, a parte Agravante
firma contratos com o poder público, contudo, em decorrência do cenário atual
atravessado em nosso país, o AGRAVANTE tem enfrentado forte crise financeira de
modo a comprometer suas obrigações atuais, bem como a continuidade de sua própria
existência.
Através de seu Balanço Patrimonial, anexo em ID: 72213272 a parte Agravante faz prova
de sua falta de condição em arcar com as despesas do processo com déficit de R$
Como dito alhures, punição essa que furta à parte Agravante, sua única possiblidade de
subsistência, que é oferecer seus serviços ao poder público.
Se somando a isso, decisão judicial local proferida nos autos do processo nº 813507-
41.2020.8.10.0001, em trâmite na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís -
MA, determinou a decretação de LOCKDOWN (adoção do bloqueio total) na capital do
Estado, situação que restringiu ainda mais as atividades do terceiro setor, permitindo
o funcionamento somente de pequeníssima parcela de serviços essenciais (DOC 04).
Para o terceiro setor, que atende as populações mais vulneráveis e lida com os maiores
desafios das parcerias com o setor público, as dificuldades são ainda maiores, eis que,
se os recursos já eram limitados em circunstâncias normais, com a crise houve sua
potencialização. O cenário se evidencia ainda mais à medida em que governos projetam
atrasos nos repasses de parcerias, especialmente quando as ONGs apresentam maior
fragilidade.
Nesse sentido:
“PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. SINDICATO. PESSOA
JURÍDICA SEM FINS LUCRATIVOS. POSSIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE
COMPROVAÇÃO DA MISERABILIDADE JURÍDICA. PRECEDENTES.
1. O entendimento firmado nesta Corte que é no sentido de ser possível
conceder às pessoas jurídicas o benefício da assistência Judiciária gratuita,
conforme os ditames da Lei n.º 1.060/50.
2. Tratando-se de pessoas jurídicas sem fins lucrativos – tais como entidades
filantrópicas, sindicatos e associações – a concessão poderá se dar em
havendo requerimento e independentemente de prova.
3. Agravo regimental desprovido.” (STJ - AGREsp. 916.638/SC, Rel. Min.
LAURITA VAZ, DJU 28.04.08, p. 1). [Originais sem grifo]
Notadamente, é pacífico que as pessoas jurídicas sem fins lucrativos fazem jus ao
benefício da assistência judiciária gratuita independentemente de prova, porque a
presunção é a de que não podem arcar com as custas e honorários do processo.
Logo, a parte Agravante é qualificada como entidade sem fins lucrativos, não havendo
"distribuição, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados
ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos,
A própria natureza jurídica da parte Agravante evidencia o prejuízo que advirá para a
manutenção das suas finalidades institucionais, voltadas à significativa parcela da
sociedade, caso tenha que arcar com as custas judiciais arbitradas, principalmente já no
curso de uma grande crise financeira, somada a alta monta do valor de inadimplência
que é objeto desta ação.
Lado outro, nos termos da Súmula 481 do STJ, "faz jus ao benefício da justiça gratuita
a pessoa jurídica, com ou sem fins lucrativos, que demonstrar sua impossibilidade de
arcar com os encargos processuais".
Nesse sentido o Tribunal de justiça do Distrito Federal já se posicionou e como fez prova
de sua insuficiência de recursos financeiros para arcar com as custas processuais,
levando -se em consideração a prova, razão também assiste a Agravante, se assim Vossa
Excelência entender pelo acolhimento da comprovação, pelo que se espera:
Assim como a jurisprudência evidenciada acima, a parte Agravante não cometeu dolo,
nem omitiu nenhuma informação ou alterou a verdade dos fatos e ainda comprovou sua
hipossuficiência através do balanço patrimonial apresentado de 2019.
Além disso, a Agravante informa que não conseguirá arcar com a multa de 2% sobre o
valor da causa. Portanto, merece a Agravante que a decisão que condenou a mesma em
litigância de má-fé seja revogada.
07– DO PEDIDOS
Ante o exposto, requer seja o presente recurso recebido e distribuído ao respectivo
relator, para que, liminarmente, considerada a urgência, seja concedido o benefício da
justiça gratuita à Agravante, comunicando-se tal decisão à Exma. Sra. Dra. Juíza de
Direito da 8ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal do inteiro teor da decisão
proferida;
Seja reformada a decisão no tocante a multa aplicada, face aos argumentos acima
apresentados.
Por fim, não sendo concedido o benefício da justiça gratuita, seja diferido para o final
do processo o pagamento das custas judiciais, como requerido acima.
Requer, ainda, a intimação do agravado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias,
facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do
recurso, conforme art. 1019, inciso II do CPC/2015.
Finalmente, requer que seja designado dia para o julgamento, na forma do art. 1020 do
CPC/2015, esperando que seja dado provimento ao presente recurso de Agravo de
Instrumento.
Termos em que,
Pede e Espera Deferimento.
RENATA APARECIDA DE LIMA
OAB/MG nº 154.326
NÚMERO DA SOLICITAÇÃO:
Piso Salarial
Parágrafo único
Outros Adicionais
§1º
§2º
§3º
§4º
in natura
§6º
Auxílio Transporte
Auxílio Morte/Funeral
in natura,
Normas Disciplinares
Duração e Horário
Compensação de Jornada
Faltas
Relações Sindicais
Contribuições Sindicais
ANEXOS
ANEXO I - ATA DA ASSEMBLEIA
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS.
458, E 535, INCISO II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. OMISSÃO
NÃO CONFIGURADA. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
PESSOA JURÍDICA SEM FINS LUCRATIVOS. POSSIBILIDADE.
DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA MISERABILIDADE
JURÍDICA. PRECEDENTES. AGRAVO CONHECIDO PARA DAR
PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL.
DECISÃO
Vistos etc.
Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo SINDICATO DOS
TRABALHADORES FEDERAIS DA SAÚDE TRABALHO E PREVIDÊNCIA NO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – SINDISPREV/RS, em face de decisão do
Vice-Presidente do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, que indeferiu o processamento de
recurso especial fundamentado nas alíneas a e c do permissivo constitucional.
O recurso obstado se dirige contra acórdão que restou ementado nos seguintes
termos, litteris:
"ADMINISTRATIVO. PESSOA JURÍDICA. REQUISITOS PARA
CONCESSÃO DE AJG E ISENÇÃO DE CUSTAS. NÃO DEMONSTRADOS.
Não sendo comprovada a situação de precariedade financeira
enfrentada pela agravante resta inviabilizada a concessão de AJG e isenção de
custas." (fl. 117)
A essa decisão foram opostos embargos de declaração, que restaram rejeitados.
Alega o Agravante, nas razões do especial, negativa de vigência aos arts. 458 e
535, inciso II, do Código de Processo Civil, argumentando a ausência de prestação jurisdicional
por parte do Tribunal a quo, quando do julgamento dos embargos declaratórios.
Assevera, além da existência de dissídio jurisprudencial, negativa de vigência ao
Outros assuntos
Ações Sociais Durante o ano de 2019 foram pagos o montante de R$ 54.637,40; referente as Ações
Sociais executas pelo IBRAPP: Campanha IBRAPP + Saúde 4ª Edição em 26/04/2019, com Alusão ao
dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão, realizado nos órgãos dos atuais contratos
distribuídos nos Estados do Maranhão, Paraíba, Minas Gerais, Tocantins, Rondônia, Distrito Federal e na
Sede Administrativa; Ação referente ao dia Nacional de Prevenção de Acidentes no Trabalho realizado
em 27/07/2019 nos órgãos onde temos contratos, distribuídos nos Estados do Maranhão, Paraíba, Minas
Gerais, Tocantins, Rondônia, Distrito Federal e na Sede Administrativa; Execução das ações da
Campanha Outubro Rosa no período de 01 a 31 de outubro de 2019 com o objetivo de Orientar e alertar
a sociedade em geral com ações de Prevenção e combate ao câncer de mama, foram realizadas
palestras com Médicos especializados, divulgação em programas de rádios, Shoppings e nos órgãos
onde temos contratos distribuídos nos Estados do Maranhão, Paraíba, Minas Gerais, Tocantins,
Rondônia, Distrito Federal e na Sede Administrativa; Realização da Campanha “Novembro Azul” de
Prevenção ao câncer de Próstata ocorrida no mês de Novembro no período de 01 a 30/11/2019 em
alusão a saúde do homem e a prevenção e combate ao câncer de próstata, houve divulgação nos
órgãos onde temos contratos distribuídos nos Estados do Maranhão, Paraíba, Minas Gerais, Tocantins,
Rondônia, Distrito Federal e na Sede Administrativa, com distribuição de Kit’s e palestras sobre o tema.
No mês de dezembro ocorreu a ação “A Vida Continua” referente ao Dia Mundial de Combate a AIDS
realizada no dia em 02/12/2019 com palestra e ações que ocorreram nos órgãos onde temos contratos
distribuídos nos Estados do Maranhão, Paraíba, Minas Gerais, Tocantins, Rondônia, Distrito Federal e na
Sede Administrativa.
Educação: Durante o ano de 2019 foram pagos o montante de R$ 302.611,20; referente a despesas com
Educação envolvendo todos os colaboradores do IBRAPP, ações relacionadas a Gestão em Educação,
com foco no treinamento e na capacitação de seus colaboradores, contribuindo assim para o
fortalecimento do ensino formal, através de assessoramento que visem a priorização e gestão de técnicas
de melhoria da educação, o conteúdo foi aplicado de forma presencial e através de plataforma de
Educação à Distância (EaD).
O Instituto Brasileiro de Políticas Públicas – IBRAP é responsável pela contratação do pessoal necessário
a consecução do objeto do contrato, bem como é responsável por todos os encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais, comerciais e securitários, resultantes da execução do objeto do contrato. Para
atendimento com qualidade as demandas dos serviços de saúde do Hospital Frei Gabriel, o IBRAPP
disponibiliza um quadro médio total de 212 profissionais. A equipe assistencial entre médicos (54), equipe
multidisciplinar (01 fonoaudióloga, 03 fisioterapeutas, 01 psicóloga, 01 assistente social, 02
nutricionistas), enfermeiros (21), técnicos em enfermagem (60) e auxiliares em enfermagem (03) em
média correspondem a 143 profissionais/mês.
Este documento é parte integrante de escrituração cuja autenticação se comprova pelo recibo de número
24.E3.F2.CD.45.5F.4F.38.4C.6D.F3.17.2C.91.7B.97.EA.EE.0A.9F-2, nos termos do Decreto nº 9.555/2018.
Este relatório foi gerado pelo Sistema Público de Escrituração Digital – Sped
Este documento é parte integrante de escrituração cuja autenticação se comprova pelo recibo de número
24.E3.F2.CD.45.5F.4F.38.4C.6D.F3.17.2C.91.7B.97.EA.EE.0A.9F-2, nos termos do Decreto nº 9.555/2018.
Este relatório foi gerado pelo Sistema Público de Escrituração Digital – Sped
CERTIDÃO
Nos termos do art. 5º, § 3º, da Portaria Conjunta nº 53, de 23 de julho de 2014, certifico que
consta(m) o(s) seguinte(s) processo(s) como possível(eis) prevenção(ões):
CERTIDÃO
6ª Turma Cível
CERTIDÃO DE CONCLUSÃO
Diretor(a) de Secretaria
DECISÃO
Cuida-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela recursal,
interposto pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE POLÍTICAS PÚBLICAS (autor), tendo por
objeto a r. decisão (ID 80976264 dos autos originais) proferida pelo ilustre Juízo 8ª Vara da
Fazenda Pública do DF, que, nos autos da ação de conhecimento ajuizada contra o Distrito
Federal, processo nº 0706131-26.2020.8.07.0018, revogou a gratuidade de justiça.
“(...) O réu apresentou impugnação à gratuidade da justiça concedida à autora com alegação de que essa
possui condições financeiras de arcar com as despesas do processo (ID 73507993) e essa em réplica
limitou-se a dizer de forma excessivamente genérica que demonstrou satisfazer os requisitos legais.
Não obstante os documentos anexados aos autos pela própria autora lhe foi oportunizado comprovar sua
alegada hipossuficiência financeira (ID 76544288), mas essa limitou-se a dizer que por se tratar de
instituição sem fins lucrativos não precisa comprovar sua hipossuficiência financeira e discorreu
longamente sobre sua suposta impossibilidade de recolher as custas processuais (ID 77693800).
Ao contrário do afirmado pela autora todas as jurisprudências mencionadas e transcritas por ela em suas
peças processuais indicam que mesmo as entidades sem fins lucrativos devem comprovar a sua
hipossuficiência financeira para a obtenção do benefício da gratuidade da justiça, portanto, sem razão a
autora em suas alegações.
Examinando detidamente os documentos anexados aos autos constata-se que a autora emitiu diversas notas
fiscais em valores bastantes expressivos (ID 72213269, fls. 1 a 50 e ID 72213271) e no seu balanço
patrimonial há indicação de superávit no exercício de 2019 de R$ 13.697.610,57 (treze milhões, seiscentos
e noventa e sete mil, seiscentos e dez reais e cinquenta e sete centavos), além do lucro líquido de R$
4.944.881,31 (quatro milhões, novecentos e quarenta quatro mil, oitocentos e oitenta e um reais e trinta e
um centavos) conforme documento de ID 72213272. No ano de 2020, que segundo a autora teria suportado
dificuldades financeiras em razão da pandemia do coronavirus, houve a emissão de pelo menos duas notas
fiscais com valores superiores a 3 (três) milhões de reais.
Assim, está suficientemente evidenciada a capacidade financeira da autora em arcar com as despesas do
O réu requereu, ainda, a condenação da autora por litigância da má-fé, já que ela teria alterado a verdade
dos fatos, nos termos do artigo 80, II do Código de Processo Civil.
Verifica-se dos autos que a autora requereu o benefício da gratuidade da justiça quando possui condições
financeiras para arcar com as despesas do processo e mesmo tendo lhe sido oportunizada a comprovação
de suas alegações não o fez, posto que não juntou nenhum documento que comprove a alegada
hipossuficiência e os documentos anteriormente anexados aos autos por ela comprovam satisfatoriamente
um rendimento expressivo, portanto, houve realmente alteração dos fatos, caracterizando a litigância de
má-fé, razão pela qual ela deverá pagar a multa estabelecida no parágrafo único do artigo 100 do Código
de Processo Civil.
Em face das considerações alinhadas revogo o benefício da gratuidade da justiça concedido à autora,
defiro o prazo de 10 (dez) dias para o recolhimento das custas iniciais, sob pena de extinção do feito sem
resolução de mérito e a condeno ao pagamento de multa fixada em 2% (dois por cento) sobre o valor da
causa (...)”
A agravante aduz que é instituição sem fins lucrativos voltada para atendimento social, e que,
apesar de ter demonstrado a condição de hipossuficiência econômico-financeira, sobreveio
decisão revogando a gratuidade de justiça, e ainda aplicando-lhe penalidade por litigância de
má-fé (2% sobre o valor da causa).
Aponta equívoco do ilustre Juízo a quo na análise dos documentos acostados, sobretudo do
balanço anual de 2019, pois teria tido déficit de R$ 61.580,11 ( sessenta e um mil reais,
quinhentos e oitenta reais e onze centavos), e não superávit de R$ 13.697.610,57 (treze milhões,
seiscentos e noventa e sete mil, seiscentos e dez reais e cinquenta e sete centavos).
Assevera que “...a M.M Juíza “a quo”, equivocou-se na análise do balanço patrimonial da
Agravante aduzindo que R$ 13.697.610,57 (treze milhões, seiscentos e noventa e sete mil,
seiscentos e dez reais e cinquenta e sete centavos) fosse o superávit do exercício, quando na
verdade, foi a receita recebida em decorrência das parcerias celebradas e mantidas com o
Poder Público, receita essa que é totalmente vinculada as despesas de cada instrumento, ou
seja, não é superávit, não é lucro.”
Pondera que “...ter receitas não é o bastante para que a Agravante figure no polo com
capacidade financeira. Para arcar com as despesas processuais a Agravante teria que, no
mínimo, ser superavitária em suas receitas, o que evidentemente não é o caso, ficando
demonstrado através de seu balanço patrimonial de 2019, anexo”.
Diz ainda ter sofrido com a crise decorrente da pandemia de Covid-19, e que “...é irrefutável a
No tocante a multa por litigância de má-fé, verbera que não há prova de que agiu com dolo, nem
tampouco “omitiu nenhuma informação ou alterou a verdade dos fatos e ainda comprovou sua
hipossuficiência através do balanço patrimonial apresentado de 2019.”
Afirma que, em se tratando de pessoas jurídicas sem fins lucrativos, para a concessão da
gratuidade de justiça “A jurisprudência é firme quanto a ausência de necessidade de
comprovação”. Cita precedentes.
Punga pela antecipação dos efeitos da tutela recursal satisfativa, para que lhe seja concedida a
gratuidade de justiça, ou, em tese subsidiária, “o DIFERIMENTO DO PAGAMENTO DAS
CUSTAS, para que estas sejam realizadas ao final do processo, pois assim, a parte Agravante
terá condições temporais para provisionar mês a mês uma reserva para tal mister, haja vista
que não pode este dispor facilmente de tais recursos sem prévio planejamento face ao prejuízo
que esse ato poderá ocasionar”.
DECIDO.
Como sabido, o relator, ao receber o agravo de instrumento, se não for o caso de aplicação do
art. 932, III e IV, do CPC, poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em
antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1.019, I, CPC).
No momento, a análise a ser realizada nesta fase incipiente está restrita ao pedido de antecipação
dos efeitos da tutela recursal, para deferimento ou não da liminar e restabelecimento da
gratuidade de justiça, que fora revogada na decisão hostilizada, ou diferimento do pagamento
das custas, o que se fará à luz dos requisitos da probabilidade do direito dos agravantes e do
perigo de dano grave ou risco ao resultado útil do processo.
Súmula nº 481. “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que
Apesar de a agravante alegar déficit no ano de 2019, não há notícia de que é insolvente ou esta
submetida a recuperação judicial.
De todo modo, ainda que estivesse em recuperação judicial seria necessário comprovar a sua
hipossuficiência. Neste sentido:
De outra banda, observo que os precedentes colacionados pela agravante para sustentar a tese de
que prescinde de prova para a concessão da gratuidade de justiça por entidade filantropa são dos
anos de 2006 e 2008, portanto, antigos e já superados, não servindo de paradigma para o
deslinde da causa.
Noutra banda, ressalto que, apesar dos argumentos lançados pela agravante no sentido de que
apresentou prova da sua hipossuficiência, em tese, não diviso, prima oculi, equívoco na
avaliação realizada pela douta Juíza de primeiro grau. Explico.
Dentre os documentos acostados pelo agravante, estão o balanço de 2019 (ID 22616523) e
notas explicativas deste (ID 22616521), na qual nada se fala de déficit. Por outro lado, é
possível inferir do referido documento a existência de “Caixa e equivalentes de caixa” de R$
8.404.533,14, e patrimônio social de R$ 4.944.881,31, o que, somados, resulta em R$
13.349.414,40, ou seja, o valor apontado pela d. Juíza a quo como fundamento para revogar a
gratuidade de justiça.
Ademais, trata-se de pessoa jurídica com contratos milionários celebrados com o Poder Público,
ao menos é isso o que se denota das notas fiscais juntadas no ID 72213269. Pág. 1 - 50 e ID
72213271 dos autos de origem, inclusive o valor discutido na ação é expressivo.
De mais a mais, o cenário apresentado não mostra ser viável, ao menos em sede de liminar, o
diferimento do recolhimento das custas iniciais, pois não é crível que uma pessoa jurídica com
patrimônio milionário não possua condições de arcar com as despesas processuais, sobretudo
porque os valores cobrados por esta egrégia Corte de Justiça são módicos, sendo certo que não
há, a primeira vista, demonstração de que o recolhimento comprometeria a atividade econômica
da agravante.
Portanto, em uma análise perfunctória, cabível nesta fase incipiente, verifico que a
argumentação da parte Agravante, apesar de sua relevância, não supera os requisitos necessários
para o deferimento da liminar, razão pela qual nega-se o pedido e remete-se o exame de mérito
ao egrégio colegiado.
Relator
Certifico e dou fé que o Ato Judicial Decisão ID 22632376 foi disponibilizado no Diário da Justiça
Eletrônico - DJe em 29/01/2021, e publicado no primeiro dia útil subsequente.
29 de janeiro de 2021.
I – DA TEMPESTIVIDADE
A presente é medida é tempestiva uma vez que protocolada dentro do prazo legal,
devendo ser regularmente processado e julgado o apelo.
Em detida análise aos autos é possível constatar que o juiz de origem, inicialmente,
deferiu a justiça gratuita, revendo seu posicionamento posteriormente, revogando o
beneficio.
[...]DECIDO.
Preenchidos os pressupostos recursais, conheço do recurso.
Como sabido, o relator, ao receber o agravo de instrumento, se
não for o caso de aplicação do art. 932, III e IV, do CPC, poderá
atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação
de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal (art.
1.019, I, CPC).
No momento, a análise a ser realizada nesta fase incipiente
está restrita ao pedido de antecipação dos efeitos da tutela
recursal, para deferimento ou não da liminar e
restabelecimento da gratuidade de justiça, que fora revogada
na decisão hostilizada, ou diferimento do pagamento das
custas, o que se fará à luz dos requisitos da probabilidade do
direito dos agravantes e do perigo de dano grave ou risco ao
Nesse diapasão, temos que, seguindo a linha adotada na decisão monocrática, para se
autorizar a justiça gratuita Agravante, seria necessário demonstrar a insolvência ou a
absoluta falta de condição de arcar com despesas.
Lembra-se que não se pode dar às entidades beneficentes o mesmo tratamento que se
dá às empresas com finalidade lucrativa, uma vez que as primeiras atuam em conjunto
com o Estado, para criação de um bem comum e atendimento necessidades básicas da
população, visando o auxílio ao Estado de atingimento do interesse público primário
quanto ao fornecimento de saúde, educação ou assistênia social. Assim, exigir que
essas instituições se encontrem em estado de insolvência absoluta ou parcial,
objetivando a arrecadação de taxa judiciária seria sobrepor o interesse público
secundário em detrimento do primário, situação inadmissível e que gera vício quanto à
finalidade do ato.
Cabe destacar, ainda, que a instituição demonstrou, por meio dos balancetes, a
existência de déficite de aproximadamente R$ 61.000,00 (sessenta um mil reais) no
exercício, bem como a necessidade de adequação de custos decorrentes da relação de
Existe nos autos, portanto, elementos fáticos e jurídicos suficientes para deferir a
justiça gratuita pretendida, sob pena de violação do artigo 5, inciso XXXV.
Isso posto, requer a Agravante seja provido o presente Agravo para viabilizar a análise
do Agravo de Instrumento e, ao final, ver deferida a justiça gratuita pretendida.
III – CONCLUSÃO.
Estando presentes todos os requisitos de admissibilidade para conhecimento do
Agravo Interno, espera a Agravante o acolhimento e provimento de suas razões, para,
ao final, ser provido o Agravo de Instrumento e deferida a tutela provisória pretendida.
Termos em que,
Pede e Espera Deferimento.
6ª Turma Cível
CERTIDÃO
6ª Turma Cível
CERTIDÃO DE CONCLUSÃO
Diretor(a) de Secretaria
DESPACHO
Com fulcro no art. 1021, §2º do CPC, intime-se o agravado para responder, no prazo de 15
(quinze) dias, o agravo interno interposto no ID 23003365.
Publique-se.
Relator
CONTRAMINUTA
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I TEMPESTIVIDADE.
II HISTÓRICO.
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Com a devida venia, se esse fato não for suficiente para demonstrar a
gritante má-fé do agravante na sua declarada hipossuficiência, a justificar a
imposição da multa ditada pelo art. 100, p. único do CPC, como corretamente
ordenado pelo MM Juízo de 1º grau, o agravado não consegue vislumbrar nenhuma
outra hipótese que, em situação semelhante, o será.
Esses mesmos fatos já seriam suficientes, por si só, para afastar, por
completo, qualquer plausibilidade nas considerações lançadas no presente agravo
de instrumento. Entretanto, por dever de ofício, o DF demonstra, uma a uma, as
impropriedades que foram alegadas pelo agravante.
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Ocorre que esta lei inexiste no caso do Distrito Federal. E nem poderia
ser diferente, lembrando que a Justiça do Distrito Federal e Territórios integra o
Poder Judiciário da União (art. 21, inciso XIII da CF), de modo que eventual
legislação distrital dispondo sobre o tema seria flagrantemente inconstitucional.
Assim, prevalece a regra geral ditada pelo art. 82, caput do CPC, que
exige o pagamento antecipado das despesas do processo.
3
AgRg no AREsp 504.575, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJ de 11.06.2014.
4
“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TAXA JUDICIARIA. CUSTAS PREVIAS. LEI
ESTADUAL QUE DIFERE O PAGAMENTO PARA FINAL. VALIDADE.
EXAME DE LEI LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO.
INOCORRENCIA. PRECEDENTE. RECURSO DESACOLHIDO.
(...)
II - SENDO O ESTADO TITULAR DO CREDITO DECORRENTE DA TAXA
JUDICIARIA, TEM ELE COMPETENCIA LEGISLATIVA PARA DIFERIR O SEU
PAGAMENTO PARA O FINAL DO PROCESSO.
(...)” (REsp 43.311, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 12.05.1997 destaquei).
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IV PEDIDOS.
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CONTESTAÇÃO
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I HISTÓRICO.
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Com efeito, a norma do art. 99, §3º do CPC é textual quando presume
como “verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural”, de sorte que é dever da pessoa jurídica fazer prova da sua hipossuficiência
em patamar que efetivamente a impeça de arcar com os custos do processo
formado em decorrência da ação que intenta (art. 373, inciso I do CPC).
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3/STJ).
2. A pessoa jurídica pode obter o benefício da justiça gratuita se
provar que não tem condições de arcar com as despesas do processo.
Precedente.
(...)”1 (grifei)
Ocorre que o suplicante não trouxe aos vertentes autos nenhum único
documento que demonstre a sua hipossuficiência, ou mesmo dificuldades
financeiras, ainda que eventuais, que o impedissem de fazer frente aos custos do
presente feito.
5
0717892-11.2020.8.07.0000, Rel. Des. Eustáquio de Castro, DJ de 09.09.2020.
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receber, ou seja, ainda no ano de 2020 (muito provavelmente) de, nada mais nada
menos, do que R$ 25.938.604,68 (vinte e cinco milhões, novecentos e trinta e
oito mil, seiscentos e quatro reais e sessenta e oito centavos).
Com todas as venias, o autor constitui pessoa jurídica que está muito
longe de sofrer pela falta de condições patrimoniais/financeiras necessárias para
fazer frente aos custos decorrentes deste processo, de modo que a manutenção da
justiça gratuita que lhe foi concedida, além de discrepar dos preceitos legais
indicados e da jurisprudência pacífica do STJ e do TJDFT, revela uma flagrante
afronta aos princípios constitucionais da razoabilidade (que informa o disposto no
art. 5º, inciso LIV da CF) e da isonomia (art. 5º caput da CF), na medida em que
benefício semelhante certamente não se estende às dezenas, senão centenas, de
pessoas jurídicas que diariamente intentam ações como a presente na Justiça do
Distrito Federal e Territórios.
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entidade que esteja inscrita no órgão público temático respectivo, que, in casu, é o
Conselho de Assistência Social do Distrito Federal. Trata-se de exigência expressa
no art. 9º da Lei 8.742/93, verbis:
Ocorre que não se divisa, nos autos, nenhuma prova que demonstre a
inscrição do suplicante no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, de
modo que não pode ser, ao menos em território distrital, reconhecido como entidade
de assistência social.
demandante revelam que os serviços que presta tem que ver, via de regra, com
“locação de mão de obra temporária”, seja para fins de “secretariado” (a exemplo
dos documentos insertos no ID 72216356), ou mesmo “serviços gerais, limpeza e
conservação” (como no caso dos documentos insertos no ID 72213282). Ora,
nenhum desses serviços pode ser, nem de longe, qualificado como de ensino ou
assistência social.
6
AGI 2015.00.2.023424-0, Rel. Des. Josaphá Francisco dos Santos, DJ de 27.10.15.
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Conforme disposto no art. 150, inciso VI, alínea “c” da CF, a imunidade
das instituições de ensino está expressamente condicionada ao atendimento dos
requisitos específicos previstos no art. 14 do CTN, recepcionados que foram pela
nova ordem constitucional, e pela exigência, preliminar e essencial, imposta no § 4º
supratranscrito, relativo à vinculação dos serviços às finalidades essenciais da
instituição (insertas no respectivo estatuto). Nesse sentido a jurisprudência
igualmente do TJDFT:
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benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º
são, exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos
institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos
respectivos estatutos ou atos constitutivos.” (destacamos)
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Note-se que a previsão legal contida, por exemplo, no art. 14, inciso III
do CTN é textual em exigir que a entidade postulante demonstre que mantêm
“...escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades
capazes de assegurar sua exatidão”. Portanto, constitui requisito legal, para a
concessão da imunidade tributária aqui vindicada, que o ente interesse apresente os
seus livros fiscais, em que reveladas as informações impostas pelo inciso III do art.
14 do CTN (e também pelos incisos I e II do mesmo preceito legal), prova esta que,
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IV PEDIDOS.
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recolhimento das custas processuais devidas, além de pagar, aos cofres do Distrito
Federal, a título de multa pela má-fé demonstrada linhas atrás (item II), quantia que
alcance o décuplo do valor das custas a serem recolhidas, tudo conforme previsto
no art. 100, p. único do CPC. Em caso de descumprimento dessa determinação, que
seja o processo imediatamente extinto.
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6ª Turma Cível
CERTIDÃO
IMPUGNAÇÃO
I TEMPESTIVIDADE.
II HISTÓRICO.
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autos, aquele Douto Juízo, de forma absolutamente acertada, proferiu nova decisão,
revogando o benefício da justiça gratuita e determinando o recolhimento das custas
processuais respectivas. Impôs à autora, ainda, multa de 2% sobre o valor da causa,
ante sua evidente litigância de má-fé no particular.
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V PEDIDO.
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6ª Turma Cível
CERTIDÃO
6ª Turma Cível
CERTIDÃO DE CONCLUSÃO
Diretor(a) de Secretaria
De ordem do(a) Excelentíssimo(a) Senhor(a) ESDRAS NEVES ALMEIDA, Presidente da 6ª Turma Cível,
faço público a todos os interessados que, no dia 28 de Abril de 2021 (Quarta-feira) a partir das 12h00,
tem início a 14ª Sessão Ordinária Virtual - 6TCV - (período de 28/04 até 05/05) na qual se encontra pautado
o presente processo.
6ª Turma Cível
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
14ª Sessão Ordinária Virtual - 6TCV - (período de 28/04 até 05/05)
Nº Processo
: 0701962-16.2021.8.07.0000
Data da : 28/04/21
Sessão
Quorum
: ARQUIBALDO CARNEIRO - Relator, JOSE DIVINO DE OLIVEIRA - 1º Vogal e
VERA LUCIA ANDRIGHI - 2º Vogal
Acórdã 1337392
o Nº
EMENTA
Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios, ARQUIBALDO CARNEIRO - Relator, JOSÉ DIVINO - 1º Vogal e VERA ANDRIGHI -
2º Vogal, sob a Presidência do Senhor Desembargador ESDRAS NEVES, em proferir a seguinte decisão:
AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. AGRAVO INTERNO PREJUDICADO. UNANIME., de
acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas.
RELATÓRIO
Cuida-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela recursal,
interposto pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE POLÍTICAS PÚBLICAS (autor), contra
decisão proferida pelo ilustre Juízo 8ª Vara da Fazenda Pública do DF que, nos autos da ação
de conhecimento ajuizada contra o Distrito Federal, processo nº 0706131-26.2020.8.07.0018,
revogou a gratuidade de justiça anteriormente concedida ao autor (ID 80976264 dos autos
originais).
Eis o conteúdo da r. decisão agravada, verbis:
“(...) O réu apresentou impugnação à gratuidade da justiça concedida à autora com alegação de
que essa possui condições financeiras de arcar com as despesas do processo (ID 73507993) e
essa em réplica limitou-se a dizer de forma excessivamente genérica que demonstrou satisfazer os
requisitos legais.
Não obstante os documentos anexados aos autos pela própria autora lhe foi oportunizado
comprovar sua alegada hipossuficiência financeira (ID 76544288), mas essa limitou-se a dizer
que por se tratar de instituição sem fins lucrativos não precisa comprovar sua hipossuficiência
financeira e discorreu longamente sobre sua suposta impossibilidade de recolher as custas
processuais (ID 77693800).
Ao contrário do afirmado pela autora todas as jurisprudências mencionadas e transcritas por ela
em suas peças processuais indicam que mesmo as entidades sem fins lucrativos devem comprovar
a sua hipossuficiência financeira para a obtenção do benefício da gratuidade da justiça,
A parte agravante aduz que é instituição sem fins lucrativos voltada para atendimento social,
e que, apesar de ter demonstrado a condição de hipossuficiência econômico-financeira,
sobreveio decisão revogando a gratuidade de justiça, e ainda aplicando-lhe penalidade por
litigância de má-fé (2% sobre o valor da causa).
Aponta equívoco do ilustre Juízo a quo na análise dos documentos acostados, sobretudo do
balanço anual de 2019, pois teria tido déficit de R$ 61.580,11 ( sessenta e um mil reais,
quinhentos e oitenta reais e onze centavos), e não superávit de R$ 13.697.610,57 (treze
milhões, seiscentos e noventa e sete mil, seiscentos e dez reais e cinquenta e sete centavos).
Assevera que “...a M.M Juíza “a quo”, equivocou-se na análise do balanço patrimonial da
Agravante aduzindo que R$ 13.697.610,57 (treze milhões, seiscentos e noventa e sete mil,
seiscentos e dez reais e cinquenta e sete centavos) fosse o superávit do exercício, quando na
verdade, foi a receita recebida em decorrência das parcerias celebradas e mantidas com o
Poder Público, receita essa que é totalmente vinculada as despesas de cada instrumento, ou
Súmula nº 481. “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.”
(grifou-se)
Apesar de a parte agravante alegar déficit no ano de 2019, não há notícia de que é insolvente
ou esta submetida a recuperação judicial.
De todo modo, ainda que estivesse em recuperação judicial, seria necessário comprovar a
sua hipossuficiência. Neste sentido:
Outrossim, observo que os precedentes colacionados pela parte agravante para sustentar a
tese de que prescindiria de prova para a concessão da gratuidade de justiça por entidade
filantropa são dos anos de 2006 e 2008, portanto, antigos e já superados, não servindo de
paradigma para o deslinde da causa.
“(...) Verifica-se dos autos que a autora requereu o benefício da gratuidade da justiça quando
possui condições financeiras para arcar com as despesas do processo e mesmo tendo lhe sido
oportunizada a comprovação de suas alegações não o fez, posto que não juntou nenhum
documento que comprove a alegada hipossuficiência e os documentos anteriormente anexados
aos autos por ela comprovam satisfatoriamente um rendimento expressivo, portanto, houve
realmente alteração dos fatos, caracterizando a litigância de má-fé, razão pela qual ela deverá
pagar a multa estabelecida no parágrafo único do artigo 100 do Código de Processo Civil.” (ID
80976264 dos autos originais).
DECISÃO
Súmula nº 481. “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.”
(grifou-se)
Apesar de a parte agravante alegar déficit no ano de 2019, não há notícia de que é insolvente
ou esta submetida a recuperação judicial.
De todo modo, ainda que estivesse em recuperação judicial, seria necessário comprovar a sua
hipossuficiência. Neste sentido:
Outrossim, observo que os precedentes colacionados pela parte agravante para sustentar a
tese de que prescindiria de prova para a concessão da gratuidade de justiça por entidade
filantropa são dos anos de 2006 e 2008, portanto, antigos e já superados, não servindo de
paradigma para o deslinde da causa.
Ademais, não diviso equívoco na avaliação realizada pela douta Juíza de primeiro grau, que
bem analisou os documentos apresentados pelo agravante.
Entre os documentos acostados pelo agravante, estão o balanço de 2019 (ID 22616523) e
notas explicativas deste (ID 22616521), na qual nada se fala de déficit. Por outro lado, é
possível inferir do referido documento a existência de “Caixa e equivalentes de caixa” de R$
8.404.533,14, e patrimônio social de R$ 4.944.881,31, o que, somados, resulta em R$
“(...) Verifica-se dos autos que a autora requereu o benefício da gratuidade da justiça quando
possui condições financeiras para arcar com as despesas do processo e mesmo tendo lhe sido
oportunizada a comprovação de suas alegações não o fez, posto que não juntou nenhum
documento que comprove a alegada hipossuficiência e os documentos anteriormente anexados
aos autos por ela comprovam satisfatoriamente um rendimento expressivo, portanto, houve
realmente alteração dos fatos, caracterizando a litigância de má-fé, razão pela qual ela deverá
pagar a multa estabelecida no parágrafo único do artigo 100 do Código de Processo Civil.” (ID
80976264 dos autos originais).
“(...) O réu apresentou impugnação à gratuidade da justiça concedida à autora com alegação de
que essa possui condições financeiras de arcar com as despesas do processo (ID 73507993) e
essa em réplica limitou-se a dizer de forma excessivamente genérica que demonstrou satisfazer os
requisitos legais.
Não obstante os documentos anexados aos autos pela própria autora lhe foi oportunizado
comprovar sua alegada hipossuficiência financeira (ID 76544288), mas essa limitou-se a dizer
que por se tratar de instituição sem fins lucrativos não precisa comprovar sua hipossuficiência
financeira e discorreu longamente sobre sua suposta impossibilidade de recolher as custas
processuais (ID 77693800).
Ao contrário do afirmado pela autora todas as jurisprudências mencionadas e transcritas por ela
em suas peças processuais indicam que mesmo as entidades sem fins lucrativos devem comprovar
a sua hipossuficiência financeira para a obtenção do benefício da gratuidade da justiça,
portanto, sem razão a autora em suas alegações.
Examinando detidamente os documentos anexados aos autos constata-se que a autora emitiu
diversas notas fiscais em valores bastantes expressivos (ID 72213269, fls. 1 a 50 e ID 72213271)
e no seu balanço patrimonial há indicação de superávit no exercício de 2019 de R$
13.697.610,57 (treze milhões, seiscentos e noventa e sete mil, seiscentos e dez reais e cinquenta e
sete centavos), além do lucro líquido de R$ 4.944.881,31 (quatro milhões, novecentos e quarenta
quatro mil, oitocentos e oitenta e um reais e trinta e um centavos) conforme documento de ID
72213272. No ano de 2020, que segundo a autora teria suportado dificuldades financeiras em
razão da pandemia do coronavirus, houve a emissão de pelo menos duas notas fiscais com
valores superiores a 3 (três) milhões de reais.
Assim, está suficientemente evidenciada a capacidade financeira da autora em arcar com as
despesas do processo, por isso, o benefício anteriormente concedido deve ser revogado.
O réu requereu, ainda, a condenação da autora por litigância da má-fé, já que ela teria alterado
a verdade dos fatos, nos termos do artigo 80, II do Código de Processo Civil.
Verifica-se dos autos que a autora requereu o benefício da gratuidade da justiça quando possui
condições financeiras para arcar com as despesas do processo e mesmo tendo lhe sido
oportunizada a comprovação de suas alegações não o fez, posto que não juntou nenhum
documento que comprove a alegada hipossuficiência e os documentos anteriormente anexados
aos autos por ela comprovam satisfatoriamente um rendimento expressivo, portanto, houve
realmente alteração dos fatos, caracterizando a litigância de má-fé, razão pela qual ela deverá
pagar a multa estabelecida no parágrafo único do artigo 100 do Código de Processo Civil.
Considerando o patrimônio e rendimento da autora, conforme destacado em linhas volvidas e a
sua conduta de insistir na manutenção do benefício quando os próprios documentos anexados aos
autos por ela comprovam exatamente o contrário tem-se que o valor da multa deverá ser fixado
em 2% (dois por cento) sobre o valor da causa.
Em face das considerações alinhadas revogo o benefício da gratuidade da justiça concedido à
A parte agravante aduz que é instituição sem fins lucrativos voltada para atendimento social,
e que, apesar de ter demonstrado a condição de hipossuficiência econômico-financeira,
sobreveio decisão revogando a gratuidade de justiça, e ainda aplicando-lhe penalidade por
litigância de má-fé (2% sobre o valor da causa).
Aponta equívoco do ilustre Juízo a quo na análise dos documentos acostados, sobretudo do
balanço anual de 2019, pois teria tido déficit de R$ 61.580,11 ( sessenta e um mil reais,
quinhentos e oitenta reais e onze centavos), e não superávit de R$ 13.697.610,57 (treze
milhões, seiscentos e noventa e sete mil, seiscentos e dez reais e cinquenta e sete centavos).
Assevera que “...a M.M Juíza “a quo”, equivocou-se na análise do balanço patrimonial da
Agravante aduzindo que R$ 13.697.610,57 (treze milhões, seiscentos e noventa e sete mil,
seiscentos e dez reais e cinquenta e sete centavos) fosse o superávit do exercício, quando na
verdade, foi a receita recebida em decorrência das parcerias celebradas e mantidas com o
Poder Público, receita essa que é totalmente vinculada as despesas de cada instrumento, ou
seja, não é superávit, não é lucro.”
Pondera que “...ter receitas não é o bastante para que a Agravante figure no polo com
capacidade financeira. Para arcar com as despesas processuais a Agravante teria que, no
mínimo, ser superavitária em suas receitas, o que evidentemente não é o caso, ficando
demonstrado através de seu balanço patrimonial de 2019, anexo”.
Afirma também ter realizado dispensa de seus quadros.
Diz ainda ter sofrido com a crise decorrente da pandemia de Covid-19, e que “...é irrefutável
a crise financeira enfrentada pela parte Agravante, de modo que o pagamento das custas
iniciais, por serem de alta monta, comprometeriam ainda mais a própria existência da
organização social.”
No tocante à multa por litigância de má-fé, verbera que não há prova de que agiu com dolo,
nem tampouco “omitiu nenhuma informação ou alterou a verdade dos fatos e ainda
comprovou sua hipossuficiência através do balanço patrimonial apresentado de 2019.”
Afirma que, em se tratando de pessoas jurídicas sem fins lucrativos, para a concessão da
gratuidade de justiça “A jurisprudência é firme quanto a ausência de necessidade de
comprovação”. Cita precedentes.
Pugna pela antecipação dos efeitos da tutela recursal satisfativa, para que lhe seja concedida
Certifico e dou fé que o Ato Judicial Ementa ID 24284411 foi disponibilizado no Diário da Justiça
Eletrônico - DJe em 19/05/2021, e publicado no primeiro dia útil subsequente.
19 de maio de 2021.
6ª Turma Cível
CERTIDÃO
CERTIFICO E DOU FÉ que o Ato Judicial de ID 24284411 (Ementa) foi expedido eletronicamente e que a
parte DISTRITO FEDERAL foi intimado(a) por expedição eletrônica e registrou ciência do Ato Judicial
em 25/05/2021.
25 de maio de 2021.
6ª Turma Cível
CERTIFICO E DOU FÉ que, nesta data, esta secretaria encerrou manualmente o(s) expediente(s)
aberto(s) (ID(s) 3096692) para fins de continuidade do trâmite processual.
6ª TURMA CÍVEL
CERTIDÃO
CERTIFICO E DOU FÉ que em 11/06/2021, decorreu o prazo legal sem que fosse interposto recurso,
transitando em julgado o v. acórdão de ID nº 25489395.
Senhor Diretor,
Em cumprimento à determinação contida no §1º do artigo 250 do R.I.T.J.D.F.T., encaminho a Vossa Senhoria, para as providências
pertinentes, as peças abaixo relacionadas, desentranhadas do agravo de instrumento em referência:
( ) - Decisão/Acórdão do STJ/STF
( X ) - Acórdão(s);
14/06/2021
Número: 0701962-16.2021.8.07.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 6ª Turma Cível
Órgão julgador: Gabinete do Des. Arquibaldo Carneiro
Última distribuição : 20/01/2021
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0706131-26.2020.8.07.0018
Assuntos: Entidades Sem Fins Lucrativos, Assistência Judiciária Gratuita
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
INSTITUTO BRASILEIRO DE POLITICAS PUBLICAS
(AGRAVANTE)
GUILHERME GUERRA REIS (ADVOGADO)
DISTRITO FEDERAL (AGRAVADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
26417177 12/06/2021 Certidão Certidão
08:02
6ª TURMA CÍVEL
CERTIDÃO
CERTIFICO E DOU FÉ que em 11/06/2021, decorreu o prazo legal sem que fosse interposto recurso,
transitando em julgado o v. acórdão de ID nº 25489395.
14/06/2021
Número: 0701962-16.2021.8.07.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 6ª Turma Cível
Órgão julgador: Gabinete do Des. Arquibaldo Carneiro
Última distribuição : 20/01/2021
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0706131-26.2020.8.07.0018
Assuntos: Entidades Sem Fins Lucrativos, Assistência Judiciária Gratuita
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
INSTITUTO BRASILEIRO DE POLITICAS PUBLICAS
(AGRAVANTE)
GUILHERME GUERRA REIS (ADVOGADO)
DISTRITO FEDERAL (AGRAVADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
25489395 10/05/2021 Acórdão Acórdão
18:52
Acórdão Nº 1337392
EMENTA
2. Os documentos colacionados aos autos não demonstram a hipossuficiência econômica do agravante, trata-
se de pessoa jurídica com contratos milionários celebrados com o Poder Público.
3. Os valores das custas cobrados por esta egrégia Corte de Justiça são módicos, sendo certo que não há
demonstração de que o recolhimento comprometeria a atividade econômica da agravante.
ACÓRDÃO
Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
RELATÓRIO
Cuida-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela recursal, interposto pelo
INSTITUTO BRASILEIRO DE POLÍTICAS PÚBLICAS (autor), contra decisão proferida pelo ilustre
Juízo 8ª Vara da Fazenda Pública do DF que, nos autos da ação de conhecimento ajuizada contra o Distrito
Federal, processo nº 0706131-26.2020.8.07.0018, revogou a gratuidade de justiça anteriormente concedida
ao autor (ID 80976264 dos autos originais).
“(...) O réu apresentou impugnação à gratuidade da justiça concedida à autora com alegação de que essa
possui condições financeiras de arcar com as despesas do processo (ID 73507993) e essa em réplica
limitou-se a dizer de forma excessivamente genérica que demonstrou satisfazer os requisitos legais.
Não obstante os documentos anexados aos autos pela própria autora lhe foi oportunizado comprovar sua
alegada hipossuficiência financeira (ID 76544288), mas essa limitou-se a dizer que por se tratar de
instituição sem fins lucrativos não precisa comprovar sua hipossuficiência financeira e discorreu
longamente sobre sua suposta impossibilidade de recolher as custas processuais (ID 77693800).
Ao contrário do afirmado pela autora todas as jurisprudências mencionadas e transcritas por ela em suas
peças processuais indicam que mesmo as entidades sem fins lucrativos devem comprovar a sua
hipossuficiência financeira para a obtenção do benefício da gratuidade da justiça, portanto, sem razão a
autora em suas alegações.
Examinando detidamente os documentos anexados aos autos constata-se que a autora emitiu diversas notas
fiscais em valores bastantes expressivos (ID 72213269, fls. 1 a 50 e ID 72213271) e no seu balanço
patrimonial há indicação de superávit no exercício de 2019 de R$ 13.697.610,57 (treze milhões, seiscentos
e noventa e sete mil, seiscentos e dez reais e cinquenta e sete centavos), além do lucro líquido de R$
4.944.881,31 (quatro milhões, novecentos e quarenta quatro mil, oitocentos e oitenta e um reais e trinta e
um centavos) conforme documento de ID 72213272. No ano de 2020, que segundo a autora teria suportado
dificuldades financeiras em razão da pandemia do coronavirus, houve a emissão de pelo menos duas notas
fiscais com valores superiores a 3 (três) milhões de reais.
Assim, está suficientemente evidenciada a capacidade financeira da autora em arcar com as despesas do
O réu requereu, ainda, a condenação da autora por litigância da má-fé, já que ela teria alterado a verdade
dos fatos, nos termos do artigo 80, II do Código de Processo Civil.
Verifica-se dos autos que a autora requereu o benefício da gratuidade da justiça quando possui condições
financeiras para arcar com as despesas do processo e mesmo tendo lhe sido oportunizada a comprovação
de suas alegações não o fez, posto que não juntou nenhum documento que comprove a alegada
hipossuficiência e os documentos anteriormente anexados aos autos por ela comprovam satisfatoriamente
um rendimento expressivo, portanto, houve realmente alteração dos fatos, caracterizando a litigância de
má-fé, razão pela qual ela deverá pagar a multa estabelecida no parágrafo único do artigo 100 do Código
de Processo Civil.
Em face das considerações alinhadas revogo o benefício da gratuidade da justiça concedido à autora,
defiro o prazo de 10 (dez) dias para o recolhimento das custas iniciais, sob pena de extinção do feito sem
resolução de mérito e a condeno ao pagamento de multa fixada em 2% (dois por cento) sobre o valor da
causa (...)”
A parte agravante aduz que é instituição sem fins lucrativos voltada para atendimento social, e que, apesar
de ter demonstrado a condição de hipossuficiência econômico-financeira, sobreveio decisão revogando a
gratuidade de justiça, e ainda aplicando-lhe penalidade por litigância de má-fé (2% sobre o valor da causa).
Aponta equívoco do ilustre Juízo a quo na análise dos documentos acostados, sobretudo do balanço anual de
2019, pois teria tido déficit de R$ 61.580,11 ( sessenta e um mil reais, quinhentos e oitenta reais e onze
centavos), e não superávit de R$ 13.697.610,57 (treze milhões, seiscentos e noventa e sete mil, seiscentos e
dez reais e cinquenta e sete centavos).
Assevera que “...a M.M Juíza “a quo”, equivocou-se na análise do balanço patrimonial da Agravante
aduzindo que R$ 13.697.610,57 (treze milhões, seiscentos e noventa e sete mil, seiscentos e dez reais e
cinquenta e sete centavos) fosse o superávit do exercício, quando na verdade, foi a receita recebida em
decorrência das parcerias celebradas e mantidas com o Poder Público, receita essa que é totalmente
vinculada as despesas de cada instrumento, ou seja, não é superávit, não é lucro.”
Pondera que “...ter receitas não é o bastante para que a Agravante figure no polo com capacidade
financeira. Para arcar com as despesas processuais a Agravante teria que, no mínimo, ser superavitária em
suas receitas, o que evidentemente não é o caso, ficando demonstrado através de seu balanço patrimonial
de 2019, anexo”.
Diz ainda ter sofrido com a crise decorrente da pandemia de Covid-19, e que “...é irrefutável a crise
financeira enfrentada pela parte Agravante, de modo que o pagamento das custas iniciais, por serem de
alta monta, comprometeriam ainda mais a própria existência da organização social.”
No tocante à multa por litigância de má-fé, verbera que não há prova de que agiu com dolo, nem tampouco
“omitiu nenhuma informação ou alterou a verdade dos fatos e ainda comprovou sua hipossuficiência
através do balanço patrimonial apresentado de 2019.”
Pugna pela antecipação dos efeitos da tutela recursal satisfativa, para que lhe seja concedida a gratuidade de
justiça, ou, em tese subsidiária, “o DIFERIMENTO DO PAGAMENTO DAS CUSTAS, para que estas sejam
realizadas ao final do processo, pois assim, a parte Agravante terá condições temporais para provisionar
mês a mês uma reserva para tal mister, haja vista que não pode este dispor facilmente de tais recursos sem
prévio planejamento face ao prejuízo que esse ato poderá ocasionar”.
É o relatório.
VOTOS
De início, necessário ressaltar que é possível a concessão do benefício da gratuidade de justiça às pessoas
jurídicas, mas, ao contrário do alegado pela parte agravante, ainda que se trate de pessoa jurídica sem fins
lucrativos, faz-se necessária a comprovação da hipossuficiência para usufruírem do benefício da justiça
gratuita.
Assinalo que a Corte Especial do STJ, no julgamento dos EREsp. 1.185.828/RS, de relatoria do Ministro
CESAR ASFOR ROCHA, pacificou o entendimento de que é possível a concessão do benefício da justiça
gratuita em favor de pessoa jurídica de Direito Privado, com ou sem fins lucrativos, desde que comprove o
estado de miserabilidade, não bastando a simples declaração de pobreza.
Apesar de a parte agravante alegar déficit no ano de 2019, não há notícia de que é insolvente ou esta
De todo modo, ainda que estivesse em recuperação judicial, seria necessário comprovar a sua
hipossuficiência. Neste sentido:
Outrossim, observo que os precedentes colacionados pela parte agravante para sustentar a tese de que
prescindiria de prova para a concessão da gratuidade de justiça por entidade filantropa são dos anos de 2006
e 2008, portanto, antigos e já superados, não servindo de paradigma para o deslinde da causa.
Ademais, não diviso equívoco na avaliação realizada pela douta Juíza de primeiro grau, que bem analisou
os documentos apresentados pelo agravante.
Entre os documentos acostados pelo agravante, estão o balanço de 2019 (ID 22616523) e notas explicativas
deste (ID 22616521), na qual nada se fala de déficit. Por outro lado, é possível inferir do referido
documento a existência de “Caixa e equivalentes de caixa” de R$ 8.404.533,14, e patrimônio social de R$
4.944.881,31, o que, somados, resulta em R$ 13.349.414,40, ou seja, o valor apontado pela d. Juíza a
quo como fundamento para revogar a gratuidade de justiça.
Ademais, trata-se de pessoa jurídica com contratos milionários celebrados com o Poder Público, ao menos é
isso o que se denota das notas fiscais juntadas no ID 72213269. Pág. 1 - 50 e ID 72213271 dos autos de
origem, inclusive o valor discutido na ação é expressivo.
De mais a mais, o cenário apresentado não mostra ser viável o diferimento do recolhimento das custas
iniciais, pois não é crível que uma pessoa jurídica com patrimônio milionário não possua condições de arcar
com as despesas processuais, sobretudo porque os valores cobrados por esta egrégia Corte de Justiça são
módicos, sendo certo que não há demonstração de que o recolhimento comprometeria a atividade
econômica da agravante.
Por fim, a parte agravante requereu seja afastada a aplicação da multa de litigância de má-fé.
É cediço que a multa por litigância de má-fé é aplicável quando a conduta da parte subsume-se a uma das
Saliente-se que a imposição da multa deve ser motivada, com a indicação precisa dos fatos concretos, como
o fez a nobre magistrada a quo, nos seguintes termos:
“(...) Verifica-se dos autos que a autora requereu o benefício da gratuidade da justiça quando possui
condições financeiras para arcar com as despesas do processo e mesmo tendo lhe sido oportunizada a
comprovação de suas alegações não o fez, posto que não juntou nenhum documento que comprove a
alegada hipossuficiência e os documentos anteriormente anexados aos autos por ela comprovam
satisfatoriamente um rendimento expressivo, portanto, houve realmente alteração dos fatos, caracterizando
a litigância de má-fé, razão pela qual ela deverá pagar a multa estabelecida no parágrafo único do artigo
100 do Código de Processo Civil.” (ID 80976264 dos autos originais).
Outrossim, as custas processuais no âmbito da Justiça do Distrito Federal são bastante módicas.
É o voto.
DECISÃO