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Resumos de geologia (2)

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Geologia 11º ano

Minerais
Os minerais são substâncias sólidas naturais, que constituem as rochas. São substâncias
geralmente inorgânicas, com estrutura cristalina e composição química fixa ou variável
dentro de certos limites. Substâncias sólidas naturais inorgânicas, mas sem estrutura
cristalina são designadas mineralóides, que se formam em baixas condições de pressão e
temperatura, pelo que possuem uma estrutura amorfa.
Os minerais podem surgir na natureza sob a forma de cristais - porções de matéria sólida
delimitada por faces naturais, formando poliedros. O crescimento de cristais está
dependente das condições do meio, como a agitação dos átomos, que é fortemente
condicionada pela temperatura, tempo e espaço disponível. Os cristais podem ser
anédricos (faces não definidas), subédricos (algumas faces definidas) e euédricos (se
tiver todas as faces definidas).
Propriedades dos minerais
1. Propriedades físicas:
Mecânicas (fratura, clivagem, dureza)
Fratura: quando um mineral quebra de forma irregular.
Clivagem: quando um mineral quebra segundo planos definidos e brilhantes
Dureza: traduz a resistência de um mineral em ser riscado por outro. Utilizando a escala de
Mohs, é possível determinar o lugar que um mineral ocuparia se fizesse parte dela. Um
mineral é mais duro que outro se o riscar e não for riscado por este anterior. Dois minerais
têm igual dureza se não se riscarem ou se se riscarem mutuamente.
Óticas (cor, risca, brilho)
Cor: resulta da forma como um mineral interage com a luz branca. Alguns minerais
apresentam a mesma cor - idiocromáticos -, enquanto outros possuem uma gama de cores
distintas - alocromáticos.
Risca/traço: cor do pó obtido quando o mineral é riscado. Como a cor do pó do mineral
tende a variar menos do que a cor do próprio mineral, revela-se uma propriedade mais
fiável para a sua identificação.
Brilho: Forma como a superfície de um mineral reflete a luz. Pode ter brilho metálico ou não
metálico.
Outras (magnetismo e densidade)
Densidade: corresponde à razão entre o peso de determinado volume de um mineral e o
peso de igual volume de água a 4ºC. Geralmente os minerais metálicos são mais densos
que os restantes, uma vez que apresentam estruturas cristalinas mais compactas.
Magnetismo: propriedade de alguns minerais atraírem e serem atraídos por imanes.
2. Propriedades químicas:
Efervescência com ácido clorídrico: os carbonatos como a calcite podem reagir com o
ácido clorídrico, efervescendo e libertando dióxido de carbono.
Classificação química dos minerais
Análises químicas feitas às rochas expostas à superfície da Terra permitiram estimar a
abundância de elementos químicos na crosta terrestre - o oxigénio e o silício são os
elementos mais comuns. Os minerais silicatos fazem parte do grupo mais abundante e a
sua unidade estrutural é o tetraedro de sílica.
Isomorfismo e polimorfismo
Minerais isomorfos: Mesma estrutura cristalina e composições químicas diferentes, como
as plagioclases e as olivinas.
Minerais polimorfos: Mesma composição química e estrutura cristalina diferentes, como a
grafite e o diamante.

Rochas sedimentares
Formação:
Algumas rochas sedimentares formam-se a partir de rochas preexistentes; outras resultam
da precipitação de substâncias químicas dissolvidas em água e outras ainda de restos ou
da atividade de seres vivos. A existência de rochas sedimentares está intrinsecamente
ligada à existência de outras rochas, que resultam, direta ou indiretamente, umas das
outras, devido ao ciclo litológico (página 2)
A formação de rochas sedimentares ocorre por etapas: a sedimentogénese, onde se
incluem os processos de meteorização, de erosão, transporte e sedimentação; e a
diagénese, caracterizada pelos processos de compactação e de cimentação.

Sedimentogénese
Por sedimentogénese formam-se sedimentos ou rochas sedimentares não consolidadas.
Por diagénese, surgem as rochas sedimentares consolidadas.
Meteorização: fase inicial da sedimentogénese e corresponde ao conjunto de processos
que fraturam uma rocha - meteorização física/mecânica - ou que alteram químicamente -
meteorização química.
Meteorização física:
- Termoclastia: As variações de temperatura causam variações de volume (aumento
de temperatura implica dilatação, redução de temperatura implica contração), que
levam à fracturação das rochas ficando com materiais soltos
- Crioclastia: Por diminuição da temperatura, água que penetra nas fraturas e poros
das rochas congela. Ao mudar do estado líquido para sólido, a água, aumenta de
volume criando novas fissuras ou aumentando as já existente
- Haloclastia: .Os sais dissolvidos na água que existem nas fraturas das rochas irão
precipitar e iniciar o seu crescimento exercendo uma força expansiva.
- Ação da água: A alternância entre períodos secos e períodos de forte humidade
leva à variação cíclica de teores de água, nas rochas, causando aumentos e
reduções de volume que geram tensões que conduzem á fraturação do material
rochoso.
- A ação dos seres vivos pode provocar a desagregação das rochas, quer pelo
crescimento de raízes em fissuras nas rochas, quer pela construção de tocas por
parte de alguns animais.
- Alívio de pressão: As rochas situadas em profundidade, quando aliviadas da
pressão das rochas subjacentes sofrem uma expansão e posterior fragmentação,
formando diáclases.
Meteorização química
- Hidrólise: é a substituição dos catiões de um mineral pelos iões de hidrogénio.
Estes iões podem vir da água ou de um ácido. Esta reação de substituição iónica
leva à formação de novos e diferentes minerais ou à completa desintegração do
mineral original.
- Dissolução: ocorre a reação dos minerais com a água ou com um ácido, levando à
quebra das ligações entre iões, e os iões livres ficam dissolvidos na solução, e que
podem posteriormente precipitar.
- Hidratação/desidratação: combinação química de minerais com a água
(hidratação) ou a sua remoção de outros (desidratação). No caso da hidratação,
ocorre um aumento de volume que facilita a desintegração das rochas por ação da
hidrólise.
- Oxidação-redução: os processos de oxidação-redução estão interrelacionados,
pelo que a oxidação não ocorre sem a redução e vice-versa. A oxidação é o
processo pelo qual um átomo ou ião perde eletrões; na redução existe o ganho de
eletrões.
Erosão: os materiais que resultam da meteorização são removidos do local de origem.
Transporte:inicia-se quando a força exercida pelo agente de transporte (gravidade, água ou
vento) é suficientemente elevada para que ocorra o seu movimento.
Os detritos são transportados pela água líquida de diversas formas: por rolamento e
arrastamento, por saltação, em suspensão ou em solução. A meteorização dos clastos
durante o seu transporte acarreta mudanças na sua forma e no seu tamanho, tornando-os
mais arredondados, mais esféricos e com uma dimensão cada vez menor. Quanto maior a
duração e a distância de transporte, menores e mais arredondados ficarão os detritos.
Sedimentação: ocorre quando, entre outros fatores, a força do agente de transporte não é
suficiente para garantir o movimento dos detritos, pelo que estes se acumulam e
passam a designar-se por sedimentos. Estes podem possuir diferentes graus de
calibragem. A sedimentação ou deposição acontece geralmente em bacias
sedimentares, isto é, depressões ocupadas por água. Pode ocorrer no interior dos
continentes, em regiões litorais ou em zonas oceânicas. A sedimentação leva à formação
de camadas sucessivas e horizontais de sedimentos, os estratos.
Diagênese ou litificação
Diagénese: processo responsável pela transformação dos sedimentos ou das rochas
sedimentares não consolidadas em rochas sedimentares consolidadas. Inclui os processos
de compactação e de cimentação.
Compactação: compressão dos sedimentos e consequente diminuição de volume da
camada, processo acompanhado pela expulsão de água existente nos poros (desidratação).
Cimentação: resultado da precipitação de iões em solução na água, que formam minerais
que acabam por agregar os sedimentos uns aos outros, constituindo o cimento.

Classificação de rochas sedimentares


Detríticas: resultam de fragmentos de outras rochas
Antes da sedimentação - detritos:
- Balastros (bloco, seixo/calhau, cascalho, areão) (1)
- Areia (2)
- Silte (3)
- Argila (4)
Após a sedimentação - sedimentos ou rochas sedimentares não consolidadas
- (1) Cascalheiras de grão anguloso (a)
- (1) Cascalheiras de grão arredondado (b)
- (2) Areias
- (3) Siltes
- (4) Argilas
Após a diagénese - rochas sedimentares detríticas consolidadas
- Brecha (1a)
- Conglomerado (1b)
- Arenito (2)
- Siltito (3)
- Argilito (4)
Quimiogénicas: resultam da precipitação de substâncias que se encontram em solução na
água.
- O gesso (que resulta da precipitação de sais de sulfato de cálcio hidratado) e o
sal-gema (que resulta da precipitação de cloreto de sódio) são rochas
sedimentares evaporíticas, porque a precipitação dos seus constituintes ocorre
devido à evaporação da água.
- O calcário quimiogénico resulta da precipitação do carbonato de cálcio, sendo
maioritariamente constituído por calcite.
- Calcário de precipitação: Forma-se a partir da precipitação de carbonato de cálcio
(CaCO₃) devido à atividade de seres vivos. A diminuição de CO2 nas águas
causada pela atividade fotossintética de algas marinhas, determina que o equilíbrio
químico (para que o teor de CO2 seja restabelecido) se desloque no sentido da
formação de CO2 e, consequentemente, da precipitação da calcite. A
deposição e posterior diagénese dos minerais de calcite originam calcário.
Biogénicas: resultam da acumulação de restos de seres vivos, incluindo conchas e matéria
orgânica vegetal, ou da atividade bioconstrutora de alguns organismos marinhos, como os
corais.
- Calcário recifal: Corais edificam (constroem) estruturas calcárias sob a forma de
recifes, a partir do carbonato de cálcio (CaCO₃) dissolvido na água do mar.
- Calcário conquífero: Seres vivos retiram carbonato de cálcio da água (CaCO₃) para
construir parte do seu corpo - conchas. A acumulação e cimentação destas
estruturas após a morte dos seres vivos constituem calcários conquíferos
- Carvão: Resulta da decomposição lenta por bactérias anaeróbias de restos de
plantas superiores, em ambientes aquáticos pouco profundos e pouco
oxigenados - pântanos - ao longo de milhões de anos. O sedimento biogénico, de
origem vegetal, a partir do qual se forma o carvão designa-se turfa. A sua diagénese
origina, progressivamente, carvões mais ricos em carbono (incarbonização) e mais
pobres em oxigénio e hidrogénio, o que faz deles importantes combustíveis fósseis.
- Petróleo: Fluído de origem biogénica formado por hidrocarbonetos com uma
percentagem variável de gases. Os hidrocarbonetos formam-se a partir de matéria
orgânica, nos poros da rocha-mãe. Estes migram para camadas superiores até
atingirem uma rocha impermeável – rocha-cobertura – ficando aprisionados. As
rochas sedimentares porosas que deixam passar os hidrocarbonetos servem de
reservatório – rocha-armazém. Uma armadilha petrolífera é uma estrutura que
impede o movimento de petróleo até à superfície. Ex: Rocha-cobertura, falhas,
dobras e domas salinos.São estas armadilhas que permitem a existência de
acumulações de hidrocarbonetos – jazigos de petróleo.
Ambientes sedimentares
Os ambientes de sedimentação - detríticos, quimiogénicos e biogénicos - distribuem-se pela
superfície da Terra.
Ambientes de sedimentação detríticos
- Continente: Fluvial, lago, deserto, glaciar
- Transição: Delta/estuário, praia
- Marinho: Plataforma continental, margem continental, mar profundo
Nota: As zonas de transição são zonas em que há influência continental e marinha,
simultaneamente.

Ambientes de sedimentação quimiogénicos


- Marinho: Mar pouco profundo - precipitação por variação das condições
físico-químicas das águas (Calcite)
- Continente: Lagos salgados - precipitação por evaporação de águas salgadas
(Halite)
Ambientes de sedimentação biogénicos
- Marinho: Mar pouco profundo (planície abissal) e mar profundo – organismos com
conha
- Continente: Pântanos - turfa

Rochas magmáticas
Magmas: O magma é constituído por uma mistura de rochas num estado de fusão com
uma percentagem variável de gases. Os magmas são formados em locais onde se verificam
as condições de pressão e temperatura que permitam a fusão parcial das rochas da
crusta e do manto superior. Geralmente, zonas de forte atividade tectónica.
Zonas de formação de magma
- Limite divergente: A diminuição da pressão resultante do movimento divergente
das placas causa a fusão das rochas, originando magma. (Magma basáltico)
- Limite convergente: A temperatura de fusão das rochas baixa quando se encontra
na presença de água. Na convergência de placas, a água é transportada juntamente
com os sedimentos da placa subductada, causando a fusão das rochas do manto,
originado magma. (oceânica-oceânica → magma basáltico; oceânica-continental →
magma andesítico; continental- continental → magma riolítico)
- Hotspot: A diminuição de pressão que ocorre nas plumas térmicas ao atingirem
níveis mais superficiais, causa a fusão das rochas, originando magma. (Magma
basáltico).
Classificação de magmas
A quantidade de sílica (SiO2) é o principal parâmetro de classificação dos magmas.
Nota: A viscosidade do magma depende da riqueza em sílica (+sílica → +viscosidade).
- Basáltico: Contém menos de 52% de sílica e uma pequena quantidade de gases
dissolvidos. São expelidos ao longo de riftes e de hotspots, tendo-se originado a
partir das rochas do manto. As rochas resultantes da sua consolidação são gabro e
basalto. Alto teor em ferro e magnésio.
- Andesítico: Contém entre 52% a 65% de sílica e bastantes gases dissolvidos
Formam-se nas zonas de subducção e relacionam-se com zonas vulcânicas. As
rochas resultantes da sua consolidação são diorito e andesito.
- Riolítico: Contém mais de 65% de sílica e uma grande quantidade de gases
dissolvidos. Formam-se a partir da fusão parcial das rochas constituintes da crusta
continental. (limite convergente continental-continental) As rochas resultantes da sua
consolidação são o granito e o riólito. Baixo teor em ferro e magnésio.
Diferenciação magmática
As principais formas de induzir diferenciação na composição de um magma são
cristalização fracionada, mistura de magmas e assimilação de rochas encaixantes.
Cristalização
Durante o arrefecimento do magma, inicia-se o processo de cristalização – formação de
minerais/cristais. Quanto mais calmo estiver o meio, mais lento for o processo e maior for o
espaço disponível, mais desenvolvidos e mais perfeitos serão os cristais. Logo, quando o
arrefecimento ocorre perto da superfície, a sua velocidade é muito elevada, não existindo as
condições para a formação de cristais bem desenvolvidos. Quando o arrefecimento ocorre
em profundidade, este será lento fornecendo as condições necessárias à formação de
cristais bem desenvolvidos. Os minerais formam-se sequencialmente – cristalização
fracionada.
Nota: Magma formado sem sofrer diferenciação denomina-se magma primário.
Cristalização fracionada
Formação sequencial de minerais, a partir de um magma inicial. Os minerais não se formam
todos ao mesmo tempo, primeiro cristalizam os de ponto de fusão mais elevado (que são os
mais densos), seguidos dos restantes por ordem decrescente dos respetivos pontos de
fusão.
Série reacional de Bowen
Bowen definiu para um magma original homogéneo de composição basáltica, uma
sequência de formação de minerais designada Série de Bowen.

Esta série é composta por dois ramos:


✦ Série descontínua dos minerais ferromagnesianos (Minerais máficos e polimorfos)
- Não existe uma transição gradual entre minerais.
- Cada mineral cristalizado reage com o magma residual, formando um novo mineral
com composição química e estrutura diferentes, mais estável nas novas condições.
- À medida que o magma vai arrefecendo, primeiro cristalizam as olivinas, seguidas
das piroxenas, anfíbola e biotites.
- Cada mineral possui, progressivamente, menos ferro e magnésio e mais sílica na
sua constituição.
- Após a cristalização da biotite, o magma residual já não apresenta ferro nem
magnésio.

✦ Série contínua das plagióclases (Minerais félsicos e isomorfos)


- As plagióclases são minerais isomorfos, pelo que a transição entre minerais é
gradual.
- A anortite é totalmente cálcica; o cálcio vai sendo substituído por sódio, à medida
que se dá o arrefecimento do magma; a albite é totalmente sódica.
- Após a cristalização completa dos minerais que constituem os dois ramos, o magma
residual apresenta uma elevada concentração de sílica e de metais leves,
como o potássio e o alumínio.
- Cristalizarão, sucessivamente, minerais ricos em sílica: feldspato potássico,
moscovite e quartzo até ao esgotamento do magma residual.

A associação na mesma rocha de olivina e quartzo é extremamente improvável.


Os minerais formados a altas temperaturas são menos estáveis (menos resistentes à
meteorização) que os formados a baixas temperaturas.

Diferenciação gravítica
Se os cristais são menos densos ou mais densos do que o líquido residual, eles
deslocam-se para o cimo ou para o fundo da câmara magmática, respetivamente e, tendem
a acumular-se por ordem da sua formação e por ordem das suas densidades.

Assimilação magmática
O magma provoca a fusão parcial das rochas encaixantes da câmara magmática, que, se
forem de composições químicas diferentes do magma parental, alteram a sua composição.
Antes de solidificar completamente na câmara magmática, o magma pode ainda incorporar
fragmentos de rochas que não fundiram.

Mistura de magmas
Acontece se se verificar a comunicação entre câmaras magmáticas contendo magmas com
diferentes composições, gerando-se um novo magma com uma composição intermédia
relativamente aos que lhe deram origem.

Formação das rochas magmáticas


As rochas magmáticas resultam da solidificação de magma. Esta solidificação pode ocorrer
no exterior (formando rochas vulcânicas) ou no interior (formando rochas plutónicas)
da Terra.
O magma proveniente do manto ascende devido à sua densidade e acumula-se em
câmaras magmáticas permitindo a génese de rochas plutónicas. Quando a velocidade de
ascensão do magma é superior à de arrefecimento, o magma chega à superfície sem ter
consolidado levando a uma erupção de lava que ao solidificar origina rochas vulcânicas.
As rochas magmáticas oferecem informações sobre as condições em que se formaram,
como os materiais que se fundiram para originar o magma.
Classificação das rochas magmáticas:
As rochas magmáticas podem ser classificadas em relação às seguintes características:
cor, textura e composição mineralógica.
Cor
A cor da rocha depende dos minerais mais abundantes na sua composição.
Minerais como a biotite, anfíbolas, piroxenas e olivinas são minerais máficos (minerais
ricos em ferro e magnésio) e conferem uma cor escura à rocha.
Minerais como o quartzo, feldspatos potássicos, plagióclases e moscovite são minerais
félsicos (minerais ricos em sílica e alumínio) que conferem uma cor clara à rocha.
Classificação:
- Rochas melanocratas: Rochas escuras, ricas em minerais máficos.
.
- Rochas mesocratas: Rochas de cor intermédia com proporções idênticas de
minerais máficos e félsicos.
- Rochas leucocratas: Rochas claras, ricas em minerais félsicos.
Nota: Quando são constituídas exclusivamente por
minerais máficos ou por minerais félsicos, as rochas designam-se holomelanocratas
(peridotito) e hololeucocratas, respetivamente.
Textura
Aspeto geral da rocha resultante das dimensões e disposição dos minerais que a
constituem. A textura das rochas magmáticas depende da velocidade do arrefecimento do
magma que as originou. Quando o arrefecimento ocorre em profundidade, este será lento
fornecendo as condições necessárias à formação de cristais bem desenvolvidos.
Quando o arrefecimento ocorre perto da superfície, a sua velocidade é muito elevada, não
existindo as condições para a formação de cristais desenvolvidos.
Classificação:
- Fanerítica (granular): Cristais bem desenvolvidos e visíveis a olho nu. Textura
característica de rochas plutónicas/intrusivas. Arrefecimento lento.
- Afanítica (agranular): Minerais muito pequenos que não se distinguem uns dos
outros. Textura característica de rochas vulcânicas/extrusivas. Arrefecimento rápido.
- Vítrea: não se observam cristais devido ao arrefecimento muito rápido do magma.
Dentro da estrutura fanerítica:
- Granular: cristais de tamanhos e formas semelhantes
- Porfiróide: cristais de tamanhos diferentes, o que sugere tempos diferentes de
arrefecimento.
- Pegmatítica: cristais de grandes dimensões.

Rochas metamórficas
O metamorfismo caracteriza-se pelo conjunto de adaptações mineralógicas e/ou texturais
que as rochas pré-existentes (no estado sólido) sofrem, quando sujeitas a condições de
pressão e temperatura diferentes das da sua génese.
Fatores de metamorfismo
Tensão
- Tensão litostática: resulta do peso da massa rochosa suprajacente é exercida
igualmente em todas as direções. Esta tensão faz diminuir o volume da rocha,
aumentando a sua densidade.
- Tensão não litostática: as forças são diferentes nas diversas direções. Associada
às forças compressivas, distensivas e de cisalhamento (Movimento tectónicos).
Existe mudança de forma sem alteração do volume. Os minerais vão ficar orientados
perpendicularmente à direção da pressão.
Temperatura: Com o aumento da temperatura, algumas ligações químicas dos minerais
são quebradas, o mineral recristaliza com um novo arranjo tridimensional, formando
novos minerais. A temperatura das rochas aumenta com a profundidade ou através do
contacto com intrusões magmáticas.
Nota: A cerca de 200ºC iniciam-se os processos de metamorfismo; a partir dos 800ºC a
rocha funde, formando magma.
Fluidos: Os fluidos magmáticos e água, ao entrarem em contacto com as rochas, podem
alterar a sua composição química. Há troca iónica entre as rochas e o fluido, substituindo
parcialmente ou totalmente os minerais da rocha.

Tipos de metamorfismo
Metamorfismo de contacto:
- Intrusão magmática causa metamorfismo das rochas circundantes devido à sua
elevada temperatura e à libertação de fluidos. → Cristalização intensa
- As rochas metamórficas formadas por este tipo de metamorfismo são não foliadas
(granoblásticas).
- A orla de rochas alteradas metamorficamente em torno da intrusão magmática
denomina-se auréola metamórfica. Nestas auréolas, o efeito dos agentes de
metamorfismo atenua-se com a distância ao corpo magmático, pelo que são
constituídas por rochas com diferentes graus de metamorfismo.
- As rochas metamórficas que se formam no contacto imediato com a intrusão
magmática (rochas da auréola com maior grau de metamorfismo) designam-se
corneanas.
Metamorfismo regional:
- Forças compressivas, associadas à colisão de placas, causam metamorfização de
uma grande extensão de rochas.
- O principal fator deste tipo de metamorfismo é a pressão associada a temperatura e
fluidos.
- As rochas formadas por metamorfismo regional, caracterizam-se por sucessivas
fases de recristalização, devido à ação combinada da temperatura e tensão e por
uma textura foliada, devido à tensão não litostática.
- Ardósia, xisto e gnaisse.

Os minerais das rochas sujeitas a metamorfismo tornam-se instáveis, pelo que se


recombinam, formando, por recristalização, novos minerais compatíveis com as
condições termodinâmicas do novo ambiente.
A recristalização durante os processos metamórficos resulta da:
- Alteração da composição química dos minerais por circulação de fluidos.
- Alteração da estrutura cristalina do mineral, sem variação de composição química-
Polimorfismo.
Alguns minerais metamórficos são comuns às rochas magmáticas e sedimentares. Contudo
outros são exclusivos das rochas metamórficas, formando-se em condições de pressão e
temperatura bem definidas. Minerais específicos de ambientes metamórficos → cianite,
andaluzite, e silimanite.
Minerais índice
A andaluzite, cianite e silimanite são aluminossilicatos que, sob diferentes condições de
pressão e temperatura, experienciam transformação polimórfica.
A presença destes minerais numa rocha permite inferir as condições de pressão e/ou
temperatura da sua génese, por esta razão, denominam-se minerais índice.
- A presença da andaluzite indica que a rocha se formou em condições de baixa
pressão e temperatura.
- A presença da cianite indica que a rocha se formou um ambiente de alta pressão.
- A presença de silimanite indica que a rocha se formou em condições de alta
temperatura.
O metamorfismo pode ser categorizado como: metamorfismo de baixo grau, metamorfismo
de médio grau e metamorfismo de alto grau, dependendo das condições de pressão e
temperatura presentes na génese da rocha.

Textura
Um importante critério de classificação das rochas metamórficas é a foliação –
Alinhamento paralelo de certos minerais numa direção perpendicular à das tensões a
que a rocha esteve sujeita.
As rochas podem ser:
- Não foliadas (granoblásticas): Rocha apresenta minerais granulares sem
orientação. Formam-se a partir de rochas pré-existentes constituídas apenas por um
único mineral. (Exceto as corneanas) → Resultam do metamorfismo de contacto.
- Foliadas: Rocha apresenta minerais lamelares/tabulares alinhados. Formam-se a
partir de rochas constituídas por vários minerais quando estas são sujeitas a tensão
dirigida e temperaturas crescentes → Resultam do metamorfismo regional
Nota: Os minerais podem ter hábitos granulares ou lamelares. Podem ser definidos três
tipos de foliação, em função do grau de metamorfismo – clivagem ardosífera, xistosidade,
bandado gnáissico.
- Clivagem ardosífera (baixo grau): As rochas partem- se em folhas finas e lisas de
aspeto baço. Ocorre em rochas de granularidade fina (minerais microscópicos). Ex:
Ardósia
- Xistosidade (médio grau): As rochas partem-se segundo superfícies lisas ou
ligeiramente onduladas de aspeto brilhante. Existe menor fissiblilidade em relação à
clivagem de fluxo. Têm granularidade média a alta → cristais desenvolvidos devido à
recristalização. Ex:Micaxisto
- Bandado gnáissico (alto grau): As rochas apresentam alternância de bandas de
cor clara e cor escura. Têm granularidade elevada. Ex: Gnaisse

Deformação de rochas
A tensão é a força exercida por unidade de área. A tensão pode ser normal (perpendicular
ao plano) ou cisalhante (paralela ao plano).
Quando uma rocha é sujeita a um aumento de tensão passa por três estados sucessivos de
deformação:
- Deformação elástica: a deformação é reversível, ou seja, quando a tensão cessa,
o material recupera a forma e o volume iniciais.
- Deformação plástica: a deformação é irreversível, ocorre quando o limite de
elasticidade é ultrapassado.
- Fratura: o material entra em rutura, ocorre quando o limite de plasticidade é
ultrapassado.
As rochas podem ter dois tipos de comportamento quando sujeitas a tensões:
- Em condições de baixa pressão e temperatura apresentam comportamento
frágil/rígido e fraturam-se, formando falhas → deformação elástica seguida de
rutura.
- Em condições de alta pressão e temperatura apresentam comportamento dúctil e
deformam-se, formando dobras → deformação elástica, seguida de deformação
plástica, seguida de rutura.
Nota: O comportamento frágil e dúctil de uma rocha depende das condições de pressão e
temperatura. A mesma rocha pode ser frágil a pequena profundidade e dúctil a grande
profundidade.
Falhas: São superfícies de fratura onde ocorreu um movimento relativo entre dois blocos.
Elementos caracterizadores de uma falha:
- Plano de falha: Superfície de fratura.
- Rejeito: Movimento relativo entre os dois blocos (Distância entre dois pontos que
anteriormente estavam em contacto).
- Teto: Bloco que se encontra acima do plano de falha.
- Muro: Bloco que se encontra abaixo do plano de falha.
Tipos de falhas:
- Falha Normal: O teto desce relativamente ao muro → associada a limites
divergentes.
- Falha Inversa: O teto sobe relativamente ao muro → associada a limites
convergentes.
- Desligamento: Os blocos movem-se de forma horizontal e paralela à direção do
plano de falha → associado a limites transformantes.
Dobras
Deformação compressiva que se traduz no encurvamento de camadas inicialmente
planas.
Elementos caracterizadores de uma dobra:
- Charneira: Linha que une os pontos de máxima curva de uma dobra.
- Flancos: Regiões da dobra situadas de um e do outro lado da charneira.
- Plano axial: Plano de simetria da dobra que divide os flancos.
- Eixo da dobra: Linha imaginária que separa os flancos.
As dobras podem ser classificadas quanto à disposição espacial – antiforma, sinforma e
dobra neutra – e quanto à sequência dos estratos – anticlinal e sinclinal.
Tipo de dobras (Quanto à disposição espacial):
- Antiforma: Dobra cuja abertura está voltada para baixo.
- Sinforma: Dobra cuja abertura está voltada para cima.
- Dobra neutra: Dobra cuja abertura está orientada lateralmente.
Tipos de dobras (Quanto à sequência dos estratos):
- Anticlinal: No núcleo da dobra encontram-se as rochas mais antigas.
- Sinclinal: No núcleo da dobra encontram-se as rochas mais recentes.

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