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Aula de Patologias Da Tireoide - 2018

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Aula de patologias

da Tireoide
Prof. Erich Pires Lisboa
Universidade Federal do Cariri
Faculdade de Medicina
Módulo de Endocrinologia
2018
Parte I
Objetivos:
1. Conhecer a anatomia, histologia e fisiologia
da Tireoide
2. Conhecer os hormônios tireoidianos e suas
ações em órgãos-alvo
A Tiroide
• Produz hormônios tiroidianos (HT).
o T3 (Tri-iodotironina) e T4 (Tetraiodotironina ou
tiroxina) – substratos do AA tironina.

o Produz todo T4 e 20% de T3 circulante (HT ativo)

o Circulam ligados a proteínas plasmáticas e


apenas 0,004% do T4 e 0,4% do T3 circulam
livremente e que são metabolicamente ativos.

Gadelha, PS, Azevedo, MF, Montenegro, RM. In Vilar Endocrinologia Clínica. Ed. Guanabara Koogan 2013.
Anatomia - Macroscopia
Anatomia - Microscopia
Hormônios Tireoidianos

Williams Textbook of Endocrinology. 13ª Ed. 2016


Fisiologia – Regulação dos
Hormônios Tireoidianos

Regulação dos HT através do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide.


Mecanismos de ação do
TSH e receptores de TSH
Mecanismos
de Ação e
Receptores
dos HT
Os HT atuam em
nível celular após
acoplamento em
receptores
específicos
nucleares (RT)
Métodos diagnósticos de
função da tiroide
• Dosagens hormônios tiroidianos
o Dosagens de hormônios totais (T3 e T4)
o Dosagens de proteínas tiroidianas (Tg e TPO)
• Dosagem do TSH
• Marcadores de resposta inflamatória na
tiroide
o Anticorpos
Parte II
Objetivos:
Conhecer as principais patologias da Tireoide
Conhecer a fisiopatologia e quadro clínico das doenças
tireoidianas
Saber diagnosticar com exames de imagens e
laboratorialmente as principais patologias tireoidianas
Conhecer o tratamento das principais doenças
tireoidianas
Distúrbios tiroidianos
• Hipertireoidismo
Tireoidites Autoimunes
• Hipotireoidismo

• Síndromes de resistência aos HT


Hipertireoidismo
Prof. Erich Pires Lisboa
Universidade Federal do Cariri
Faculdade de Medicina
Módulo de Endocrinologia
Hipertireoidismo
• Conceito
o Excesso da produção e da secreção dos
hormônios tiroidianos.

o Tireotoxicose : excesso de hormônios


tireidianos por qualquer causa.
(medicamentosa por exemplo)

o Divide-se em primário (a própria glândula é


afetada) e secundário (causa central,
hipofisária).
Hipertireoidismo
Etiologia
Comuns:
Doenças tireoidiana autoimune(doença de Graves)
Nódulo tóxico(adenoma solitário ou doença de
Plummer)
Bócio multinodular tóxico
Pouco comuns:
Tireoidite de Quervain
hipertireoidismo induzido por amiodarona
Hipertireoidismo induzido por hCG ou iodo
Hipertireoidismo factício
Struma ovarii
Outras causas (Tumores da Tireoide)
Hipertireoidismo
Hipertireoidismo-Quadro Clínico
• Sintomas: • Sinais:
 Nervosismo  Taquicardia
 Sudorese excessiva  Bocio
 Intolerância ao calor  Tremores de mãos
 Palpitação  Pele quente
 Fadiga  Sopro na tireoide
 Perda de peso  Oftalmopatia
 Dispneia  Fibrilação atrial
 Fraqueza  Eritema palmar
 Hiperfagia  Esplenomegalia
 Diarreia  Ginecomastia
Bocio tireoidiano
Bocio Tireoidiano no
Hipertireoidismo
Hipertireoidismo - Exames
 TSH suprimido
 T3 e T4 livres aumentados em > 95%
 T3 toxicose – T3 livre ↑ e T4 livre ↔

 Doenças tireoidianas autoimunes:


 Anticorpo antirreceptor de TSH (TrAb)
 Anticorpo antimicrossomal (Anti-TPO)
 Anticorpo antitireoglobulina (Anti-Tg)

 Cintilografia tiroidiana
Cintilografia de Tireoide -
Hipertireoidismo
Hipertireoidismo -
tratamento
 Controle dos sintomas
 ß-bloqueadores

 Drogas antitireoidianas
 Metimazol(Tapazol® - TPZ)
 Propiltiouracil(PTU)

 Iodo radioativo
 Cirurgia
 Tireoidectomia subtotal ou total
Hipertireoidismo – situações
especiais

• Hipertireoidismo subclínico
o Diagnóstico eminentemente laboratorial
o TSH abaixo de 0,4 mUI/L ou suprimido
o Prevalência relativamente alta em idosos
(1-2%)
o Metade dos pacientes (50%) evoluem
para compensação clínica
Hipertireoidismo – situações
especiais
o Oftalmopatia de Graves (OG)
o Presente em 25-50% dos pacientes com DG
o Hipertireoidismo factício
o TSH suprimido e HT normais.
o Hipertireoidismo no idoso
o Quadro clínico atípico (hipertireoidismo apatético)
o Hipertireoidismo na gravidez
o Geralmente melhora no 2º trimestre
Hipotireoidismo
Prof. Erich Pires Lisboa
Universidade Federal do Cariri
Faculdade e Medicina do Cariri
Módulo de Endocrinologia
Hipotireoidismo

 Definição
o Produção insuficiente de HT levando à
diminuição do metabolismo basal.
o Tem diferentes expressões na criança e nos
adultos.
 Tipos
 Subclínico (TSH  e T4f normal)
 Clínico(TSH  e T4f )
Hipotireoidismo
• Epidemiologia
o Mais comum na mulher (10:1)

o 0,1- 2% da população geral

o Geralmente autoimune (Tireoidite de


Hashimoto está presente em mais de 95%
dos casos)

o Áreas deficientes em iodo na dieta


Hipotireoidismo

• Classificação do Hipotireoidismo:

• Primário (T3 e T4 estão )

• Secundário (TSH )

• Terciário (TRH )
Hipotireoidismo
• Hipotireoidismo Primário (T3 e T4 estão )
 Com bócio
 Tireoidite de Hashimoto
 Bócio endêmico por deficit de Iodo
 Induzido por drogas antitiroidianas
 Disormonogênese tiroidiana
 Sem bócio
 Pós-ablação cirúrgica
 Pós-ablação com I¹³¹
 Hipotiroidismo congênito atireótico (aplasia de tiroide)
 Hipotiroidismo congênito por displasia da tiroide
 Tireoidite subaguda
 Doenças infiltrativas
Hipotireoidismo Central
• Hipotireoidismo Secundário (TSH )
o Hipopituitarismo por tumor hipofisário
o Hipopituitarismo por RT hipofisária
o Hipopituitarismo por mutações em fatores
de transcrição (Pit-1, Prop-1)
o Destruição hipofisária
• Hipotireoidismo Terciário (TRH )
o Disfunção hipotalâmica (Tumores ou
doenças infiltrativas – sarcoidose e
histiocitose)
Hipotireoidismo
• Hipotireoidismo Transitório (primário)
o Tiroidite subaguda
o Tiroidite pós-parto
o Hipotiroidismo neonatal por
transferência placentária de anticorpo
bloqueador TRAb
• Resistência periférica aos hormônios
tireoidianos
o Sintomas de Hipotireoidismo com TSH e T3 e T4 ↑
Hipotireoidismo –
tireoidite de Hashimoto
Hipotireoidismo – Quadro
Clínico
• Sintomas: • Sinais:
 Astenia  Anemia

 Sonolência  Pele seca e amarela

 Déficit de memória  Bradicardia

 Disfunção cognitiva  Lentificação dos reflexos e


movimentos
 Ganho de peso
 Lentificação da fala
 Constipação
 Distúrbios menstruais
 Intolerância ao frio
 Infertilidade
 Dispneia aos esforços
 Disfunção erétil
 Depressão
Hipotireoidismo – Quadro
Clínico 2
• Na criança
o Retardo de crescimento e desenvolvimento
o Dificuldade de concentração e aprendizado
o Retardo mental (irreversível)

• Na adolescência
o Baixa estatura
o Redução da velocidade de crescimento
o Puberdade precoce
Hipotireoidismo –
Quadro Laboratorial
• TSH 
o T4 e T3 baixos.
o T4 livre baixo.
• Pesquisa de auto-anticorpos antitiroidianos
o Antitiroperoxidase (Anti-TPO)
o Antitireoglobulina (Anti-Tg)
o Presentes em mais de 90% dos pacientes com
tiroidite de Hashimoto
o Suas titulações não se associam a gravidade da
doença
Hipotireoidismo –
Diagnóstico diferencial
• Afastar doenças sistêmicas que levam
a anemia, caquexia e ICC, tais como
depressão e miastenia.
• Outras causas de doenças endócrinas
o Hipopituitarismo
o Hipocortisolismo
o Hipossomatropismo
o Hipogonadismo
o Síndrome de Hoffman
o Síndrome de Schimidt – autoimune
(Hipotiroidismo, IA e miopatia)
Hipotireoidismo
• Condições especiais
o Hipotiroidismo subclínico
o Hipotiroidismo grave no RN e no adulto
o Cretinismo e Coma mixedematoso
o Hipotiroidismo congênito decorrente de mutações
nos genes TPO, NIS, TG, THOX2 e PDS
o Defeitos de desenvolvimento da glândula tiroide
secundários a mutações nos genes PAX8, NKX2.5
o Síndrome de sensibilidade reduzida aos HT
decorrentes de mutações nos genes TR-β, MCT-8
Hipotireoidismo
situações Clínicas Especiais
Hipotiroidismo
Hipotireoidismo
subclínico (HSC)
• TSH entre 4,5-10 mUI/L com níveis de T4
livre normais.

• Sem sintomas

• Diagnóstico laboratorial

• Pode progredir para o hipotiroidismo


franco
Hipotireoidismo subclínico –
quando tratar?
• Em pacientes com TSH ≥ 10 mUI/L observa-se
benefício no perfil lipídico (↓ LDL em 8%)
• Observa-se melhora clínica e laboratorial nas
mulheres acima de 60 anos, devendo-se tratá-las.
• Deve-se tratar todas as gestantes
• Acompanhar curva de TSH:
 Síndrome de Down e Turner
 Nas dislipidemias
 Histórico familiar de doença autoimune.
Hipotireoidismo -
Evolução

Níveis
normais

Hipotireoidismo
Normal subclínico
Hipotireoidismo
Hipotireoidismo
congênito (HC)
• Cretinismo
o RN de áreas endêmicas pobre em I¹³¹
o Está em desuso

• Apresentam sequelas como retardo


mental, baixa estatura, mãos e face
edemaciadas.
o Surdo-mudez pode está ou não associada
Hipotireoidismo
congênito (HC)
Sintomas mais frequentes: • Outras causas de HC:
Apneia e dificuldade • Agenesia
respiratória • Ectopia ou displasia
Cianose • Disfunções enzimáticas da
Icterícia síntese de HT
Dificuldade de mamar • Sd. Hashimoto materna
Choro fraco com transferência de
anticorpos bloqueadores
Hipotonia
para o feto
Hérnia umbilical
• Exposição fetal a DAT
macroglossia
• Abuso de iodo livre ou RI
Hipotireoidismo
congênito (HC)
HC devido a mutações • HC associado a
genéticas: disgenesia tiroidiana (DT):
1:3.000 ou 1:4.000 • Agenesia (25-35%)
nascidos vivos • Ectopia (40-60%) ou
Mutações nos genes TPO, displasia (Hipoplasia – 5%)
NIS, THOX2 e PDS • Contribuem para 85% dos
casos de HC
• Genes relacionados a DT:
o TITF-1
o Forkhead box1 (FOXE1)
o PAX-8
O Anão Francisco Lezcano, Ou O Menino de Vallecas
(1645). Diego Velázquez. Óleo sobre tela, Museu do Prado
(Madrid)
Hipotireiodismo relacionados a
síndrome de sensibilidade reduzida aos
HT
• Ocorre por mutações nos genes:
o TR-beta
o MCT8
• São raras com características clínicas
especiais difíceis de correlação genótipo-
fenótipo.
• A insensibilidade pode ser do tipo
generalizada ou central (hipofisária)
Coma mixedematodo
Quando não tratado o • Caracteriza-se por:
hipotireoidismo pode • fraqueza muscular severa
evoluir para o coma • Apatia
mixedematoso.
• Estupor
• Hipotermia
• Depressão respiratória
• Graus progressivos de
hipoglicemia,
hiponatremia e edema.
Coma mixedematoso
• Raro nos dias atuais, mas com mortalidade
muito alta.
• Tríade clássica: Hipotermia, torpor ou coma
e presença de fatore precipitante 
• Frequentemente precipitado por:
o Infecções (PNs ou ITUs)
o Traumas
o Abusos de hipnóticos
o História prévia de tiroidectomia ou
radioiodoterapia
Coma mixedematoso
• Pode apresentar descompensação de um
ou mais sistemas:
o ICC com bradicardia no ECG e baixa voltagem
o TVP
o Disfunções intestinais

• A dose inicial de L-T4 no coma


mixedematoso deve ser bolus de 300-400
g, e de 100 g ao dia como manutenção.
Coma mixedematoso
• Prognóstico excelente quando tratados
adequadamente

• Deve-se tratar o fator desencadeante

• A severidade das complicações leva a


prognósticos sombrios.

• A medida do TSH deve ser feita a cada 6 semanas


para ajustes mais finos de doses de levotiroxina.
Hipotireoidismo –

tratamento
LEVOTIROXINA(LT4)

o Dose 1,6 a 1,8g/Kg/dia


o Idosos e coronariopatas iniciar com baixas doses e
aumentar gradualmente
o Doses basais de 1-1,5 g/Kg/dia
o Dieta rica em fibras, colestiramina e sais de Fe e
IBPs:  absorção do hormônio
o Fenitoína e carbamazepina:  clearence
o Objetivo : Normalizar o TSH
o Subclinico: Tratar quando TSH persistente maior ou
igual a 10. Sempre tratar gestante. Não tratar
idosos com TSH <10.
Hipotireoidismo
Tireoidites
Casos Clínicos
Caso Clínico.
Paciente de 31 anos, casada, com relato de irritabilidade
cíclica, nos últimos meses, associada insônia e taquicardia
eventual. Relata gestação no último ano, com bebê com o
meses.
TSH de 0,5 (VR: 0,54-4,54 mUI/L) e T4 livre de 1,98 ng/dL (VR: 0.56-
1,79 mg/dL). Depois de 15 dias, TSH de 1,325 mU/L e T4 livre de
0,85 mg/dL. Realizou Anti-TPO negativo.
US Tireoide de aspecto normal. Cintilografia de Tireoide com
parênquima hipocaptante difuso (TSH no dia da cintilografia
era de 0,09 e T4 livre de 1,89 mg/dL).
Nódulos
Tireoidianos
Prof. Erich Pires Lisboa
Universidade Federal do Cariri
Faculdade e Medicina do Cariri
Módulo de Endocrinologia
Caso Clínico
Paciente com 45 anos de idade, referindo odinofagia
e dispepsia, encaminhada para avaliação
especializada com US Tireoide com vários nódulos
sólidos distribuídos no parênquima tireoidiano,
sendo 4 maiores, medindo cerca 0,5 x 0,7 nos
maiores eixos.
Nódulos tireoidianos
• É a patologia tireoidiana mais frequente
o 4-7% da população geral na palpação manual
o 20 – 76% na US
o 50% nas autópsias
o Prevalência é maior nas áreas deficientes de
iodo (50% nas mulheres)
o Nelas é 4-8x mais que nos homens
• Apesar da alta prevalência, a
incidência de carcinoma é baixa (5%)
Nódulos tireoidianos
• Lesões benignas que podem surgir como
nódulos
o Nódulo coloide
o Adenoma
o Bócio Multinodular (BMN)
o Cisto simples ou hemorrágico
o Tireoidite de Hashimoto e subaguda
Nódulos tireoidianos
• Lesões malignas que podem surgir como
nódulos
o Carcinomas diferenciados de tireoide (papilífero,
folicular e medular) e o anaplásico
o Linfomas de tireoide
o Metástases de outros tumores
Nódulos tireoidianos
• Na avaliação clínica dois aspectos devem
ser considerados:
o Aspecto funcional
o Possibilidade de ser um carcinoma
• Normalmente são achados de exame
físico ou em US cervical
• Devemos levar em conta informações
da anamnese e exame físico.
Nódulos tireoidianos
• Características de nódulos malignos
(anamnese):
o Idade < 20 anos e > 70 anos
o Sexo masculino (17% vs 8%)
o Nódulo de crescimento rápido e recente
o Exposição à RT na face e pescoço na infância ou
adolescência
o Irradiação total para TMO
o Diagnóstico prévio de carcinoma tratado com
tireodectomia parcial
o História familiar de câncer de tireoide (parente de
1º grau e se ≥ 2 parentes afetados de CDT) ou
Neoplasia Endócrina Múltipla (NEM2)
Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
• Características de nódulos malignos (exame
físico):
o rouquidão
o Compressão de vias aéreas superiores
o Nódulos de consistência endurecida
o Nódulo fixo às estruturas vizinhas
o Paralisia de corda vocal
o Adenopatia cervical ipsilateral
o Nódulo incidentalmente detectado no FDG-PET
(como captação focal) em pacientes oncológicos
• Nódulos assintomáticos não excluem o
carcinoma de tireoide.
Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
• Exames subsidiários (laboratoriais):
o TSH (avaliação funcional)
• Suprimido (adenoma tóxico – 10% dos casos) –
solicitar T4 livre. Geralmente benignos
• Elevados – afastar tireoidite de Hashimoto (Anti-TPO)
• Normal (avaliar necessidade de prosseguir a
investigação – apenas 5% são malignos)
o Calcitonina
• Solicitar apenas nas suspeitas de CMT ou NEM2
o Tireoglobulina (Tg)
• Não há justificativa para sua solicitação

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
o Exames subsidiários (imagem):

 US é padrão-ouro para investigação de nódulos


tireoidianos
 Cintilografia da tiroide só se justifica nos nódulos
funcionantes.
 CT e RM de tireoide
 Bócio mergulhante intratorácico
 Planimetria da glândula

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
• Achados à US associados a maior risco de
malignidade do nódulo:
o Hipoecogenicidade (principalmente se acentuada)
o Microcalcificações
o Margens irregulares
o Diâmetro anteroposterior maior que o transverso
o Linfonodos cervicais com características suspeitas
o Vascularização predominante ou exclusivamente central
o A avaliação da elasticidade do nódulo (elastografia), maior
rigidez nas lesões malignas, mas não substitui a US.

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Cintilografia de tireoide
normal

Anterior OAD OAE


Bócio Tireoidiano com
nódulos quentes
Nódulos tireoidianos
• Exames subsidiários (PAAF/Citologia):
o A PAAF é o melhor método disponível para
distinguir lesões benignas e malignas,
mesmo em nódulos < 1 cm ou > 4 cm.
o Procedimento ambulatorial fácil
o Baixo custo
o Praticamente sem risco de complicações
sérias
o Experiência de quem realiza o
procedimento e do patologista que analisa
o material aspirado.

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos

Lesão

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
• Recomendações de acordo com os
achados da citologia:
o Cirurgia é recomendada se a citologia for
suspeita para malignidade (Bethesda V) ou
maligna (Bethesda VI )
o Quando a citologia sugere neoplasia folicular
(Bethesda IV ), a cintilografia com I¹³¹ é útil.
• Nódulo hipercaptante não retirar
• Nódulo hipocaptante ainda constitui uma
indicação de cirurgia

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Bócio Multinodular
Tireoidiano
Nódulos tireoidianos
o Lesão folicular ou atipia de significado
indeterminado (Bethesda III), repetir PAAF entre 3-6
meses.

o Pacientes com nódulo ≤ 2 cm e baixa suspeita


clinica e ultrassonográfica para câncer devem ser
acompanhados

o Se esse resultado persiste, a cirurgia esta indicada


em pacientes com alta suspeita clinica ou
ultrassonográfica de malignidade ou nódulo > 2 cm.

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
o Se a amostra for inadequada para análise
citológica (categoria I de Bethesda), repetir PAAF
com intervalo de 3-6 meses, sempre guiada por US.

o Pacientes com nódulo ≤ 2 cm e baixa suspeita


clínica e ultrassonográfica para câncer devem ser
acompanhados

o Se o resultado persiste, a cirurgia está indicada em


pacientes com alta suspeita clinica ou
ultrassonográfica de malignidade ou nódulo > 2 cm.

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
o Marcadores moleculares auxiliam na definição
da natureza do nódulo tireoidiano,
particularmente com citologia indeterminada
(categorias III e IV de Bethesda)

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
• Indicações cirúrgicas nos nódulos
tireoidianos:
o A tireoidectomia total é o procedimento
recomendado:
• Quando a doença nodular é bilateral
• Quando está associada a radiação
• Quando a citologia é suspeita para malignidade
• Quando a citologia é indeterminada e o nódulo
> 4 cm ou ≤ 4 cm com alta suspeita clínica ou
ultrassonográfica de câncer

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
• Tratamento clínico dos nódulos tireoidianos:
o O tratamento supressivo com L-T4 não é recomendado
na doença nodular benigna da tireoide

o Especificidade baixa para malignidade

o O intervalo entre os exames (a cada 6-24 meses)


conforme avaliações já realizadas e a mudança no
volume do nódulo.

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
• Seguimento clínico dos nódulos tireoidianos:

o Se a PAAF não foi realizada na avaliação inicial, deve


ser solicitada se, durante o seguimento, o nódulo
passar a atender os critérios para realizá-la

o Em nódulo com citologia benigna, a PAAF deve ser


repetida se houver um crescimento > 50% em relação
ao volume inicial

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Nódulos tireoidianos
• Seguimento clínico dos nódulos
tireoidianos:
o Cirurgia deve ser considerada em
nódulos com progressão durante o
acompanhamento, cuja citologia inicial
foi indeterminada ou insatisfatória

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Tumores
Tireoidianos
Prof. Erich Pires Lisboa
Universidade Federal do Cariri
Faculdade e Medicina do Cariri
Módulo de Endocrinologia
Câncer de Tireoide
• Raros (1% dos casos de todos os carcinomas)
• Três tipos de células de origem
o Foliculares (90% dos cânceres):
• Os diferenciados respondem por mais de 95% dos casos
• Divide-se em papilíferos (70%) e foliculares (20-40%)
o Parafoliculares (carcinoma medular) – produzem
calcitonina
• Associado a NEM2 (tipo 2A e 2B)
o Células não-tiroidianas
• Linfomas
• Sarcomas
• Teratomas
• Hemangioendoteliomas
• metástases
Câncer de Tireoide
• Carcinoma papilífero (CPT)
o Atinge os jovens (3ª-4ª década), inclusive crianças
o Frequente – 40-70% dos casos
o Crescimento lento e baixo grau de malignidade
o Bom prognóstico, com sobrevida alta(80% após 10ª
anos do diagnóstico)
o Disseminação linfática intraglandular
(multicêntrica)
o 20% tem invasão extratireoidiana
o 25% metástases cervicais
o 5% com metástases à distância
Câncer de Tireoide
• Carcinoma folicular (CFT)
o Faixa etária mais elevada (> 5ª década)
o Comum nas mulheres
o Responde por 20 – 40% dos casos
o Prevalente nas áreas iodo deficiente
o Surge como nódulo único ou de crescimento
rápido em BMN antigo ou Mx à distância
o Disseminação hemática (pulmões e ossos)
Câncer de Tireoide
• Exames subsidiários:
o US de região cervical
• Observar achados de suspeita de malignidade
• Investigar invasões linfonodais e para órgãos
adjacentes
o PAAF
• 5% das punções
• Principal diagnóstico é o CPT
• Lesões foliculares são observadas em (15-30% das
citologias) e são suspeitas
• 20 – 30% das lesões suspeitas são malignas
• Diferenciação apenas no histopatológico
Câncer de Tiroide –
Tratamento
• O tratamento de escolha é a cirurgia
o Tireodectomia total
• Pacientes com baixa expectativa de vida por uma
doença grave associada podem ser poupados
desse procedimento, reservando a esses indivíduos
terapias paliativas em caso de doença avançada
ou progressiva
o Mulheres com diagnóstico no início da gestação
podem ser apenas acompanhadas com US se o tumor
permanece estável, com cirurgia apenas após o parto

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Câncer de Tiroide –
Tratamento
• Seguimento pós-cirúrgico
o Radioiodoablação (I¹³¹) dos remanescentes (micro ou
macroscópicos)
o Nas possíveis MTx (ESTIMULADA PELO TSH > 30 mUI/L).
o PCI nos casos suspeitos (tecido remanescente ou MTx.)
o Pacientes de muito baixo ou baixo risco dispensam PCI
e/ou ablação (avaliar caso)
o A Tg é um marcador tumoral importante
• Observar Anti-Tg

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Pesquisa de Corpo Interiro com I¹³¹ - Controle 5
anos pós-Tireoidectomia e RI¹³¹ ablação
MES, paciente de ambulatório do HRFB, Ouricuri – PE.
Controle pós-terapia. 2018. Arquivo pessoal.
Câncer de Tiroide –
Tratamento
• Seguimento pós-cirúrgico
o Indica-se a radioiodoablação (I¹³¹) dos
remanescentes (micro ou macroscópicos)
e/ou possíveis MTx (100-150 mCi).
o PCI quando há casos suspeitos de tecido
remanescente ou MTx doses mais elevadas
naqueles sabidamente com MTx à distância
(200 mCi).

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Câncer de Tiroide –
Tratamento
• Seguimento pós-cirúrgico
o Paciente com dados clínicos, histológicos e
radiológicos suficientes para decidir pela
ablação/terapia com ¹³¹I, esta deve ser
realizada em até 4 semanas.

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Câncer de Tiroide –
Tratamento
• Seguimento pós-cirúrgico
o Radioterapia externa deve ser considerada
em pacientes com ressecção tumoral
incompleta, não candidatos a reintervenção
cirúrgica, quando o tecido tumoral
remanescente exibe baixa captação de ¹³¹I.

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Câncer de Tiroide –
Tratamento
• Seguimento pós-cirúrgico
o Dose de L-T4 deve ser suficiente para
supressão do TSH, pois tem o papel de
inibição do crescimento tumoral e progressão
da doença.
o Paciente com níveis de Tg elevada sem
doença aparente podem apresentar
negativação da mesma a longo prazo
o Também nos casos aparentemente livres de
doença, mas com alto risco para recorrência,
a manutenção do TSH suprimido está
associada a melhor desfecho.
Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64
Câncer de Tiroide –
Tratamento
• Seguimento pós-cirúrgico
o Deve-se ter cuidados com os efeitos da
supressão do TSH a longo prazo (eventos CV e
osteoporose em mulheres menopausadas)
• Nestes casos, deve-se realizar monitorização
cardíaca e osteometabólica.
• Para evitar longos períodos fora do alvo,
recomenda-se que o TSH seja dosado 6-8
semanas.
o Em seguida, a cada 6 meses quando o paciente estiver
com níveis desejados de TSH e a dose for mantida

Nód tireoide e câncer diferenc de tireoide: atual Cons bras. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64

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