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Cooperaçao e Trabalho em Equipe

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Cooperação e Trabalho em equipa

Formador: Filipa Telles de Carvalho


Para refletir

• “A educação é direito de todo ser humano e um trabalho


coletivo. Portanto, não se pode dizer que uma escola é
boa se nela não há igualdade.” (Ronca, 2013).

☻QUE TIPO DE IGUALDADE É NECESSÁRIA EM UMA


ESCOLA,
PARA QUE ELA SEJA BOA?

☻ COMO ESSA IGUALDADE SE RELACIONA COM O 2


TRABALHO COLETIVO?
Filme: O segredo do sucesso– trabalhoem equipe

SEDF - CRET - EC ARNIQUEIRA -


3

EEAA - ANAÍ HAESER PEÑA


Jogo donó
5
SINTESE REFLEXIVA
6
SUBSTRATO TEÓRICO
7
A caixa de ovos (Borges,2010)

• Forma de organização do trabalho em estabelecimentos


escolares em torno da sala de aula

• Trabalho docente isolado ou relativamente isolado


• Saberes organizados em unidades (discretas, autônomas,
independentes)
• Vínculos entre docentes relaxados (e praticamente 8

inexistentes com o administrativo)


• Ocasionalmente ocorrem práticas colaborativas entre
docentes (conselhos de classe, eventos)
Coletivo
• origem ao latim collectivus
• 1. Recolhido; 2. Que é fundado no
raciocínio, concludente; 3. Colher
juntamente, recolher, juntar,
reunir; 4. Ligar juntamente, atar
juntamente, reunir, prender; 5.
Ter elementos ligados em
conjunto (VICENTINI, 2006, pg. 64,
apud Boy, 2011)

8
De onde veio a ideia de trabalho
coletivo na Educação?
• Mudanças na legislação, políticas públicas, gestão, organização
escolar e no trabalho docente de 1990 a 2000 (Boy, 2011)
• Gestão democrática
• Mecanismos mais coletivos e participativos

9
O que é trabalho coletivo?

1. Conjunto de trabalhos individuais?

2. Colaboração?

3. Partilhar ampliado?

10
O que é ‘Trabalho Coletivo’? (1)
• Conjunto dos trabalhos individuais especializados

• Divisão/ especialização do trabalho – Marx (ou da


superação do trabalho individual)

“totalidade das atividades diferenciadas que


assumem e realizam os vários agentes escolares,
professores, bem evidentemente, mas também
diretores de escola, profissionais técnicos, psicólogos
escolares, orientadores pedagógicos, entre outros.”
(Borges, 2010)

11
O que é ‘Trabalho Coletivo’? (2)

• Trabalho colaborativo - (Co – laborar)

“práticas interativas entre dois ou mais


profissionais do ensino que possuem um mesmo
estatuto e que atuam sobre diferentes objetos:
alunos, material didático, estratégias e conteúdos
de ensino, projeto de estabelecimento, relação
com os pais de alunos, com os dirigentes
escolares, etc., assumindo a responsabilidade
coletiva desse trabalho.” (Borges, 2010)

12
O que é ‘Trabalho Coletivo’? (3)
• Trabalho partilhado: ação comum, colaborativa e
cooperativa (Marcel, apud Borges, 2010), com alterações*

Trabalho Trabalho
administrativo* Pedagógico

Fora da sala de Dentro da sala


aula de aula

Partilha de
Ação comum Cooperação
espaço, tempo,
(Ação Conjunta)
recursos

Agir junto
Coordenação de ações Comunicação, 14
Ajustar sua atividade
individuais e Objetivo comum
profissional em função de
percepções individuais Tomada de decisão
necessidades comuns
Formas de trabalho coletivo mais
comuns (Boy,2011)
• Balcanização (agrupamento de profissionais em torno
de algo
comum: turma, série/ ciclo)
• Permeabilidade reduzida
• Permanência duradoura
• Identificação pessoal
• Reforça a caixa de ovos
• Colegialidade artificial (práticas formais e obrigatórias
de trabalho em grupo)
15
• Pode ser um momento na construção de uma cultura
coletiva de trabalho
• Colaboração confortável (prática, imediata,
circunscrita)
• Trabalho em conjunto (resolução de um problema,
objetivo comum, ação comum, negociação)
A superação dacaixa
de ovos (Borges, 2010)

• Ainda emergente
• Tem como fundamento a ideia da cultura de
colaboração: trabalho partilhado, a colaboração, a
cooperação, o colegiado.
• Evolução do trabalho docente e aumento da
multiplicidade de
agentes escolares (profissionais da educação não
docentes):
• maior interatividade entre as partes
• Transformação da missão da escola e dos
princípios que regem o processo de ensino-
aprendizagem
• necessidade de desenvolvimento de novas
competências
15
Trabalho coletivo ecooperativo

• “Entende-se por trabalho coletivo e cooperativo na escola,


aquele concretizado por um grupo de pessoas diversas
(comunidade, alunos, professores, coordenadores, diretores)
com um objetivo em comum. O trabalho só é coletivo
quando, além de possibilitar a participação da coletividade
na elaboração e na formulação de propostas, assim como na
sua execução, propicia também a possibilidade de
participação na tomada de decisão. É uma forma de trabalho
que busca a democratização das relações no interior da
escola” (Ruiz, 2008).

16
O trabalho coletivoé...
• “uma forma de ação coletiva vinculada ao processo
de trabalho desenvolvida no interior de uma
escola, num dado momento histórico, articulada
por certos objetivos, fins e propósitos. Não se trata
de uma ação espontânea, mas de algo que se insere
no conjunto das práticas didático- pedagógicas
elaboradas e que possui sentido e significados
diversos, segundo o projeto político pedagógico que
está sendo desenvolvido na unidade escolar.” (Dias,)

17
O que atrapalha o trabalho coletivo?
(Fusari,1993;Guimarães, 2007;Boy,2011;Ruiz,2008)

• Pensamento capitalista/ neoliberal


• Individualismo, competitividade, consumismo
• Fragmentação e especialização sem diálogo/ troca
• Falta de vivência em outros espaços (formação, especialmente)
• Segregação de tarefas
• Ausência de articulação dentro dos órgãos gestores
• Falta de profissionais e rotatividade

• Falta de programação de momentos para planejar e implementar o trabalho


coletivo 23
• Falta de vivenciar a interdisciplinaridade/ transdisciplinaridade
• Frustração com a carreira e questões relacionadas ao reconhecimento
do papel e importância da Educação e de seus profissionais

• Usar os momentos coletivos para tarefas individuais ou não


relacionadas ao coletivo
• Se ocupar de tarefas consideradas imediatas e urgentes apenas
INDIVIDUALISMO

“A exacerbação ao individualismo no sistema capitalista é uma


constante, o que tem levado à desarticulação das instâncias
coletivas da vida social. Para Bauman (2001) a modernidade é a
era na qual a vida social passa a ter como centro o indivíduo,
sendo esta a sua marca registrada. As relações humanas, assim
como as relações mercadológicas, tornam-se descartáveis. O
outro, quando visto, é encarado como instrumento que traga ou
possibilite o alcance a alguma vantagem pessoal, algum benefício
individual.

Muitas vezes, na escola percebem-se comportamentos


reforçadores deste individualismo vindos da comunidade em
geral. Assim, se aceita, por exemplo, que um aluno ou um
professor difame o outro, estimula-se fofocas como forma de
obter informações, classifica-se os alunos por notas e
rendimentos, expõe- se a individualidade de alunos e professores
citando-lhes como exemplo positivo ou negativo. Estes fatores
reforçam a competitividade e abafa-se a possibilidade de
desenvolver a ‘unidade do coletivo’.” (Ruiz, 2008)
19
Importância do TrabalhoColetivo

• Trabalho coletivo, segundo Fusari (1993), “é


aquele realizado por um grupo de pessoas que
têm compromisso com a democratização da
educação escolar no país: diretores,
coordenadores, professores, funcionários,
alunos, membros do Conselho de Escola e
demais representantes da comunidade.”
• “O objetivo do grupo, quando comum, leva à
coesão desse grupo e a melhoria será alcançada.
Melhora, inclusive, a convivência, o
relacionamento entre as pessoas, mesmo não
sendo esse o objetivo primeiro do trabalho;
acaba sendo uma consequência. O grupo está
ali, unido, para estudar, diagnosticar problemas e
descobrir e propor soluções.” (Silva, 2013, p.14)
20
Portanto...
• “vale lembrar que o desenvolvimento de
projetos pedagógicos pela escola, (...) é oportuno
para o fortalecimento do trabalho docente em
equipe, onde dois ou mais professores assumem a
responsabilidade por um grupo maior de
estudantes (Villas Boas, 2010, apud SEDF, 2013a).”,
juntamente com outros profissionais da educação da
IE.
• “o trabalho pedagógico deve ser organizado com todo o
coletivo da instituição escolar, envolvendo a equipe
gestora e pedagógica, além dos professores” (SEDF,
2013b). 21
Então...

• O trabalho coletivo não é algo pronto, precisa ser


construído

• “trabalho eletivo organizado cujo objetivo seja a


elaboração, desenvolvimento e a avaliação de uma
Proposta Educacional” (Fusari, 1993)

• Supõe:
• existência de profissionais que atuem em grupo/
conjunto;
• educadores que tenham pontos de partida (princípios)
e
pontos de chegada (objetivos) comuns

22
Assim...
• Realizar um trabalho coletivo é uma tarefa desafiante, que exige
empenho, persistência, paciência e crença naquilo que se quer

“Trabalhar coletivamente é, então, algo a ser conquistado a médio e


a longo prazos, que exige disponibilidade de cada uma das pessoas
envolvidas no processo. Exige mais: querer crescer, mudar,
transformar; querer participar do processo de criação de uma nova
Escola, de uma nova sociedade.” (Fusari, 1993).

• “é fruto de um processo de planejamento e um meio para a


elaboração da Proposta Educacional da Escola. Esta Proposta
Educacional precisa estar incorporada à ação de cada educador e,
ao mesmo tempo, deve estar concretizada num documento, fruto
de um processo de planejamento coletivo.” (Fusari, 1993).
23
Por isso...

• “Para a construção de um trabalho educativo que


possibilite alcançar a todos, independente de suas
condições econômicas, sociais e culturais e,
condizente com a proposta de ensino na escola em
ciclos, faz-se necessário que a escola promova
espaços reflexivos que favoreçam o (re)pensar de
seus objetivos, práticas pedagógicas e avaliativas,
tendo em vista o cidadão que se quer formar, a escola
e a sociedade que se pretende ajudar a construir.”
(SEDF, 2013).

24
Trabalho coletivocomo
Trabalho em Equipe

• Características de uma Equipe:


• Todos são capazes de resolver problemas e
contribuir para os resultados esperados
• Os objetivos, as metas e a missão são
compartilhados
• Envolvimento e comprometimento de todos no
processo de trabalho
• Respeito às diferenças individuais
• Elevado grau de cooperação e colaboração
• Comunicação clara, objetiva e constante
• Auto avaliação constante funciona como feedback
para o trabalho

25
Trabalho emEquipe
Uma meta
clara Papeis claros
Abertura a novas
ideias
Compromisso
com a meta

EEAA - ANAÍ HAESER PEÑA


SEDF - CRET - EC ARNIQUEIRA -
Suporte da
equipe
Decisões por
gestora
consenso

Auto avaliação periódica e Reconhecimento dos


retro-alimentativa esforços de cada membro

26
Trabalho Coletivo como açãodialógica
• “A convivência no grupo é uma ação pedagógica.” (Guimarães,
2007)
• Dialogicidade (freireana)
• Escutar e ser escutado
• Aceitar os outros conhecimentos que vêm integrar-se e
enriquecer o meu conhecimento
• “posição de compreensão de sua humanização, isto é, do seu
papel no mundo como realizador e construtor da sua
existência” (Guimarães, 2007)
• “a solidariedade entre os componentes do grupo (...) se
efetiva na ação do compartilhar, no acolhimento do outro”
(Guimarães, 2007)
27
Trabalho coletivo como trabalho em
grupo

• Cultura colaborativa
• Qualidades, atitudes e valores transmitidos e
vivenciados nas relações entre educadores
• Caráter espontâneo e voluntário
• “professores discutem as tarefas e fins do
trabalho em conjunto, ao invés de
somente implementar objetivos vindos de
terceiros”
• Onipresente no tempo e no espaço
• Imprevisibilidade dos resultados
• Valorização individual e do grupo
• Confiança coletiva

28
Ação Pedagógica &
Administrativa Escolar
34
Como trabalhar coletivamente?
“A construção do coletivo é um processo que tem relação
com participação, tomada de decisões, colaboração – que
envolve diversos atores, com múltiplos interesses, em
diferentes posições de autoridade e poder e também,
sujeitos que relacionam-se a partir de suas representações,
valores, sua história pessoal e concepções de educação
diferenciados.
(...) as relações sociais presentes no interior da escola sejam
frutos de
hierarquização, fragmentação, divisão do trabalho,
ou seja, apresentam-se sob forma específica do modo de
produção capitalista. É importante pensar na organização do 35
trabalho coletivo docente enquanto um trabalho que
pressupõe relações horizontais, solidárias e igualitárias.
Sem atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de
participação coletiva não há ação coletiva entre os
profissionais da educação.” (Dias, 2005)
Para isso, é necessário
• Repensar:
• Individualismo x Coletividade
• Representatividade & Liderança
• Solidariedade, Reciprocidade

“o trabalho coletivo não é algo dado ou tutelado, é


algo a ser construído, apreendido e conquistado
exigindo, do grupo de pessoas envolvidas no
processo, disponibilidade para mudar, participar,
rever princípios e práticas” (Dias, 2005)

31
INDIVIDUALISMO

“Lutar contra o individualismo, dentro da escola, assim


como na vida social, trata-se de nadar contra a corrente,
talvez de uma luta inglória, mas necessária. Qualquer
discurso de democratização do ambiente escolar que
não de um trato especial a esta questão, estará fadado
ao fracasso. É necessário levar isto em conta se, de fato,
o desejo é o de empreender um trabalho coletivo.” (Ruiz,
2008)

32
Como iniciar?(Fusari,1993;Boy,2011;Ruiz,2008)
• Criar e fortalecer o sentimento de grupo/ equipe
• “nosso no lugar do meu” – Makarenko
• Sentimento de unidade do coletivo (co-
responsabilidade)
• Princípio de solidariedade
• Espaços de autogestão da coletividade: Assembléias,
reuniões...
• Criar e fortalecer momentos formais e
informais de troca e convivência
• Preocupação em garantir tempos e espaços de
trabalho coletivo
• Criare fortalecer o respeito mútuo (cortesia,
cordialidade, amabilidade)
• não tratar o outro com rispidez como um exercício
constante
• Propiciar o engajamento e responsabilização coletiva
33

• Encontrar um sentido em colaborar no trabalho
• Inquirição reflexiva focalizada (discussão, experimentação,
avaliação)
• Observação e assessoria mutua
• Lideranças

• Pensar o seu trabalho a longo prazo: A alegria do amanhã

• “um verdadeiro estímulo da vida humana é a alegria do amanhã”

• Objetivos a serem atingidos a curto, médio e longo prazo

• “estimular estratégias de formação processuais, coletivas, dinâmicas


e comtinuas, em que os docentes possam reflectir entre si e
compartilhar erros e acertos, negociando significados e
confrontando pontos de vista (Damiani, 2008, apud Boy, 2011)”

34

• Dar um novo papel ao conflito: “fazer avançar a vida nova,
interceder a cada conflito, mas não se deixar envolver por
ele, não voltar ao passado, olhar sempre para frente, com
otimismo”.

• Discutir e refletir sobre alguns elementos curriculares básicos:


educador, professor, aluno, Escola, sociedade, objetivos,
conteúdos, métodos de ensino e avaliação

• Ter clareza sobre

• pressupostos teóricos subjacentes****

• aquilo que ela espera do aluno ao final

• Situação da Unidade Escolar

• Diferenciar supra-estrutural e infra-estrutural

• Papel de cada profissional


35
Benefícios...
• “Em relação aos benefícios das relações de trabalho
colaborativas, alguns autores apontam que os
professores que confiam, valorizam e legitimam a
partilha do saber especializado, que procuram
aconselhamento e concedem ajuda, têm maiores
probabilidades de se tornarem profissionais melhores
em relação ao ensino. O impacto da colaboração sob a
incerteza dos professores os leva a adquirir um
sentimento maior de confiança e reduz o sentimento
de impotência (FULLAN e HARGREAVES, 2001, apud
Boy, 2011)”. 41

• Maior produtividade (nova expertise – eficácia e


performance)
• Melhor rendimento (sucesso dos alunos,
diminuição da retenção e evasão)
• Melhora na inclusão
• Maior satisfação no trabalho

• “para Titton (2003), permite superar a luta contra si
mesmo, contra suas próprias ambivalências, contra os
outros e suas diferenças, contra o sistema e suas
imposições. Varani (2005) destaca que o grupo
proporciona melhor compreensão do seu próprio
trabalho, no sentido de armá-lo para o enfrentamento
das políticas autoritárias.” (Boy, 2011).

42

• “a ‘cultura de coletividade’ permite aos envolvidos


reconhecer o que sabem, o que os outros sabem e o
que todos não sabem. Atitudes que resultam na busca
de superação dos limites do grupo.” (Boy, 2011).
Ode à Alegria (Ode an dieFreude)

Poema escrito por F. Schiller (1785) e cantado no 4º movimento da 9ª Sinfonia de 43


Beethoven, também chamada de Ode à Alegria ou Hino da União Européia.
Estamos juntos nessa
e...

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