O documento descreve a evolução da administração pública em Moçambique sob o domínio colonial português e após a independência, incluindo as reformas implementadas e os principais órgãos estatais criados. Resume também os objetivos da administração pública após a independência de eliminar as estruturas coloniais e colocar o Estado a serviço do povo.
O documento descreve a evolução da administração pública em Moçambique sob o domínio colonial português e após a independência, incluindo as reformas implementadas e os principais órgãos estatais criados. Resume também os objetivos da administração pública após a independência de eliminar as estruturas coloniais e colocar o Estado a serviço do povo.
O documento descreve a evolução da administração pública em Moçambique sob o domínio colonial português e após a independência, incluindo as reformas implementadas e os principais órgãos estatais criados. Resume também os objetivos da administração pública após a independência de eliminar as estruturas coloniais e colocar o Estado a serviço do povo.
O documento descreve a evolução da administração pública em Moçambique sob o domínio colonial português e após a independência, incluindo as reformas implementadas e os principais órgãos estatais criados. Resume também os objetivos da administração pública após a independência de eliminar as estruturas coloniais e colocar o Estado a serviço do povo.
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O Ambiente da
Administração Pública em Moçambique
por
Prof. Doutor José Chichava, PhD
19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 1
1. A Administração Pública Colonial em Moçambique
Até à data da independência nacional em Junho de 1975, Moçambique estava sob administração directa do governo colonial Português, no contexto de que, territorialmente, era uma das províncias de Portugal. As mudanças cosméticas de colónia para província, nos anos 60, e de província para Estado, nos anos 70, nunca modificaram o papel centralizador e decisório do governo colonial Português, muitas vezes através do seu Ministério das Colónias e mais tarde Ministério do Ultramar.
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De forma sumária, podem distinguir-se quatro fases da administração pública Portuguesa que influenciaram Moçambique antes da independência:
- a Administração da Monarquia tradicional, até
1820, caracterizada por: - indiferença entre a administração e a justiça. - O monarca era simultaneamente, o administrador e o jurista. - Enorme importância da Administração Municipal. - Pequena intervenção da administração na vida económica, cultural e social da nação. - Actuação da administração por vezes fortemente discricionária. - Em suma, centralização da Administração Pública. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 3 - a Administração Liberal que, incluindo os períodos da Monarquia Liberal e da 1ª. República, decorreu entre 1820 e 1926, com as seguintes características: - A separação entre a administração e a justiça. - O reforço das garantias dos cidadãos, contempladas nas sucessivas constituições e cartas constitucionais. - Criação do Conselho do Estado (1845) e do Supremo Tribunal Administrativo (1870). - Uma maior extensão da administração municipal. - O abstencionismo do Estado e da Administração em matérias económicas, culturais e sociais. - Em suma, ênfase na descentralização da Administração Pública. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 4 - a Administração Corporativa do Estado Novo , conduzida entre 1926 e 1974, caracterizada por: - Manutenção do princípio da separação entre a administração e a justiça. - Reforço da administração central em detrimento da administração municipal. - Intervenção crescente da administração na vida económica e social. - Diminuição das garantias dos particulares em todas as matérias, por imperativos ideológicos, políticos e económicos. - Autoritarismo político-ideológico do Estado. - Em suma, preponderância na centralização da Administração.
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- a Administração Social e Económica da 2ª. República, nascida com o 25 de Abril de 1974, com as seguintes características: - Separação das funções administrativa e jurisdicional. - Reforço da administração local relativamente à administração central. - Incremento do poder intervencionista do Estado na economia. - Restabelecimento da democracia política. (os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos foram restabelecidos e consagrados na constituição. Os cidadãos podiam accionar judicialmente os poderes públicos). - Submissão da administração à lei. - Em suma, crescente descentralização da Administração Pública. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 6 2. Reforma Administrativa Ultramarina (RAU)
Em Dezembro de 1933, o governo colonial Português introduziu uma reforma administrativa para as colónias, dentro do que se entendeu como um instrumento de regulação e controle da administração das colónias. A RAU, como passou a ser conhecido o Decreto 23.229/33, de 15 de Novembro de 1933, era um compêndio com 801 artigos divididos em 5 partes. Cada parte continha capítulos, estes subdividiam-se em secções e estas em subsecções. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 7 Sumàriamente, a Parte I continha 8 capítulos, todos eles versando sobre os funcionários administrativos. Assim, o
Capítulo I-Divisão administrativa do Império Colonial
Capítulo II-Hierarquia e quadros administrativos coloniais Capítulo III-Competência das autoridades administrativas coloniais Capítulo IV-Nomeações, promoções e informações nos quadros administrativos coloniais Capítulo V-Deveres e direitos dos funcionários coloniais Capítulo VI-Garantias dos funcionários dos quadros administrativos no exercício das suas funções Capítulo VII-Situação dos funcionários dos quadros administrativos em relação à função pública Capítulo VIII - Disciplina da função pública nas colónias. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 8 A Parte II, era dedicada aos serviços de administração civil, nomeadamente: - A organização dos serviços (Capítulo I); - O funcionamento dos serviços (Capítulo II); e - A fiscalização dos serviços (Capítulo III).
A Parte III, regulamentava os corpos e corporações administrativas: a constituição e funcionamento dos corpos administrativos em geral (Órgãos da Administração Provincial, Municipal e Local); da Junta Provincial; das Câmaras Municipais; das Comissões Municipais e Juntas Locais; dos Serviços e dos Empregados dos corpos administrativos.
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A Parte IV, regulamentava a Fazenda das províncias, circunscrições e corpos administrativos, nomeadamente:
Da elaboração e organização dos Orçamentos,
assim como a sua execução; Das receitas e despesas; e da Contabilidade.
A V e última Parte, era reservada para
tratar das questões do Contencioso Administrativo. Regulamentava a organização, competência e funcionamento dos Tribunais Administrativos coloniais, bem como do Conselho Superior das Colónias. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 10 3. A Administração Pública depois da Independência
A proclamação da independência definiu por si própria a natureza e carácter do Estado que se constituiria em Moçambique, e por consequência, o tipo de administração pública que se impunha desenvolver. A primeira Constituição da República Popular de Moçambique, definia nos seus princípios gerais que a RPM era um Estado soberano, independente e democrático (Artigo 1); que a RPM era orientada pela linha política definida pela FRELIMO, que se definia como força dirigente do Estado e da Sociedade. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 11 De facto, a Constituição definia no seu Artigo 3 que
“A FRELIMO traça a orientação política básica do Estado e dirige e supervisa a acção dos órgãos estatais a fim de assegurar a conformidade da política do Estado com os interesses do povo”
No que diz respeito aos objectivos, a natureza e a missão do aparato administrativo a instalar na nova República, a Constituição dizia no seu artigo 4 que ele se propunha “a eliminação das estruturas de opressão e exploração coloniais e tradicionais e da mentalidade que lhes está subjacente”. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 12 A 1ª. Reunião do Conselho de Ministros da República de Moçambique após a proclamação da independência, analisou e identificou as características do Estado colonial como estando orientado limitadamente para as cidades e para a população das zonas urbanas. Nesse contexto, revolucionarizar o aparelho de Estado era uma das tarefas fundamentais do primeiro Governo da República de Moçambique. Exigia-se uma mudança radical que pusesse o Estado ao serviço das massas operárias e camponesas, para o que era necessário empreender uma profunda transformação dos métodos de trabalho e de estruturação do aparelho, a fim de proporcionar a criação de novos esquemas mentais e regras de funcionamento. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 13 Por outro lado, apontava-se que o Estado devia ser “um instrumento para a destruição de todos os vestígios do colonialismo e do imperialismo, para a eliminação do sistema de exploração do homem pelo homem, e para a edificação da base política, material, ideológica, cultural e social da nova sociedade”.
Os órgãos do Estado eram definidos como sendo: - Centrais: a Assembleia Popular, a Comissão Permanente da Assembleia Popular, O Presidente da República e o Conselho de Ministros. - Locais: Assembleias Provinciais, Governador Provincial e Governo Provincial. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 14 O primeiro instrumento tendente a organizar a administração pública no Moçambique independente foi o Decreto nº. 1/75, de 27 de Julho, para o Aparelho de Estado Central, a Lei nº. 5/78, de 22 de Abril, e a Lei nº. 7/78, de 22 de Abril, ambos para o Aparelho de Estado à nível local.
O Decreto nº. 1/75 definia as principais funções e tarefas que cabiam a cada Ministério na realização do Programa Geral de actividades do Conselho de Ministros (aprovado na 1ª. sessão realizada de 9-25 de Julho de 1975), bem como delimitar as competências de cada Ministério, estabelecendo a relação hierárquica dos diferentes serviços existentes ou a criar. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 15 Os Ministérios eram os seguintes: 1. Estado na Presidência 2. Defesa Nacional 3. Interior 4. Desenvolvimento e Planificação Económica 5. Negócios Estrangeiros 6. Justiça 7. Informação 8. Educação e Cultura 9. Indústria e Comércio 10. Agricultura 11. Finanças 12. Trabalho 13. Transportes e Comunicações 14. Saúde 15. Obras Públicas e Habitação 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 16 A Lei nº. 5/78, de 22 de Abril, regulamentava as funções, tarefas, composição e funcionamento dos governos provinciais. O Governo Provincial era definido como um órgão de direcção estatal com funções de execução, decisão e controlo no escalão provincial. O Aparelho de Estado ao nível provincial era definido como sendo constituído pelos seguintes órgãos: a) Gabinete do Governador Provincial; b) Direcção Provincial de Apoio e Controlo; c) Direcções Provinciais e Comissões Provinciais, órgãos estes que observam o princípio de dupla subordinação no seu funcionamento.
A Lei nº. 7/78, de 22 de Abril, criava os Conselhos Executivos das Assembleias Distritais e Conselhos Executivos das Assembleias de Cidade com funções de execução, decisão e controlo, exercendo as suas actividades mandatados pelas respectivas Assembleias do Povo.
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Em consequência de novas exigências no âmbito da garantia do papel directivo e centralizador do Estado, foi aprovado o Decreto nº. 4/81, de 10 de Junho, o qual passou a designar-se Normas de Organização e Direcção do Aparelho de Estado Central (NODAEC), que definiam que:
Os órgãos centrais do Aparelho de Estado constituíam
instrumento unitário do poder para a direcção, planificação e controlo da acção governamental. Eles subordinavam-se à Assembleia Popular e eram dirigidos pelo Presidente da República e pelo Conselho de Ministros. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 18 Os princípios de orientação do Aparelho de Estado foram derivados dos Estatutos da FRELIMO, dos quais o Centralismo Democrático era o princípio de organização e funcionamento mais importante. Assim, com base no centralismo democrático, os órgãos centrais do Aparelho de Estado deveriam aplicar os seguintes princípios:
1. Unidade e concentração da direcção política, económica, técnica e administrativa no dirigente e sua responsabilização individual, combinada com a participação colectiva dos trabalhadores na tomada, execução e controlo de decisões; 2. Direcção e planificação unitárias da economia e da actividade social do Estado; 3. Desenvolvimento, protecção e plena utilização da propriedade estatal; 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 19 4. Orientação e apoio ao desenvolvimento planificado do sector cooperativo em recursos humanos, técnicos e materiais; 5. Integração e controlo da actividade do sector privado no quadro da política de desenvolvimento do País; 6. Observância permanente da legalidade; 7. Participação organizada das massas nas tarefas estatais; 8. Participação na preparação, execução e controlo das decisões da Assembleia Popular, bem como no trabalho das suas comissões; 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 20 9. Promoção da crítica e auto-crítica, da aplicação de estímulos materiais e de avanços tecnológicos como instrumentos de melhoria da organização, estilo e métodos de direcção e trabalho, bem como de elevação da produção e da produtividade; 10. Dupla subordinação dos órgãos locais do Aparelho de Estado e promoção da iniciativa local do aparelho estatal e instituições subordinadas, elevando-se a sua responsabilidade e disponibilidade em meios para a realização de tarefas estatais; 11. Participação nas tarefas de defesa e segurança e vigilância popular; e 12. Manter relações económicas, científicas, técnicas e culturais internacionais como implementação dos princípios definidos na Constituição, das decisões do Partido FRELIMO e dos órgãos superiores do Estado. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 21 Como forma de garantir uma direcção centralizada, as NODAEC definiam como competência exclusiva dos órgãos centrais do Aparelho de Estado a definição de princípios, objectivos, normas, metodologias e procedimentos fundamentais nas seguintes áreas: 1. Planificação, finanças, actividades bancária e seguradora, salários e preços; 2. Formação, colocação e gestão de quadros dirigentes, especialistas e técnicos, de acordo com o quadro classificativo de funções; 3. Investigação e experimentação científica; 4. Estatística e contabilidade nacional; 5. Inspecção e controlo; 6. Defesa e segurança; 7. Relações internacionais. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 22 A revisão da Constituição e a consequente aprovação da mesma em 30 de Novembro de 1990 trouxe muitas modificações com implicações na administração pública. Por exemplo, a adopção de uma economia do mercado, a introdução do multipartidarismo e a recente revisão pontual para incorporar a existência das autarquias locais.
Em consequência dessa revisão, do Acordo Geral de Paz de Roma de 1992, das primeiras eleições multipartidárias em 1994, e de toda uma série de mudanças políticas no contexto da democratização, Moçambique está a caminhar para um Estado de Direito (império da lei; separação de poderes; legalidade da administração;e garantia jurídica e efectiva realização dos direitos e liberdades fundamentais). 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 23 Na primeira Constituição multipartidária, destaca- se a introdução dos Órgãos de Soberania, nomeadamente, o Presidente da República, a Assembleia da República, o Conselho de Ministros, os Tribunais e o Conselho Constitucional (Artigo 109). Por sua vez, eram definidos como Órgãos Centrais do Estado os órgãos de soberania, o conjunto dos órgãos governativos e as instituições centrais a quem cabe garantir a prevalência do interesse nacional e a realização da política unitária do Estado (Artigo 110). Quanto às competências e formas de organização do Aparelho do Estado, encontram- se nos Artigos 111, 112 e 113. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 24 Uma das grandes lacunas nesta Constituição era a falta de clareza na definição dos Órgãos Locais do Estado. A Constituição apenas faz a definição de que o Governador Provincial é o representante da autoridade central a nível da Província mas não esclarece que Província é territorialmente nível local. Ao definir que o Governo Provincial é o órgão encarregado de garantir a execução, ao nível provincial, da política governamental centralmente definida (Artigo 114), e ao referir que “Nos diversos escalões territoriais, os órgãos locais do Estado asseguram a participação e decisão dos cidadãos em matéria de interesse próprio da respectiva comunidade”, coloca o Governo Provincial numa situação de não ser nem Órgão Central do Estado nem Órgão Local. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 25 A revisão pontual da Constituição realizada em Novembro de 1996 destinada a introduzir princípios e disposições sobre o Poder Local, não trouxe modificações quanto à definição dos órgãos locais do Estado.
Por outro lado, a emenda constitucional que levou à introdução do Poder Local na lei fundamental do País, incorporou uma nova redacção dos artigos 185 e 186, mas nada avançou na clarificação de OLE.
Frustrada a revisão da Constituição da República em
1999, a Legislatura da Assembleia da República eleita nas eleições gerais de 1999, elegeu uma Comissão Ad Hoc para a Revisão da Constituição. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 26 4. A Administração Pública Moçambique à luz da nova Constituição
Da nova Constituição destacam-se alguns aspectos fundamentais com respeito à organização e funcionamento da Administração Pública em Moçambique. 4.1. Organização do Poder Político De acordo com o Título V, o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo, os Tribunais e o Conselho Constitucional, são os órgãos de soberania. Os órgãos de soberania assentam nos princípios de separação e interdependência de poderes consagrados na Constituição e devem obediência à esta e às leis (artigos 133 e 134). 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 27 4.2. Governo da República de Moçambique O Governo da República de Moçambique é o Conselho de Ministros. O Conselho de Ministros é composto pelo Presidente da República que a ele preside, pelo Primeiro-Ministro e pelos Ministros. Podem ser convocados para participar em reuniões do Conselho de Ministros os Vice-Ministros e os Secretários de Estado.
Na sua actuação, o Conselho de Ministros observa
as decisões do Presidente da República e as deliberações da Assembleia da República.
A formulação de políticas governamentais pelo Conselho de Ministros é feita em sessões dirigidas pelo 19-08-21 Presidente da República. O Ambiente da AP em Moçambique 28 O Conselho de Ministros assegura a administração do país, garante a integridade territorial, vela pela ordem pública e pela segurança e estabilidade dos cidadãos, promove o desenvolvimento económico, implementa a acção social do Estado, desenvolve e consolida a legalidade e realiza a política externa do país.
São competências do Conselho de Ministros (Artigos 203 e 204):
a) garantir o gozo dos direitos e liberdades dos cidadãos; b) assegurar a ordem pública e a disciplina social; preparar propostas de lei a submeter à Assembleia da República;
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c) aprovar decretos-leis mediante autorização legislativa da Assembleia da República; d) preparar o Plano Económico e Social e o Orçamento do Estado e executá-los após aprovação pela Assembleia da República; e) promover e regulamentar a actividade económica e dos sectores sociais; f) preparar a celebração de tratados internacionais e celebrar, ratificar, aderir e denunciar acordos internacionais, em matérias da sua competência governativa; g) dirigir a política laboral e de segurança social; h) dirigir os sectores do Estado, em especial a educação e saúde; i) dirigir e promover a política de habitação. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 30 j) garantir a defesa e consolidação do domínio público do Estado e do património do Estado; k) dirigir e coordenar as actividades dos ministérios e outros órgãos subordinados ao Conselho de Ministros; l) analisar a experiência dos órgãos executivos locais e regulamentar a sua organização e funcionamento e tutelar, nos termos da lei, os órgãos das autarquias locais; m) estimular e apoiar o exercício da actividade empresarial e da iniciativa privada e proteger os interesses do consumidor e do público em geral; n) promover o desenvolvimento cooperativo e o apoio à produção familiar. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 31 4.3. Administração Pública
A Administração Pública serve o interesse público e na sua actuação respeita os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos. Os órgãos da Administração Pública obedecem à Constituição e à lei e actuam com respeito pelos princípios da igualdade, da imparcialidade, da ética e da justiça (Artigo 249).
A Administração Pública estrutura-se com base no princípio de descentralização e desconcentração, promovendo a modernização e a eficiência dos seus serviços sem prejuízo da unidade de acção e dos poderes de direcção do Governo. A Administração Pública promove a simplificação de procedimentos administrativos e a aproximação dos serviços aos cidadãos. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 32 4.4. Órgãos Locais do Estado (Artigos 262, 263 e 264)
Os órgãos locais do Estado têm como função a representação do Estado ao nível local para a administração e o desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a integração e unidade nacionais.
A organização e o funcionamento dos órgãos do Estado a nível local obedecem aos princípios de descentralização e desconcentração, sem prejuízo da unidade de acção e dos poderes de direcção do Governo.
19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 33 No seu funcionamento, os órgãos locais do Estado, promovendo a utilização dos recursos disponíveis, garantem a participação activa dos cidadãos e incentivam a iniciativa local na solução dos problemas das comunidades. Na sua actuação, os órgãos locais do Estado respeitam as atribuições, competências e autonomia das autarquias locais.
Os órgãos locais do Estado garantem, no respectivo território, sem prejuízo da autonomia das autarquias locais, a realização de tarefas e programas económicos, culturais e sociais de interesse local e nacional, observando o estabelecido na Constituição, nas deliberações da A.R., do C.M. e dos órgãos do Estado do escalão superior. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 34 4.5. Poder Local (Artigos 271 e 272)
O Poder Local tem como objectivos organizar a participação dos cidadãos na solução dos problemas próprios da sua comunidade e promover o desenvolvimento local, o aprofundamento e a consolidação da democracia, no quadro da unidade do Estado Moçambicano.
O Poder Local apoia-se na iniciativa e na capacidade das populações e actua em estreita colaboração com as organizações de participação dos cidadãos. O Poder Local compreende a existência de autarquias locais. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 35 As autarquias locais são pessoas colectivas públicas, dotadas de órgãos representativos próprios, que visam a prossecução dos interesses das populações respectivas, sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação do Estado.
As autarquias locais estão sujeitas à tutela administrativa do Estado. A tutela administrativa sobre as autarquias locais consiste na verificação da legalidade dos actos administrativos dos órgãos autárquicos, nos termos da lei. O exercício do poder tutelar pode ser ainda aplicado sobre o mérito dos actos administrativos, apenas nos casos e nos termos expressamente previstos na lei. 19-08-21 O Ambiente da AP em Moçambique 36 Fim