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Doppelgänger

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Como eles conheceram Eles mesmos, de Dante Gabriel Rossetti, aquarela, 1864

Um doppelgänger (alemão: [ˈdɔpl̩ˌɡɛŋɐ] (escutar)), às vezes escrito como doppelgaenger ou doppelganger é um sósia ou duplo não-biologicamente relacionado de uma pessoa viva, por vezes retratado como um fenômeno fantasmagórico ou paranormal e geralmente visto como um prenúncio de má sorte, ou ainda para se referir ao "irmão gêmeo maligno" ou ao fenômeno da bilocação. A forma mais antiga da palavra, cunhada pelo romancista Jean Paul em 1796, é doppeltgänger, "aquele que caminha ao lado".[1]

Os doppelgängers aparecem em várias obras literárias de ficção científica e literatura fantástica, nas quais são um tipo de metamorfismo que imita uma pessoa ou espécie específica.

A palavra doppelgänger é um substantivo composto da língua alemã formado pela combinação dos dois substantivos Doppel (duplo, réplica) e Gänger (andante, ambulante, aquele que vaga).[2] As formas singular e plural são idênticas. O primeiro uso conhecido, na forma ligeiramente diferente Doppeltgänger, ocorre no romance Siebenkäs (1796), de Jean Paul, no qual ele explica sua palavra recém-criada por uma nota de rodapé - enquanto na verdade a palavra doppelgänger também aparece, mas com um significado bem diferente.[3]

As formas singular e plural são iguais em alemão, mas os escritores portugueses geralmente preferem o plural "doppelgängers". Em alemão, também existe uma forma feminina, "Doppelgängerin" (plural: "Doppelgängerinnen").

Como todos os substantivos em alemão, a palavra é escrita com uma letra maiúscula inicial. doppelgänger e doppelgaenger são grafias essencialmente equivalentes, e doppelganger é diferente e corresponderia a uma pronúncia diferente.[carece de fontes?]

Nas lendas nórdicas e germânicas, ver o próprio doppelgänger era um presságio da morte.[4] Um doppelgänger visto pelos amigos ou parentes de uma pessoa pode às vezes trazer azar, ser um mau presságio ou uma indicação de doença iminente ou problema de saúde. Como escreveu o dramaturgo sueco Strindberg: "Quem vê seu duplo vai morrer".[5]

Mario Praz conecta com a figura do duplo outros temas populares no folclore, como o lobisomem ou a garota bonita que se esconde dentro de uma cobra ou demônio (lâmia).[6] Claude Lecouteux explora essas e outras conexões (fadas, bruxas, lobisomens) em seu livro sobre a figura do duplo na Idade Média.[7]

Aplicações científicas

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Heautoscopia é um termo usado em psiquiatria e neurologia para a alucinação de "ver o próprio corpo à distância".[8] Pode ocorrer como um sintoma de esquizofrenia[9] e epilepsia, e é considerada uma possível explicação para o fenômeno do doppelgänger.[10]

Os criminologistas encontram uma aplicação prática nos conceitos de familiaridade e semelhança facial, devido a casos de condenações injustas baseadas em testemunhas oculares. Em um caso, um homem passou 17 anos preso negando persistentemente qualquer envolvimento com o crime de que foi acusado. Ele foi finalmente libertado depois que outro homem foi encontrado, com uma semelhança impressionante, o mesmo primeiro nome e quase a mesma idade.[11]

Exemplos na vida real

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Izaak Walton afirmou que o poeta metafísico inglês John Donne viu o doppelgänger de sua esposa em Paris em 1617, na mesma noite que sua filha natimorta nasceu.[12]

O dramaturgo alemão Goethe descreveu uma experiência em sua autobiografia Dichtung und Wahrheit, na qual ele e seu duplo se cruzaram a cavalo.[13]

Com o advento das mídias sociais, houve vários casos relatados de pessoas encontrando seu "gêmeo desconhecido" on-line, um termo moderno para Doppelgänger.[14][15] Existem vários sites em que os usuários podem fazer upload de uma foto de si mesmos e o software de reconhecimento facial tenta combiná-los com outro usuário com aparência semelhante. Alguns desses sites relatam ter encontrado inúmeros doppelgängers vivos.[16][17]

Exemplos na ficção

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Representação do doppelgänger em Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde.

Na literatura

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Na televisão

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Em jogos eletrônicos

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  • No jogo Antinomy of Common Flowers, Sumireko Usami enfrenta 2 cópias de si mesma, e assim o doppelgänger virou a sua habilidade oculta (devido ao incidente das lendas urbanas em Ulil).
  • No jogo The Legend of Zelda: Ocarina of Time, Link se depara com uma cópia de si mesmo no Templo dá Água.
  • Na série Sonic the Hedgehog, Sonic ocasionalmente enfrenta Metal Sonic, uma versão robótica dele próprio.
  • No jogo Puyo Puyo~n, Arle Nadja se encontra com uma cópia de si mesma no puyo puyo circus,
  • No jogo Devil May Cry 3: Dante's Awakening, aparece como um Style.
  • No jogo Scribblenauts Unmasked, como uma copia de Maxwell.
  • No jogo Ragnarök Online é um dos monstros chefes - MVP.
  • No jogo Castlevania: Symphony of the Night, como chefe copiando Alucard duas vezes.
  • No jogo SoulCalibur III, o personagem Zasalamel luta contra ele próprio.
  • No Jogo Tomb Raider: Underworld, A doppelgänger de Lara Croft é criada para matar a mesma.
  • No jogo Prince of Persia, ao atravessar um espelho, quase na fase final aparece para lutar com o jogador.
  • No jogo Hearthstone, o lacaio doppelgangster, referência à criatura, cria cópias de si mesmo.
  • No jogo Legion of Heroes, a doppelganger é usada para substituir heróis em processo de fusão que necessita 5 iguais, ela pode ser usada para substituir 4 desses heróis.
  • No jogo The Witcher 3: Wild Hunt, em uma missão, Geralt de Rívia caça um doppelganger que está causando problemas com os comerciantes.
  • No jogo Dota 2, era a segunda habilidade especial do personagem Phantom Lancer.
  • Na série de jogos Inazuma Eleven há uma técnica com o nome de "doppelganger" onde o usuário cria uma duplicata do adversário para roubar a bola.
  • No jogo Munchkin, possui uma das cartas.
  • No jogo Borderlands: The Pre-Sequel, em uma DLC do jogo você consegue jogar com o doppelganger do vilão do jogo.
  • Em Dishonored 2, a protagonista Emily Kaldwin possuí poderes sobrenaturais que lhe permite criar réplicas de si mesma e a vilã e antagonista Delilah Coperspoon também possui essas mesmas habilidades.
  • No jogo Spider Man Maximum Carnage, o Homem Aranha se depara quase sempre com sua réplica de 4 braços ao longo do jogo.
  • Maria, de Silent Hill.
  • Borderlands, o personagem Handsome Jack.
  • Nas edições de Dungeons & Dragons, os doppelgängers são metamorfos desleais que assumem a aparência de outros humanoides, escapando de perseguições ou atraindo vítimas para a morte através da enganação e do disfarce.

Referências

  1. Molina Foix 2007, p. 10-11.
  2. Doppelgänger; Orthography, Meaning Synonyms Arquivado em 2012-11-20 no Wayback Machine http://www.duden.de Arquivado em 2012-09-13 na WebCite.
  3. Paul Fleming (2006). The Pleasures of Abandonment: Jean Paul and the Life of Humor. [S.l.]: Königshausen & Neumann. p. 126, nota de rodapé 13. ISBN 978-3-8260-3247-9 
  4. Molina Foix 2007, p. 12.
  5. Lecouteux 1999, p. 8.
  6. Praz 1988, p. 429.
  7. Lecouteux 1999.
  8. Damas Mora JM, Jenner FA, Eacott SE (1980). «On heautoscopy or the phenomenon of the double: Case presentation and review of the literature». Br J Med Psychol. 53 (1): 75–83. PMID 6989391. doi:10.1111/j.2044-8341.1980.tb02871.x 
  9. Blackmore S (1986). «Out-of-Body Experiences in Schizophrenia: A Questionnaire Survey». Journal of Nervous and Mental Disease. 174 (10): 615–619. PMID 3760852. doi:10.1097/00005053-198610000-00006. Cópia arquivada em 3 de maio de 2014 
  10. Brugger, P; Agosti, R; Regard, M; Wieser, H. G; Landis, T (1994). "Heautoscopy, epilepsy, and suicide". Journal of Neurology, Neurosurgergy and Psychiatry 57: 838-839.
  11. Mary Emily O'Hara. Kansas Inmate Freed After Doppelganger Found 17 Years Later Arquivado em 2017-06-13 no Wayback Machine, NBC News, June 12, 2017.
  12. Walton, Izaak. Life of Dr. John Donne. Fourth edition, 1675. Cited by Crowe in The Night-Side of Nature (1848).
  13. The Autobiography of Wolfgang von Goethe. Translated by John Oxenford. Horizon Press, 1969. This example cited by Crowe in The Night-Side of Nature (1848).
  14. Mitchell, Laura (18 de maio de 2017). «Man sits next to stranger who looks EXACTLY like him on plane». Dailystar.co.uk (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2017 
  15. Alderson, Maggie (29 de outubro de 2015). «Twin Strangers: The new website can find your doppelganger - but you may not be pleased with your matches». The Independent (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2017. Cópia arquivada em 13 de maio de 2017 
  16. «Twin Strangers Exist». twinstrangers.net (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2017. Cópia arquivada em 21 de maio de 2017 
  17. Geaney, Niamh (20 de novembro de 2015). Niamh meets her THIRD doppelgänger (YouTube video) (em inglês). Cópia arquivada em 8 de maio de 2017 
  • Molina Foix, Juan Antonio (2007). Cuentos de dobles (una antología). Madrid. [S.l.]: Siruela. ISBN 978-84-9841-076-1 
  • Lecoteux, Claude (1999). Hadas, brujas y hombres lobo en la Edad Media. Historia del Doble. Barcelona. [S.l.]: José J. de Olañeta. ISBN 84-7651-702-5