Grão-cã
Grão-cã, cacano ou gagano (em latim: cacanus ou gaganus[1]; em mongol médio: ᠬᠠᠭᠠᠨ, qaγan;[2] em mongol: хаан ou хаган, ḫaan ou ḫagan;[3][4] em turco antigo: 𐰴𐰍𐰣, čaɣan ou kaɣan;[5][6] em persa: خاقان, ḫāqān;[7] em chinês: 可汗, Kèhán;[8] em coreano: 가한, kahan;[9] em húngaro: kagán;[10] em turco: kağan;[11] em cazaque: Қаған, Qaǵan;[12] em uigur: قاغان, Qağan[13]) é um título nos idiomas turcomanos e no mongol (equivalente a um imperador), cujo Estado é designado grão-canado[14] ou grão-canato.[15] Pode ser traduzido como "cã de cãs".[14]
Origem
[editar | editar código-fonte]O título foi citado pela primeira vez num discurso entre 283 e 289, quando o chefe xianbei Murongue Tuium tentou fugir de seu meio-irmão mais jovem, Murongue Hui, e iniciou sua jornada da península de Liautum às regiões do deserto de Ordos. No discurso, um general de Murongue chamado Inalou dirigiu-se a ele como grão-cã, e algumas fontes sugerem que Tuium também teria usado o título após fixar-se em Coco Nor, no século III.[16] Os rouranos foram os primeiros a usarem grão-cã para designar seus governantes, substituindo o título de chaniu,[17] usado até então, que era originário dos xiongnus, que o historiador francês René Grousset e outros assumem serem turcomanos.[18]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Howell 1680, p. 266.
- ↑ Rachewiltz 2013, p. 34.
- ↑ Lochin 1999, p. 70.
- ↑ Kendlei-Herischi 1988, p. 388.
- ↑ Anderson 2020, p. 716.
- ↑ TÜRIK BITIG.
- ↑ Crone 2016, p. 157.
- ↑ Wu 2018, p. 73.
- ↑ Kim 1995, p. 17.
- ↑ Györffy 1959, p. 140.
- ↑ Sertkaya 1995, p. 69.
- ↑ Golden 2007, p. 453.
- ↑ Wei 1998, p. 321.
- ↑ a b Silva 2011, p. 36.
- ↑ Knoow.
- ↑ Zhou 2006, p. 3-6.
- ↑ Vovin 2007, p. 178.
- ↑ Grousset 1970, p. 61, 585, n. 92.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Anderson, Gregory D. S. (2020). «Form and pattern borrowing across Siberian Turkic, Mongolic and Tungusic languages». In: Robbeets, Martine; Savelyev, Alexander. The Oxford Guide to the Transeurasian Languages. Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia
- Crone, Patrícia (2016). The Iranian Reception of Islam: The Non-Traditionalist Strands. Leida e Nova Iorque: Brill
- Golden, Peter; Ben-Shammai, Haggai; Roná-Tas, András (2007). The World of the Khazars: New Perspectives. Selected Papers from the Jerusalem 1999 International Khazar Colloquium. Leida e Nova Iorque: Brill
- Grousset, René (1970). The Empire of the Steppes. A History of Central Asia. Nova Brunsvique, Nova Jérsei: Imprensa da Universidade Rutgers
- Györffy, György (1959). Tanulmányok a magyar állam eredetéröl: a nemzetségtöl a vármegyéig, a törzstöl az országig. Budapeste: Akadémiai Kiadó
- Howell, William (1680). An Institution of General History, Or The History of the World. Londres: H. Herringman, T. Bassett
- Kim, Kibin (1995). 일제 에 빼앗긴 땅 이름 을 찾아서 [Descobrindo o nome da terra roubada pelo domínio colonial japonês]. Jecheon: Sallimteo
- «Império Mongol». Knoow
- Lochin, Sonomyn (1999). Ил Хаад 2 Газан хаан [Il Khaad: Gazan Khaan]. Ulã Bator: Өнгөт хэвлэл ХХК
- Kendlei-Herischi, G. (1988). Хагани Ширвани [Grão Cã de Xirvão]. Bacu: Elm
- Rachewiltz, Igor de (2013). The Secret History of the Mongols, Volume 3 (Supplement): A Mongolian Epic Chronicle of the Thirteenth Century. Leida e Nova Iorque: Brill
- Sertkaya, Osman Fikri (1995). Göktürk tarihinin meseleleri. Ancara: Instituto de Pesquisa da Cultura Turca
- Silva, Ricardo Luís Pires Ribeiro da (2011). A nova rota da seda: caminhos para a presença brasileira na Ásia Central. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão
- «𐰴𐰍𐰣 [qaγan] қаған». TÜRIK BITIG, Comitê de Linguística do Ministério da Cultura do Cazaquistão
- Vovin, Alexander (2007). «Once Again on the Etymology of the title qaγan». Cracóvia. Studia Etymologica Cracoviensia. 12
- Wei, Cuiyi; Wei, Tsʻui-i; Luckert, Karl W. (1998). Uighur Stories from Along the Silk Road. Nova Iorque: Imprensa da Universidade da América
- Wu, Shu-Ling; Yuan, Haiwang (2018). Mastering Advanced Modern Chinese through the Classics: An Advanced Language and Culture Course. Londres e Nova Iorque: Routledge
- Zhou, Weizhou (2006) [1985]. A History of Tuyuhun. Guilim: Imprensa da Universidade Normal de Quancim. ISBN 7-5633-6044-1