Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
Saltar para o conteúdo

Messalina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com Estacília Messalina.
Valéria Messalina
Imperatriz-consorte romana
Messalina
Messalina com o filho Britânico no Museu do Louvre.
Reinado 24 de janeiro de 4148
Consorte Cláudio
Antecessor(a) Milônia Cesônia
Sucessor(a) Agripina Menor
Nascimento 25 de janeiro de 17 (ou 20)
  Roma
Morte 48 (31 anos) (ou 28)
  Roma
Sepultado em Jardim de Lúculo
Nome completo Valeria Messalina
Dinastia Júlio-claudiana
Pai Marco Valério Messala Barbato
Mãe Domícia Lépida, a Jovem
Filho(s) Cláudia Otávia
Britânico

Valéria Messalina,[1] também conhecida somente como Messalina (Roma, 25 de janeiro de 17 - Roma, 48) foi uma imperatriz-consorte romana, terceira esposa do imperador Cláudio. Ela era também prima pelo lado do pai de Nero, prima de segundo grau de Calígula e sobrinha-bisneta de Augusto. Messalina era poderosa e influente, com uma reputação de ser promíscua, alega-se que ela teria conspirado contra o marido e foi executada quando o plano foi descoberto. E esta reputação, que pode ser derivada de um viés político contra ela, acabou perpetuada na arte e na literatura até os tempos modernos.

Primeiros anos

[editar | editar código-fonte]

Messalina era a mais nova e única menina dos dois filhos de Domícia Lépida, a Jovem e seu primo e marido Marco Valério Messala Barbato.[2][3] Sua mãe era a filha mais nova do cônsul Lúcio Domício Enobarbo com Antônia Maior. Domício já havia sido casado com a futura imperatriz Agripina, a Jovem, e era o pai biológico do futuro imperador Nero, que era, portanto, primo de Messalina apesar de ser dezessete anos mais velho. As avós de Messalina, Cláudia Marcela e Antônia Maior eram meio-irmãs. Cláudia, a paterna, era filha da irmã de Augusto, Otávia, a Jovem, e de Caio Cláudio Marcelo Menor. Antônia, a materna, era a filha mais velha da mesma Otávia com Marco Antônio e era tia de Cláudio. Como se pode ver, a família tinha muitos casamentos de parentes próximos.

Pouco se sabe sobre a vida de Messalina antes do casamento em 38 com Cláudio, que já tinha por volta de 48 anos de idade. Dois filhos nasceram desta união:

Quando o imperador Calígula foi assassinado em 41, a guarda pretoriana proclamou Cláudio o novo imperador e Messalina, sua imperatriz.

Com sua ascensão ao poder, Messalina entrou para a história com uma reputação de implacável, predadora e insaciável sexualmente. Seu marido é retratado como sendo facilmente guiado por ela e ignorante de seus muitos adultérios até ser informado de que ela teria exagerado ao se casar com seu último amante, o senador Caio Sílio em 48. Cláudio então teria ordenado a sua morte e ela recebeu a opção de se suicidar. Incapaz de se auto-apunhalar, Messalina foi morta pelo oficial que a prendeu. O senado romano então ordenou que o nome de Messalina fosse retirado de todos os lugares públicos e privados e que tivesse todas as suas estátuas destruídas (damnatio memoriae).

Retrato de 1881 por Peder Severin Krøyer, no Museu de Arte de Gotemburgo.

Os historiadores que contam estas histórias, principalmente Tácito e Suetônio, escreveram por volta de 70 anos depois dos eventos, quando o ambiente era hostil à linhagem imperial de Messalina. A história de Suetônio é majoritariamente alarmismo escandaloso. Tácito alega estar transmitindo "o que foi ouvido e escrito pelos mais velhos que eu", sem nomear suas fontes, com exceção das memórias de Agripina, a Jovem, que havia conseguido retirar os filhos de Messalina da sucessão imperial e que, portanto, tinha todo interesse em manchar a imagem de sua predecessora.[4] Já se argumentou que o que se passa por história seria puramente o resultado de sanções políticas que se seguiram à morte de Messalina.[5]

As acusações de excessos sexuais, principalmente, eram uma tática já testada e aprovada para manchar a reputação e geralmente era resultado de "hostilidade politicamente motivado".[6] Dois relatos foram os principais culpados pela má reputação da imperatriz. Um é a história de uma suposta competição de sexo com uma prostituta no livro X da "História Natural", de Plínio, o Velho, que teria durado 24 horas e que Messalina venceu com um placar de 25 parceiros diferentes.[7] O poeta Juvenal apresenta uma descrição igualmente famosa em sua sexta sátira de como a imperatriz costumava trabalhar clandestinamente a noite toda num bordel sob o nome de "Loba".[8] Ele também menciona a história de como ela teria compelido Sílio a se divorciar de sua esposa para casar-se com ela em sua décima sátira.[9]

Messalina
Nascimento: 17/20 Morte: 48
Títulos reais
Precedido por:
Milônia Cesônia
Imperatriz-consorte romana
41–48
Sucedido por:
Agripina Menor

Referências

  1. Prosopographia Imperii Romani V 161
  2. Prosopographia Imperii Romani V 88
  3. Suetônio, Vita Claudii, 26.29
  4. K.A.Hosack, “Can One Believe the Ancient Sources That Describe Messalina?“ ‘’Constructing the Past’’ 12.1, 2011
  5. Harriet I. Flower, The Art of Forgetting: Disgrace and Oblivion in Roman Political Culture, Uiversity of North Carolina 2011, pp 182-9
  6. Thomas A. J. McGinn, Prostitution, Sexuality, and the Law in Ancient Rome, Oxford University 1998 p 170
  7. Online translation, X ch.83
  8. Poetry in translation, VI.114-135
  9. Translation by A. S. Kline, lines 329-336

Fontes primárias

[editar | editar código-fonte]

Fontes secundárias

[editar | editar código-fonte]
  • (em francês) Minaud, Gérard, Les vies de 12 femmes d’empereur romain - Devoirs, Intrigues & Voluptés , Paris, L’Harmattan, 2012, ch. 2, La vie de Messaline, femme de Claude, p. 39-64.
  • Barrett, Anthony A. (1996). Agrippina: Sex, Power and Politics in the Early Roman Empire. New Haven: Yale University Press 
  • Klebs, E.; H. Dessau, P. Von Rohden (ed.) (1897–1898). Prosopographia Imperii Romani. Berlin: [s.n.] 
  • Levick, Barbara (1990). Claudius. New Haven: Yale University Press 
  • Dina Sahyouni, « Le pouvoir critique des modèles féminins dans les Mémoires secrets : le cas de Messaline », in Le règne de la critique. L’imaginaire culturel des Mémoires secrets, sous la direction de Christophe Cave, Paris, Honoré Champion, 2010, p. 151–160.