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Miranhas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura pela língua da família linguística bora, falada pelos Miranhas, veja Língua miranha.
Miranha
População total

1904 Habitantes[1]

Regiões com população significativa
 Brasil (AM) 1459 2014 (Siasi/Sesai)
 Colômbia 445 1988
Línguas
Língua pertencente à Família Bora
Religiões

Os Miranhas são um grupo indígena que habita o médio rio Solimões, nas Áreas Indígenas Barreira da Missão, Méria e Miratu e no baixo rio Japurá, na Área Indígena Cuiu-Cuiú), ambas no estado brasileiro do Amazonas. Além disso são encontrados também na Colômbia.

A linguagem dos Miranhas é considerada uma língua pertencente à família Bora. Um pesquisador diz ter encontrado termos que pertencem á várias outras línguas como Karib, Aruak, raní e etc, o que pode indicar na mistura de algumas línguas existentes.[2][3]

Dizem que boa parte dos Miranhas vieram da Colômbia, mas foi reconhecido territórios Miranha no médio Solimões e Japurá (Rio que começa na Colômbia e banha o Amazonas. Acreditam-se que os miranhas podem ter originados durante a uma velha migração de índios no Alto Amazonas.[3][4]

O território é concebido como um ser vivo gigantesco que é composto pelas espécies animais e plantas, o que gera um vínculo em seus rituais, onde eles invocam os "senhores do mundo", que são os representantes dessas espécies. Eles consideram a bacia do barranco do Pamá como o "centro do mundo", onde a Niimúe criou o universo a partir de seu próprio corpo.[2]

Organização Indígena

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Os Miranhas são comandados por um tuxaua, um tipo de capitão. Tuxaua são eleitos pelos membros do grupo. O chefe da tribo tem um poder externo limitado e se caso não atenda os interesses dos membros, ele é destituido.[4]

Localização

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são encontrados no Rio Solimões, Méria, Miratu, rio Japurá, e também na Colômbia. Eles estão espalhados entre o Japurá  e o Icá, onde era o seu império principal.[2][3]

Em 2014, a população total era de 1459 habitantes e 445 habitantes na colômbia. Na viagem de 1820 feita por um pesquisador, a população era avaliada de 6.000 habitantes, sendo considerado um dos mais poderosos e populosos entre os outros grupos indígenas.[2][3]

Terras formadas por rios ao redor da tribo com a vegetação do araparizal, o que protege de invasores durante no período das enchentes. Nos dias atuais, as aldeias Miranha são formadas por agrupamentos residenciais que ficam na beira dos lagos e igarapés.[4]

O povo Miranha aparece na história indígena, como uma espécie de anti-herói. Considerados como "barbáros" e "antropófagos" pelos naturalistas, seus chefes ficaram conhecidos por vender aos brancos prisioneiros inimigos, membros de hordas rivais, ou mesmo seus próprios(as) filhos(as). O impacto das frendes dos Estados nacionais do século XX, no entanto, submeteu seus descendentes enquanto grupos etnicamente estigmatizados.

Histórico de contato

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Os Miranhas começaram a ser percebidos pelos viajantes, onde relataram que os chefes Miranha vendiam escravos de tribos inimigas em troca de ferramentas de trabalho. A partir de 1710, contatos entre os portugueses e os miranhas foram feitos quando os portugueses fizeram os espanhóis retrocederem para os domínios do Pacífico após sérios combates.[4]

Impactos da borracha

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Muitos Miranhas morreram, outros foram transportados para diversos rios para trabalhar na extração de borracha. Em Japurá, era realizada trocas por índios Miranhas para trabalho escravo.[3][4]

Formação das terras

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As terras foram formadas em lugares que viviam índios de outras tribos e índios que fugiam de trabalho forçado. Os Miranhas elegem que Miratu e Méria são terras deles, por causa das roças e capoeiras, e também da história que o povo tem naquele lugar.[4]

Referências

  1. «Quadro Geral dos Povos». Instituto Socioambiental. Consultado em 2 de setembro de 2017 
  2. a b c d Mirañas. In: Wikipedia, la enciclopedia libre. [s.l.: s.n.], 2022. Disponível em: <https://es.wikipedia.org/w/index.php?title=Mira%C3%B1as&oldid=147307592>. Acesso em: 28 set. 2022.
  3. a b c d e ARNAUD, Expedito. Os índios Mirânia e a expansão luso-brasileira (Médio Solimões - Japurá, Amazonas). In: --------. O índio e a expansão nacional. Belém : Cejup, 1989. p. 263-314. Publicado originalmente no Boletim do MPEG, Antropologia, Belém, n.s., n. 81, jul. 1981.
  4. a b c d e f FAULHABER, Priscila. Miranha - Povos Indígenas no Brasil. Povos Indígenas do Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Miranha. Acesso em: 28 set. 2022.

Ligações externas

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